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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Curso de Extensão em nível de Pós-Graduação Lato-Sensu


Sistemas Eletroeletrônicos e Automação Industrial

Profa. Úrsula do Carmo Resende

MÁQUINAS ELÉTRICAS EQUIPMENTOS

MÁQUINAS SÍNCRONAS

31/03/2023
1 - Introdução

As máquinas síncronas constituem uma das famílias


mais importantes de máquinas elétricas.
1. Os geradores síncronos produzem a maior parte da
energia elétrica consumida no mundo.
2. Os motores síncronos, por sua vez, são muito
utilizados, tanto pela característica de possuírem
uma velocidade garantida em função da frequência,
como seu fator de potência ser regulável.
“ Uma máquina síncrona é uma máquina de corrente
alterna na qual a frequência da tensão induzida e a
velocidade possuem uma relação constante ”.

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2 - Particularidades Construtivas
O induzido (Armadura) da máquina síncrona, normalmente no
estator, é idêntico ao da máquina assíncrona, e portanto constituído
por um enrolamento distribuído, normalmente trifásico e com um ou
mais pares de pólos.

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2 - Particularidades Construtivas

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2 - Particularidades Construtivas
Armadura (Estator):

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2 - Particularidades Construtivas
O indutor, normalmente no rotor, é constituído por um
enrolamento monofásico alimentado por corrente contínua,
também designado enrolamento de campo ou de excitação.
Imãs permanentes são utilizados, em substituição desse
enrolamento, nas unidades de menor potência.
Apresentam-se sob duas formas:
• Máquinas de rotor cilíndrico, ditas turbo-alternadores ou
turbo-motores. Neste caso o enrolamento rotórico é
distribuído.
• Máquinas de pólos salientes, em que o enrolamento é
constituído por bobinas concentradas em torno de
sapatas polares.

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2 - Particularidades Construtivas

ROTOR:

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2 - Particularidades Construtivas
Máquinas de rotor cilíndrico:
• Rodam a velocidades elevadas (neste tipo de enrolamento 2 ou 4
pólos);
• São compostas de peças com grande resistência mecânica,
normalmente rotores maciços em aço;
• As restrições mecânicas impõem o limite de 1250 mm para o
diâmetro a 3000 rpm, o que provoca a forma alongada para este
tipo de máquinas;
• As unidades de potência superior a 125 MVA rodam em
hidrogênio para reduzir perdas por ventilação e aumentar a
potência específica;
• As potências máximas ultrapassam os 1200 MVA a 3000 rpm e os
1650 MVA a 1500 rpm .

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2 - Particularidades Construtivas
Máquinas de rotor cilíndrico:

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2 - Particularidades Construtivas
Máquinas de rotor cilíndrico:

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2 - Particularidades Construtivas
Máquinas de rotor cilíndrico:

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2 - Particularidades Construtivas
Máquinas de rotor cilíndrico:

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2 - Particularidades Construtivas
Máquinas de rotor cilíndrico:

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2 - Particularidades Construtivas
Máquinas de pólos salientes:
Este tipo de construção é possível para todas as
velocidades de rotação síncrona e toda a gama de
potências.
O nr. mínimo de pólos mínimo é fixado em 4.
Este tipo de máquina é usado por exemplo em centrais
hidro-elétricas, acoplado a turbinas Francis ou Kaplan,
devido à velocidade ser reduzida, segundo a natureza da
queda. Por esse motivo, são máquinas com muitos pólos
o que as leva a serem maiores em diâmetro do que em
profundidade.

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2 - Particularidades Construtivas
Máquinas de polos salientes:

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2 - Particularidades Construtivas
Máquinas de polos salientes:

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2 - Particularidades Construtivas
Máquinas de polos salientes:

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2 - Particularidades Construtivas
Máquinas de polos salientes:

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2 - Particularidades Construtivas
Máquinas de polos salientes:

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2 - Particularidades Construtivas
Enrolamento amortecedor:
Na maior parte das máquinas síncronas existe ainda um
terceiro enrolamento colocado no rotor. Este
enrolamento é semelhante ao enrolamento tipo gaiola
das máquinas assíncronas. Ele destina-se a amortecer
oscilações de conjugado mecânico que provoquem
quebras de sincronismo, e que poderiam causar a saída
de serviço da máquina.
Este enrolamento amortecedor possibilita ainda o
arranque assíncrono de uma máquina síncrona, que de
outra maneira não possui conjugado de partida.

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2 - Particularidades Construtivas

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2 - Particularidades Construtivas

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2 - Particularidades Construtivas
Anéis coletores:

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2 - Particularidades Construtivas
Anéis coletores:

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2 - Particularidades Construtivas
Excitação:
O enrolamento de excitação (ou indutor) está no rotor e é
alimentado por corrente contínua através de anéis
coletores, sobre os quais deslizam escovas.
A potência DC requerida para a excitação aproxima-se de
1% da nominal, podendo ser fornecida a partir de
retificadores controlados, ou através de uma “excitatriz”,
gerador menor auto-excitada ou não, DC ou AC com
retificadores, motada sobre o mesmo eixo.

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2 - Particularidades Construtivas

Excitação DC:

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2 - Particularidades Construtivas

Excitação AC:
O uso de excitatrizes AC é mais conveniente porque
evita escovas e os anéis, partes causadoras de
problemas de manutenção e de perdas, que se tornam
intoleráveis para máquinas de grande potência.

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2 - Particularidades Construtivas

Excitação AC:

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2 - Particularidades Construtivas

Excitação:
O controle da excitação da máquina principal faz-se
assim através do controle da excitatriz, por meio de
reostato, ou eletronicamente (ponte retificadora
utilizando tiristores).
Em certos casos pode existir uma segunda excitatriz
piloto, esta com imã permanente, que alimenta então o
estator da excitatriz principal, evitando assim o uso de
qualquer fonte externa de tensão.

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3 - Funcionamento

Armadura: CMG Rotor: Campo Estacionário

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3 - Funcionamento

Uma máquina síncrona é uma máquina CA, cuja velocidade em


regime permanente é proporcional á frequência da corrente de
armadura. A velocidade síncrona o CMG criado pelas correntes de
armadura caminha à mesma velocidade que o campo criado pelas
correntes de campo, o que resulta em um conjugado constante.

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4 - Síntese da Máquina Síncrona

Pativa
Pmec Pele (Vt, F)
G.S Preativa
If If Pmec
Vt M.S
Singelo
F

120 f
n=
P

Ia = A →  ra → Era +
If = F →  f → E f
R →  r →Vt

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5 - Ondas de FMM (gerador)

Simplificação: Linearidade.
Campo da Armadura (Resultante girante) sempre 90º atrasado do
campo do rotor.
Para gerador o torque é no sentido contrário da rotação.

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5 - Ondas de FMM (gerador)

BR
 Bt

BS

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6 - Flutuação
Uma máquina síncrona em Flutuação não consome e nem
fornece energia ao sistema. Não existe circulação de
corrente no circuito de armadura.
Ligar ao BI (Mesma V, f, fase, sequência). Não pode flutuar
em operação singela.
f r
Ws

F R

=0 Vt

Ef
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7 - Funcionamento como Gerador

A partir da flutuação uma potência mecânica é injetada no eixo


da máquina:
• Rotor acelera;
• Fmm do rotor (F), se adianta da resultante;
• O ângulo de carga , entre F e R, provoca a circulação da
corrente de armadura Ia, e a queda de tensão no
enrolamento de armadura;
• A corrente de armadura produz um efeito que contraria a
sua causa, ou seja , um conjugado desacelerador;
• Se If, é mantida constante, não se pode alterar o módulo
das Fmms.

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7 - Funcionamento como Gerador

Ligação a um barramento infinito:

Pativa
Pmec G.S Preativa
If Vt
Singelo
F

Pmec G.S Pativa


If Preativa
BI

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7 - Funcionamento como Gerador

ra r ws T

f A R Ef
F  Ia Era
 Vt

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8 - Funcionamento como motor:
A partir da flutuação uma carga é inserida no eixo da
máquina:
• Rotor desacelera;
• Fmm do rotor (F), se atrasa da resultante;
• O ângulo de carga , entre F e R, provoca a circulação da
corrente de armadura Ia, e a queda de tensão no
enrolamento de armadura;
• A corrente de armadura produz um efeito que contraria a
sua causa, ou seja , um conjugado acelerador;
• Se If, é mantida constante, não se pode alterar o módulo
das Fmms.

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8 - Funcionamento como motor:
◼ Vantagens
• Máquinas de rendimento elevado;
• Para uma frequência de alimentação constante rodam a
velocidade constante (pode ser uma vantagem para algumas
aplicações);
• Mais fáceis de controlar que o motor de indução.
◼ Desvantagens
• Não têm binário de arranque;
• Exigem manutenção.
◼ Aplicações
• Soluções interessantes para potências muito elevadas
(>1000CV);
• Servo acionamentos (robótica, periféricos de computadores);
• Para aplicações até poucos kW utilizam-se motores de ímãs
permanentes (“brushless DC” ou motores com comutação
eletrônica”).
8 - Funcionamento como motor:

r ra
Ws
R f
A T
Ia  F
Vt

-Ia Ef Era

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9 - Teoremas
1º Teorema: Em uma máquina síncrona ligada a um barramento de
potência infinito, potência ativa e conjugado são grandezas
proporcionais.

ra
A cos( ) = F sin ( )
r ws
P = Vt I a cos( ) = K ' I a cos( )
f R
 P
A 2

  r F sin ( )
Ef
F Ia T=
 22
 Era
T = Kr F sin ( ) = K F sin ( )
Vt

P T
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9 - Teoremas
2º Teorema: Em uma máquina síncrona ligada a um barramento de
potência infinita, com excitação constante, as variações do
conjugado eletromegnético e da potência ativa se fazem através do
ajuste do ângulo de carga.

ra
r ws
f R
A
F Ef
Ia
 Era
 Vt

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9 - Teoremas
3º Teorema: A máquina síncrona é o único equipamento que pode
trabalhar desenvolvendo uma potência ativa constante e um
conjugado eletromagnético constante apresentando na armadura
correntes com características resistiva, indutiva ou capacitiva de
acordo com a atuação com a corrente de excitação.

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9 - Teoremas
3º Teorema: Gerador Subexcitado

ra Ws

r
A
f R
Ef
 Ia
F Era
 Vt

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9 - Teoremas
3º Teorema: Gerador

ra
Ws
r
f A
R
F  Ef
Era

Ia Vt

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9 - Teoremas
3º Teorema: Gerador Superexcitado:

ra
Ws
f A r

F R
Ef
Era

 Vt
Ia

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9 - Teoremas
3º Teorema: Motor Subexcitado :

ra Ws
r
f
A
R F

Vt
 Era
Ia Ef

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9 - Teoremas
3º Teorema: Motor

ra
Ws
r f
A F
R

Ia Vt
Era
Ef

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9 - Teoremas
3º Teorema: Motor Superexcitado:

ra
f Ws
r
A F
R
Ia
 Vt

Era
Ef

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9 - Teoremas

3º Teorema:

Gerador: Fornece Ativo


Fornece Reativo Indutivo (superexcitado)
Fornece Reativo Capacitivo (Subexcitado)

Motor : Consome Ativo


Consome Reativo Capacitivo (superexcitado)
Consome Reativo Indutivo (Subexcitado)

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9 - Teoremas
4º Teorema: Toda Máquina síncrona flutuando no barramento tem
ângulo de carga igual a zero. Mas nem toda máquina que tem ângulo
de carga igual a zero está flutuando no barramento.

ra
f
f

F
A

R
Ef Era
=0

Ia  Vt

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9 - Teoremas
5º Teorema: A potência ativa desenvolvida por uma máquina
síncrona é função do seno do ângulo de carga.

ra
f
f

F
A

R
Ef Era
=0

Ia  Vt

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10- Compensador Síncrono

Motor síncrono de grande porte, operando a vazio, com o


objetivo de estabilizar a tensão nos sistema.
• Trabalha superexcitado, consumindo reativo
capacitivo, quando existem muitas cargas indutivas
ligadas ao sistema.
• Trabalha subexcitado, consumindo reativo indutivo,
quando o sistema está vazio.

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12 - Funcionamento em Regime Permanente

As principais características em regime permanente são


as relações entre a tensão terminal, a corrente de campo,
a corrente de armadura, o fator de potência e o
rendimento. Essa relações podem ser expressas através
de curvas.

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12 - Funcionamento em Regime Permanente
Curva V

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13- Geradores Síncronos Interligados
Os geradores síncronos podem funcionar em paralelo
e, de fato, os sistemas de energia possuem centenas
de geradores em paralelo. Para colocação de um
gerador em paralelo com um sistema algumas
condições devem ser atendidas:

• Mesma forma de onda;


• Mesma Sequência de fase;
• Mesma tensão;
• Frequências iguais;
• Oposição de fases.

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