IMPACTO DOS AGENTES ANTIRREABSORTIVOS NA CICATRIZAÇÃO

PÓS CIRURGIA DE IMPLANTE DENTÁRIO

Eixo: Cirurgias gerais
Kildson Costa Gaudencio
Graduando em Odontologia pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Recife PE
Maria Júlia Farias Tenório
Graduando em Odontologia pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Recife PE
Matheus Lucas Cordeiro
Graduando em Odontologia pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Recife PE
Lohana Maylane Aquino Correia de Lima
Doutoranda do Curso de Odontologia pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Recife PE
Milena Mello Varela Ayres De Melo
Graduando em Medicina pela Faculdade de Medicina de Olinda – FMO, Olinda PE
Ricardo Eugenio Varela Ayres De Melo
Professor Doutor Titular de Odontologia pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Recife PE

Introdução: Os implantes visam reabilitar perdas dentárias a partir da osseointegração de um

objeto de titânio nos maxilares. Trata-se do padrão-ouro para reabilitação oral. Os agentes
antirreabsortivos são uma classe de medicamentos focada em tratar doenças ósseas reabsortivas,
como a osteoporose. Esses fármacos, a exemplo dos bifosfonatos, agem diminuindo a fragilidade
e melhorando a densidade óssea. Um dos efeitos colaterais é conhecido como osteonecrose dos
maxilares relacionada ao uso de medicamentos, e é caracterizada pela necrose de osso maxilar
exposto durante procedimento cirúrgico, associada aos medicamentos antirreabsortivos e/ou
antiangiogênicos. Objetivo: Avaliar acerca do impacto dos medicamentos antirreabsortivos na
cicatrização dos implantes dentários. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da
literatura. Foi realizada uma pesquisa nas bases de dados MEDLINE/PubMed, utilizando os
descritores indexados no DeCS/MeSH: ‘Diphosphonates’, ‘Dental Implant’ combinados pelo
operador booleano AND. Os critérios de inclusão do presente estudo foram: estudos dos últimos
10 anos (2014-2024), em inglês, português ou espanhol, com disponibilidade do texto completo.
Os critérios de exclusão foram: estudos pilotos, artigos de opinião, resenhas e textos que não
respondem à pergunta norteadora. Foram incluídos 10 artigos para a presente revisão.
Resultados: Há um impasse na literatura acerca da conduta clínica. Alguns estudos alertam para
possíveis complicações, como osteonecrose, enquanto outros indicam êxito nos implantes. A
duração do tratamento, o tipo de medicamento e condições pré-existentes têm impacto nos
resultados. Há consenso na interrupção prévia do uso de agentes antirreabsortivos, principalmente
em tratamentos prolongados, antes dos procedimentos de implante. No entanto, muitos estudos
mostram que a interrupção a curto prazo não influencia positivamente no que tange evitar
osteonecrose. Embora a literatura destaque potenciais riscos, a abordagem individualizada,
considerando a saúde geral do paciente e um planejamento cirúrgico detalhado, emerge como
fundamental para minimizar complicações. Considerações finais: Em conclusão, a literatura
revisada indica que pacientes em uso de bifosfonatos orais podem ser submetidos à cirurgia de
implante dentário, desde que os riscos sejam minuciosamente avaliados, considerando diversos
aspectos clínicos e sistêmicos. Contudo, a atenção aos potenciais riscos, a avaliação de fatores de
risco específicos e o planejamento cuidadoso da cirurgia são essenciais para mitigar
complicações, especialmente relacionadas à osteonecrose dos maxilares.

Palavras-chave: Agentes Antirreabsortivos; Bifosfonatos; Implante Dentário

Referências
DE-FREITAS, Nayara-Ribeiro et al. Bisphosphonate treatment and dental implants: A systematic review. Medicina oral, patologia oral y cirugia
bucal, v. 21, n. 5, p. e644, 2016.

FIORILLO, Luca et al. Impact of bisphosphonate drugs on dental implant healing and peri-implant hard and soft tissues: a systematic review. BMC
Oral Health, v. 22, n. 1, p. 291, 2022.

SHER, Judd et al. Dental implant placement in patients with a history of medications related to osteonecrosis of the jaws: a systematic review.
Journal of Oral Implantology, v. 47, n. 3, p. 249-268, 2021.