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revista odontológica internacional 7 2 ( 2 0 2 2 ) 8 − 9
Declaração de política
Tratamento de fissura labial e fissura palatina
Adotado pela Assembleia Geral do FDI: 27-29 de setembro de 2021,
Sydney, Austrália
PALAVRAS-CHAVE:
Lábio leporino
fissura labiopalatina manejo
multidisciplinar saúde bucal
qualidade de vida
saúde bucal
CONTEXTO
A fissura labial (FL) e a fissura palatina (FC) são as deformidades
congênitas mais comuns da cabeça e pescoço.1Os dados disponíveis
indicam que a prevalência global de fissura labiopalatina (FLP) é de
aproximadamente 1 em 700 nascidos vivos, com considerável
variação étnica e geográfica.2
As fissuras orofaciais estão associadas a defeitos de tecidos
moles e esqueléticos e/ou dentários.3,4Crianças nascidas com FLP
podem ter má oclusão moderada a grave,5,6e podem enfrentar
graves dificuldades na amamentação, na alimentação, na fala, na
audição, no sorriso e até na respiração, o que pode ter impactos
físicos e psicossociais e afetar a qualidade de vida.7-9
A FLP está associada à morbidade social e psiquiátrica que afeta
pacientes e cuidadores.10
Dentistas, ortodontistas e cirurgiões bucomaxilofaciais devem
intervir em vários estágios de crescimento e desenvolvimento dos
pacientes em coordenação com outros profissionais de saúde.
O trabalho em equipe a longo prazo é essencial para obter
resultados de tratamento bem-sucedidos. As equipas CLP devem
concentrar-se nas avaliações de resultados e todos os membros de uma
equipa CLP devem compreender a importância da avaliação contínua
para refinar os protocolos clínicos no futuro.
ESCOPO
Esta Declaração de Política destaca o manejo multidisciplinar e
sequencial de CL, CP e CLP, e o importante papel dos dentistas
generalistas, odontopediatras e ortodontistas na equipe de
atendimento multidisciplinar.
PRINCÍPIOS
O tratamento da FLP é multidisciplinar e requer um esforço coordenado
de especialistas nas diferentes fases do crescimento e desenvolvimento
dos pacientes. O trabalho em equipe coordenado é essencial para
otimizar os resultados do tratamento. Com o tempo, os dentistas gerais,
https://doi.org/10.1016/j.identj.2021.11.006
0020-6539/- 2022 Publicado pela Elsevier Inc. em nome da FDI World Dental Federation. Este é um artigo de acesso aberto sob a licença CC BY-NC-ND (
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)
dentistas pediátricos e ortodontistas desempenham papéis significativos como
membros da equipe de tratamento do FLP.
POLÍTICA
O IDE recomenda:
- A criação/inclusão de um módulo de Saúde Oral Fissurada no
currículo comunitário para dentistas generalistas e o
desenvolvimento de programas de educação continuada para
dentistas e ortodontistas, enfatizando o tratamento da FLP como
um esforço multidisciplinar.
- As associações dentárias nacionais, em países onde não existe um
sistema organizado de cuidados para pacientes com FLP, devem
estabelecer centros ou redes de profissionais de saúde envolvidos no
tratamento de pacientes com FLP, incluindo cirurgiões plásticos e
bucomaxilofaciais, dentistas e ortodontistas.
- Diretrizes de prática clínica de cuidados com FLP devem ser criadas
para a equipe odontológica e profissionais de saúde não bucais que
tratam pacientes com FLP.
- A equipa dentária ajuda os pais e/ou cuidadores a concentrarem-
se na importância de uma boa saúde oral para os seus filhos
desde o nascimento, e isto deve incluir uma ênfase na
importância de cuidar da dentição decídua.
- Enfatizando que o resultado ideal do tratamento ortodôntico depende
da manutenção de uma excelente higiene bucal e de uma dentição
bem restaurada e livre de doenças.
- Conscientização da possibilidade de interceptação ortopédica
desde o nascimento e ortodontia interceptativa entre 5 e 10 anos
e colocação de selantes de fissuras nos primeiros molares
permanentes. A infecção periapical da dentição decídua
adjacente à fenda alveolar deve ser tratada antes do enxerto
ósseo.
- Ênfase particular no regime de prevenção de doenças dentárias
durante a transição da dentição decídua para a permanente e
avaliação contínua do crescimento facial de pacientes pediátricos
com ajuste apropriado do plano de tratamento em curso,
conforme necessário.
- Ligação regular entre dentistas generalistas, odontopediatras e
ortodontistas e outros profissionais de saúde, bem como
educação e aconselhamento para crianças com FLP e seus
cuidadores.
ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
As informações contidas nesta Declaração de Política foram baseadas
nas melhores evidências científicas disponíveis na época. Pode ser
 ma nag eme ntoffissura labial e fissura palatina
interpretado de modo a reflectir as sensibilidades culturais e as restrições
socioeconómicas prevalecentes.
REFERÊNCIAS
1.Coupland MA, Coupland AI. Sazonalidade, incidência e distribuição por sexo
de nascimentos com fissura labiopalatina na região de Trento, 1973-1982.
Fenda Palatina J 1988;25(1):33–7.
2. Organização Mundial da Saúde. Enfrentando os desafios globais das
anomalias craniofaciais: Relatório de uma reunião da OMS sobre Pesquisa
Colaborativa Internacional sobre Anomalias Craniofaciais, Genebra:
Organização Mundial da Saúde; 2004. Disponível em https://www.who.int/
genomics/publications/CFA%20Completed %20text.pdf. Acessado em 26
de julho de 2021.
3.Shapira Y, Lubit E, Kuftinec MM. Hipodontia em crianças com vários
tipos de fissuras. Angle Orthod 2000;70(1):16–21.
4.Harris EF, Hullings JG. Atraso no desenvolvimento dentário em
crianças com fissura labiopalatina isolada. Arch Oral Biol 1990;35
(6):469–73.
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5.Friede H. Locais de crescimento e mecanismos de crescimento em
risco na fissura labiopalatina. Acta Odontol Scand 1998;56(6): 346–
51.
6.Normando AD, da Silva Filho OG, Capelozza Filho L. Influência da
cirurgia no crescimento maxilar em pacientes com fissura de lábio e/
ou palato. J Craniomaxillofac Surg 1992;20(3):111–8.
7.Hunt O, Burden D, Hepper P, Johnston C. Os efeitos psicossociais da
fissura labiopalatina: uma revisão sistemática. Eur J Orthod
2005;27(3):274–85.
8.Antonarakis GS, Patel RN, Tompson B. Qualidade de vida relacionada
à saúde bucal em pacientes com fissura labial e/ou palatina não
sindrômica: uma revisão sistemática. Community Dent Health
2013;30(3):189–95.
9.Pisek A, Pitiphat W, Chowchuen B, Pradubwong S. Estado de saúde
bucal e impactos orais na qualidade de vida em pacientes com
fissura na adolescência. J Med Assoc Thai 2014;97:10–6.
10.Fadeyibi IO, Coker OA, Zacchariah MP, Fasawe A, Ademiluyi SA. Efeitos
psicossociais da fenda labial e palatina nos nigerianos: a experiência
Ikeja-Lagos. J Plast Surg Hand Surg 2012;46(1): 13–8.