OS QUE TEM PURO O CORAÇÃO

Olá Amigos!
Nesse momento, busquemos serenar as nossas mentes e os nossos corações, estreitar os laços
que nos unem ao nosso mentor, nosso anjo guardião, para que possamos absorver o que nos for melhor
do assunto proposto para hoje.
A nossa preleção de hoje se baseia no capítulo VIII do Evangelho Segundo o Espiritismo, cujo
título é Bem Aventurados os Puros de Coração.
Esse capítulo é bem amplo, traz vários aspectos, por isso a minha sugestão é que todos leiam
esse capítulo quando puderem.
Na preleção de hoje, gostaria de tratar sobre alguns desses aspectos.
O primeiro é refletir sobre quem são os puros de coração.
A pergunta 918 d'O Livro dos Espíritos define como aqueles que praticam a lei de justiça, de amor
e de caridade na sua mais completa pureza. A pessoa de coração puro sabe que existe a maldade, mas
não mais a pratica. Não é conivente com os irmãos que ainda estão em caminhos errados, mas os
acolhem com amor, compreendendo que são, na verdade, doentes da alma, que precisam de
esclarecimento e amor, e não julgamentos e acusações. Faz o bem pelo bem. Vê a todos como irmãos,
independente de raças, gêneros, crenças, opiniões. Não é vingativo. Respeita a todos, independente de
concordar ou não.
E nessa hora nos perguntamos: estamos nesse nível de pureza? Se estamos, ótimo. Mas, e se não
estamos? Significa que somos os piores seres humanos que existem? Claro que não!! Significa apenas
que precisamos continuar nos esforçando para sermos cada vez melhores. Que já sabemos onde
precisamos e queremos chegar e agora é arregaçar as mangas e escolher o melhor caminho. E qual é
esse caminho? Jesus disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida". Ele é o caminho! Mas aí nos
perguntamos, de novo, como Jesus pode ser o caminho? Ele se torna o caminho quando observamos os
seus exemplos e ensinamentos e nos esforçamos para fazer o mesmo. Quando, antes de mais nada,
entendemos que Ele é quem está certo, e que todas as vezes que quisermos saber se essa ou aquela
atitude estão corretas, a pergunta a ser feita é: Jesus faria isso? Jesus diria isso? Se a resposta for sim,
esse é o que deveremos fazer ou falar.
Uma outra questão que gostaria de trazer para refletirmos é um dos itens que está lá no capítulo
VIII que diz: Verdadeira pureza e mãos não lavadas.
Numa das passagens do Evangelho Jesus é criticado por não lavar as mãos antes da refeição.
Gente, sabemos da importância da higiene. É claro que o Cristo naquela hora não queria fazer uma
campanha pela sujeira, né (rs). O que ele quis foi mostrar que mais importante não são rituais externos,
mas sim o que temos dentro de nós. Que de nada vale, seguirmos costumes, tradições, se não
praticarmos a lei do amor, buscando a pureza do coração. Que não adianta ficarmos horas e horas
orando em templos, igrejas, casas espíritas, se não aprendermos a acolher e respeitar os nosso irmãos
nas ruas, nos nossos lares, nos nossos locais de trabalho. Que não devemos definir e rotular o nosso
semelhante pelo exterior, e sim pela sua essência. Que devemos nos esforçar para enxergar além das
aparências.
Kardec começa esse capítulo que estamos usando como referência com a frase de Jesus "Deixai
vir a mim os pequeninos". Nessa passagem, Ele usa as crianças, com sua pureza, sua ausência de
maldade, de preconceito, sua abertura para aprender e aceitar, sua capacidade de confiar e de acolher,
como exemplo, para nos mostrar como devemos ser para que alcancemos a evolução.
Só um aparte. O ESE foi escrito por Kardec da seguinte forma: em cada capítulo ele menciona
trechos do Novo Testamento e comenta sobre eles, trazendo esclarecimentos, e na sequencia há textos
trazidos pelos próprios espíritos, que são as Instruções dos Espíritos. E nesse capítulo, o VIII, essas
instruções começam justamente sobre essa questão do "Deixai vir a mim os pequeninos". O primeiro
texto quem nos traz é João, O Evangelista. Quero dividir aqui com vocês um trecho:
 "Disse o Cristo: "Deixai vir a mim os pequeninos". Essas palavras, tão profundas na sua
simplicidade, não fazem apenas um apelo às crianças, mas também às almas que gravitam nos círculos
inferiores, onde a desgraça desconhece a esperança. Jesus chamava a si a infância intelectual da criatura
formada: os fracos, os escravos, os viciosos, Ele nada podia ensinar à infância física, presa na matéria,
sujeita ao jugo dos instintos, e ainda não integrada na ordem superior da razão e da vontade, que se
exercem em torno dela e em seu benefício."
Na sequencia, outro irmão, que se auto intitula como Um Espírito Protetor, traz outro texto com
o mesmo assunto que, entre outras coisas, diz: "Deixai vir a mim os pequeninos, pois tenho o alimento
que fortifica os fracos. Deixai vir a mim os tímidos e os débeis, que necessitam de amparo e consolo.
Deixai vir a mim os ignorantes, para que eu os ilumine. Deixai vir a mim todos os sofredores, a multidão
dos aflitos e dos infelizes, e eu lhes darei o grande remédio para os males da vida, revelando-lhes o
segredo da cura de suas feridas. Qual é, meus amigos, esse bálsamo poderoso, de tamanha virtude, que
se aplica a todas as chagas do coração e as cura? É o amor, é a caridade!