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DIREITO FMU – PLANEJAMENTO EMPRESARIAL E TRIBUTÁRIO

PROF. LEANDRO TRIPODI

PEÇA

JEZEBEL FLORÊNCIA DE ALENCAR é sócia da XYZ Comercial Ltda. A quota de JEZEBEL


corresponde a 20% do capital social. O contrato social prevê a exclusão por justa causa.

Em 06/08/2018, JEZEBEL recebeu uma notificação extrajudicial dos demais sócios da XYZ. Por
meio da notificação, os demais sócios informavam que JEZEBEL estava excluída da sociedade, por
ter colocado em risco os negócios sociais.

A razão é que JEZEBEL havia enviado um áudio por aplicativo de mensagens para um dos clientes
da XYZ, pedindo desculpas e informando que a XYZ estava encerrando atividades e não poderia
mais atender aos pedidos desse cliente. O assunto não havia sido discutido com os demais sócios.
Em reunião realizada poucos dias antes da data do áudio, ficou decidido que a XYZ encerraria
atividades no prazo de 6 (seis) meses. Evidentemente, o cliente deixou de requisitar os serviços da
XYZ.

De acordo com a notificação, os sócios realizaram reunião no mês de julho de 2018, cuja pauta
previa, dentre outros assuntos, “exclusão de sócio(s)”. JEZEBEL foi comunicada da realização da
reunião em tempo hábil, mas não compareceu.

Desde a data da notificação extrajudicial, JEZEBEL não vem recebendo o pró-labore ao qual teria
direito segundo acordo firmado entre os sócios. Esse acordo foi revogado em 01/03/2019, data a
partir da qual nenhum dos sócios remanescentes teve direito a pró-labore. Entretanto, JEZEBEL já
havia sido excluída da sociedade, portanto não participou dessa deliberação.

JEZEBEL também não tem recebido mais o seu percentual na distribuição dos lucros sociais.

A sócia foi indenizada pela quota social que detinha na XYZ, em 21/09/2018. O valor da
indenização foi apurado em balanço, mas Jezebel não o aprovou (Súmula 265 do STF).

A XYZ continua em pleno funcionamento até esta data, e apresentou lucro em todos os períodos,
apurados trimestralmente. Além disso, encontra-se em situação regular perante todos os órgãos
públicos, e não possui dívidas vencidas.

Tendo em vista o ocorrido, você deverá:

1. Analisar os fatos à luz do direito aplicável e referenciá-los à sua fundamentação legal;


2. Identificar as teses jurídicas que surgem do enunciado;
3. Elaborar a peça competente para o resguardo dos direitos da cliente JEZEBEL,
endereçando-a corretamente, contendo todos os fatos, fundamentos e pedidos que o caso
requer.

OBS.: Segundo entendimento do STJ, a prescrição, na espécie, é regida pelo art. 205 do CC.

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