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NOVO DECRETO DE FOMENTO À CULTURA

23 de março de 2023
▪ O presidente Lula assina, nesta quinta-feira (23), no Theatro Municipal do
Rio de Janeiro, o novo decreto de Fomento à Cultura. O evento contará
com a presença da ministra da Cultura Margareth Menezes e convidados;
▪ Esse decreto é um marco na superação de um processo de criminalização
da cultura e dos fazedores de cultura que se acentuou no governo
passado;
▪ O novo decreto uniformiza a execução em 2023 de recursos de várias
fontes: Lei Paulo Gustavo (R$ 3,8 bi), Lei Aldir Blanc (R$ 3 bi) e Lei Rouanet
(R$ 2 bi).
▪ Além disso, vai simplificar processos para facilitar o acesso a realizadores
de pequenos eventos culturais e a fiscalização de grandes projetos;
▪ O decreto estabelece regras e procedimentos gerais para todos os
mecanismos de fomento cultural (Lei Rouanet, Lei Paulo Gustavo, Lei Aldir
Blanc, Cultura Viva), definindo seus objetivos e beneficiários;
▪ O novo decreto de Fomento à Cultura cria o instrumento de TERMO DE
EXECUÇÃO CULTURAL, estabelecendo de forma clara as obrigações da
administração pública e do agente cultural e os modelos de execução,
com simplificação dos instrumentos e segurança processual;
▪ O decreto cria novas modalidades de fomento tais como as Bolsas
Culturais e a Premiação Cultural;
▪ As Bolsas Culturais promoverão ações culturais de pesquisa, promoção,
difusão, circulação, manutenção temporária, residências, intercâmbios
culturais etc.;
▪ A Premiação Cultural visa reconhecer a contribuição relevante de agentes
e iniciativas culturais de acordo com realidades municipais, estaduais,
distritais ou nacional;
▪ O decreto incrementa a democratização de acesso aos mecanismos de
fomento cultural, permitindo que o MinC desenvolva ações que ampliem
os investimentos nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste.
▪ Essa medida procura corrigir a concentração geográfica do fomento
cultural. De acordo com estudo da Confederação Nacional dos
Municípios, a maioria dos recursos captados via incentivo fiscal da Lei
Rouanet no país, entre 1993 a 2018, ficou concentrado nas regiões Sul e
Sudeste.
▪ Também há a promoção de ações afirmativas para mulheres, pessoas
negras, povos indígenas, comunidades tradicionais, inclusive de terreiro e
quilombolas, de populações nômades e povos ciganos, de pessoas do
segmento LGBTQIAP+, de pessoas com deficiência e de outros grupos
minorizados;
▪ A Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), responsável pela
assessoria na gestão do programa, passa a contar com a participação de
membros da sociedade de todas as regiões brasileiras, incluindo
representantes dos povos indígenas, da cultura popular, de especialistas
em acessibilidades e combate a discriminações e preconceitos;
▪ Após a publicação do Decreto, o MinC editará Instrução Normativa,
estabelecendo procedimentos para apresentação, recebimento, análise,
homologação, execução, acompanhamento, prestação de contas e
avaliação de resultados dos projetos financiados.

O QUE O NOVO DECRETO VIABILIZA

● Apoio direto para produção artística e cultural;


● Estímulo à formação e pesquisa artística e cultural;
● Proteção do patrimônio cultural material e imaterial;
● Promoção, difusão e intercâmbio cultural;
● Premiação da comunidade cultural;
● Contratação de serviços ou aquisição de bens;
● Ocupação de equipamentos de cultura;
● Investimento na produção artística e cultural;

FATOS IMPORTANTES
● A Lei Rouanet, principal mecanismo de fomento cultural do país,
proporciona um retorno para a sociedade de R$ 1,60 para cada R$
1,00 investido. Até 2018, a lei trouxe um impacto econômico sobre a
economia brasileira de R$ 49,8 bilhões;
● Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad
Contínua) em 2020, mostra que mais de 4,8 milhões de brasileiros
trabalham no setor cultural;
● O Brasil ocupa o 13º lugar no ranking de países que exercem mais
influência sobre culturas estrangeiras (Fonte: Minc);
● Em 2019, o valor adicionado do setor cultural atingiu R$ 256 bilhões. O
valor representa 9,8% do total de riqueza criada no âmbito das
pesquisas econômicas anuais da indústria, do comércio e dos serviços,
realizadas pelo IBGE;
● A Cultura representa 4% do PIB do país, segundo o Atlas Econômico da
Cultura Brasileira;
● No início de 2022, a gestão anterior bloqueou R$ 1 bilhão em recursos
investidos por patrocinadores em contas especiais de projetos
beneficiados pela Lei Rouanet;
● O bloqueio inviabilizou a execução de 1.946 projetos culturais;
● Agora em 2023, nas primeiras semanas do retorno do Ministério da
Cultura, foi autorizada a liberação de R$ 62 milhões do montante para
353 projetos;
HISTÓRICO:
A Lei de Incentivo à Cultura contribui para que milhares de projetos culturais aconteçam,
todos os anos, nas cinco regiões do país. Por meio dela, empresas e pessoas físicas podem
patrocinar espetáculos – exposições, shows, livros, museus, galerias e várias outras formas
de expressão cultural – e abater o valor total ou parcial do apoio do Imposto de Renda. A Lei
também contribui para ampliar o acesso dos cidadãos à cultura, pois os projetos patrocinados
são obrigados a oferecer uma contrapartida social, ou seja, eles têm que distribuir parte dos
ingressos gratuitamente e promover ações de formação e capacitação junto às comunidades.
Criado em 1991 pela Lei 8.313, o mecanismo do incentivo à cultura é um dos pilares do
Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), que também conta com o Fundo Nacional de
Cultura (FNC) e os Fundos de Investimento Cultural e Artístico (Ficarts).

5 Mensagens-chave:
A Lei Rouanet tem sido sistematicamente alvo de fake news ao longo dos
últimos anos, prejudicando a cultura e a classe artística. Muitas dessas
informações falsas visam diminuir a importância da Lei Rouanet e tem
contribuído para que muitas pessoas, sem conhecimento sobre o real
funcionamento da lei, apenas repetissem o que foi disseminado
falsamente, com a célebre frase “artistas mamam nas testas do governo”.

A verdade é que a lei estabelece normas e regras que precisam ser


cumpridas pelos produtores de bens culturais. O acesso aos recursos se dá
apenas a partir da análise rigorosa dos projetos. E quem recebe verba por
incentivo fiscal tem que prestar contas. Se for identificado qualquer uso
indevido de recursos, a lei prevê punições severas, incluindo a prisão.
As questões trabalhistas também terão espaço no Ministério com a
criação da Diretoria de Políticas para os Trabalhadores da Cultura. Estão
previstas ações de regulamentação das diversas profissões do setor
cultural em parceria com Ministério do Trabalho e Emprego, e o Programa
de Cultura do Trabalhador, que instituiu o Vale-Cultura. Outra proposta é
um programa de bolsas para jovens entre 18 e 29 anos que estudam ou
trabalham na área da cultura.
“Somente alguém muito atrasado acha que o investimento em cultura é
gasto. A gente pode transformar a cultura numa indústria de geração de
riqueza e geração de emprego. E financiada, sim, por empresas públicas,
por empresas privadas, porque esse país não pode prescindir da cultura.
A cultura junto com a educação são duas coisas que dão riqueza a um
país.” (Presidente Lula)

“A Lei Rouanet está vindo com um decreto novo para descentralizar mais
e sensibilizar as empresas, para que esses investimentos cheguem a todo
o Brasil. O Ministério da Cultura estava fechado, todo mundo sabe. Agora,
conseguimos remontar e começar a executar leis.” (Ministra Margareth
Menezes)

“O primeiro impacto é ter uma garantia de destravamento da produção e


de funcionamento das instituições culturais. Várias instituições culturais
estavam com pendências no MinC sem poder garantir sua manutenção.

O segundo impacto é a simplificação dos processos. Uma melhor


qualificação dos projetos na entrada com apoio do Ministério da Cultura
para promover uma melhor execução em um cenário onde o produtor
cultural se preocupa muito mais com o resultado de sua produção e muito
menos com a burocracia.

Mais um avanço, esse vindo com a instrução normativa que decorre do


decreto, um sistema informatizado mais moderno, que dialogue de uma
forma mais interativa com a produção cultural. Tudo passa a ser
eletrônico, inclusive a prestação de contas.” (Márcio Tavares, secretário-
executivo do Ministério da Cultura).

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