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REVISÃO / REVIEW PAPER / REVISIÓN

Cirurgia parendodôntica: revisão da literatura


Periradicular surgery: literature review
Endodoncia cirugía: revisión de la literatura

Moara e Silva Conceição Pinto RESUMO


Cirurgiã- dentista. Graduada pela Universidade
Estadual do Piauí- UESPI. Especialista em Endodontia A evolução técnico-científica, aperfeiçoamento instrumental dos equipamentos e o aprimoramen-
pela Faculdade NOVAFAPI- Teresina-PI. Endodontista to profissional têm favorecido para a redução dos insucessos endodônticos. Quando presentes, os
do Centro de Especialidades - CEO- Parnaíba-PI. recursos endodônticos para tratamento são altamente satisfatórios diminuindo consideravelmente
e-mail: moara.c@hotmail.com os casos de perda dental. A Cirurgia Parendodôntica constitui uma alternativa na permanência do
dente na cavidade bucal exercendo suas funções sem que este possa provocar danos à saúde do
Maria Ângela Arêa Leão Ferraz paciente. O presente trabalho apresentou uma Revisão de Literatura sobre a Cirurgia Periapical, pla-
Cirurgiã-dentista. Graduada pela Uuniversidade nejamento, indicações e contra-indicações, várias modalidades, instrumentais e equipamentos utili-
Federal do Piauí-UFPI. Especialista em Endodontia zados, materiais empregados na retrobturação e reparação tecidual perirradicular. Conclui-se que o
pela UniABO-PI. Mestre em Ciências e Saúde pela MTA é o material de escolha na retrobturação; a curetagem apical associada a apicectomia aumen-
UFPI. Docente Assistente do Curso de Odontologia tam consideravelmente o prognóstico do caso; a melhor forma de retropreparo é a realizada com o
UESPI. Professora dos Cursos de Especialização em ultrassom; o laser constitui um avanço na descontaminação apical e o microscópio um recurso de
Endodontia da UniABO-PI e CIODONTO-PI. ponta na magnificação da imagem operatória.
Descritores: Endodontia. Odontologia. Cavidade bucal.
Carlos Alberto Monteiro Falcão
Cirurgião-dentista. Mestre em Dentística e ABSTRACT
Endodontia – FOP/UPE. Doutor em Clínicas
Odontológicas – São Leopoldo Mandic. Professor do The technical-scientific evolution, improvement of equipment and instruments and professional
Curso de Odontologia-NOVAFAPI e UESPI. development have favored the reduction of endodontic failures. When present, the resources for
root canal treatment is highly satisfactory significantly lowering the cases of tooth loss. The perira-
Francisca Tereza Coelho Matos dicular surgery is an alternative for permanent tooth in the oral cavity without exerting its functions
Cirurgiã Destista - Graduada pela Universidade that it can damage the health of the patient. This paper presented a Literature Review on Periapical
Federal do Piauí. Mestre em Endodontia pela surgery, planning, indications and contraindications, various methods, instruments and equipment
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Doutoranda used, materials used in retrofilling and periradicular tissue repair. It is concluded that the MTA is the
em Endodontia pela Universidade de Ribeirão Preto material of choice in retrofilling; curettage apical associated apicoectomy increase considerably the
– São Paulo. prognosis of the case, the best way to retropreparation is performed with ultrasound, the laser is
a step in the apical decontamination and the microscope a feature point in image magnification
Antonione Santos Bezerra Pinto operative.
Cirurgião-dentista. Graduado pela Universidade Descriptors: Endodontics. Dentistry. Mouth.
Estadual do Piauí - UESPI. Especialista em Radiologia
Odontológica pela São Leopoldo Mandic - Fortaleza- RESUMEN
CE . Mestrando em Radiologia Odontológica
e Estomatologia pela São Leopoldo Mandic - La evolución técnico-científica, la mejora de equipos e instrumentos y el desarrollo profesional han
Campinas-SP favorecido la reducción de los fracasos endodóncicos. Cuando está presente, los recursos para el
tratamiento del conducto radicular es altamente satisfactorio rebajar significativamente los casos de
pérdida de dientes. La cirugía perirradicular es una excelente alternativa para el diente permanente
en la cavidad oral sin ejercer sus funciones que pueden dañar la salud del paciente. Se presenta un
revisión de la literatura sobre cirugía periapical, la planificación, las indicaciones y contraindicacio-
nes, distintos métodos, instrumentos y equipos utilizados, los materiales utilizados en la reparación
Submissão:07/02/2011 de los tejidos perirradiculares y rellenado. Se concluye que el MTA es el material de elección en
Aprovação: 05/06/2011 el rellenado; curetaje apical asociada aumento apicectomía considerablemente el pronóstico del

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Pinto, M. S. C. ; et al.

caso, la mejor manera retrógrada se realiza com ultrasonido, el laser es um A pesquisa abrangeu publicações nacionais e internacionais publi-
paso y la punta del microscopio es una característica de la ampliación de cadas no período de 1996 a 2009 onde foram utilizados os seguintes des-
la imagen operativa. critores: Cirurgia apical; Cirurgia Parendodôntica; Endodontia; Periapical
Descriptores: Endodoncia. Odontologia. Boca. Surgery; Endodontic; Endodonty.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
1 INTRODUÇÃO
3.1 Cirurgia parendodôntica - microbiologia associada a insu-
A Endodontia é a especialidade odontológica que se ocupa da pre- cessos endodônticos
venção, diagnóstico e tratamento de doenças ou injúrias da polpa dental,
responsável pelo desenvolvimento do dente. O tratamento do canal radi- Embora o tratamento não-cirúrgico tenha bom resultado na maio-
cular é um meio seguro e eficaz de preservar dentes que de outra forma ria dos casos, a cirurgia pode ser indicada para dentes com processo pa-
estariam perdidos (COHEN; HARGREAVES, 2007). tológico perirradicular persistentes que não responderam á abordagem
O preparo operatório do conduto endodôntico busca além de dar não-cirúrgica (JOHNSON; WITHERSPOON, 2007), pois segundo Leonardo
forma a esse, saneá-lo pela remoção do conteúdo séptico-necrótico. O tra- (2005), o tratamento de canais radiculares não é apenas um problema téc-
tamento deve seguir princípios científicos e biológicos para que sejam mi- nico, mas sim biológico.
nimizadas as possibilidades de falhas e acidentes, pois além da origem mi- O fator microbiológico (Tabela 1) é apontado como a maior causa
crobiana, os erros podem decorrer de fatores como diagnóstico incorreto, de falhas do tratamento. A porcentagem de casos de insucesso é signi-
falhas técnicas e falta de habilidade do profissional (GABARDO et al. 2009). ficativa, sendo que as áreas não atingidas durante o preparo químico-
Contudo, a evolução do conhecimento técnico-científico, aperfei- -cirúrgico são favoráveis à manutenção de conteúdo séptico-necrótico,
çoamento instrumental e dos equipamentos e, principalmente o aprimo- contribuindo para o insucesso da terapia endodôntica (LIN et al. 1992
ramento profissional, têm diminuído a incidência dos insucessos endo- apud GABARDO et al. 2009).
dônticos. Quando presentes, os recursos endodônticos para tratamento Tabela 1. Associação microbiana e situação clínica endodôntica
são satisfatórios e os casos de perda dental são reduzidos (BRAMANTE et MICRORGANISMOS SITUAÇÃO CLÍNICA
al. 2008). Fusobacterium nucleatum Flare-ups ou
Diante de um fracasso endodôntico, a primeira opção recai sobre Prevotella intermédia reagudizações
o retratamento, mas quando a tentativa de conter os microrganismos na Porphyromonas gingivalis
porção apical e periapical não for possível ou solucionável com o acesso Micromonas
coronário, a cirurgia parendodôntica desponta como complemento da te-
Enterococcus faecalis Retratamentos
rapia (GOMES et al. 2003).
Propionibacterium acnes Falhas endodônticas
O presente trabalho visa apresentar à classe odontológica um es-
Estreptococos Periodontite apical
tudo, através de Revisão de Literatura sobre a cirurgia periapical como
Enterococos
indicação diante do insucesso endodôntico, contra-indicações, plane-
Lactobacilos
jamento, modalidades, diferentes materiais e equipamentos utilizados
na retrobturação e reparação tecidual perirradicular, proporcionando ao Actinomyces radicidentis Lesões e Infecções
Cirurgião-dentista (CD) a ciência dessa possibilidade de tratamento, indi- Treponema denticola Apicais
cando casos a um profissional devidamente habilitado; e ao especialista Pseudoramibacter
em Endodontia a buscar avanços na área, a fim de oferecer uma maior aloctolyticus
resolubilidade, quando detectadas falhas de ordem técnica ou mesmo Propionibacterium
biológica no tratamento de canal radicular. propionicum
Dialister pneumosintes
2 METODOLOGIA Filifactor alocis
FONTE: GABARDO et al (2009)

O presente estudo é uma pesquisa bibliográfica de natureza ex- 3.2 Indicações e contra-indicações
ploratória, realizada por uma ampla busca, constituída principalmente de
livros e artigos científicos. A cirurgia parendodôntica está indicada para a resolução dos pro-
A busca eletrônica foi realizada em diversos portais de pesquisas, blemas não solucionados pelos tratamentos convencionais de canais ra-
bibliotecas virtuais, sites de buscas, revistas eletrônicas e base de dados diculares (LEAL; BAMPA; POLISELI NETO, 2005). Entre as indicações da Ci-
da Bireme, Pubmed, Google acadêmico, bem como acervo de teses e dis- rurgia Parendodôntica, segundo Bramante e Berbert (2007), destacam-se:
sertações da biblioteca da Universidade São Leopoldo Mandic. Foi con- estabelecimento de drenagem, alívio da dor, complicações anatômicas,
siderado: artigos de periódicos, textos científicos, anais de congressos, problemas iatrogênicos, traumatismos, necessidade de biópsia; defeitos
monografias, dissertações e teses disponíveis. endo-periodontais; problemas durante o tratamento, falhas em tratamen-
Após o levantamento bibliográfico, os critérios de inclusão abran- to previamente realizado ou com presença ou não de núcleo.
geram a análise dos trabalhos e a classificação dos mesmos por temas Existem contra-indicações gerais e locais (Tabela 2) que impedem
abordados de acordo com os assuntos tratados no texto. Alguns trabalhos relativa ou absolutamente a execução da cirurgia periapical.
foram catalogados em mais de um tema. Tabela 2. Contra-Indicações da Cirurgia Parendodôntica

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Cirurgia parendodôntica: revisão da literatura

LOCAIS GERAIS
• Quando o tratamento ou retratamento do Canal • Diabetes não compensadas
Radicular for a forma mais conveniente e segura para • Alterações sanguíneas
a cura da lesão • Pacientes sob terapia anticoagulante
• Problemas periodontais severos, determinando • Problemas cardio-vasculares
suporte ósseo insatisfatório • Hipertensão
• Oclusão traumática • Infartados recentemente
• Ápices de difícil acesso cirúrgico (2ºs e 3ºs molares • Portadores de válvulas protéticas
inferiores, raízes palatinas de molares superiores) • Reumatismo infeccioso
• Ápices relacinados a reparos anatômicos de risco (seio • Pacientes imunodeprimidos
maxilar, fossa nasal, canal mandibular, forame • Pacientes que receberam radiação nos maxilares
mentoniano) • Pacientes com leucemia ou neutropenia em estado ativo
• Raízes muito curtas ou que já sofreram apicectomias • Pacientes que estão sob algum tipo de medicação
anteriores • Alergias
• Processos patológicos em fase aguda • Pacientes extremamente apreensivos
• Dentes que não têm mais condições de serem
restaurados
FONTE: LEAL; BAMPA; POLISELI-NETO (2005)
entanto, Vieira (2008) cita o uso da Tomografia Computadorizada, principalmen-
As contra-indicações gerais são representadas por um estado de te o Cone-bean tomógrafo, exclusivo para uso odontológico, mostrou-se mais
saúde precário, frente a determinadas doenças e complicações sistêmicas e eficaz na qualidade das imagens.
muitas contra-indicações locais podem ser contornadas com a experiência
e a desenvoltura clínica do profissional (LEAL; BAMPA; POLISELI NETO, 2005). 3.4 Técnica operatória

3.3 Avaliação pré-operatória A cirurgia Parendodôntica pode receber outras denominações, tais
como: Cirurgia Radicular, Cirurgia Endodôntica, Cirurgia Apical, Cirurgia Periapi-
A avaliação pré-operatória deve levar em consideração o tipo de pro- cal e Cirurgia Perirradicular (WALTON, 2000).
cedimento planejado e a condição de saúde do paciente. Pacientes saudáveis Bramante e Berbert (2007) declaram que após a obtenção dos exames,
toleram muito melhor os procedimentos cirúrgicos que aqueles com compro- há necessidade de planejamento da realização da cirurgia. Serão avaliados a
metimento sistêmico (JOHNSON; WITHERSPOON, 2007). área a operar, se superior ou inferior, anterior ou posterior; estruturas anatômicas
Leal, Bampa e Poliseli Neto (2005) ressaltam que deve-se fazer o levan- próximas à área, incluindo fossa nasal, seio maxilar, orifício mentoniano, orifício
tamento da queixa principal e avaliar o mais completamente possível o estado palatino anterior, freios, bridas; presença e local de lesão.
geral do paciente, trocar informações com o médico do paciente, caso apresen- A sequência operatória (Tabela 3) engloba desde a anestesia, incisão,
te algum problema sistêmico não controlado. Inspeciona-se cuidadosamente divulsão, osteotomia, curetagem, secagem, radiografia trans-operatória e sutura
todos os aspectos locais, como fístulas, tumefações, áreas de sensibilidade a e é a mesma para todas as modalidades cirúrgicas (BRAMANTE; BERBERT, 2007).
percussão ou a palpação. Uma incisão bem planejada, indicada para cada caso (Tabela 4) e reali-
Na anamnese, constatando que o paciente é portador de discrasia san- zada adequadamente, preservando as papilas, com uma sutura mais adequada
guínea, é conveniente solicitar o exame de tempos de coagulação e sangra- e bem adaptada, aproximando os rebordos, sem traumatizar a região, além de
mento (BRAMANTE; BERBERT, 2007). uma sutura atraumática com fio 6.0 de nylon, uma vez que evita o acúmulo de
Exames Radiográficos Periapicais são usados para avaliação detalhada placa é fundamental para a cicatrização correta e estética, diminuindo as chan-
da região apical, rastreamento de fístulas. Em diferentes angulagens, podem ces de recessão gengival pós-cirurgia parendodôntica (VELVART; PETERS, 2005).
localizar mais de um canal em uma mesma raiz. Para relacionar ápices com Os princípios que orientam os retalhos cirúrgicos são: a incisão deve ser
estruturas anatômicas importantes, o Cirurgião-dentista dispõe de radiografias em bizel, traçado firme e constante, não devem passar sobre defeitos ósseos,
oclusais e panorâmicas (LEAL; BAMPA; POLISELI NETO, 2005). sempre que possível em gengiva inserida, estender-se um dente a mais para
Recentemente, a radiografia digitalizada (radiovisiografia) tem sido uti- frente e para trás, o ângulo de incisão no espaço interproximal e a base do re-
lizada para o diagnóstico de patologias apicais (BRAMANTE; BERBERT, 2007). No talho deve ser maior que na gengiva livre (LEAL; BAMPA; POLISELI NETO, 2005).
Tabela 3. Sequência cirúrgica da Cirurgia Parendodôntica
FASE CIRÚRGICA CONSIDERAÇÕES
ANESTESIA A anestesia deve ser efetiva. É a melhor condição para termos o paciente calmo e relaxado durante a realização do procedimento.
Na maxila deverá ser a infiltrativa por vestibular e palatina e na mandíbula o bloqueio regional complementado por infiltrativas é o
indicado. O tipo de anestésico deve ser adequado a problemas sistêmicos e ao tempo de duração da cirurgia.
INCISÃO Corte afiado dos tecidos de modo a dar acesso aos planos anatômicos mais profundos.
Normalmente composta de um traçado horizontal e dois verticais.
DIVULSÃO Afastamento ou rebatimento dos tecidos incisados a fim de permitir um bom acesso ósseo. Elevador periósteo de Seldin nº 23,
descolador de Molt ou extremidade + larga de uma espátula nº 7.
OSTEOTOMIA Corte e remoção de osso o suficiente para permitir o acesso ao ápice e às estruturas adjacentes. É feito inicialmente com cinzel
goivo bem afiado com pressão manual, podendo ser complementado com brocas de aço.
CURETAGEM Remoção cirúrgica do tecido patológico existente em uma lesão ao nível apical de um dente. Feita com limas especiais e curetas
periodontais. Deve ser acompanhada de uma plastia apical, ou seja, um alisamento cuidadoso do ápice radicular.
SECAGEM Realizada com pontas de aspiração complementadas com papel absorvente.

RADIOGRAFIA TRANSOPERATÓRIA O Raio X final deve ser feito sempre antes da sutura para nos certificarmos que não existe nenhum resíduo na cavidade cirúrgica
que possa ter escapado de nossa observação visual.
Rx com retalho posicionado para a detecção de qualquer objeto estranho na cavidade ou aderido ao retalho e também para
confirmar a profundidade e a homogeneidade da retrobturação.
SUTURA Sutura deve ser simples, com pontos interrompidos.
FONTE: LEAL; BAMPA; POLISELI-NETO (2005).

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Pinto, M. S. C. ; et al.

Walton (2000) enfatizou a possibilidade de se conseguir o reparo parendodôntica, deve-se realizar a apicectomia, já que ao se negligenciar
apical de lesões persistentes pós-endodontia com uma simples cureta- esta fase de cirurgia apical estariam sendo deixados para trás os agentes
gem apical, nos casos de material extravasado além ápice ou instrumen- causadores das lesões apicais que se encontram nos deltas apicais, nos
tos fraturados nesta região apresentando sintomatologia dolorosa ou au- canais secundários e nas possíveis iatrogenias, causadas pelo endodontis-
sência do reparo apical. Porém, Cunha Filho (2003) não corrobora com o ta, as quais se encontram na maioria das vezes na porção apical das raízes
mesmo, afirmando que sempre que se optar pela modalidade de cirurgia medindo aproximadamente três milímetros.
Tabela 4 . Incisões em Cirurgias Periapicais
TIPOS DE RETALHOS CONCEITO INDICAÇÕES, VANTAGENS E DESVANTAGENS

Preferível para dentes anteriores. Vantagens: permite total acesso e visibilidade, menor sangramento, cobre
possíveis defeitos ósseos, tem bom suprimento sanguíneo na borda livre do retalho e permite a execução dos
INCISÃO DE NEUMANN Formada por duas incisões verticais relaxantes e se unindo por uma incisão procedimentos periodontais. Principal desvantagem: possível retração gengival.
OU RETANGULAR sulcular horizontal.
Formada por uma incisão vertical na mesial do dente, extendendo-se pela
sulcular até a distal de dois dentes a frente, formando um triângulo,
ANGULADA OU Indicada para dentes posteriores da maxila e mandíbula.
TRIANGULAR
OCHSENBEIN – LUEBKE A incisão deve ser feita de modo a obter um retalho mucoperiosteal total. Oferece bom acesso e visualização e é de fácil reposição. A vantagem está no fato de preservar a gengiva
OU RETALHO EM É obtido com uma incisão horizontal com pequenas curvaturas feitas na marginal. Além disso, é um retalho fácil de incisar, de divulsionar e de suturar e o paciente consegue manter
CONCHA gengiva inserida a 3 ou 4mm do sulco gengival e complementada com duas boa higienização, também provoca mínimo sangramento. Sua principal desvantagem é não poder ser
(RETALHO incisões verticais. utilizado quando existem bolsas periodontais ou uma faixa de gengiva inserida muito estreita.
SUBMARGINAL
RETANGULAR OU
RETANGULAR COM
INCISÃO
MUCOGENGIVAL
Formada por duas incisões verticais e se unindo com uma submarginal Eventualmente, pode ser usada em substituição ao de Oschsenbein-Luebke. Pode causar alguma recessão
WASSMUND horizontal. gengival.
(TRAPEZOIDAL)
PARTSCH OU Mucoperiosteal limitado em forma de curva horizontal. Menos usado, pois possui inúmeras desvantagens, como limitação de trabalho.
SEMILUNAR

FONTE: BRAMANTE.; BERBERT (2007); LEAL; BAMPA.; POLISELI-NETO (2005).


Vale ressaltar que a sequência cirúrgica se inicia e prossegue se- 3.5 Modalidades cirúrgicas
guindo princípios de assepsia, visando um adequado controle de infecção
cruzada e evitar levar outros microrganismos para as regiões apicais e pe- Várias são as modalidades operatórias (Tabela 5) como a cureta-
riapicais. A assepsia cirúrgica consiste no preparo do paciente e de todo o gem com alisamento ou plastia apical, apicectomia, apicectomia com ou
material a ser utilizado durante a cirurgia. É o conjunto de meios utilizados sem obturação retrógrada, apicectomia com instrumentação e retrobtu-
para evitar a penetração de microrganismos em uma determinada área, ração e obturação do canal radicular simultânea ao ato cirúrgico (XAVIER;
podendo ser feita por meio da desinfecção e esterilização (BRAMANTE; ZAMBRANO, 2001).
BERBERT, 2007). Historicamente, o corte apical vem sendo realizado em 30º e 45º,
Portanto, faz-se todos os cuidados necessários para evitar risco mas, atualmente, com o advento dos microscópios cirúrgicos e pontas de
de contaminação cruzada, com os princípios assépticos utilizados, como ultrassom, este ângulo vem sendo reduzido para 90º (BROWN, 1995 apud
colocação dos instrumentais e luvas esterilizados e campos cirúrgicos, la- XAVIER; ZAMBRANO, 2001). Guimarães et al. (2006) ressalta que o corte
vagem e degermação das mãos do operador, antissepsia intra-oral com apical em 90º e o uso do ultrassom, com pontas anguladas, permite a con-
solução iodada ou com bochecho de digluconato de clorexidina a 0,12% fecção de cavidade retrógrada com três mm de profundidade. Esta técnica
por um minuto antes da sequência operatória. remove o extremo apical em todas as suas faces, gerando uma menor infil-
tração quando comparada com um ângulo de ressecção apical inclinado.
Tabela 5. Modalidades Operatórias
MODALIDADES CIRÚRGICAS CONCEITO INDICAÇÕES CONTRA-INDICAÇÕES

Remoção cirúrgica da porção apical de um dente. Indicada em inúmeras situações Inacessibilidade cirúrgica, raiz curta, perda óssea acentuada, canal deficientemente obturado.
O corte apical em 90º com três mm de terço apical ou clínicas, tais como lesões periapicais
o mínimo corte possível. persistentes ao tratamento
convencional, perfurações,
instrumentos fraturados, remoção
de deltas apicais, presença de
APICECTOMIA
reabsorção externa, inacessibilidade
ao ápice por calcificações, curvaturas
e degraus em dentes portadores de
lesões apicais, desvio de
instrumentação, conveniência
cirúrgica.
É o procedimento pelo qual o canal é obturado Canal difícil de secar, Ápice Inacessibilidade cirúrgica, raiz curta, perda óssea acentuada, inacessibilidade ao canal.
durante o ato cirúrgico. arrombado, Material extravasado,
Rizogênese incompleta, Canais
CIRURGIA COM OBTURAÇÃO SIMULTÂNEA inacessíveis, Próteses com pino,
Perfurações, Instrumentos
fraturados, Dens in dente.

Consiste no corte da raiz em bizel, preparo de uma Canais inacessíveis por calcificação, Inacessibilidade cirúrgica, raiz curta, perda óssea acentuada, raiz muito fina, conformações anatômicas apicais
cavidade na luz do canal e sua obturação. curvatura, degrau em dentes que complexas, curvaturas radiculares acentuadas para palatino.
apresentem lesão apical.
OBTURAÇÃO RETRÓGRADA
Dentes com prótese a pino,
perfurações, instrumentos
fraturados, dens in dente.
É a instrumentação com retrobturação do canal com Dentes portadores de prótese Inacessibilidade cirúrgica, raiz curta, perda óssea acentuada, canais atresiados.
guta-percha por meio de acesso apical. suportada por pino, instrumentos
RETROINSTRUMENTAÇÃO COM fraturados na região apical.
RETROBTURAÇÃO
FONTE: BRAMANTE; BERBERT (2007).

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Cirurgia parendodôntica: revisão da literatura

A cirurgia com obturação simultânea promove um bom vedamen- vidro foi proposto pelas suas propriedades de adesão a dentina, baixa so-
to radicular e, quando associadas à remoção de todo tecido infectado do lubilidade e biocompatibilidade tecidual. Possui nível de infiltração mar-
periápice e do osso, permitem o estabelecimento de condições favoráveis ginal semelhante ao verniz mais amálgama. As desvantagens são a falta
para neoformação óssea (GUIMARÃES et al. 2006). de radiopacidade e sensibilidade à umidade durante o período de presa.

3.6 Materiais Empregados 3.7 Uso do microscópio, ultrassom e laser

O material utilizado na retrobturação é um fator determinante do O fracasso na cirurgia parendodôntica se deve a impossibilidade
sucesso na cirurgia parendodôntica. Dessa forma, muitos materiais têm de observar detalhes no pequeno campo operatório durante o proce-
sido propostos e utilizados, com o objetivo de encontrar um material ide- dimento cirúrgico e as estruturas anatômicas. O microscópio operatório
al para ser utilizado em substituição ao amálgama. O material ideal deve contribuiu muito permitindo diferenciar o tecido sadio do patológico, pos-
oferecer aderência, promover selamento hermético, ser biocompatível, suindo uma configuração básica de cinco etapas de magnificação, lentes
radiopaco, de fácil manipulação e possibilitar um ambiente propício para oculares, objetiva de 200 ou 250 mm e fonte de iluminação halógena (LE-
regeneração tecidual (TORABINEJAD; PITT FORD, 1996 apud HELLWIG et ONARDO, 2005).
al. 2007). O ultrassom tem se mostrado bastante útil nas Cirurgias Parendo-
Entre os materiais empregados em obturação retrógrada, desta- dônticas, devido a sua rapidez e eficácia. As pontas de ultrassom devem
cam-se: amálgama, óxido de zinco e eugenol (Material Restaurador Inter- ser empregadas após a apicectomia radicular com a finalidade e confec-
mediário – IRM), ionômero de vidro, guta-percha, N- Rickert, Sealer 26, ção de retro-preparos não muito profundos com mínimo ou nenhum
EBA, Super EBA e o MTA. bisel, visando seu preenchimento por uma obturação retrógrada como
O amálgama de prata foi considerado, durante muitos anos, como complemento apical de uma obturação radiograficamente satisfatória já
o material retrobturador de primeira escolha por estar sendo utilizado por presente no canal radicular. Esta limitação deve-se ao fato destes insertos
séculos e ser bem tolerado pelos tecidos periapicais (XAVIER; ZAMBRANO, apresentarem uma ponta ativa de no máximo três milímetros (BRAMANTE;
2001). Entretanto, Bramante e Berbert (2007) atribuem ao amálgama uma BERBERT, 2007).
série de desvantagens como precária adaptação à parede da cavidade, Com o ultrassom, Vieira (2008) observa que o preparo retroapical
expansão tardia, oxidação, corrosão e tatuagem da mucosa pelos íons é oblíquo, em direção bucal-lingual e com a utilização do microscópio ci-
metálicos. rúrgico, o preparo pode ser visto incluindo a extensão necessária do canal,
O Super EBA possui vantagens em relação ao IRM, como apresentar o que caracteriza a importância do uso do microscópio e do ultrassom
superfície mais lisa e regular, devido menor liberação de eugenol. É mais nas cirurgias parendodônticas e de materiais com capacidade seladoras
solúvel possuindo menor resistência à compressão, o super EBA pode ser superiores ao amálgama.
colocado em camadas e trabalhando em meio úmido enquanto IRM ne- Negrão (2001) acrescenta que o laser ER:YAG tem se mostrado uma
cessita de campo seco. A radiopacidade é igual nos dois materiais (ABBAS, excelente ferramenta coadjuvante no tratamento endodôntico tradicional
2005). não só como auxiliar direto no procedimento operatório, reduzindo a ní-
Andrade (2008) declara que o Mineral Trióxido Agregado (MTA) é veis bem próximos a zero o número de bactérias do conduto, bem como
um material desenvolvido para o uso odontológico que possui proprie- nas apicectomias, curetagens apicais e desinfecção apical, mas Sousa,
dades satisfatórias para seu emprego na Endodontia como material re- Amorim e Marques (2006) lembram que o efeito da irradiação com laser
trobturador e foi desenvolvido com o intuito de selar as áreas de comuni- de diodo no que tange o selamento apical, não é eficaz em retrobturações
cação do interior do dente com o exterior, uma vez que Leonardo (2005) com MTA.
define o MTA como um pó constituído por finas partículas hidrófilas. Tem A cirurgia parendodôntica mostra-se um procedimento eficaz e
como principais componentes o silicato tricálcio, alumínio tricálcio, óxido com um elevado índice de sucesso, quando bem realizada e indicada,
tricálcio, óxido de silicato e óxido de bismuto, que confere certo grau de demonstrando ser um complemento aos tratamentos endodônticos con-
radiopacidade ao agregado. vencionais que apresentaram falhas no processo de cura e que não obtive-
Na tentativa de diminuir os custos, muitos trabalhos têm compara- ram resultados satisfatórios com retratamentos (VIEIRA, 2008).
do a eficiência do MTA com o Cimento Portland (cimento de construção
civil). A composição, ação antimicrobiana e o pH entre o MTA e o Cimento 3.8 Cuidados pós-operatórios
Portland são semelhantes com exceção de que o Cimento Portland não
apresentava óxido de bismuto, que é radiopacificador do MTA (ESTRELA O paciente deve ser informado no sentido de cuidar da área ope-
et al. 2000). rada, o que lhe trará maior conforto, um pós-operatório mais tranquilo e
O MTA posssui muitas vantagens, como melhor selamento apical, uma cicatrização melhor e mais rápida (BRAMANTE; BERBERT, 2007).
menor infiltração bacteriana, sofre pouca influência do sangue e da umi- As orientações devem ser dadas por escrito e baseiam-se na aplica-
dade, não apresenta citoxicidade, apresenta boa resistência à compressão, ção térmica de gelo na face, sobre a região operada, prescrição de anti-in-
adequada radiopacidade, além de apresentar efeito antimicrobiano com flamatórios por um período de três a quatro dias, manter a cabeça em um
capacidade osteoindutora quando comparado aos outros materiais, o que plano mais alto ao deitar, repouso por dois ou três dias, evitar exposição
torna um material extremamente promissor em obturações retrógradas ao sol, alimentação líquida/pastosa, ter cuidado com a ferida operatória,
(LEONARDO, 2005), mas a única desvantagem seria o longo tempo de pre- evitando levantar o lábio pra tocá-la, evitar escovar diretamente sobre a
sa (TORABINEJAD et al. 1993 apud XAVIER; ZAMBRANO, 2001). região e uso de bochechos de clorexidina após 24 horas (LEAL; BAMPA;
No entanto, Abbas (2005) afirma que o cimento de ionômero de POLISELI NETO, 2005).

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Pinto, M. S. C. ; et al.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS caso; o MTA é o material de escolha na retrobturação; a melhor forma de


retropreparo é a realizada com o uso do aparelho e insertos de ultrassom;
Diante da Literatura abordada, considera-se que: a Cirurgia Paren- o laser constitui um avanço técnológico na descontaminação da área api-
dodôntica constitui uma alternativa viável na permanência do dente na cal e o uso do microscópio um auxiliar de ponta na visualização da área
cavidade bucal; o planejamento adequado, observando as indicações, operada. Assim, torna-se necessária mais pesquisa sobre o tema a fim de
está intimamente ligado ao sucesso do caso clínico; a curetagem apical tornar a Cirurgia Parendodôntica cada vez mais uma possibilidade de su-
associada a apicectomia aumentam consideravelmente o prognóstico do cesso no tratamento de canais radiculares.

REFERÊNCIAS

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