Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
,
-MONTEPUEZ (MOÇAMBIQUE) DO CINTURAO OROGENICO
-
DO LÚRIO (<<LÚRIO BELT»)
por
RUI S. AFONSO *
RESUMO
o presente trabalho descreve as formações geológicas de área típica do Cinturão do Lúrio, uma das subprovíncias tectónicas
do «Mozambique Belt». Tenta-se correlacionar as diferentes unidades litostratigráficas cartografadas com as unidades que caracterizam
as quatro fases do <<Lúrio Belt», a saber: 1"-metavulcânica, 1335:1: 60 m. a.; 2"-chafnoquítica à volta de 1000 m.a.; 3a -855:1: 38 m. a.;
4 a - fase de migmatização cuja idade é próxima de 700 m. a.
ABSTRACT
This note reports the typical area of Lúrio Belt, one of the tectonic subprovince of Mozambique Belt. Several lithostra-
tigraphic units are mapped and correlated with four phases ofLúrio Belt, such as: l.st -1335:1:60 m. y. ;2.nd-looo m. y.; 3.rd-855 :1:38
m.y.; 4.th-7oom.y.
287
o otil
.~ til
~
~
O
~
:~
O O
til
CD
:g '0 C'
~
.~ ·st O
~
~ 1ií '" -5
-O til
'...CD" ...~O
"::.,.... O
~ .~ -O
'" ~ E! '1:1 1l!
O til
~$
~A -B ~
1~ -8
.rQ '1:1
~d
~ CS
.B.8;;
.S
'1:1
·1 A d
CD
O
~
!l
til
.= A
til
O
,.
-
!~
CD <IS ClO
~=
~ O
til CD
ri:> .8 CD
~
CD
'"'"
~ Eh Eh ]<> ~ ":g ri:>
CD
ri:>
til
<IS
7:
t';il
ow ~
t·
.+
t·[] --
§J
:::\ O~ ~.
... ,
"
'
"
"
,
~
ln
I.I-l
289
19
I. 1.-SÉRIE DE ROCHAS VERDES eixos orientados na direcção prOXlma de E-O. Os
eixos das dobras estão arqueados devido à intrusão
Deve tratar-se de fácies eugeossinclinal com preen- do granito. Além destas dobras megascópicas, obser-
chimentos de rochas vulcânicas básicas e ultrabásicas vam-se também outras, à escala microscópica o que
bastante dobradas e com intercalações de sedimentos denota esforços dinâmicos secundários.
do tipo «flysch» e molasso.
As rochas vulcânicas são geralmente esverdeadas, I. 1. 4. - Calcádos
com tons variando de verde escuro a cinzento esver-
deado. Por esta· razão designou-se a série pelo nome Os calcários encontram-se com pouca frequência.
de rochas verdes. Ocorrem sob forma de lentÍculas com espessuras de
A sequência litológica da série é a que se segue cerca de 10 m, não representáveis à escala da carta.
de baixo para cima: São intercalados por finos horizontes de quartzitos.
1. Rochas verdes; Trata-se de calcário de grão fino, muito impuro,
2. Gnaisse anfibólico e biotítico; com actinolite, clorite e minerais ferruginosos.
3. Filitos; As bancadas têm direcção de cerca de N 60 0 E,
4. Calcários metamórficos; com inclinação para sudeste.
5. Quartzitos;
6. Conglomerados.
I. 1. 5. - Quartzitos ferruginosos
I. 1.1- Rochas verdes Os quartzitos ocorrem em estreitas bandas inter-
As rochas verdes são antigas lavas básicas e caladas nas rochas verdes. Observaram-se dois tipos:
ultrabásicas do fundo do eugeossinclinal. Estas lavas quartzitos castanhos e quartzitos claros.
estão representadas na área por anfibolitos feldspa- Os quartzitos castanhos são ricos em material
tizados e xistos verdes. Estes são cloríticos e actino- ferruginoso; nos de tons mais escuros há presença de
líticos. minerais de manganês. A espessura é de ordem de
As rochas verdes constituem uma unidade funda- dezena de metros.
mental e predominante. Ocupa a base da série e Os quartzitos claros são pobres em minerais
estima-se que a espessura seja superior a 3 000 m. ferruginosos e ocorrem em delgadas lentículas.
No que diz respeito à estrutura, as rochas verdes
apresentam dobramentos com eixos próximos de I. 1. 6. - Conglomerados
E-O, com flancos quase verticais com vergência para
norte. As dobras são muito apertadas e arqueadas,
.
Os conglomerados apresentam-se em estreita
possivelmente devido às intrusões graníticas que cor- faixa com a direcção ENE-OSO, ao norte do monte
tam e marginam a mancha das rochas em questão. Curri.
O metamorfismo que caracteriza as rochas verdes São formados por calhaus achatados e elípticos,
é o de fácies de «greenchist». Este evoluiu para o grau com o eixo maior orientado na mesma direcção da
mais alto, em vários locais, devido à instalação dos bancada. Os calhaus são geralmente de gnaisse quar-
granitos e piroxenitos. zítico e estão ligados por matriz de quartzo fino,
sericite, biotite, calcite e material ferruginoso.
I. 1. 2. - Gnaisse anfibólico e biotítico
Este gnaisse é leucocrático a leucomesocrático I. 2. - SÉRIE CALCOMAGNESIANA
com pequena percentagem de máficos. Estes são a
hornblenda e a biotite em quantidades variáveis. Dos A série calco magnesiana estende-se desde o
félsicos destaca-se o quartzo, às vezes em formas monte Curri até Montepuez, com direcção predomi-
corroídas, a microclina, a ortose, a plagioclase nante NE-SO. É essencialmente constituída por cal-
(An36 %) e a moscovite. cário cristalino, gnaisse piroxénico e quartzito. A
No que diz respeito à textura, as rochas são sucessão destas unidades litológicas é como a seguir
granoblásticas e, às vezes, porfiroblásticas. se indica, de baixo para cima:
Os referidos gnaisses ocorrem em bandas arquea-
das, intercaladas nas rochas verdes, com foliação - Quartzitos;
paralela à rocha encaixante. - Gnaisse piroxénico;
- Calcário cristalino.
I. 1. 3. - Filitos
1.2.1. - Quartzitos
Dos filitos fazem parte xistos negros ardosíferos,
xistos negros com impregnações de grafite, xistos Os quartzitos, no que diz respeito ao grão e à
argilo-ferruginosos levemente micáceos e xistos lu- composição, apresentam diversos tipos de facies.
zentes com grafite. São de grão fino e bandeados na parte sudoeste da
Ao microscópio, os filitos revelam textura lepi- série e grosseiros na parte nordeste. As cores variam
doblástica com o quartzo alongado e recristalizado, desde branco sacaróide a cinzento. São feldspatiza-
muito abundante, intercalado por sericite, também dos com transição para gnaisse quartzítico.
em grande quantidade. f\.S vezes, nota-se segunda Intercalados nos quartzitos encontram-se lentí-
geração de micas cortando a lineação principal. Dos culas de micaxisto microdobrado com mica branca
opacos há que destacar a grafite e material ferrugi- e xistos felspatizados.
noso. Os xistos situados no contacto com o granito Na composição dos quartzitos além do quartzo,
porfiróide apresentam quiastolite. observa-se, acessoriamente, feldspato, diópsido, óxi-
Os filitos formam dobras muito apertadas, com dos de ferro, grafite e fucsite.
290
1.2.2. - Gnaisse piroxénico A litologia desta série consta essencialmente de
granulitos com intercalações de gnaisse com sili-
O gnaisse piroxénico exibe duas fácies: ~ma, de manite, gnaisse quartzo-feldspático e gnaisse porfi-
grão fino e rica de quartzo, outra, de grao gros- roblástico com biotite.
seiro, rica de feldspato. O estudo microscópico dos granulitos revela
O aspecto do gnaisse piroxénico é castanho em textura granoblástica com quartzo, às vezes com
amostra de mão e produz solos avermelhado~ quand~ inclusões de rútilo, pertite, plagioclase ácida, gra-
da alteração. Episodicamente ocorrem gnaIsses leI- nadas, silimanite e traços de biotite.
tosos de grão fino com veios anastomosados de . Intercalada na série granulítica observam-se cu-
piroxena verde alface, como acontece no extremo nhas de gnaisse com diópsido, quartzito e filões de
sudoeste da mancha. piroxenito.
Ao microscópio, o gnaisse piroxénico revela tex- A série em questão exibe um dobramento com
tura granoblástica com vestígios de cizalhamento. eixos arqueados com grande raio de curvatura,
É essencialmente constituído por quartzo fracturado, com a convexidade voltada para noroeste. As dobras
por microclina e por ortose. Acessoriamente contêm são reviradas, com direcção predominante NE-SO,
clinopiroxena diopsídica com estrutura «schiller», com vergência para noroeste. Os flancos das dobras
actinolite, escapolite, moscovite, epídoto e óxidos inclinam de cerca de 60 a 70°,
de ferro.
1.2.3. - Calcário cristalino I. S. - SÉRIE CHARNOQUÍTICA
O calcário cristalino forma faixas intercaladas A faixa da série charnoquítica ocupa grande
nos gnaisses piroxénicos. Destas faixas, a mais parte da área situada a noroeste da carta, com direc-
importante é a de Montepuez, com espessura de ção próxima de NO-SE e distingue-se da litologia
centena de metros. vizinha por apresentar solos avermelhados. Os aflo-
As bancadas de calcários não são uniformes. ramentos são pouco frequentes e só se encontram
Observam-se bancadas de calcário cinzento fétido no leito dos rios. As características principais em
alternantes com as do tipo sacaróide. De quando em amostra de mão são a gnaissosidade bem marcada,
quando detectam-se calcários cor de rosa, azul e cor castanha com diversos tons e brilho ceroso.
amarelo. No que diz respeito à composição, cartografa-
Vários tipos de intercalações lenticulares obser- ram-se dois tipos:
vam-se nos calcários. Destacam-se xisto clorítico e - Gnaisse enderbítico,
sericítico, quartzito fino sacaróide e mafitos ricos - Gnai~se charnoquítico.
em diópsido e actinolite.
No que diz respeito à estrutura, os calcários for- 1.5.1. - Gnaisse enderbítico
mam pequeno anticlinório na região de Montepuez.
Noutros locais, formam dobras monoclinais, como O gnaisse enderbítico (TILLEY, 1936) é a rocha
acontece na região de Balama. predominante da série e serve de fundo ao gnaisse
charnoquítico. Trata-se de gnaisse mesocrático a
1.3. - SÉRIE GRAFITOSA melanocrático com cor azul esverdeada quando são
e acastanhada quando alterado.
A série grafitosa distribui-se numa faixa orien- Ao microscópico, o gnaisse enderbítico revela
tada na direcção NE-SO, encaixada em gnaisse textura granoblástica com: plagioclase cuja composi-
pegmatóide. ção varia de An 30 % a An 40 %, hiperstena, às
É caracterizada essencialmente por: xisto quartzí- vezes em vias de alteração, mirmequite, clinopiro-
tico, quartzito, micaxisto e gnaisse, todos eles ricos xena opacos com estrutura em corona, biotite,
em grafite e fucsite. Intercalados na série observam-se: anfíbola sódica e apatite. Nos tipos mais ácidos apa-
diopsiditos esbranquiçados a esverdeados, leptinitos, rece o quartzo com agulhas de rútilo e microclina-
aplitos e pegmatitos com mica branca. -pertite.
Um corte perpendicular à orientação da série, no No que diz respeito à origem, o gnaisse enderbí-
sentido da inclinação, a SO do monte Pomue, denota tico estará possivelmente ligado às rochas eruptivas
a seguinte litologia, de baixo para cima: da família dos dioritos, como se depreende da sua
- Gnaisse grafitoso; composição.
- Leptinito com grafite, pirite e com óxidos de
manganês; 1.5.2. - Gnaisse chamoquitico
- Quartzito xistificado com grafite;
- Xisto quartzítico com grafite e fucsite. O gnaisse charnoquítico forma faixas intercaladas
No que diz respeito à estrutura, a série grafitosa no gnaisse enderbítico; Difere deste por ser leuco-
apresenta dobramento monoclinal arqueado com a crático e leucomesocrático e ainda por exibir porfi-
direcção N 35° E na parte NE e N 45° E na parte SOo roblastos de feldspato. Estes, em alguns afloramentos,
A inclinação do flanco é próxima de 60° para no- atingem dimensões de 4 cm no sentido do compri-
roeste. mento e 2 cm de largura. Intercalados neste gnaisse
porfiroblástico observam-se lentes de gnaisse sem
1.4. - SÉRIE GRANULITICA porfiroblastos. .
A composição do gnaisse charnoquítico é a
A série granulítica ocorre sob a forma de: seguinte: quartzo, mirmequite, microclina-pertite,
- Delgadas bandas contornando a série calco- plagioclase ácida, hiperstena, clinopiroxena, apatite
magnesiana; e minerais opacos. A hiperstena desaparece nos
- Faixas com espessuras de centenas de metros exemplares que apresentam textura de cizalhamento.
intercaladas nos enderbitos; Em sua substituição aparece biotite, quartzo e gra-
- Cunhas nos gnaisses pegmatóides. nada.
291
1.5.3. - Estrutura confere à rocha original umas vezes aspecto ban-
deado, outras, aspecto difuso.
Os charnoquitos apresentam dois tipos de dobra- Mineralogicamente é constituído por quartzo,
mento: um com orientação geral NE-SO com dobras microclina, biotite, apatite, esfena e alanite.
muito apertadas, quase verticais e com vergência Quanto à estrutura, o gnaisse migmatítico apre-
para noroeste e outro com orientação próximo de senta dobramento com eixos orientados na direcção
N-S, originando dobras falhas, como acontece na E-O. As dobras fecham-se em cunha do lado oeste,
parte noroeste das faixas da série charnoquítica. de encontro às formações da série calco magnesiana.
292
Os anortositos são formados, essencialmente, por 800 m. a., baseada na interpretação de valores obti-
plagioclases com a composição média de 50 % An. dos pelo método de RbjSr (ARAÚJO, 1976).
Acessoriamente têm hiperstena, clinopiroxena, apa- - Finalmente, o Complexo gabro-anortosítico
tite, espinela verde, calcite, anfíbola secundária e do Popue tem semelhanças, no que diz respeito à
opacos. instalação, à litologia e ao metamorfismo, com o
Efeitos de metamorfismo dinâmico estão impres- Complexo gabro-anortosítico de Tete, embora não
sos nas plagioclases que se mostran arqueadas. atinja as dimensões deste.
São numerosos os filões de piroxenitos e de anfi- O autor agradece aos geólogos G. Jourde, J. Trottreau e J.
Wolf pela valiosa crítica feita ao relatório preliminar de 1972 do
bolitos cuja granularidade é média a grosseira. qual resultou o presente trabalho. Fica também grato ao colector
Cortam o Complexo gabro-anortosítico e as rochas A. Meneses pela inestimável ajuda em trabalhos de campo.
circundantes em duas direcções predominantes:
N 80° E eN-S. BIBLIOGRAFIA
Os piroxenitos são constituídos quase exclusi-
vamente por clinopiroxenas. Em pequenas quanti- AFONSO, R. S. (1976) - A geologia de Moçambique - Notícia
dades observam-se plagioclase (An 44 %), apatite, explicativa da Carta Geológica de Moçambique, 1/2000000.
anfíbola secundária e opacos. Alguns piroxenitos Direc. Servo Geol. Minas Moçambique, Maputo.
- (1976a) - Contribuição para o conhecimento da tectónica de
apresentam segregações de ilmenite. Moçambique - Notícia explicativa da Carta Tectónica de
Os anfibolitos são formados essencialmente por Moçambique, 1/2000 000. Direc. Servo Geol. Minas Moçam-
hornblenda. Em quantidades menores, encontram-se bique, Maputo.
associados, também, plagioclase básica e opacos. ARAúJO, J. R. (1976) - Mozambique Belt: uma interpretação geo-
cronológica. Memórias e Notícias, Pub. Mus. Lab. Min.
GeoI. Univ. Coimbra, n.O 81, pp. 86-102.
CUFFORD, N. T. (1968) - Radiometric dating and pre-Silurian
II. - CONCLUSÕES geology of Mrica - Radiometric dating for geologist.
Hamilton & Farquhar, London.
A cartografia das unidades litostratigráficas do - (1970) - The Structural Framework of Mrica. ln Mrican mag-
matism and tectonics. Oliver & Boyd, Edinburg.
troço Balama-Montepuez do Cinturão do Lúrio COELHO, A. V. P. (1969) - O Complexo gabro-anortosítico de
permitiu-nos correlacionar as referidas unidades com Tete. Boi. Servo Geol. Minas, Lourenço-Marques, n.O 35.
as unidades litostratigráficas vizinhas, cujas idades HARLAND, W. B. (1968) - On the principIe of a date Precambrian
absolutas são conhecidas, e enquadrá-las nas quatro Stratigraphical Standard Scale. 23th lnt. Geol. Cong., Praga,
sect. 4"pp. 253-265.
fases do Cinturão do Lúrio. Eis as correlações: HEpWORTH, V. V. (1964) - The charnoquites of Southern West
a) A série de rochas verdes e a série calcomagne- Nile, Uganda, and their paragenesis. 22th lnt. Geol. Cong.,
siana assemelham-se, pela litologia, estilo de defor- New Delhi, sect. XIII-i3, pp. 169-184.
GIRAUP, P. (1964) - Les roches à caracter charnoquitique de la
mação e tipo de metamorfismo, aos metavulcanitos Série d'un Ouzzal en Ahagar (Sabara Central). Essai de
e aos gnaisses plagioclásicos do Grupo de Nampula de nomencIature des séries charnoquitiques. 22th ln!. Geol.
cuja idade é de 1335 + 60 m. a. (Quad. I-A, AFONSO, Cong., New Delhi, sect. Xli, pp. 1-22.
1976). Esta idade corresponde ao evento termotec- JOURDE, G. & WOLF, J. P. (1974) - Contribuição para o conheci-
mento da geologia da área da Foz do Lúrio. Rei. lned.
tónico da Fase 1 da Orogenia do Lúrio. Servo Geol. Minas, Lourenço-Marques.
b) As séries granulítica e charnoquítica correla- MACDONALD, R. (1964) - Charnoquites in the West Nile Distrit
cionam-se com os granulitos e charnoquitos da of Uganda. A systematic study in Groves type area. 22th
região Entre Rios-Chire, datados de 970 ± 30 m. a. lnt. Geol. Cong., New Delhi, sect. XIII, pp. 227-249.
OBERHOLZER, W. F. (1968) - A geologia da mancha de Manica.
Este evento corresponde à Fase 2 da mesma orogenia. Rel.lned. Servo Geol. Minas, Lourenço-Marques, n.O 462.
c) O gnaisse pegmatóide e o granito porfiróide OBERHOLZER, W. F. & AFONSO, R. S. (1976) - Carta Tectónica de
são rochas pouco afectadas pela anatexia e asseme- Moçambique, 1/2 000 000. Servo Geol. Minas, Maputo.
PINA MENDES, F. (1975) - O Cinturão de Moçambique (Grupo
lham-se aos gnaisses granitóides da área do lago Orógeno Barueides). Lourenço-Marques.
Chiuta cuja idade é de 855 + 38 m. a. Esta cronolo- RAVICH, M. G. (1968) - Regional metamorphism and uItrameta-
gia corresponde à Fase 3. morphism of cristaline-Basement of the Antartic and
d) O gnaisse migmatítico corresponde ao episó- other Gondwan Platform. 23 th lnt. Geol. Cong., Praga,
sect. XIII-4, pp. 203-214.
dio termo tectónico da Fase 4 da migmatização e de SEDERHOLM, J. J. (1967) - Granites and Migmatites. Oliver &
anatexia, cuja idade é de cerca de 700 m. a. Podem-se Boyd, London.
correlacionar os referidos gnaisses com os gnaisses SIMPSON, E. S. W. (1970) - The anorthosite of Southern Angola.
migmatíticos da região de Chiure cuja idade é 710 ± ln Mrican magmatism and tectonics. Oliver & Boyd, Edin-
±47 m. a. burgo
TILLEY, C. E. (1936) - Enderbite, a new member of the char-
Para as restantes unidades litostratigráficas, tais nockite series. Geol. Mag., London, voI. 73, pp. 312-316.
como, a série grafitosa e o Complexo gabro-anorto- VAIL, J. R. (1965) - EstrutUra e geocronologia da parte orien aI
sítico, propomos a seguinte interpretação: da África central, com referência a Moçambique. Boi. Serv.
Geol. Min., Lourenço-Marques, n.O 33.
- A série xistosa, onde estão englobados os xis- VIUOEN, M. J. & VIUOEN, R. P. (1969) - Archaen vulcanicity and
tos, micaxistos e os quartzitos com grafite, da faixa continental evolution in the Barbeton region, Transval. ln
Montepuez-Balama, envolvida orogenicamente com African magmatism and tectonism. Clifford & Gass, Edin-
o gnaisse pegmatóide. é atribuída idade entre 700 e burgo
293