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Joseph Cugnot

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A locomotiva de Cugnot
Nicolas-Joseph Cugnot (Void-Vacon, 25 de setembro de 1725 — Paris, 2 de
outubro de 1804) foi um inventorfrancês que construiu o que poderá ter sido o
primeiro veículo autopropulsionado do mundo, um veículo de transporte de
carga de três rodas construído em madeira.

Cugnot nasceu em Void-Vacon, Meuse, Lorraine. Foi engenheiro militar e fez


experiências com modelos demáquinas a vapor. Estas experiências
destinavam-se ao transporte de pesados canhões para o exército francês.
Corria o ano de 1765

Cugnot parece ter sido o primeiro a conseguir converter o movimento de


um pistão num movimento rotativo.

Uma versão funcional da sua máquina a vapor circulou em 1769 e no ano


seguinte construiu uma versão melhorada. Este veículo tinha capacidade para
carregar até 4 toneladas à velocidade de 4 km por hora; tinha dois pares de
rodas atrás e um na frente que suportavam a caldeira e era dirigido por um
leme. Em 1771, o seu veículo bateu contra uma parede de tijolos, ficando
conhecido como o primeiro acidente de automóvel do mundo. Este acidente,
juntamente com problemas financeiros, puseram termo às experiências do
exército francês com veículos mecanizados. No entanto, no ano seguinte, Luís
XV atribuiu a Cugnot uma pensão de 600 francos anuais, como prémio pelo
seu trabalho inovador.

Com a Revolução Francesa, a pensão foi-lhe retirada em 1789 e o inventor


exilou-se em Bruxelas, onde viveu na pobreza. Pouco antes da sua morte,
voltou a Paris a convite de Napoleão Bonaparte, onde veio a morrer.

A máquina de Cugnot de 1770 encontra-se preservada no Conservatoire


national des arts et métiers, em Paris.
Immanuel Kant
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Immanuel Kant

Nascimento 22 de abril de 1724
Königsberg
Morte 12 de fevereiro de 1804 (79 anos)
Königsberg
Nacionalidade  Alemão
Campo(s) Filósofo do iluminismo
Conhecido(a) por Teoria do
conhecimento,epistemologia, metafísica, ética
Cônjuge(s) Criticismo; Idealismos
transcendentais; Imperativo categórico
Assinatura

Immanuel Kant ou Emanuel Kant (Königsberg, 22 de abril de 1724 —


Königsberg, 12 de fevereiro de 1804) foi um filósofo alemão, geralmente
considerado como o último grande filósofo dos princípios da era moderna,
indiscutivelmente um dos seus pensadores mais influentes.

Depois de um longo período como professor secundário de geografia, começou


em 1755 a carreira universitária ensinando Ciências Naturais. Em 1770 foi
nomeado professor catedrático da Universidade de Königsberg, cidade da qual
nunca saiu, levando uma vida monotonamente pontual e só dedicada aos
estudos filosóficos. Realizou numerosos trabalhos sobre ciência, física,
matemática, etc.

Kant operou, na epistemologia, uma síntese entre o Racionalismo continental


(de René Descartes e Gottfried Leibniz, onde impera a forma de raciocínio
dedutivo), e a tradição empírica inglesa (de David Hume, John Locke,
ou George Berkeley, que valoriza a indução).

Kant é famoso sobretudo pela elaboração do denominado idealismo


transcendental: todos nós trazemos formas e conceitos a priori(aqueles que
não vêm da experiência) para a experiência concreta do mundo, os quais
seriam de outra forma impossíveis de determinar. A filosofia da natureza e da
natureza humana de Kant é historicamente uma das mais determinantes fontes
do relativismo conceptual que dominou a vida intelectual do século XX. No
entanto, é muito provável que Kant rejeitasse o relativismo nas formas
contemporâneas, como por exemplo o Pós-modernismo.

Kant é também conhecido pela filosofia moral e pela proposta, a primeira


moderna, de uma teoria da formação do sistema solar, conhecida como
a hipótese Kant-Laplace.
Índice
 [esconder]

1 A menoridade humana


2 Vida
3 Filosofia
o 3.1 Na "Crítica da Razão Pura"
o 3.2 Juízo Estético de Kant
o 3.3 A paz perpetua
o 3.4 Filosofia de Kant em geral
o 3.5 Metafísica e epistemologia de Kant
o 3.6 Filosofia Moral
4 Kant e a Revolução Francesa
5 Marcos na vida de Kant
6 Obras
7 Referências
8 Bibliografia
9 Ver também

10 Ligações externas
[editar]A menoridade humana

O filosofo alemão Immanuel Kant define a palavra esclarecimento como a


saída do homem da sua menoridade.Segundo este pensador, o homem é
responsável pela sua saída da menoridade.Kant define a menoridade como a
incapacidade do homem de fazer uso do seu próprio entendimento.

Segundo Kant, os motivos para o homem permanecer na menoridade se


devem ao fato de ele não ousar pensar. A covardia e a preguiça são as causas
que levam os homens a permanecerem na menoridade. Um outro motivo é o
comodismo. È bastante cômodo permanecer na área de conforto.È cômodo
que exista pessoas e objetos que pensem e façam tudo por eles e que tomem
decisões por eles. È mais fácil que alguém o faça, do que fazer determinado
esforço,pois já existe outros que podem fazer por mim. Os homens quando
permanecem na menoridade, são incapazes de fazer uso das próprias
pernas,são incapazes de tomar suas próprias decisões e fazer suas próprias
escolhas.

Em seu texto O que é ilustração, Kant sintetiza seu otimismo iluminista em


relação á possibilidade de o homem se guir por sua própria razão, sem deixar
enganar pelas crenças, tradições e opiniões alheias. Nele, descreve o processo
de ilustração como sendo "a saída do homem de sua menoridade", ou seja, um
momento em que o ser humano, como uma criança que cresce e amadurece,
se torna consciente da força e inteligência para fundamentar a sua própria
maneira de agir, sem a doutrina ou tutela de outrem.

Kant afirma que é difícil para o homem sozinho livrar-se dessa menoridade,
pois ela se apossou dele como uma segunda natureza. Aquele que tentar
sozinho terá inúmeros impedimentos, pois seus tutores sempre tentarão
impedir que ele experimente tal liberdade. Para Kant, são poucos aqueles que
conseguem pelo exercício do próprio espírito libertar-se da menoridade.
[editar]Vida

Túmulo de Immanuel Kant em Kaliningrado (antigo Königsberg)


Kant nasceu, viveu e morreu em Königsberg (atual Kaliningrado), na altura
pertencente à Prússia. Foi o quarto dos nove filhos de Johann Georg Kant, um
artesão fabricante de correias (componente das carroças de então) e da mulher
Regina. Nascido numa família protestante, teve uma educação austera numa
escola pietista, que frequentou graças à intervenção de um pastor

Passou grande parte da juventude como estudante, sólido mas não


espetacular, preferindo o bilhar ao estudo. Tinha a convicção curiosa de que
uma pessoa não podia ter uma direcção firme na vida enquanto não atingisse
os 39 anos. Com essa idade, era apenas um metafísico menor numa
universidade prussiana, mas foi então que uma breve crise existencial o
assomou. Pode argumentar-se que teve influência na posterior direcção.

Kant foi um respeitado e competente professor universitário durante quase toda


a vida, mas nada do que fez antes dos 50 anos lhe garantiria qualquer
reputação histórica. Viveu uma vida extremamente regulada: o passeio que
fazia às 15:30 todas as tardes era tão pontual que as mulheres domésticas das
redondezas podiam acertar os relógios por ele.

Kant nunca deixou a Prússia e raramente saiu da cidade natal. Apesar da


reputação que ganhou, era considerado uma pessoa muito sociável: recebia
convidados para jantar com regularidade, insistindo que a companhia era boa
para a constituição física.

Por volta de 1770, com 46 anos, Kant leu a obra do filósofo escocês David
Hume. Hume é por muitos considerados um empirista ou um cético, muitos
autores o consideram um naturalista.

Kant sentiu-se profundamente inquietado. Achava o argumento


de Hume irrefutável, mas as conclusões inaceitáveis. Durante 10 anos não
publicou nada e, então, em 1781 publicou o massivo "Crítica da Razão Pura",
um dos livros mais importantes e influentes da moderna filosofia.

Neste livro, ele desenvolveu a noção de um argumento transcendental para


mostrar que, em suma, apesar de não podermos saber necessariamente
verdades sobre o mundo "como ele é em si", estamos forçados a percepcionar
e a pensar acerca do mundo de certas formas: podemos saber com certeza um
grande número de coisas sobre "o mundo como ele nos aparece". Por
exemplo, que cada evento estará causalmente conectado com outros, que
aparições no espaço e no tempo obedecem a leis da geometria, da aritmética,
da física, etc.

Inscrições ao longo da tumba de Kant, dentre elas (...)"O céu estrelado por
sobre mim e a lei moral dentro de mim" (…)
Nos cerca de vinte anos seguintes, até a morte em 1804, a produção de Kant
foi incessante. O seu edifício da filosofia crítica foi completado com a Crítica da
Razão Prática, que lidava com a moralidade de forma similar ao modo como a
primeira crítica lidava com o conhecimento; e a Crítica do Julgamento, que
lidava com os vários usos dos nossos poderes mentais, que não conferem
conhecimento factual e nem nos obrigam a agir: o julgamento estético (do Belo
e Sublime) e julgamento teleológico (Construção de Coisas Como Tendo
"Fins"). Como Kant os entendeu, o julgamento estético e teleológico conectam
os nossos julgamentos morais e empíricos um ao outro, unificando o seu
sistema.

Uma das obras, em particular, atinge hoje em dia grande destaque entre os
estudiosos da filosofia moral. A Fundamentação da Metafísica dos Costumes é
considerada por muitos filósofos a mais importante obra já escrita sobre a
moral. É nesta obra que o filósofo delimita as funções da ação moralmente
fundamentada e apresenta conceitos como o "Imperativo categórico" e a "Boa
vontade".

Os trabalhos de Kant são a sustentação e ponto de início da moderna filosofia


alemã; como diz Hegel, frutificou com força e riqueza só comparáveis à do
socratismo na história da filosofia grega. Fichte,
Hegel, Schelling, Schopenhauer, para indicar apenas os maiores, inscrevem-se
na linhagem desse pensamento que representa um etapa decisiva na história
da filosofia e está longe de ter esgotado a sua fecundidade. [1]

Kant escreveu alguns ensaios medianamente populares sobre história, política


e a aplicação da filosofia à vida. Quando morreu, estava a trabalhar numa
projetada "quarta crítica", por ter chegado à conclusão de que seu sistema
estava incompleto; este manuscrito foi então publicado como Opus Postumum.
Morrera em 12 de fevereiro de 1804 na mesma cidade que nascera e
permanecera durante toda sua vida.
[editar]Filosofia
[editar]Na "Crítica da Razão Pura"
"Heróis da Paz" Kant esculpido na Estátua equestre.
O trabalho filosófico de Kant está na afluência do racionalismo,
do empirismo inglês (David Hume) e a ciência física-matemática deIsaac
Newton. Seu caminho histórico está assinalado pelo governo de Frederico II,
a independência americana e a Revolução Francesa.

As questões de partida do Kantismo são o problema do conhecimento, e a


ciência, tal como existe. A ciência se arranja de juízos que podem
ser analíticos e sintéticos. Nos primeiros (o quadrado tem quatro lados e quatro
ângulos internos), fundados no princípio de identidade, o predicado aponta um
atributo contido no sujeito. Tais juízos independem da experiência, são
universais e necessários. Os sintéticos, a posteriori resultam da experiência e
sobrepõem ao sujeito no predicado um atributo que nele não se acha
previamente contido (o calor dilata os corpos ), sendo, por isso, privados e
incertos.

Uma indagação eminente que o levara à sintetização do pensar: Que juízos


constituem a ciência físico matemática? Caso fossem analíticos, a ciência
sempre diria o mesmo (e não é assim), e, se fossem sintéticos um hábito sem
fundamento (o calor dilata os corpos porque costuma dilatá-los). Os juízos da
ciência devem ser, ao mesmo tempo, a priori, quer dizer, universais e
necessários, e sintéticos objetivos, fundados na experiência. Trata-se pois, de
saber como são possíveis os juízos sintéticos a priori na matemática e na
física, ("Estética transcendental" e "Analítica transcendental"), e se são
possíveis na metafísica("Dialética transcendental", partes da Crítica da razão
pura).

Para os juízos sintéticos a priori são admissíveis na matemática porque essa


ciência se fundamenta no espaço e no tempo, formas a priori da sensibilidade,
intuições puras e não conceitos de coisas como objetos. O espaço é a priori,
não deriva da experiência, mas é sua condição de possibilidade. Podemos
pensar o espaço sem coisas, mas não coisa sem espaço. O espaço é o objeto
de intuição e não conceito, pois não podemos ter intuição do objeto de
um conceito (pedra, carro, cavalo, etc.), gênero ou espécie. Ora, o espaço não
é nem uma coisa nem outra, e só há um espaço (o nada, referindo ao espaço).

Na apresentação "transcendental" do espaço, Kant determina as condições


subjetivas ou transcendentais da objetividade. Se o conhecimento é relação, ou
relacionamento (do sujeito com o objeto), não, pode conhecer as coisas "em
si", mas "para nós".
A geometria pura, quando aplicada, coincide totalmente com a experiência,
porque o espaço é a forma a priori da sensibilidade externa. O tempo é,
também, a priori. Podemos concebê-lo sem acontecimentos, internos ou
externos, mas não podemos conceber os acontecimentos fora do tempo.
Objeto de intuição, não pode ser conceito. Forma vazia, intuição pura, torna
possíveis por exemplo os juízos sintéticos a priori na aritmética, cujas
operações (soma, subtração, etc.), ocorrendo sucessivamente, o pressupõem.
O tempo é, pois, a forma a priori da sensibilidade interna e externa.

Esse privilégio explica a compenetração da geometria e da aritmética. A


geometria analítica (Descartes) permite reduzir as figuras a equações e vice-
versa. O cálculo infinitesimal (Leibniz) arremata essa compenetração definindo
a lei de desenvolvimento de um ponto em qualquer direção do espaço. A
matemática é pois, um conjunto de leis a priori, que coincidem com a
experiência e a tornam cognoscível.

As condições de possibilidade do conhecimento sensível são, portanto, as


formas a priori da sensibilidade. Não existe a "coisa em si". Se existisse não se
poderia a conhecer enquanto tal, e nada se poderia dizer a seu respeito. Só é
possível conhecer coisas extensas no espaço e sucessivas no tempo,
enquanto se manifestam, ou aparecem, ou seja, "fenômenos,

Na "analítica transcendental", Kant analisa a possibilidade dos juízos sintéticos


a priori na física. Compreendemos que a natureza é regida por leis
matemáticas que ordenam com rigor o comportamento das coisas (o que
permite ciências como engenharia, etc., serem possíveis o determinismo com
certa regularidade). Não há como saber das coisas com apenas percepções
sensíveis, impressões. Há um conhecimento a priori da natureza. A função
principal dos juízos da natureza. Ora, a função principal dos juízos é pôr,
colocar a realidade e, em seguida, determiná-la. As diversas formas do juízo
deverão, portanto, conter as diversas formas da realidade.

Essa formas estão estudadas desde Aristóteles, que as classifica de acordo


com a quantidade, a qualidade, a relação e a modalidade. Na "Dedução
transcendental" das categorias, Kant volta a classificação aristotélica, dando-
lhe novo sentido. Assim, à quantidade, correspondem a unidade, a pluralidade
e a totalidade; à qualidade a essência, a negação e a limitação; a relação a
substância, a causalidade e a ação recíproca; à modalidade, a possibilidade, a
existência e a necessidade.

Tais categorias são as condições de possibilidade dos juízos sintéticos a priori


em física. As condições do conhecimento são, enfim, como se acabe de ver, as
condições prévias da objetividade. A ciência da natureza postula a existência
de objetos, sua consistência e as relações de causa e efeito. Se as categorias
universais, particulares e contingentes, devem proceder de nós mesmos, de
nosso entendimento.

Em tal descoberta consiste a "inversão copernicana", realizada por Kant. Não é


o objeto que determina o sujeito, mas o sujeito que determina o objeto. As
categorias são conceitos, todavia, puros, a priori, anteriores à experiência e
que, por isso, a tornam possível. Em suma, o objeto só se torna cognoscível na
medida em que o sujeito que determina o objeto. Em suma, o objeto só se
torna cognoscível na medida em que o sujeito cognoscente o reveste das
condições de cognoscibilidade.[2]

Na "dialética transcendental", finalmente Kant examina a possibilidade dos


juízos sintéticos a priori na metafísica. A "coisa em si" (alma, Deus, essência do
cosmos, etc.), não nos é dada em experiência alguma. Ora, como chega a
razão a formar esses objetos? Sintetizando além da experiência, fazendo a
síntese das sínteses, porque aspira ao infinito, ao incondicionado, ao absoluto.
Nas célebres, "antinomias", Kant mostra que a razão pura demonstra,
"indiferentemente", a finitude e a infinitude do universo, a liberdade e o
determinismo, a existência e a inexistência de Deus. Ultrapassando os limites
da experiência, aplica arbitrariamente as categorias e pretende conhecer o
incognoscível. A metafísica é impossível como ciência, pois não se pode
chegar mais, além disso.
[editar]Juízo Estético de Kant
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O juízo estético é abordado no livro Crítica da Faculdade do Juízo. De acordo


com Kant para se ter uma investigação crítica a respeito do belo, devemos
estar orientados pelo poder de julgar. E a indagação básica que move essa
investigação crítica a respeito do belo é: existe algum valor universal que
conceitue o belo e que reivindique que outras pessoas, a partir da minha
apreciação de uma forma bela da natureza ou da arte, confirmem essa
posição? Ou então somos obrigados a admitir que todo objeto que julgamos
como sendo belo é uma valoração subjetiva?

O poder de julgar, pertencendo a todo sujeito, é universal e congraça o


julgamento estético, especulativo e prático. Portanto a investigação crítica que
Kant se refere diz respeito às possibilidades e limitações das faculdades
subjetivas que agem sob princípios formulados e que pertencem à essência do
pensamento.

Como podemos desnudar o fenômeno que explica o nosso gosto? Se fizermos


uma experiência com vários indivíduos e o defrontarmos com um objeto de
arte, observaremos que as impressões causadas serão as mais diversas.
Então chegaremos à conclusão de que a observação atenta e valorativa
daquele objeto, somada as diferentes opiniões que foram apresentadas pelos
indivíduos, nos dá respaldo para afirmar que o gosto tem que ser discutido.
Para Kant apenas sobre gosto se discute, ao passo que, representa uma
reivindicação para tornar universal um juízo subjetivo.

A universalidade do juízo estético é detectada por envolver um exercício


persuasivo de convencimento de outro sujeito que aquela determinada forma
da natureza ou da arte é bela. E, dessa forma, torna aquele valor universal. Os
sujeitos têm em comum um princípio de avaliação moral livre que determina a
avaliação estética e, portanto, julga o belo como universal.

O juízo estético está relacionado ao prazer ou desprazer que o objeto


analisado nos imprime e, como se refere Kant, o belo "é o que agrada
universalmente, sem relação com qualquer conceito". Essa situação fica bem
evidente quando visitamos um museu. Digamos que essa experiência fosse
realizada no Museu do Louvre, em Paris, com o quadro Monalisa. Se nos
colocarmos como observador, perceberemos que os mais diversos
comentários serão tecidos a cerca dessa obra tão famosa.

Detendo-nos na análise dos comentários favoráveis notaremos que, ratificando


Kant, o belo não está arraigado em nenhum conceito. Pois, dos vários
indivíduos que vão apreciar a obra de Leonardo da Vinci, encontraremos desde
pessoas especializadas em arte até leigos, como eu ou você, que vão
empregar cada qual um conceito, de acordo com a percepção, após a
contemplação da Monalisa. Então isso comprova que não existe uma definição
exata a cerca do belo, mas sim um sentimento que é universal e necessário.
[editar]A paz perpetua
A paz perpetua, trata que o direito cosmopolítico deve circunscrever-se às
condições de uma hospitalidade universal. Dessa forma, Kant traz no terceiro
artigo definitivo de um tratado de paz perpetua, o fato de que existe um direito
cosmopolitano relacionado com os diferentes modos do conflito dos indivíduos
intervirem nas relações com outros indivíduos. A pessoa que está em seu
território, no seu domínio, pode repelir o visitante se este interfere em seu
domínio.

No entanto, caso o visitante mantenha-se pacifico, não seria possível hostiliza-


lo. Também, não se trata de um direito que obrigatoriamente o visitante poderia
exigir daquele que o tem assim, mas sim, de um direito que persiste em todos
os homens, o do direito de apresentar-se na sociedade.

O direito de cada um na superfície terrestre pode ser limitada no sentido da


superfície. Já o indivíduo deve tolerar a presença do outro, sem interferir nele,
visto que tal direito persiste a toda espécie humana. Então, o direito da posse
comunitária da superfície terrestre pertence a todos aqueles que gozam da
condição humana, existindo uma tolerância de todos a fim de que se alcance
uma convivência plena.

Veja que o ato de hostilidade está presente no ato do direito de hospitalidade.


Mesmo que o espaço seja limitado, os indivíduos devem se comportar
pacificamente com o intuito de se alcançar a paz de convívio mútuo. O
relacionamento entre as pessoas está na construção dos direitos de cada um,
sendo indispensável para a compreensão do direito cosmopolítico de modo a
garantir as condições necessárias para termos uma hospitalidade universal.

Por fim, a violação do direito cosmopolitano e o direito público da humanidade


criará condições para o favorecimento da paz perpetua, proporcionando a
esperança de uma possível aproximação do estado pacífico.
[editar]Filosofia de Kant em geral
"Só a crítica pode cortar pela raiz o materialismo,
o fatalismo, o ateísmo, a incredulidade dos
espíritos fortes, o fanatismo e a superstição, que Kant,Crítica da
se podem tornar nocivos a todos e, por último, razão pura, B
também o idealismo e o cepticismo, que são XXXIV.[3]
sobretudo perigosos para as escolas e
dificilmente se propagam no público."

Apesar de ter adaptado a ideia de uma filosofia crítica, cujo objectivo primário
era "criticar" as limitações das nossas capacidades intelectuais, Kant foi um
dos grandes construtores de sistemas, levando a cabo a ideia de crítica nos
seus estudos da metafísica, ética e estética.

Uma citação famosa - "o céu estrelado por sobre mim e a lei moral dentro de
mim" - é um resumo dos seus esforços: ele pretendia explicar, numa teoria
sistemática, aquelas duas áreas. Isaac Newton tinha desenvolvido a teoria da
física sob a qual Kant queria edificar a filosofia. Esta teoria envolvia a assunção
de forças naturais de que os homens não se apercebem, mas que são usadas
para explicar o movimento de corpos físicos.

O seu interesse na ciência também o levou a propor em 1755 que o sistema


solar fora criado a partir de uma nuvem de gás na qual os objectos se
condensaram devido à gravidade. Esta Hipótese Nebular é amplamente
reconhecida como a primeira teoria moderna da formação do sistema solar e é
precursora das actuais teorias da formação estelar.
[editar]Metafísica e epistemologia de Kant

Capa da obra Crítica da Razão Pura, 1781.


O livro mais lido e mais influente de Kant é a Crítica da Razão Pura (1781). De
acordo com o próprio autor, a obra, também conhecida como "primeira crítica",
é resultado da leitura de Hume e do seu despertar do sono dogmático, a
saber: Kant se perguntou como são possíveis juízos sintéticos a priori? Para
responder a essa pergunta, Kant escreveu esse livro portentoso, de mais de
800 páginas.

Na primeira crítica, Kant vai mostrar que tempo e espaço são formas
fundamentais de percepção (formas da sensibilidade) que existem como
ferramentas da mente, mas que só podem ser usadas na experiência.

Tente imaginar alguma coisa que existe fora do tempo e que não tem extensão
no espaço.[2] A mente humana não pode produzir tal ideia. Nada pode ser
percebido excepto através destas formas, e os limites da física são os limites
da estrutura fundamental da mente. Assim, já vemos que não podemos
conhecer fora do espaço e do tempo.
Mas além das formas da sensibilidade, Kant vai nos dizer que há também o
entendimento, que seria uma faculdade da razão. O entendimento nos fornece
as categorias com as quais podemos operar as sínteses do diverso da
experiência.

Assim, como são possíveis juízos sintéticos a priori? São possíveis porque há


uma faculdade da razão - o entendimento - que nos fornece categorias a priori -
como causa e efeito - que nos permitem emitir juízos sobre o mundo.

Contudo, diz Kant, as categorias são próprias do conhecimento da experiência.


Elas não podem ser empregadas fora do campo da experiência. Daí porque, na
filosofia crítica de Kant, não nos é possível conhecer a coisa em si, ou aquilo
que não está no campo fenomenológico da experiência.

Na perspectiva de Kant, há, por isso, o conhecimento a priori de algumas


coisas, uma vez que a mente tem que ter estas categorias, de forma a poder
compreender a massa sussurrante de experiência crua, não-interpretada que
se apresenta às nossas consciências. Em segundo lugar, ela remove o mundo
real (a que Kant chamou o mundo numenal ou númeno) da arena da percepção
humana.

Kant denominou a filosofia crítica de "idealismo transcendental". Apesar da


interpretação exacta desta frase ser contenciosa, uma maneira de a
compreender é através da comparação de Kant, no segundo prefácio à "Crítica
da Razão Pura", da filosofia crítica com a revolução
copernicana na astronomia.

Até aqui, foi assumido que todo o nosso conhecimento deve


conformar-se aos objectos. Mas todas as nossas tentativas de
estender o nosso conhecimento de objectos pelo estabelecer de
qualquer coisa a priori a seu respeito, por meios de conceitos,
acabaram, nesta suposição, por falhar. Temos pois, por tentativas,
que ver se temos ou não mais sucesso nas tarefas da metafísica, se
supusermos que os objectos devem corresponder ao nosso
conhecimento.

Tal como Copérnico revolucionou a astronomia ao mudar o ponto de vista, a


filosofia crítica de Kant pergunta quais as condições a priori para que o nosso
conhecimento do mundo se possa concretizar.

O idealismo transcendental descreve este método de procurar as condições da


possibilidade do nosso conhecimento do mundo. Mas esse idealismo
transcendental de Kant deverá ser distinguido de sistemas idealistas, como os
de Berkeley. Enquanto Kant acha que os fenómenos dependem das condições
da sensibilidade, espaço e tempo, esta tese não é equivalente à dependência-
mental no sentido do idealismo de Berkeley.

Para Berkeley, uma coisa é um objecto apenas se puder ser percepcionada.


Para Kant, a percepção não é o critério da existência dos objectos. Antes, as
condições de sensibilidade - espaço e tempo - oferecem as "condições
epistémicas", para usar a frase de Henry Allison, requeridas para que
conheçamos objectos no mundo dos fenómenos. Kant tinha querido discutir os
sistemas metafísicos mas descobriu "o escândalo da filosofia": não se pode
definir os termos correctos para um sistema metafísico até que se defina o
campo, e não se pode definir o campo até que se tenha definido o limite do
campo da física - física, no sentido de discussão do mundo perceptível.

Kant afirma, em síntese, que não somos capazes de conhecer inteiramente os


objetivos reais e que o nosso conhecimento sobre os objetos reais é apenas
fruto do que somos capazes de pensar sobre eles.
[editar]Filosofia Moral

Estátua de Immanuel Kant em Königsberg


Immanuel Kant desenvolve a filosofia moral em três obras: Fundamentação da
metafísica dos costumes (1785), Crítica da razão prática (1788) e Metafísica
dos costumes (1798).

Nesta área, Kant é provavelmente mais bem conhecido pela teoria sobre uma
obrigação moral única e geral, que explica todas as outras obrigações morais
que temos: o imperativo categórico.

Age de tal modo que a máxima da tua ação se possa tornar


princípio de uma legislação universal.
O imperativo categórico, em termos gerais, é uma obrigação incondicional, ou
uma obrigação que temos independentemente da nossa vontade ou desejos
(em contraste com o imperativo hipotético).

As nossas obrigações morais podem ser resultantes do imperativo categórico.


O imperativo categórico pode ser formulado em três formas, que ele acreditava
serem mais ou menos equivalentes (apesar de opinião contrária de muitos
comentadores):

§ A primeira formulação (a fórmula da lei universal) diz: "Age somente em


concordância com aquela máxima através da qual tu possas ao mesmo tempo
querer que ela venha a se tornar uma lei universal".

§ A segunda fórmula (a fórmula da humanidade) diz: "Age por forma a que


uses a humanidade, quer na tua pessoa como de qualquer outra, sempre ao
mesmo tempo como fim, nunca meramente como meio".

§ A terceira fórmula (a fórmula da autonomia) é uma síntese das duas prévias.


Diz que deveremos agir por forma a que possamos pensar de nós próprios
como leis universais legislativas através das nossas máximas. Podemos
pensar em nós como tais legisladores autônomos apenas se seguirmos as
nossas próprias leis.
[editar]Kant e a Revolução Francesa

Estátua de Immanuel Kant naUFMG.
Em 1784, no seu ensaio "Uma resposta à questão: o que é o Iluminismo?",
Kant visava vários grupos que tinham levado o racionalismo longe de mais: os
metafísicos que pretendiam tudo compreender acerca de Deus e da
imortalidade; os cientistas que presumiam nos seus resultados a mais profunda
e exacta descrição da natureza; os cépticos que diziam que a crença em Deus,
na liberdade, e na imortalidade, eram irracionais.

Kant mantinha-se no entanto optimista, começando por ver na Revolução


Francesa uma tentativa de instaurar o domínio da razão e da liberdade. Toda a
Europa do Iluminismo contemplava então fascinada os acontecimentos
revolucionários em França.

A Revolução francesa vai no entanto ser um marco de viragem, também na


filosofia de Kant. Observando a evolução e as realizações práticas, Kant volta a
reflectir sobre a prometida razão e liberdade.

No plano religioso, em 1792, Kant, ao escrever a obra Der Sieg des guten


Prinzips über das böse und die Gründung eines Reichs Gottes auf Erden(A
vitória do princípio bom sobre o princípio mau e a constituição de um reino de
Deus sobre a terra), afirma ainda cheio de optimismo: "A passagem gradual da
fé eclesiástica ao domínio exclusivo da pura fé religiosa constitui a
aproximação do reino de Deus".[4]

Nessa obra, o "reino de Deus" anunciado nos Evangelhos recebia como que
uma nova definição e uma nova presença: a Revolução podia apressar a
passagem da fé eclesiástica à fé racional; onde chegasse a Revolução a "fé
eclesiástica" seria superada e substituída pela "fé religiosa", ou seja, pela
"mera fé racional."

Em 1795, no livro Das Ende aller Dinge ("O fim de todas as coisas"), a


perspectiva é já completamente diferente. Kant toma agora em consideração a
possibilidade de que, a par do fim natural de todas as coisas, se verifique
também um fim contrário à natureza, perverso:

Se acontecesse um dia chegar o cristianismo a não ser mais digno de amor,


então o pensamento dominante dos homens deveria tomar a forma de rejeição
e de oposição contra ele; e o anticristo [...] inauguraria o seu regime, mesmo
que breve, (baseado presumivelmente sobre o medo e o egoísmo). Em
seguida, porém, visto que o cristianismo, embora destinado a ser a religião
universal, de facto não teria sido ajudado pelo destino a sê-lo, poderia verificar-
se, sob o aspecto moral, o fim (perverso) de todas as coisas. [5]

Face à violência inaudita da Revolução Francesa, e ao novo tipo de


autoritarismo que se firmava nas "Luzes" da razão, Kant vai também reflectir
acerca dos seus conceitos políticos.[6]
[editar]Marcos na vida de Kant

1724 - Kant nasce a 22 de abril.

1740 - Neste ano, Frederico II torna-se Rei da Prússia. Foi um rei que trouxe
sinais de tolerância à Prússia, que era uma nação célebre pela disciplina
militar. Trouxe iluministas (Voltaire, o mais famoso) para a corte e continuou a
política de encorajamento à imigração que o pai tinha seguido.

1746 - Falecimento do pai de Kant. Kant deixou de ter sustento. Teria de


encontrar trabalho como professor particular.

1748 - 1754 - Kant dá aulas a crianças em pequenas vilas das redondezas.

1755 - Publicação do Livro "História natural genérica e teoria dos céus". Kant
consegue o título de Mestre e o direito a dar aulas na Universidade Alberto.
Daria aulas como docente privado. Não pago pela Universidade mas pelos
próprios alunos. Nesse ano, Kant foi influenciado pelo desastre que foi
o Terramoto de 1755, em Lisboa/Portugal, em parte pelo resultado de tentar
entender a enormidade do sismo e as consequências, publicou três textos
distintos sobre o assunto.

1762 - Kant lê as recentes publicações de Rousseau, "Emile" (uma obra


filosófica sobre a educação do indivíduo) e o ensaio "Contrato social".

1770 - Kant torna-se professor de Lógica e Metafísica na Universidade, após


14 anos como docente (pago pelos alunos). Kant lê por volta desta altura a
obra de David Hume, que o terá despertado do seu "sono dogmático", como
ele próprio disse.

1773 - Ironicamente, Frederico II, um protestante, concede refúgio à Ordem


dos Jesuítas, banidos pelo Papa.

1774 - Auge do movimento romântico chamado "Sturm-und-


Drang". Herder publica "Também uma filosofia da História para educação da
Humanidade".

1781 - Kant publica em Maio "Crítica da Razão Pura". A reacção é pouco


encorajadora. Moses Mendelssohn e Johann Georg Hamann pronunciam-se
com indecisão.
Selo de 250 anos de nascimento de Immanuel Kant (1724-1804).
1783 - Kant escreve um artigo intitulado "O que é o Iluminismo?" para a revista
"Berlinischen Monatsschrift", como resposta a uma discussão na mesma. Um
anónimo tinha escrito que a cerimónia do casamento já não se conformava ao
espírito dos tempos do iluminismo. Um pastor perguntou na resposta, que era
então oiluminismo. Kant respondeu com o seu artigo.

1788 - Publicação de "Crítica da Razão Prática". Morte do amigo Johann Georg


Hamann.

1789 - Início da Revolução Francesa. Kant pronuncia-se inicialmente de forma


favorável à Revolução, e sobretudo à secularização resultante, após o qual o
Rei da Prússia Friedrich Wilhelm II proíbe Kant de se pronunciar sobre
quaisquer temas religiosos.

1795 - Publicação do tratado "Para a paz eterna", na qual surge a perspectiva


de um cidadão do mundo esclarecido.

1804 - Com 80 anos de idade, Kant faleceu em Königsberg, após prolongada


doença que apresentava sintomas semelhantes à Doença de Alzheimer. Já
não reconhecia sequer os seus amigos íntimos.
[editar]Obras

 Crítica da Razão Pura;


 Crítica da Razão Prática;
 Crítica do Julgamento;
 Doutrina do Direito;
 Fundamentação da Metafísica dos Costumes;
 Prolegómenos a Toda a Metafísica Futura;
 Crítica da Faculdade do Juízo;
 Dissertação sobre a forma e os princípios do mundo sensível e inteligível
(1770);
 Prolegômenos para toda metafísica futura que se apresente como
ciência (1783);
 Fundamentos da metafísica da moral (1785);
 Primeiros princípios metafísicos da ciência natural (1786);
 A Religião dentro dos limites da mera razão (1793);
 A Metafísica da Moral (1797);
 Antropologia do ponto de vista pragmático (1798).
Erasmo de Roterdão
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Erasmo de Roterdão (retrato de Hans Holbein, o Jovem.


Desiderius Erasmus Roterodamus, conhecido como Erasmo
de Roterdão (português europeu) ou Roterdã (português brasileiro) (27 de
Outubro de 1466Roterdão — 12 de Julho de 1536, Basiléia) foi um teólogo e
um humanista neerlandês.
Índice
 [esconder]

1 Biografia
2 Escritos
3 Protestantismo
4 Últimos anos
5 Legado
6 Ver também

7 Ligações externas
[editar]Biografia

Nasceu em Geert Geertsen, em Roterdão, Holanda do Sul, Países Baixos.


Acreditava que a raiz da palavra Geert tivesse origem em begeren("desejar") e
traduziu isto para o latim e para o grego. A informação sobre a sua família e
sobre a sua juventude é vagamente referida nos seus escritos. Ele era quase
seguramente filho ilegítimo. O seu pai foi um padre chamado Gerard. Pouco se
sabe sobre a sua mãe para além do nome: Margarete. Apesar de ilegítimo, os
seus pais tomaram conta dele até às suas mortes prematuras, com a peste
negra, em 1483. Nessa altura a sua educação ficou a cargo de uma série de
mosteiros, e foi uma educação exemplar, a melhor possível a um jovem do seu
tempo.

Erasmo, com efeito, cursou o seminário com os monges agostinianos e


realizou os votos monásticos aos 25 anos, aproximadamente. Contudo, diz-se
que nunca viveu como tal, sendo inclusive um grande crítico da vida monástica
e das características que julgava negativas na Igreja Católica.

Frequentou o Collège Montaigu, em Paris, e continuou os seus estudos


na Universidade de Paris, então o principal centro da escolástica, apesar da
influência crescente do Renascimentoda cultura clássica, que chegava
de Itália. Erasmo optou por uma vida de académico independente,
independente de país, independente de laços académicos, de lealdade
religiosa, e de tudo que pudesse interferir com a sua liberdade intelectual e a
sua expressão literária.

Kings's College, Universidade de Cambridge.


Os principais centros da sua actividade
foram Paris, Louvain, Inglaterra e Basiléia. No entanto, nunca pertenceu
firmemente a nenhum destes sítios. O seu tempo em Inglaterra foi frutuoso,
tendo feito amizades para a vida com os líderes ingleses, mesmo nos dias
tumultuosos do rei Henrique VIII:John Colet, Thomas More, John
Fisher, Thomas Linacre e Willian Grocyn. Na Universidade de Cambridge foi o
professor da divindade de Lady Margaret e teve a opção de passar o resto de
sua vida como professor de inglês. Ele esteve no Queens' College,
em Cambridge e é possível que tenha sido alumnus.

Foram-lhe oferecidas várias posições de honra e proveito através do mundo


académico, mas ele declinou-as todas, preferindo a incerteza, tendo no entanto
receitas suficientes da sua actividade literária independente.
Entre 1506 e 1509 esteve em Itália. Passou ali uma parte do seu tempo na
casa editorial de Aldus Manatius em Veneza. Apesar disto, teve uma
associação com académicos italianos menos activa do que se esperava.

A sua residência em Louvain expôs Erasmo a muitas críticas mesquinhas por


parte daqueles que eram hostis aos princípios do progresso literário e religioso
aos quais ele devotava a vida. Ele interpretava esta falta de simpatia como uma
perseguição e procurou refúgio em Basiléia, onde, sob abrigo de hospitalidade
suíça, pôde expressar-se livremente e onde estava rodeado de amigos. Foi lá
que ele esteve associado por muitos anos com o grande editor Froben, e
aonde uma multidão de admiradores de (quase) todos os cantos da Europa o
vieram visitar.
[editar]Escritos

A produtividade literária de Erasmo começou relativamente tarde na sua vida.


Apenas quando ele dominou o Latim é que começou a escrever sobre grandes
temas contemporâneos emLiteratura e em Religião.

A sua revolta contra as formas de vida da igreja não resultou tanto de dúvidas
quanto à verdade da doutrina tradicional, nem de alguma hostilidade para com
a organização da Igreja. Sentiu antes a necessidade de aplicar os seus
conhecimentos na purificação da doutrina e na liberalização das instituições
do cristianismo.

Como académico, tentou libertar os métodos da Escolástica da rigidez e do


formalismo das tradições medievais, mas não ficou satisfeito. Ele viu-se como o
pregador da retidão. A sua convicção em toda a vida foi que o que era
necessário para regenerar a Europa era uma aprendizagem sã, aplicada
liberalmente e sem receios pela administração de assuntos públicos da Igreja e
do Estado. Esta convicção confere unidade e consistência a uma vida que, de
outra forma, pode parecer plena de contradições. Erasmo viu-se livre e distante
de quaisquer obrigações comprometedoras; no entanto Erasmo foi, num
sentido singularmente verdadeiro, o centro do movimento literário do seu
tempo. Ele correspondeu com mais de quinhentos homens da maior
importância no mundo da política e do pensamento, e o seu conselho em
vários assuntos era procurado avidamente, se bem que nem sempre seguido.

Aquando da sua estadia em Inglaterra, Erasmo iniciou a examinação


sistemática dos manuscritos do Novo Testamento, por forma a preparar uma
nova edição e uma tradução para Latim. Esta edição foi publicada por Froben
de Basiléia em 1516 e foi a base da maioria dos estudos científicos
da Bíblia durante o período da Reforma. Erasmo também escreveu sobre o
guerreiro frísio Pier Gerlofs Donia, embora com muito mais críticas do que
elogios aos feitos dele, chamando-o de "bruto estúpido que preferia a força em
vez da sabedoria".

Ele publicou uma edição crítica do Novo Testamento Grego em 1516 - Novum


Instrumentum omne, diligenter ab Erasmo Rot. Recognitum et Emendatum. A
edição incluiu uma tradução em Latim e anotações. Baseou-se também em
manuscritos adicionais recentemente descobertos.

Na segunda edição, o termo mais familiar "Testamentum" foi usado em vez de


"Instrumentum". Esta edição foi usada pelos tradutores da versão da Bíblia do
Rei Jaime I de Inglaterra. O texto ficou conhecido mais tarde como o textus
receptus. Erasmo publicou mais três edições - 1522, 1527 e 1535. Foi a
primeira tentativa por parte de um académico competente e liberal de averiguar
aquilo que os escritores do Novo Testamento tinham efectivamente dito.
Erasmo dedicou o seu trabalho ao Papa Leão X, como patrono da
aprendizagem, e considerou o seu trabalho como o seu principal serviço à
causa do Cristianismo. Imediatamente depois, começou a publicação das suas
paráfrases do Novo Testamento, uma apresentação popular do conteúdo de
vários livros. Este, como todos os seus livros, foi publicado em Latim, mas as
suas obras eram imediatamente traduzidas noutras línguas, com o seu
encorajamento.
[editar]Protestantismo

Erasmo por Holbein, o novo


O movimento de Martinho Lutero começou no ano seguinte à publicação
do Novo Testamento, e foi um teste ao carácter de Erasmo. A discussão entre
a sociedade europeia e a Igreja Católica Romana tinha-se tornado tão aberta
que poucos se podiam furtar a um pedido de uma opinião. Erasmo, no auge da
sua fama literária, foi inevitavelmente chamado a tomar partido por um dos
lados, mas partidarismo era algo de estranho à sua natureza e hábitos.

Em toda a sua crítica às tolices clericais e aos abusos, ele tinha sempre
afirmado que não estava a atacar as instituições da Igreja em si e não era um
inimigo do clero. O mundo inteiro tinha rido com as suas sátiras, mas poucos
interferiram com as suas actividades. Ele acreditava que o seu trabalho até
então o recomendava às melhores mentes e aos poderes dominantes no
mundo religioso.

Erasmo tinha uma simpatia pelos pontos principais da crítica luterana à Igreja.
Tinha um grande respeito pessoal por Martinho Lutero e Lutero sempre falava
de Erasmo com reverência pelo seu conhecimento. Lutero esperava obter a
sua cooperação num trabalho que parecia o resultado natural do seu próprio.
Na sua troca de correpondência inicial, Lutero expressou uma intensa
admiração por tudo o que Erasmo tinha feito pela causa de um cristianismo
saudável e razoável e encorajou-o a unir-se ao movimento.

Erasmo declinou qualquer compromisso, argumentando que ao o fazer estaria


a colocar em risco a sua posição como líder de um movimento por uma
sabedoria pura, o que ele via como o objectivo de sua vida. Apenas como um
académico independente poderia ele aspirar a influenciar a reforma da religião.
A obra de Lutero foi a de providenciar uma nova base doutrinal para as
tentativas até então dispersas de iniciar uma reforma. Ao reavivar os princípios
quase esquecidos da teologia de Agostinho, Lutero tinha fornecido o
necessário impulso para o interesse pessoal na religião, o que é a essência
da Reforma Protestante. Erasmo, no entanto, temia qualquer mudança na
doutrina e acreditava que não havia espaço dentro das fórmulas existentes
para o tipo de reforma que ele apreciava tanto.

Por duas vezes durante o debate, ele entrou no campo da controvérsia


doutrinal, uma área que era estranha à sua natureza e prácticas prévias. Um
dos tópicos com que lidou foi a liberdade da vontade, um ponto crucial. No seu
"De libero arbitrio diatribe sive collatio" (1524), ele analisa com inteligência e
bom humor os exageros Luteranos sobre as óbvias limitações da liberdade
humana. Ele apresenta ambos os lados da discussão de forma imparcial. A sua
posição foi de que o Homem estava obrigado a pecar, mas que tinha o direito à
misericórdia de Deus apenas se ele a procurasse pelos meios que lhe eram
oferecidos pela própria Igreja. A "diatribe" não encorajava qualquer acção
definida; este era o seu mérito aos olhos dos Erasmianos e o seu defeito aos
olhos dos Luteranos.
Emblema da cidade de Basiléia
Quando Erasmo hesitou em apoiá-lo, isto pareceu aos olhos de Lutero, um
homem directo, um evitar de responsabilidade que era devido ou a cobardice
ou a falta de visão. No entanto, o lado Católico Romano, que pretendia
igualmente manter o apoio de um homem que se tinha declarado tantas vezes
como leal aos princípios da Igreja, viu na relutância de Erasmo em tomar
partido um sinal de suspeita da deslealdade perante o Catolicismo. A atitude de
Erasmo para com a Reforma Protestante pode no entanto ser vista como
consistente.

Os males que ele combateu foram os de forma ou foram males de um tipo


curável apenas por uma longa e lenta regeneração na moral e vida espiritual na
Europa. O programa da "Reforma de Erasmo" era de usar a aprendizagem
para remover os piores excessos. No entanto, falhou em oferecer qualquer
método tangível para aplicar os seus princípios ao sistema da Igreja existente.
Quando Erasmo foi acusado de ter "posto o ovo que Lutero chocou" ele admitiu
parcialmente a verdade da acusação mas disse que tinha esperado uma outra
espécie de pássaro completamente diferente.

À medida que a opinião pública começa a reagir às opiniões de Lutero, as


desordens sociais que Erasmo temia começaram a aparecer. A Guerra dos
Camponeses, os distúrbios do Anabaptistas na Alemanha e nos Países
Baixos, iconoclastia e radicalismo por toda a parte, parecem confirmar as suas
previsões mais obscuras. Se este era o resultado da reforma, ele preferia estar
de fora. No entanto, ele começava a ser acusado cada vez mais pela
"tragédia". Na Suíça, ele estava ainda mais exposto pela sua associação com
homens que eram suspeitos de doutrinas extremamenteracionalistas.

A questão-teste era a doutrina dos Sacramentos, e o cerne da questão a


observância da Eucaristia. Em parte para livrar-se de suspeitas, Erasmo
publicou em 1530 uma nova edição do tratado ortodoxo de Algerus contra o
herético Berengar de Tours no século XI. Ele acrescentou uma dedicatória,
afirmando acreditar na realidade do corpo de Jesus Cristo após a bênção
na Eucaristia, mas admitia que a forma em que este mistério deveria ser
expressa fosse matéria de debate. Era-lhe aceitável que a Igreja pregasse a
doutrina à maioria dos cristãos e a especulação ficasse mais segura nas mãos
dos filósofos. Aqui e acolá Erasmo aponta o princípio de que um homem pode
ter duas opiniões sobre assuntos religiosos, uma para si mesmo e seus amigos
mais íntimos e outra para o público. Aqueles que se opunham aos
Sacramentos, liderados por Oecolampadius de Basiléia, estavam, como
Erasmo diz, mencionando-o como alguém com ideias semelhantes. Ele nega
isto, mas na sua negação traiu aquilo que em conversas particulares é tido
como uma visão racional da doutrina da Eucaristia. Tal como no caso da
vontade livre, não tinha aqui a aprovação da Igreja.
[editar]Últimos anos

Erasmo por Hans Holbein, o novo


A sua obra mais conhecida, "Praise of Folly" ("Elogio da Loucura"), foi dedicada
ao seu amigo Sir Thomas More. Em 1536 ele escreveu "De puritate ecclesiae
christianae", na qual ele tentou reconciliar os diferentes partidos. Muito dos
seus escritos apelam a uma grande audiência e lidam com assuntos do
interesse humano geral; ele parece ter considerado estes como uma diversão,
uma actividade de lazer. Os seus escritos mais sérios começaram cedo com a
"Enchiridion Militis Christiani" , o "Manual (ou adaga) do cavalheiro cristão"
(1503). Nesta breve obra, Erasmo esquematiza as perspectivas da vida cristã
normal, uma tarefa que se lhe tornaria constante na sua vida. O principal mal
dos seus dias, diz ele, é o formalismo, um respeito por tradições sem
consideração pelo verdadeiro ensinamento de Cristo. O remédio é que cada
homem se pergunte a cada ponto "Qual a coisa essencial?", fazendo-o sem
receio. Formas podem esconder ou sufocar o espírito. Na sua examinação dos
perigos do formalismo, Erasmo discute a vida monástica, a veneração dos
santos, a guerra, o espírito de classe e as fraquezas da "sociedade", mas o
"Enchiridion" é mais um sermão do que uma sátira. O seu texto acompanhante,
o "Institutio Principis Christiani" (Basiléia, 1516), foi escrito como conselho ao
jovem Rei Carlos de Espanha, mais tarde Carlos V, Sacro-Imperador Romano.
Erasmo aplica os princípios gerais de honra e de sinceridade às especiais
funções do Príncipe, quem ele apresenta como um servidor do povo.

Como resultado das suas actividades reformadoras, Erasmo viu-se em conflito


com ambas as grandes posições. Os seus últimos anos de vida foram
ofuscados por controvérsias amargas com pessoas para quem ele seria
normalmente simpático. Notavelmente entre estes encontrava-se Ulrich von
Hutten, um génio brilhante mas errático, que se entregara à causa de Lutero e
tinha declarado que Erasmo, se tivesse uma faísca que fosse de honestidade,
faria o mesmo. Na sua resposta "Spongia adversus aspergines Hutteni" (1523),
Erasmo demonstra o seu pleno domínio da semântica. Ele acusa Hutten de ter
interpretado mal o seu discurso sobre a reforma e reitera a sua determinação
em não tomar partido nunca.

Placa comemorativa da estadia de Erasmo em Freiburg


Quando a cidade de Basiléia se tornou oficialmente "reformada" em 1529,
Erasmo deixou de residir ali, tendo-se mudado para a cidade imperial de
"Freiburg im Breisgau". Parece indicar que ele viu como mais fácil manter a sua
neutralidade sob o domínio Católico Romano do que em condições
protestantes. A sua actividade literária permaneceu inabalada, maioritariamente
na composição religiosa e didáctica. A obra mais importante deste último
período é a "Ecclesiastes", ou "Pregador do Evangelho" (Basiléia, 1535), na
qual ele aponta a função de pregador como o serviço mais importante do padre
cristão, uma ênfase protestante. O seu pequeno tratado de 1533, "Preparação
para a Morte", no qual ele coloca ênfase na importância de uma boa vida como
condição essencial para uma morte feliz, mostra outra tendência.

Erasmo retornou a Basiléia, a sua casa mais feliz, em 1535, após ausência de
seis anos. Lá, de novo entre o grupo de académicos protestante que eram seus
amigos de longa data, e sem ter qualquer contacto que seja conhecido com a
Igreja Católica Romana, Erasmo faleceu. Durante a sua vida, as autoridades da
Igreja Católica nunca o tinham chamado a justificar as suas opiniões. Os
ataques à sua pessoa foram de pessoas privadas, e os seus protectores
tinham sido pessoas em altas posições. Em 1535 o Papa Paulo III intentou
eleva-lo à condição de Cardeal, mas Eramus alegou a sua avançada idade e
estado de saúde para recusar. Após a sua morte, como reacção da Igreja
Católica Romana, os seus escritos viriam a ser colocados no Index dos livros
proibidos (ver Index Librorum Prohibitorum).
[editar]Legado

A popularidade extraordinária dos seus livros fica patente pelo número de


edições e traduções que surgiram desde o século XVI, e no interesse
permanente que é suscitado pela sua personalidade esquiva mas fascinante.
Dez colunas do catálogo da "British Library" estão ocupados com a mera
enumeração de suas obras e subsequentes reedições. Grandes nomes da era
clássica e dos pais da igreja foram traduzidos, editados ou comentados por
Erasmo, incluindo Santo Ambrósio de Milão, Aristóteles, Santo Agostinho, São
Basílio, São João Crisóstomo, Cícero, e Santo Jerónimo.

Erasmo faleceu em Basiléia, Suíça.

Seu principal livro foi "Elogio da Loucura"


Moctezuma II
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Civilização asteca
Sociedade asteca

Idioma • Religião • Mitologia
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História asteca

Aztlan • Militarismo asteca
Tríplice Aliança Asteca • Códices astecas
Conquista do Império Asteca • Noite Triste
Queda de Tenochtitlan
Moctezuma II • Hernán Cortés

Palácio de Moctezuma.
Moctezuma II (também chamado Motecuhzoma Xocoyotzin) (1466-1520) foi
um governante (tlatoani) asteca. Seu governo iniciou por volta de1502 e findou
em 1520.

Nota: - a grafia Montezuma, para designar este imperador, é a mais difundida.


Diversas cidades norte-americanas, e uma no Brasil, têm este nome em homenagem ao
Imperador Asteca - além de ter sido um nome adotado por muitos.
Índice
 [esconder]

1 Nome
2 Antecedentes
3 Contato com os espanhóis
4 Justa indignação
5 Após a morte de Moctezuma

6 Ligações externas
[editar]Nome

Algumas vezes é chamado apenas de Moctezuma. Montezuma é uma forma


antiga de denominação, ao passo que Moctezuma tem sido usado pela língua
espanhola. Motecuhzoma é seu nome original no idioma nahuatl, e significa
"ele, que se torna governante por sua cólera". Vem da junção demo = terceira
pessoa (indicando posse); tecuhtli, "senhor"; e zoma, "zangado" ou "de olhar
carrancudo". O uso de "segundo" é para distingui-lo de outro Moctezuma
(chamado de Moctezuma I). Outra forma de diferenciá-los é que "Moctezuma I"
era chamado Motecuhzoma Ilhuicamina (em nahuátl = "solitário que lança uma
flecha ao céu"), enquanto "Moctezuma II" era chamado Motecuhzoma
Xocoyotzin (Xocoyotzin significa "o honrado ").
[editar]Antecedentes

Moctezuma II, herdeiro de Auitzotl, era o governante da cidade de Tenochtitlán.


Sua personalidade era mais a de um literato (em nahátl,tlatimine) que a de um
guerreiro. Ele era um sacerdote e chefe da Calmecac, a escola das classes
superiores.

Em 1502, depois de assumir o poder, ele demitiu a maioria das autoridades e


substituiu-as por ex-alunos seus. Para se distanciar das pessoas comuns criou
um elaborado ritual, que intriga os estudiosos. Ele criou um templo especial,
dedicado aos deuses das cidades conquistadas, no inteior do templo de
Huitzilopochtli. Durante seu reinado, ele aumentou o poder da cidade de
Tenochtitlán para, posteriormente, dominar as cidades irmãs
de Texcoco e Tlatelolco.
[editar]Contato com os espanhóis

Diz uma lenda que surgiram oito sinais, nos dez anos anteriores à chegada dos
conquistadores espanhóis, indicando que o império asteca entraria em colapso:
1. um cometa apareceu no céu durante o dia.
2. uma coluna de fogo (possivelmente o cometa) apareceu no céu noturno.
3. o templo de Huitzilopochtli foi destruído pelo fogo.
4. um raio atingiu o templo de Tzonmolco.
5. Tenochtitlán sofreu uma inundação.
6. estranhas pessoas com várias cabeças porém um só corpo foram vistas
caminhando naquela cidade.
7. uma mulher foi vista pranteando lamúrias pelos astecas.
8. um estranho pássaro foi capturado. Quando Moctezuma fitou seus
olhos, que funcionavam como espelhos, ele viu estranhos homens
aportando à costa.

Na primavera de 1519, ele recebeu as primeiras notícias de estranhos


chegando à costa de seu império. Moctezuma enviou um embaixador com
duas roupas, uma do deus Tlaloc, e outra do deus Quetzalcoatl. Cada um
destes deuses astecas tinha seus atributos: Tlaloc tinha uma máscara que
fazia parecer que usasse óculos; já Quezalcoatl tinha uma máscara com uma
barba. O embaixador asteca, ao ver o espanhol Hernán Cortés, achou que o
conquistador tinha os atributos de Quezalcoatl, e vestiu-o como o deus. Em
seguida, informou Moctezuma a respeito. Cortés decidiu marchar até
Tenochtitlán. Moctezuma tentou evitar sua aproximação mandando mais
presentes, porém a miragem do ouro era irresistível para os espanhóis.
Moctezuma também enviou mágicos, sacerdotes, e mesmo um de seus
embaixadores, Tzihuacpopoca, que fingiu ser o imperador. Moctezuma enviou
ainda mais presentes quando Cortés se aproximou de Tenochtitlán. O contador
do reino asteca registrou:

- Eles deram aos espanhóis peças de ouro, penugens da ave quetzal e


gargantilhas de ouro. E quando lhes deram isso, suas faces eram de sorrisos,
eles (os espanhóis) estavam maravilhados(...).

A 8 de novembro de 1519, Moctezuma encontrou Hernán Cortés, a quem


acreditava ser o deus Quetzalcoatl. Quando Cortés chegou em Tenochtitlán,
Moctezuma presenteou-o com flores de seu próprio jardim, que era a mais alta
honraria que poderia oferecer. Cortés ordenou-lhe que suspendesse todos os
sacrifícios humanos: Moctezuma concordou, o sangue do templo foi lavado, e
as imagens de deuses astecas foram substituídas por ícones do cristianismo.
Moctezuma até mesmo concordou em ser batizado e declarou-se um súdito do
rei Carlos I daEspanha. Moctezuma recebeu Cortez no palácio de Axayacatl
com todos os seus homens e 3000 indígenas aliados.
[editar]Justa indignação

Montezuma II.
Relata-se que, depois de submeter-se aos espanhóis, Montezuma estudava
cuidadosamente a religião cristã, possivelmente com o fim de incluir sua figura
maior, o Cristo, no panteão de deuses que adorava.

Ao ser informado sobre a cerimônia da eucaristia explodiu indignado diante de


Cortês :

Mas quem és tu, vil criatura humana como eu, que te permites
comer a carne de deus e beber o seu sangue ?!
Pode-se compreender a indignação do imperador já que, ao contrário dos
cristãos, os astecas ofereciam o seu sangue e o seu coração aos seus
deuses, tomando Cortês como um monstro que se permitia devorar seu
deus.

Embora houvesse muita boa vontade por parte de Montezuma em aceitar


a religião que se lhe impunha, havia enorme dificuldade de compreendê-la,
pois, como homem muito religioso, desejava sinceramente convencer-se.
Em outra ocasião, conta-se, teria verbalizado a seguinte confusão :

Se os homens de sua tribo sacrificaram Cristo para o seu deus, por


que adoram a ele, vítima sacrificial, e não ao próprio deus ?
[editar]Após a morte de Moctezuma

Os sacerdotes de Montezuma previram a chegada de Cortés, em


1519, como a volta do legendário deus-rei Quetzalcóatl, vindo do
leste. Isto causou uma certa hesitação e indecisão de sua parte,
explorada por Cortés, que o fez refém e forçou-o a negociar com seu
povo. Devido à sua proposta de instituir o pagamento de tributos à
Espanha, foi deposto em 1521 e atacado pelos espanhóis. Foi ferido,
morrendo três dias depois, tendo sido sucedido por Cuitláhuac.

Cuitláhuac morreu pouco tempo depois de varíola, e foi substituído


pelo sobrinho de Moctezuma, Cuauhtémoc, um jovem de 19 anos, que
sempre se opôs aos espanhóis. Ele conclamou o povo asteca a
resistir de qualquer maneira, mas no ano seguinte, em 1522, o Império
Asteca já sucumbira totalmente ao controle espanhol. Durante o
período da conquista, a filha de Moctezuma, Techichpotzin, se tornou
a herdeira da riqueza do rei, recebendo o nome cristão de "Isabel".
Posteriormente se casou com vários espanhóis.
[editar]Ligações externas

Jaime I de Aragão
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Jaime I

Rei de Aragão

Retrato de Jaime I, cópia do século XVI


de um retábulo medieval

Reinado 12 de Setembro de 1213
27 de Julho de 1276

Títulos Conde de
Barcelona, Girona, Osona,Besalú, Rossilhão e Cerdanha
Príncipe da Catalunha
Senhor de Montpellier
Rei de Maiorca
Rei de Valência

Nascimento 2 de Fevereiro de 1208

Montpellier, França

Morte 27 de Julho de 1276

Valência, Espanha

Antecessor Pedro II de Aragão

Sucessor Pedro III de Aragão

Consorte Leonor de Castela


Iolanda da Hungria

Filhos Afonso de Aragão


Violante de Aragão
Pedro III de Aragão
Constança de Aragão
Jaime II de Maiorca
Fernando
Isabel de Aragão
Maria
Sancho
Sancha
Jaime, senhor de Jérica
Pedro, senhor de Ayerbe
Fernando Sanches
Pedro Fernandes
Jaime Sarroca

Dinastia Barcelona

Pai Pedro II de Aragão

Mãe Maria de Montpellier

Jaime I de Aragão (Montpellier, 2 de Fevereiro de 1208 - Valência, 27 de


Julho de 1276), cognominado o Conquistador, foi rei
deAragão, conde de Barcelona, príncipe da Catalunha e senhor de Montpellier
desde 1213, rei de Maiorca desde 1276, rei de Valênciadesde 1239 até à sua
morte, e ainda senhor de outros feudos na Occitânia.

Índice
 [esconder]

1 Subida ao trono
2 Conquista das Baleares
3 Conquista de Valência
4 Pirinéus e Múrcia
5 Últimos anos
6 Legado
7 Casamentos e descendência

8 Ligações externas
[editar]Subida ao trono

Jaime era filho de Pedro II de Aragão, o Católico e Maria de Montpellier (1180-


1213), filha de Guilherme VIII de Montpellier, senhor deMontpellier, e de
Eudóxia Komenos, princesa de constantinopla. A relação dos seus pais fôra
sempre atribulada, tendo o Católicotentado, e fracassado, dissolver o
matrimónio para se casar novamente. Os problemas do casamento geraram a
seguinte lenda, negada pelo próprio Jaime na sua biografia Livro dos
Feitos (Llibre dels Fets em catalão), a primeira das quatro
grandes crónicas reais catalãs:
Pedro II tinha várias amantes e, como não consumava o matrimónio com
Maria, não havia um herdeiro para o trono. Para solucionar este problema,
a nobreza e o clero de Aragão urdiram um plano que consistia em oferecer
uma nova amante ao rei, que era nem mais nem menos que a sua própria
esposa. Levaram-na uma noite aos aposentos do monarca para passar a noite,
ocultada pela obscuridade. Pedro descobriu o engano pela manhã e saíu
furioso do palácio para nunca mais voltar, mas como resultado dessa noite
nasceu o herdeiro. Maria de Montpellier tinha também acendido doze velas
com os nomes dos apóstolos, com a promessa de que a que se apagasse por
último daria o nome a seu filho. Essa acabou por ser a de São Tiago, também
chamado Jaime.
Castelo de Monzón, onde Jaime I foi educado na sua infância.
Quando o seu pai Pedro II de Aragão morreu na batalha de Muret em 1213,
Jaime ficou em poder de Simão de Monforte, o líder da cruzada albigense e
general inimigo das forças aragonesas. Só depois de um ano de reclamações,
e por mandato do papa Inocêncio III, o jovem príncipe foi devolvido aos seus
súbditos. Durante a sua minoridade, esteve sob a tutela
dos Templários no castelo de Monzón, e o regente de Aragão foi o conde
Sancho Raimundes, filho de Raimundo Berengário IV de Barcelona e tio-avô de
Jaime.

Aos seis anos foi jurado rei nas Cortes de Lérida de 1214. Em Setembro


de 1218 foram celebradas pela primeira vez em Lérida as Cortes gerais de
aragoneses e catalães, nas quais foi declarada a sua maioridade. Com a morte
da sua mãe em 1219, herdou o Senhorio de Montpellier. Em 1241,
por testamento do seu primo Nuno Sanches, herdaria
os condados de Rossilhão e Cerdanha e
o viscondado de Fenouillèdes na França.

Durante os quinze primeiros anos do seu reinado, Jaime esteve envolvido em


diversos conflitos contra a nobreza aragonesa, que chegou inclusivamente a
aprisioná-lo em 1224. Em 1227 enfrentou uma nova rebelião nobiliárquica,
encabeçada pelo infante Fernando, seu tio. Esta terminou graças à
intervenção papal, através do arcebispo de Tortosa, com a assinatura da
concórdia de Alcalá em Março de 1227. Este tratado marcou o triunfo
da monarquia sobre os nobres revoltosos, dando-lhe a estabilidade necessária
para iniciar as campanhas contra os muçulmanos e o próprio apaziguamento
das reclamações da nobreza.
[editar]Conquista das Baleares

Perante os ataques dos piratas de Maiorca, os mercadores


de Barcelona, Tarragona e Tortosa pediram ajuda ao monarca para acabar
com a ameaça. Assim, em uma reunião em Barcelona, em Dezembro de 1228,
estes ofereceram os seus navios, enquanto que os
nobres catalães concordaram participar na conquista em troca do saque e de
domínios territoriais.

Em outra reunião em Lérida, os nobres aragoneses aceitaram as mesmas


condições, mas pretendiam que a empresa se dirigisse contra
os mouros de Valência, pelo que a sua participação nesta conquista acabou
por não ser significativa. Assim, os catalães seriam posteriormente a maioria
dos repovoadores da ilha.

Mapa das Ilhas Baleares.
Em 1229, a esquadra catalã partiu de Salou, Tarragona, para enfrentar Abú
Yahya, o governador almóada semi-independente da ilha. O exército
desembarcou em Santa Ponsa e travou a batalha de Portopi a13 de Setembro.
Os muçulmanos refugiaram-se atrás das muralhas dePalma de Maiorca e
mostraram a sua crueldade ao crucificar vários soldados aragoneses à vista
das tropas de Jaime.

Mas em Dezembro a cidade foi conquistada e a sua população foi passada


à espada. A quantidade de cadáveres foi tal que surgiu uma epidemia que
dizimou o exército vencedor. Os nobres tentaram então fugir com o espólio, o
que provocou uma revolta que debilitaria ainda mais o poder militar de Jaime I.
O resto da ilha seria tomada em poucos meses, com a excepção de um
pequeno núcleo de resistência que conseguiu manter-se na serra de
Tramontana até 1232. Os sobreviventes fugiram para África ou
foram escravizados, enquanto que a ilha foi repovoada pelos catalães.

Maiorca constitui-se como um reino, sob a Coroa de Aragão, com o nome


de regnum Maioricarum et insulae adyacentes(reino de Maiorca e ilhas
adjacentes), que obteve uma carta de franquícia em 1230. A instituição
em 1249 da capital comomunicípio contribuiria para a institucionalização do
reino.

Mapa actual da região que corresponde aproximadamente aos domínios


da Coroa de Aragão antes da conquista deValência.
O monarca aragonês viu-se incapacitado para conquistar Minorca devido às
disputas internas do seu exército catalão pelo espólio, e pela redução das suas
forças devido a algumas más decisões. Ainda assim, consiguiu obter
a vassalagem da ilha, assinada no tratado de Capdepera de 1231, pelo qual os
mouros aceitaram a sua soberania. Esta vassalagem seria transferida para o
reino de Maiorca como parte do testamento de Jaime I. Afonso III de
Aragão conquistaria depois esta ilha de forma efectiva, depois da capitulação
de Abu Umar em 1287. Posteriormente seria repovoada por catalães, mesmo
mantendo-se uma abundante população muçulmana que acabaria por ser
desterrada.

Por último, cedeu a submissão de Ibiza e Formentera à alta aristocracia catalã


(Guillermo de Montgrí, arcebispo de Tarragona, e o seu irmão Bernardo de
Santa Eugenia), que a tornou efectiva em 1235. A ilha foi repovoada no ano
seguinte com camponeses da região das Ampurias, actualmente parte
da província de Girona.
[editar]Conquista de Valência

Ver artigo principal: Conquista do Reino de Valência


A conquista de Valência diferenciou-se da de Maiorca por ter sido
efectuada com um importante contigente de aragoneses. Em1231, Jaime I
reuniu-se com o nobre Blasco de Alagón e o mestre da Ordem Militar do
Hospital em Alcañiz para traçar um plano de conquista das terras
valencianas.

Apesar da recomendação do nobre de atacar as povoações em terreno


plano e evitar as fortificadas, as primeiras a serem tomadas foram
nos enclaves montanhosos: Morella, com Blasco de Alagón aproveitando a
debilidade do seu governo mouro; e Ares, nos arredores da anterior,
tomada por Jaime I para obrigar Blasco a lhe entregar Morella.

A reconquista do que posteriormente seria o reino de Valência começou


em 1232, com a tomada de Morella. No ano seguinte, em Alcañiz, foi
planeada a campanha, que consistiria de três etapas:

1. Conquista de Burriana em 1233 e de Peñíscola.


2. Depois seguindo direcção a sul, até ao rio
Júcar. Puig foi tomada em Agosto de 1237. Depois do fracasso da
esquadra enviada pelo rei de Tunis em auxílio de Valência, as
capitulações foram assinadas a 28 de Setembro, com o rei a entrar
na cidade a 9 de Outubro.
3. De 1243 a 1245 chegou-se aos limites estipulados no tratado de
Almizra em 1244, entre Jaime I e o infante Afonso de Castela, para
delimitar as áreas de expansão sobre o território muçulmano
entre Castela e a Coroa de Aragão.

As terras a sul da linha Biar-Villajoyosa ficaram reservadas para Castela


(incluindo o reino de Múrcia), sendo incorporadas no reino de Valência
por Jaime II de Aragão depois dasSentencias arbitrales de
Torrellas em 1304 e do tratado de Elche em 1305. Nesta última etapa e
nos anos seguintes, Jaime I teve que fazer frente a diversas revoltas da
população mudéjar, encabeçadas por Al-Azraq.
Em 1239, o Conquistador obteve um grande triunfo sobre a nobreza
aragonesa ao converter as terras conquistadas de Valência em um
reino diferenciado, unido à Coroa de Aragão. Respeitou os seus usos
e costumes e estabeleceu tribunais locais (els Furs, "os Foros"), já
que esta cidade considerava os territórios vizinhos como um
prolongamento dos seus senhorios. Isto provocou uma reacção irada
dos nobres, que viram-se assim impossibilitados de prolongar os seus
domínios para as terras valencianas.
[editar]Pirinéus e Múrcia

Através do tratado de Corbeil em 1258, Jaime renunciou às


pretensões dos antigos condes de Barcelona sobre a Occitânia. Em
contrapartida, São Luís de França renunciou aos seus direitos, como
descendente de Carlos Magno, sobre os condados catalães, herdeiros
da Marca Hispânica.

Castela havia submetido o reino de Múrcia à vasalagem em 1243,


mas estes rebelaram-se com o apoio do reino de Granada e dos
governantes do Norte de África em 1264. Então, a rainha Violante de
Aragão, esposa de Afonso X de Leão e Castela, pediu ajuda ao seu
pai Jaime I. Tropas comandadas pelo infante Pedro de
Aragão conquistaram Múrcia ao mouroMuhammad ibn Hud Biha al-
Dawla em 1265-66, deixando mais de 10.000 aragoneses na região
apesar de, segundo o tratado de Almizra, Múrcia ter sido atribuída a
Castela.
[editar]Últimos anos

Mapa político da Península Ibérica em 1360. As fronteirasibéricas


da Coroa de Aragão (a verde) são sensivelmente as definidas no
reinado de Jaime o Conquistador, com Múrciadevolvida a Castela.
Em Setembro de 1269, Jaime zarpou de Barcelona com a sua armada
para uma expedição à Terra Santa, mas depois de os seus navios
serem dispersados por tempestades, teve que desembarcar
em Aigues-Mortes, nos arredores de Montpellier, e renunciar a essa
empresa.
Morreria em Valência a 27 de Julho de 1276, depois de um reinado de
sessenta e três anos. Legou Aragão, os condados
catalãese Valência ao seu filho Pedro, e o reino de Maiorca, os
condados de Rossilhão e Cerdanha, e a parte da Occitânia na sua
posse ao seu filho Jaime.

Tradicionalmente considerou-se que foi devido ao desejo da sua


esposa Iolanda da Hungria conseguir boas heranças para os seus
filhos que Jaime I repartiu os seus domínios. No entanto, parece fazer
mais sentido que o rei teria uma concepção patrimonial dos seus
reinos.

Assim, segundo a primeira partilha no testamento de 1241, o


primogénito Afonso herdaria Aragão e a Catalunha, e Pedro, filho de
Iolanda, receberia Valência, as ilhas Baleares, Rossilhão, Cerdanha e
as possessões occitanas. O testamento iria mudar ao longo do
reinado, com o nascimento e morte dos seus benificiários até que,
em 1262, dois anos após a morte de Afonso, seria fixada a configuração
definitiva da herança.

Testamentos de Jaime I

Aragão Catalunha Valência Maiorca Rossilhão eCerdanha Montpellie

1223 Afonso

1241 Afonso Pedro

1244 Afonso Pedro Jaime

1248 Afonso Pedro Jaime Pedro Fernando

1253 Afonso Pedro Afonso Jaime Pedro Jaime

1262 Pedro Jaime

[editar]Legado

O reinado de Jaime I marcou o nascimento de uma consciência


territorial nos distintos reinos da Coroa de Aragão, especialmente
em Aragão, Valência e na Catalunha. Dois principais factores
contribuíram para isto: a normalização do Direito e a transformação
das Cortes em um órgão reivindicativo e representativo da vontade do
reino, actuando como catalizadores da criação de uma consciência
diferenciadora de cada território.

Os Tribunais de Aragão foram promulgados nas cortes de Huesca em


1247, substituindo os diferentes códigos locais do reino. Os Usatges
de Barcelona ("Usos de Barcelona"), graças à protecção real,
estenderam-se por todos os condados catalães nos meados do século
XIII. A situação em Valência foi diferente, devido à oposição da
nobreza aragonesa à consolidação deste reino. Os tribunais
valencianos (Foris et consuetudines Valentiae), outorgados por Jaime
I em 1240 só triunfariam definitivamente em 1329. Em 1244, Jaime I
estabeleceu o rio Cinca como a divisória entre Aragão e a Catalunha.
Desde então, as Cortes de cada reino reuniram-se separadamente.

Jaime I de Aragão, o Conquistador.


Este reinado marcou também o deslocamento do centro de gravidade
da monarquia para a costa mediterrânica. Assim, a corte e a
chanceleria — base do actual Arquivo da Coroa de Aragão —
estabeleceram-se em Barcelona.

Como elementos positivos do seu reinado podem assinalar-se:

 A conquista e criação dos reinos de Maiorca e Valência.


 O matrimónio do herdeiro da Coroa, Pedro, com Constança II da
Sicília, que daria um impulso definitivo à expansão mediterrânica
da Coroa de Aragão, uma vez que a reconquista em território
peninsular tinha concluído.
 O impulso dado ao comércio e à política norte-africana, incluindo a
redacção do Llibre del Consolat de Mar, primeiro código de
costumes marítimos.
 A protecção dada aos judeus.
 As reformas monetárias, com a introdução
do grueso de Montpellier e a criação de moedas próprias nos
reinos de Valência e Maiorca.
 A intervenção na normalização jurídica,
apoiando legisladores como Raimundo de Penaforte e Vidal de
Canellas, e impulsando o Direito romano.
 O impulso dado às principais instituições do reino, como as cortes
e os municípios
 O progresso das letras catalãs, com o rei como protagonista
do Llibre dels Feits, primeira grande crónica catalã medieval,
escrita em catalão doséculo XIV provavelmente ditada pelo rei, em
estilo autobiográfico.

Llibre dels Fets de Jaime I, iluminura do chamado Jantar de


Tarragona, onde se decidiu a conquista de Maiorca.
Esta obra trata principalmente da conquista
de Valência, Játiva e Múrcia, algumas cortes convocadas e o apoio
que prestou à sua filha Violante para defender Castela do
rei mourode Granada:

Pede a colaboração das gentes da Catalunha e de Aragão, primeiro


para defender os interesses da sua filha D. Violante e os seus netos, e
ao mesmo tempo para "salvar Espanha", porque se o rei mouro de
Granada vencer o rei de Castela, a terra de Espanha de Aragão e
Catalunha também podem correr perigo.

Recruta tropas dos poderosos da Coroa de Aragão


em Almenar e Tamarite e dirige-se a Huesca para chegar ao sul
por Saragoçae Teruel. Narra com agilidade a defesa de Villena e a
conquista de Múrcia, onde prevalece o respeito para com
os sarracenos, mantendo as mesquitas os seus costumes, ao mesmo
tempo que se refere à aljamia (transcrição de textos em línguas
românicaspara caracteres árabes em Al-Andalus) presente na cidade.

Estátua de Jaime I emBarcelona.


Como elementos negativos, é de notar que frequentemente o juízo
histórico sobre Jaime I depende do reino a que pertence historiador.
Para os aragoneses, as conclusões podem ser negativas, referindo o
carácter patrimonial que deu aos seus reinos, sem se coibir de repartir
os domínios entre os seus filhos. Também é criticada a fixação da
fronteira catalano-aragonesa no rio Cinca, o que supôs a adjudicação
final de Lérida à Catalunha e a separação definitiva de Aragão e
Catalunha em duas entidades com direito e Cortes diferentes, depois
de um século de união.

A expansão territorial também pode ter vozes críticas, uma vez que
com a conquista e criação dos reinos de Maiorca e Valência, a Coroa
converteu-se definitivamente em uma entidade de carácter confederal,
com a monarquia como única instituição comum, e sem nenhuma
aspiração em comum entre os diversos reinos.

Por outro lado, em Maiorca e Valência tende a ser avaliado de forma


completamente oposta: Jaime I será um grande rei, o pai fundador dos
reinos, o criador das suas identidades até aos dias de hoje, como o
território, a língua, os tribunais, a moeda e as instituições.
[editar]Casamentos e descendência

Em Fevereiro de 1221 Jaime contraíu matrimónio com a


infanta Leonor de Castela (1202-1244), filha de Afonso VIII de
Castela e Leonor Plantageneta. Deste casamento, anulado
em 1235 por consanguinidade, nasceu:

 Afonso, príncipe herdeiro de Aragão (1229-1260), casado com


Constança de Moncada

A 8 de Setembro de 1235 casou-se em segundas núpcias


com Iolanda da Hungria (1215-1251), filha de André II da Hungria e de
Iolanda de Courtenay, princesa de Constantinopla. Antes de enviuvar
em 1251, nasceram:

 Violante de Aragão (1236-1301), casada com Afonso X de Leão e


Castela
 Pedro III de Aragão e Sicília (1239-1285), seu sucessor no trono
da Coroa de Aragão
 Constança, infanta de Aragão (1238-1269), casada com Manuel,
infante de Castela, senhor de Escalona e Peñafiel, irmão
de Afonso, o Sábio
 Jaime II de Maiorca (1243-1311), herdeiro do reino de Maiorca,
que compreendia as ilhas Baleares, os condados
de Rossilhão e Cerdanha, e parte da Occitânia na posse de Jaime
I. Casou-se com Escalamonde de Foix.
 Fernando (1245-1250)
 Isabel de Aragão, casada com Filipe III de França, filho de São
Luís
 Maria (1248-1267), religiosa
 Sancho (1250-
1279), arcediácono em Belchite, abade em Valladolid e arcebispo 
de Toledo, faleceu prisioneiro dos mouros de Granada
 Sancha, monja, morreu em Jerusalém

O conquistador teve também várias amantes, durante e ainda mais


depois do seu casamento com Iolanda, tendo nascido vários
filhos bastardos dessas ligações, e que foram a origem de algumas
das mais importantes casas nobiliárquicas de Aragão e Valência. Da
sua ligação com Berengária Afonso, filha do infante Afonso de Molina,
não teve descendência. De Teresa Gil de Vidaure teve:

 Jaime (c.1255–1285), senhor de Jérica


 Pedro (1259–1318), senhor de Ayerbe

Da suas relações amorosas com Blanca d'Antillón nasceu:

 Fernando Sanches (1240–1275), barão de Castro

Com Berengária Fernandes teve:

 Pedro Fernandes, senhor da baronia de Híjar

De Elvira Sarroca:

 Jaime Sarroca (n. 1248), bispo de Huesca

Arnaldo I de Bigorre
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Armas dos Condes de Bigorre


Arnaldo I de Bigorre (950 -?) foi conde de Bigorre e conde de Astarac.
[editar]Relações familiares

Foi filho de Raimundo I Dato de Bigorre (929 - 956) conde de Bigorre e de


Faquilena de Astarac (? - 960) filha de Arnaldo de Astarac. casou com uma
senhora cujo nome a história não registas de quem teve:

1. Garcia Arnaldo de Bigorre (972 - 1025) casado com Ricarda, filha


de Guilherme de Astarac, conde de Astarac.

Marco António
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nota: Para outros significados de Marco António, ver Marco António
(desambiguação).

Marco Antônio.
Marco António (português europeu) ou Marco Antônio (português
brasileiro)
 (em latim: Marcus Antonius, M·ANTONIVS·M·F·M·N[1]; 83 a.C. - 30
a.C.), filho deMarco António Crético e Júlia Antónia, foi um dos mais
célebres militares e políticos romanos.
Índice
 [esconder]

1 Biografia
o 1.1 Juventude
o 1.2 Campanha da Judeia
o 1.3 Campanha do Egito
o 1.4 Guerra gaulesa
o 1.5 Fim do Primeiro Triunvirato
o 1.6 Da guerra civil à batalha de Áccio
2 Notas

3 Bibliografia
[editar]Biografia

Marco Antônio nasceu em Roma, oriundo de uma família de plebeus ricos


(gens Antonia). Seu pai, Marco Antônio Crético (Marcus Antonius
Creticus), era filho do orador Marco Antonio (Marcus Antonius Orator),
assassinado pelos partidários de Caio Mário, em 87 a.C. Por parte de sua
mãe, Julia Cesaris (conhecida como Júlia Antônia), era sobrinho de Júlio
César.

Tendo enviuvado ainda jovem, sua mãe - que tinha três filhos: Marco,
Lúcio e Caio - voltou a casar-se, dessa vez com Públio Cornélio Léntulo
Sura, um político que viria a ser acusado de envolvimento na Conjuração
de Catilina, e que por isso foi executado por ordem de Cícero (razão da
inimizade que se estabeleceu entre Marco Antônio e o célebre orador).
[editar]Juventude
A juventude de Marco Antônio se caracterizou, segundo Plutarco, pela falta
de uma adequada orientação paterna. Ele e seus irmãos juntaram-se a um
jovem e excêntrico político chamado Clódio (que militava entre
os Populares), passando os dias nas tavernas, visitando bordéis, vadiando
nas saunas e nos antros de jogatina, envolvendo-se em escândalos
amorosos e, sobretudo, bebendo [2]. Em conseqüência, antes de completar
vinte anos, já estava endividado, devendo cerca de 250 talentos (6 milhões
de sestércios). Em 58 a.C., ele partiu para a Grécia, em parte para escapar
de seus credores [3].

Em Atenas, Marco Antônio freqüentou as aulas dos mais afamados


professores de Retórica, especializando-se no elegante e floreado "estilo
asiático". Além disso, participava de exercícios militares das tropas
romanas estacionadas na região. Foi então que, em 57 a.C.,
o procônsul, Aulo Gabínio, a caminho da Síria, impressionado com sua
habilidade equestre, convidou-o a participar de uma campanha na Judeia,
como comandante de sua cavalaria.
[editar]Campanha da Judeia
Em 63 a.C., Pompeu interviera na Judeia, ajudando Hircano II a ocupar o
trono, em detrimento de seu irmão, Aristóbolo II. Mas em 59 a.C.,
Alexandre, filho de Aristóbulo, derrotou Hircano, proclamando-se rei
e sumo sacerdote judeu. A missão de Galbino era derrubar Alexandre.

Em seu primeiro combate real, Marco Antônio demonstrou a coragem de


um veterano, sendo um dos primeiros a transpor as muralhas
de Alexandrina, onde Alexandre concentrara suas forças. A cidade foi
tomada e o jovem Antônio foi alvo de muitos elogios dos militares.

A luta recomeçou quando Aristóbulo (que fora levado para Roma, por
Pompeu) voltou à Judeia e reagrupou o exército de seu filho. Colocado por
Galbino no comando de algumas legiões, Marco Antônio voltou a dar
mostras de bravura e liderança, contribuindo para sufocar, definitivamente,
a rebelião judaica.
[editar]Campanha do Egito

Ptolomeu XII
(Museu do Louvre).
Dos três grandes Estados sucessores do império de Alexandre, o Egito era
o único que, à essa época, mantinha-se independente diante
do imperialismoromano. Ao assumir o trono, em 80 a.C., o rei Ptolomeu
XII entendeu que a melhor maneira de preservar essa independência seria
cultivar as boas graças de Roma. Com esse propósito, ele viajou, no ano
seguinte, para a Itália, objetivando conseguir que o Senado reconhecesse
o reino do Egito como "aliado e amigo do povo romano". Bajulando os
senadores influentes, distribuindo presentes e propinas aos figurões da
política romana, o rei afinal alcançou seu objetivo [4].

Todavia, Ptolomeu não foi bem recebido, em sua volta ao Egito, onde já se
espalhara a notícia de sua subserviência diante dos romanos. E quando a
ilha de Chipre - última possessão marítima egípcia - caiu em poder de
Roma, sem que ele esboçasse nenhum protesto [5], a população
de Alexandria se revoltou e expulsou o rei, colocando no trono sua
filha, Berenice.

Após tentar, sem êxito, que o Senado romano aprovasse o envio de tropas
para restaurá-lo no trono [6], Ptolomeu apelou a Galbínio, que aceitou
ajudá-lo, em troca de grande quantidade de ouro [7]. No outono de 56 a.C.,
a campanha começou. Após dificílima travessia do vasto deserto do Sinai,
as forças romanas chegaram à fronteira do Egito, deparando-se com a
fortaleza de Pelúsio. O ataque à fortaleza foi comandado por Marco
Antônio, que tomou a cidade num assalto fulminante. [8]

Após derrotar as forças egípcias que encontrou pelo caminho, o exército


romano entrou em Alexandria. Recolocado no trono, Ptolomeu vingou-se
de seus adversários, mandando executar, inclusive, sua própria filha,
Berenice [9].

Foi durante o tempo de sua permanência em Alexandria, que Antônio


conheceu a irmã de Berenice, Cleópatra, então com 14 anos. Em seguida,
após breve estada em Roma, ele partiu para a Gália, onde o esperava um
posto no exército de Júlio César.
[editar]Guerra gaulesa
Não há informações sobre os primeiros anos de serviço de Marco Antônio
no exército de César, na Gália, até porque o que se sabe sobre aquela
guerra provem do livro "De Bello Gallico", escrito pelo próprio César que,
se pouco crédito dá aos oficiais veteranos daquela campanha, menos
ainda se ocupa dos que, como Antônio, eram novatos. Sabe-se que,
em 54 a.C., ocorreu a segunda expedição à Britanha, da qual participaram
cinco legiões e uma cavalaria de 2.000 homens. Possivelmente, Marco
Antônio há de ter participado da expedição, como oficial de cavalaria.
Vercingetorix depõe suas armas aos pés de César (Lionel-Noël Royer)
Confirmada mesmo foi sua importante participação no cerco de Alésia, o
último capítulo da conquista romana da Gália. Durante quatro dias, o
exército de César lutou em duas frentes, com Marco Antônio comandando
várias legiões. No segundo ataque gaulês, realizado durante a noite, os
homens de Antônio quase cederam, sendo salvos pela chegada de
reforços. No dia seguinte, o chefe gaulês, Vercingetorix, à frente de 60.000
guerreiros, lançou seu derradeiro e desesperado ataque. Durante a luta,
César e Antônio podiam ser vistos cavalgando de um lado para o outro das
linhas romanas, incentivando os legionários e providenciando reforços [10].
Quando a batalha terminou, Vercingetorix deixou Alésia, montado em seu
cavalo branco, e depôs suas armas aos pés de César, enquanto Marco
Antônio recebia todas as honras militares por sua destacada conduta na
luta.

À essa altura, ele ascendera à invejável condição de principal general de


César, tanto que lhe coube assumir o comando do corpo principal do
exército, enquanto César rematava sua conquista, eliminando os últimos
focos de resistência gaulesa.

Assim, no final de 51 a.C., Marco Antônio tornara-se famoso, rico (graças
aos despojos da guerra gaulesa) e homem de confiança de César. Estava
pronto para enveredar pelas estradas da política, rumo ao poder.
[editar]Fim do Primeiro Triunvirato
Em 53 a.C., decidido a fazer de Antônio seu principal representante
político [11], César mandara-o a Roma, com recursos e recomendações
suficientes para concorrer ao cargo deQuestor, nas eleições daquele ano.
As mortes de Júlia (filha de César e esposa de Pompeu) e do
triúnviro Crasso (que empreendera uma fatídica campanha contra
os Partos), haviam fragilizado o triunvirato, aguçando a disputa pelo poder
entre César e Pompeu, cujos respectivos partidários se engalfinhavam nas
ruas. [12].
Uma vez em Roma, Marco Antônio envolveu-se em um conflito no Fórum,
ocasião em que teria tentado apunhalar seu velho amigo, Clódio [13]. Os
distúrbios nas ruas tornaram-se tão agudos, que provocaram o adiamento
das eleições, por um ano. Quando elas, afinal, se realizaram, Antônio
ganhou facilmente a questura, em uma campanha permeada de subornos
e baixarias.

De volta a Roma, em 50 a.C., elegeu-se Tribuno da Plebe, cargo que


utilizou para proteger os interesses de César, ameaçados pela facção
conservadora do Senado, que se apoiava em Pompeu. A questão central
residia no desejo de César de concorrer ao consulado "in absentia", para
não perder seu poder proconsular na Gália, o que feria a legislação
vigente [14]. Agindo em nome de César, Antônio tentou negociar várias
fórmulas de conciliação, mas os conservadores não cederam, gerando um
impasse político que selou o fim do triunvirato. Afinal, quando o Senado
decretou a Lei marcial (7 de janeiro de 49 a.C.), outorgando poderes
ditatoriais a Pompeu e exigindo que César entregasse seu comando na
Gália, Marco Antônio, temendo ser assassinado, deixou Roma disfarçado
de escravo e juntou-se ao exército de César, estacionado na Gália
Cisalpina.

- "A sorte está lançada" - teria dito César, cruzando o Rio Rubicão e
ingressando na Itália, violando a lei em um ato de alta traição, que proibia
um governador de levar suas tropas para fora de sua província, sem
autorização do Senado [15]. Começava a guerra civil.
[editar]Da guerra civil à batalha de Áccio
Em 49 a.C., ano em que se deflagrou a guerra civil entre os partidários
de Pompeu e César, António tornou-se tribuno do povo, com a função de
defender os plebeus da ação arbitrária dos magistrados.

Casou-se com Fúlvia, de quem teve dois filhos, mas esta se meteu em


conflitos políticos e acabou sendo exilada, morrendo no ano 40 a.C..

Marco Antônio destacou-se na guerra civil sempre comandando o flanco


esquerdo do exército de César. Durante a batalha de Farsalos, Antônio foi
decisivo na vitória das forças de César ao derrotar Pompeu. Com o fim da
guerra, Julio Cesar fez de Marco Antonio um Cônsul, cargo que assumiu
até o Assassinato de César em março de 44 a.C..

Marco António ficou famoso na sua oratória perante o corpo de Júlio César
em seu funeral, quando tratou de atrair a ira popular contra os
assassinos, Bruto e Cássio, mas teve de enfrentar a oposição do grande
orador Cícero, que pedia sua condenação à morte.

Seu principal rival foi Octávio (posteriormente chamado de Augusto),


sobrinho-neto e filho adotivo de César, que o derrotou em Modena,
marchou sobre Roma e assumiu o poder. Reconciliados em 43 a.C.,
António casou-se com Otávia, irmã de Octávio. Junto com Lépido,
formaram o segundo triunvirato Romano no qual Octávio ficou com o
Ocidente, Marco António ficou com Oriente e Lépido com a África. O
triunvirato teve pouca duração: Octávio neutralizou o poder de Lépido
transformando-o em apenas pontifex maximus.

Marco Antônio e Cleópatra, deCarracci.


Marco António, como administrador das províncias orientais,
intimou Cleópatra VII do Egipto a encontrá-lo em Tarso para prestar
esclarecimentos sobre denúncias de que teria ajudado seus inimigos.
Marco António era um homem com vícios vulgares, beberrão e
mulherengo,[carece de fontes] e ao saber disso Cleópatra preparou um
magnífico banquete no seu navio, para recebê-lo. Seduziu-o e os dois se
tornaram amantes.

Logo Marco António teve que voltar a Roma, e Octávio propôs um


casamento político entre Marco António e Octávia, sua irmã. Quatro anos
depois, ele voltou ao Egipto onde repudiou a mulher e se casou com
Cleópatra nos rituais egípcios, com quem já tinha três filhos: Cleópatra
Selene, Alexandre Hélios e Ptolomeu. Na ocasião, Antônio dividiu as
províncias orientais do império entre a rainha e seus filhos. Também se
falava que pretendia o reconhecimento de Cesarion, filho de Cleópatra e
César, como seu legítimo herdeiro, no lugar de Octávio.
Após tornar público o testamento de António, onde este declarava que
queria ser sepultado no Egito, Octávio declarou guerra aos dois,
vencendo-os nabatalha naval de Áccio, na costa da Grécia; um ano depois
ele derrotou os dois amantes numa batalha em terra firme, e
tomou Alexandria, onde logo após Marco António e Cleópatra se
suicidaram.

Seus filhos foram criados por sua ex-mulher, Octávia.


Notas

Epicuro
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Epicuro

Nascimento 341 a. C.
Morte 270 a. C.
Escola/tradição Fundador do Epicurismo
Principais
Hedonismo, Atomismo
interesses
Idéias notáveis Epicurismo
Hermarchus, Lucretius, Thomas
Hobbes, Jeremy Bentham, J. S.
Mill,Thomas Jefferson, Friedrich
Influenciados Nietzsche, Karl Marx, Michel
Onfray,Hadrian, Metrodorus of
Lampsacus (the
younger), Philodemus,Amafinius, Catius

Epicuro de Samos foi um filósofo grego do período helenístico. Seu


pensamento foi muito difundido e numerosos centros epicuristas se
desenvolveram na Jônia, no Egito e, a partir do século I, em Roma,
onde Lucrécio foi seu maior divulgador.

Índice
 [esconder]

1 Vida
2 Filosofia e obra
o 2.1 A certeza
o 2.2 O atomismo
o 2.3 O prazer
o 2.4 O desejo
3 Ver também

4 Traduções
[editar]Vida

Epicuro nasceu na Ilha de Samos, em 341 a.C., mas ainda muito jovem partiu
para Téos, na costa da Ásia Menor. Quando criança estudou com o platonista
Pânfilo por quatro anos e era considerado um dos melhores alunos. Certa vez
ao ouvir a frase de Hesíodo, todas as coisas vieram do caos,ele perguntou: e o
caos veio de que? Retornou para a terra natal em 323 a.C.. Sofria de cálculo
renal, o que contribuiu para que tivesse uma vida marcada pela dor.

Epicuro ouviu o filósofo acadêmico Pânfilo em Samos, que não lhe foi de muito
agrado. Por isso foi mandado para Téos pelo seu pai. Com Nausífanes de
Téos, discípulo de Demócrito de Abdera, Epicuro teria entrado em contato com
a teoria atomista — da qual reformulou alguns pontos. Epicuro ensinou filosofia
em Lâmpsaco, Mitilene e Cólofon até que em 306 a.C. fundou sua própria
escola filosófica, chamada O Jardim, onde residia com alguns amigos, na
cidade de Atenas. Lecionou em sua escola até a morte, em 271 a.C., cercado
de amigos e discípulos. Tendo sua vida marcada pelo ascetismo, serenidade e
doçura.
[editar]Filosofia e obra

O propósito da filosofia para Epicuro era atingir a felicidade, estado


caracterizado pela aponia, a ausência de dor (física) e ataraxia ou
imperturbabilidade da alma. Ele buscou na natureza as balizas para o seu
pensamento: o homem, a exemplo dos animais, busca afastar-se da dor e
aproximar-se do prazer. Estas referências seriam as melhores maneiras de
medir o que é bom ou ruim. Utilizou-se da teoria atômica de Demócrito para
justificar a constituição de tudo o que há. Das estrelas à alma, tudo é formado
de átomos, sendo, porém de diferentes naturezas. Dizia que os átomos são de
qualidades finitas, de quantidades infinitas e sujeitos a infinitas combinações. A
morte física seria o fim do corpo (e do indivíduo), que era entendido como
somatório de carne e alma, pela desintegração completa dos átomos que o
constituem. Desta forma, os átomos, eternos e indestrutíveis, estariam livres
para constituir outros corpos. Essa teoria, exaustivamente trabalhada, tinha a
finalidade de explicar todos os fenômenos naturais conhecidos ou ainda não e
principalmente extirpar os maiores medos humanos: o medo da morte e o
medo dos deuses. Naqueles tempos, Epicuro percebeu que as pessoas eram
muito supersticiosas e haviam se afastado da verdadeira função das religião e
dos deuses. Os deuses, segundo ele, viviam em perfeita harmonia, desfrutando
da bem-aventurança (felicidade) divina. Não seria preocupação divina
atormentar o homem de qualquer forma. Os deuses deveriam ser tomados
como foram em tempos remotos, modelos de bem-aventurança que servem
como modelo para os homens e não seres instáveis, com paixões humanas,
que devem ser temidos. Desta forma procurou tranquilizar as pessoas quanto
aos tormentos futuros ou após a morte. Não há por que temer os deuses nem
em vida e nem após a vida. E além disso, depois de mortos, como não
estaremos mais de posse de nossos sentidos, será impossível sentir alguma
coisa. Então, não haveria nada a temer com a morte. No entanto, a caminho da
busca da felicidade, ainda estão as dores e os prazeres. Quanto às dores
físicas, nem sempre seria possível evitá-las. Mas Epicuro faz questão de frisar
que elas não são duradouras e podem ser suportadas com as lembraças de
bons momentos que o indivíduo tenha vivido. Piores e mais difícies de lidar são
as dores que perturbam a alma. Essas podem continuar a doer mesmo muito
tempo depois de terem sido despertadas pela primeira vez. Para essas,
Epicuro recomenda a reflexão. As dores da alma estão frequentemente
associadas às frustrações. Em geral, oriunda de um desejo não satisfeito.
Encontramos aqui um dos pontos fundamentais para o entendimento dessa
curiosa doutrina, que também foi tomada por seus seguidores e discípulos
como um evangelho ou boa nova, o equacionamento entre dores e prazeres.

Das 300 obras escritas pelo filósofo, restaram apenas três cartas que versam
sobre a natureza, sobre os meteoros e sobre a moral, e uma coleção de
pensamentos, fragmentos de outras obras perdidas. Estas cartas, com os
fragmentos, foram coligidos por Hermann Usener sob o título de Epicurea,
em 1887. Por suas proposições filosóficas Epicuro é considerado um dos
precursores do pensamento anarquista no período clássico.
[editar]A certeza
Segundo Epicuro, para atingir a certeza é necessário confiar naquilo que foi
recebido passivamente na sensação pura e, por conseqüência, nas idéias
gerais que se formam no espírito (como resultado dos dados sensíveis
recebidos pela faculdade sensitiva).
[editar]O atomismo
Epicuro defendia ardorosamente a liberdade humana e a tranqüilidade do
espírito. O atomismo, acreditava o filósofo, poderia garantir ambas as coisas
desde que modificado. A representação vulgar do mundo, com seus deuses, o
medo dos quais fez com que se cometessem os piores atos, é obstáculo à
serenidade. Todas as doutrinas filosóficas, salvo o atomismo, participam
dessas superstições.

No sistema epicurista, os átomos se encontram fortuitamente, por uma leve


inclinação em sua trajetória, que o faria chocar com outro átomo para constituir
a matéria. Esta é a grande modificação em relação ao atomismo de Demócrito,
onde o encontro dos átomos é necessário. A inclinação a que o átomo se
desvia poderia ser por uma vontade, um desejo ou por afinidade com outro
átomo. Precisamente este é o ponto fosco na teoria atômica de Epicuro.
Provavelmente tenha explicado melhor em alguma de suas obras perdidas.
Certo é que este encontro fortuito dos átomos que garante a liberdade (se
assim não fosse, tudo estaria sob o jugo da Natureza) e garante a explicação
dos fenômenos, sua elucidação, fazendo com que possam ser explicados
racionalmente. Assim, ao compreender como opera a Natureza, o homem pode
livrar-se do medo e das superstições que afligem o espírito.
[editar]O prazer
A doutrina de Epicuro entende que o sumo bem reside no prazer e, por isso, foi
uma doutrina muitas vezes confundida com o hedonismo. O prazer de que fala
Epicuro é o prazer do sábio, entendido como quietude da mente e o domínio
sobre as emoções e, portanto, sobre si mesmo. É o prazer da justa-medida e
não dos excessos. É a própria Natureza que nos informa que o prazer é um
bem. Este prazer, no entanto, apenas satisfaz uma necessidade ou aquieta a
dor. A Natureza conduz-nos a uma vida simples. O único prazer é o prazer do
corpo e o que se chama de prazer do espírito é apenas lembrança dos
prazeres do corpo. O mais alto prazer reside no que chamamos de saúde.
Entre os prazeres, Epicuro elege a amizade. Por isso o convívio entre os
estudiosos de sua doutrina era tão importante a ponto de viverem em uma
comunidade, o "Jardim". Ali, os amigos poderiam se dedicar à filosofia, cuja
função principal é libertar o homem para uma vida melhor
[editar]O desejo
Classificação dos desejos segundo Epicuro

Desejos naturais Desejos frívolos

Simple
smente Irrealizávei
Necessários Artificiais
naturai s
s

Variaç
ões
Para a
Para de praz
felicid Para Exemplo:i
a vida (nut eres, Exemplo: ri
ade a tranquilidade do  mortalidad
rição,sono busca queza,glória
(eudai corpo(protecção) e
) do
monia)
agradá
vel
[editar]Ver também

O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Epicuro de Samos.

 Paradoxo de Epicuro
 Antologia de textos de Epicuro
 Carta a Meneceu

A Wikipédia possui o:
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[editar]Traduções

Você também pode gostar