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N-2473 10 / 2021

Ensaio Não Destrutivo – Termografia em


Sistemas Eletromecânicos

Procedimento

Esta Norma substitui e cancela a sua revisão anterior.


Cabe à CONTEC - Subcomissão Autora, a orientação quanto à interpretação do
texto desta Norma. A Unidade da PETROBRAS usuária desta Norma é a
responsável pela adoção e aplicação das suas seções, subseções e
enumerações.

Requisito Técnico: Prescrição estabelecida como a mais adequada e que


deve ser utilizada estritamente em conformidade com esta Norma. Uma
CONTEC eventual resolução de não segui-la (“não-conformidade” com esta Norma) deve
Comissão de Normalização ter fundamentos técnico-gerenciais e deve ser aprovada e registrada pela
Técnica Unidade da PETROBRAS usuária desta Norma. É caracterizada por verbos de
caráter impositivo.

Prática Recomendada: Prescrição que pode ser utilizada nas condições


previstas por esta Norma, mas que admite (e adverte sobre) a possibilidade de
alternativa (não escrita nesta Norma) mais adequada à aplicação específica. A
alternativa adotada deve ser aprovada e registrada pela Unidade da
PETROBRAS usuária desta Norma. É caracterizada por verbos de caráter
não-impositivo. É indicada pela expressão: [Prática Recomendada].

Cópias dos registros das “não-conformidades” com esta Norma, que possam
contribuir para o seu aprimoramento, devem ser enviadas para a
SC - 27 CONTEC - Subcomissão Autora.

Ensaios Não Destrutivos As propostas para revisão desta Norma devem ser enviadas à CONTEC -
Subcomissão Autora, indicando a sua identificação alfanumérica e revisão, a
seção, subseção e enumeração a ser revisada, a proposta de redação e a
justificativa técnico-econômica. As propostas são apreciadas durante os
trabalhos para alteração desta Norma.

“A presente Norma é titularidade exclusiva da PETRÓLEO BRASILEIRO


S. A. - PETROBRAS, de aplicação interna na PETROBRAS e Subsidiárias,
devendo ser usada pelos seus fornecedores de bens e serviços,
conveniados ou similares conforme as condições estabelecidas em
Licitação, Contrato, Convênio ou similar.
A utilização desta Norma por outras empresas/entidades/órgãos
governamentais e pessoas físicas é de responsabilidade exclusiva dos
próprios usuários.”

Apresentação

As Normas Técnicas PETROBRAS são elaboradas por Grupos de Trabalho


- GT (formados por Técnicos Colaboradores especialistas da Companhia e de suas Subsidiárias), são
comentadas pelas Unidades da Companhia e por suas Subsidiárias, são aprovadas pelas
Subcomissões Autoras - SC (formadas por técnicos de uma mesma especialidade, representando as
Unidades da Companhia e as Subsidiárias) e homologadas pelo Núcleo Executivo (formado pelos
representantes das Unidades da Companhia e das Subsidiárias). Uma Norma Técnica PETROBRAS
está sujeita a revisão em qualquer tempo pela sua Subcomissão Autora e deve ser reanalisada a
cada 5 anos para ser revalidada, revisada ou cancelada. As Normas Técnicas PETROBRAS são
elaboradas em conformidade com a Norma Técnica PETROBRAS N-1. Para informações completas
sobre as Normas Técnicas PETROBRAS, ver Catálogo de Normas Técnicas PETROBRAS.

PROPRIEDADE DA PETROBRAS 12 páginas


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N-2473 10 / 2021

1 Escopo

1.1 Esta Norma fixa as condições exigíveis na realização do ensaio não destrutivo por meio da
técnica de termografia.

1.2 Esta Norma se aplica a inspeção de sistemas eletromecânicos, elétricos ou mecânicos através
da termografia, com obtenção de termogramas e registro de temperaturas.

1.3 O ensaio não destrutivo, objeto desta Norma, se aplica a partir da data de sua emissão.

1.4 Esta Norma contém Requisitos Técnicos e Práticas Recomendadas.

2 Referências Normativas

Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para


referências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas,
aplicam-se as edições mais recentes dos referidos documentos (incluindo emendas).

INMETRO VIM:2012 - Vocabulário Internacional de Metrologia (Primeira Edição Brasileira


do VIM 2008);

Norma Regulamentadora no 10 (NR-10) - Segurança em Instalações e Serviços em


Eletricidade;

PE-1PBR-00309 - Seleção, aquisição e utilização de vestimentas de proteção FR e


proteção combinada (FR&AE);

PETROBRAS N-2830 - Critérios de Segurança para Ambientes e Serviços em Painéis e


Equipamentos Elétricos com Potencial de Arco Elétrico;

ABNT NBR 15424:2016 - Ensaios Não Destrutivos - Termografia - Terminologia;

ABNT NBR 15572:2013 - Ensaios Não Destrutivos - Termografia - Guia para Inspeção de
Equipamentos Elétricos e Mecânicos;

ABNT NBR 15763:2009 - Ensaios Não Destrutivos - Termografia - Critérios de Definição de


Periodicidade de Inspeção em Sistemas Elétricos de Potência;

ABNT NBR 15866:2010 - Ensaios Não Destrutivos - Termografia - Metodologia de


Avaliação de Temperatura de Trabalho de Equipamentos em Sistemas Elétricos;

ABNT NBR 16969:2021 – Ensaios não destrutivos – Termografia infravermelha – Princípios


gerais;

ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017 - Requisitos gerais para a competência de laboratórios de


ensaio e calibração.

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3 Termos e Definições

Para os efeitos deste documento aplicam-se a PETROBRAS N-2830, a ABNT NBR 15424:2016 e o
VIM:2012 e os seguintes termos e definições.

3.1
adição
inserção de um novo parágrafo ou de um texto em parágrafo

3.2
assistente autorizado
profissional capacitado segundo a NR-10 e autorizado pelo usuário final para realizar as tarefas
exigidas pelo termografista e que possui conhecimento sobre a operação e história do equipamento
a ser inspecionado e sobre as práticas de segurança e regras do usuário final

3.3
modificação
substituição de todo um parágrafo ou modificação de parte dele

3.4
supressão
exclusão do parágrafo ou parte dele

3.5
norma base
normas de projeto, fabricação, construção e montagem relativas ao equipamento inspecionado e
normas complementares citadas por estas

3.6
MIFOV - Measuring Instantaneous Field of View - (IFOVmeas)
resolução de medida de uma câmera de termografia. Tipicamente igual à resolução espacial (MIFOV)
da câmera multiplicada por um fator entre 2 e 5 (sendo 3 o valor mais comum)

4 Condições Gerais

4.1 A verificação das câmeras de termografia tem como norma base a ABNT NBR 16969:2021,
exceto quanto às modificações e supressões mencionadas na Seção 5, de condições específicas.

4.2 Para sistemas elétricos e mecânicos, o ensaio termográfico deve ser executado conforme
preconizado nas normas base ABNT NBR 15572:2013, NBR 15763:2009, e NBR 15866:2010, exceto
quanto às modificações, adições e supressões mencionadas na Seção 5, de condições específicas.

4.3 Quando uma norma base referenciada na Seção 2 não for citada na Seção 5, de condições
específicas, ela deve ser aplicada integralmente.

4.4 Para as normas base referenciadas na Seção 2, é necessária a adição dos 5.1 a 5.5 desta
Norma visando complementá-las.

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4.5 Valores de emissividade encontram-se disponíveis nos manuais das câmeras de termografia.
Caso da emissividade do material a ser inspecionado não conste no anexo ou na literatura, ou então
no caso de as temperaturas serem diferentes, a emissividade deve ser determinada
experimentalmente. Podem ser usados indicadores com emissividade conhecida nos pontos de
inspeção. Recomenda-se o uso da norma ABNT NBR 16969:2021 para auxiliar.

4.6 Para a determinação dos valores de temperatura aparente refletida e transmissividade do meio,
recomenda-se o uso da norma ABNT NBR 16969:2021.

5 Condições Específicas para Inspeção Termográfica em Sistemas Elétricos e


Mecânicos

5.1 Modificações, Adições e Supressões na ABNT NBR 16969:2021

5.1.1 Item 4.1 – Qualificação – Modificar

Recomenda-se que os profissionais diretamente envolvidos com a aplicação do método da


termografia infravermelha sejam treinados no desempenho da técnica.

5.1.2 Item 12.2 – Relatório de inspeção – Modificar

h) avaliação quantitativa conforme item 5.4 e Anexo B da PETROBRAS N-2473;


i) conclusões e recomendações.

5.1.3 Anexo A - item A.1.1 Calibração - Adicionar

5.1.3.1 Para a calibração da câmera, o usuário deve encaminhar o equipamento para laboratórios
reconhecidos e/ou acreditados conforme a ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017, segundo uma
periodicidade preestabelecida de acordo com a frequência de uso da câmera e das condições de
trabalho;

5.1.3.2 Se o laboratório não for uma instituição reconhecida e/ou acreditada conforme a
ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017, o usuário deve verificar o procedimento de calibração do laboratório
para avaliar sua confiabilidade e a rastreabilidade dos padrões utilizados;

5.1.3.3 Ao fim da calibração o laboratório deve emitir um documento contendo, no mínimo, as


informações contidas na ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017 e as curvas de calibração por ponto, na
faixa de aplicação da câmera;

5.1.3.4 Caso as incertezas de medição (erro de medição) informadas no certificado de calibração


estejam fora das especificações definidas pelo fabricante, o equipamento deve ser submetido a
calibração e reparo por parte do fabricante.

5.2 Modificações, Adições e Supressões na ABNT NBR 15572:2013

5.2.1 Itens 5.2, 9.2.1, 9.2.2, 9.3.7, 9.3.13, 9.4.2, 9.4.3 - Modificar

Assistente qualificado por assistente autorizado.

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5.2.2 Item 5 - Responsabilidades Pessoais - Adicionar

5.2.2.1 Requisitos Mínimos para a Contratação de Serviços de Termografia

Se a contratação for necessária, considerar as seguintes práticas:

— execução do ensaio por inspetor que possua curso específico na área elétrica,
reconhecido pelo Ministério da Educação e Cultura;
— execução do ensaio por inspetor treinado na técnica de termografia, cuja qualificação
seja comprovável e tenha duração mínima de 32 h sob supervisão de profissional
termografista com reconhecida experiência;
— termografista com experiência mínima de 3 anos na técnica aplicada a equipamentos
elétricos e/ou mecânicos;
— termografista com curso de NR-10, de acordo com o tipo de inspeção a ser realizada;
— apresentação de procedimento que atenda às condições específicas do trabalho a ser
executado e em conformidade com as exigências da PETROBRAS.

5.2.2.2 Qualificação de Procedimentos e Capacitação de Pessoal

5.2.2.2.1 Procedimentos de Inspeção

Devem ser utilizados procedimentos elaborados por termografista devidamente capacitado.

5.2.2.2.2 Fiscal do Contrato de Ensaio de Termografia

A fiscalização do contrato da Petrobras deve ser amparada por um técnico ou engenheiro com
conhecimento em ensaio por termografia, com competência para assistir na elaboração do contrato e
realizar análise crítica do ensaio.

5.2.3 Item 8 - Instrumentos - Adicionar

Seleção de câmeras termográficas para a execução do ensaio:

a) utilizar preferencialmente uma câmera ergonômica, portátil e leve, cujo sistema de


detecção seja fixo (detector de matriz de plano focal - “Focal Plane Array - FPA”),
evitando partes móveis e mecânicas utilizadas no sistema de detecção por varredura;
b) faixa espectral da câmera termográfica de 8-14μm (ondas longas);
c) resolução espacial e de medida devem atender às distâncias e dimensões dos alvos a
ser inspecionados; na maioria das situações, a lente padrão de 24° x 18°. O Anexo A
auxilia no cálculo do MIFOV necessário em função do tamanho mínimo de objeto que
se necessita medir temperatura e da distância na qual a medição é realizada. O Anexo
auxilia também no cálculo do campo de visão (FOV) da lente requerido em função do
número de pixels da câmera;
d) sensibilidade térmica máxima de 80 mK ou 0,08 °C;
e) faixa mínima de medição de temperatura de -10 °C a 500 °C.

5.2.4 Item 9.1 - Equipamentos e materiais - Adicionar

— trena eletrônica digital com mira laser, para inspeções a longa distância;
— conjunto de ferramentas para abertura de equipamentos, quando necessário;

NOTA É interessante realizar um cadastro com o tipo de ferramenta a ser utilizada para abertura
de cada painel/equipamento, pois cada subestação possui um tipo de fechamento;

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5.2.5 Item 9.2 - Práticas recomendadas antes da execução da inspeção - Adicionar

5.2.5.1 Se a inspeção for executada por mão-de-obra própria, o assistente autorizado poderá ser o
termografista, a critério da empresa. Isto, porém, não isenta o cumprimento do requisito do item
10.7.3 da NR-10, no qual, no mínimo, duas pessoas são exigidas para a realização do ensaio.

5.2.5.2 É interessante que o termografista possua uma referência de temperatura (corpo negro ou
alguma outra referência com temperatura e emissividade conhecidas) para possibilitar a verificação
inicial da câmera de termografia dentro das faixas de temperaturas mais utilizadas no seu trabalho.

5.2.6 Item 9.3 - Práticas recomendadas para a execução da inspeção - Adicionar

5.2.6.1 Habilitar o período do obturador (“shutter period”) para curto quando registrando valores de
temperatura e para médio quando apenas visualizando a cena de inspeção. No caso de termovisores
que não disponham desta função, efetuar as correções de não uniformidade (“Non Uniformity
Correction” - NUC) manualmente a cada 30 minutos de operação quando medindo temperatura.

5.2.6.2 Aguardar o tempo necessário para que os instrumentos de termometria (câmera


termográfica, radiômetro etc.) se aclimatizem com a mudança de temperatura (sala
refrigerada/armazenamento - área industrial).

5.2.6.3 Compensar a presença de ótica externa (janela infravermelha) com registro de sua
transmitância espectral ao infravermelho e temperatura ou, para câmeras que não disponham deste
recurso, registrar como emissividade do alvo o produto da emissividade do componente pela
transmitância da ótica. Quando este parâmetro não for seguramente informado pelo fornecedor do
produto, deve ser obtido pelo termografista através de testes com corpos de prova de temperatura e
emissividade conhecidas, e de preferência, na faixa de temperaturas esperada para os equipamentos
a serem inspecionados.

NOTA É importante que a transmitância espectral da ótica seja conhecida e seu valor seja
confiável em relação à câmera infravermelha utilizada.

5.2.6.4 Item 9.3.3 – suprimir Nota

5.2.6.5 Não efetuar a inspeção através de anteparos ou vidro.

5.2.6.6 Para aumentar a emissividade de conectores e demais componentes de equipamentos


elétricos manufaturados à base de cobre, alumínio ou aço, se possível, antes da inspeção, utilizar
tinta (acrílica ou de óxido de zinco) sobre as superfícies dos componentes. Quando isso não for
possível, o termografista pode fazer a medição de temperaturas nas áreas dos componentes onde
existam cavidades, oxidação, corrosão ou sujeira, aproveitando-se do natural incremento de
emissividade nestas áreas. Quando não for possível identificar todas as emissividades envolvidas na
inspeção, adotar o valor de 0,75 como emissividade padrão de todos os componentes do
equipamento elétrico na análise qualitativa.

5.2.6.7 Item 9.3.7 – Modificar

Recomenda-se, quando possível, que a termografia seja realizada com a carga acima de 50 %.
Quando da inspeção em componentes de um equipamento operando com corrente elétrica abaixo de
50 % do valor nominal, a tendência de temperatura deve ser acompanhada ou realizada com uma

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menor periodicidade. Para os casos em que não se detecte anomalias, deve ser registrado que a
termografia foi feita com carga baixa (inferior a 50 %).

Quando a inspeção não puder ser realizada na sua totalidade, isto deve ser registrado em relatório
informando as causas.

5.2.7 Item 9.5 - Práticas recomendadas para identificação, avaliação e gestão das anomalias
térmicas - Adicionar

a) para maior exatidão na medição, repetir o procedimento e considerar o valor médio de


temperatura;
b) verificar se a anomalia encontrada corresponde a um efeito de reflexo devido a fontes
externas e/ou adjacentes;
c) se não for possível medir a corrente, adotar o mesmo tratamento dado para circuitos de
controle, comando e de corrente contínua, ou seja, não corrigir carga;
d) registrar e corrigir, conforme o Anexo B, os valores medidos segundo os critérios de
correção de temperatura, registrar a velocidade do vento, temperatura ambiente e
atmosférica e umidade relativa do ar, o que for pertinente;
e) além das correções efetuadas sobre as medidas adquiridas com a câmera de
termografia, considerar o impacto que a falha do componente em questão representa;
f) a unidade pode elaborar uma matriz de risco adequada às condições operacionais de
suas instalações industriais para auxiliar na tomada de decisões;

5.2.8 Item 11 - Segurança, Meio Ambiente e Saúde - Adicionar

5.2.8.1 As atividades desse item se aplicam aos serviços de inspeção termográfica realizados em
zonas controladas e zona de risco (conforme NR-10). Caso seja estritamente necessária a extração
de gavetas ou disjuntores, bem como a abertura de tampas aparafusadas, deve ser efetuado
delineamento específico para a atividade. Na fase de planejamento dos trabalhos deve se avaliar a
necessidade de rádios de comunicação e outros recursos adicionais para o trabalho.

5.2.8.2 Para atividades em sistemas elétricos os EPIs devem ser estabelecidos no planejamento e
análise de risco do trabalho, ou no procedimento da unidade, conforme os requisitos descritos na
PETROBRAS N-2830 e indicação abaixo:

a) vestimenta de segurança completa (ver Tabela 3 da PETROBRAS N-2830) compatível


com a energia incidente do local. Em locais com energia incidente inferior a 8 cal/cm²
utilizar vestimentas para Categoria de Risco 2 (ATPV II). Caso a energia incidente seja
superior a 8 cal/cm² utilizar vestimentas compatíveis com o nível de energia incidente do
painel e/ou equipamentos elétrico;
b) bota com isolação testada para 14 kV, conforme padrão PE-1PBR-00309 - Seleção,
aquisição e utilização de vestimentas de proteção FR e proteção combinada (FR&AE);
c) outros EPIs indicados em análise de risco da atividade ou na PETROBRAS N-2830.

NOTA 1 Na impossibilidade de determinação da energia incidente para determinação do EPI


adequado, recomenda-se o envolvimento do SMS local para elaboração de análise de risco
específica.
NOTA 2 Não é recomendável intervenções em painéis energizados com níveis de energia incidente
superior a 167,36 J/cm² (40 cal/cm²), pelo motivo que não existe vestimenta de proteção
com capacidade de proteger o trabalhador nestas circunstâncias. Recomenda-se o
envolvimento do SMS local para elaboração de análise de risco específica.

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5.3 Modificações, Adições e Supressões na ABNT NBR 15763:2009 - Item 5 - Parâmetros dos
Critérios da Aplicação da Termografia em Sistemas Elétricos - Modificar

No Item 5.2 da ABNT NBR 15763:2009 o intervalo recomendado entre as inspeções termográficas é
de seis meses para os sistemas elétricos citados no item 5.1 da ABNT NBR 15763:2009, não
devendo, na impossibilidade de se cumprir esse período, ser superior a 12 meses.

5.4 Modificações, Adições e Supressões na ABNT NBR 15866:2010 - Item 8.2 Avaliação
Quantitativa - Adicionar

5.4.1 Critérios para Classificação das Medições

A elevação máxima de temperatura admissível é obtida através da equação:

T max  T max  Ta

Onde:
ΔTmax é a elevação máxima de temperatura admissível;
Tmax é a temperatura máxima admissível para o componente;
Ta é a temperatura ambiente.

NOTA A Tmax é normalmente especificada pelo fabricante do componente a partir da qual tem
início o processo de degradação do material. O anexo A da ABNT NBR 15866:2010 provê
alguma informação a respeito.

5.4.2 Fator de Elevação de Temperatura (FET)

O FET é obtido através da equação:

 TC 
FET   
 T max 

NOTA A classificação dos aquecimentos medidos e a determinação da providência a ser tomada


seguem os critérios descritos na Tabela 1.

Tabela 1 - Classificação Técnica dos Aquecimentos Medidos e a Determinação da


Providência

Fator de Elevação de
Classificação térmica Providência
Temperatura (FET)
0,9 ou mais Severamente aquecido Manutenção imediata
0,6 a 0,9 Muito aquecido Manutenção programada
0,3 a 0,6 Aquecido Em observação
Até 0,3 Normal Normal

Onde:
— condição normal: pontos que apresentam níveis normais de temperatura após correção
do aquecimento a 100 % da carga;
— condição aquecido: pontos cujo aquecimento corrigido não é conclusivo no que se refere
ao estado do componente, sendo recomendável manter o componente em observação
até a próxima inspeção;
— condição muito aquecido: pontos nos quais o aquecimento corrigido indica estarem em
vias de apresentar defeito, mas cuja evolução ainda permite a programação de
manutenção;

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— condição severamente aquecido: pontos cujo aquecimento corrigido indica que o


comportamento do componente é imprevisível devido à temperatura atingida, a
manutenção deve ser imediata.

NOTA Assim como expresso no item 10 da ABNT NBR 15866:2010, a unidade pode elaborar uma
matriz de risco adequada às suas necessidades. A simples tomada de decisão com base na
Tabela 3 pode se transformar em uma medida muito conservadora. O cálculo do FET
também está sujeito a erros de medição que interferem na confiança da classificação da
falha.

5.5 Uso geral de radiômetros ou pirômetros óticos:

a) atentar para os principais parâmetros de seleção destes equipamentos, que são o


campo de visão (FOV) e a faixa espectral de sensibilidade;
b) o FOV deve ser sempre menor que o tamanho do objeto a ter sua temperatura medida;
os modelos mais recentes utilizam feixes de laser para indicar o centro da região
sensoreada;
c) o campo de visão de um radiômetro pode ser referenciado tanto em graus, como pela
razão distância/diâmetro da área medida (D:S); se considerarmos um instrumento com
D:S de 60:1, o diâmetro sensoreado a uma distância de 60 m terá 1 m;
d) a faixa espectral dos instrumentos disponíveis no mercado varia entre 0,8 a 14 μm;
e) selecionar a mais adequada ao caso específico, seguindo as recomendações do
fabricante e experiência da unidade; para inspeção interna, o ideal seria contar com
radiômetros operando nos menores comprimentos de onda disponíveis;
f) considerar que os radiômetros ou pirômetros óticos não são uma referência exata de
temperatura; estes dispositivos apenas indicam uma ideia desta grandeza;
g) trabalhar com a emissividade sempre igual a 1.

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Anexo A – Determinação do MIFOV requerido e Cálculo de lentes

Para o cálculo da distância máxima na qual um objeto de tamanho D pode ter sua temperatura
medida a equação seguinte pode ser utilizada:

D[m ]
Distmáx [m] =
MIFOV [mrad ] x10  3

onde:
- Distmáx é a distância máxima na qual um objeto de tamanho D pode ter sua temperatura
registrada com exatidão;
- D é o tamanho do objeto sob inspeção.

- Exemplo 1 - Qual seria a distância máxima na qual uma câmera de termografia com IFOV igual a
1,3mrad detectaria um objeto de 0,05 x 0,05 m?

O valor do MIFOV seria igual a 1,3 mrad x 3, ou seja, aproximadamente 3,9 mrad. Para um objeto de
0,05 x 0,05 m a distância máxima seria:

Distmáx [m] = 0,05 / 3,9x10-3 = 12,8.

- Exemplo 2 - Situação para o Cálculo de uma Lente: um termografista de 1,70 m de altura encontra-
se a 2 m da base de uma torre de 40 m de altura. Qual a lente adequada para inspecionar uma
conexão de grampo com 0,08 x 0,08 m?

Distmáx [m] = (40-1,7)2 + 22 = 38,5


MIFOV [mrad] = 0,08/38,5x10-3 = 2,08

A equação seguinte relaciona o campo de visão, ou FOV, com o IFOV:

IFOV [mrad] = FOV [graus] x 17,45 / nº de pixels

Considerando que o IFOV é aproximadamente 3 vezes menor que o MIFOV, e para uma câmera de
320 x 240 pixels, segue que:

IFOV = 2,08/3 = 0,69 mrad

FOVhorizontal = 0,69 x 320 / 17,45 = 12,7°

FOVvertical = 0,69 x 240 / 17,45 = 9,5°

Assim sendo, uma lente de 12ºx9º seria suficiente.

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Anexo B - Fatores de Correção

B.1 Fator de Correção de Velocidade do Vento (FCVV)

Tabela B.1 - Fator de Correção de Velocidade do Vento

Velocidade do
Até 1 > 1 até 2 > 2 até 3 > 3 até 4 > 4 até 5 > 5 até 6
vento
[3,6] [7,2] [10,8] [14,4] [18] [21,6]
(m/s [km/h])
FCVV 1,00 1,37 1,64 1,86 2,06 2,23
NOTA 1 A velocidade do vento nas condições de ensaio deve ser conhecida.
NOTA 2 O FCVV é válido para velocidades do vento iguais ou inferiores a 6 m/s ou
aproximadamente 20 km/h.

B.2 Fator de Correção de Carga (FCC)

B2.1 O FCC é obtido através da equação:

2
 In 
FCC   
 Im 

Onde:
In é a carga nominal [A];
Im é a carga medida [A].

NOTA Os valores do FCC são válidos para cargas iguais ou superiores a 50 % da carga nominal.

O FCC também pode ser obtido através da Tabela 2.

Tabela B.2 - Fator de Correção de Carga

Carga % 100 95 90 85 80 75 70 65 60 55 50
FCC 1,00 1,11 1,23 1,38 1,56 1,77 2,00 2,37 2,78 3,30 4,00

B2.2 O uso de fatores de correção de carga menos conservativos ou adoção de um fator de correção
unitário (FCC = 1 para quaisquer casos) pode ser uma prática seguida pela Unidade desde que sob a
devida justificativa técnica e mantendo-se sua adoção constante para efetiva análise de histórico de
medições.

B.3 Temperatura Final Corrigida (TFC)

A TFC é obtida através da equação:

TFC  TC  Ta

Onde:
ΔTC é a elevação de temperatura corrigida calculada para carga nominal (100 %);
Ta é a temperatura ambiente.

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Sendo:
TC  (Tm - Ta) x FCC x FCVV

Onde:
Tm é a temperatura medida.

NOTA Para efeito deste cálculo, a carga nas condições de ensaio deve ser conhecida e para
cargas medidas superiores à normal não deve ser usado o FCC.

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