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A representação da ciência e dos cientistas

Mediação dos Saberes

A representação dos cientistas

“quando eu penso num cientista, penso em...”

Em 1957, as antropólogas norte-americanas Margaret Mead e Rhoda


Métraux pediram a alunos de escolas secundárias para completarem a
a rmação “quando eu penso num cientista, penso em…”.

A maior parte pensou num homem de meia-idade, de bata branca e


óculos, com a barba mal feita, que trabalhava longas horas num
laboratório. Inteligente, cuidadoso, paciente. Mas que podia
vender segredos ao inimigo, ter um trabalho perigoso e não
acreditar em Deus. Não fazia ideia o que se passava no mundo,
não dava atenção à mulher, nunca brincava com os lhos e trazia
coisas assustadoras para casa. Inspiravam mais respeito do que
atracção.

Mead, M., & Métraux, R. (1957). Image of the Scientist among High-School Students. Science,
126(3270), 384–390. https://doi.org/10.1126/science.126.3270.384
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Entre 1966 e 1977, o historiador David Wade Chambers pediu a


4807 crianças canadianas para desenharem um cientista. Procurou
identi car nos desenhos sete elementos da imagem-padrão: bata,
óculos, barba, equipamento de laboratório, livros, engenhocas,
inscrições com fórmulas e palavras como “eureka”.
Só algumas meninas desenharam mulheres.

Chambers, D.W. (1983), Stereotypic images of the scientist: The draw a scientist test. Science
Education 67: 255-265. doi:10.1002/sce.3730670213
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Chambers concluiu que quanto mais velhos eram os alunos, mais


componentes do estereótipo incluíam.

Chambers, D.W. (1983), Stereotypic images of the scientist: The draw a scientist test. Science
Education 67: 255-265. doi:10.1002/sce.3730670213



Chambers notou ainda que alguns desenhos seguiam
representações alternativas, próximas do imaginário de
Frankenstein ou de Dr. Jekyll/Mr. Hyde. Do pré-escolar até ao 5º ano,
a frequência destas representações místicas aumentava sempre.

Chambers, D.W. (1983), Stereotypic images of the scientist: The draw a scientist test.
Science Education 67: 255-265. doi:10.1002/sce.3730670213



Chambers sugeriu que ambas as imagens — a padrão (homem de


bata e óculos rodeado de fórmulas) e as alternativas místicas — eram
criadas a partir de representações populares, da banda
desenhada, televisão e cinema.

Chambers, D.W. (1983), Stereotypic images of the scientist: The draw a scientist test. Science
Education 67: 255-265. doi:10.1002/sce.3730670213



Chambers reparou num efeito socio-económico pronunciado:
- A imagem padrão aparecia mais tardiamente em escolas com
alunos provenientes de famílias com menores rendimentos;
- Estes resultados são surpreendentes, se partirmos do princípio
que todas as classes sociais têm igual acesso a livros de banda
desenhada e à televisão;
- No entanto, os desenhos de alunos dessas escolas eram, em geral
menos detalhados.

O conhecimento tem sido representado na literatura como uma


ponte do bem para o mal

A lenda de Fausto
(Há várias versões, a partir de 1587, sendo que uma das mais
in uentes é a de Goethe, publicada em duas partes, em 1808 e
1832)

Fausto está aborrecido e deprimido com a sua


vida de sábio. Depois de uma tentativa de
suicídio, chama o Diabo e pede-lhe mais
conhecimento e poderes mágicos, para que
possa ter todo o prazer e conhecimento do
mundo.
Em resposta, aparece o representante do
Diabo, Me stófeles, que faz um acordo com
Fausto: Me stófeles servirá Fausto com os
seus poderes mágicos por um determinado
número de anos, mas no nal do prazo, o
Diabo reivindicará a alma de Fausto, e este
será eternamente escravizado.
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A lenda de Fausto
Durante a vigência do acordo, Fausto recorre a
Me stófeles de várias maneiras. Me stófeles ajuda
Fausto a seduzir Gretchen, uma rapariga linda e
inocente, cuja vida é destruída quando ela tem um
lho bastardo de Fausto. Percebendo como esse
acto é profano, ela afoga a criança e é presa por
homicídio.
No entanto, a inocência de Gretchen salva-a no
nal, e ela entra no céu após a execução. Na versão
de Goethe Fausto é salvo por Deus, que leva em
conta os seus esforços e as constantes súplicas de
Gretchen.
Nas primeiras versões do conto, Fausto ca
irrevogavelmente corrompido e acredita que os
seus pecados não podem ser perdoados; quando o
prazo termina, o diabo leva-o para o inferno.
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Frankenstein, de Mary Shelley (1818)
A história de Victor Frankenstein, um jovem
cientista que cria uma horrenda criatura feita de
pedaços de corpos.
Na universidade Victor tinha-se destacado no
estudo da química e de outras ciências, tendo
desenvolvendo uma técnica secreta para dar vida
a matéria inanimada.
Victor cria um humanóide, mas devido à
di culdade em replicar as partes mais pequenas
do corpo humano, torna a Criatura alta (com
cerca de 2,4 m de altura) e proporcionalmente
grande.
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Frankenstein, na cultura popular (exemplos)


No livro Mad, Bad and Dangerous?: The Scientist
and the Cinema, o escritor norte-americano
Christopher Frayling discute como ao longo
do século XX os cientistas foram retratados
no cinema.
Em 39% dos lmes de terror exibidos no
Reino Unido entre 1931 e 1984 os cientistas
foram as ameaças.
Frayling distingue entre cientistas “santos”
(tipicamente biogra as de cientistas reais) e
“diabos” (os da cção: loucos, maus e
perigosos). Para Frayling, os “diabos”
excedem em muito os “santos”.

Christopher Frayling, Mad, Bad and Dangerous?: The Scientist and the Cinema. London: Reaktion Books
(2005).

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A distância entre o conhecimento especializado e a sua compreensão
pública está na raiz de muitas representações ccionais dos cientistas
(….)
Essa distância tem sido geralmente preenchida por representações
estereotipadas de um ou de outro tipo.
(…) Como um executivo da MGM escreveu num memorando a Albert
Einstein a propósito do guião de The Beginning or the End (uma história
bastante ccionada acerca da primeira bomba atómica), “tem de se
compreender que a verdade dramática é um argumento tão válido
para nós quanto a verdadeira verdade é para um cientista.”

Christopher Frayling, Mad, Bad and Dangerous?: The Scientist and the Cinema. London: Reaktion
Books (2005).

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Matt (the young physicist): Most scientists don’t really want to make the
bomb.
Colonel: Just get it done before the Germans or the Japs.

Metropolis (1927)

Rotwang é um cientista malé co


que constrói um robô com o aspecto
de mulher, para recriar a sua falecida
amada. Tem cabelo branco
desgrenhado e uma mão de ferro
preta a substituir a que perdeu num
acidente de laboratório. Usa trajes
medievais e vive numa casa gótica
atulhada de bobines e líquidos
borbulhantes, algures entre o
ocultismo e a ciência. Talvez o
cientista mais in uente da história
do cinema.
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Frankestein (1931)

Victor Frankenstein, é um jovem


cientista que cria uma horrenda
criatura feita de pedaços de corpos.
Dr. Strangelove (1964)

Um cientista, antigo nazi, aconselha


o Presidente dos EUA durante uma
crise nuclear, fazendo contas
macabras e cenários apocalípticos.
Anda numa cadeira de rodas, usa
óculos com lentes fumadas e não
controla os movimentos de uma das
mãos, que tem sempre coberta com
uma luva preta, o que acentua a
ligação a Rotwang. Sem humanidade
e desligado das consequências das
suas decisões.

Regresso ao Futuro (1985)

Dr. Emmett Brown é um cientista


que inventa uma máquina do tempo.
Doc Brown não é mau, é um herói.
Mas di cilmente podia ter um ar mais
louco: despenteado, usa óculos e
acessórios extravagantes. O seu
trabalho envolve plutónio roubado a
terroristas e é su cientemente
perigoso para alterar o curso da
história.
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Querida, encolhi os miúdos
(1989)

Wayne Szalinski é um cientista


com óculos “fundo de garrafa”,
despenteado e obcecado. Trabalha
num covil tecnológico e é
chamado para as refeições por
campainhas com botões
instalados na cozinha.
Acidentalmente encolhe os seus
lhos e os do vizinho.
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Contacto (1997)

A Dra. Eleanor Arroway


descobre um sinal de rádio com
origem extraterrestre. Uma mulher
jovem, bonita e inteligente. Gosta
de chá e que lhe chamem Ellie.
Foge ao estereótipo, o que não
será alheio ao facto de o lme se
basear num romance do
astrónomo e divulgador de ciência
Carl Sagan.
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Gru, o Maldisposto (2010)

O supervilão Gru é ajudado por


pequenas criaturas (Minions) a fazer
malvadezas, como roubar a Lua. Conta
também nos seus quadros com o Dr.
Nefario, um cientista de bata branca,
óculos e ar de louco, que inventa
coisas perigosas com aplicações
malvadas.
A representação dos cientistas no teatro - um
exemplo
Vida de Galileu, de Bertolt Brecht
Esta peça, escrita em 1938, só foi estreada no pós-guerra, em
Zurique (1943).

Em diálogos muito vivos, a peça apresenta as descobertas


astronómicas do sábio italiano, o con ito entre o dogmatismo e
as provas cientí cas e o famoso julgamento pela Inquisição
romana.
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Vida de Galileu, de Bertolt Brecht
A explosão das bombas atómicas de Hiroxima e Nagasáqui em 1945
deixou marcas no mundo em geral e no teatro em particular.

Brecht, que simpatizava com a ciência (“não me é possível subsistir


como artista sem me servir da ciência “), apresenta, antes da guerra, um
Galileu portador de um projecto optimista da ciência, mas, depois da
guerra, matiza essa imagem, fazendo passar a gura de um cientista
mais consciente da sua responsabilidade social.

Não tendo Galileu nada a ver com a bomba atómica (até porque tinha
falecido três séculos antes), a sua personi cação no teatro foi
transformada pelos danos que a ciência fez no mundo, o que traduz
simplesmente o facto de os autores serem sempre o re exo do tempo
em que vivem.
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A representação da ciência

A retórica dos resultados

A retórica dos resultados


Consiste em:
– representar a actividade cientí ca pelos seus produtos;
– subsumir os processos cientí cos à consecução nalista e
cumulativa de resultados;
– e isolar exclusivamente como resultados aqueles que são avaliados
a posteriori como êxitos de aplicação.

António Fernando Cascais

Mediações da Ciência – Da Compreensão Pública da Ciência à Mediação dos Saberes (Lisboa: ICNOVA,
2019)


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A retórica dos resultados
O que passa implicitamente por:
– ignorar a actividade cientí ca enquanto processo, que, ao mesmo que
procede pelo cumprimento protocolar de critérios a priori de rigor
metodológico da investigação, progride de modo não linear, errático
e tenteante – que o mesmo é dizer, branquear a revisibilidade intrínseca
a todo o conhecimento cientí co e a historicidade inerente ao perseguir
de interesses cognitivos, variáveis temporal e espacialmente, a ponto de
se tornarem incompatíveis ou mutuamente exclusivos;

António Fernando Cascais

Mediações da Ciência – Da Compreensão Pública da Ciência à Mediação dos


Saberes (Lisboa: ICNOVA, 2019)

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A retórica dos resultados


O que passa implicitamente por:
–  anular o papel do erro produtivo na tomada de decisão e nas
escolhas cientí cas, de tal modo que o sucesso da obtenção de
resultados é atribuível ao rigor da concepção metodológica – o
que implica a necessária eliminação do resto (o racionalmente
inexplicável, o estatisticamente excepcional) que excede o domínio
de rigor delimitado pelo método, tido por subproduto espúrio dele,
em vez de marca dos seus limites de validade;

António Fernando Cascais

Mediações da Ciência – Da Compreensão Pública da Ciência à Mediação dos


Saberes (Lisboa: ICNOVA, 2019)
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A retórica dos resultados


O que passa implicitamente por:
–  provocar um efeito de censura positiva da ciência: quer como
produtora de riscos, na medida em que promove a ilusão do controle do
risco tecnocientí co; quer como disponibilizadora de meios, na medida
em que assimila ns a resultados, de nindo retrospectivamente os
primeiros em função dos segundos e identi cando exclusivamente os
resultados do processo cientí co aqueles que são avaliados como positivos,
com a exclusão dos resultados fortuitos, inesperados ou adversos.

António Fernando Cascais

Mediações da Ciência – Da Compreensão Pública da Ciência à Mediação dos


Saberes (Lisboa: ICNOVA, 2019)
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The most exciting phrase to hear in science, the one that heralds new
discoveries, is not “Eureka” but “hum, that’s funny...
Isaac Asimov

Dans les champs de l'observation le hasard ne favorise que les esprits préparés.
Louis Pasteur

Descoberta acidental da penicilina

One sometimes nds, what one is not looking for. When I woke up
just after dawn on September 28, 1928, I certainly didn't plan to
revolutionize all medicine by discovering the world's rst
antibiotic, or bacteria killer. But I suppose that was exactly what I
did.

Alexander Fleming

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Raio de acção do antibiótico produzido pelo fungo

Bactérias

Fungo
A retórica dos resultados
Para muita gente, a realidade da ciência é aquilo que lêem na
imprensa.(…) Os meios de comunicação constituem o único
contacto com aquilo que se está a passar nos campos cientí cos e
técnicos em rápida mudança, assim como uma primordial fonte de
informação sobre as implicações dessas mudanças para as suas vidas.
(...) Mas o que é que realmente aprendemos sobre a ciência e a
técnica?

Nelkin, Dorothy (1995), Selling Science. How the Press Covers Science and Technology. New
York: W. H. Freeman and Company

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A retórica dos resultados
(…) as imagens da ciência e da técnica na imprensa (...) mudam
frequentemente, re ectindo as modas do momento e os medos
prevalecentes. As promessas exageradas de hoje – de novos êxitos,
novos dispositivos, novas curas – tornam-se nos problemas
sensacionalizados de amanhã”

Nelkin, Dorothy (1995), Selling Science. How the Press Covers Science and Technology. New York: W
H. Freeman and Company
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A retórica dos resultados


Os meios de comunicação podem desempenhar um importante papel no
incremento da compreensão pública, mas frequentemente fracassaram
nesse papel. Abundam os exemplos de brilhantes notícias sobre a ciência,
escritas com clareza analítica, intuição crítica e estilo estimulante, mas a
ciência na imprensa é demasiadas vezes mais assunto para consumo
do que para avaliação pública, mais uma fonte de entretenimento do
que de informação. Demasiadas vezes a ciência é apresentada como uma
actividade enigmática fora e acima da esfera da compreensão humana
normal e, por isso, fora do nosso controle. Demasiadas vezes a
cobertura é promocional e acrítica, encorajando a apatia, uma sensação
de impotência e uma tendência omnipresente para a submissão aos peritos.

Nelkin, Dorothy (1995), Selling Science. How the Press Covers Science and Technology. New
York: W. H. Freeman and Company
A retórica dos resultados
Lemos acerca dos resultados da investigação e das histórias de
sucesso, mas não acerca do processo, dos becos sem saída, dos
descaminhos. Quem descobriu o quê é mais mediático, do que
aquilo que foi descoberto ou como. A ciência na imprensa torna-se
assim numa forma de desporto, uma ‘corrida’ entre cientistas de
diferentes disciplinas ou entre nações em competição, uma corrida
em direcção à meta da publicação.

Nelkin, Dorothy (1995), Selling Science. How the Press Covers Science and Technology. New York:
W. H. Freeman and Company

A ciência nos media


A ditadura do engraçadismo
“Our paper was accepted for publication by
multiple journals within 24 hours. Needless to
say, we faced no peer review at all. The eager
suitor we ultimately chose was the the
International Archives of Medicine.

(…) The new publisher’s CEO, Carlos Vasquez,


emailed Johannes to let him know that we had
produced an “outstanding manuscript,” and that
for just 600 Euros it “could be accepted directly
in our premier journal.”
O problema do artigo único
PLoS Medicine vol. 2, Issue 8, e124 (2005)
Problemas e exageros do jornalismo de saúde
• Dois terços dos artigos têm grandes falhas.

• Exageraram a prevalência e a gravidade de uma doença

• Ignoram possíveis efeitos secundários e outras desvantagens

• Não discutem alternativas ao tratamento reportado

• 44% dos 256 jornalistas disseram que suas organizações às


vezes baseiam suas histórias quase inteiramente em
comunicados de imprensa

Gary Schwitzer, The State of Health Journalism in the U.S. (2009), Kaiser Family
Foundation Report

Yavchitz, A., Boutron, I., Bafeta, A., Marroun, I., Charles, P., Mantz, J., & Ravaud, P. (2012). Misrepresentation
of randomized controlled trials in press releases and news coverage: a cohort study. PLoS medicine, 9(9),
e1001308. doi:10.1371/journal.pmed.1001308
Yavchitz, A., Boutron, I., Bafeta, A., Marroun, I., Charles, P., Mantz, J., & Ravaud, P. (2012). Misrepresentation of randomized controlled trials in press releases and news
coverage: a cohort study. PLoS medicine, 9(9), e1001308. doi:10.1371/journal.pmed.1001308
A fantasia jornalística de querer
salvar o mundo
Speers, T., & Lewis, J. (2004). Journalists and jabs: media coverage of the MMR vaccine. Communication & medicine, 1(2), 171–81. doi:10.1515/come.2004.1.2.171
Falsos equilibrios

truth-telling vs balanced reporting


I see danger in the presence of pseudoscienti c information in the media

(49 science journalists active in Spain, )

Strongly agree / Agree 44,9%


Neither agree nor disagreee 14,3%
Disagree / Strongly disagree 24,5%
NK/NA 6,1%
0% 12,5% 25% 37,5% 50%
Concerned Concerned

Experienced Academic training

Group 2
Group 1
see themselves as the nal barrier to
pseudoscience has a minor entry of the pseudosciences to the
impact and is a harmless media.
entertainment
‘heroes’, taking a stand in a ‘hostile
make light of the problem terrain’ (poor pay, precarious conditions
and evade professional and low status), against ‘giants’ who fail
responsibilities. to appreciate their efforts because
science is not highly valued in society

Public Underst Sci. 2015 May;24(4):450-65. doi: 10.1177/0963662514558991


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(49 science journalists active in Spain, )

What editorial policies regarding the pseudosciences are there in your medium?

None 47%
General self-regulation 12%
Criticism/denouncement 39%
Minimally acceptable 2%
0% 12,5% 25% 37,5% 50%

(47 science journalists active in Spain, )


I think my editors are not aware of the potential hazards of pseudoscience
Strongly agree / Agree 44,9%
Neither agree nor disagreee 10,6%
Disagree / Strongly disagree 24,5%
NK/NA 8,5%
0% 12,5% 25% 37,5% 50%

Public Underst Sci. 2015 May;24(4):450-65. doi: 10.1177/0963662514558991


Teresa Firmino
Teresa Sera m
Filomena Naves
Edgar Canelas
Ana Paula Gomes
Sara Sá
Virgílio Azevedo
Reginaldo Almeida / Suely Costa
Vera Novais / Marta Leite Ferreira
Marta Reis
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