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Relato de leitura

O texto “Mundos Impossíveis”, apesar de possuir um caráter mais abstrato, conectou


aos meus estudos sobre cinema épico e dramático. As duas categorias foram importadas
da literatura para classificar o cinema e por isso, acredito serem muito válidas para
falarmos sobre mundos impossíveis. O que distingue o cinema épico do cinema
dramático é, especialmente, a presença de um narrador no primeiro e a não linearidade
do tempo na construção da narrativa. Por essas características, o cinema épico é
conhecido por romper a ilusão do cinema dramático, que busca imergir o espectador na
narrativa sem quebras que demonstre que aquilo é uma representação e não a realidade,
mantendo o sujeito na posição de voyeur. Já o cinema épico, ao valer se de recursos que
escancaram sua forma “fictícia”, demonstra a quem assiste que aquilo é de fato uma
representação. Pensando sobre os mundos possíveis e impossíveis, remeto ao momento
do texto em que o autor afirma:

“As frases nonsenses de Foer nos parecem estranhas em um primeiro momento, mas, a
fim de diagnosticar a fonte desse estranhamento, nós temos de efetuar uma análise
elaborada. Um texto como esse deixa o leitor logicamente e semanticamente mais
atento.”

É interessante como a proposta de utilizar a linguagem de forma a fugir do que seria a


representação natural das coisas, linear e em 1ª pessoa, tanto o cinema quanto a
literatura são capazes de propor novos olhares que permitem uma visão mais expandida.

Apesar de ter tido dificuldade com a compreensão do texto, vejo que ele dialoga com
algumas discussões de cunho ontológico que temos desempenhado em sala ao buscar
discutir noções como tempo e espaço em sua forma plena, destituída de conceitos e
nomenclaturas que limitam suas compreensões. Ao meu ver, os mundos impossíveis
buscam utilizar a linguagem de forma a acessar as possibilidades de tempo e espaço que
atravessam as limitações propostas pela própria linguagem.

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