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COLONIZAÇÃO BACTERIANA
CAMPINAS
2015
ALEXANDRE BARBOZA DE LEMOS
COLONIZAÇÃO BACTERIANA
CAMPINAS
2015
AGRADECIMENTO
Agradeço `a Deus, pois Ele define nossa vitória e o momento que ela acontecerá
Agradeço a meus pais, que com esforço puderam me orientar no caminho do estudo
e da ética
Agradeço aos meus filhos Maria Clara, João Pedro e Miguel que mesmo na minha
ausência sempre souberam que meu amor é infinito
Agradeço a Profa, orientadora e amiga Elizabeth Martinez pelo carinho, amizade,
dedicação e exemplo de simplicidade e a quem devo sempre me espelhar pela
sabedoria e até pelos puxões de orelha, professora a Sra é demais.
Agradeço ao Prof. Marcelo Napimoga que me estimulou a realizar este curso e pelo
apoio ao longo dele
Agradeço a todos os professores do programa de doutorado da SLMandic/Campinas
que puderam contribuir com minha formação e crescimento profissional
Agradeço aos meus amigos de doutorado pelos momentos de alegria e relaxamento
mas também de aprendizado
Agradeço em especial ao amigo Ricardo Marçal, que sem me conhecer me amparou
e esteja certo que jamais irei esquecer
Agradeço ao amigos e professores da Especialização da SLMandic/RJ que na
minha ausência realizaram as tarefas que precisariam ser realizadas
Agradecimento especial ao Prof Carlos Nelson Elias que com sua amizade e
brilhantismo me ajudou, sendo fundamental nas pesquisas e me abrindo as portas
do IME/RJ
Agradeço as funcionárias da SLMandic/Campinas Poly, Gilka e Vanessa que com
simpatia e alegria me ajudaram no desenvolvimento do trabalho
Agradeço ao funcionário civil Joel, do IME/RJ, que abdicou de momentos de folga
para fazermos as imagens do trabalho
Agradeço a empresa Conexão Sistema de Prótese, que disponibilizou as amostras
para a realização desta pesquisa
Agradeço a todas as pessoas que direta ou indiretamente colaboraram com esse
projeto e com seu desenvolvimento.
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
01 Introdução Pag 01
02 Revisão da literatura Pag 04
03 Preposição Pag 27
04 Materiais e Métodos Pag 28
05 Resultados Pag 34
Alexandre Barboza 3/7/15 09:56
06 Discussão Pag 49 Formatted: None, Indent: Left: 0 cm,
Don't keep with next, Don't keep lines
07 Conclusão Pag 57 together
1. INTRODUÇÃO
periodontia, prótese e a ciência dos materiais (Mouhry et al., 2012). Como material
bacteriana tem papel inicial e fundamental na patogenia da inflamação, que pode ser
satisfatórios (Mouhry et al., 2012). Assim o futuro das superfícies serão as que tem
superfície com uma ação bio-reativa após a formação do biofilme e ainda promover
Bumgardner, 2009).
óxidos, nitreto, porém o principal requisito de ambos grupos não afetar a integração
2009).
longevidade dos implantes, este estudo teve como objetivo avaliar a aderência, bem
Pouros com Escala Nanométrica com Discreta Deposição Cristalina de íons flúor
características da superfície.
2. REVISÃO DA LITERATURA
vivo e uma superfície de implante sob cargas funcionais sem interposição de tecido
com implantes dentais (Wennerberg & Albrektsson, 2009). Diversos estudos têm
al., 2008).
classificadas por Wennerberg & Albrektsson (2009), polida com rugosidade menor
(1,0µm<Ra< 2,0µm) e superfícies muito rugosas com Ra>2,0µm ,que se mostrou ter
Quando em contato com a superfície dos implantes, as células
óssea e osteocalcina (Aubin, 1998; Malaval et al. 1999). Através da avaliação dos
níveis de RNAm, Liu et al. (2003) detectaram certos estágios transitórios durante a
et al., 2010). Portanto, diferentes tratamentos de superfície têm sido realizados com
importância na interação entre osso/implante. Dependendo da composição química
encontrados níveis de flúor podendo estar relacionado à não presença difusa deste
importante que essa superfície exposta seja capaz de estar livre de biofilme
Bundy et al. (1980) e Leonhardt et al. (1995) observaram que o titânio têm
sido descrito como tendo efeito bacteriostático mesmo sozinho, porém estas
2.1 PERI-IMPLANTITE
processo inflamatório destrutivo que afeta os tecidos mole e duro ao redor dos
implantite não é sinônimo de implante perdido ou implante falho (Mombelli A., 2002)
circundante.
a supuração e sangramento.
Já Yeo et al., em 2012, definiram peri-implantite como sendo o processo
grau de perda óssea para caracterizar a patologia, por isso Renvert et al., em 2013
definiram peri-implantite como tendo perdas ósseas maior que 2mm do nível da
plataforma.
implantite e que a maior incidência ocorre no primeiro ano. Porém acredita-se que
40% dos sítios) apresentavam peri-implantite. Åstrand et al. (2000) relataram uma
utilização de radiografias que por uma angulação pode influenciar na altura da crista
inicialmente ser relatada com muitos fatores de risco, que podem ser reunidos em
somente um desses fatores der inicio à cadeia de lesões, eles geralmente tem papel
O tecido mole aderido atua como uma barreira para os tecidos duros que
sustentam o implante, contudo essa barreira é frágil e na sua ausência ou uma vez
ocorrida uma lesão ocorre uma contaminação bacteriana que muito rapidamente
al., 2012).
apenas algumas espécies são as colonizadoras pioneiras, tais como S. mitis, que
Porphyromonas gingivalis, Prevotella intermedia, Fusobacterium nucleatum (Mouhry
et al., 2012).
facilitam a colonização tardia por espécies mais virulentas, formando uma interface
entre a película adquirida e essas espécies. Isso cria a necessidade de se ter uma
superfície que impeça essa adesão inicial por esses agentes colonizadores e a
2012). Sabe-se que tal colonização ocorre apenas 30 minutos após a exposição do
Fürst et al. (2011). Contudo essa colonização inicial pode ser influenciada por outros
acordo com van Winkelhoff et al. (2000) e sua microflora pode ser diferente do perfil
não comprova que eles realmente são a origem dessa condição (Mombelli et al.,
2011).
bactérias com alta energia livre de superfície colonizam melhor superfícies com alta
hidrofóbica do S. mutans, mesma observação foi realizada por Weerkamp et al.
ósseo. A qualidade do tecido ósseo de suporte pode ter forte influência na evolução
da doença, fato que explicaria uma incidência maior na maxila do que na mandíbula
etiológico da peri-implantite. Contudo, isso pode ocorrer pois a liga de titânio é usada
ósseo de suporte provocando assim uma reação de corpo estranho (Albrektsson et
et al. 2014).
Embora muitos estudos possam utilizar todos esses parâmetros
al. 2010), pois por exemplo a propriedade hidrofílica da superfície é influenciada pela
a. Energia de Superfície/Molhabilidade
(Fernandes, 2014).
superfícies com ângulos maiores que 90º são considerados hidrofóbicos e com
que superfícies com alta energia de superfície são melhor colonizadas por espécies
bacterianas com também energia de superfície alta, e que muitas bactérias do
biofilme possuem alta energia livre de superfície e que sua adesão em superfícies
com FPE visava a redução da energia de superfície que foi observada pelos autores,
e uma liga de titânio (Ti-6Al-4Va) ambas com mesma rugosidade e alta energia livre
de superfície. Foram usadas uma cepa bacteriana hidrofóbica (S. sanguinis) e outra
hidrofílica (S. constellatus) . Não houve diferença de adesão entre o titânio puro e a
jateada (SBT), titânio jateada e depois ataque ácido (SBET) e zircônia (ZC),
Ra, energia livre de superfície - SFE e morfologia) de cada amostra. A rugosidade foi
observado na SBET e MT. Concluíram ainda que a influência de SFE parece ser
concluíram que a energia livre de superfície tem crucial impacto na adesão inicial de
analisados, essa maior adesão bacteriana na resina composta pode ser explicada
devido a sua maior características hidrofóbica do que a zircônia e o titânio, uma vez
que a rugosidade foram consideradas sem diferença significativa. Outro fator que
pode afetar a adesão bacteriana seria a característica físico-química de cada
material.
ácido), observaram que o tratamento com jateamento mostrou uma energia livre de
superfície muito baixa e uma alta rugosidade. Estes fatores influenciaram para uma
utilizando três diferentes tipos de superfície polida (PT) (Ra<0,2µm), uma superfície
com ataque ácido (A) (Ra = 0,8µm) e uma superfície jateada e depois tratada com
ataque ácido (SLA) (Ra = 3,2µm). Os autores prepararam duas outras superfícies
armazenamento com solução salina com objetivo de manter elevada a energia livre
biofilme foi influenciada pela micro-estrutura e pela hidrofilia da superfície pois houve
puro -TP, Titânio Jateado com Zircônia-TBZ e Titânio jateado com Zircônia seguido
juntamente com o tipo do material, os fatores mais importantes na adesão
bovino mas não nas demais superfícies provavelmente pela presença de elementos
b. Rugosidade
três níveis: topografia macro, topografia micro e topografia nano. A substância com
que 0,2µm não apresentam influência sobre a adesão bacteriana uma vez que as
bactérias medem mais que 0,2µm. Concluíram ainda que superfícies com Ra 0,8µm
composição química da sua cobertura, e que uma rugosidade abaixo de 0,2µm não
0,21µm; Ra 0,11µm; Ra 0,13µm e Ra 0,05µm). Seis pacientes receberam próteses
provisórias com as quatro conexões protéticas que após três meses foram retiradas
e levadas para analise microbiológica. Puderam observar que após esse período o
percentual de cocos era de 50%. Concluíram não haver diferença entre as quatro
papel na formação do biofilme, pois todos os tecidos duros da cavidade oral atraem
concluíram que pacientes com periodontite agressiva e/ou implantes muito rugosos
implante.
- A rugosidade aumenta a área para adesão bacteriana cerca de 2-3
vezes;
entre a superfície polida e a superfície jateada que depois recebeu tratamento com
autores puderam notar que havia uma menor aderência bacteriana sem entretanto
maquinada pode ser interessante quando eventuais problemas futuros podem surgir
quanto maior for a rugosidade, pois isto oferece um abrigo dentro das
irregularidades da superfície.
tamponada para a formação de óxido de titânio, não mostrou ter maior adesão
podem ser explicados pelo fato da saliva reduzir a energia livre de superfície e com
Portanto inúmeros estudos, como por exemplo Quirynen et al. (1996), Yeo
c. Composição Química
Em 1995, Leonhardt & Dahlen analisaram a influência antibacteriana do
comparando com vidro como grupo controle. Os autores utilizaram grânulos desses
promoveram uma cobertura a seco de íons de cálcio, sódio, flúor por oxidação ou
por cobertura de alumina ou nitreto de titânio e ainda por um feixe de íons (prata,
uma maior aderência bacteriana e que a cobertura com alumina mostrou uma
bacteriana sem causar qualquer efeito citotóxico, efeito similar foi visto nas
autores concluíram que o titânio isolado não propicia um efeito antibacteriano que ao
titânio potencializou a ação do anti-microbiano, esse mesmo efeito não foi observado
em relação a espirimicina. A potencialização do metranidazol pode ser explicado
presença do titânio.
por Marquis (1995). Neste estudo, o autor descreveu que um dos principais
tolerância das bactérias aos ácidos produzidos. Existe um interesse cada vez maior
nas propriedades do flúor e no seu mecanismo de ação (van Loveren, 2001; Phan et
al., 2002).
dos implantes e são usados para promover a osseointegração, porém tem sido
seis diferentes tipos de superfícies (Nitreto de zircônia, titânio polido, titânio lixado
com umidade, vidro coberto com nitreto de zircônia, vidro jateado com titânio e vidro
Streptococcos estavam presentes em 45% do volume bacteriano. Concluíram ainda
gingivalis foram inibidas pela superfície com adição de prata e que a adesão dessas
maquinados (Ra < 0,5µm) e implantes com rugosidade moderada (Ra entre 1,0 e
comparar implantes com rugosidade moderada (Ra entre 1,0 e 2,0µm) com ou sem
superfície de titânio. Foram usadas superfícies maquinadas, com duplo ataque ácido
(Osseotite®) e duplo ataque ácido com escala nanométrica com discreta deposição
foi capaz de reduzir a aderência bacteriana, contudo o aumento da concentração de
zircônia pura e o titânio jateado com zircônia foram mais efetivos em reduzir a
proteína mostraram uma menor adesão bacteriana entretanto o cálcio foi encontrado
observaram que ambas superfícies tiveram capacidade de reduzir a viabilidade
biofilme, Yeniyol et al. (2014) estudaram quatro superfícies: titânio puro (Ti),
anodizada com óxido de titânio (TiO2), anodizada com óxido de titânio e adição de
a superfície AgTiO2 não promoveu maior adesão bacteriana e notaram ainda que as
de titânio puro.
mutans porém não para P. gingivalis, demonstrando assim que podem ser efetivos
nos estágios iniciais de aderência bacteriana. Observaram ainda que não houve
verificar a influência da superfície do implante no inicio da doença peri-implantar,
COCHRANE. Eles concluíram que faltam estudos que investiguem esta influência e
que baseado nos estudos existentes não é possível responder essa questão, e que
catalítica que pode perdurar por anos, esta característica pode conferir ao material
tornar-se prejudicial, uma que vez exposto a luz ultra-violeta pode assumir até
3. PROPOSIÇÃO
íons flúor (NANO), comparado com superfícies duplo ataque ácido (DAA) e polida
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Duplo Ataque Ácido Nanométrico com Discreta Deposição Cristalina de Íons Flúor
(Pourus Nano®), obtidos pela empresa Conexão Sistema de Prótese® (São Paulo,
Brasil).
aritmética dos valores absolutos das ordenadas dos afastamentos dos pontos do
perfilômetro de contato (Mitutoyo, modelo Surftest SJ200, Brasil, Suzano). Foram
ISO 1302, sendo calculada a média aritmética dos valores absolutos para cada disco
Ten Angstron modelo F100. Foi dispersado 1µL de água deionizada sobre a
superfície da amostra e através do software Fta32 vídeo 2.0, o ângulo interno entre
a gota e a superfície foi calculado. Foram realizadas duas medições em cada disco,
aritmética de cada superfície foi calculada. Para ângulos menores que 90º a
superfície foi considerada hidrofílica e para ângulos maiores que 90º hidrofóbicas.
Varredura (MEV) QUANTA FEG 250 FEI Holanda, Eindhoven, para observar a
efetuada com a microssonda EDS acoplada ao MEV (QUANTA FEG 250 FEI
Holanda, Eindhoven).
Para o presente estudo foram utilizadas cepas-padrão ATCC (American Type
cultura caldo BHI (Brain Heart Infusion, Himedia, India), sendo mantidas por 24
período, com o auxílio de uma alça de platina, foi coletada uma porção do meio de
cultura e feito repique em placa de Petri contendo Ágar BHI, para que houvesse o
bacteriológica.
cepa de S. mutans foi cultivada em cada amostra para cada superfície e incubadas
lamínulas de vidro. Como controle negativo, as culturas foram tratadas com álcool
um kit de viabilidade BacLight LIVE/DEAD (Sonda Molecular, OR, EUA) foi utilizado.
O Kit inclui dois ácidos nucléicos fluorescentes: SYTO9 e Iodeto de Propidium. O
3mL de solução salina estéril (0,85%) e depois misturada. 70µL da solução foi
de 488nm e 525nm, respectivamente. Para cada amostra foi realizada dez imagens
viabilidade das espécies bacterianas aderidas para cada tipo de liga e tratamento de
superfície, será medida a razão entre as zonas verdes (células viáveis) e a área total
Figura 1. Imagens representativas da cepa de S. mutans cultivadas nas diferentes
superfícies. Em A: bactérias coradas com SYTO9 (fluorescência verde), em B:
bactérias coradas com iodeto de propidium (fluorescência vermelha), em C: merged
(fluorescência verde + vermelha). Aumento original 100X.
2,5% em 0,1M de tampão cacodilato (pH 7,2) por 1h a 4ºC, sendo lavado em
250).
significância de 5%, no programa SPSS 20 (SPSS Inc., Chicago, IL, EUA). A análise
e não viáveis aderidas e a contagem desses micro-organismos foi realizada por
5. RESULTADOS
b
b
Rugosidade
(Ra)
em
(94,33±4,55), foi utilizado então o teste Tukey para análises múltiplas e notou-se que
Polida DAA NANO
na Figura 2.
As amostras polidas apresentam ranhuras unidirecionais sendo
A" B"
C" D"
E" F"
G"
Legenda: Fotomicrografia ultraestrutural da superfície NANO. Barra= 500 nm.
aumentos de ate 1000x (figura 2E) e em aumentos maiores (20000x figura 2F) as
da figura 2G. Observar que algumas rugosidades medem menos que 100nm, por
Alexandre Barboza 6/7/15 20:09
Deleted: ... [1]
A"
B"
C"
Os resultados representativos da contagem e porcentagem das áreas
com cepas vivas e mortas para cada superfície estão apresentadas na tabela 3 e
gráfico 6.
com duplo ataque ácido (DAA), a contagem de bactérias foi intermediária, não
investigadas .
Legenda: DAA: duplo ataque ácido (Porous®); NANO: duplo ataque ácido
nanométrico (Porous Nano®). ANOVA: análise de variância. Médias seguidas por
letras distintas dentro de uma mesma coluna diferem significativamente entre si.
Fonte:Autoria própria.
Gráfico 6 – Diagrama de colunas da contagem de bactérias viáveis e não
8000
7000
Contagem total de bactérias (UA)
6000 646
5000 386
4000 317
3000
2000
1000
0
Superfície polida Superfície com duplo ataque Superfície com duplo ataque
ácido ácido nanométrico
entre as superfícies com duplo ataque ácido nanométrico (NANO) ou duplo ataque
superfície.
20
18
Área total de adesão bacteriana (%)
16
14
0,75
1,95
12
10
0,68
8
0
Superfície polida Superfície com duplo ataque Superfície com duplo ataque
ácido ácido nanométrico
não viáveis (p < 0,001) e o percentual de área em que essas bactérias estavam
aderidas (p < 0,001) foram afetadas pelo tipo de tratamento de superfície. Por testes
Também foi verificado que não existiu diferença significativa entre as superfícies
área em que bactérias não viáveis estavam aderidas (tabela 3 e gráficos 6 e 7).
contagem dessas bactérias (p = 0,002; r2= 0,538). Já para as bactérias não viáveis,
houve correlação positiva e forte (p < 0,001; r2= 0,896) entre o percentual de área
micro-organismos.
8000
7000
Contagem de bactérias (UA)
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
0 5 10 15 20 25
Adesão bacteriana por área (%)
A B C
Figura 4. Fotomicrografia ultraestrutural da colonização bacteriana na superfície
A B C
A B C
6. DISCUSSÃO
são os estudos que avaliam a relação entre aderência bacteriana e a natureza físico-
cristalina de íons flúor (NANO), comparado com superfícies duplo ataque ácido
superfícies.
Mouhri et al. 2012; Yoniyol et al. 2014), utilizou-se no presente estudo o S. mutans,
pois conforme Fürst et al. (2011) e Ji et al. (2015) essa espécie bacteriana é
o titânio (Teughels et al., 2006; Größner-Schreiber et al., 2009; Yeo et al., 2012) e
al. 2015). Campoccia et al. (2012) mencionaram ainda, que esta espécie tem sido a
mais utilizada por serem o mais prevalente agente etiológico utilizado em estudos
A energia livre de superfície tem sido relatada como outro fator que pode
influenciar na adesão bacteriana (Yeo et al., 2012; Rodriguez Y Baena et al., 2012),
que 0,1µm (Busscher et al.,1984). A molhabilidade tem sido utilizada para verificar a
energia livre de superfície, onde ângulos de molhabilidade menores que 90º são
considerados hidrofílicos, enquanto as superfícies com ângulos maiores que 90º são
al., 1984; Weerkamp et al.,1985), portanto era de se esperar uma maior adesão
bacteriana nas superfícies rugosas, o que de fato pôde ser observado. Uma área
menor da superfície polida hidrofílica foi colonizada (9,02%) quando comparado com
adesão bacteriana (Bürgers et al., 2010), além de poder alterar a propriedade físico-
química da superfície podendo aumentar a energia de superfície do titânio e com
(Weerkamp et al., 1985 e Närhi et al., 2013), não sendo utilizada no presente estudo.
o que pode causar uma maior adesão bacteriana (Ericsson et al., 1992), entretanto
proteínas plasmáticas (Junker et al. 2009). No presente estudo esta relação não foi
observada, corroborando com estudo de Fernandes (2014); porém este fato pode
que prevê a existência de um fator de rugosidade (r) para correção entre o ângulo de
No presente estudo, a rugosidade variou entre a superfície polida
2009). Yeo et al. (2012), em seu estudo obtiveram uma rugosidade para as
porém com deposição discreta de cálcio, encontraram valores de Ra= 1,127 para a
superfície com tratamento de duplo ataque ácido e Ra= 0,662µm para o tratamento
com deposição de cálcio, esses valores foram bem acima dos encontrados em
nosso estudo. Vários estudos indicam que quanto maior foi a rugosidade maior será
a adesão bacteriana (Quirynen et al.,1996; Teughels et al., 2006, Yeo et al., 2012;
Hauslich et al., 2013). Segundo Bollen et al. (1996), rugosidades abaixo de 0,2µm
não teriam mais efeito sobre a aderência bacteriana, contudo Narhi et al. (2012)
afirmaram que superfícies com rugosidade acima de 0,2µm poderiam ser menos
fato também observado com Hauslich et al. (2013) e também relatadas por Yeo et
al., (2012) em sua revisão de literatura. Contudo Rodriguez Y Baena et al., em 2012,
colônias na superfície rugosa, esse fato observado por esses autores pode dever-se
entre as duas superfícies rugosas estudadas não houve diferença estatística entre
elas (p=0,06), pelo provável fato das rugosidades serem similares estatisticamente.
rugosidades, sendo tal dificuldade de remoção das bactérias também relatado por
superfície do implante (Mombelli, 2002; Mombelli et al., 2011; Qian et al., 2012).
tratamento aplicado nas superfícies foi o duplo ataque ácido que tem sido descrito
comparado as superfícies jateadas (Yoshinari et al., 2000, Hauslich et al., 2011 Yeo
et al., 2012 e Almaguer-Flores et al. 2012). Pongnarisorn et al. (2006) relataram não
(Teughels et al., 2006; Rodriguez Y Baena et al., 2012). Varias modificações com
Bunetel et al. (2001) observaram que o titânio puro não apresenta
com adição cristalina com flúor, corroborando os achados de Leonhardt & Dahlen
outros metais. Essas observações foram também confirmadas por Bundy et al., 1980
e Bürgers et al., em 2010, que concluíram que o titânio tem influência na inibição
al., 2000).
bacteriana nas superfícies com este tipo de tratamento com menor adesão de
e que o íon cálcio atua com um ligante entre a película adquirida, por sua
aumenta a rugosidade e com isso aumenta o risco de peri-implantite, pela maior
Bumgardner, 2008; Liao et al., 2010; Della Valle et al., 2012, Wickens et al., 2012,
Gupta et al., 2013, Yeniyol et al., 2014). A ação antibacteriana da prata não é
da bactéria (Yeniyol et al., 2014). A ação antimicrobiana do íon de prata pode ser
(Liao et al., 2010). Estes resultados também foram demonstrados por outros estudos
(Lee et al., 2011; Al-Radha et al., 2012), nitreto (Annunziata et al., 2011; Ji et al.,
bacteriana.
quimica da superfície. O flúor também tem sido utilizado para aumentar a força de
reduzindo a tolerância das bactérias aos ácidos produzidos, levando a morte
bacteriana, agindo desta forma como agente antibacteriano, como largamente vêm
deposição de flúor nas superfícies com duplo ataque ácido e as bactérias não-
diferença estatística entre estas duas superfícies. Como as superfícies com duplo
ataque ácido (DAA) e a superfície com duplo ataque ácido com discreta deposição
composição química pela presença do flúor pode-se inferir que este íon influenciou
7. CONCLUSÃO
bacteriana;
superfícies estudadas.
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