Você está na página 1de 8

XII ERIAC - Encontro Regional Ibero-americano do CIGRÉ

Foz do Iguaçu-Pr, Brasil - 20 a 24 de maio de 2007

SOBRE A INTERAÇÃO ESTRUTURAL ENTRE TORRE E FUNDAÇÕES DE LTS

J. B. G. F. da Silva *
R. C. R. de Menezes**, J. Kaminski Junior***,
(em nome do CIGRE WG B2-08)
* DAMP Eletric Engenharia, Torres e Ferragens,
** UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
*** UFSM - Universidade Federal de Santa Maria.

RESUMO
Este trabalho relata os progressos da força-tarefa conjunta entre WG B2-08 e 07 da CIGRÉ internacional,
sobre a interação estrutural entre torre e fundações de linhas de transmissão. O objetivo central desta força
tarefa é o estudo das tolerâncias dos deslocamentos das fundações e o impacto destes na capacidade da
torre. Uma das motivações centrais desta pesquisa é a recorrente questão sobre que deslocamentos nas
fundações poderiam ser tolerados de maneira a não comprometer o desempenho das torres, sob uma
perspectiva da metodologia de projeto baseada nos Estados Limites (últimos e de serviço). Com tal
motivação, o WG B2-08 desenvolveu um trabalho que visou responder algumas questões frequentemente
constante na pauta de discussões sobre o tema. Nesse contexto, este trabalho aborda o tema da interação
torre-fundação através de um roteiro que pode ser sumarizado da seguinte forma: Inicialmente,
estabelece-se uma base para a discussão discutindo-se os limites usuais, o problema sobre a ótica da
metodologia dos estados limites da IEC 60826 e uma revisão de algumas comparações entre dados
teóricos e experimentais da resposta de fundações. A seguir, faz-se uma abordagem dos experimentos
conduzidos pelo WG B2-08 na África do Sul, em 2001, quando deslocamentos verticais (para cima e para
baixo) foram aplicados a uma torre cuja resposta estrutural foi cuidadosamente monitorada. Este trabalho
apresenta uma descrição do protótipo, do sistema de aplicação do deslocamento, do sistema de
monitoramento e do exercício de previsão da resposta estrutural, conduzido entre vários projetistas.
Adicionalmente, este trabalho relata os esforços de pesquisa na determinação da resposta estrutural
através do uso de modelos mecânicos cada vez mais refinados, objetivando aprimorar a capacidade de
previsão dos resultados experimentais. Na pesquisa, adotaram-se modelos de análise estrutural que
variaram num amplo espectro de complexidade, desde simples análise linear estática de elementos de
treliça até análise com escorregamento nas ligações representado por relações não lineares entre força e
deslocamento. Ao final, faz-se um relato sobre os alcances de tal pesquisa apresentando algumas
conclusões importantes tais como, por exemplo, evidências que o escorregamento nas ligações
aparafusadas das torres desempenha um papel fundamental de ‘amortecer/dissipar’ o impacto dos
deslocamentos das fundações no desempenho estrutural das torres. Esse aspecto, quando contemplado nos
modelos mecânicos de análise estrutural, proporcionou excelente aderência entre previsões e resultados
experimentais.
PALAVRAS-CHAVE
Torres Metálicas Treliçadas, Fundações de LTs, Interação Fundação-Estrutura, Estados Limites,
Metodologia de Projeto.
1. INTRODUÇÃO
Normas de Projeto de Linhas de Transmissão normalmente não fazem qualquer referência sobre
movimentos admissíveis nas fundações, considerando o impacto destes no desempenho da estrutura.

1 B2.02_Menezes_1
XII ERIAC - Encontro Regional Ibero-americano do CIGRÉ
Foz do Iguaçu-Pr, Brasil - 20 a 24 de maio de 2007

Durante os últimos 25 anos, os Working Groups B2-07 e B2-08 da CIGRÉ têm continuamente abordado
o tema sobre a interação entre torres e fundações. Em especial, a questão de maior interesse é ‘qual o
deslocamento da fundação que pode ser permitido no enfoque dos estados limites, últimos e de serviço’.
Entretanto, para se abordar tal tema, há outras questões de interessse tais como:
− quais são os limites usualmente praticados?
− qual a magnitude dos deslocamentos que a fundação pode experimentar considerando a
resposta do solo?
− qual a magnitude dos deslocamentos que a fundação pode experimentar considerando a
resposta estrutural da própria fundação?
− quais são as características da torre que mais podem impactar para o estabelecimento do
deslocamento limite (altura da torre, largura da base, configuração estrutural – se isostático,
se hiperestático, etc.)?
− como se pode modelar tal interação?
− qual é o estado limite último nessa interação?
− qual é o estado limite de serviço nessa interação?
− qual é o movimento mais crítico (se vertical, se horizontal, ou se uma combinação de
ambos)?
Em tal contexto, este trabalho apresenta um relato sumário do progresso alcançado até a presente data,
como fruto de contribuições de vários profissionais reunidos nesse fórum da CIGRÉ.
2. FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICA
2.1 Limites usuais na prática
Como citado anteriormente, Normas de LTs não abordam explicitamente o tema de movimentos
de fundações relacionando-os ao comportamento das estruturas. Com isso, os técnicos do Setor
têm continuamente demandado quais seriam tais limites. Por exemplo, B. Schmidt [1] declarou
que, numa investigação sobre o assunto, concluiu-se que a torre tem uma certa inteligência para
compensar parte da força devida a movimentos da fundação através do escorregamento dos
parafusos. Já em relação à montagem, há algumas tolerâncias relativas às fundações, tais como
as sugeridas por F. Villa [2].
Tolerância Valores admissíveis
Dimensão da base ∆x ≤ ± 0,1 % da dimensão da base
Diagonal ∆d ≤ ± 0,1 % da diagonal
Nível do ‘stub’ ∆z ≤ ± 0,1 % dimensão da base/2
2.2 Metodologia dos Estados Limites
A metodologia dos estados limites proporciona um apropriado embasamento base para tomada de
decisões sobre diferentes alternativas de projeto, em termos de confiabilidade, ou de seu complemento: o
risco. Adicionalmente, tal embasamento também possibilita que a otimização do Projeto possa ser
realizada sem a redução da confiabilidade. De acordo com tal conceito, a LT é considerada como um
sistema cujos ‘estados’ são ilustrados pelo seguinte esquema:

Componente Estado Intacto Estado de Dano Estado de Falha


do Sistema

LT está LT necessita LT deve ser


intacta manutenção reconstruída

Limite de Limite de
serviço Falha

2 B2.02_Menezes_1
XII ERIAC - Encontro Regional Ibero-americano do CIGRÉ
Foz do Iguaçu-Pr, Brasil - 20 a 24 de maio de 2007

onde:
− Estado Limite Último está relacionado à capacidade última. Isto é, à ruína ou colapso total e/ou
parcial do sistema e/ou de um componente o que, neste enfoque significa a falha da fundação;
− Estado Limite de Serviço está relacionado ao limite onde a partir dele a fundação necessita ser
reparada.
Em relação ao sistema, os Estados Limites Últimos e de Serviço (também conhecido como de Utilização)
estão associados à função da Linha de Transmissão e à durabilidade de seus materiais. Sob tal enfoque, o
Estado Limite de Serviço é a fronteira onde, a partir dela, a LT pode estar sujeita a uma interrupção
temporária. Por outro lado, o Estado Limite Último é a fronteira onde, a partir dela a LT tem uma
completa perda de capacidade de transmissão de energia.
No que diz respeito ao desempenho da fundação, qualquer deslocamento pode causar certa redução na
capacidade última da torre assim como na própria capacidade última da fundação. Entretanto, é lógico
admitir que a magnitude de tal redução na capacitade da torre irá depender de características desta, tais
como a sua rigidez.
Portanto, a fixação desses limites de deslocamentos deverá estar baseada na interação entre torre e
fundação e isto deverá estar baseado na filosofia dos ‘Estados Limites’, a exemplo de como é feito na
IEC 60826.
Pela IEC 60826, a equação geral de projeto é:
QT ≤ ΦR RC
Onde:
− QT : é o efeito da carga associada a um período de retorno igual a T anos;
− ΦR : fator de resistência que considera a (ΦS) coordenação de resistência (ou seqüência preferencial
de falha), (ΦN) número de components submetidos à maxima intensidade de carga, (ΦQ) diferença
em qualidade entre o ensaio e a real aplicação e (ΦC) a diferença entre o real limite de exclusão e o
limite e=10%
Assim, ΦR = ΦS ΦN ΦQ ΦC
− RC : Resistência característica ou nominal
Com isso, estabelecida a formulação geral, é necessária calibração de modelos juntamente com o
estabelecimento de coeficientes de resistência.

2.2 Comparações de Testes de Campo com Previsões


Visando a aplicação da metodologia da IEC 60826, modelos de previsão da capacidade têm sido
calibrados através da comparação com resultados de ensaios. Exemplo desses esforços são aqueles
executados pelo WG B2-07, relatados em [3], realizados para uma fundação tipo sapata submetida a
solicitação de arrancamento.
De tais estudos, expressões similares as seguintes podem ser estabelecidas. Por exemplo, admitindo-se
que o deslocamento limite para a condição de serviço é de 10mm, a equação de projeto para o ‘estado
limite de serviço’ ficaria:
0,90 QT < 0,93 x 0,98 x 1,0 x 0,9768 Uf30
ou seja
QT < 0,9892 Uf30
Já para o estado limite último ficaria:

0,90 QT < 0,93 x 0,98 x 1,0 x 1,3138 Uf30


QT < 1,33044 Uf30
Onde:
− QT : é o efeito da carga associada a um período de retorno igual a T anos;

3 B2.02_Menezes_1
XII ERIAC - Encontro Regional Ibero-americano do CIGRÉ
Foz do Iguaçu-Pr, Brasil - 20 a 24 de maio de 2007

− Uf30: a capacidade da fundação avaliada pela metodologia do cone invertido, com um ângulo de 30o.
Em tais expressões já está considerada coordenação de falha, ou seqüência preferencial de falha, entre
torre e fundação. Adicionalmente, deve ficar bem claro que tais expressões são válidas para o caso
específico estudado. Expressões similares podem ser estabelecidas para outros casos com relativa
facilidade conceitual, haja vista a clara lógica da filosofia IEC 60826.
3. EXERCÍCIOS TEÓRICOS
Em tal contexto, o seguinte estudo foi proposto para realização no âmbito da interação em WG B2-07 e
B2-08:
a) Selecionar uma típica e representativa estrutura de suspensão;
b) Analisar a resposta da torre em termos de suas forces, em membros, devidas a casos
representativos de cargas, tais como vento extremo transversal;
c) Simular o movimento da fundação em alguns solos específicos como resultado do carregamento:
− recalque vertical;
− arrancamento;
− deslocamento horizontal.
valores tais como 40mm para o recalque vertical, 25mm para o arrancamento e 10mm para o
deslocamento horizontal deveriam ser considerados haja vista representarem ‘limites usuais na
prática’, de acordo com a opinião geral.
d) Avaliar a influência de tais movimentos sobre a torre e sobre a estrutura da fundação;
e) Estender tal exercício a outras condições: características distintas para torres; tipos de solos e de
fundações.
Parte desses estudos já foram realizados, especialmente aqueles relacionados a avaliação teórica e
analítica do problema, relacionando-os aos ensaios realizados.

4. TESTES EXPERIMENTAIS
O presente estudo foi associado a outro exercício já em andamento no WG B2-08 sobre a influência de
modelagem de torres. Portanto, o estudo teórico da influência dos movimentos da fundação foi
inicialmente realizado sobre os três protótipos de torres testados na África do Sul, relatados em [6].

4.1 Descrição dos Protótipos


Os três protótipos de torres testados na África do Sul foram especialmente projetados para estudar a
influência da modelagem e previsões de resposta estrutural. A figura 1 mostra as silhuetas, enquanto a
figura 2 mostra as fotos das mesmas já na estação de testes.
As três torres são visualmente quase idênticas, porém com sutis diferenças no treliçamento. Tais
diferenças representam típicas alternativas de treliçamento frequentemente adotadas na prática. Os
protótipos 2 e 2A são soluções com maior grau de hiperestaticidade interna. Desta forma, já que o
equilíbrio pode ser estabelecido em várias diferentes configurações, espera-se que as torres apresentem
diferentes comportamentos assim como as reações em suas fundações. Protótipo 2 foi escolhido para ser
testado com deslocamentos impostos num pé. Os deslocamentos variaram de 0 a 25mm de arrancamento
e da descarga correspondente. Desse ponto, foi simulado o recalque até 25mm e o correspondente
descarga até 0mm novamente.

4 B2.02_Menezes_1
XII ERIAC - Encontro Regional Ibero-americano do CIGRÉ
Foz do Iguaçu-Pr, Brasil - 20 a 24 de maio de 2007

Figura 1: Silhuetas das três torres testadas na África do Sul

Structure 1 Structure 2 Structure 2A


Figura 2: Protótipos de torres na Estação de Testes

4.2 Previsões da resposta estrutural


A resposta da estrutura foi analisada de forma a estabelecer um valor a ser imposto ao pé da estrutura. O
objetivo destes cálculos foi determinar a magnitude dos deslocamentos que proporcionariam uma margem
de segurança durante os ensaios, haja vista a presença de trabalhadores operando dispositivos durante a
aplicação dos deslocamentos. Os resultados de tais cálculos podem ser resumidos pela figura 3 abaixo.
Nesta figura, pode-se notar que a barra F3 (montante) alcança sua capacidade última (isto é, fator de
utilização igual a -1, em compressão) próximo a 46mm de deslocamento do pé. Tomando-se tal resultado,
foi decidido estabelecer o limite de 25mm durante os testes.

5 B2.02_Menezes_1
XII ERIAC - Encontro Regional Ibero-americano do CIGRÉ
Foz do Iguaçu-Pr, Brasil - 20 a 24 de maio de 2007

Tower 2
No loads/
Only displacements

F2B 13X
F2B 13XY
F2C 14Y
0.5
F2C 14P
F3 15X
F3 15XY
F4 16X
Use factor ([+] Tension
[-] Compression)

0 F4 16XY
0 10 20 30 40 50 60 T11L 37Y
T11L 37XY
T11T 17X
T11T 17XY
-0.5 T12L 40X
T12L 40P
T12T 20Y
T12T 20P
T13L 41Y
-1
T13L 41XY
T13T 21P
T13T 21Y

-1.5
Displacement (mm)

Figura 3: Estudo para determinar deslocamentos para ensaio

4.3 Ensaios
Um sistema de extensômetros, especialmente desenvolvido pela TSI – Technology Services International,
pertencente a ESKOM Transmission Group, para monitorar as forças nas barras. Através desse sistema,
forças axiais e momentos fletores puderam ser acompanhados em tempo real. Figuras 4 mostram detalhes
desse sistema.

Figura 4: Detalhe do sistema de medição em tempo real

Figura 5: Dispositivo projetado para aplicação de deslocamentos na torre 2


Similar providência foi tomada para a aplicação dos deslocamentos, sendo projetada um dispositivo
especial para isso, conforme mostrado nas figuras 5.

6 B2.02_Menezes_1
XII ERIAC - Encontro Regional Ibero-americano do CIGRÉ
Foz do Iguaçu-Pr, Brasil - 20 a 24 de maio de 2007

O sistema completo foi calibrado na condição de barra descarregada (figura 6) estabelecendo as


constantes de proporcionalidade para os extensômetro e após, depois da montagem da torre, ‘zerando’ os
valores quando os carregamentos externos ainda não estavam atuando.

Figura 6: Calibragem do sistema de medição em tempo real

4.4 Resultados dos Ensaios


Alguns dos resultados dos ensaios, comparados com previsões, podem ser visualizados nas figuras
seguintes. Nelas, a barra F4 é um montante; a barra B11L é uma diagonal; a barra T12L é uma diagonal e
a barra P3L é uma diagonal da perna da torre (o ‘pontão’).
(+) Compression Tower T2 - CH38_F4 Axial Tower T2 - CH50_B11L Axial
(+) Compression
200 10

150 5
Member Force (kN)
Member Force (kN)

Test
100 0
Test Displacement
0 Displacement
50 -5
Calculated Uplift
Calculated Uplift Displacement
0 Displacement -10

-15
-50
-20
-100
0 5 10 15 20 25
0 5 10 15 20 25 ( - ) Tension
( - ) Tension Base Uplift Displacement (mm) Base Uplift Displacement (mm)

(+) Compression Tower T2 - CH41_T12L Axial (+) Compression Tower T2 - CH35_P3L Axial
12 10
10 5
Member Force (kN)

Member Force (kN)

8 0
6 Test
-5
Displacement Test
4 -10 Displacement
2 Calculated Uplift -15
0 Displacement -20 Calculated Uplift
Displacement
-2 -25
-4 -30
-6 -35
-8 -40
0 5 10 15 20 25 0 5 10 15 20 25
( - ) Tension Base Uplift Displacement (mm) ( - ) Tension Base Uplift Displacement (mm)

Figura 7: Resultados ensaios versus previsão


Neles, observa-se um comportamento geral de que as solicitações medidas são razoavelmente inferiores
às previsões com modelos lineares, usualmente considerados na prática de projeto.

5. RESULTADOS PRELIMINARES E COMENTÁRIOS


Dos resultados destes estudos, algumas constatações podem ser feitas:
− Quando se trata da resposta estrutural dos montantes, a análise estrutural corrente mostra que devido
ao movimento de ‘arrancamento’ da fundação, o montante correspondente estaria sob compressão.

7 B2.02_Menezes_1
XII ERIAC - Encontro Regional Ibero-americano do CIGRÉ
Foz do Iguaçu-Pr, Brasil - 20 a 24 de maio de 2007

Analogamente, quando a fundação estiver sujeita a um recalque, o montante correspondente estaria


sob tração.
− Assim, pode-se inferir que quando um recalque ocorrer na fundação, o fenômeno estará associado a
uma compressão de grande magnitude. Desse comportamento, pode-se dizer que o recalque iria
causar um ‘alívio’ no membro correspondente. Similar e análogo comportamento pode ser descrito
para o movimento contrário: pode-se inferir que quando a fundação sobre um ‘arrancamento’, o
fenômeno estará associado a uma tração de grande magnitude. Assim, o movimento da fundação
também causaria um ‘alívio’ nas solicitações das barras. Desta perspectiva, não está correta a soma
dos efeitos realizada de um modo conservativo;
− Durante os ensaios, pode-se observar que as solicitações nas barras eram significativamente inferiores
às calculadas por uma análise estrutural comum. Desta forma, o exercício motivou o desenvolvimento
de modelos mais sofisticados para considerar o escorregamento nos parafusos. Tais modelos mais
sofisticados, desenvolvidos por Kaminski Jr.[5] provou melhor representar os resultados, conforme se
observa nas figuras a seguir. Em geral, o escorregamento dos parafusos que ocorre nas ligações, atua
também como um ‘alívio’ da solicitação na barra devida ao movimento da fundação.

Torre 2 - Barra F4 Torre 2 - Barra T12L


0
Experimental 5000 Experimental
Esforço Normal (N)

-25000
E sfo rço No rm al (N )

-50000 0
-75000
-5000
-100000 Modelo 0
Modelo 0
-125000 -10000

-150000 -15000
-175000
Modelo G30 -20000
0 5 10 15 20 25 Modelo G30
Deslocamento vertical para cima (mm) 0 5 10 15 20 25
Deslocamento vertical para cima (mm)

Figura 8: Previsões com modelos de deslizamento nos parafusos


Com tais modelos mais sofisticados, como os mostrados na figura 8, a incorporação da consideração do
deslizamento nos parafusos possibilita fazer previsões bem mais aprimoradas da resposta da torre.

BIBLIOGRAFIA
[1] B. Schmidt, Contribution to CIGRE Open Session 1986;
[2] F. Villa, Effects of interacting construction deviation on 500kV power line structures, International
Conference on Power Transmission: Planning, Design, Performance and Operations, Kuala
Lumpur, Malaysia, document 22-97(WG08)02, 1993.
[3] A.Haldar; A.M.DiGioia; M.B.Buckley; Probabilistic Design of Transmission Line Structure
Foundations, CIGRE 22-99(WG08/TF4)35, ELECTRA report draft;
[4] F. E. Camargo, Sobre Estados Limites de Fundações Considerando a Resposta da Estrutura,
Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da UFRGS, Porto
Alegre Brasil, 2002.
[5] KAMINSKI Jr., J. Incerteza de modelo na análise de torres metálicas treliçadas de linhas de
transmissão, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da UFRGS, Porto Alegre Brasil,
(em conclusão, 2007).
[6] Da Silva, J.B.G.F, Menezes, L.; Influência da Modelagem Hiperestática no comportamento das
estruturas para LTs - Ensaios nos protótipos - WG08; XI ERIAC, Hernandárias, Paraguay 2005.

8 B2.02_Menezes_1

Você também pode gostar