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CALIEMT: Corpus de aprendizes da Língua inglesa do ensino médio Técnico View project
Núcleo de Estudos Afro Brasileiros (NEAB/IFMG Campus Ouro Preto) View project
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Ouro Branco- MG
2019
© 2020 by Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais
Este O caderno foi elaborado pelas professoras da disciplina Diversidade e Inclusão oferecida pelo Programa de
Mestrado em Educação Profissional e Tecnológica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Minas Gerais/IFMG.
Todos direitos autorais reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de
qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico. Incluindo fotocópia, gravação ou qualquer
outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização das autoras.
154p.; il.
ISBN 978-65-5876-151-8
CDD 371.9046
CDU 37.017.4
5
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA.............................................................. 11
7. 1 LGBTQQIAAP ......................................................................................... 71
Referências.................................................................................................. 142
9
PALAVRAS DAS PROFESSORAS-
AUTORAS
Prezados/as estudantes,
Como uma das metas das políticas educacionais mundiais, esta disciplina propõe
textos e atividades que consideram os interesses e as práticas que ressignificam
a atividade voltada para o atendimento de todos/as. Durante o período de vigência
da disciplina, serão apresentadas investigações, textos com embasamento teórico
e legal sobre a inclusão e os estudos interseccionais perpassando as questões de
gênero, raça e classe de forma contextualizada e inter-relacionada ao mundo do
trabalho. Os eixos temáticos são organizados de forma a valorizar as experiências
dos educandos participantes.
Bom estudo!
As aulas focam nas pautas dos povos indígenas, das feministas, dos negros, dos
grupos LGBT+, discutem a desigualdade de gêneros e abordam principalmente
temas como: direitos humanos, o mundo do trabalho, educação para o
empoderamento, violência estrutural, violência contra a mulher, pautas LGBT+ e
suas denominações e desigualdade de gêneros relacionadas aos âmbitos
políticos, sociais e econômicos.
11
As 30 horas da disciplina são divididas em 10 semanas de aula e apresentam o
seguinte cronograma:
CARGA
TEMAS OBJETIVOS MATERIAIS HORÁRIA
(30 horas)
13
educação Compreender as mudanças de Atividades de
inclusiva nomenclaturas na esfera da aprendizagem
educação inclusiva.
Ambiente virtual:
plataforma Moodle –
produção escrita,
discussão no fórum.
No século XX, surgiram as classes ou escolas especiais que, até a década de 70,
eram os lugares abertos a esse público específico. Esse tipo de educação recebeu
o nome de “educação especial”, em que as atividades eram desenvolvidas em
salas ou escolas separadas. Nos anos 90, o movimento da inclusão propõe um
único sistema educacional de qualidade para todos, sendo o alunado composto
por estudantes com ou sem deficiência ou outros tipos de condição atípica.
Essa concepção foi consolidada no Brasil de forma legal na Lei nº 9.394/96- Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), em que a modalidade de
educação escolar deve ser oferecida preferencialmente na rede regular; e
confirmada com a Resolução nº 2, de 11/09/01, do Conselho Nacional de
Educação, que explicita que a educação especial é uma modalidade que visa a
complementar os serviços educacionais comuns.
Sassaki (2003) aponta o caminho para que uma escola comum se torne inclusiva,
dizendo que ela deve se reestruturar para atender à diversidade do novo alunado,
sendo este visualizado não só em termos de necessidades especiais decorrentes
de deficiência física, intelectual, visual, auditiva ou múltipla, como também aquelas
resultantes de outras condições atípicas; em termos de estilos e habilidades de
aprendizagem dos alunos e em todos os outros requisitos do princípio da inclusão,
conforme estabelecidos no documento ‘A Declaração de Salamanca’ e no ‘Plano
de Ação para a Educação de Necessidades Especiais’ pois, todas as pessoas
devem ser incluídas.
17
tiveram que ser quebrados incluindo a visão de que caberia à escola a função de
tratamento:
19
1.1 O QUE É UMA ESCOLA INCLUSIVA?
Diante do exposto na seção anterior, vê-se que foi deixado um desafio à escola:
a inclusão, que constitui em eliminar devidamente o caráter segregacionista, de
modo que se trabalhe as diversidades na tentativa de construir um novo processo
ensino-aprendizagem em que se inclua todos aqueles que dele, por direito são
sujeitos.
Sem conhecer os seus alunos e os que estão à sua margem, não é possível à
escola elaborar um currículo que reflita o meio social e cultural em que se insere.
A integração entre áreas do conhecimento e a concepção transversal das novas
propostas de organização curricular consideram as disciplinas acadêmicas como
meios e não fins em si mesmas e partem do respeito à realidade do aluno, de suas
experiências de vida cotidiana, para chegar à sistematização do saber
(MANTOAN, 2001, p. 114).
O que se observou até agora foi que muitas pessoas com deficiência evadiram
das escolas, na forma como lhes foram apresentadas. Não seria então a evasão
escolar ocasionada como consequência de uma política educativa que não está
voltada para atingir a todos, gerando a desistência dos que não se adaptam ao
modelo? Assim, a culpa recai sobre as próprias vítimas. Ao entender que se deve
empenhar pelo desenvolvimento da sociedade, no sentido de que se transfiram
os problemas dos encargos dos indivíduos para a esfera do planejamento social,
compreende-se que as escolas devem garantir a permanência dos estudantes,
renovando e ampliando sua filosofia, propostas e práticas curriculares.
21
1.2 O FOCO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A meta nacional, ao longo do século XX, era que todas as crianças estivessem
matriculadas na escola. Está clara a importância da vida escolar no período da
infância. Se o aluno com necessidades especiais for privado desse ambiente e do
convívio social, obtém-se o mesmo resultado que qualquer outra criança
submetida às mesmas condições apresentaria: a sua estagnação. Se ao contrário,
o convívio social for estimulado, verificam-se grandes avanços no seu quadro,
proporcionando-lhe maior independência social e, portanto, uma condição de vida
melhor. É importante ressaltar que a universalização do acesso à escola é um
desafio que já está praticamente vencido.
O dicionário Silveira Bueno (1985) pode aqui enriquecer a discussão sobre o papel
da escola. Ele define a palavra “integrar” como reunir, incorporar, tornar-se parte
integrante, tornar inteiro, e “incluir” como sinônimo de compreender, abranger,
inserir, fazer parte. Tomando a ideia apresentada pelo dicionário, que ao definir
integrar, sugere a ideia de “tornar inteiro”, só é possível tornar inteiro aquilo que é
visto como faltoso. Porém, o aluno, às vezes, é encarado como aquele que precisa
ser restituído de algo que perdeu. Sendo o aluno com necessidades especiais
visto por esse prisma, verifica-se que, por trás desse pensamento ainda presente
na sociedade, está a noção de adaptação do indivíduo à sociedade para que ele
se encaixe dentro do padrão.
23
1.3 O PAPEL DA ESCOLA FRENTE ÀS
POLÍTICAS DE INCLUSÃO
O aprendizado escolar dito normal é medido pela faixa etária e seriação, e é por
este prisma que se dividem os programas curriculares, porém se sabe que a
criança com necessidades educacionais especiais, por vezes, desenvolve
habilidades em um período maior.
As boas práticas pedagógicas são apropriadas a todos os alunos, uma vez que
todos os alunos têm aspectos fortes e estilos de aprendizagem individuais. Isso
se aplica a alunos com necessidades educativas especiais e aos outros. Cada vez
há uma maior evidência de que não necessitam de um número significativo de
estratégias pedagógicas distintas. Podem precisar de mais tempo, de mais prática
ou de uma abordagem com variações individualizadas, mas não de uma
estratégia explicitamente diferente da que é utilizada com os outros alunos
(PORTER, 1997, p. 45).
Porém, a questão mais relevante posta na primeira semana desta disciplina foi: a
escola precisa atender às necessidades educacionais de seus alunos, sejam elas
quais forem. O desafio é grande, mas esse papel da escola não poderá ser
transferido a ninguém. Um dos caminhos para desenvolver maneiras de efetivar
a educação inclusiva é por meio de formação de educadores, como se propõe
esta disciplina. No coletivo, encontraremos formas de melhorar, cada vez mais, o
atendimento escolar dado a esses/as discentes. Por isso retomar a história sobre
inclusão, rever os marcos legais e propiciar o debate são necessários para
avançarmos nessa direção.
27
discente com NEE é aquele/a que durante o processo educacional, por tempo
limitado ou ilimitado, apresenta:
Na percepção de Guimarães (2002), os/as alunos/as que muitas vezes não são
lembrados pela literatura ou pelas leis e decretos, mas são vistos com frequência
na prática escolar, devem ter atenção especial. Sua compreensão da inclusão
extrapola, portanto, a condição de limitação física e se aproxima da concepção
defendida no campo do currículo: incluir as pessoas, com todas as suas
singularidades. Mas, na maior parte da literatura, assim como na prática escolar,
é raro um aluno cigano ou artista de circo ser caracterizado como aluno com NEE.
Num levantamento realizado por Xavier (2009) sobre crianças artistas de circo
como NEE, ela registrou dificuldades e preconceitos vividos por essas crianças.
Em uma entrevista feita com a mãe de uma criança do Circo Estoril, em passagem
por Belo Horizonte, em 2007, esta relata que, em um ano, seu filho passou por
quarenta escolas, devido à rotatividade da atividade circense. Já em entrevista
com uma outra mãe do Circo Imperial, também em passagem por Belo Horizonte,
29
esta relatou a dificuldade na aceitação de muitas escolas em matricular crianças
circenses. Por vezes, foi necessária a intervenção do sindicato dos artistas de
circo.
Outro ponto quanto à escolarização desses alunos é a não distribuição dos livros
didáticos pela escola que, segundo a mãe, o recado vindo da escola por sua filha
é de que as pessoas do circo não devolvem os livros; com isso as crianças ficam
privadas de uma série de atividades, incluindo também as tarefas de casa. Assim,
uma situação evidente de atendimento especial, a criança é, por vezes, posta à
margem do processo regular de ensino.
Atividades de Aprendizagem
4- Metodologia que pretende usar para alcançar seu objetivo [conte-nos sobre os
3 (três) passos principais que percorrerá para alcançar seu objetivo de pesquisa]
Saiba Mais!
Para colaborar com sua pesquisa de mestrado, caso seja sobre “Inclusão”,
sugerimos, em especial, a leitura do artigo abaixo, sobre a temática.
33
3. O HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO PARA A
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
É bom lembrar que em 1890, 83% da população brasileira era analfabeta, pois
não tinha acesso à educação. Em 2014, esse número caiu para 8,5%. Isso ocorreu
porque foi garantido o acesso pleno à escola, uma vez que atualmente, 99% das
crianças e jovens em idade escolar estão matriculados na escola (KENEDY,
2018). Os desafios passaram a ser outros, já que a universalização ao acesso à
escola e a alfabetização foram garantidos. Letramento, educação de qualidade,
fim da evasão e existência de escolas inclusivas são alguns dos nossos principais
desafios atuais.
É bom lembrar que antes desse panorama em que a educação especial foi
destacada na legislação brasileira; no século XIX, a escolaridade elementar não
era obrigatória para crianças não vacinadas, com doenças contagiosas,
escravizados, a população residente num espaço geográfico longe da escola e,
menores de 5 anos e maiores de 15.
35
adultos devem aprender juntos, independentemente de suas características,
origens, condições físicas, sensoriais, intelectuais, linguísticas ou emocionais,
econômicas ou socioculturais.
Ainda que várias diferenças sejam lembradas, a deficiência mostra ser o foco da
inclusão escolar. Na introdução dessa declaração, há trechos que evidenciam o
direcionamento da inclusão escolar para as pessoas com deficiência: “...os
Estados assegurem que a educação de pessoas com deficiências seja parte
integrante do sistema educacional” (p.3) e “...organizações de pessoas com
deficiências, na busca pela melhoria do acesso à educação” (p.3). Pode-se
perceber que a Declaração de Salamanca é importante para o debate da inclusão,
porém também trata as diversas necessidades educacionais especiais de forma
periférica.
No contexto desta Estrutura, o termo "necessidades educacionais especiais"
refere-se a todas aquelas crianças ou jovens cujas necessidades educacionais
especiais se originam em função de deficiências ou dificuldades de aprendizagem
(DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994, p. 3).
37
A Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação, em 2002 produziu
um documento que recebeu o nome de ‘Estratégias e Orientações para a
Educação de Alunos com Dificuldades Acentuadas de Aprendizagem Associadas
às Condutas Típicas’, nele há um tópico sobre o atendimento aos alunos com
NEEs em classes comuns. Cita-se que é necessário que a escola preveja:
professores capacitados, e quando necessário, professor especializado;
distribuição dos alunos com necessidades educacionais especiais em diferentes
classes, metodologias de ensino e recursos didáticos diferenciados, bem como
processos de avaliação contextualizada que envolvem todas as variáveis
intrínsecas ao processo ensino e aprendizagem. E ainda: serviços de apoio
pedagógicos especializados; avaliação pedagógica processual para a
identificação das necessidades educacionais especiais e indicação dos apoios
pedagógicos adequados; temporalidade flexível do ano letivo, de forma que o
aluno possa concluir em tempo maior o currículo previsto para a série ou etapa
escolar na qual está inserido, quando necessário; condições para a reflexão, ação
e elaboração teórica da educação inclusiva na prática pedagógica, colaborando
com instituições de ensino superior e pesquisa; uma rede de apoio
interinstitucional que envolva profissionais das áreas de saúde, assistência social
e de trabalho, por meio de convênios com organizações públicas ou privadas, para
garantir o sucesso da aprendizagem e a sustentabilidade do processo inclusivo
mediante o trabalho da equipe escolar com a participação da família e da
comunidade.
Saiba Mais!
Para saber mais sobre ações propostas para inclusão, leia o documento
“Estratégias e Orientações para a Educação de Alunos com Dificuldades
Acentuadas de Aprendizagem Associadas às Condutas Típicas”.
Mais uma vez, evidencia-se a direção do debate de inclusão para o foco das
deficiências. No entanto, considera-se importante ratificar que quando os
documentos se referem à equidade na educação, igualdade nas condições de
acesso e permanência na escola, educação para a diversidade, respeito às
diferenças individuais das crianças e garantia de cuidados essenciais ao
desenvolvimento de sua identidade, consequentemente, eles incluem todas as
categorias de NEE, abarcando todas as situações de minorias e diferenças,
conforme nos mostra a figura 1 abaixo:
Figura 1: Igualdade
Vale dizer que a Lei nº 13.005/2014, que institui o Plano Nacional de Educação –
PNE, no inciso III, parágrafo 1º, do artigo 8º, determina que os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios assegura o sistema educacional inclusivo para todas as
41
modalidades e níveis de educação. Esse documento abrange as pessoas com
deficiência, as que apresentam transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação. Aos/às discentes entre 4 e 17 anos é assegurado o
acesso à educação básica e o AEE. E, nesse histórico, não podemos nos
esquecer que em 2015, foi promulgada a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência, nº 13.146/15, com o objetivo de assegurar e promover a inclusão
social da pessoa com deficiência.
Atividades de Aprendizagem
Chegamos ao final desta 3ª semana e como atividade crie uma linha do tempo,
por meio de imagem. Ou seja, um gráfico de linha do tempo, que poderá ser
utilizado em sua dissertação. Busque outros dados e marcos legais, que podem
ser inseridos em seu trabalho, além dos materiais disponíveis e sugeridos nessa
disciplina. Limite-se a 10 (dez) fatos ou documentos relevantes da história da
inclusão para construir sua linha do tempo.
https://www.google.com/search?sxsrf=ACYBGNRxaEGt4dH7sTB3eLCmrUoWp
VuNkA:1574191263706&q=linha+do+tempo+como+fazer&tbm=isch&source=hp
&sxsrf=ACYBGNRxaEGt4dH7sTB3eLCmrUoWpVuNkA:1574191263706&sa=X&
ved=2ahUKEwjQsNO4__blAhUSELkGHY6GA8cQsAR6BAgGEAE&biw=1360&bi
h=657
https://pt.m.wikihow.com/Fazer-uma-Linha-do-Tempo
https://support.office.com/pt-br/article/criar-uma-linha-do-tempo-no-powerpoint-
para-a-web-d1bd35a0-bfa7-428b-ba3c-c8f5b6050791
43
4- MECANISMOS DE EXCLUSÃO ESCOLAR
NO DISCURSO DE INCLUSÃO
Nesta quarta semana de aula, nosso foco estará voltado para questões mais
críticas ligadas à inclusão. Nessa medida, trataremos de nomenclaturas utilizadas
para lidar com os/as discentes considerados com NEE e veremos também
algumas distorções contidas no discurso da educação inclusiva.
Como início de conversa, a década de 90, o termo utilizado para se referir aos/às
aluno com NEE era “portador/a de necessidade educacional especial”. Para
entendermos como essa nomenclatura foi designada, é importante compreender
também o contexto social, já que toda realidade só pode ser interpretada no
contexto em que se encontra.
45
pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em
igualdade de condições com as demais pessoas.
A grande mudança nesse discurso é que não é a pessoa que é vista mais como
“incapaz” de algo, mas a sociedade é que precisa se preparar para acolher e
receber qualquer pessoa, principalmente as que apresentam uma condição de
impedimento, visto agora como inerente à condição humana.
Já se sabe que a inclusão pode ser benéfica para que os estudantes com NEE
tenham acesso a uma gama bem mais ampla de papéis sociais; percam o medo
e o preconceito em relação ao diferente, desenvolvam a cooperação e a
tolerância; adquiram senso de responsabilidade e melhorem o rendimento
escolar; e sejam melhores preparados para a vida adulta porque desde cedo
assimilam que as pessoas, as famílias e os espaços sociais não são homogêneos
e que as diferenças são enriquecedoras para o ser humano. Além disso, também
podem ser citadas ações como: aceitação e celebração das diferenças sociais;
valorização de cada pessoa (o direito de pertencer); convivência dentro da
diversidade humana, ou seja, igual importância às minorias; aprendizagem
através da cooperação (solidariedade humanitária); e cidadania com qualidade de
vida.
No entanto, há o outro lado da inclusão em que ela pode ser vista como espaço
de poder, poder para o controle e a regulação social. De forma que, a partir do
momento em que o “excluído” se torna “incluído”, ele perde características
singulares de sua diferença para se homogeneizar ao todo.
47
Portanto, aquilo que deve ser posto em discussão não é o caráter binário das
políticas de inclusão/exclusão, mas os argumentos, as condições de
possibilidades que fundamentam essas políticas, como também quais os
significados e representações que se produzem e reproduzem nessas propostas.
Assim, a inclusão deve ser concebida nos seus contornos teóricos e práticos para
permitir uma visão crítica dessa prática social e não somente de seu discurso que,
gradualmente, está se tornando hegemônico.
Até onde a inclusão não pode ser vista como contenção de gastos e dessa forma
tão incentivada pelos poderes públicos?
Urge outros olhares para a inclusão, até porque não somente a regulação social,
como a diminuição de gastos, como também a onda de modismo, quanto ao termo
e a prática da inclusão podem ser denominados como ‘outro lado da moeda’. Há
um movimento em que todos devem ser inclusivos e todas as escolas também
devem ser inclusivas, porém na maioria das vezes o discurso não é reflexo da
realidade. Com uma tendência grande a um discurso vazio de inclusão, em que
para ser politicamente correto todos incluem; a verdadeira inclusão pode ser
prejudicada. Pois qualquer movimento e qualquer atitude são grandemente
valorizados como forma de incluir, resultando na minimização da inclusão
verdadeira. “Transformou-se em verdadeiro modismo e lugar comum
falar/defender e pregar a inclusão.” (FERREIRA, 21-, s/p.). Portanto, incluir é
preciso, mas manter os olhos abertos para qual inclusão tem acontecido também
se faz necessário.
Por fim, é necessário abordarmos a questão da escrita hoje e sua relação com as
questões de gênero. Quando se escreve utilizando X ou @ para incluir os diversos
gêneros existentes (intersexual, transexual, não-binário, gênero fluido etc), assim
como as sexualidades existentes (pansexual, homossexual, heterossexual,
assexual, bissexual etc) e incluir também o movimento feminista, é uma postura
de quem escreve frente ao mundo que se vive. Com esse posicionamento, muitos
49
discursos e lutas de movimentos são abarcados e envolvidos. Por outro lado, há
a questão de pessoas disléxicas que apresentam muita dificuldade em ler um texto
com a letra X no lugar da letra A ou O marcando morfologicamente o gênero
feminino ou masculino em algumas palavras. Nesse caso específico, o escrevente
inclui um grupo e exclui outro. Como a linguagem é sempre política, ou seja, nunca
é neutra, sempre marca território, opinião, posicionamento, é preciso definir qual
postura adotar e por qual razão, uma vez que as lutas sociais são relevantes e
carentes de apoio da sociedade.
Pois bem, essa seção finaliza-se com o convite ao refletir e pensar sobre a
inclusão, o discurso de inclusão e o outro lado da inclusão.
5- POR UM CURRÍCULO INCLUSIVO
Como foi assinalado nas semanas anteriores, não há uma conceituação única
para a educação inclusiva. Entretanto, o debate colocado permite concluir que a
inclusão não visa apenas ao acesso à escola, mas sim a inserção escolar de forma
completa e sistemática, não deixando ninguém no exterior do ensino regular,
desde o início da idade definida como “escolar”. É essa perspectiva que defende
o campo curricular no movimento de “direito às diferenças”, como também aqueles
que amparam a educação de discentes com NEE.
Se o que pretendemos é que a escola seja inclusiva, é urgente que seus planos
se redefinam para a educação voltada para a cidadania global, plena, livre de
preconceitos, que reconheça e valorize as diferenças. Chegamos a um impasse:
para reformar a instituição, temos de reformar as mentes, mas não há como
reformar as mentes sem uma previa reforma das instituições. (MANTOAN, 2006,
p. 16-17).
51
Numa escola inclusiva, a educação deve contemplar os objetivos individuais de
cada aluno, contrariamente à proposta tradicional segundo a qual todos devem
atingir os mesmos objetivos. Isso pressupõe uma ressignificação da escola para
que ela ofereça respostas educativas de qualidade para todos. É um novo
paradigma de pensamento e de ação, pois o que antes cabia ao aluno se adequar
a escola, agora é ela quem deve modificar seu funcionamento para atender ao
pluralismo de seu alunado. O ideal de uma escola inclusiva é uma sociedade em
que a diversidade seja considerada um atributo de particularidade e não uma
exceção.
Não é difícil constatar que a escola está cristalizada e institucionalizada para lidar
apenas com a homogeneidade. Trabalhar com o igual é mais fácil e simples para
a escola, pois os desafios são sempre os mesmos e as formas de resolvê-los
também é a mesma. Com um alunado sem diferenças dentro da escola, não se
corre riscos e não se coloca em xeque suas práticas, valores, hábitos e verdades.
Porém, a partir do momento que a escola resolve e precisa ser inclusiva, é
necessário repensar suas práticas, a formação de seus educadores, modificando
as abordagens de ensino para satisfazer as necessidades deles.
Pode parecer utópica a ideia da escola inclusiva, mas não é, porque também não
é utópica e nem irreal as diferenças dos alunos. Os alunos são reais, de carne e
osso, assim como suas diferenças, portanto a escola também precisa ser real
onde caibam todos os alunos e não só os que se encaixam em padrões e modelos
estereotipados. O olhar sobre o fracasso escolar e suas possíveis causas
precisam voltar para dentro das escolas. Até então, essa questão estava sempre
ligada aos alunos. Uma escola inclusiva pressupõe uma série de mudanças:
flexibilidade no uso do tempo, do espaço e das formas de agrupamento, revisão
das estratégias educacionais e os fundamentos que as sustentam, avaliação
crítica dos resultados do seu fazer pedagógico, assumindo responsavelmente e
fazendo correções da prática, quando necessário.
Para a implementação de uma escola inclusiva e o primeiro passo nessa nova
esfera, algumas questões precisam ser levantadas pela escola: O que existe hoje
para apoiar a educação inclusiva? Quais são as atuais barreiras e soluções
relativas a sua implementação? O que a escola pretende fazer na preparação de
seus educadores? Como os alunos serão incluídos? Qual é o papel da família?
De que precisa a escola e o professor para o desenvolvimento educacional dos
seus alunos? Quem são os alunos atendidos pela escola? Que tipo de
necessidade cada aluno apresenta? (GUIMARÃES, 2002).
Sabe-se que a escola inclusiva ainda sofre resistência por vários grupos: pais,
professores, gestores e os próprios alunos. Usam-se argumentos como: “esses
alunos aqui conosco vão nos desviar do nosso propósito real e destruir nossa
rotina”. Isso porque esses alunos são os gagos, epiléticos, ciganos, explorados
sexualmente, hiperativos, diabéticos, artistas de circo, pobres, de outras religiões,
desnutridos, com altas habilidades, homossexuais, transexuais, travestis, sem
apoio da família, com déficit de atenção e muitos outros que estão sendo alijados
do sistema escolar regular. “Se desejamos uma sociedade inclusiva em que todas
as pessoas sejam consideradas com direitos iguais, a segregação nas escolas
não pode ser justificada” (STAINBACK e STAINBACK, 2006, p. 433).
Para se construir uma escola inclusiva não há regras e nem receitas, cada escola
é uma e recebe alunos diferentes umas das outras. Cada escola precisa construir
com sua equipe um projeto e pensar novas posturas frente à diversidade. O mais
importante no momento é saber que a largada já foi dada e que não há tempo a
perder. O debate existe e as práticas precisam ser reconstruídas.
Mesmo com essas dificuldades, a construção da escola inclusiva precisa ser feita
já. Como foi dito, não há argumentos concisos que convençam a não construção
da inclusão. É preciso respeitar as diferenças, aceitar o outro como é e “se
realmente queremos que alguém faça parte das nossas vidas, faremos o que for
necessário para receber bem essa pessoa e acomodar suas necessidades”
(FOREST apud STAINBACK e STAINBACK, 2006, p. 250).
Mantoan (2006) define bem o que não é inclusão: “quando há uma classe de
inclusão, quando há uma escola de inclusão, quando há uma professora de
inclusão, quando há as crianças de inclusão”, (MANTOAN, 2006, p. 42), ou seja,
quando há segregação, não há inclusão. E mais, quando os livros didáticos são
usados como ferramenta exclusiva da orientação do currículo, quando se serve
de matrizes para que todos os alunos preencham ao mesmo tempo, as mesmas
perguntas, com as mesmas respostas; quando os projetos são desvinculados das
experiências e do interesse dos alunos, quando se considera a prova final decisiva
na avaliação do rendimento escolar dos alunos e outros, é também prova de que
não houve inclusão.
Ensinar significa atender às diferenças dos alunos, mas sem diferenciar o ensino
para cada um, o que depende, entre outras condições, de se abandonar um
ensino transmissivo e adotar uma pedagogia ativa, dialógica, interativa,
integradora, que se contrapõe a toda e qualquer visão unidirecional, de
transferência unitária, individualizada e hierárquica do saber. (MANTOAN, 2006,
p. 49).
Mídias Integradas
Assista ao vídeo sobre a experiência do IFMG, campus Ouro Preto e seu aluno
João Carlos, do 1º ano do Ensino Médio Técnico Integrado, o qual apresenta
paralisia cerebral. O vídeo conta com o depoimento do aluno e da escola e os
desafios atuais.
55
6. ESTUDOS INTERSECCIONAIS: GÊNERO,
CLASSE E RAÇA
6.1 INTERSECCIONALIDADE
Esta teoria feminista revisionista "desafiou a noção de que" gênero "foi o principal
fator determinante no destino de uma mulher". O movimento liderado por mulheres
negras contestou a ideia de que as mulheres eram uma categoria homogênea
essencialmente compartilhando as mesmas experiências de vida. Esse
argumento foi a constatação de que as mulheres brancas da classe média não
serviam como uma representação precisa do movimento feminista como um todo.
Reconhecendo que as formas de opressão vividas por mulheres brancas de
classe média eram diferentes das que eram experimentadas pelas negras, as
mulheres pobres, ou com deficiência, as feministas procuraram compreender as
maneiras em que gênero, raça e classe combinados "determinam o destino do
feminino" (in wikipedia)
57
6.2 INTERSECCIONALIDADE ESTRUTURAL E
POLÍTICA
61
6.3 INTERSECCIONALIDADE: FERRAMENTA
METODOLÓGICA
Atividades de Aprendizagem
Auto-Identidade Cultural
1. Instruções
2. Finalidades:
63
• Aumentar a conscientização sobre a representação da cultura na sociedade.
• Refletir sobre as culturas (ou seja, raça, etnia, classe, gênero, habilidade, etc.)
mais salientes para você.
• Considere como, se for o caso, as culturas que você incorpora (mais salientes
ou não) colidem.
4. Questões-guia:
• Se alguém lhe perguntasse de que culturas você é parte, o que você diria? Ao
pensar sobre suas raízes raciais e étnicas, que lugar (s) de origem você identifica
para sua família? Por quê? Você já ouviu alguma história sobre como sua família
ou seus antepassados vieram para o lugar onde você cresceu? Como eles
chegaram onde estão agora?
• Como são os grupos culturais com os quais você se identifica e são prescritos,
refletidos em sua cultura nacional e global (especificamente consideram
representações da mídia)? Como essas representações fazem você se sentir?
7. REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE GÊNERO
COMO CONCEITO
Isso significa que o que é definido como próprio, para mulheres e homens, é o
produto de um processo social e, em nenhum caso, é dado pela biologia ou pela
natureza (ACUNÃ, 2019). O mais importante, segundo a autora é que, tudo pode
ser mudado e transformado historicamente. Por exemplo, durante a primeira
65
metade do século 20, alguns setores da sociedade brasileira pensaram que as
mulheres não deveriam ter direito de voto, porque elas naturalmente pertenciam
ao mundo doméstico. Também se pensava que o natural é que os casais eram de
sexos opostos. Essas concepções foram transformadas ao longo da história.
Acunã (2019) afirna que o gênero, como categoria, passa a dar conta da dimensão
social em torno da dimensão biológica atribuída ao sexo (sob a ideia do
dimorfismo sexual como a única e estática possibilidade de divisão sexual), para
superar a identificação de homens e mulheres, apenas por suas características
genitais. Essa compreensão do sexo gerou a existência de relações de poder
entre homens e mulheres, em uma ordem social que privilegia o primeiro em
detrimento da vida do último. Isso abrange situações como a divisão sexual do
trabalho ou a separação dos espaços de gênero, papéis e estereótipos que são
absorvidos, mesmo antes do nascimento. No entanto, essa leitura nasce de
estudos de gênero brancos e de classes prósperas, pois houve críticas
importantes de mulheres e feministas de outras latitudes, classes, etnias e
gêneros. Eles afirmam que a separação dos espaços (na lógica do público e do
privado) não é necessariamente cumprida para eles, uma vez que negros, pobres
ou trans, sempre estiveram envolvidos no espaço público e no trabalho
remunerado compartilhado com o homem (ACUNÃ, 2019). Além disso, também
se refere ao não reconhecimento do trabalho doméstico como emprego, devido à
sua condição de trabalho não remunerado, contra o qual a interseção de classe e
gênero isso nos permite esclarecer o processo e também é importante destacar
que há uma crítica à construção do conceito de gênero como algo social, em
oposição ao sexo, entendido como biológico. Feminismos e teorias dissidentes
aumentarão a possibilidade de entender que o conceito de sexo também é uma
construção social. A partir desse conceito primário, emergem uma série de outros
conceitos que usamos para analisar as sociedades.
67
Mountian (2017) afirma que que as identidades sexuais são construídas
socialmente de acordo com as escolhas e vivências da sexualidade, com
parceiros/as do mesmo sexo, do sexo oposto, de ambos os sexos ou sem
parceiros/as.
69
Fonte: REIS (2016)
Além disso, Reis (2016) conceitua a orientação romântica que é por qual gênero
você sente atração romântica. Segundo ela, é diferente de orientação sexual visto
que uma coisa não está obrigatoriamente ligada à outra (assexuados podem sentir
atrações românticas e inclusive ter relacionamentos).
71
O quadro abaixo traz o significado das letras do acrônimo LGBTQQIAAP e outras
denominações:
Quadro 1: LGBTQQIAAP+
NOMECLATURA LGBTQQIAAP+
INTERSEXUAL Intersexual são pessoas que nascem com genital ambíguo, com
pênis, com vagina, depende de cada pessoa. Essas pessoas não
se encaixam perfeitamente nas definições tradicionais de “sexo
masculino” ou “sexo feminino”.
73
7. 2 GÊNERO E MOVIMENTOS DE LUTA
Silva e Motta (2016) afirmam que a geração que nasceu no ano 2000 internalizou
os avanços conquistados pelas mulheres anteriormente porque o Estado garantiu
políticas de distribuição de renda com maior participação feminina na sociedade
que foram conquistadas em movimentos anteriores a época. Mas as autoras
revelam que diversas ações com novas pautas ganharam “as ruas e as redes
sociais” como forma de resistência. O uso das hashtags
“Cam#chegadefiufiu,#primeiroassédio,#meuamigosecreto, #agoraéquesãoelas,
as manifestações das secundaristas, as respostas aos casos de estupro no país
colaboraram para que discussões sobre a violência de gênero e desigualdade se
tornasse tema do dia-a-dia, e não mais restrita ao ambiente acadêmico e aos
movimentos sociais.
Saiba Mais!
Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_lesbicas_ga
ys.pdf Acesso em 16/10/2019
Disponível em:
https://www.freetheessence.com.br/inovacao/comunicacao/identidade-de-
genero-outros-conceitos/ Acesso em 17/10/2019.
77
Matéria disponível em: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/orientacao-sexual-
nao-e-uma-escolha-afirma-pesquisador-da-ufmg
3. Escolha uma filipeta (ver folha de apoio) com as frases da Campanha e construa
um roteiro para repassar essas ideias para outros jovens. Você pode criar uma
mensagem, uma cena um programa de TV ou um comercial que será gravado e
terá que ter um minuto.
81
Acunã (2019) discute que o que fora definido como genericamente humano
emerge no Iluminismo, com conceitos como o de sujeito, o do indivíduo e o da
cidadania. As feministas daqueles anos, segundo autora, constroem a ideia de
Vindicação, isto é, perguntando a si mesmas, para as mulheres, esses mesmos
direitos e transformações sociais que foram definidos para os homens, como um
cânone do humano. Aqui é exigida a inclusão das mulheres nos princípios
iluminismo universal como igualdade, educação e direito de viver livre de
preconceitos. O feminismo, então, para Acunã (2019) é uma prática política e um
pensamento político e filosófico. Em ambas as dimensões, isto é, na prática
política e em sua dimensão teórica, o feminismo apresenta grande diversidade.
Há transformações históricas e nos horizontes culturais que determinam o debate
e as demandas por igualdade ou, em outras palavras, na maneira pela qual eles
expressam desigualdades e como a vida das mulheres vem sendo afetadas.
Essa definição, segundo a autora, propõe uma perspectiva histórica, pois coloca
no final do século XVIII a origem desse movimento social e político das mulheres
por sua libertação. A autora afirma que opressão, dominação e a exploração das
mulheres é realizada pelos homens na ordem patriarcal, imposta às várias
modelos de produção que ocorreram na história.
83
Bertha Lutz: auxiliou na promulgação de leis que deram direito de voto às
mulheres e igualdade de direitos políticos nos anos 20, foi a segunda mulher a
ingressar no serviço público brasileiro (1918), criou a Liga para a Emancipação
Intelectual da Mulher, o embrião da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino
(1922);
85
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamado pela Assembleia
Constituinte. Essa declaração começa com o seguinte preâmbulo:
87
8.1.3 FEMINISMO E SOCIALISMO
Como podemos ver, uma série de abordagens teóricas foi estabelecida ao longo
da história que eles partem do reconhecimento da opressão das mulheres e que
a causa dessa opressão é a estrutura família patriarcal. De acordo com Crenshaw
(2002), atualmente, as ativistas pelos direitos humanos inspiradas pela vontade
de discutir a desigualdade que atinge mulheres em todo o mundo se mobilizaram
e conseguiram resultados significativos ao longo de décadas de luta. Elas
conseguiram assegurar maior inclusão do tema do abuso dos direitos relativos às
mulheres e ao gênero nos discursos dos direitos humanos.
89
8.2 O EFEITO DO PATRIARCADO
Esse conceito enfrentou críticas na década de 1980. Não tanto por sua definição,
mas pela forma como foi usado. Embora tivesse sido útil declarar uma forma de
organização social e um tipo específico de domínio e controle, algumas das
objeções foram de que o termo foi usado para explicar a subordinação das
mulheres em todos os tipos de sociedades e épocas, isto é, sendo universalista e
histórico. Outras críticas apontaram que essa definição reduz o problema da
subordinação apenas a uma dimensão: o problema das relações de poder
estabelecidas entre as mulheres em relação aos homens.
91
8.4 O SEXISMO
Embora a Declaração Universal garanta a aplicação dos direitos humanos sem distinção
de gênero, no passado, os direitos das mulheres e as circunstâncias específicas em que
essas sofrem abusos foram formulados como sendo diferentes da visão clássica de abuso
de direitos humanos e, portanto, marginais dentro de um regime que aspirava a uma
aplicação universal. Tal universalismo, entretanto, fundamentava-se firmemente nas
experiências dos homens. Consequentemente, apesar da garantia formal, a proteção dos
direitos humanos das mulheres foi comprometida à medida que suas experiências
poderiam ser definidas como diferentes das dos homens. Assim, quando mulheres eram
detidas, torturadas ou lhes eram negados outros direitos civis e políticos, de forma
semelhante como acontecia com os homens, tais abusos eram obviamente percebidos
como violáveis dos direitos humanos. Porém, quando mulheres, sob custódia, eram
estupradas, espancadas no âmbito doméstico ou quando alguma tradição lhes negava
acesso / tomada de decisões, suas diferenças em relação aos homens tornavam tais
abusos periféricos em se tratando das garantias básicas dos direitos humanos.
93
Saiba Mais!
Acesso em 16/10/2019
Acesso em 16/10/2019
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d) Poste seu infográfico no Padlet disponível abaixo. Para isso, basta clicar no
link se seguir as instruções.
97
9. QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS
Esta semana vamos propiciar a discussão interseccional com foco nas questões
étnico-raciais em uma abordagem pluriétnica, multicultural e multidisciplinar.
Vamos entender os conceitos de raça, etnia, identidade, corporeidade, racismo,
racismo estrutural; etnocentrismo, preconceito racial, discriminação racial e
democracia racial analisando as quais formas de preconceito e discriminação são
possíveis de reconhecer no cotidiano profissional e pessoal.
99
da retenção de alunos com relação à origem étnica. Além disso, segundo a autora,
os PCNs não sugerem estratégias para gerenciar ou resolver os problemas de
evasão escolar relacionados à raça e a etnia. Dessa forma, os professores não
estão sabendo lidar com essas questões, o que coloca em xeque o direito à
cidadania (FERREIRA, 2006). Para Ferreira, as Diretrizes Nacionais para a
Educação das Relações Étnico-raciais (BRASIL, 2005) mencionam a introdução
de análises das relações sociais e raciais no Brasil nos cursos de formação de
professores e de outros profissionais da Educação, além das bases teóricas (raça,
etnia, cultura, classe social, diversidade, diferença, multiculturalismo) e de
materiais e textos didáticos contemplando os contextos numa perspectiva de
reeducação das relações étnico-raciais e do ensino e aprendizagem da História e
Cultura dos Afro-Brasileiros, Africanos e Indígenas (FERREIRA, 2006, p. 26).
Esse enfoque, segundo Gomes (1996), justifica-se no contexto escolar por ser um
dos locais responsáveis pela construção da cidadania e que nos momentos de
interação, permitem a construção identitária étnica, sexual e/ou profissional.
Segundo a autora, a construção dessa identidade étnica faz com que sujeitos
negros e brancos se reconheçam como indivíduos e passem a ter voz dentro e
fora do contexto escolar, além de compreenderem o papel de sua cultura no
fortalecimento e na superação do racismo e da discriminação racial e de gênero.
9.2 IDENTIDADE ÉTNICA
Esses autores relatam que mundialmente houve uma imposição desse discurso
de opressão que impunha sobre os que eram diferentes do ponto de vista dos
brancos, estigmas de inferioridade, de incapacidade intelectual e de convivência
social, dentre outros, fazendo com que passassem a ser vistos e tratados como
indesejáveis, perigosos e pesos mortos para as sociedades, apesar de sua
imprescindível importância na produção da cultura material e imaterial e das
riquezas econômicas das nações consolidadas e em processo de formação.
(JESUS et al., 2018, p. 02).
101
Desse modo, o ciclo de reprodução e de alimentação de práticas sociais racistas
ainda persiste no imaginário social de muitos povos do mundo e as discussões
sobre a história da raça e da diversidade cultural são sempre contestadas,
segmentadas e sua importância é questionada. O que esse cenário pressupõe de
alguma forma, é que as questões de discriminação já foram suficientemente
discutidas e resolvidas.
É visto em todo o mundo, bem como em nosso próprio país, particularmente, nas
últimas campanhas políticas, que raça e etnia são condições que continuarão a
fazer e refazer nossa sociedade. Opiniões e atitudes contrárias são percebidas
em relação às políticas de Cotas, às Ações Afirmativas e a Lei 10639/2003. Além
disso, o conceito de raça emerge como motivações políticas para votar contra
populações, bem como os esforços de governos estaduais e funcionários do
Estado, para tirar proveito das populações e direcioná-las por causa de sua raça.
Mas que visão histórica está em constante diálogo com o presente? De que
maneira o legado histórico da raça continua a impactar nossa sociedade hoje?
Saiba Mais!
Disponível em : https://vimeo.com/25032163
Quadro 2: Pele Negra, Máscara Branca
Pele Negra, máscara branca examina a negação do racismo contra o negro na França, tendo
sua primeira edição, em português, em 1963. É um clássico do pensamento sobre a diáspora
africana, sobre a descolonização, a arquitetura psicológica, a teoria das ciências, a filosofia
e a literatura caribenha. Analisa o axioma que causou grande turbulência nas décadas de 60
e 70: como a ideologia que ignora a cor pode apoiar o racismo que nega.
Fonte: Wikipedia
O que o conceito de raça equivale tem relação com a maneira em que fomos
socializados para ver pessoas que olham diferente e que têm cores de pele
diferentes, culturas diferentes e assim por diante (FERREIRA, 2016). Os outros
aspectos são simplesmente relacionados ao mito biológico que tem alguma base
genética ou alguma base em fatos científicos.
105
Saiba Mais
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv63405.pdf
Brancos 49,9 %
Pretos 7,6 %
Pardos 43,1 %
Amarelos 1,5 %
107
Centro- 92,3 85,9 6,8 5,3
Oeste
109
Fonte: Jornal Nexo (2017)
Saiba Mais!
111
comunicação, especialmente, continuam
mandando para as pessoas, através dos
comerciais, filmes, revistas e moda, cuja
maioria é formada por pessoas brancas.
115
• preponderância do grupo rácio-cultural ou étnico no comportamento do sujeito,
negando o arbítrio do indivíduo.
Saiba Mais!
O racismo científico, poderosa arma imperialista, considerando a definição que
lhe fora atribuída por Hannah Arendt, tornou-se, também, base dos projetos de
nação, especialmente na América Latina, onde foi, plenamente, acolhido. O Brasil
não se eximiu desse processo. Muito pelo contrário: setores dominantes da elite
brasileira não somente adotaram as concepções racistas, como as adaptaram,
em muitos aspectos, à realidade local.
117
dessas populações e culturas, mesmo que realizado de forma violenta e gerando
sacrifícios humanos.
Em linhas gerais, esse mito afirma que o Brasil, por caracterizar-se como um país
de intensa mistura de povos (europeus, africanos e indígenas), teria promovido
algo como uma “democracia racial”, em que as diferenças e preconceitos de cor
e de origem étnico-racial terminariam por se dissolver numa ampla síntese
mestiça, cujo representante maior seria o mulato. Dessa forma – supõe o mito –
as discriminações raciais não existiriam de fato, ou tenderiam a desaparecer com
o aprofundamento da miscigenação. Contudo, outros pensadores fizeram a crítica
119
da noção de “democracia racial”, pois constatavam a permanência das
desigualdades entre brancos e negros, mesmo havendo mestiçagem, e julgavam
que tal ideia não passava de um mito, isto é, uma narrativa da construção da
identidade nacional encobridora das profundas desigualdades entre os povos que
formaram o país.
121
mudanças acarretadas pela universalização do trabalho livre e da competição
(FERNANDES, 2007, p. 43-47, adaptado).
9.3 DISCRIMINAÇÃO
9.3.1 RACISMO
123
O atual ressurgimento do racismo sublinha a necessidade de remediar a história
de humilhação e desumanização que continua ressurgindo tanto de forma aberta
como de maneira sutil (RAMOSE, 2001, grifo e tradução nossos). Racismo é a
crença na inerente superioridade de uma raça sobre outra. Tal superioridade é
concebida tanto no aspecto biológico como na dimensão psicossociocultural –
esta é a dimensão usualmente negligenciada ou omitida nas definições
tradicionais do racismo. A elaboração teórico-científica produzida pela cultura
europeia justificando a escravização e a inferiorização dos povos africanos
constitui o exemplo eminente do racismo sem precedentes na história da
humanidade (NASCIMENTO, 2009, p. 21). 29
Assista aos vídeos da série intitulada “Race the Power of an Illusion” e entenda
um pouco desse legado histórico.
125
ter acesso e atuar no mercado de trabalho, para o acesso a Educação de
qualidade, ou seja, para exercer a sua cidadania. Há um mito dos benefícios
democráticos de igualdade, liberdade e justiça social. No entanto, onde houve
uma história de opressão ou história de genocídio, as pessoas tentam fugir daquilo
que não querem enfrentar.
E de acordo com Jesus et al. (2018), há muito a ser dito sobre enfrentar o passado,
reconciliando o que aconteceu com a posição em que estamos hoje. Não tanto
negando ou, de certa forma, ignorando o que aconteceu, mas aceitar o que
aconteceu e se preparar para o futuro. E assim, não podemos mudar o passado,
mas ignorá-lo desenvolver um sentimento de amnésia também não é as na
verdade, é muito insalubre. É mais importante para nós olharmos para o que
aconteceu no que diz respeito às maneiras pelas quais as raças moldaram nossa
sociedade.
Olhe para uma história de racismo, discriminação, segregação, para saber o que
aconteceu e, em seguida, de formas muito fundamentais, reconciliou o passado
com o que somos hoje. E pensar sobre como isso informa o que fazemos quando
nos preparamos para um futuro que nos obrigará a abraçar uma sociedade muito
mais diversificada e uma democracia multiétnica.
10. VALORIZAÇÃO DA CORPOREIDADE
NEGRA
Todos esses manifestos que exaltam a cor negra e os cabelos afros como
representações sociais e marca identitária apresentaram êxito e grandes foram os
127
avanços no que tangem “as ações afirmativas, cotas nas universidades, estudos
raciais críticos no contexto escolar, na mídia, nos materiais didáticos e na
formação de professores” (FERREIRA, 2015, p. 24). A Lei Federal nº10.639/2003
que tornou obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana da
Educação básica nacional, pública e privada e a criação dos NEABS (Núcleos de
Estudos Afro-Brasileiros) tornaram as ações visíveis e também trouxeram a baila
a discussão importante e necessária do racismo no contexto escolar brasileiro. No
entanto, mesmo com todo o processo de luta, e conquistas mencionadas, o
contexto brasileiro ainda impõe aos negros e pardos, condições de inferioridade e
a marca do racismo tem reflexos negativos explícitos e implícitos na cultura, na
linguagem e no comportamento das pessoas, apesar de não ser assumido.
Esse processo, segundo Matos (2016), não ocorre sem conflitos, dilemas e
reconfigurações que desemboca em uma transformação na autopercepção, na
luta pela aceitação da estética negra, tendo como símbolo os cabelos crespos e
cacheados (MATOS, 2016, p. 01). Mas, Blogs, Grupos em redes sociais se
organizam e dão força ao movimento estimulando o abandono da química e
ensinam técnicas para amenizar o sofrimento: big shops (grande corte),
129
dreadlocks (rastafári), Nó Bantu (cabelos torcidos em pequenos pãezinhos),
penteado protetor (tranças, extensões, perucas e tecidos), fitagem, etc.
Atividade de Aprendizagem
Texto: http://www.acaoeducativa.org.br/fdh/wp-
content/uploads/2012/11/curr%C3%ADculo-e-rela%C3%A7%C3%B5es-raciais-nilma-
lino-gomes.pdf
Discussão no Moodle
10. Assista ao vídeo indicado e escolha a opção correta para completar a transcrição e
discuta o diferencial da empresa na plataforma Moodle.
10.2 VALORIZAÇÃO DOS INDÍGENAS
131
• Língua, cultura e crenças definidas.
Rodrigues (2016) afirma que nos campos das expressões gráficas e plásticas, a
criatividade estética do índio brasileiro se estende, além do corpo, à
ornamentação da vivenda e dos objetos. Trata-se de uma reiteração de motivos e
significados semânticos aplicados ao embelezamento da casa, da cerâmica, à
estrutura dos tecidos e trançados, à pirogravura da superfície das cuias, à pintura
dos utensílios de madeira e dos implementos de trabalho. Essa iconografia
confere homogeneidade visual ao universo tribal que milita em favor da
singularização étnica (RIBEIRO,1991, p. 155).
133
O indígena de hoje, segundo Dunck Cintra (2006 / 2009), é um índio que se
orgulha de ser nativo, de ser originário, de ser portador de civilização própria e de
pertencer a uma ancestralidade particular. Este sentimento e esta atitude positiva
estão provocando o chamado fenômeno da etnogênese (LUCIANO, 2006). A
cultura indígena é a maneira de ver e de se situar no mundo; com a forma de
organizar a vida social, política, econômica e espiritual de cada povo que tem uma
cultura distinta da outra, porque se situa no mundo e se relaciona com ele de
maneira própria. Diversidade cultural indígena: diversidade de civilizações
autônomas e de culturas; de sistemas políticos, jurídicos, econômicos, enfim, de
organizações sociais, econômicas e políticas construídas ao longo de milhares de
anos, do mesmo modo que outras civilizações dos demais continentes: europeu,
asiático, africano e a oceania. Não se trata de civilizações ou culturas superiores
ou inferiores, mas diferentes.
De acordo com Rodrigues (2016), para que se possa construir uma nação livre,
solidária e igualitária, onde ser cidadão não seja um privilégio de poucos, devemos
buscar informar sobre todos os povos que compõem a sociedade nacional
(asiáticos, brancos, negros, indígenas, entre outros) e tentar valorizar as culturas
e feitos destes tantos povos, principalmente, mas não exclusivamente, dentro da
escola (RODRIGUES, 2016, p. 111). Assim sendo, para o autor, a escola deve
começar a se ver como espaço genuíno de promoção e da valorização da
diferença. Ela dever ser um espaço de possibilidades de conhecimento do “outro”,
do “diferente”.
Atividades de Aprendizagem
Extras
Assista aos vídeos da semana e leia os slides sobre as questões dos negros e
indígenas.
Disponível em : https://www.ufrgs.br/divulgacaodaciencia/2016/11/29/existe-
esperanca-para-o-fim-do-racismo/
135
IMAGEM:
CITAÇÕES:
PERGUNTAS:
137
Questões de múltipla escolha resolvidas
(2) Comunidade
(4) Etnia
(5) Sociedade
A sequência correta é:
a) 1, 3, 4
b) 1, 2, 3
c) 2, 3, 5
d) 1, 2, 4
Said: (...) são inúmeros os problemas. Para começar, ela trata as civilizações
como se fossem entidades fechadas, lacradas, alheias a qualquer tipo de troca
(...). Por fim, a ideia de choque de civilizações tem um aspecto caricatural muito
nocivo, como se enormes entidades chamadas “Ocidente” e o “Islã” estivessem
num ringue, lutando para ver qual é a melhor.
139
b) Não existem diferenças jurídico-políticas entre o Ocidente e o Oriente Médio,
logo não faz sentido diferenciar essas duas civilizações.
a) Surgiram diante das crenças religiosas vigentes na época, que pregavam que
o homem branco era dono da Terra, tendo poder sobre todos os seres vivos.
b) Surgiram como forma de tentar justificar a ordem social que surgia à medida
que países europeus tornaram-se nações imperialistas, submetendo outros
territórios e suas populações ao seu domínio.
RESPOSTAS
O muro anti-imigração é uma ferramenta de segregação territorial que busca manter uma
população estrangeira de fora de um território específico. Uma comunidade é definida
como um agrupamento de pessoas que se difere de outros agrupamentos humanos,
sendo “visível onde uma comunidade começa e onde ela acaba”. A etnia está relacionada
com construções culturais de determinada comunidade de pessoas.
Questão 2: A alternativa “a” está correta. As diferenças culturais existem tanto no contexto
de conflito quanto no contexto de troca cultural.
145
GADOTTI, Moacir. Perspectivas atuais da educação. São Paulo Perspec.
[online]. 2000, vol.14, n.2, pp. 03-11.
JESUS, Rodrigo Marcos de; NEGRI, Edson Cleber; CÂNDIDO, Juarid Rios
(Organizadores). Filosofia e consciência negra: desconstruindo o
racismo. Cuiabá: EdUFMT, 2018. 102 p.
MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Inclusão escolar: o que é? por quê? como
fazer?. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2006.
MANTOAN, Maria Tereza Eglér (org). Por uma escola (de qualidade) para
todos. In:__. Pensando e fazendo educação de qualidade. São Paulo:
Moderna. 2001, cap.2, p.51-70.
149
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL: estratégias e orientações para
a educação de alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem
associadas às condutas típicas. Brasília, 2002.
151
Currículo das professoras-autoras
153
formativos, relações étnico-raciais, direitos humanos e metas de desenvolvimento
sustentáveis.