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RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2. A FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Se faz necessário observar e tentar medir – por mais difícil que isso possa parecer –
as evoluções sonoras desse relacionamento. Afinal, o que realmente deve ser
medido é se os produtos musicais atingidos por meio desse relacionamento são
satisfatórios, pois, nisso reside de fato o interesse público atendido: crianças, jovens
e adultos fazendo música evolutiva diante do adequado e equilibrado emprego de
recursos públicos.
E isso, portanto, no tocante a este estudo, começa pela análise (em amostragem
reduzida) das estruturas dos grupos musicais brasileiros em 2022, mas com uma
preocupação que vem de tempo.
Não resta dúvidas de que o Brasil possui um bom contexto de fomento à cultura de
um modo geral, no que inclui a música instrumental. Mas há dúvidas sobre sua
praticidade e abrangência e modos de comunicação, inclusive sobre o programa de
apoio às bandas de música da Fundação Nacional de Artes – Funarte, e sobre a Lei
Rouanet, aqueles que há mais tempo se mantêm fixos no Brasil.
A segunda, mais recente e talvez mais bem conhecida, a Lei Rouanet – Programa
Federal de Incentivo à Cultura (PRONAC) - é a denominação dada a Lei nº 8.313 de
23 de dezembro de 1991. É a política de incentivos fiscais que possibilita empresas
(pessoas jurídicas) e cidadãos (pessoas físicas) aplicarem uma parte do IR (imposto
de renda) devido em ações culturais.
Se por um lado reveste-se do adequado zelo pelo dinheiro público, tais fases que
estão nas mãos de analistas já renderam críticas quanto à distribuição e aprovação,
de modo especial quanto à Lei Rouanet, o que diante das alterações impostas ao
programa em 2022 é fato mantido como se oberva:
[...] 2019
2021
Em julho de 2021, um novo texto do Programa Nacional de Apoio à
1
https://www.gov.br/funarte/pt-br/areas-artisticas/musica-2/projeto-bandas-de-musica
4
2022
Em janeiro de 2021, o governo Bolsonaro oficializou, por meio de uma
nova Instrução Normativa (IN), uma série de mudanças na Lei
Rouanet. As medidas vinham sendo anunciadas, desde 1º de janeiro
de 2022, pelo secretário Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura,
André Porciuncula, em posts no Twitter. De acordo com o secretário de
Cultura Mario Frias, a nova IN tem o objetivo de tornar a Lei Rouanet
"mais justa e popular".
4. A VALIDADE DO INVESTIMENTO
Mesmo que para o público cultural se faça desnecessário versar sobre a validade do
investimento de recursos públicos no setor, a título de ilustração e embasamento do
presente artigo se destaca estudo acerca do impacto na economia brasileira diante de
projetos aprovados promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2020 que
evidencia: 2A Lei Rouanet é parte das Políticas Econômicas e dos PPA nacionais. Ela
fomenta e procura o desenvolvimento que extrapola a fronteira da cultura. A Cultura
é percebida em várias outras atividades econômicas diferentes, possuindo um
impacto relevante na economia. Para cada real investido por projetos da Lei
Rouanet, traz um retorno local, em média, de um real e cinquenta e nove centavos
(R$1,59).
Com base o Estudo o impacto econômico pela renúncia fiscal da Lei Rouanet na
economia brasileira foi de R$49,8 bilhões. O estudo da FGV comprova que a Lei
Rouanet é uma peça fundamental para a economia brasileira e para inovar e
formatar a Economia Criativa.
Um aspecto que se torna mais notável quando observadas questões regionais, aí não
propriamente por influências diretas de tais editais, mas pela forma naturalmente
mais lenta com a qual informações e oportunidades muitas vezes avançam para o
interior. Eis que o sistema eletrônico surgiu para “encurtar distâncias geográficas” e,
por isso, recorremos a ele para experimentar a eficiência dos dispositivos disponíveis
de comunicação acerca de editais públicos vigentes.
2 http://periodicos.processus.com.br/index.php/acppds/article/view/261/357
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Foram, portanto, buscados numa visita convencional aos sites oficiais dos órgãos
estaduais e federais emails relacionados aos editais ou à pasta cultural – e em algum
casos com muitas dificuldades e em outros sequer encontrados –, e identificados os
seguintes endereços eletrônicos mais próximos do setor cultrural, em alguns casos
solicitados quais serias tais endereços oficiais:
RS GABINETE@SEDAC.RS.GOV.BR
SC GERÊNCIA DE GESTÃO DE PROJETOS E ECONOMIA DA
CULTURA
E-MAIL: LILIANA@FCC.SC.GOV.BR
PR COORDENAÇÃO DE INCENTIVO À CULTURA (CIC)
WANESSAW@SECC.PR.GOV.BR
SP DIFUSAO@SP.GOV.BR
RJ CULTURA@CULTURA.RJ.GOV.BR
ES CATARINA.LINHALES@SECULT.ES.GOV.BR
MG SFEG@SECULT.MG.GOV.BR
GO COMUNICACAOSETORIAL.SECULT@GOIAS.GOV.BR
MT CONSELHODECULTURA@SECEL.MT.GOV.BR
MS FICMS2@GMAIL.COM
BA DANIEL.UCHOA@CULTURA.BA.GOV.BR
SE Não localizado no site
AL INFO@CULTURA.AL.GOV.BR;
PE EMAIL: LEDA.DIAS@SECULT.PE.GOV.BR
PB Não localizado no site
RN SECULT.FUNCARTE@NATAL.RN.GOV.BR
CE AGENDAGAB@SECULT.CE.GOV.BR
PI PROTOCOLO@SECULT.PI.GOV.BR
MA ASCOMCULTURAMA@GMAIL.COM
TO SUPER@CULTURA.TO.GOV.BR
PA GABINETE@SECULT.PA.GOV.BR
AP Não localizado no site
RR GABINETE@SECULT.RR.GOV.BR
AM ATENDIMENTO@CULTURA.AM.GOV.BR
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AC GABSEEACRE@GMAIL.COM
RO SECOMRONDONIA@GMAIL.COM
DF COMUNICACAO@CULTURA.DF.GOV.BR
Em 18 de abril de 2022 disparamos a estes emails com cópias a outros ofertados pelos
respectivos sites, mensagem com o seguinte corpo de abertura:
Tanto nas caixas postais como no próprio sistema do formulário Google, não
obtivemos respostas dos emails endereçados, tampouco a participação dos referidos
órgãos na pesquisa como vemos no quadro abaixo em acesso realizado em
27/07/2022:
Para tentar entender a relação em suas pontas distintas também foram consultados
grupos musicais brasileiros acerca de suas estruturas no tocante aos editais. Uma
enquete de sete perguntas foi produzida buscando identificar ruídos.
7. AS OUTRAS PONTAS
Também busquei ouvir uma terceira “ponta” que, por vezes, principalmente para
aqueles que iniciam no processo de busca de recursos por meio de editais culturais
públicos ou privados e mecanismos de fomento à cultura, pode parecer
desnecessária ou mesmo “oportunista” que são os profissionais especializados em
produzir e captar recursos (patrocínios) para projetos culturais por meio do mecenato
(doações e incentivos fiscais).
Por meeting, a entrevista com Eduardo Balerini (Lorena – SP) trouxe algumas
observações pertinentes ao artigo. A começar pelo imediatismo (ansiedade ou
expectativa elevada) de muitos proponentes ou responsável diretamente pela
proposta cultural. Entendo e concordo, que seja importante acreditar no projeto que
está à frente, mas demanda cautela quando entramos no campo burocrático dos
mecanismos de fomento á cultura.
Por meeting, a entrevista com Eduardo Balerina (Lorena – SP) trouxe algumas
observações pertinentes ao artigo. A começar pelo imediatismo de muitos
proponentes.
Outro aspecto destacado pelo entrevistado tem a ver com outra ponta desse novelo?
gargalo? que são as empresas que a maioria desconhece, desconhecem ou ainda
têm receios (dúvidas) dos mecanismos de fomento à cultura de mecenato. Somente
para termos uma ideia da dificuldade em captar recursos, mais de 90% das empresas
no Brasil não aproveitam todos os benefícios fiscais a que têm direito, de acordo com
dados da Receita Federal:
8. MEIOS ALTERNATIVOS
Apesar de não ser um veículo ligado a orgãos oficiais, o site Editais Culturais
apresenta serie de links anunciando editais 2022 para diversos setores artisticos.
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Caso do ProAc de São Paulo. O Programa de Ação Cultural de São Paulo foi
instituído pela Lei Estadual nº 12.268/2006 para regulamentar a oferta de patrocínios
culturais no estado.
Em sua modalidade mais adotada, a lei prevê a isenção fiscal do Imposto sobre
Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS), um imposto estadual. Portanto, apenas
os empreendimentos contribuintes podem utilizar essa lei, o que leva à exclusão de
patrocínios doados por pessoas físicas.
Segundo o próprio programa, a empresa pode patrocinar projetos culturais com uma
parte do que seria pago de ICMS. No próximo pagamento do imposto, recebe um
desconto no total a pagar.
E de novo a FGV realizou o estudo a partir de 2.528 projetos premiados pelo ProAC
Editais e ProAC ICMS, entre os anos de 2013 e 2017. No ProAC Editais, foram
executados R$ 159,3 milhões. No ProAC ICMS, foram executados R$ 443,4 milhões.
O resultado disso é a consolidação de uma cadeia especializada de bens e serviços
ligada ao setor de cultura.
O ProAC Editais teve um impacto direto sobre o PIB (Valor Adicionado) de R$ 82,1
milhões, gerando 1.321 empregos nos últimos cinco anos no Estado de São Paulo.
Considerando toda a cadeia produtiva, os investimentos do ProAC Editais nos últimos
cinco anos geraram 1.605 empregos e aumentaram o PIB em R$ 131,9 milhões.
O impacto direto sobre a economia paulista do ProAC ICMS é ainda mais relevante:
gerou mais de três mil postos de trabalho e significou um PIB de R$ 223 milhões, além
de R$ 67,5 milhões de arrecadação.
Caso, por mero exemplo, da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (Lei do ISS) do Rio
de Janeiro que dos 2.096 projetos inscritos em 2021 aprovou 1.908 (a maior parte
com ressalvas) aptos a captar; ou do Sistema Estadual Unificado de Apoio e Fomento
às Atividades Culturais do Rio Grande do Sul (Pró-Cultura), instituído pela Lei
Estadual n° 13.490/10, que funciona por meio da renúncia sobre parcela do Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de empresas que, destinando
parte de seus imposto renunciado, promovem a viabilização financeira de projetos
culturais.
No entanto, como o cerne desse artigo é analisar os efeitos da qualidade do
relacionamento dos editais (e não a quantidade) com grupos instrumentais, nem
todos foram listados.
9. CONCLUSÃO
Não obstante, a partir do único retono obtido pelo método utilizado (busca de contato
por meio de endereços disponíveis em sites oficiais, que foi do Paraná), denota-se
que já a partir desse aspecto há espaço para avanços no setor de comunicação dos
mantenedores de editais. Do contrário, a busca por editais vigentes se transforma
numa “agulha em palheiro” num mar digital.
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Outro aspecto dos editais que deve ser considerado é que, por mais regionalmente
abrangente que ele possa ser, sempre está ligado a crivos técnicos por meio da válida
e necessária análise dos pareceristas, ou seja, pela análise individual de terceiros o
que, no entanto, pode ser algo subjetivo.
Na pesquisa, identificamos que 56,3% dos grupos entrevistados não recorrem aos
recursos públicos por meio de editais. E dentre aqueles que recorrem, apenas 12,5%
o fazem de modo fixo. Ou seja, um universo muito reduzido a se considerar o tempo
de formação musical. Isso nos causa a preocupação em saber como está a evolução
do ensino a médio e longo prazos nas demais instituições musicais que tanto
colaboram com nossa educação e sociedade como um todo.
Nisto, outro aspecto importante da análise é que 30,8% dos grupos musicais
alegaram “Ausência de estrutura para a realização de propostas” (CNPJ e diretoria
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Nisto, emerge mais uma vez a questão da desinformação neste setor diante do
desconhecimento e/ou receio sobre a importância dos profissionais especializados
que atuam no setor de formulação e captação de projetos e recursos mediante editais.
Ainda é pouco difundida – e por vezes aceita – a presença destes elos o que denota
também a necessidade de evolução neste aspecto, muito embora, a maioria dos
editais incluam em seus próprios processos a previsão de recursos para o agente
captador, bem como os profissionais de serviços jurídicos e contábeis.
A esse respeito, identificamos em nosso trabalho, por meio das entrevistas e contatos
que relizamos – e até mesmo experimentamos enquanto proponentes – a
desinformação ou desinteresse de muitos contabilstas acerca do processo. Mesmo
dentro dessa classes das mais importantes e organizadas do nosso setor
econômicos, de fundamental e indispensável presença no processo de editais
públicos, os ruídos inibem muitas vezes a transformação destes projetos culturais em
realidade, com prejuízos aos próprios editais, das empresas enquanto sua
responsabilidade social e, principalmente, das crianças que seriam afetadas pelo
processo.
que receberia das empresas para que seja destinada a diversos projetos sociais, e
mais pessoas tenham acesso a saúde, educação, cultura, esportes etc.
10. REFERÊNCIAS
www.contabeis.com.br
www.editaisculturais.com.br
Links utilizados
https://www.gov.br/funarte/pt-br/areas-artisticas/musica-2/projeto-bandas-de-musica
http://periodicos.processus.com.br/index.php/acppds/article/view/261/357
https://blog.incentiv.me/2018/06/07/lei-estadual-do-rio-grande-do-sul/
https://cultura.rs.gov.br/inicial
http://www.ubc.org.br/publicacoes/noticia/4940/os-dez-melhores-editais-abertos-
para-projetos-musicais
https://prefeitura.rio/cultura/lei-municipal-de-incentivo-a-cultura-tem-1-908-projetos-
aprovados-confira-as-proximas-etapas