Você está na página 1de 52

OSWALDO GALVÃO FILHO

CROMOTERAPIA APLICADA NOS PROCESSOS DE


DOENÇAS AUTOIMUNES

_______________________________________________
GUARULHOS
2019
OSWALDO GALVÃO FILHO

CROMOTERAPIA APLICADA NOS PROCESSOS DE


DOENÇAS AUTOIMUNES

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Faculdades Anhanguera
Educacional, como requisito parcial para a
obtenção do título de graduado em
Biomedicina.
Tutor: Profª. Ma. Sandmary Chambó

_______________________________________________________________

GUARULHOS
2019
OSWALDO GALVÃO FILHO

CROMOTERAPIA APLICADA NOS PROCESSOS


DE DOENÇAS AUTOIMUNES

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Anhanguera Educacional,
como requisito parcial para a obtenção do
título de graduado em Biomedicina.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a).

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Guarulhos, 04 de dezembro de 2019


Dedico este trabalho a todos que
contribuíram direta ou indiretamente
para minha formação acadêmica.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiro a Deus a quem devo minha vida, aos meus filhos que
são minha maior fortaleza, à minha família que sempre me apoiou.
GALVÃO FILHO, Oswaldo. Cromoterapia Aplicada nos Processos de
Doenças Autoimunes. 2019, 47 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso de
Biomedicina – Anhanguera Educacional, Guarulhos, 2019.

RESUMO

A cromoterapia é uma terapia natural, antiga e complementar, atualmente


reconhecida pela OMS (Organização Mundial de Saúde), onde as cores são
utilizadas como agentes medicamentosos em tratamentos numa perspectiva de
prevenção de agravos e da promoção e recuperação da saúde, com ênfase na
atenção básica, voltada ao cuidado continuado, humanizado e integral em
saúde e doenças crônicas, promovendo o alívio sintomático. Através da cor
absorvida pelo corpo, ocorrem alterações nas vibrações do corpo em uma
frequência que resulta em aspectos positivos para o bem-estar e a saúde dos
indivíduos. O princípio básico de funcionamento da cromoterapia está
alicerçado na teoria de que a vibração da cor é absorvida pelos campos sutis
de energia existente em torno do corpo humano. Dentro deste contexto
observa-se que a Cromoterapia tem diversas indicações sendo uma delas o
auxilio nos processos “Imunológicos”. O objetivo proposto para o presente
trabalho é demonstrar a influência da Cromoterapia empregada em doenças
autoimunes, avaliar a aplicabilidade e efetividade da Cromoterapia nos
processos de doenças autoimunes; apontar seus principais benefícios bem
como elucidar de que maneira a Cromoterapia pode minimizar os efeitos
decorrentes de doenças autoimunes.

Palavras-chave: Doenças Autoimunes; Cromoterapia; Cores; Ondas


GALVÃO FILHO, Oswaldo. Chromotherapy Applied in the Processes of
Autoimmune Diseases. 2019, 47 pages. Conclusion of the Biomedicine
Course - Anhanguera Educacional, Guarulhos, 2019.

ABSTRACT

Chromotherapy is a natural, old and complementary therapy, currently


recognized by the WHO (World Health Organization), where colors are used as
medicinal agents in treatments with a view to disease prevention and health
promotion and recovery, with emphasis on attention. basic, focused on
continuous, humanized and integral care in health and chronic diseases,
promoting symptomatic relief. Through the color absorbed by the body, changes
in body vibrations occur at a frequency that results in positive aspects for the
well-being and health of individuals. The basic working principle of
chromotherapy is based on the theory that color vibration is absorbed by the
subtle energy fields around the human body. Within this context it is observed
that Chromotherapy has several indications, one of them being the aid in the
"Immunological" processes. The purpose of this study is to demonstrate the
influence of chromotherapy in autoimmune diseases, to evaluate the
applicability and effectiveness of chromotherapy in autoimmune disease
processes; point out its main benefits as well as clarify how chromotherapy can
minimize the effects of autoimmune diseases.

Keywords: Autoimmune Diseases; Chromotherapy; Colors; Waves


LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Espectro eletromagnético .............................................................. 21


Figura 2. Decomposição da luz branca por um prisma ................................ 22
Figura 3. Somatória de cores primárias ....................................................... 23
Figura 4. Síntese aditiva das cores: cores secundárias ............................... 28
Figura 5. Síntese aditiva das cores: cores terciárias .................................... 29
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Tabela de frequência de cores ................................................... 20


Tabela 2. Quadro de significados conotativos..............................................32/33
Tabela 3. Cores, suas funções terapêuticas e seu uso em feridas ............37
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10
2. CROMOTERAPIA – CONCEITO, FINALIDADE E ORIGEM DAS CORES. 11
2.1 CONCEITO E DEFINIÇÕES DE CROMOTERAPIA .................................. 11
2.2 FINALIDADE DA CROMOTERAPIA........................................................... 15
3. ESTUDO DAS CORES E SUA APLICABILIDADE ..................................... 19
3.1 AS CORES ................................................................................................. 19
3.2 A HISTÓRIA DAS CORES ......................................................................... 24
3.3 REALIDADE SENSORIAL DAS CORES.....................................................27
3.3.1 Classificação das cores: cores quentes e frias ........................................27
3.3.2 Classificação das cores: cores primárias ................................................ 28
3.3.3 Classificação das cores: cores secundárias e terciárias ......................... 28
3.3.4 Contraste das cores .................................................................................30
3.4 PSICOLOGIA DAS CORES ....................................................................... 31
3.5 APLICAÇÃO MÉDICA DA CROMOTERAPIA ............................................ 34
4. SISTEMA IMUNOLÓGICO E DOENÇAS AUTOIMUNES ........................... 39
4.1 O SISTEMA IMUNOLÓGICO ..................................................................... 39
4.2 FUNÇÃO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO .................................................. 41
4.3 RESPOSTA AUTOIMUNE .......................................................................... 42
4.3.1 Conceitos ................................................................................................. 42
4.3.2 Causas desencadeantes da resposta autoimune ....................................43
4.3.3 Sintomas .................................................................................................. 45
4.3.4 Tipos de doenças autoimunes ................................................................ 45
4.3.5 Tratamento terapêutico ............................................................................47
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 49
10

1. INTRODUÇÃO

A Cromoterapia é uma terapia natural que atribui às cores um significado


que pode alterar problemas de saúde, promovendo o alívio sintomático através
da cor absorvida pelo corpo, além de ser considerada uma ciência que utiliza
as cores para alterar ou manter as vibrações do corpo em uma frequência que
resulta em aspectos positivos para o bem-estar e a saúde dos indivíduos.
Dentro deste contexto observa-se que a Cromoterapia tem diversas indicações
sendo uma delas o auxilio nos processos “Imunológicos”.
Justifica-se essa pesquisa como contribuição tanto para sociedade
quanto para o meio acadêmico, para conhecimento do tema, pois há uma
escassez de material científico, assim como falta de conhecimento no que
tange a utilização da cromoterapia em processos de doenças autoimunes, seus
benefícios e efeitos que variam de acordo com a intensidade das cores,
possuindo vibrações específicas e capacidade terapêuticas diferentes
conforme o diagnóstico e necessidade de cada pessoa.
Diante do exposto o presente trabalho levanta o seguinte problema: De
que forma a cromoterapia poderá auxiliar os indivíduos nos processos
imunológicos existentes, quando decorrente de doenças autoimunes?
O objetivo proposto busca demonstrar a influência da Cromoterapia
empregada em doenças autoimunes, avaliar a aplicabilidade e efetividade da
Cromoterapia nos processos de doenças autoimunes; apontar seus principais
benefícios bem como elucidar de que maneira a Cromoterapia pode minimizar
os efeitos decorrentes de doenças autoimunes.
Dessa maneira a estrutura do trabalho será composta de 03 Capítulos, a
saber: Capítulo I irá abordar sobre conceito e finalidade das cores; Capítulo II
fará uma análise do estudo das cores e sua aplicabilidade e o Capítulo III
decorrerá sobre sistema imunológico e doenças autoimunes.
A metodologia utilizada para a presente pesquisa foi de revisão
bibliográfica, através de uma pesquisa de literatura especializada e realizada
através da leitura intensiva e avaliação crítica de livros, textos e artigos
científicos de diversos autores.
11

2. CROMOTERAPIA – CONCEITO, FINALIDADE E ORIGEM DAS CORES

2.1 CONCEITO E DEFINIÇÕES DE CROMOTERAPIA

A Cromoterapia é o uso terapêutico das cores. É reconhecida pela OMS


(Organização Mundial de Saúde) como Medicina Tradicional e
Complementar/Alternativa MT/MC ou Práticas Integrativas e Complementares
desde 1976. Respaldado pelas diretrizes da OMS, o Ministério da Saúde
aprova, através da Portaria GM/MS nº 971, de 3 de maio de 2006, a Política
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PNPIC). As
Práticas Integrativas e Complementares (PICPS) são tratamentos que utilizam
recursos terapêuticos na perspectiva de prevenção de agravos e da promoção
e recuperação da saúde, com ênfase na atenção básica, voltada ao cuidado
continuado, humanizado e integral em saúde e doenças crônicas. Promovendo
a institucionalização destas práticas no Sistema Único de Saúde (SUS).
No entendimento de Sun (1999) trata-se da arte de introduzir diversos
matizes espectrais de cores no organismo humano, com a finalidade de
promoção da saúde, do equilíbrio e do bem-estar geral. O princípio básico de
funcionamento da cromoterapia está alicerçado na teoria de que a vibração da
cor é absorvida pelos campos sutis de energia existente em torno do corpo
humano (conhecido como aura). Tais vibrações também seriam absorvidas
através dos olhos, pela pele, assim como pelos centros de forças (chakras) que
estariam intimamente associados ao sistema neurofisiológico e endócrino.
Nunes (2001) informa que, como tratamento energético, especificamente
holístico, a cromoterapia visa recompor as deficiências orgânicas e espirituais
do ser humano.
Em sua definição ainda nos ensina que os efeitos da cromoterapia sobre
o organismo humano ajudam a alinhar o corpo, a mente e as emoções. Esse
alinhamento pelo poder da cor promove o crescimento pessoal e o
desenvolvimento espiritual. Amber (1985) salienta ser a cromoterapia uma
ciência onde há o emprego das diferentes cores com o intuito de alterar ou
manter determinadas vibrações do corpo em alguma frequência específica que
resulta em saúde, bem-estar e harmonia.
12

Gaspar (2002) informa que os povos antigos já sabiam usar muito bem
esse recurso (as cores).
Sun (1999) informa que a cura pela cor já era amplamente praticada
pelos egípcios, babilônicos e assírios da antiguidade na arte da helioterapia.
Tal terapia reconhecia os efeitos terapêuticos dos raios solares e também
reconheciam o significado da luz e dos raios coloridos que poderiam ser
utilizados para tratar diversos tipos de sofrimentos [doenças].
Gerber (2000) comenta sobre um novo modelo de medicina, chamado
de medicina “vibracional”, com uma abordagem nova para o diagnóstico e
tratamento de doenças, salientando que o stress, a consciência e nossas
atitudes em relação à vida desempenham papeis fundamentais no novo
conjunto de teorias a respeito da doença e bem-estar.
Gaspar (2002) afirma que que em todos os povos as cores assumiram
significados a partir de substâncias e dos fenômenos naturais, familiares, e até
sociais que evocam. E desta percepção do efeito psicológico exercido pelas
cores que surgiu a cromoterapia.
A cromoterapia, de certa forma, pode ser reconhecida como uma parcela
dessa nova abordagem para o diagnóstico e tratamento de doenças. Já que,
como é conhecimento comum, os raios solares coloridos, independentes de
serem ou não visíveis ao olho humano (espectro colorimétrico), trazem efeitos
ao corpo fisicamente através de uma exposição efetiva aos próprios raios
luminosos, como é o caso da produção da vitamina “D”, mas também são
capazes de outras influências, ainda que aplicados mentalmente, por meio de
técnicas de sugestão, visualização ou meditação (NUNES, 2001).
Define Anderson (1983) que há um significado oculto sob o que é
apresentado e, para o ocultista e muitos cromoterapeutas, há uma crença
antiga de que no mais verdadeiro sentido - cor é vida - e o que a cor manifesta
pela luz é a expressão visível da mente divina, a expressão de um princípio de
vida na forma de ondas luminosas.
Farina (1990, p. 26), esclarece que “a cor traz um impacto em si, de
eficácia indiscutível, não pode, entretanto, ser analisada arbitrariamente pela
mera sensação estética, por estar ligado ao uso que se fará do elemento cor”.
13

Para Cunha (1992, p. 13):


A cromoterapia como instrumento de cura, é uma ciência
relativamente nova no Ocidente e quase todas as pesquisas
sobre o assunto datam ainda deste século. Os cientistas
ocidentais estão fazendo agora é ratificar, através da pesquisa
científica formal, o que a sabedoria milenar do lado oriental,
notadamente Índia, China e Egito, já haviam constatado há
milênios, ou seja, que as cores não servem apenas para
embelezar o mundo, mas são uma forma poderosa de energia
que exerce influência sobre os seres vivos e por isto também
tem o dom de curá-los.

Savi (2004) diz que a coloração dos corpos é devida a absorção e


reflexão dos raios luminosos, ou seja, significa que o raio foi ou não absorvido.
Que a cor é um efeito produzido pela existência de um objeto, pela luz sob o
objeto, pelos olhos e pelo cérebro que a interpretam.
Segundo Sun (1999) a cor tem poder. É capaz de estimular ou sedar,
excitar ou acalmar, transmitir a sensação de calor ou de frio, irritar ou
proporcionar prazer, gerar sentimentos de paixão ou nos elevar
espiritualmente, de forma que, o conhecimento das cores abre uma dimensão
nova para nossa consciência.
Por conta disso, Farina (1990, p.21) fala que, a tendência atual do
homem busca colorir um pouco mais o mundo, de forma a quebrar os frios e
deprimentes espaços cinzentos, pelos profissionais mais sensíveis em
arquitetura e decoração.
Essa preocupação transportou-se aos publicitários, que se esmeram em
apresentar peças de propaganda em multivariadas cores, a fim de despertar
maior atenção do público consumidor. Até porque a cor evoca um estado de
espírito.
Até porque, é possível observar que as cores permitem a sensação de
vida e movimento de coisas, proporciona, na decoração de ambientes, a
luminosidade, o brilho, que ao final se reflete na beleza. As cores também
influenciam na moda, no momento em que tecidos coloridos transmitem alegria
e jovialidade, assim como na cosmética e o uso de tonalidades em produtos de
maquiagem. Nos alimentos, é um convite para uma alimentação rica em
vitaminas e nutrientes.
E, nesse sentido, Sun (1999) aborda a relação do desenvolvimento da
humanidade e sua expressão nas cores, afirmando que:
14

Á medida que a humanidade se desenvolveu, a expressão dos


seus trabalhos de arte modificou-se das pinturas e decoração
das paredes das cavernas para a autodecoração e a pintura do
corpo, que eram comuns nas comunidades tribais.

Sun (1999) também comenta que a cor pode transformar nosso


ambiente e aumentar nossa produtividade, sendo capaz de ampliar a vida
social e melhorar o estado de saúde.
Em sua função terapêutica, a cromoterapia utiliza recursos do espectro
cromático para regular os efeitos danosos à saúde com diferentes frequências
de cores. A privação da luz solar, por exemplo, causa inúmeros distúrbios à
saúde humana, como por exemplo o ritmo cicardiano, o ciclo fisiológico e
biológico do corpo humano. O relógio biológico está situado na região do
hipotálamo (hipocampo) (NUNES, 2001).
Também é importante lembrar a advertência de Claret (1998) que afirma
não ser finalidade da cromoterapia reviver as células já mortas, visto este
processo ser irreversível, mas sim restaurar as condições de recuperação de
células debilitadas, estimulando a capacidade regenerativa e proporcionando
condições adequadas à formação e produção de células novas.
Dessa forma, é possível perceber que a cromoterapia tem como função
promover e regular os diversos processos metabólico, cada reação enzimática,
movimentos musculares, digestão de alimentos e queima de gordura, já que
tais processos biológicos são aumentados pela energia solar.
Também é perceptível que uma redução da energia da luz natural
provoca uma desaceleração nesses processos ocasionando a diminuição do
metabolismo, redução da queima de gordura, redução da vitalidade e
comprometimento da imunidade do organismo, conforme esclarece Nunes
(2001). De tais alterações funcionais decorrem vários transtornos mentais que
afetam as pessoas.
No entanto, como ensina Gaspar (2002) são nas estruturas sutis do
organismo humano que a cromoterapia tem sua maior ação terapêutica.
Identificado os desequilíbrios nos campos de energias vibracionais, pois
através delas é possível prevenir os chamados sintomas e doenças, antes
mesmo de se instalarem no corpo físico.
15

A principal hipótese da cromoterapia é que as cores específicas do


espectro visível são ativadores ou inibidores de processos fisiológicos,
biológicos e bioquímicos complexos no cérebro humano, como a síntese de
vários neuro-hormônios (RADELJAK, 2008).
Assim, no caso de doenças em curso, a cor (através da luz) aplicada
corretamente por um profissional cromoterapeuta, promove ação fotoquímica
restauradora nas células, estabilizando por ressonância os mecanismos
biológicos em desarmonia.

2.2 FINALIDADE DA CROMOTERAPIA

O objetivo da ciência de curar pelas cores é combater a doença, através


da restauração do equilíbrio das energias da cor no interior do corpo.
Pesquisas mostram que os efeitos notados pelo uso da cromoterapia ocorrem
devidos à ação dos raios coloridos sobre o corpo energético, que por sua vez,
influenciam o corpo físico.
Claret (1998) comenta que os egípcios construíram a cidade colorida de
Heliópolis (cidade da Luz), onde as cores também eram aplicadas nos
tratamentos de saúde, e onde ensinavam que as cores vermelho, amarelo e
azul eram as forças ativas dos seres físicos, mentais e espirituais, de forma
que dominavam de forma prática a aplicação das cores para o
restabelecimento da saúde.
Sun (1999) comenta que o médico árabe Avicenna (980-1039) escreveu
a obra conhecida como Cânone da Medicina, que se reconheceu como um dos
documentos médicos mais notáveis para a época, e tratava das cores em seu
efeito diagnóstico assim como em seu efeito terapêutico.
Os chineses utilizam a cor com fins diagnósticos, observando e
examinando a coloração ou descoloração das diversas partes do corpo, uma
das formas mais eficazes de avaliar o estado de saúde do paciente (SUN,
1999).
16

O princípio da Cromoterapia é a reação fotoquímica, representada pela


reposição eletromagnética do campo, através da onda colorida, que busca
reestabelecer o equilíbrio físico-energético, não só da matéria física orgânica
do ser humano, como também sua estrutura energética. Uma ação ao nível
consciente em ambas as direções (GASPAR, 2002).
Claret (1998) comenta que as cores representam potenciais químicos
em altas oitavas de vibração e, cada órgão ou sistema do corpo humano
possuía uma cor que o estimularia e outra que inibiria seu funcionamento. Daí
porque da importância de conhecer-se a ação das diversas cores sobre cada
órgão, de forma a aplicar-se a cor correta para balancear a ação do órgão ou
sistema.
O emprego de diferentes cores altera ou mantém as vibrações do corpo
numa frequência que resulta em saúde, bem-estar e harmonia, conforme
explica Nunes (2002).
Claret (1998) afirma que o emprego de diferentes cores altera ou
mantém as vibrações do corpo numa frequência que resulta em saúde, bem-
estar e harmonia.
Ela envolve efeitos físicos, emocionais e subconscientes das cores.
Físicos porque a existência de uma cor implica a existência de uma luz com
determinadas características de onda e de substancias cuja composição
química favoreça a absorção ou reflexão dessa luz (GASPAR, 2002).
A excitação é um processo físico no qual os impulsos elétricos são
enviados ao longo dos caminhos nervosos (através de íons de sódio) à área da
hipófise e do hipotálamo, que controlam e regulam as funções vitais. Com a
ajuda dos biofótons e elétrons, o impulso então difunde, via estrutura atômica
das células, à área do órgão em questão, onde a reação endócrina se
manifesta. Portanto, os impulsos energéticos das cores são capazes de corrigir
irregularidades celulares, desta forma corrigindo perturbações funcionais.
(BALLAN, 2010).
17

Ao que parece, esse efeito se dá através do sistema dos meridianos da


Medicina Tradicional Chinesa também, porque a profundidade de penetração
da luz dentro do tecido é relativamente pequena. Os meridianos são canais de
energia que passam por todo o corpo humano. Eles são responsáveis pelas
funções vitais das células, tecidos e órgãos, carregando a energia vital
necessária dentro de suas áreas (NUNES, 2002).
A prática de cromoterapia segue a linha de cromopuntura (que une as
técnicas de acupuntura e cromoterapia, principalmente), criada na década de
70 na Alemanha, pelo Dr. Peter Mandel. É uma terapia embasada nas
pesquisas dos biofótons, feitas pelo biofísico Fritz Albert Popp. (MANDEL,
1986).
Caracteriza-se pelo estímulo dos pontos de acupuntura (acupontos) e
meridianos (canais) utilizando-se da cor e, através dela, busca-se reequilibrar
os sistemas de órgãos do corpo. Os acupontos não só absorvem o Qi
(energia), mas também recebem e transmitem a luz por todo o sistema de
meridianos do corpo. (GERBER, 2000).
Para Mandel, quando a cor gera um impulso elétrico que chega ao
cérebro, ela coordena os órgãos de produção endócrina (uma vez que a luz
atua diretamente sobre a glândula pineal). Essa glândula é a responsável pelo
controle de todos os processos hormonais e imunológicos do organismo,
através da secreção do hormônio melatonina. (PAGNAMENTA, 1998).
Assim, quando estamos em desequilíbrio (físico ou emocional) e
fazemos uso da cromoterapia, mandamos um estímulo para a glândula pineal
regular a produção hormonal, e retornamos ao nosso estado de equilíbrio
dinâmico (popularmente conhecido como saúde). “A cromopuntura com suas
possibilidades terapêuticas leva-nos a uma profunda mudança não só do
corpo, mas também das emoções e da forma de pensar”. (PAGNAMENTA,
1998).
As cores podem ser utilizadas de muitas maneiras: através de alimentos,
do vestuário, de tratamentos com lâmpadas ou lanternas específicas em
regiões do corpo, mentalizações, utilização de gemas (rochas ou minerais)
entre outros.
18

A cromoterapia procura reequilibrar os distúrbios energéticos básicos


que produzem os sintomas (e que, posteriormente podem desencadear
doenças), atuando sobre a pessoa como um todo, ou seja, atua tanto no
tratamento de distúrbios energéticos como na prevenção dos mesmos.
(MANDEL, 1986).
19

3. ESTUDO DAS CORES E SUA APLICABILIDADE

3.1 AS CORES

A cor nada mais é que uma percepção visual que o ser humano tem
diante da ação de um feixe de fótons sobre células especializadas da retina
dos olhões e que transmite através do nervo óptico impressões para o sistema
nervoso.
Claret (1998) informa que a cor marca sua existência através de ondas
do espectro eletromagnético e pela transferência de energia vibratória, ambas
atingindo o cérebro humano através da retina dos olhos.
Farina (1990, p. 21) explica que cor é:
Uma onda luminosa, um raio de luz branca que atravessa
nossos olhos. A cor será depois uma produção de nosso
cérebro, uma sensação visual colorida, como se nós
estivéssemos assistindo a uma gama de cores que se
apresentasse aos nossos olhos, a todo instante, esculpida na
natureza à nossa frente.

Cunha (1992, p.17) assim define as cores e os objetivos:


As cores são produzidas por ondas de luz que fazem os
objetos refletir uma determinada tonalidade. Os objetos não
têm cor própria, mas selecionam os raios de luz, absorvendo
uns e refletindo outros. As ondas de luz fazem parte do
espectro eletromagnético e são do mesmo tipo de ondas que
refletem o som transmitido de estações de rádio e TV e do
mesmo tipo de ondas que produzem os raios X quando tiramos
uma radiografia.

Segundo Tiski-Franckowiak (1997, p. 108) nos esclarece:

A luz é constituída por ondas eletromagnéticas, ou fluxo de


partículas energéticas desprovidas de massa: os fótons, que se
propagam no vácuo à velocidade de 300.000 km/s,
aproximadamente [...] Quando a direção é desviada de seu
eixo central a luz é refratada em comprimentos de onda
menores, os raios são refletidos em direção ao espaço em uma
variação de frequência. Essas modificações dos raios de luz
são vistas como cores[...]
20

Mais à frente, acrescenta:


[...] Essas ondas nada mais são que frequências distintas do
mesmo fenômeno, a energia eletromagnética. A luz percebida
pelo olho humano é uma faixa limitada entre 400 e 700
milimícrons (mμ), ou um décimo bilionésimo de metro
(nanômetro). O quadro mostra a extensão das ondas
eletromagnéticas, que varia desde os mais curtos raios
cósmicos até as mais longas ondas de rádio. [...] Somente a
extensão extremamente pequena, de 16 a 32 milionésimos de
polegada1 é própria para estimular a visão. Todo o espectro,
inclusive todas as cores que podemos ver, cai entre esses
limites reduzidos.

Tabela 1 – Tabela de frequência de cores

COR FREQUENCIA VARIAÇÃO

violeta 400 mn 700 fhz 1000 a 2000 Hz

azul 470 mn 640 fhz 250 a 215 Hz

verde 520 mn 580 fhz 250 a475 Hz

amarelo 580 mn 517 fhz 500 a 700 Hz

laranja 610 mn 490 fhz 950 a 1050 Hz

vermelho 740 mn 400 fhz 1000 a 1200 Hz

branco 1100 a 2000 Hz

Fonte: Savi (2004 pág.29)

Para Savi (2004) o comprimento da onda visível é de 400 a 800 A


(angströms). Um angström equivale a um décimo bilionésimo de um metro. O
angström é uma unidade de medida padrão utilizada para expressar o
comprimento de onda. Embora sejamos afetados por outros comprimentos de
ondas, não o percebemos.

1
1 polegada = 25,4 mm.
21

A figura abaixo mostra esquematicamente o espectro eletromagnético,


representando as mais diversas faixas de ondas, desde aquelas que produzem
a luz, passando por aquelas que servem como meio de transporte de
informações por radiofrequência (TV, FM, OC e AM) e aquelas que compõem
as ondas sonoras.

Figura 1 – Espectro eletromagnético


40 trilionésimos de polegada

400 bilionésimos de polegada

50 milionésimos de polegada

300 polegadas

40 polegadas

Raios Raios Raios


Raios X Ultra infra Radar Ondas de
cósmicos rádio
violeta vermelho

1812 milhas
16 milionésimos de polegada
32 milionésimo de polegada

Fonte: Baseado em TISKI-FRANCKOWIAK, 1997, p. 110.

Um raio de luz solar que venha a atravessar um prisma e sofra refração,


decompor-se-á em certo número de raios de luz de comprimento de ondas
diferentes, formando um espectro colorido visível que varia do vermelho ao
violeta, conforme acontece com o arco-íris.
22

Figura 2 – Decomposição da luz branca por um prisma.

Fonte: Baseado em Tiski-Franckowiak, 1997, p. 113.

Nas palavras de Farina (1997, p. 21):


Cor é uma sensação visual que nos oferece a natureza através
dos raios de luz irradiados em nosso planeta. É uma onda
luminosa, um raio de luz branca que atravessa nossos olhos. A
Cor será depois uma produção de nosso cérebro, uma
sensação visual colorida, como se nós estivéssemos assistindo
uma gama de cores que se apresentasse aos nossos olhos, a
todo instante, esculpida na natureza á nossa frente.

Estudos da física já comprovaram experimentalmente através do ensaio


do prisma que a luz branca, na verdade, é composta pelos comprimentos
componentes das cores do arco íris, em especial vermelho, verde e azul.
O olho humano percebe as diversas cores como sendo a combinação
dos três comprimentos de onda básicos: vermelho, verde e azul.
Exemplificando, podemos dizer que ao observar um objeto colorido as pessoas
estão recebendo reflexões do comprimento de onda eletromagnética
combinadas (proporcionalmente) das cores vermelho, verde e azul, que
misturadas irá dar a sensação da cor específica. Ou seja, quando alguma
pessoa diz que um objeto é de determinada cor é que a superfície do objeto
reflete mais ou menos de cada um dos comprimentos de ondas do vermelho,
do verde e do azul. Ora, se um objeto dito é azul, é porque sua superfície
absorve os comprimentos de onda vermelho e verde, e assim sucessivamente.
23

Como se percebe, as cores são fenômenos da luz. Mas, os objetos, em


suas superfícies apresentam determinados pigmentos que propiciam a reflexão
de determinados comprimentos de onda ou não. A cor-pigmento, seria, então a
substância usada para imitar os fenômenos da luz-cor.
Esses pigmentos são conhecidos popularmente como tintas e elas são
produzidas com diversos elementos extraídos de vários materiais, uns de
origem mineral, outros de origem vegetal, e outros, ainda, de origem animal.
Para o mesmo efeito, ou até mesmo para conseguir outros efeitos especiais
nas colorações são utilizados até mesmo elementos químicos desenvolvidos
especialmente para esta finalidade.
O pigmento (cor final) somente é conseguido após ser sintetizado
industrialmente os materiais que compõem a matiz cromática.
As cores podem ser somadas, e assim surgem novas cores. Á soma das
cores primárias dá origem ao branco que, pelo fenômeno da decomposição da
luz (por um prisma), é a somatória de todas as cores, enquanto o preto é a
ausência de luz (cor).
A somatória de cores poderá ser aditiva, que acontece quando são
somadas (misturadas) as cores. Esse é o chamado sistema RGB (red, green
and blue – vermelho, verde e azul), utilizado pelos diversos sistemas de
comunicação visual, como a televisão e todos os sistemas de softwares de
edição gráfica por computador.

Figura 3 – Somatória de cores primárias

Azul Amarelo Vermelho

Produto da somatória das cores

Amarelo + vermelho Vermelho + Azul Amarelo + Azul


= = =
Laranja Violeta Verde

Fonte: Baseado em Tiski-Franckowiak, 1997, p. 113.


24

No que diz respeito às cores primárias, existem diversas classificações.


Para as indústrias de tintas a classificação de cores primárias para efeito de
pigmentação para preparo de novos matizes são: Azul, Amarelo e Vermelho.
Para os fenômenos das cores, são consideradas como sendo cores primárias:
o vermelho-alaranjado (magenta) o azul-violeta (Ciano) e o verde.
As cores também poderão sofrer gradação, ou seja, a mistura poderá
ser gradativa dos diversos matizes, formando novas cores a partir das
primárias, secundárias o branco e o preto. Tal mistura é conhecida como
“degradê”. A mistura gradativa das cores forma novas cores pela variação de
intensidade e tonalidade.
Além da mistura aditiva ou gradativa, temos a subtração cromática. Esse
fenômeno acontece principalmente na pintura, quando a mistura de dois
pigmentos anula ou subtrai um deles.
Tiski-Franckowiak (1997, p. 118) explica que “a diferença entre adição e
subtração cromáticas está no fato de que a cor percebida num objeto depende
das ondas refletidas ou emitidas de sua superfície”.
E mais à frente ainda continua explicando:
[...] Um objeto branco reflete todos os comprimentos de ondas
e, por isso, é percebido como branco; um objeto preto absorve
todos os comprimentos de onda. O preto é o resultado da
síntese subtrativa, é a superposição de pigmentos coloridos. O
branco é o resultado da adição de comprimentos de ondas
(física da luz) (TISKI-FRANCKOWIAK, 1997, p. 118/119).

Conforme FARINA (1990, p. 35):


A cor é um meio de identificação em numerosos objetos,
coisas, letras quando um título, uma marca, uma nota de
advertência ou uma informação são realizados em cores, torna-
se necessário verificar a cor de fundo dos mesmos para se
sentir o contraste entre ele.

3.2 A HISTÓRIA DAS CORES

De acordo com pesquisas da antropóloga Christiane Ladd Franklin (apud


CAVAZANI, 1999), o homem primitivo só via em preto, branco e cinza, tendo
em vista que ante aos perigos constantes da natureza, procurava refugiar-se
muitas vezes em locais com pouca ou sem iluminação.
25

A falta de luz dificultou a percepção das cores.


As cores derivadas da luz são compostas por fótons. Fóton é a
menor e mais elementar partícula da luz, um feixe delgado de
energia luminosa. Essas partículas podem ser vista quando,
em grande quantidade (maior de dez), choca-se com o olho, ao
mesmo tempo. Quanto mais brilhante a fonte luminosa, maior o
número de fótons produzidos em uma dada unidade de tempo.
(TISKI-FRANCKOWIAK, 1997, p. 106).

Com a descoberta de como dominar o fogo, a humanidade acabou por


se expor à luz por mais tempo propiciando o aperfeiçoamento do organismo
(neurônios).
A partir da sensibilização do homem às cores, a história dessa
percepção humana passa pelo registro da percepção da cor através dos
desenhos dos povos pré-históricos nas cavernas. Da mesma forma, os povos
antigos, através de resinas e de uma química primária, tentavam reproduzir a
cor, utilizando-se de materiais que coletava na própria natureza.
Os egípcios, por exemplo, utilizavam a composição das cores
das pedras para a pintura de suas paredes. O granito e o
mármore foram fortes pontos de referência de material e cor.
Usavam o Lápis azul, o marrom, o rubi e as esmeraldas, como
elementos coloridos que adornavam o corpo (CAVAZANI,
1999, p. 2).

Sun (1999) comenta que os egípcios construíram a cidade colorida de


Heliópolis (cidade da Luz), onde as cores também eram aplicadas nos
tratamentos de saúde.
Farina (1990, p. 22) lembra:
(...) o homem mergulhou nas cores desde o começo de sua
história, mas lembraremos aqui apenas as civilizações mais
antigas, como China, Índia, Egito e outras, que sentiam na cor
um profundo sentido psicológico. Cada cor era um símbolo.

Tiski-Franckowiak (1997, p. 105) através da história de Noé, contada na


Bíblia aponta a ligação das cores para o povo hebreu:
A terra estava corrompida pela iniquidade e Deus vendo a
malícia dos homens, seus pensamentos continuamente
voltados para o mal, arrependeu-se de sua criação e anunciou
o dilúvio para exterminar toda a criatura viva. Porém existindo
um único justo, Noé, Deus resolveu poupá-lo.
26

 Noé! Estou para derramar água por toda a terra e fazer


morrer toda carne em eu há espírito de vida. Mas a ti e aos
teus não destruirei; por seres tementes às leis de Deus,
estabelecerei uma aliança contigo e com teus descendentes.
Faze uma arca da forma como vou ensinar. Obediente, sob o
riso dos incrédulos, Noé construiu a arca. A chuva desabou,
matando todo ser vivo da terra. Já estando a vagar por cento e
oitenta dias, Noé desesperado se pôs a rogar por piedade.
Deus ouviu e se lembrou da promessa. Fez soprar forte vento e
as águas diminuíram. Estado à deriva, Noé foi aportar no
Monte Ararat, entre a Turquia oriental e a Armênia. Por que tão
longe, ninguém sabe.
O criador olhando a devastação, sentiu tristeza e disse: “Não
mais tornará a perecer a carne em toda a terra pelas águas do
dilúvio. Porei um arco colorido nas nuvens e ele será o sinal
para lembrar minha aliança com o homem. Quando o céu
estiver encoberto de nuvens, meu arco aparecerá e lembrarei
deste pacto” (Gênesis, 9,16).

Avançando para a história das cores, aponta Cavazani (1999) que


Leonardo Da Vinci pode ser considerado o aglutinador do conhecimento obtido
desde a idade média e do renascimento, em todas as áreas do conhecimento.
Ele sintetiza todo o conhecimento da antiguidade, agregando elementos e
valores de uma vanguarda científica, nascente. Em suas concepções a respeito
das cores, divergia da posição apresentada por Aristóteles que dizia ser a cor
um atributo dos objetos, para afirmar, em suas teorias, que a visão da cor está
relacionada com síntese aditiva das cores, ou seja, “a luz branca é o produto
de outras cores”, o que mesmo se confirma com o fenômeno do prisma e da
escala colorimétrica. As teorias de Leonardo Da Vinci foram registradas no livro
“tratado della pinttura e del paisaggio”, publicado 132 anos após a sua morte,
extraídas de seus manuscritos que datam de 1489 a 1502. Tal tratado já
continha elementos de física ótica, de química e da fisiologia, sendo,
basicamente, direcionado a artistas e pintores.
Tais componentes, mais tarde, foram utilizados por Rummel para os
princípios da cosmética, que estabelecia que o branco corrige os tons da pele,
o vermelho aviva a cor dos zigomas, o azul reforça a linha das sobrancelhas e
da fronte e o carmim dá cor aos lábios (CAVAZANI, 1999).
27

O breve histórico aponta que a utilização das cores, nas diversas


dimensões da vida do homem, aconteceram desde os primórdios da
civilização, muito embora, somente com o advento do conhecimento mais
aprofundado da idade moderna é que se compreende a sua influência em
nossas vidas.

3.3 REALIDADE SENSORIAL DAS CORES

3.3.1 Classificação das cores: cores quentes e frias

A conotação de cores quentes e frias está relacionada com as


experiências emocionais e também pelos efeitos práticos do calor das cores. O
calor das cores é um conceito relacionado à absorção da luz pelas superfícies
pigmentadas.
Classifica-se como quentes os tons vermelhos, laranjas e parte do
amarelo, e como cores frias de tonalidades verdes e azuis.
As cores frias tendem a refletir mais a luz, enquanto as cores quentes
tendem a refletir menos luz, absorvendo-a em maior quantidade. Neste caso a
superfície acabará mais aquecida, posto que a energia da luz transforma-se em
calor quando absorvida.
Tiski-Franckowiak (1990, p. 168) esclarece:
Um carro branco será, no mínimo 10% mais frio do que um
preto. Esses dados, comprovados cientificamente, indicam que
há um entrelaçamento entre os efeitos físicos e psicológicos,
justificando a abordagem sobre a aparente temperatura das
cores.

O círculo das cores é hipoteticamente dividido em duas partes


(metades): cores frias e cores quentes. Uma cor poderá pelos seus elementos
componentes ser relativamente mais ou menos quentes que outras.
Esta divisão irá determinar a função espacial das cores, pois as cores
consideradas quentes conotam proximidade, densidade, materialidade; elas
avançam em nossa direção, diminuindo o espaço, enquanto as cores frias
provocam os efeitos inversos, dando sensação de distância, transparência,
abertura, imaterialidade, recuando e abrindo o espaço.
28

As cores quentes são profundamente excitantes, sensuais, despertam


calor humano e são favoráveis a aglomerações de confraternização ou
cooperação mútua. As cores frias demonstram uma certa distância emocional e
também a impessoalidade.

3.3.2 Classificação das cores: cores primárias

As cores primárias são controvérsias entre os estudiosos físicos e


artistas, posto eu não existe base concreta para a classificação.
São consideradas cores primárias, aquelas que pela pureza e distinção,
acabam se destacando-se das demais e que, ao se combinarem entre si,
possibilitam que todas as outras tonalidades de cores sejam obtidas pela
mistura aditiva, pela mistura gradativa ou pela mistura subtrativa.
As três primarias geradoras que melhor se adaptam aos filtros são: o
azul, o amarelo e o vermelho. As cores primárias fundamentais mantém pureza
indivisível e comportam-se como ponto referencial, sendo que todas são
necessárias para criar o apoio e equilíbrio no plano cromático.

3.3.3 Classificação das cores: cores secundárias e terciárias

As cores secundárias são aquelas obtidas através da mistura aditiva das


cores primárias ou na síntese subtrativa.

Figura 4 – Síntese aditiva das cores: cores secundárias

Fonte: Baseado em Tiski-Franckowiak, 1997, p. 140/141.


29

As cores secundárias estabelecem uma ponte de ligação entre as


primárias, segundo a porcentagem das primárias em sua composição,
estendendo-se para aquela predominante; isto provoca um fenômeno do
alongamento espacial das primárias.
Ao se estender, a cor secundária estabelece uma espécie de ponte de
ligação, harmonizando e diminuindo a velocidade do ritmo entre as primárias.
O prolongamento destas cores intermediárias é o elemento chave para a
harmonia na combinação de cores por analogia e quando se deseja a
suavidade e não o choque das primárias puras.
As cores terciárias representam extensões para áreas mais afastadas e
compõem-se da combinação de uma cor primária e com uma cor secundária.

Figura 5 – Síntese aditiva das cores: cores terciárias

Fonte: História das Artes. Disponível em < https://www.historiadasartes.com/sala-dos-


professores/experiencias-cromaticas-cores-terciarias/>.

Não é possível se formar, com a mistura de cores terciárias, com outra


cor seja primária ou então secundária tonalidades harmoniosas de cores.
30

3.3.4 Contraste das cores

O contraste é definido como oposição entre as coisas. No tocante a


cores, o contraste tem como finalidade fazer sobressair àquela figura ou o
elemento a ser destacado.
Um bom contraste favorece a nitidez dos contornos, diferenciando as
cores do fundo.
As semelhanças não possuem essas características posto que
apresentam variações rítmicas, lentas e amorfas.
Os contrastes são apropriados para criar focos de tensão espacial, e
dessa forma criar uma situação de destaque.
A tensão espacial é conseguida por cores de alta saturação e opostas
entre si. Ante a existência de uma tensão, percebemos um fenômeno súdito de
parada de ritmo.
Tiski-Franckowiak (1997, p. 173) fala que:
(...) o processo perceptivo de diferenciação entre os elementos
de um quadro pictórico depende do grau de semelhanças e
contrastes que servem de parâmetro para a compreensão do
todo.

Os contrastes chamam a atenção em primeiro lugar, ajudam a


memorização dos detalhes e na distinção dos mesmos no espaço, sugerindo
profundidade, distância e tridimensionalidade.
Hoje, a física já demonstra que a luz branca resulta da sobreposição de
todas as cores primárias (verde, azul e vermelho), enquanto a cor preta é a
total ausência de luz. E, como já abordado, a luz branca pode ser decomposta
em todas as cores (o espectro) por meio de um prisma.
O uso isolado e contraposto das cores primárias ou das cores
secundárias dão lugar a um contraste dinâmico com sentidos de confronto
entre forças diferentes.
31

3.4 PSICOLOGIA DAS CORES

Apesar do homem não se aperceber, as pessoas podem ser atraídas ou


repudiadas pelas cores, de forma que a sua utilização em ambientes e em
objetos podem ou não causar diversos tipos de sensação distintas.
O que não se pode jamais excluir é a verdade da influência que as cores
têm sobre as pessoas. Foi constatado por psicólogos do século XX, que todo
ser humano é influenciado, de uma forma ou de outra, pelas cores. Cada
pessoa irá reagir de forma mais ou menos positiva às combinações de cores,
segundo suas características pessoais.
Ninguém ignora, por exemplo, que a cor é uma das características da
moda, estando, portanto, intrinsecamente ligada ao estilo de vida, isto é, à
maneira que cada sociedade tem de ser e de fazer determinadas coisas.
Com referência às áreas publicitárias, especialmente aquelas de
promoção de vendas, vários fatores se conjugam para determinar a cor exata
que será a portadora da expressividade mais conveniente a cada tipo
específico de mensagem para um produto a ser consumido ou serviço a ser
utilizado.
O homem, tendo acrescentado às cores do espectro solar outras gamas
decorrentes de suas experiências no campo da Química, passou a ter
possibilidades mais amplas e diversificadas para exercitar sua criatividade na
configuração de um novo gosto, contribuindo com a sua parte para o
surgimento de um estilo renovado.
A verdade é que reagimos às cores segundo a nossa sensibilidade. As
reações humanas são individuais e subjetivas, mas também são coincidentes e
semelhante com a de outros homens em muitos aspectos.
As pessoas alegres e extrovertidas tendem a preferir o uso de cores
quentes e claras, principalmente o amarelo avermelhado. Por outro lado, as
pessoas mais tímidas e introvertidas, usam geralmente as cores frias, e até
mesmo as escuras, dando preferência a tonalidades azuis e verdes. A
tonalidade mais delicada e suave, assim como fortes e intensas também
possuem relação com as características da personalidade.
32

Segundo Farina (1990, p. 104):


(...) a preferência pela cor geralmente denuncia indivíduos com
mais abertura a estímulos exteriores; é privilégio das pessoas
sensíveis, que se deixam influenciar, e que estão propensas à
desorganização e oscilação emocionais.

Nesse assunto, devemos também levar em conta fatores culturais,


modismos, influências de sexo, da mídia e do meio em que vivem. De maneira
geral, esses fatores influenciam nas escolhas das cores de uma maneira
comum, posto que os costumes sociais são fatores que intervêm nas escolhas
das cores.
Ninguém ignora que a integração do novo, dentro de uma sociedade já
moldada em determinados padrões integralmente assimilados e aceito pelo
gosto da época, é um processo lento precedido por uma vanguarda que, pela
audácia, pela quebra de tradições e pela repetição obrigada, vai sendo
assimilada gradualmente até uma aceitação praticamente total.
Derivados de hábitos sociais estabelecidos durante longo espaço de
tempo, algumas atitudes psicológicas orientam inconscientemente as
inclinações individuais.

Tabela 2 – Quadro de significados conotativos

Sensações
Associação afetiva
visuais

Ordem, simplicidade, limpeza, otimismo, paz, pureza, inocência,


Branco
dignidade, infância, alma, harmonia

Mal, miséria, pessimismo, tristeza, frigidez, desgraça, dor, temor,


Preto
negação, melancolia, opressão, angústia, renúncia, intriga

Tédio, tristeza, velhice, decadência, seriedade, sabedoria, passado,


Cinza
carência vital

Força, dinamismo, força, energia, revolta, movimento, coragem, furor,


Vermelho esplendor, intensidade, excitação, ira, interdição, emoção, ação,
agressividade, alegria, extroversão.

Força, luminosidade, dureza, euforia, energia, alegria, advertência,


Laranja
tentação, prazer, senso de humor.
33

Iluminação, conforto, alerta, gozo, ciúme, orgulho, esperança,


Amarelo idealismo, egoísmo, inveja, ódio, adolescência, espontaneidade,
euforia, originalidade, expectativa
Adolescência, bem-estar, equilíbrio, esperança, serenidade, juventude,
Verde suavidade, crença, firmeza, coragem, desejo, descanso, liberalidade,
tolerância.

Persistência, arrogância, obstinação, amor próprio, elasticidade da


Verde-azulado
vontade.

Espaço, viagem, verdade, sentido, intelectualidade, afeto, paz,


Azul advertência, amor, fidelidade, sentimento profundo, serenidade, infinito,
meditação

Fantasia, mistério, profundidade, eletricidade, espiritualidade, calma,


Roxo
dignidade, justiça, egoísmo

Marrom Pesar, melancolia, resistência, vigor

Púrpura Engano, calma, dignidade, autocontrole, estima, valor

Engano, miséria, calma, dignidade, autocontrole, violência, furto,


Violeta
agressão

Fonte: Baseado em FARINA, 1990, p. 103.

Tais significados extrapolam de forma a ficar enraizado na cultura do


povo. Hoje é possível perceber, em nossa cultura, o emprego da linguagem
corrente, significados conotativos, derivados de sensações visuais, para definir
estados emocionais ou situações vividas pelos indivíduos.
VIEIRA (2004) afirma:
Após ser captada pela visão, a cor é processada pelo cérebro,
formada, quantificada e avaliada, tornando-se um elemento de
significado. Nessa etapa o cérebro identifica qual cor é vista e a
relaciona com experiências anteriores para atribuir valores a
cor. Desse modo, pode-se considerar que os seres humanos
têm uma resposta emocional à cor, fundamentada no contexto
cultural em que se insere.

Na realidade, especificidade daquilo que será anunciado tem íntima


conexão com cor empregada, quer seja para transmitir a sensação de
realidade, quer para causar impacto.
34

3.5 APLICAÇÃO MÉDICA DA CROMOTERAPIA

No século XX, com as teorias de Einstein, surgiu um novo horizonte: a


matéria vista como manifestação de energia e os homens, também formados
de matéria, passaram a serem considerados seres energéticos, constituídos de
vários sistemas energéticos que interagem entre si e com o meio, formando um
todo, que deve sempre estar harmonioso (TROVO; SILVA; LEÃO, 2003).
Azeemi e Raza (2005) falam que A história da medicina colorida é tão
antiga quanto à de qualquer outro remédio, e ainda acrescentam que a
fototerapia foi praticada em Egito antigo, Grécia, China e Índia
Luz é energia e o fenômeno da cor é um produto da interação entre
energia e matéria. Hoje sabemos que a luz desempenha um papel fundamental
nos processos moleculares invisíveis, excitando as moléculas e modificando
seus níveis de energia, tornando possível um grande número de reações
bioquímicas (TERAPIAS INTEGRADAS apud LOZANO et al., 2012).
Azeemi e Raza (2005) esclarecem que todo corpo humano, de acordo
com a doutrina de cromoterapia, é basicamente composto de cores. O corpo
passa a existir a partir de cores, o corpo é estimulado por cores e cores são
responsáveis pelo correto funcionamentos de sistemas que funcionam no
corpo. Todos os órgãos e membros de o corpo tem sua própria cor distinta,
assim todos os órgãos, as células e os átomos existem como energia, e cada
forma têm sua frequência ou energia vibracional. Logo, quando várias partes
do corpo se desviam daquelas esperadas vibrações normais, pode-se supor
que o corpo esteja facilitado ou pelo menos não funcionando corretamente.
Segundo citam Trovo, Silva e Leão (2003) alguns autores agrupam as
Terapias Alternativas/complementares em:
 Terapias físicas - acupuntura, moxabustão, shiatsu (e outras
massagens), do-in, argiloterapia, cristais;
 Hidroterapia - hidroterapia (não especificada), banhos, vaporização e
sauna;
 Fitoterapia - fitoterapia (não especificada), ervas medicinais, florais;
 Nutrição - nutrição alternativa (não especificada), terapêutica
nutricional ortomolecular;
35

 Ondas, radiações e vibrações - radiestesia, radiônica;


 Terapias mentais e espirituais - meditação, relaxamento
psicomuscular, cromoterapia, toque terapêutico, visualização, Reiki;
 Terapia de exercícios individuais - biodança, vitalização.

Toda matéria orgânica ou inorgânica possui uma valência energética e


uma cor; a cromoterapia pode ser enquadrada em um foco natural e holístico
que persegue a saúde e equilíbrio, o uso de cores com função preventiva e
terapêutica. As correlações estabelecidas nos campos enérgico e
psicossomático entre cores, emoções e bioenergética fazem o resultado mais
eficaz e completo (LOZANO et al., 2012).
Com o surgimento científico do século XX, o pesquisador Ghadiali
(1927), em seus estudos, descobriu os princípios científicos que explicam por
que e como raios de cores diferentes têm vários efeitos terapêuticos no corpo.
Sua Enciclopédia Spectro-Chrome é considerada seja o primeiro livro publicado
a explicar a doutrina completa de cromoterapia (AZEEMI; RAZA, 2005).
Essa visão holística está intimamente ligada com a compreensão da
ação das terapias alternativas/complementares, também consideradas como
medicina tradicional pela Organização Mundial de Saúde (TROVO, SILVA E
LEÃO, 2003).
Assim como as terapias citadas, a cromoterapia tem sido utilizada, na
atualidade como terapia complementar à medicina convencional, e Lozano et
al. (2012) comenta seu estudo realizado em casos de úlceras de etiologia
venosa, que tal tratamento tem sido utilizado como uma nova opção
terapêutica quando a terapia compressiva não foi bem tolerada, e ainda
indicam novos estudos visando adotar uma nova perspectiva terapêutica no
mundo das úlceras.
Cores geram eletricidade impulsos e correntes magnéticas ou campos
de energia que são ativadores principais dos processos bioquímicos e
hormonais no corpo humano, os estimulantes ou sedativos necessários para
equilibrar todo o sistema e seus órgãos (AZEEMI; RAZA, 2005).
36

Há, realmente, crescente interesse em todo o mundo pela utilização de


tais técnicas. E três grandes centros de saúde da cidade de São Paulo já
utilizam técnicas como a musicoterapia, o relaxamento/yoga e acupuntura
(TROVO; SILVA; LEÃO, 2003).
Na questão das doenças autoimunes, atualmente, o tratamento para tais
condições autoimunes geralmente envolve o gerenciamento dos sintomas e
controle do processo autoimune, ao mesmo tempo em que se procura manter
uma boa função imunológica (BSI, 2016).
O tratamento da maioria das doenças autoimunes consiste na inibição
do sistema imunológico através de drogas imunossupressoras, como
corticoides. (PINHEIRO, 2019).
Terapias de linha de frente incluem corticosteroides e outros
medicamentos imunossupressores, embora estes não funcionem em todos os
pacientes, também estão associados a efeitos colaterais significativos devido à
imunossupressão (BSI, 2016).
Esse mesmo efeito é citado por Pinheiro (2019) quando afirma ser um
sério problema do tratamento das doenças autoimunes com drogas
imunossupressoras, o fato de não se conseguir realizar uma imunossupressão
seletiva aos anticorpos indesejáveis, logo todo o sistema imunológico fica
comprometido.
As cores visuais com seu comprimento de onda exclusivo oscilações,
quando combinadas com uma fonte de luz e aplicado efetivamente a órgãos ou
sistemas vitais prejudicados, energia de cura necessária exigida pelo corpo
(AZEEMI; RAZA, 2005).
A cromoterapia pode ser uma terapia coadjuvante nas curas em geral,
proporcionado benefícios, mas devem-se levar em consideração alguns
aspectos quanto às cores e suas funções (LOZANO et al., 2012).
E tal terapia poderia ser efetiva no tratamento das doenças autoimunes,
tendo em vista os resultados apuráveis com as cores. Vale apontar que não
existem estudos efetivos a respeito da utilização da cromoterapia em doenças
autoimunes, de forma que uma avaliação efetiva se torna comprometida,
entretanto, analisando os resultados de outros estudos é possível afirmar sua
possível aplicabilidade.
37

Lozano et al. (2012), em seu estudo, consegue identificar alguns usos


para as cores:

Tabela 3. Cores, suas funções terapêuticas e seu uso em feridas

O termo vermelho deriva etimologicamente da palavra sânscrita


rubira, que expressa os conceitos de "sangue" e "vida". O
vermelho é associado desde a antiguidade, em todas as culturas,
Vamos usar o
ao sangue onde a vida é encontrada. O vermelho representa uma
vermelho para
condição fisiológica de estimulação e excitação: acelera o pulso,
estimular o leito da
aumenta a pressão sanguínea e frequência respiratória, estimula
Vermelho úlcera e favorece a
a atividade nervosa e glandular, ativa o fígado, nervos sensoriais
suprimento de
e todos sentidos Devido ao seu poder descongestionante, o
sangue para esta
vermelho é útil em formas dolorosas crônicas, é indicado em
área.
casos desacelerar a circulação sanguínea e estimular a
cicatrização do tecido (para o qual pode ser usado no caso de
feridas e lesões cutâneas com cicatrização lenta e difícil).

É o resultado da combinação de raios vermelhos e amarelos. Tem


Se a borda da úlcera
ação calórica, rejubilante e relaxante, enérgico, mas não excitante
for colorida violeta,
como vermelho, nem elétrico como amarelo. Obtenha uma ação
aplicaremos o
libertadora nas funções físicas e mentais e o grande efeito da
amarelo-laranja,
integração e distribuição de energia. Regular a atividade
Laranja então inibimos a
respiratória, assimilação e processos circulatórios, estimulando a
violeta para abrir
frequência cardíaca, sem influenciar a pressão arterial Devido ao
caminho para o sinal
seu efeito de distensão e integração, que unifica e expande ao
vermelho de
mesmo tempo, pode ser eficaz em distúrbios dermoestéticos,
estimulação
como estrias e rugas.

Para finalizar uma


É a cor mais vívida, mais semelhante à luz solar. Ele contém em sessão de
si a natureza do claro e tem uma qualidade, docemente cromoterapia em
estimulante, serenidade e alegria, calor e intimidade. Um amarelo uma ferida, faremos
Amarelo forte causa uma impressão de esplendor e nobreza como ouro. alguns segundos
No nível fisiológico, o amarelo aumenta a pressão sanguínea, o passar com a cor
ritmo cardíaco e respiratório semelhante ao vermelho, mas sua amarela. Isso
ação é menos estável. favorece o efeito
purificador da pele.

Antisséptico, anti-inflamatório e analgésico, primeiro vamos usá-lo A cor azul favorece a


para aliviar a dor e reduzir a inflamação, subsequentemente oxigenação de
seguida de luz vermelha, para reativar os tecidos. A cor azul tem tecido e inibe o
uma ação de reequilíbrio do sistema cardiocirculatório, é usado crescimento de
Azul
para baixar a pressão sanguínea e tratar taquicardia e algumas bactérias.
palpitações. Tem um efeito positivo em hemorroidas e varizes. Tem um efeito
Graças ao efeito relaxante e antiespasmódico, é aplicado em positivo nas varizes.
caso de espasmos musculares e viscerais. Se houver.

Vamos usar verde


No espectro da luz, o verde está localizado no centro, entre as
quando queremos
cores frias (do violeta ao azul) e as cores quentes (de amarelo
remover tecidos
para vermelho). Portanto, ele desempenha uma função de
coloridos oposto
Verde equilíbrio. Tem um efeito calmante no sistema nervoso, promove
dele. Se quisermos
o bem-estar geral do organismo, aumenta a vitalidade e reajusta o
parar a granulação
equilíbrio de suas funções, atualiza, acalma e relaxa, tanto física
que causa vermelha,
como mentalmente.
por exemplo.

Fonte: Lozano et al. (2012),


38

Lozano et al. (2012), comenta que em seus estudos utilizou-se do


método da radiação luminosa para aplicar o Cromoterapia. Nessa metodologia
(radiação luminosa), a cor é transmitida fazer ao organismo por meios
epidérmicos por lâmpadas especiais de forma que o efeito a ser produzido
deva se dar pela ação da cor e não por emissão de calor (irradiação
infravermelha) da lâmpada. E, ainda, que, nos tratamentos realizados durante
os estudos foram utilizadas cores frias – a verde, o azul, a violeta e o índigo,
sendo que os tempos de duração da irradiação de cada uma dessas cores são
variáveis, dependendo do tipo de cor, a intensidade da luz, distância, da
profundidade da lesão e da área a ser tratada.
39

4. SISTEMA IMUNOLÓGICO E DOENÇAS AUTOIMUNES

4.1 O SISTEMA IMUNOLÓGICO

O sistema imunológico é composto por células especializadas e,


segundo Wahren-Herlenius e Dörner (2013) seu objetivo é proteger o
organismo dos agentes externos nocivos, patógenos, presentes no meio e
auxiliá-lo na recuperação após alguma injúria sofrida.
O sistema imunológico, imunitário ou imune, por meio de células como
os linfócitos, atua no combate a proteínas estranhas (antígenos) que surgem
no organismo (SANTOS, s/d).
CSL Behring [s/d] esclarece que o sistema imunológico protege nosso
corpo contra microorganismos perigosos, como vírus e bactérias, bem
como, contra células cancerígenas.
Segundo esclarece Santos (s/d), cada ser vivo apresenta em seu corpo
proteínas próprias características e, quando proteínas estranhas ao organismo
surgem, como proteínas de micro-organismos como as bactérias, o sistema
imunológico responde produzindo proteínas específicas (conhecidas como
anticorpos ou imunoglobulinas), que atuarão na destruição e eliminação da
proteína estranha.
As células especializadas do sistema imunológico têm como função
principal produzir anticorpos contra antígenos, auxiliando a resposta inata na
eliminação deste, logo, compõe a resposta imune adaptativa do corpo humano
contra agressões biológicas (CHAPLIN, 2010).
Quando esses organismos infectam um corpo saudável, o sistema
imunológico responde produzindo anticorpos e células sanguíneas especiais
(chamadas de linfócitos) que tentam erradicar a infecção (CSL BEHRING,
S/D). Os anticorpos são proteínas com regiões hipervariáveis que se ligam ao
antígeno e a células fagocíticas e que otimizam sua ação (CHAPLIN, 2010).
Para tanto, tal sistema deve ser capaz de reconhecer o que é próprio
(self) do que é corpo estranho, desenvolvendo resposta a este antígeno a fim
de eliminá-lo do organismo.
40

No mesmo sentido, Santos (s/d) explica que o sistema imune deve ser
capaz de identificar e diferenciar os antígenos que são produzidos no próprio
organismo (autoantígenos) dos que são provenientes de outros seres vivos e
atuar apenas sobre esses externos, ocorre que em alguns casos, no entanto, o
organismo perde a capacidade de tolerar os autoantígenos e passa a atacá-los
com autoanticorpos ou linfócitos autorreativos. A não atuação sobre os
autoantígenos é denominada autoimunidade e essa perda de tolerância em
relação aos autoantígenos caracteriza as doenças autoimunes.
As imunodeficiências ocorrem quando seu sistema imunológico não
consegue responder adequadamente à infecção. As pessoas também podem
apresentar uma condição oposta, ou seja, um sistema imunológico hiperativo
que ataca as células saudáveis como se fossem corpos estranhos, isto
caracteriza as chamadas doenças autoimunes (CSL BEHRING, S/D).
Os dois quadros podem criar situações que se traduzem em riscos à
vida, e existem mais de 300 tipos de imunodeficiências primárias, sendo destas
80 caracterizadas como doenças autoimunes.
Existem duas espécies de imunodeficiências: as primárias e as
secundárias.
 Nas imunodeficiências primárias estão um grande grupo de
doenças ou distúrbios hereditários ou genéticos que impedem ou
dificultam o funcionamento normal das células do sistema
imunológico, esse funcionamento alterado faz com que o paciente
não seja capaz de combater as infecções. Ainda estão
compreendidas nas imunodeficiências primárias aquelas doenças
ou distúrbios em que o sistema imunológico ataca células
saudáveis.
 As secundárias ocorrem nas situações em que o sistema
imunológico é comprometido por algum fator externo e não por
um fator genético. Os fatores externos podem incluir
envelhecimento, alguns tipos de câncer, procedimentos como
transplante, além de alguns medicamentos.
41

A resposta imune é responsável pela identificação inicial do antígeno e


pelo combate imediato a ele, através do uso células fagocíticas circulantes na
corrente sanguínea, ou citocinas inflamatórias, que capazes de recrutar células
especializadas e, ainda, sistema complemento, capaz de agir na lise celular
(PARKIN e COHEN, 2010). Tal resposta pode ser inata ou adquirida.

4.2 FUNÇÃO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO

Nosso organismo possui um complexo sistema de defesa contra


invasões de agentes externos, sejam estes bactérias, vírus, fungos, parasitas,
proteínas ou qualquer outro ser ou substância que não seja natural do corpo.
Este sistema de defesa é chamado de sistema imunológico (PINHEIRO, 2019).
É função do sistema imunológico a proteção do organismo de
patógenos, ou seja. de substâncias estranhas ou perigosas. Tais substâncias
podem ser bactérias, vírus, parasitas (como vermes), algumas espécies de
células alteradas (cancerígenas ou não) e até órgãos e tecidos transplantados
uma vez identificados. Moléculas que estas substâncias possuem permite que
o sistema imunológico seja capaz de identificar um possível agente agressor,
estimulando uma resposta do sistema imunológico (DELVES, 2018).
O processo evolutivo criou um mecanismo de defesa que é capaz de
reconhecer praticamente qualquer tipo de invasão ou agressão ao nosso corpo.
(PINHEIRO, 2019).
Assim como agentes agressores externos, as células que compõe os
tecidos da própria pessoa também possuem moléculas (antígenos) que podem
e normalmente são geralmente reconhecidos pelo sistema imunológico, mas
não são atacados por este. Via de regra, o sistema imunológico reage apenas
aos antígenos de substâncias estranhas ou perigosas (DELVES, 2018).
Toda vez que o sistema imunológico se depara com alguma substância
estranha, que ele interprete como potencialmente danosa, ele passa a produzir
células de defesa e anticorpos para combatê-la (PINHEIRO, 2019). Esta
resposta é denominada reação autoimune.
42

Além dos elementos agressores externos, algumas vezes o sistema


imunológico funciona de forma equivocada e inadequada, identificando os
tecidos os próprios organismo como elementos estranhos, e por via de
consequência, age contra eles produzindo anticorpos (denominados
autoanticorpos) ou células imunológicas que vigiam e atacam determinadas
células ou tecidos do organismo (DELVES, 2018).

4.3 RESPOSTA AUTOIMUNE

4.3.1 Conceitos

Uma doença autoimune pode ser entendida com sendo todo e qualquer
distúrbio ou doença que cause um mau funcionamento do sistema imunológico,
levando o corpo a atacar os seus próprios tecidos.
Pinheiro (2019) afirma que as doenças autoimunes são um grupo de
doenças distintas que têm como origem o fato do sistema imunológico passar a
produzir anticorpos contra componentes do nosso próprio organismo. Por
motivos variados e nem sempre esclarecidos, o nosso corpo começa a
confundir suas próprias proteínas com agentes invasores, passando a atacá-
las.
Em indivíduos saudáveis, o sistema imunológico nos protege
constantemente de microorganismos nativos e estrangeiros - como vírus,
bactérias e parasitas - que podem nos deixar doentes. No entanto, em alguns
indivíduos que essa proteção pode ser indevidamente mal direcionada contra
nossos próprios tecidos e células, dando origem à autoimunidade. As doenças
que resultam desse fenômeno são conhecidas como doenças autoimunes (BSI,
2016).
Durante a nossa formação enquanto feto, nosso organismo começa a
criar o sistema imunológico. O primeiro trabalho é reconhecer tudo o que é
próprio, para mais tarde poder reconhecer o que é estranho. O útero materno é
um ambiente estéril, ou seja, livre de agentes infecciosos (PINHEIRO, 2019).
43

Em circunstâncias normais, sistemas especializados regulam a sistema


imunológico para garantir que o tecido do hospedeiro não seja atacado. Uma
falha da regulação imune na autoimunidade significa que os anticorpos
(autoanticorpos) e células imunológicas autorreativas atacam o corpo próprios
tecidos levando a doenças autoimunes (BSI, 2016)
As doenças autoimunes podem ser classificadas segundo sua extensão
em órgão-específicas ou sistêmicas, ou seja, os distúrbios autoimunes podem
ser:
 Aqueles localizados em órgãos ou tecidos específicos (como p.
ex. tireoidite);
 Aqueles que são sistêmicos e danificam muitos órgãos ou tecidos
(como p. ex. lúpus eritematoso sistêmico) (BSI, 2016).

4.3.2 Causas desencadeantes da resposta autoimune

Uma doença autoimune é uma doença causada pelo nosso sistema


imunológico, que passa a funcionar de forma inapropriada (PINHEIRO, 2019).
Muito embora existam vários estudos a respeito da doença autoimune, o
funcionamento de tais distúrbios ainda são pouco compreendidos, exigindo
muitas pesquisas a respeito.
Estudos sugerem que, embora sejamos capazes reconhecer os
mecanismos subjacentes a muitas condições, a natureza exata do motivo pelo
qual a autoimunidade surge é desconhecida (BSI, 2016).
Silva (s/d) afirma que as doenças autoimunes podem ser
desencadeadas por diversos fatores, como predisposição genética, alterações
no sistema imunológico, fatores ambientais e hormonais.
As reações autoimunes, conforme observa Delves (2018) podem ser
desencadeadas de várias formas:
a) Substância do organismo atacada indevidamente – Existem
substâncias que que normalmente se encontram limitadas a uma
área específica (ex. líquido do globo ocular) que por alguma
causa passar para circular no fluxo sanguíneo estimulando o
sistema imunológico a identifica-lo como estranho e a atacá-lo.
44

b) Alteração de substância do organismo – não é anormal que uma


substância do organismo possa sofrer a alteração provocada ou
por um vírus, um fármaco, a luz solar ou a radiação. Neste caso,
a substância que é alterada passa a ser considerada estranha
pelo sistema imunológico e sofrem ataque.
c) Substância estranha semelhante a uma substância natural do
organismo – Neste caso a introdução de alguma substância
similar à existente no corpo físico, ainda que não prejudicial pode
ser identificada, reconhecida e atacada pelo sistema imunológico
acidentalmente que persegue a substância estranha.
d) Funcionamento anômalo do sistema imunológico. Neste caso,
células que identificam, reconhecem e controlam a produção de
anticorpos podem funcionar de forma incorreta, produzindo
anticorpos anômalos que eventualmente podem atacar algumas
das células do corpo.

Apesar de serem diversos, geralmente tais causas não são únicas,


ocorrendo concomitantemente dois ou mais delas, favorecendo completamente
o quadro de desenvolvimento de autoimunidade.
Compreendendo melhor as vias imunológicas que podem levar a
imunidade prejudicada e o subsequente desenvolvimento de doenças
autoimunes condições, podemos esperar abrir novas abordagens terapêuticas
(BSI, 2016).
Não se encontra a disposição informação ainda precisa sobre o que
desencadeia reações ou doenças autoimunes em uma pessoa e não em outra.
Há suspeitas a respeito de causas hereditárias, assim como a respeito de
suscetibilidade causada por genes que facilitariam o desenvolvimento de uma
doença autoimune. Na verdade, seria essa suscetibilidade ligeiramente
aumentada para desenvolver uma doença autoimune que é herdada, e não
necessariamente a própria doença. Assim, em pessoas propensas a
desenvolver uma doença autoimune, qualquer fator desencadeante, como uma
infecção viral ou uma lesão tecidual, pode dar origem a doenças (DELVES,
2018).
45

4.3.3 Sintomas

Pinheiro (2019) fala que apesar dos pacientes com doenças autoimunes
poderem apresentar alguns sinais e sintomas inespecíficos, como cansaço,
febre baixa, desânimo, emagrecimento e mal estar geral, a verdade é que o
quadro clínico de cada doença autoimune é muito diferente.
Algumas doenças autoimunes afetam determinados tipos de tecidos em
todo o corpo, como os vasos sanguíneos, a cartilagem ou a pele, logo trazem
consigo sintomas bem específicos.
Algumas doenças causam inflamação, e em decorrência lesões nos
tecidos, que podem causar dor, deformações, fraqueza, icterícia, prurido,
dificuldade respiratória, acúmulo de líquido (edema), delírio e até a morte.
Não existe, portanto, um sintoma que seja específico das doenças
autoimunes. Cada doença tem seu próprio quadro clínico (PINHEIRO, 2019).

4.3.4 Tipos de doenças autoimunes

Existem muitos distúrbios classificados pela medicina como doenças


autoimunes, e das mais variadas etiologias.
Os distúrbios autoimunes são um amplo espectro de doenças que
podem afetar qualquer parte do corpo. Mais de 80 foram identificados, com um
número considerável com sintomas semelhantes (BSI, 2016).
Alguns desses distúrbios atacam apenas uma área, órgão ou sistema do
corpo, enquanto outros afetam até mesmo todo o corpo. Segundo o BSI (2016)
são os mais comuns:
 Diabetes tipo 1 - a doença é uma consequência da destruição
autoimune de células do pâncreas que produzem insulina,
hormônio essencial no controle do açúcar no sangue.
46

 Esclerose múltipla - a defesa imunológica ataca a camada que


reveste os neurônios, causando problemas de comunicação entre
o cérebro e o resto do corpo. A dormência de um ou mais
membros, fala arrastada e os comprometimentos da visão estão
entre os possíveis sintomas.
 Lúpus - esse distúrbio ocorre quando o organismo se vira contra
seus próprios tecidos e órgãos. Pode afetar diferentes partes do
corpo, incluindo articulações, pele, rins e cérebro.
 Síndrome de Sjögren - nessa doença, o alvo equivocado do
sistema imune são as glândulas que produzem lágrimas e saliva,
tendo como principais sintomas boca e olhos secos.
 Artrite reumatoide - é consequência de uma reação do
organismo contra si mesmo – particularmente, contra os tecidos
que revestem as articulações. Pode causar dor, inchaço e
deformidade nas articulações.
 Doença de Crohn - ocorre pela inflamação crônica do
revestimento do trato gastrointestinal. Pode causar diarreia, dor
abdominal e fadiga.
 Psoríase - se desenvolve quando os linfócitos T (células
responsáveis pela defesa do organismo) atacam a pele, levando
ao aparecimento de manchas grossas e escamosas.
 Doença de Graves - resposta anormal do sistema imunológico
que faz com que a glândula tireoide produza hormônios em
excesso (hipertireoidismo). Sintomas incluem insônia, tremores e
ansiedade.

A classificação das doenças autoimunes, segundo Silva (s/d) pode se


dar sobre diversos fatores:
a) De acordo com o local de ocorrência:
 Sistêmica: nesse caso, o sistema imune atua sobre antígenos e
células de diversos tecidos. Um exemplo é a artrite reumatoide.
 Órgão-específico: o sistema imune somente agirá sobre
antígenos e células específicas. Exemplo: anemia hemolítica.
47

b) De acordo com o tipo de resposta imune:


 Humoral: os autoanticorpos atuam desencadeando a doença
autoimune. Um exemplo é a doença de Graves.
 Celular: os linfócitos T autorreativos desencadeiam a doença
autoimune. Um exemplo é o diabetes mellitus do tipo I.

4.3.5 Tratamento terapêutico

As abordagens terapêuticas existentes são limitadas em seus benefícios


e apenas procura minimizar os sintomas e restaurar a função perdida dos
danos nos órgãos e tecidos; não há curas estabelecidas (BSI, 2016).
Quando a doença autoimune atinge apenas um órgão, ela costuma ser
tratada pelo médico especialista da área atingida, senão, quando a doença
autoimune atinge vários tecidos, o paciente costuma ser realizado por
reumatologista ou por clínico geral especializado em autoimunidade.
O tratamento da maioria das doenças autoimunes consiste na inibição
do sistema imunológico através de drogas imunossupressoras, como
corticoides. O problema do tratamento das doenças autoimunes com drogas
imunossupressoras é o fato de não conseguimos realizar uma
imunossupressão seletiva aos anticorpos indesejáveis. (PINHEIRO, 2019).
48

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa realizada permitiu observar a existência de poucos estudos


acadêmicos, ainda, tendo como pano de fundos tratamentos terapêuticos
utilizando-se recursos da cromoterapia, sejam doenças autoimunes, sejam em
outras espécies de doenças ou distúrbios que o corpo humano apresente.
A pesquisa, não permitiu responder a questão-problema formulada – De
que forma a cromoterapia poderá auxiliar os indivíduos nos processos
imunológicos existentes, quando decorrente de doenças autoimunes? – por
conta da ausência de estudos específicos a respeito.
Os artigos coletados permitiram, contudo, concluir pela efetividade do
tratamento terapêutico baseado nas cores, muito embora faltem muitos
elementos para avaliação quantitativa e qualitativa de sua eficiência.
Dentro desse quadro, foi possível atingir os seguintes objetivos:
Em primeiro lugar, foi possível avaliar que há influência da Cromoterapia
no equilíbrio da saúde física, de forma que serve como forma terapêutica a ser
empregada em doenças autoimunes, ainda que não tenham sido encontrados
estudos acadêmicos voltados para essa prática.
Outro objetivo atingido foi apontar quais seriam os principais benefícios
que a Cromoterapia teria a oferecer para minimizar os efeitos decorrentes de
doenças autoimunes, em virtude de suas propriedades terapêuticas.
Ainda que houvesse diligência na busca de estudos acadêmicos que
tratassem do tema do presente trabalho – uso da Cromoterapia aplicada nos
processos de doenças autoimunes – não foi possível avaliar a aplicabilidade e
efetividade da Cromoterapia nos processos de doenças autoimunes, em virtude
de duas limitações: (a) a falta de conhecimentos mais amplos sobre a resposta
autoimune; (b) a ausência de estudos de campo específicos sobre o assunto
em estudo. Dessa forma, para uma compreensão mais profunda e clara sobre
os assuntos em análise, conclui-se ser necessário maior quantidade e mais
profundos estudos.
49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALAMANOS, Y.; VOULGARI, P.V.; DROSOS, A.A. Incidence and prevalence of


rheumatoid arthritis, based on the 1987 American College of Rheumatology
criteria: a systematic review. Semin. Arthritis. Rheum., v. 36, n.3, 2006, p.
182-188.

AMBER, Reuben. Cromoterapia - A Cura através das Cores. São Paulo:


Cultrix, 1995.

ANDERSON, Mary. Cromoterapia – A Cura pelas Cores. Saúde e Felicidade


pelo arco-íris. São Paulo: Hemus Editora Ltda, 1983.

AZEEMI, S. T. Y.; RAZA, S. M. Analysis of chromotherapy and its scientific


evolution. eCAM, v. 2, n. 4, 2005, p. 481-488.

BALLAN, Simone. Cromoterapia: Tratamento através das cores (2010).


Disponível em: http://sensibilitta.blogspot.com/2013/03/cromoterapia-
tratamento-atraves-das.html. Acesso em: 03.dez.2018

BSI. Autoimmunity. British Society for Immunology [On-line], mar. 2016.


Disponível em <https://www.immunology.org/sites/default/files/autoimmunity-
briefing.pdf>. Acesso em 25 out.2019.

CAVAZANI, Raquel Soares. Psicodinâmica das cores na comunicação.


[Monografia apresentada à Universidade Guarulhos], 1999.

CSL BEHRING. Entendendo as imunodeficiências e as doenças


autoimunes. CSL Behring [On-line], [s/d]. Disponível em
<https://www.cslbehring.com.br/ pacientes/saiba-mais-sobre-sua-
doenca/imunodeficiencia-e-doencas-autoimunes>. Acesso em 25 out.2019.

CHAPLIN, D.D. Overview of the immune response. J. Allergy Clin.


Immunol.,v. 125, n. 2, Suppl 2, 2010, p. S3-S23.

CLARET, Martin. O Poder da Cromoterapia. São Paulo: Editora Martin Claret,


1998.

CUNHA, Claudia. O que devemos saber sobre Cromoterapia. São Paulo:


Zohar, 1992.

DANCHENKO, N.; SATIA, J.A.; ANTHONY, M.S. Epidemiology of systemic


lupus erythematosus: a comparison of worldwide disease burden. Lupus, v. 15,
p. 308-318.
50

DELVES, P. J. Doenças autoimunes. Manual MSD [on-line] Versão Saúde para


a Família, 2018. Disponível em <https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/
doen%C3%A7as-imunol%C3%B3gicas/rea%C3%A7%C3%B5es-al%C3%
A9rgicas-e-outras-doen%C3%A7as-relacionadas-%C3%A0-hipersensibilidade
/doen%C3%A7as-autoimunes>. Acesso em 25 out.2019.

FARINA, Modesto. Psicodinâmica das cores em comunicação. 4ª Ed. São


Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda., 1990.

GASPAR, Eneida Duarte. Cromoterapia: cores para a vida e para a saúde. 2ª


ed. Rio de Janeiro: Pallas, 2002.

GERBER, Richard. Medicina Vibracional: Uma medicina para o futuro. São


Paulo: Cultrix, 2000.

LOZANO, S. A. et al. Uso de terapias alternativas en la cicatrización de úlceras


de etiología venosa. La cromoterapia. Gerokomos, v. 23, n. 4, 2012, p. 185-
188.

MANDEL, Peter. Compendio prático de colorpuncture. Ditton Energetik,


Bruschal, Alemanha, 1986.

MARRACK, P.; KAPPLER, J.; KOTZIN, B.L. Autoimmune disease: why and
where it occurs. Nat Med., v. 7, n. 8, 2001, p. 899-905.

NUNES, René. Compêndio científico da cromoterapia. 4ª Ed. Brasília: LGE,


2002.

PAGNAMENTA, Neeresh F. Uso da Cromoterapia em Crianças, 1998.


Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/o-embasamento/cientifico-
da-cromoterpia/15971>. Acesso em: 05 out. 2019.

PARKIN, J.; COHEN, B. An overview of the immune system. Lancet, v. 357, n.


9270, 2001, p. 1777-1789.

SANTOS, H. S. Doenças atoimunes. Biologia Net [On-line], s/d. Disponível


em: <https://www.biologianet.com/doencas/doencas-autoimunes.htm>. Acesso
em: 05 nov. 2019

SAVI, Maria Madalena Alves. Cor e Vida. O Arco-Íris é Aqui. Curitiba: Artes e
Textos, 2004.

SUN, Howard; SUN, Dorothy. As cores em sua vida: a cura através das cores.
[Trad. Carlos Henrique de Araújo Cosendey). São Paulo: Madras, 1999.
51

RAMOS-CASALS, M. et al. Systematic review of the off-label use of biological


therapies in systemic autoimmune diseases. Medicine, v. 87, p. 345-364, 2008.

TISKI-FRANCKOWIAK, Irene T. Homem, Comunicação e Cor. 3ª Ed., São


Paulo: Ícone, 1997.

TROVO. M. M.; SILVA, M. J. P. da; LEÃO, E. R. Terapias


alternativas/complementares no ensino público e privado: análise do
conhecimento dos acadêmicos de enfermagem. Rev Latino-am Enfermagem,
v. 4, n.11, julho-agosto 2003, p. 483-489.

VIEIRA, Eduardo. Teoria das cores: Arte ou Ciência?, [on-line] 09/10/2004.


Disponível em <http://www.sobresites.com/design/artigos/teoriadascores.htm>,
acesso aos 18/10/2019.

WAHREN-HERLENIUS, M.; DÖRNER, T. Immunopathogenic mechanisms of


systemic autoimmune disease. Lancet, v. 382, n. 9894, 2013, p. 819-831.

WILLS, Pauline. Manual de Cura pela Cor. São Paulo: Pensamento, 2009.

Você também pode gostar