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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB

CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA


COMPONENTE: GESTÃO E PRODUÇÃO CULTURAL – MU0023
DOCENTES: ALEXANDRE SILES VARGAS
ALUNO: HARLAN ANDRADE DOS SANTOS NERY / POLO: SALVADOR

ATIVIDADE 01 - Unidade 1 - Produção textual sobre as consequências e desafios da


aplicação da Lei Rouanet e Lei do Audiovisual para os gestores e produtores culturais

Tema: A Lei Rouanet

Introdução

A Lei Rouanet é regida pelos princípios baseados na facilitação e democratização do


acesso a fontes de cultura, a prática dos direitos culturais, na promoção, apoio e difusão das
manifestações culturais. Tal Lei contribui para que milhares de projetos culturais aconteçam,
todos os anos, em todas as regiões do país; empresas e pessoas físicas podem patrocinar
espetáculos – exposições, shows, livros, museus, galerias e várias outras formas de expressão
cultural – e abater o valor total ou parcial do apoio do Imposto de Renda.

Justificativa

A Lei Rouanet representa hoje a principal forma de incentivo e financiamento à


cultura do governo federal no Brasil. Por isso não é mais um mecanismo, mas uma das
principais expressões do projeto para a cultura da nação, que se encontra evidentemente em
campo de relações e tensões entre Estado, empresas privadas, mídia comunicação, marketing
cultural, trabalhadores culturais, produções simbólico, os processos de acumulação capitalista
etc. No meio deste campo de relações existem milhares de pequenos produtores e criadores
artístico-culturais que, diante da precariedade e escassez geral das políticas culturais,
municipal e estadual que realmente os possibilite trabalhar e realizar-se de maneira plena e
estável, são obrigados a disputar anualmente entre si as poucas possibilidades de
financiamento e incentivo às suas propostas culturais.
Desenvolvimento

A indústria cultural ocupa um papel crucial no sistema cultural contemporâneo, porém


no Brasil, os governos ao elaborarem suas políticas culturais têm deixado um pouco de lado
essa área. A influência da mídia é muito forte no surgimento desses novos conceitos. Linda
Rubim defende que “uma política de cultura perde muito de sua eficácia, de sua efetividade,
se não interagir criticamente com as indústrias culturais e com as mídias”, no caso do Brasil
onde há uma grande parte da população que não sabe ler ou então leem e não entendem não
perceber a importância da indústria cultural é um erro na hora de formar suas políticas
culturais. Na indústria audiovisual, Rubim fala da importância de propor políticas que
“ampliem o repertório e a reflexão entre os públicos excluídos”. (RUBIM, 2005)
Quando uma instituição, pública ou privada, intervêm ela está realizando sim uma
política cultural, mesmo sabendo que quando uma instituição privada faz uma intervenção, ela
faz isso por meio de Leis de Incentivo Fiscais que o Estado possui para potencializar as
produções culturais. As instituições privadas deixaram de apenas patrocinar a cultura e
passaram também a realizar projetos ligados a ela. Por um lado isso é bom, mas por outro não.
As instituições privadas só patrocinam aqueles projetos com visibilidade midiática e com
sucesso absoluto de público, o que acaba influenciando e muito os artistas, que passam a criar
projetos já pensando na sua visibilidade, senão não conseguem patrocínios. Essa atitude acaba
tornando a cultura cada vez mais dependente do mercado. Que o capital privado patrocine
projetos culturais é muito bom, mas o Estado também tem que interferir de certa forma,
patrocinando ou então elaborando planos para que todas as áreas da cultura sejam
contempladas e não só aquelas com grande exposição na mídia.
Falando de gestão cultural, Rosa Vilas Boas (2005) acredita que esta engloba a gestão
de processos, de recursos humanos, a gestão financeira, gestão de produção. Para ela a gestão
de um equipamento cultural e a gestão de projetos culturais, haja vista a proximidade de suas
características são paralelas e têm a mesma importância. Ainda destaca que a importância da
gestão empresarial na organização, planejamento, controle entre outras atividades, servem
para evitar os desvios de objetivos e o desperdício na utilização dos recursos sejam materiais
ou humanos. Tal gestor faz o elo entre os patrocinadores, meios de comunicação, público
consumidor e artistas e equipamentos, ajudando-os a estabelecer uma sustentabilidade entre
os profissionais, projetos e instituições do âmbito cultural.
Referências Bibliográficas

BRASIL. Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991 – Lei Rouanet. Restabelece princípios da


Lei nº 7.505, de 2 de julho de 1986, institui o Programa Nacional à Cultura (Pronac) e dá
outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8313compilada.htm>. Acessado em: 17 jan. 2023

BRASIL. Lei 8685, de 20 de julho de 1993. Lei do Audiovisual. Cria mecanismos de


fomento à atividade audiovisual e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8685.htm>. Acessado em: 17 jan. 2023.

BOTELHO, Isaura. Dimensões da cultura. Políticas culturais e seus desafios. São Paulo:
SESC. 2001.

COSTA, Priscila S. Análise midiática sobre a lei federal de incentivo à cultura. In: Intercom –
Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - 42º Congresso
Brasileiro de Ciências da Comunicação. Belém, 2019. Disponível
em:<https://portalintercom.org.br/anais/nacional2019/resumos/R14-0853-1.pdf >. Acessado
em 17 jan. 2023.

RUBIM, Linda. Rubim, Albino. Produção Cultural. In: Rubim, Linda (Org.). Organização
e Produção da Cultura. Salvador: Edufba, 2005.

RUBIM, Linda (org.). Organização e produção da cultura. Salvador: EDUFBA, 2005.

VILAS BOAS, Rosa. Gestão Cultural. In: Rubim, Linda (Org.). Organização e Produção da
Cultura. Salvador: Edufba, 2005.

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