Mulheres na Ciência

Desvalorização ou Ocultação?
 EFEITO MATILDA

‘’ É um fenômeno social em que a

contribuição das mulheres no campo
da ciência e da tecnologia é ignorada
ou minimizada no espaço público, na
história e nas instituições.

‘’
As mulheres por
trás das
descobertas
 Rosalind Franklin
(1920-1958)
Em 1951, Franklin aprimorou o uso
da cristalografia de raios-X para
criar imagens de matérias
microscópicas, e entrou para o
laboratório de biofísica de King’s
College. Com a ajuda de seu aluno
Raymond Gosling, extraiu fibras de
DNA e descobriu que não havia
apenas umas forma da molécula, e
sim duas.
 Dupla hélice
Mas antes que pudesse desenvolver
sua tese, ela foi apunhalada por
Maurice Wilkins, um biólogo
molecular que trabalhava no mesmo
laboratório Quando Watson, que
tentava desvendar a estrutura do
DNA, visitou o local, Wilkins se gabou
da descoberta. Em 1953, Franklin
trocou a pesquisa sobre DNA por
outra sobre vírus.
 Um fim trágico
Watson, junto com Wilkins e Francis
Crick, anunciaram a descoberta da
dupla hélice. Ela nunca os
confrontou, e morreu cinco anos
depois, aos 37 anos, de câncer no
ovário. Sua história só veio à tona
após sua morte.
 Jocelyn Bell Burnell
(1943)
Em 1967, enquanto revisava
relatórios de monitoramento de
quasares, notou uma série de pulsos
que apareciam exatamente a cada 1,3
segundo. A equipe acreditou ser uma
tentativa de comunicação
extraterrestre. Até que Jocelyn
desvendou o mistério.
 Descoberta do Pulsar
PSR B1919+21
Os sinais vinham de estrelas de
nêutrons, que transformam a energia
rotacional em energia
eletromagnética. Por estarem
constantemente girando, a impressão
é de que emitem radiação em pulsos,
daí o nome pulsares.
 Descoberta do Pulsar
PSR B1919+21
A descoberta revolucionou a
astronomia, os cientistas passaram a
usar os pulsares para testar a teoria
da relatividade e a precisão permitiu
que astrônomos desenhassem mapas
detalhados do Universo.
 j
Em 1974, a descoberta venceu o
prêmio Nobel de Física, mas o nome
de Jocelyn nem ao menos foi
mencionado, os homenageados foram
Antony Hewish, orientado da
astrofísica, e Martin Ryle, que ajudou
a desenvolver o telescópio usado na
descoberta.
 Esther Lederberg
(1922-2006)
Esther optou por se dedicar à ciência.
Recebeu uma bolsa da Universidade
Stanford, nos Estados Unidos, para
estudar genética. Para sobreviver, a
então jovem chegou a comer as
pernas de sapos que sobravam de
dissecações. O maior empecilho no
caminho dela foi a discriminação de
gênero.
 Descobertas
Duas das descobertas que fez ao longo
da vida se destacaram: o
desenvolvimento de um método para
replicar placas de cultivo de
microrganismos e a identificação de
um vírus que infecta bactérias.
 Conjuge?
Mas quem levou o crédito e o Nobel
de Fisiologia ou Medicina em 1958,
foi o seu marido, Joshua Lederberg.
Os dois trabalhavam juntos no
laboratório da Universidade de
Wisconsin e, embora tenha dado
entrevistas reconhecendo a
contribuição da esposa, ele não a
mencionou em seu discurso na
cerimônia de premiação.
 Lise Meitner
(1878-1968)
O processo de fissão nuclear, no qual
átomos são quebrados em partes
menores, é o que torna as bombas
atômicas e as plantas nucleares
possíveis. Por muitos anos, físicos
acreditavan que era impossivel
dividir átomos tão grandes quanto o
urânio em dois. Mas isso mudou no
dia 11 de fevereiro de 1939.
 Fissão?
Em uma carta à revista Nature, uma
das publicações científicas
internacionais maus conceituadas do
planeta, a física Lise Meitner
descreveu exatamamente como
executar tal divisão, que chamou de
fissão. Foi um grande feito para a
física nuclear, mas até hoje Meitner
permanece pouco reconhecida e
muito esquecida.
 Amizades
Meitner enfrentou dois grandes
desafios: ser mulher e ser judia no
período da ocupação nazista na
Alemanha. Exilada na Suécia, ela
manteve parceria com Otto Hahn, seu
colega no Instituto de Berlim. Na
hora de publicar a descoberta, Hahn
excluiu o nome de Meitner, e não o
bastante ele insistiu em dizer que ela
não contribuiu para a descoberta.
 O erro
Meitner escreveu uma carta para a
Nature, explicando o processo que
agora chamou, ironicamente, de ‘’a
descoberta de Hahn’’. Porém, não
ajudou. Em 1944, Hahn recebe o
Nobel pela ‘’descoberta da fissão de
núcleos pesados’’. Depois da guerra,
Meitner perdoou Hahn e os dois
voltaram a ser amigos. O comitê do
Nobel nunca reconheceu o erro.
 Cecilia Payne
(1900-1979)
Cecilia tinha 5 anos quando, durante
um passeio com a mãe, viu una estrela
cadente. Apaixonada pelo universo
desde então, passou a se dedicar
inteiramente aos estudos. Se hoje
olhamos para o céu e sabemos que as
estrelas, entre elas o Sol, são
compostas principalmente de
hidrogênio e hélio, é graças a Payne.
 A descoberta
Aplicando a equação de ionização
criada pelo físico indiano Meghad
Saha e cruzando dados por dois anos,
Cecilia finalmente descobriu do que
as estrelas eram feitas: hidrogênio e
hélio.
 A descoberta
Mas seu orientador na época, Henry
Norris Russel, achou que a conclusão
da cientista estava errada, e ela
seguiu o conselho dele de omitir a
descoberta. Quatro anos depois,
Russel chegou ao mesmo resultado e
publicou a conclusão, mencionando o
trabalho de Payne brevemente. Como
esperado, ele recebeu o crédito pela
descoberta.
 Nettie Stevens
(1861-1912)
Em 1905, Nettie Stevens descobriu os
cromossomos sexuais X e Y, que são
responsáveis pela determinação do
sexo dos indivíduos. Esta descoberta
foi um marco na genética, pois
demonstrou de forma clara como os
genes são transmitidos de geração em
geração.
 Cromossomos
Ela estudou a determinação do sexo
em larvas de farinha e logo percebeu
que dependia dos cromossomos X e Y.
Embora ela tenha sido reconhecida
por trabalhar com um homem
chamado Thomas Morgan, quase
todas as suas observações foram feitas
de forma independente.
 Impostor
Morgan foi posteriormente creditado
com o Prêmio Nobel pelo trabalho
árduo de Nettie. Mais tarde postou
um artigo na revista Science dizendo
que Stevens agiu mais como uma
assistente do que como uma cientista
real durante todo o experimento,
embora tenha sido considerado
totalmente falso.
 11 de Fevereiro
Dia Internacional das
Mulheres e Meninas na
Ciência