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INSTITUTO GAÚCHO DE PÓS GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENDODONTIA

INFLUÊNCIA DA AMPLIAÇÃO FORAMINAL NA


DESINFECÇÃO E PREPARO DOS CANAIS
RADICULARES: RELATO DE CASO CLÍNICO

CAROLINE CORSO

CAXIAS DO SUL
2020
CAROLINE CORSO

INFLUÊNCIA DA AMPLIAÇÃO FORAMINAL NA DESINFECÇÃO E PREPARO DOS


CANAIS RADICULARES: RELATO DE CASO CLÍNICO

Monografia apresentada como parte das exigências


do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu para a
obtenção do título de Especialista em Endodontia.

Orientador(a): Denis Caon

CAXIAS DO SUL
2020
RESUMO
Introdução: A redução da carga microbiana deve ser alcançada após a terapia endodôntica,
entretanto muitas paredes dos canais radiculares não são tocadas, favorecendo a manutenção desses
microrganismos. Como forma de resolver esse problema foi proposta uma ampliação foraminal
associada ao preparo químico-mecânico, contudo não há um consenso sobre as vantagens desse
alargamento. Objetivo: investigar a hipótese de que a ampliação foraminal é benéfica para a melhora
do preparo, reduzindo a carga microbiana além de favorecer a irrigação. Materiais e métodos: um
relato de caso clínico com pesquisa bibliográfica no PubMed e Scielo usando os seguintes termos:
alargamento foraminal, patência foraminal, comprimento de trabalho, irrigação, PUI, endodontia,
preparo químico-mecânico. Resultados: O aumento foraminal estimula a reparação de lesões
periapicais, criando um ambiente mais favorável à cicatrização, outra vantagem é a eficácia química
da irrigação, que é aumentada permitindo uma penetração mais profunda da agulha de irrigação e um
maior volume de irrigantes atingindo o terço apical e melhora a troca de irrigação nessa região.
Conclusão: A instrumentação não deve ficar restrita ao limite CDC, devemos promover uma
ampliação foraminal, para promover ao máximo a redução das áreas intocadas e dos microrganismos,
dessa forma teremos maior previsibilidade do tratamento endodôntico.
Palavras-chave: endodontia; preparo de canal radicular; periodontite apical; forame apical; relato de
caso
ABSTRACT
Introduction: The reduction of microbial load must be achieved after endodontic therapy, however
many walls of the root canals are not touched, favoring the maintenance of these microorganisms. As
a way to solve this problem, a foraminal enlargement associated with the chemical-mechanical
preparation proposed, however there is no consensus on the advantages of this enlargement.
Objective: to investigate the hypothesis that foraminal enlargement is beneficial for improving the
preparation, reducing the microbial load in addition to favoring irrigation. Materials and methods:
a clinical case report with bibliographic research in PubMed and Scielo using the following terms:
foraminal enlargement, foraminal patency, working length, irrigation, PUI, endodontics, chemical-
mechanical preparation. Results: The foraminal increase stimulates the repair of periapical lesions,
creating a more favorable environment for healing, another advantage is the chemical efficiency of
irrigation, which is increased allowing a deeper penetration of the irrigation needle and a greater
volume of irrigants reaching the third apical and improves the irrigation exchange in that region.
Conclusion: The instrumentation should not be restricted to the CDC limit, we must promote a
foraminal enlargement, to promote as much as possible the reduction of untouched areas and
microorganisms, in this way we will have greater predictability of endodontic treatment.
Keywords: endodontics; root canal preparation; apical periodontitis; tooth apex; case report
INTRODUÇÃO:
O tratamento endodôntico depende da limpeza e remoção de microrganismos do sistema
radicular (PINTO et al., 2019). A preparação quimiomecânica do canal radicular é uma união dos
efeitos químicos dos agentes irrigantes e dos efeitos mecânicos da instrumentação para obter limpeza,
modelagem e desinfecção do canal radicular (RODRIGUES et al., 2017), sendo essa uma das etapas
cruciais no tratamento do canal radicular (DUQUE et al., 2019; PETERS; ARIAS; PAQUÉ, 2015).
O canal radicular ou dentinário até o limite apical sempre foi considerado o local que necessita
de modelagem, desinfecção e obturação tridimensional e esse limite nunca devia ser ultrapassado
pelo cirurgião-dentista (WEBBER, 2019). Entretanto com o surgimento do conceito de patência
apical com Buchanan em 1989 alterou nossa compreensão desse conceito e nossa visão do canal
cementário.
Atualmente estudos de micro-tomografia computadorizada demostraram que 11% a 48% da
área superficial do canal radicular permanecem despreparadas, independente da técnica de
instrumentação (PÉREZ et al., 2018; PETERS; ARIAS; PAQUÉ, 2015; SIQUEIRA et al., 2017) e
em canais ovalados, essa porcentagem varia de 16,08% a 32,38% (BORTOLUZZI et al., 2015; DE-
DEUS et al., 2015a; ZUOLO 2017). Podem permanecer inalterados tecidos e bactérias em paredes e
áreas despreparadas, além de que as bactérias penetram profundamente nos túbulos dentinários,
especialmente quando os dentes estão infectados (LASLAMI et al., 2018; PÉREZ et al., 2018; PINTO
et al., 2019) e para o resultado do tratamento representam um risco.
Essas superfícies do canal podem manter-se despreparadas pois o tamanho dos instrumentos
não é grande o suficiente para abranger toda a superfície das paredes ou pela forma do canal ser
irregular na secção transversal (oval ou achatada) (PÉREZ et al., 2018).
Uma zona crítica para o controle de infecções que tem sido considerada é a porção apical dos
sistemas de canais radiculares, a largura da preparação apical tem sido motivo de grande interesse e
debate (AMINOSHARIAE; KULILD, 2015; PÉREZ et al., 2018).
Atualmente o uso de instrumentos de níquel-titânio (NiTi) permite o aumento apical dos
canais radiculares, mantendo sua trajetória. Os instrumentos de NiTi tratados termicamente têm
melhor comportamento mecânico, flexibilidade e resistência à fadiga cíclica do que os instrumentos
NiTi convencionais e podem fornecer uma preparação centralizada em canais curvos (PINTO et al.,
2019).
A formatação e desinfecção do terço apical assume uma importância essencial no sucesso
do tratamento endodôntico (ÇAPAR et al., 2015; RODRIGUES et al., 2017), já que foi demonstrado
que 63% das falhas do tratamento endodôntico estão relacionadas à percolação apical devido um
selamento insuficiente (LASLAMI et al., 2018).
Estudos in vitro demostraram que houve maior redução bacteriana intracanal quanto maior o
tamanho da preparação apical dos canais infectados (RODRIGUES et al., 2017). Ainda que a
instrumentação do canal radicular deva ser grande o suficiente para eliminar dentina infectada,
bactérias e restos de polpa, ela não deve remover a dentina excedendo a ponto de comprometer a
integridade da raiz e ampliar os riscos de fratura (PÉREZ et al., 2018).
A ampliação apical ideal durante a preparação do canal radicular permanece controverso
(ÇAPAR et al., 2015). O diâmetro anatômico dos canais radiculares tem sido investigado
extensivamente em um esforço para identificar o tamanho ideal da instrumentação do canal apical
(JARA et al., 2018).
Um critério para determinar o tamanho da preparação apical é considerar cada canal como
uma entidade individual, medindo o diâmetro inicial do canal apical e estabelecendo o tamanho da
preparação final de acordo (geralmente 2 a 4 instrumentos maiores) (PÉREZ et al., 2018).
Desta forma, o presente estudo teve como objetivo investigar a hipótese de que a ampliação
foraminal é benéfica para a melhora do preparo reduzindo a carga microbiana além de favorecer a
irrigação.
DESCRIÇÃO DO CASO CLÍNICO:

Paciente sexo feminino, 43 anos de idade, residente no município de Bom Princípio/RS,


autônoma, casada, não faz uso de medicação contínua e não está em tratamento médico atualmente e
não relata nenhuma condição sistêmica relevante ou com importância clínica. Procurou o IGPGO
(Instituto Gaúcho de Pós-Graduação Odontológico), com a queixa principal de realizar tratamento
endodôntico nos elementos 21 e 22 que ao procurar uma Unidade Básica de Saúde descobriu que os
dentes não haviam sido obturados.
Ao realizar a radiografia inicial digital (Fona - DMM Health - Odontologia Digital -
Bandeirantes-PR) dos elementos, observou-se uma lesão radiolúcida de forma arredondada, com
limites precisos, abrangendo a região apical dos dentes 11 e 12. Ao se realizar o teste de sensibilidade
pulpar nos elementos com estímulo térmico frio, o dente 12 respondeu negativamente, sugerindo que
fosse o dente de origem da lesão, nos testes de percussão vertical e horizontal o dente respondeu
negativamente para dor.
Devido a paciente morar em outro município e os dentes 21 e 22 já possuírem abertura
coronária, foi proposta a realização do tratamento endodôntico desses 3 elementos 12, 21 e 22 em
sessão única, a paciente consentiu com o plano de tratamento.
Após esses cuidados iniciais, e para dar seguimento ao tratamento endodôntico, procedeu-se
com a anestesia dos dentes usando Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 (DFL Ind. e Com S.A –
Rio de Janeiro - RJ), foi usado 2 tubetes de anestésico para realizar as anestesias infiltrativas nos
dentes 12,21 e 22. Após foi realizada a instalação do isolamento a distância dos dentes com dique de
borracha (AllPrime- Hefei Jingeheng co. Ltda – Hefei - China) montado no arco de Young (Farbe –
Produtos Odontológicos Ltda.). Foram feitas marcações no dique de borracha indicando a posição
dos dentes a serem tratados. Essas marcações foram perfuradas por uma pinça perfuradora (Golgran
Ind. Com. Instr. Odontológicos Ltda. – São Paulo-SP). Procedeu-se, então, à instalação do dique com
amarias nos caninos e sem o uso de grampos. Quando necessário, nas margens entre a gengiva e o
dique foi aplicado barreira gengival (Top Dam – FGM Produtos Odontológicos – Joinville-SC) para
prevenir a infiltração de saliva.
A seguir foi feita a abertura coronária do dente 12, constatando que o dente estava necrosado
e o canal radicular foi submetido ao preparo biomecânico obedecendo os princípios da técnica crown-
down. Assim, o canal foi explorado com uma lima C-Pilot #10 (VDW – Vereinigte Dentalwerke -
Alemanha) e na sequência foi realizado o preparo cervical usando a lima Proglider (Dentsply
Maillefer - Oklahoma - USA) com comprimento de 15mm. Logo em seguida foi realizada a
odontometria eletrônica com localizador Fine Apex (Schuster Equipamentos Odontológicos - Santa
Maria – RS) e uma lima do tipo K #25 de 31mm (Dentsply Maillefer - Tulsa, Oklahoma) e ficou
estabelecido o comprimento de trabalho (CT) de 23mm e o diâmetro da constrição apical #25.
Dando sequência ao preparo foi utilizado o sistema Waveone Gold (Dentsply Maillefer -
Oklahoma -USA) começando pela lima Primary (25.07) preparando a 1 mm além do forame apical
para desorganização do biofilme presente, mantenedor da lesão apical, nesse momento o forame
estava com diâmetro 32, em seguida foi uma usada a lima Medium (35.06) e também foi preparado
1mm além do forame e ficou estabelecido que o diâmetro final do forame 41.
Cabe informar que durante todos os passos do preparo biomecânico do canal foram realizadas
instrumentações com uma lima C-Pilot #10 (VDW - Vereinigte Dentalwerke - Alemanha) para
patência apical em todo o CT para remoção de possíveis raspas de dentina e resíduos acumulados na
região foraminal, em decorrência do preparo biomecânico.
E a cada troca de instrumento foram realizadas irrigações com Hipoclorito de Sódio 2,5%
(Qboa - Indústrias Anhembi – Osasco – SP). Essa substância foi levada ao canal com seringa
descartável (Injex – Indústrias cirúrgicas Ltda. – Ourinhos-SP) com capacidade de 5 mL e uma agulha
Endo Eze Irrigator (Ultradent Products, Inc - Indaiatuba, SP) com saída lateral e pré-curvada. A
aspiração foi feita com sugador metálico (Golgran – Ind. Com. Instr. Odontológicos Ltda. – São
Paulo-SP) e uma cânula aspiradora BD Nº 20 (Golgran – Ind. Com. Instr. Odontológicos Ltda. – São
Paulo-SP). Assim, a cada mudança de instrumento foi feita irrigação/aspiração com 5 mL da solução
irrigadora.
Finalizado todo o preparo, o canal foi inundado com solução irrigadora para realizar a prova
do cone de guta percha. O cone de escolha foi F2 Protaper (Dentsply Maillefer - Oklahoma - USA)
calibrado para o diâmetro final do forame com régua calibrado (Prisma Instrumentos Odontológicos
- São Paulo – SP) e foi realizado a radiografia.
A seguir, foi realizada a irrigação final com agitação e auxílio do ultrassom Jet Sonic BP
Saevo (Gnatus Produtos Médicos e Odontológicos Ltda - Barretos - SP) e inserto de ultrassom E1
Irrisonic (Helse Ultrasonic Br - Santa Rosa de Viterbo - SP) sob protocolo de ativação 3x de 20
segundos com renovação da substância Hipoclorito de Sódio 2,5% e EDTA trissódico 17%
(Biodinâmica Quim. e Farm Ltda. – Ibiporã-PR) na sequência, com a finalidade de se remover a
smear layer e por fim uma última irrigação com Hipoclorito de Sódio 2,5%.
Todo o canal foi aspirado e seco com cones de papel absorvente (Tanari - Tanariman Industrial
LTDA - Manacapuru - AM) e obturado com cimento AH Plus (Dentsply Maillefer - Oklahoma -
USA) no comprimento de 22mm, após foi feita o corte e limpeza da câmara pulpar com álcool etílico
70% (Flop´s – Ind e Com. de Prod. Química Tangará Ltda. – Pederneiras - SP) e após selamento com
ionômero de vidro fotopolimerizável, já que a paciente será encaminhada para a disciplina de
dentística para conclusão do tratamento realizando restauração em resina composta.

Figura 1: Radiografia inicial

Figura 2: Radiografia prova do cone


Figura 3: Radiografia final

Figura 4: Radiografia após 5 meses

BREVE DISCUSSÃO DOS ACHADOS:

PRÉ-ALARGAMENTO CORONAL
Várias vantagens são vistas diante do pré-alargamento coronal: prevenção de instrumentos presos no
canal, melhor acesso ao terço apical, impede alteração no comprimento de trabalho (CT) durante a preparação,
sensação tátil melhorada e permite um melhor controle sobre a instrumentação apical (RAMACHANDRAN;
KHAN, 2015).
No estudo de Ramachandran et al., 2015 eles observaram que uma ausência de pré-alargamento
coronal resultou em um tamanho menor do instrumento que se liga ao CT, o que refletiu uma disparidade entre
o valor da lima e o diâmetro anatômico.
É importante promover uma desinfecção da parte cervical e média do acesso para reduzir o número
bacteriano desta região para não haver transporte de microrganismos para a região apical, a técnica coroa-ápice
é uma ótima opção (MARION et al., 2019; MARSHALL & PAPIN, 1980).

CANAL DENTINÁRIO X CANAL CEMENTÁRIO


O canal radicular é dividido entre canais dentinário e cementário. O canal dentinário representa a
porção mais extensa do canal radicular, possui paredes convergentes em direção ao terço apical, onde encontra
o canal cementário, enquanto o canal cementário é significativamente menor e apresenta paredes divergentes
até o final do canal no forame apical e é quando entra em contato com tecidos periapicais. O tecido contido no
canal dentinário é a polpa e no canal cementário é periodontal (WEBBER, 2019).
Esse ponto em que os dois tecidos se encontram é conhecido como limite da junção cementodentinário
(CDJ). Historicamente, o CDJ supostamente representa o ponto de maior constrição do canal e amplamente
aceito como o CT (WEBBER, 2019).
Uma vez atingido o forame apical, também conhecido como forame principal, temos dois forames: o
menor e o maior. O forame menor, ainda dentro da raiz, representa o ponto de maior constrição do canal,
enquanto o forame maior, muito mais largo, representa a saída do canal na extremidade da raiz; forame apical
(WEBBER, 2019).
O forame menor, do canal que corresponderia ao limite / constrição apical da CDJ, é representado
pela linha amarela pontilhada. A partir dessa posição, o canal continua até o forame principal (forame apical),
que é o canal radicular saída (WEBBER, 2019).
A literatura endodôntica mostrou que, nos casos de necrose pulpar e infecção do canal radicular, o
canal cementário também é infectado. Então, a visão clássica de que o canal radicular deve ser preparado para
1 mm ou qualquer outro ponto antes do ápice da raiz não pode ser aceito. Isso desafia o princípio estabelecido
de que para curar uma patologia é preciso remover sua causa (WEBBER, 2019).

Figura 4: Traçado preto é o forame maior e o traçado amarelo forame menor. * é canal dentinário e # é o canal cementário.
Fonte: WEBBER, J. Cemental canal instrumentation : a new concept. n. December, 2019.

A literatura não apresentou nenhuma substância química capaz de dissolver ou remover biofilme
bacteriano. As alterações periapicais estão associadas a microrganismos e tecido necrótico no interior do canal
radicular e nas proximidades do forame apical. Por conta disso, o processo da limpeza mecânica não pode se
limitar a um ponto no interior do canal (limite CDC), na medida que seu término se localiza no forame apical
(JOSÉ; MARION, 2013).

PATÊNCIA FORAMINAL
O terço apical pode abrigar um grande número de microrganismos responsáveis pela continuidade da
inflamação perirradicular, por isso é considerado uma zona crítica. Desse modo, a remoção do conteúdo do
canal radicular e limpeza foraminal são essenciais para aumentar a previsibilidade dos resultados do tratamento
endodôntico (ALBUQUERQUE et al., 2020; LASLAMI et al., 2018).
Buchanan, 1989 define patência apical um procedimento pela qual a porção apical é mantida livre de
detritos por recapitulação com um pequena lima flexível, que é movida passivamente pela constrição apical
0,5-1mm além do forame menor, sem alargá-lo (ALBUQUERQUE et al., 2020).
Esse processo gera condições biológicas mais convenientes a cicatrização e também fornece um
preparo centralizado do canal (ALBUQUERQUE et al., 2020).
No estudo de Vanni et al., 2005 demonstraram que a 1mm do ápice radiográfico o instrumento dá uma
sensação tátil de ajuste, mas na verdade, não toca nas paredes do canal neste momento. Webber, 2019 com
microscopia eletrônica de varredura (MEV) demonstrou claramente essa situação. O instrumento visto no
comprimento de trabalho não toca nas paredes do forame menor e se perde completamente dentro das paredes
do canal cementário, clinicamente, isso é visto.

Figura 5a: A imagem do MEV demonstra claramente a chamada "zona de constrição", o instrumento está solto e não toca
as paredes. Fonte: WEBBER, J. Cemental canal instrumentation : a new concept. n. December, 2019

Figura 5b: O instrumento visto no CT não toca as paredes do forame menor (parte sombreada ao seu redor) e está
completamente perdido dentro das paredes do canal cementário. Fonte: WEBBER, J. Cemental canal instrumentation : a
new concept. n. December, 2019

Os microrganismos efetuam um papel considerável no desenvolvimento de lesões periapicais


e sua manutenção na região apical do SCR piora o prognóstico da doença (LASLAMI et al., 2018;
TATIKONDA et al., 2017). E em dentes já obturados é uma das causas do insucesso do tratamento
endodôntico (MARION et al., 2019).
Em infecções de longa data os microrganismos penetram em diferentes profundidades nos
túbulos dentinários e permanecem protegidos de um PQM convencional, uma alternativa é uma
remoção maior de dentina infectada com instrumentos maiores (MITTAL et al., 2016).

AMPLIAÇÃO FORAMINAL
O aumento foraminal estimula a reparação de lesões periapicais, com a hipótese que o preparo
apical reduz a infecção endodôntica, criando um ambiente mais favorável à cicatrização, visto que os
microrganismos são encontrados não apenas no canal dentinário, mas também no canal cementário
(fig 5b), estão fora do alcance da instrumentação convencional do canal, bem como o sistema
imunológico. (BRANDÃO et al., 2019; JARA et al., 2018; WEBBER, 2019).
Figura 6a: A porção mais apical de um dente com necrose pulpar e uma lesão periapical. Figura 6b: em magnitude
crescente, mostrando o canal cementário e uma pequena parte da lesão periapical. Figura 6c: bactérias Gram negativas e
Gram positivas povoando os defeitos do canal. Fonte: WEBBER, J. Cemental canal instrumentation : a new concept. n.
December, 2019.

Para garantir o desbridamento adequado quando no canal radicular há presença de tecido


necrótico é necessária alguma ação mecânica dos instrumentos nas paredes do canal cementário e na
sua periferia. A única maneira de acontecer seria o instrumento tocar suas paredes (ALBUQUERQUE
et al., 2020; WEBBER, 2019).
A modelagem do terço apical deve ser realizada após a etapa de instrumentação do canal
dentinário. Importante realizar uma boa desinfecção dos terços coronário e médio para reduzir o
número bacteriano desta região e não ter transporte para o terço apical (MARION et al., 2019).
Em um estudo para estabelecer qual lima seria adequada para a limpeza foraminal, Souza et
al., 2011 avaliaram a relação entre as limas e o forame apical. Limas de 50 K foram previamente
ajustadas a 1 mm do ápice e foram introduzidas até o forame de 50 incisivos centrais superiores, e
analisadas com MEV. Nenhuma lima encostou nas paredes do canal cementário. Eles concluíram que
a instrumentação ativa com pelo menos a lima que se encaixa no forame menor deve ser usada para
cessar os biofilmes aderidos às paredes do canal cementário. Ao interromper colônias e remover
bactérias, as chances de realmente promover o controle da infecção sobre o conteúdo será maior.
Saini et al., 2012, em um estudo de controle randomizado, descobriram que um tamanho de
alargamento 3 vezes maior que a lima que travou no CT era adequado e um aumento adicional não
proporcionou nenhum benefício adicional durante o tratamento do canal radicular.
No estudo de Sabeti et al., 2018 com molares superiores, os canais distovestibular, não foi
observada redução significativa da resistência à fratura da raiz com instrumentação com taper .06
(Twisted Files) quando comparado ao taper .04 (Twisted Files), enquanto a preparação com taper .08
(Twisted Files) mostrou significativa diminuição na resistência à fratura. A manutenção da geometria
natural dos canais deve ser preservada, pois é fundamental para afetar menos a resistência à fratura
que esse contorno não seja substancialmente alterado.
As medicações intracanais podem ser uma alternativa para tentar reduzir ainda mais a carga
microbiana, especialmente o hidróxido de cálcio (BARBOSA-RIBEIRO et al., 2018). Porém na
porção apical ainda é necessário a ação dinâmica da limpeza mecânica (BERGENHOLTZ;
SPÅNGBERG, 2004).
É importante ressaltar que a preparação do canal radicular deve ser grande o suficiente no
segmento apical para aumentar a limpeza e desinfecção e, ao mesmo tempo, deve ser compatível com
a anatomia da raiz para evitar acidentes e não colocar o dente em risco (KRIKELI;
MIKROGEORGIS; LYROUDIA, 2018; RODRIGUES et al., 2017).

AMPLIAÇÃO FORAMINAL EM DENTES NECROSADOS

Em dentes necrosados há ausência de vascularização nos canais. Por isso não ocorre a
fagocitose de microrganismos do biofilme bacteriano intracanal. A instrumentação torna-se essencial
para reduzir o número bacteriano mecanicamente (JOSÉ; MARION, 2013).
O sangramento pode ocorrer no interior do canal depois da patência e da ampliação foraminal,
mas logo deve cessar, após irrigação com soro fisiológico. O sangramento no ligamento periodontal
não é intenso e persistente, pois assim que o instrumento atinge o tecido conjuntivo ocorre a formação
de coágulo. Aquele sangramento que persiste de forma consistente geralmente ocorre devido a restos
pulpares no interior do canal radicular (JOSÉ; MARION, 2013).

IRRIGAÇÃO
Como já foi relatado o sistema de canais radiculares possuem uma anatomia complexa, com
áreas irregulares, canais laterais, deltas apicais, o que favorece a permanência de microrganismos e
após a instrumentação um acúmulo de detritos que pode impactar negativamente no selamento os
canais. Dessa maneira a irrigação é fundamental na limpeza dessas áreas. Com ações físicas, agitando
no interior do canal e com ação química, com a escolha da solução irrigante (VERA et al., 2012;
VIVAN et al., 2016).
Outra vantagem da ampliação foraminal é a eficácia química da irrigação, que é aumentada
pois preparações maiores permitem uma penetração mais profunda da agulha de irrigação e um maior
volume de irrigantes atingindo o terço apical e melhora a troca de irrigação nessa região (JARA et
al., 2018; RODRIGUES et al., 2017).
No trabalho de Versiani et al., 2015, eles já observavam que com a irrigação convencional
não era possível atingira todas as paredes, deixando significativas áreas intocadas. Com isso a
irrigação ultrassônica passiva (PUI) foi apresentada como uma auxiliar no processo de limpeza final,
reduzindo a dor pós-operatória, melhorando o desbridamento e a limpeza dos canais e istmos, além
de conseguir que o irrigante chegue próximo ao comprimento de trabalho (SUSILA; MINU, 2019;
VIVAN et al., 2016).
A agulha com saída lateral apresenta velocidade de jato ligeiramente menor que a agulha
aberta, porém apresenta ventilação de um dos lados para irrigação lateral, evitando o perigo da
extrusão de fluidos através do ápice (BOUTSIOUKIS et al., 2010; CHANG; CHEUNG; CHEUNG,
2015).

OBTURAÇÃO

A vedação tridimensional e hermética aumenta a longevidade do dente. No entanto, a


obturação não pode compensar a falta de preparação do canal radicular. É importante entender que a
preparação e o preenchimento do canal radicular se complementam (LASLAMI et al., 2018).
A modelagem do último milímetro apical deve respeitar medidas mecânicas e biológicas:
conicidade, respeito do diâmetro apical e posição original do forame, para que se obtenha ajuste do
cone principal no terço apical (LASLAMI et al., 2018).
Um preparo continuamente afunilado da cavidade de acesso ao forame apical facilita a
administração eficiente de irrigante e cria resistência apical, que mantém a guta-percha no espaço do
canal e reduz a possibilidade de transbordamento (RUDDLE, 2002). Além de distribuir as tensões
durante a compactação lateral e vertical da guta-percha (KRIKELI; MIKROGEORGIS;
LYROUDIA, 2018; PINTO et al., 2019; SABETI et al., 2018).
A ampliação foraminal elimina o batente apical que serve para ancorar o cone de guta-percha,
portanto o travamento deste cone será feito diretamente nas paredes da dentina radicular. É preciso
conhecer a lima anatômica final e o respectivo diâmetro do forame apical para o sucesso do
travamento do cone de guta-percha (LASLAMI et al., 2018).
O diâmetro final do forame apical é obtido transpassando o forame com uma lima manual
com diâmetro correspondente ao último instrumento, caso este passe do canal deve ser testado um
instrumento mais calibroso. É essencial que o cone de guta-percha seja calibrado para a obturação
final (LASLAMI et al., 2018).

DOR PÓS AMPLIAÇÃO FORAMINAL


Ao ampliar o forame apical há de se esperar uma sintomatologia dolorosa mais intensa ao
longo do pós-operatório, no estudo de Yaylali et al., 2017 eles observaram que houve dor nos dois
primeiros dias no grupo que teve o aumento foraminal, após esse período, não houve diferença com
o outro grupo que não foi instrumentado até o canal cementário.
Já Silva et al., 2013 realizaram um ensaio clinico prospectivo, controlado e randomizado para
avaliar a dor pós-operatória entre as técnicas de aumento foraminal e preparação no CDC após o
tratamento os resultados revelaram que não houve diferença significativa relatada pelos pacientes nos
dois grupos. (YAYLALI; TEKE; TUNCA, 2017).

SISTEMA RECIPROCANTE X SISTEMA ROTATÓRIO


No estudo de Pinto et al., 2019 a preparação pelo sistema reciprocante foi mais rápido do que
pelo sistema rotatório, mas os dois sistemas se mostraram eficientes na redução significativa na área
despreparada do canal após cada aumento no tamanho da preparação. E no trabalho de Pérez et al.,
2018 observaram que o aumento do canal radicular em até 4 tamanhos maiores que o primeiro a se
ligar ao CT reduziu significativamente a área superficial do canal não preparado.
No trabalho de Duque et al., 2019 usando sistemas alternativos Reciproc Blue, WaveOne Gold
e ProDesign R observaram que o aumento apical maior reduziu significativamente a porcentagem de
áreas intocadas e manteve a trajetória dos canais curvos.
Estes trabalham confirmam o achado de De-Deus et al., 2015, que também relatam que o
aumento apical reduz as áreas não instrumentadas no canal radicular.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A instrumentação não deve ficar restrita ao limite CDC, mas abranger toda a extensão do
canal, visando no canal dentinário a forma e remoção do conteúdo e no canal cementário a limpeza
para que os substratos orgânicos pulpares, microrganismos e tecidos necróticos sejam reduzidos em
número ou até mesmo desejosamente removidos, desta forma teremos uma maior previsibilidade do
tratamento endodôntico. E este possui duas etapas, sendo a preparação seguida pela obturação do
canal radicular, contudo a obturação deve ser vista como complementar ao controle da infecção, não
como fator determinante.

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, P. P. et al. Influence of foraminal enlargement on the apical extrusion of filling


material: Volumetric analysis using micro-computed tomography. Australian Endodontic Journal,
2020.
AMINOSHARIAE, A.; KULILD, J. C. Master apical file size - smaller or larger: A systematic
review of healing outcomesInternational Endodontic JournalBlackwell Publishing Ltd, , 1 jul.
2015.
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