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PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS A resposta, para além do apoio direto às pessoas, assenta
numa dinâmica promocional predominantemente dirigida
à reabilitação do edificado e ao arrendamento e em aborda-
Decreto-Lei n.º 37/2018
gens integradas e participativas que promovam a inclusão
de 4 de junho social e territorial, mediante uma forte cooperação entre
políticas e organismos setoriais, entre as administrações
O XXI Governo Constitucional reconheceu, no âmbito central, regional e local e entre os setores público, pri-
das suas prioridades políticas, o papel central da habitação vado e cooperativo, bem como uma maior proximidade
e da reabilitação para a melhoria da qualidade de vida das às populações.
populações, para a revitalização e competitividade das Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das
cidades e para a coesão social e territorial. Regiões Autónomas e a Associação Nacional de Municí-
De facto, apesar de uma redução quantitativa das ca- pios Portugueses.
rências habitacionais, persistem problemas de natureza Assim:
estrutural no setor da habitação, com efeitos ao nível do Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons-
acesso a uma habitação condigna por parte da população. tituição, o Governo decreta o seguinte:
As profundas alterações verificadas nos modos de vida e
nas condições socioeconómicas das populações e os efeitos
da conjugação de anteriores políticas de habitação e da CAPÍTULO I
mudança de paradigma no acesso ao mercado de habitação,
precipitada pela crise económica e financeira internacional, Disposições gerais
geraram uma combinação de carências conjunturais com
necessidades de habitação de natureza estrutural a que Artigo 1.º
importa dar resposta, assegurando simultaneamente o equi- Objeto
líbrio entre os vários segmentos de ofertas habitacionais e
a funcionalidade global do sistema. O presente decreto-lei estabelece o 1.º Direito — Pro-
A esse fenómeno aliaram-se deficiências na qualificação grama de Apoio ao Acesso à Habitação.
do edificado e lacunas no domínio da coesão socioterri-
torial, apenas superáveis mediante a implementação de Artigo 2.º
dinâmicas de revitalização social e de reestruturação ur- Âmbito e fins
bana e através da prevenção de fenómenos de segregação
socioterritorial, gentrificação, despovoamento dos centros O 1.º Direito é um programa de apoio público à pro-
urbanos e periferização habitacional. moção de soluções habitacionais para pessoas que vivem
Os múltiplos desafios que se colocam à política de ha- em condições habitacionais indignas e que não dispõem
bitação e à reabilitação exigem ademais uma abordagem de capacidade financeira para suportar o custo do acesso
integrada ao nível das políticas setoriais, das escalas ter- a uma habitação adequada.
ritoriais e do envolvimento dos vários atores, a par com a
flexibilidade para a adequação às especificidades próprias Artigo 3.º
do edificado, dos territórios e das comunidades. Princípios
Nessa medida, a Nova Geração de Políticas de Habi-
tação (NGPH), aprovada pela Resolução do Conselho de Ao abrigo e em execução do 1.º Direito, para além dos
Ministros n.º 50-A/2018, de 2 de maio, é orientada no princípios gerais de direito aplicáveis, são de observar os
sentido de acomodar o aumento da população excluída seguintes princípios:
do acesso à habitação por situações de grave carência e a) Princípio da acessibilidade habitacional, segundo o
vulnerabilidade várias, incentivando, nomeadamente, uma qual uma pessoa ou um agregado tem direito a que sejam
oferta alargada de habitação para arrendamento público. criadas condições para que os custos com o acesso a uma
As questões da habitação e da reabilitação, bem como do habitação adequada e permanente sejam comportáveis pelo
arrendamento, exigem, assim, uma implementação segura seu orçamento sem comprometer a satisfação de outras das
e estruturada de soluções e respostas de política pública no suas necessidades básicas;
setor da habitação que garantam o acesso a uma habitação b) Princípio do planeamento estratégico local, em fun-
adequada às pessoas que vivem em condições indignas e ção do qual as soluções habitacionais a promover ao abrigo
cuja situação de carência financeira as impede de aceder do 1.º Direito devem estar alinhadas com as estratégias mu-
a soluções habitacionais no mercado. nicipais e supramunicipais de política local de habitação,
Destaca-se nesse palco o papel imprescindível e instru- no quadro das opções definidas pelos municípios para o
mental das autarquias locais na construção e implemen- desenvolvimento dos seus territórios, em especial ao nível
tação de respostas mais eficazes e eficientes, dada a sua da ocupação do solo, da requalificação e da modernização
relação de proximidade com os cidadãos e com o território, do parque imobiliário urbano, da coesão socioterritorial
que lhes permite ter uma noção mais precisa dos desafios e económica, da igualdade e não discriminação e da sus-
e dos recursos passíveis de mobilização. tentabilidade os espaços urbanos;
No quadro das soluções e respostas de política pública c) Princípio da integração social, no sentido de o apoio
prosseguidas pela NGPH, o presente decreto-lei cria um ao acesso à habitação não significar o apoio a qualquer
novo programa de apoio público, o 1.º Direito — Programa solução habitacional, devendo ser favorecidas soluções de
de Apoio ao Acesso à Habitação, orientado para assegurar ocupação dispersas em zonas habitacionais existentes ou
o acesso a uma habitação adequada às pessoas que vivem que garantam a diversidade social e estejam inseridas no
em situações indignas e que não dispõem de capacidade tecido urbano, assim se promovendo a integração da pessoa
financeira para aceder, sem apoio, a uma solução habita- ou do agregado nas comunidades residentes e evitando-se
cional adequada. fenómenos de segregação e de exclusão socioterritorial;
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d) Princípio da estabilidade, segundo o qual deve existir mização da eficiência no uso das mesmas, no sentido de
uma atuação conjugada dos diferentes atores institucionais evitar desperdícios, otimizar os consumos e favorecer a
envolvidos na facilitação do acesso à habitação por parte sustentabilidade energética e hídrica.
das pessoas mais desprotegidas, bem como ao nível da sua
proteção, integração e autonomização, por forma a que es- Artigo 4.º
tas sejam providas, não apenas de uma habitação, mas das Definições
condições habitacionais, financeiras e sociais necessárias à
sua autonomização e à estabilidade das soluções apoiadas Para efeitos do presente decreto-lei considera-se:
ao abrigo do 1.º Direito;
a) «Agregado habitacional», o conjunto constituído pe-
e) Princípio da cooperação, pelo qual todos os atores,
las pessoas que coabitam em economia comum no mesmo
sejam públicos ou privados, devem promover a definição
local e mantêm entre si vínculos de convivência estável e
e concretização de procedimentos convergentes e arti-
ou de dependência, com exceção das situações previstas
culados entre eles de modo a assegurar que as soluções
no n.º 8 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 70/2010, de 16 de
habitacionais ao abrigo do 1.º Direito integram medidas
junho, na sua redação atual;
complementares de acompanhamento técnico e social,
b) «Agregado unititulado», o agregado habitacional
antes, durante e após a respetiva promoção, no sentido de
constituído por um ou mais dependentes e um único adulto
maximizar a sua eficácia, coerência e estabilidade;
não dependente;
f) Princípio da participação, no sentido de ser assegurado
c) «Dependente», o menor de idade e a pessoa que, não
que os destinatários das habitações financiadas ao abrigo
tendo mais de 25 anos ou tendo mais de 65 anos, aufira
do 1.º Direito são chamados, diretamente ou através de
rendimentos iguais ou inferiores à pensão social do regime
associações que os representem, a participar na definição
não contributivo, e que integre um agregado com um ou
e implementação das soluções habitacionais e sociais que
mais adultos não dependentes;
lhes são destinadas, em particular quando estão em causa
d) «Deficiência» ou «incapacidade», a situação da pes-
interesses específicos de pessoas e grupos mais vulnerá-
soa com grau de incapacidade permanente igual ou superior
veis, nomeadamente as comunidades ciganas e as pessoas
a 60 %, devidamente comprovado com atestado médico
em situação de sem abrigo;
de incapacidade multiúso;
g) Princípio da equidade, segundo o qual deve ser as-
e) «Situação de carência financeira», a situação da pes-
segurada uma justa repartição do esforço operacional e
soa ou do agregado habitacional que detém um património
financeiro exigido a todas as entidades, públicas e priva-
mobiliário de valor inferior a 5 % do limite do estabele-
das, envolvidas na promoção de soluções habitacionais
cido nos termos dos n.os 4 e 5 do artigo 2.º do Decreto-Lei
que permitam garantir o acesso à habitação por parte de
n.º 70/2010, de 16 de junho, na sua redação atual, e cujo
pessoas financeiramente carenciadas e a viver em situação
rendimento médio mensal é inferior a quatro vezes o in-
habitacional indigna;
dexante dos apoios sociais (IAS);
h) Princípio da perequação, pelo qual o município com-
f) «Pessoa em situação de sem-abrigo», aquela que se
petente deve adotar os mecanismos necessários para asse-
encontre:
gurar uma justa redistribuição dos benefícios e dos encar-
gos decorrentes de operações urbanísticas promovidas no i) Sem teto, vivendo no espaço público, alojada em abrigo
âmbito e para efeito de soluções habitacionais financiadas de emergência ou com paradeiro em local precário; ou
com o apoio do Estado ao abrigo do 1.º Direito; ii) Sem casa, encontrando-se em alojamento temporário
i) Princípio da reabilitação do edificado, segundo o qual destinado para o efeito;
o apoio público ao abrigo do 1.º Direito deve privilegiar a
disponibilização de habitações através da reabilitação do g) «Município competente», o município, ou o órgão
edificado, em vez da construção de nova edificação, como do município, em cujo território reside a pessoa ou o agre-
forma de contribuir para a valorização do parque habita- gado habitacional que se candidata a apoio ao abrigo do
cional, para a requalificação e revitalização das cidades e 1.º Direito ou no qual são promovidas as soluções ha-
para a sustentabilidade e uso eficiente dos recursos; bitacionais financiadas no âmbito deste programa, sem
j) Princípio do incentivo ao arrendamento, no sentido prejuízo de qualquer dessas soluções poder ser desenvol-
de que o apoio público ao abrigo do 1.º Direito deve privi- vida por uma Região Autónoma ou por uma associação
legiar o acesso a uma habitação arrendada em detrimento de municípios, diretamente ou através de entidade que a
da aquisição de habitação, como forma de contribuir para represente, quando detenha os poderes para o efeito nos
o equilíbrio entre regimes de ocupação e a promoção e termos legais aplicáveis;
regulação do mercado de arrendamento; h) «Serviços sociais competentes», os serviços e orga-
k) Princípio das acessibilidades, de acordo com o qual nismos com atribuições legais em matéria de assistência,
as obras de reabilitação ou de construção em frações e de apoio e de solidariedade social, nomeadamente os ser-
prédios destinados a habitação devem integrar soluções viços do Instituto da Segurança Social, I. P. (ISS, I. P.), e
de melhoria da acessibilidade, exigíveis nos termos das as comissões de proteção de crianças e jovens;
normas técnicas legalmente aplicáveis, que proporcionem i) «Habitação adequada», a fração ou o prédio destinado
a pessoas com mobilidade e autonomia condicionadas a habitação apto a satisfazer condignamente as necessida-
condições de facilidade e de conforto nos acessos à sua des habitacionais de uma pessoa ou de um agregado fami-
habitação e na circulação no interior da mesma; liar determinado, tendo em consideração, designadamente,
l) Princípio da sustentabilidade ambiental, segundo o a composição deste, a tipologia da habitação e as condições
qual, na promoção das intervenções de reabilitação e de de habitabilidade e de segurança da mesma;
construção apoiadas ao abrigo do 1.º Direito, são de adotar j) «Habitação própria e permanente», a fração ou o
equipamentos, tecnologias e ou processos conducentes a prédio cujo titular é, pelo menos, uma pessoa do agregado
uma utilização racional da energia e da água e à maxi- que nela reside e na qual os seus membros têm organizada
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de forma estável a sua vida pessoal, familiar e social, v) «Autopromoção», a promoção pelo próprio agregado
considerando-se como titular quem seja proprietário, su- elegível ao abrigo do 1.º Direito, através de empreitada
perficiário ou usufrutuário da fração ou do prédio, no todo contratada diretamente pelo mesmo, da construção de pré-
ou em parte maioritária; dio unifamiliar destinado a proporcionar-lhe uma habitação
k) «Prédio», qualquer prédio urbano, ou seja, qualquer adequada.
edifício incorporado no solo, com os terrenos que lhe sir- Artigo 5.º
vam de logradouro;
Conceito de condições indignas
l) «Fração», cada uma das partes de um prédio, esteja
ou não em regime de propriedade horizontal, que constitui Vivem em condições indignas as pessoas que não dis-
uma unidade independente, com saída própria para uma põem de uma habitação adequada, residindo de forma
parte comum do prédio ou para a via pública, e as respe- permanente, nomeadamente, em situação de:
tivas partes acessórias;
m) «Partes acessórias da fração», os espaços destinados a) Precariedade, considerando-se como tais as situações
a garagem ou estacionamento e a arrecadação ou arrumos, de pessoas sem abrigo, tal como definidas nos termos da
alínea f) do artigo anterior, bem como os casos de pessoas
que estejam afectos ao uso exclusivo da fração, e as áreas
sem solução habitacional alternativa ao local que usam
privativas de acesso e circulação, bem como, se for o caso,
como residência permanente, quando têm de o desocupar
a quota-parte em partes comuns do prédio;
por causa relacionada com a declaração de insolvência de
n) «Fração habitacional», a fração destinada a fins ha- elementos do agregado, com situações de violência domés-
bitacionais; tica, com operações urbanísticas de promoção municipal
o) «Área habitacional de um prédio», o somatório das ou com a não renovação de contrato de arrendamento nos
áreas brutas das frações habitacionais de um prédio; casos de agregados unititulados, agregados que integram
p) «Empreendimento habitacional», o conjunto edifi- pessoas com deficiência ou arrendatários com idade su-
cado em que o somatório das áreas brutas habitacionais perior a 65 anos;
dos prédios que o constituem corresponde a, pelo menos, b) Insalubridade e insegurança, nos casos em que a
metade da sua área bruta total; pessoa ou o agregado vive em local, construído ou não,
q) «Unidades residenciais» as áreas destinadas a utili- destituído de condições básicas de salubridade, segurança
zação habitacional, exclusiva ou coletiva, de pessoas e de estrutural, estanquidade e higiene ou por ser uma edificação
agregados familiares, delimitadas por paredes separadoras sem condições mínimas de habitabilidade;
e integradas numa fração ou num prédio dotado de espaços c) Sobrelotação, quando, da relação entre a composição
complementares de utilização comum afetos a socialização do agregado e o número de divisões da habitação, esta
e a assistência aos residentes; constitui um espaço de habitação insuficiente, por falta
r) «Equipamento complementar», o prédio ou a parte de 2 ou mais divisões, nos termos do conceito espaço de
independente de um prédio funcionalmente complemen- habitação sobrelotado usado pelo Instituto Nacional de
tar de um empreendimento habitacional financiado ao Estatística, I. P. (INE, I. P.);
abrigo do 1.º Direito, afeto a fins de utilização coletiva d) Inadequação, por incompatibilidade das condições da
dos moradores, culturais, desportivos e de apoio social, habitação com características específicas de pessoas que
incluindo os estabelecimentos sociais geridos por serviços nele habitam, como nos casos de pessoas com incapacidade
municipais, serviços da segurança social ou por outras ou deficiência, em especial quando a habitação:
entidades ao abrigo de acordos de cooperação com a se-
gurança social; i) Tem barreiras no acesso ao piso em que se situa; e ou
s) «Área urbana degradada», a área inserida na malha ii) As medidas dos vãos e áreas interiores impedem uma
urbana ou em espaço urbano periférico, caracterizada pela circulação e uma utilização ajustadas às características
concentração de construções maioritariamente utilizadas específicas das pessoas que nelas residem.
para fins habitacionais em mau estado de conservação e
sem condições mínimas de habitabilidade e por infraestru- CAPÍTULO II
turas urbanísticas obsoletas, insuficientes e ou inexistentes,
com evidências de exclusão social e económica da popu- Acesso
lação que nela reside e cujo défice ao nível da qualidade
do meio urbano a diferencia do ambiente urbano próximo SECÇÃO I
ou envolvente, ou caracterizada pela sua vulnerabilidade
a riscos naturais e ou antrópicos; Acesso ao apoio da pessoa ou do agregado
t) «Reabilitação», a intervenção destinada a conferir
adequadas características funcionais e de desempenho am- Artigo 6.º
biental a um prédio ou a uma fração existente, bem como Acesso ao apoio
as formas de intervenção mais profundas de «reabilitação
de edifícios» e de «reabilitação urbana», tal como definidas 1 — Tem direito a aceder a uma habitação financiada
no artigo 2.º do regime jurídico da reabilitação urbana, com apoio público concedido ao abrigo do 1.º Direito
criado pelo Decreto-Lei n.º 307/2009, de 28 de outubro, a pessoa ou o agregado que reúna cumulativamente os
e alterado pela Lei n.º 32/2012, de 14 de agosto; seguintes requisitos de elegibilidade:
u) «Soluções de sustentabilidade ambiental», as medidas a) Viva em condições indignas;
construtivas, os equipamentos e as tecnologias destinados b) Esteja em situação de carência financeira; e
a dotar os prédios e as frações das condições necessárias c) Seja cidadão nacional ou, sendo estrangeiro, tenha
a uma utilização racional da energia e da água, bem como certificado de registo de cidadão comunitário ou título de
para a gestão de resíduos; residência válido no território nacional.
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2 — O município competente pode solicitar a colabo- c) 0, 25 a cada pessoa com grau de incapacidade igual
ração do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras para prestar ou superior a 60 %, a acrescer à ponderação de dependente
informação e acompanhar cidadãos estrangeiros no pro- ou de adulto não dependente.
cesso de regularização de situações de permanência no
seu território, nomeadamente para os efeitos do artigo 82.º 2 — No caso de não ser possível apurar o rendimento
da Lei n.º 23/2007, de 4 de julho, na sua redação atual, anual nos termos previstos no artigo anterior ou se esse
bem como ao Alto Comissariado para as Migrações, I. P. rendimento tiver entretanto sofrido alteração significativa,
(ACM, I. P.), no respetivo processo de integração. o RMM da pessoa ou do agregado é o resultado da divisão
do total dos rendimentos referidos no n.º 2 do artigo 3.º da
Artigo 7.º Portaria n.º 311-D/2011, de 27 de dezembro, pelo número
de meses em que foram efetivamente auferidos, corrigido
Exclusões pelos valores das alíneas do número anterior aplicáveis
1 — Ainda que se encontrem preenchidos os requisitos ao caso concreto, sem prejuízo de confirmação posterior
de elegibilidade previstos no artigo anterior, está excluído com a informação disponibilizada pela AT ao Instituto da
do apoio ao abrigo do 1.º Direito a pessoa, ou o agregado Habitação e da Reabilitação Urbana, I. P. (IHRU, I. P.),
que integre uma pessoa, que esteja numa das seguintes nos termos do artigo anterior.
situações:
SECÇÃO II
a) Seja detentor de título, como de propriedade, usufruto
ou arrendamento, que lhe confere, e ao seu agregado, o Acesso de pessoas e agregados em situações específicas
direito a utilizar uma habitação adequada;
b) Tenha beneficiado de apoio público a fundo perdido Artigo 10.º
ou de uma indemnização no âmbito de regimes especiais Pessoas vulneráveis
de apoio a programas municipais de realojamento e não
seja dependente ou deficiente; 1 — As entidades referidas nas alíneas a) a d) do ar-
c) Seja cidadão estrangeiro com autorização de residên- tigo 26.º podem pedir financiamento ao abrigo do disposto
cia temporária para o exercício de determinadas atividades no presente decreto-lei para soluções habitacionais espe-
de curta e média duração, como são os casos de intercâmbio cíficas de transição e ou de inserção de pessoas especial-
estudantil, voluntariado ou estágio profissional. mente vulneráveis, nomeadamente as pessoas sem abrigo
e as vítimas de violência doméstica.
2 — O título relativo a uma outra habitação não constitui 2 — As soluções habitacionais referidas no número an-
causa de exclusão quando a distância mais curta entre a terior podem ter em conta, entre outras, as especificidades
mesma e o local de trabalho da pessoa ou dos titulares do inerentes a unidades residenciais destinadas a casas de
agregado habitacional seja superior a 100 km, nem quando abrigo que, além das áreas sociais, devem integrar áreas
for comprovado que a habitação está ocupada por terceiros habitacionais autónomas que assegurem condições de pri-
com título legítimo para sua utilização como residência vacidade e de autonomia às pessoas nelas acolhidas.
permanente ou em situações de violência doméstica, ca- 3 — Cabe ao IHRU, I. P., avaliar a compatibilidade
bendo, em qualquer dos casos, ao município competente técnica e financeira do projeto habitacional para inser-
avaliar a situação e decidir sobre a mesma. ção de pessoas especialmente vulneráveis com as condi-
3 — O disposto nos números anteriores não prejudica a ções estabelecidas no presente diploma, podendo, para o
efeito, solicitar a colaboração de outros organismos, como
definição de outras causas de exclusão por parte do municí-
o ISS, I. P., e a Comissão para a Cidadania e a Igualdade
pio competente, no exercício do seu poder regulamentar.
de Género (CIG).
Artigo 8.º Artigo 11.º
Rendimento anual
Núcleos precários
O rendimento anual de uma pessoa ou de um agregado 1 — Sem prejuízo do disposto nos números seguintes,
habitacional é a soma dos rendimentos referidos no ar- podem beneficiar de apoio para acesso a uma habitação
tigo 3.º da Portaria n.º 311-D/2011, de 27 de dezembro, adequada as pessoas e os agregados que vivem em cons-
auferidos pela pessoa ou por todos os elementos do agre- truções não licenciadas, acampamentos ou outras formas
gado e relativos ao último ano civil de que a Autoridade de alojamento precário ou improvisado, mantendo entre
Tributária Aduaneira (AT) dispõe de informação. si contactos subsumíveis no conceito de relações de pro-
ximidade e de vizinhança, numa mesma área territorial
Artigo 9.º delimitada nos termos legais como uma Área Urbana de
Rendimento médio mensal Génese Ilegal (AUGI) ou delimitável por configurar um
conjunto usualmente designado por «bairro», «núcleo»
1 — O rendimento médio mensal (RMM) da pessoa ou ou «acampamento».
do agregado corresponde a um duodécimo do respetivo 2 — As pessoas e os agregados a que se refere o nú-
rendimento anual, corrigido de acordo com uma escala de mero anterior, que cumpram os requisitos de elegibilidade
equivalência que atribui uma ponderação de: previstos nos artigos 5.º e seguintes, podem beneficiar de
a) 1,0 ao primeiro adulto não dependente e 0,7 a cada apoio para acesso a uma habitação adequada:
um dos restantes; a) Individualmente;
b) 0,25 a cada dependente ou 0,5 a cada dependente b) No âmbito de uma solução habitacional promovida
integrado em agregado unititulado; pelo município competente; ou
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c) Agrupados sob a forma de associação de moradores 5 — Para viabilização das intervenções de reabilitação
ou de cooperativa de habitação e construção em regime de frações ou prédios habitacionais situados em núcleos
de propriedade coletiva, para atribuição de habitações em degradados cujos titulares não podem ou não querem pro-
arrendamento ou em propriedade resolúvel. mover a reabilitação, o município ou, no caso de operação
de reabilitação urbana, a respetiva entidade gestora tem
3 — As soluções habitacionais para as pessoas e as enti- direito a aceder a financiamento nos termos do artigo 36.º,
dades referidas no número anterior podem ser financiadas quer a aquisição se efetue por acordo com o titular, quer
ao abrigo do 1.º Direito desde que: pela via expropriativa.
6 — Os moradores das frações ou prédios objeto da
a) A aquisição de terrenos, se incluídas, e a construção reabilitação têm os direitos que lhes são atribuídos nos
ou aquisição de prédios habitacionais se destinem a asse- termos do artigo 73.º do RJRU, conjugado com o Decreto-
gurar uma habitação adequada noutro local às pessoas e -Lei n.º 157/2006, de 8 de agosto, na sua redação atual,
agregados identificados em levantamento efetuado pelo sendo, em especial, aplicável o disposto no artigo 17.º e no
município competente e esteja assegurada a demolição de n.º 3 do artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 157/2006, de 8 de
todas as construções não licenciadas aquando da respetiva agosto, na sua redação atual, no caso do morador preterir
desocupação; ou o direito a realojamento equivalente ou a indemnização e
b) A intervenção de reabilitação se insira em processo permanecer na habitação reabilitada ou a reocupar após a
de legalização das construções que faculte aos respetivos conclusão das obras.
moradores o acesso a uma habitação adequada, podendo 7 — Quando, por aplicação do disposto na parte final do
aplicar-se, em caso de expropriação pelo município, o número anterior, o montante total anual das rendas pagas
financiamento a que se refere o artigo 36.º pelo morador for inferior ao encargo anual suportado pelo
proprietário com o reembolso do empréstimo relativo à res-
Artigo 12.º petiva reabilitação, este pode solicitar apoio para suportar
Núcleos degradados a diferença entre aqueles montantes.
8 — Sempre que, no âmbito de uma intervenção de
1 — Têm direito a aceder a uma habitação adequada, reabilitação num núcleo degradado, exista prédio ou fração
através da concessão de financiamento aos proprietários que deva ser demolido ou reconfigurado e daí decorra uma
das habitações, as pessoas e agregados que residem em redução do número de habitações preexistentes, além da
áreas urbanas degradadas cujas edificações, pelas suas aplicação pelo município dos mecanismos de perequação
características específicas de vetustez, organização espacial entre proprietários, as pessoas e os agregados residentes
e construção ou de risco, constituem núcleos habitacionais nesse núcleo que devam ser realojados podem aceder a uma
com uma identidade própria e diferenciada no espaço ur- habitação adequada através de uma solução financiada ao
bano, usualmente identificados com designações como abrigo do 1.º Direito.
«ilha», «pátio» ou «vila».
2 — No caso do número anterior, ainda que não seja o Artigo 13.º
município o proprietário das edificações, as intervenções
de reabilitação no espaço urbano, caso ocorram, devem ser Colaboração de entidades públicas
ativamente acompanhadas por ele, preferencialmente no 1 — As pessoas e as entidades referidas nos artigos
âmbito de operações de reabilitação urbana sistemática, a anteriores podem solicitar prévio aconselhamento junto
promover diretamente ou através de uma entidade gestora do município competente e do IHRU, I. P., sobre a viabi-
da reabilitação, nos termos do Regime Jurídico da Rea- lidade da solução habitacional que pretendem promover
bilitação Urbana (RJRU) estabelecido pelo Decreto-Lei ao abrigo do 1.º Direito.
n.º 307/2009, de 23 de outubro, na sua redação atual. 2 — No caso do artigo 11.º, o município competente
3 — A reabilitação no âmbito do RJRU pode ser emite parecer, não vinculativo do licenciamento, sobre a
assumida pelo município ou pela entidade gestora da conformação e a viabilidade de uma solução habitacional
reabilitação através de uma empreitada única nos ter- através da legalização das construções existentes ou da
mos do artigo 56.º do RJRU, cabendo-lhe contratar e construção no mesmo local.
gerir a empreitada, bem como contratar o correspondente 3 — Se o parecer do município for negativo mas a so-
financiamento ao abrigo do 1.º Direito, em representa- lução habitacional for viável mediante a sua alteração, o
ção dos proprietários que utilizem as habitações como município deve fazer menção desse facto e das alterações
sua residência permanente ou que as tenham cedido às necessárias para esse efeito.
pessoas que nelas residem, nomeadamente, através de 4 — Sempre que as características da situação o justifi-
arrendamento, garantindo o cumprimento do princípio quem, o IHRU, I. P., para além da participação dos servi-
da participação. ços sociais que acompanham as situações, pode solicitar
4 — Os proprietários que se oponham à representação a colaboração de organismos vocacionados em função
da entidade gestora da reabilitação e não contratem as das matérias para apoiarem na definição da solução mais
obrigações que lhes cabem no processo de reabilita- adequada ao caso concreto em função das condições legais
ção urbana ou que, contratando, não cumpram essas e regulamentares específicas, designadamente o ISS, I. P.,
obrigações, são notificados nos termos do n.º 2 do ar- o Instituto Nacional para a Reabilitação, I. P., a CIG e o
tigo 55.º do RJRU e ficam sujeitos à tomada de posse ACM, I. P.
administrativa das frações ou dos prédios por parte da 5 — Nos casos em que a viabilidade da solução habi-
entidade gestora da reabilitação para dar execução às tacional depende apenas da publicação de regulamento
obras ou promover a expropriação por utilidade pública municipal que concretize a adequação dos regimes legais
ao abrigo do disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 55.º e no aplicáveis, cabe ao município promover as diligências que
n.º 2 do artigo 61.º do RJRU. se revelem necessárias à sua emissão.
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4 — No caso de intervenções de reabilitação, apenas 4 — O valor total dos apoios, financeiros e em espé-
são comparticipáveis as despesas relativas a soluções de cie, não pode ser superior ao do investimento a que se
eficiência energética que permitam um aumento da classe destinam.
energética, certificada antes das obras, em, pelo menos, Artigo 22.º
dois níveis.
Disponibilização dos apoios
5 — Com exceção do apoio ao arrendamento para su-
barrendamento, quando haja lugar à aplicação conjugada 1 — As obras de reabilitação e de construção são fi-
de duas ou mais majorações da comparticipação, a per- nanciadas sob a forma conjugada de comparticipação e,
centagem total dessas majorações não pode ser superior se for o caso, de empréstimo, sendo as correspondentes
a 25 %. verbas disponibilizados na medida da obra executada e do
cumprimento do plano de trabalhos ou, no caso de outras
Artigo 20.º despesas elegíveis, contra a apresentação dos respetivos
comprovativos, sem prejuízo das alterações decorrentes
Condições gerais dos empréstimos da antecipação das verbas necessárias para pagamento de
1 — Sem prejuízo dos limites estabelecidos nos n.os 2 quantias devidas pelos adiantamentos do preço das emprei-
e 3 do artigo 18.º, a parte das despesas elegíveis que não tadas que forem contratualmente estabelecidos.
é comparticipada pode ser financiada com empréstimos 2 — As comparticipações e os empréstimos à aquisição
bonificados. são disponibilizados no ato de celebração das escrituras,
2 — A bonificação da taxa juro é de metade da taxa sem prejuízo da possibilidade de adiantamento das ver-
de referência para o cálculo de bonificações (TRCB), bas necessárias para pagamento de quantias devidas a
criada pelo Decreto-Lei n.º 359/89, de 18 de outubro, ou título de sinal ou de princípio de pagamento de contratos-
-promessa.
da taxa contratual, quando esta for inferior, sendo atribuída
3 — O IHRU, I. P., pode fazer depender cada libertação
pelo Estado, através do IHRU, I. P., por um período de de verbas da apresentação de documentos que comprovem
10 anos, nos termos dos artigos 2.º a 4.º do Decreto-Lei a boa aplicação dos montantes recebidos.
n.º 150-A/91, de 22 de abril, e de acordo com os critérios
orçamentais previstos no artigo 82.º
3 — Os empréstimos concedidos ao abrigo do 1.º Di- SECÇÃO II
reito têm um prazo máximo total de 30 anos. Entidades financiadoras e beneficiários
4 — As demais condições de taxa de juro, de utilização
e de amortização são acordadas entre as partes, atendendo, Artigo 23.º
para o efeito, à minimização do esforço financeiro exigido
Estratégia e gestão locais
aos mutuários e ao cumprimento de condições especiais
a que alguns deles, nomeadamente os municípios, estão Cabe ao município competente agregar, avaliar e gerir
legalmente obrigados. todos os pedidos de apoio ao abrigo do 1.º Direito que lhe
5 — Os empréstimos são preferencialmente garantidos sejam submetidos em consonância com a estratégia por
por hipoteca sobre os imóveis financiados, sem prejuízo de ele definida para as soluções habitacionais que pretende
a instituição financiadora, por razões de segurança do cré- ver desenvolvidas no seu território, promovendo as ações
dito, poder exigir outras garantias ou garantias adicionais, necessárias para assegurar a universalidade, a coerência e
designadamente, no caso dos municípios, a consignação a equidade no acesso a essas soluções por parte das pes-
de receitas do Fundo Geral Municipal. soas e agregados que vivem em condições indignas e em
situação de carência financeira.
Artigo 21.º
Artigo 24.º
Cumulação de apoios
Instituições financiadoras
1 — Os apoios financeiros concedidos ao abrigo do
1.º Direito não são cumuláveis com apoios financeiros 1 — Cabe ao IHRU, I. P., gerir e promover os proce-
concedidos por outras entidades para os mesmos fins, salvo dimentos necessários à concessão dos apoios financeiros
se a cumulação se justificar, for aprovada pelo IHRU, I. P., em função das disponibilidades orçamentais existentes e
e for feita menção a esses outros apoios no acordo de decidir sobre o financiamento das soluções habitacionais
apresentadas, bem como assegurar uma monitorização
financiamento ou no contrato.
contínua e uma avaliação bienal do programa.
2 — Cabe ao IHRU, I. P., avaliar quais as despesas de 2 — O financiamento às soluções habitacionais promovi-
soluções habitacionais que podem ser objeto de apoio no das ao abrigo do 1.º Direito é concedido pelo IHRU, I. P., sem
âmbito de programas de apoio especial, nomeadamente prejuízo dos empréstimos bonificados poderem ser conce-
ao nível da sustentabilidade ambiental, caso em que deve didos por instituições de crédito que, para o efeito, celebrem
informar os beneficiários sobre a aplicação conjugada um protocolo com aquele instituto, que dá conhecimento
desses apoios com o financiamento concedido ao abrigo do mesmo à Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF).
do 1.º Direito e, se for o caso, apoiá-los na elaboração das 3 — As instituições de crédito que pretendam celebrar
correspondentes candidaturas. protocolos ao abrigo do número anterior comunicam essa
3 — Quando os apoios financeiros de outras entidades intenção ao Banco de Portugal, não ficando prejudicada
forem aceites pelo IHRU, I. P., ou corresponderem a apoios pelo disposto no presente diploma a aplicação das nor-
em espécie, o montante do apoio ao abrigo do 1.º Direito é mas que regulam a atividade dessas instituições, desig-
reduzido na medida necessária ao cumprimento do disposto nadamente as constantes do regime jurídico do crédito
no número seguinte. hipotecário.
Diário da República, 1.ª série — N.º 106 — 4 de junho de 2018 2355
CAPÍTULO IV CAPÍTULO V
Financiamento a beneficiários diretos Financiamento a entidades beneficiárias
nos casos em que esse arrendamento se mantenha por um os requisitos de acesso ao 1.º Direito, mantendo-se o fi-
prazo mínimo de 10 anos após a conclusão das obras. nanciamento ao correspondente contrato de arrendamento
pelo prazo remanescente.
Artigo 39.º 3 — O direito à comparticipação caduca:
Comparticipação ao arrendamento a) À data da ocorrência de qualquer forma de extinção
do contrato de arrendamento;
1 — O arrendamento a que se refere a presente secção
b) À data da verificação de alteração contratual de que
é financiado através de uma comparticipação destinada
resulte um aumento do montante da renda que exceda a
a financiar a diferença entre o valor da renda mensal da
atualização anual por aplicação do coeficiente divulgado
habitação e o valor da renda mensal paga pelo subarren-
pelo INE, I. P.; ou
datário ou, no caso do n.º 4 do artigo anterior, a diferença
c) Decorridos dois meses após a cessação de qualquer
entre o valor da renda mensal paga pelo morador da fração
contrato de subarrendamento sem que a entidade benefici-
ou prédio reabilitado e o valor mensal do encargo que lhe
ária celebre novo contrato de subarrendamento ao abrigo
corresponde com o reembolso do empréstimo à respetiva
da faculdade que lhe é conferida nos termos do número
reabilitação.
anterior.
2 — A comparticipação ao arrendamento para subarren-
damento é concedida por um prazo máximo de 10 anos e
é no montante correspondente: 4 — Nos casos previstos no número anterior, a enti-
dade beneficiária deve comunicar ao IHRU, I. P., o facto
a) Nos primeiros cinco anos, a 50 % da diferença refe- verificado no prazo máximo de 30 dias a contar da sua
rida no número anterior, até um valor máximo de referência ocorrência.
correspondente a 40 % do valor mediano das rendas por
m2 de alojamentos familiares (€) do concelho de localiza- SECÇÃO III
ção da habitação, relativo ao último ano divulgado pelo
INE, I. P., podendo ainda ser objeto da comparticipação Financiamento à reabilitação e à construção
50 % do montante da caução que seja devida pelo benefi-
ciário com o contrato; SUBSECÇÃO I
b) Até 25 % da referida diferença nos restantes anos,
Financiamento à reabilitação
até ao último, com o máximo de 20 % do valor mediano
das rendas referido na alínea anterior.
Artigo 41.º
3 — No caso de arrendamento para subarrendamento a Financiamento à reabilitação por entidades beneficiárias
agregados unititulados ou agregados que integram pessoas
1 — Podem beneficiar de financiamento para atribuição
com deficiência, os limites percentuais máximos de apoio
de habitação a pessoas elegíveis ao abrigo do 1.º Direito:
previstos no número anterior são aumentados em 10 %.
4 — No caso de arrendamento para subarrendamento a) As entidades indicadas nas alíneas a), b), d) e e)
a arrendatários com idade superior a 65 anos, que se en- do artigo 26.º para reabilitação de prédios habitacionais
contrem em situação de precariedade habitacional por situados em áreas urbanas degradadas, no âmbito de uma
não renovação dos respetivos contratos de arrendamento operação urbanística destinada, nomeadamente, a conferir-
habitacional, e em que o arrendamento possibilite a per- -lhes as adequadas características de desempenho e de
manência do arrendatário na habitação onde reside, os segurança;
limites percentuais máximos de apoio previstos no n.º 2 b) As entidades indicadas nas alíneas a), b) e c) do ar-
são aumentados em 30 %. tigo 26.º para reabilitação de frações ou prédios habitacio-
5 — Quando as habitações se situem em concelhos nais de que sejam proprietárias ou superficiárias e cujas
não identificados na informação do INE, I. P., a que se habitações estejam arrendadas ou, estando devolutas, sejam
refere a alínea a) do n.º 2, o limite máximo de referência a atribuir em arrendamento ou em propriedade resolúvel
é o correspondente ao valor mediano da NUTS III ou, se a pessoas e agregados que tenham direito a aceder a uma
esse não estiver disponível, da NUTS II. habitação ao abrigo do 1.º Direito;
6 — Em qualquer dos casos a que se refere o n.º 1 do c) Qualquer das entidades indicadas no n.º 1 do ar-
presente artigo, a comparticipação é calculada em rela- tigo 26.º para reabilitação de frações ou prédios de que
ção ao valor total da diferença verificada durante cada sejam proprietárias ou superficiárias, a destinar a equipa-
período de um ano e é disponibilizada, no início do ano mento complementar;
subsequente, após a transferência para o IHRU, I. P., das d) As entidades indicadas nas alíneas a), b) e c) do ar-
verbas das receitas gerais do Orçamento do Estado desti- tigo 26.º para reabilitação de frações ou prédios habitacio-
nadas ao 1.º Direito. nais de que sejam proprietárias ou superficiárias, a destinar
a unidades residenciais.
Artigo 40.º
Alteração ou extinção da comparticipação ao arrendamento
2 — São nomeadamente abrangidas pelo financiamento
a que se refere a alínea a) do número anterior as obras de
1 — As entidades beneficiárias obrigam-se a informar reabilitação, bem como soluções conjugadas de aquisição
o IHRU, I. P., sobre quaisquer alterações relevantes do de frações ou de prédios para habitação e respetiva reabili-
contrato de arrendamento, nomeadamente relativas à res- tação realizada ao abrigo de regimes legais reguladores da
petiva duração e ao valor das rendas. reabilitação urbana, em consonância com operações urba-
2 — No caso de cessação de qualquer contrato de su- nísticas promovidas no âmbito do regime excecional para
barrendamento a entidade beneficiária pode celebrar novo a reconversão urbanística das AUGI e do artigo 102.º-A do
contrato com uma pessoa ou um agregado que preencha regime jurídico da urbanização e da edificação.
2358 Diário da República, 1.ª série — N.º 106 — 4 de junho de 2018
nanciamento, de natureza programática, sujeito a homo- 3 — A extinção do acordo por caducidade não prejudica
logação por parte do membro do Governo responsável a possibilidade de ser celebrado um novo acordo com o
pela área da habitação, com a identificação da solução ou respetivo promotor.
soluções habitacionais a financiar no âmbito do 1.º Direito, Artigo 68.º
a programação da respetiva execução e a estimativa dos
correspondentes montantes globais de investimento e de Alterações dos acordos de financiamento
financiamento. 1 — Decorrido um ano da data de celebração do acordo
2 — No caso dos municípios, o acordo de financiamento de financiamento e em cada ano subsequente, até ao
é celebrado sob a forma de acordo de colaboração ao abrigo termo do respetivo prazo, o promotor deve remeter ao
do artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 384/87, de 24 de dezem- IHRU, I. P., um relatório sobre a execução do acordo e,
bro, na sua redação atual, que está sujeito a homologação se for o caso, uma proposta fundamentada de atualização
por parte dos membros do Governo responsáveis pelas do mesmo face a alterações que se tenham verificado,
áreas das autarquias locais e da habitação. designadamente ao nível do universo das pessoas e dos
3 — Com exceção do caso previsto no número anterior, agregados abrangidos pelas soluções habitacionais objeto
quando a candidatura tenha por objeto uma solução habita- do acordo.
cional cuja execução é feita através de um único contrato 2 — Cabe ao IHRU, I. P., avaliar a execução do acordo
de comparticipação e, se for o caso, de um único contrato e, se entender que há fundamento para a sua atualização ou
de empréstimo, é dispensado o acordo de financiamento. se aprovar a atualização proposta pelo promotor, promover
a celebração de aditamento ao acordo e sem prejuízo do
Artigo 66.º disposto no n.º 1 do artigo 72.º
Conteúdo dos acordos de financiamento 3 — As alterações que determinem um acréscimo do
montante global do financiamento previsto no acordo
1 — Os acordos de financiamento devem conter os devem constar de aditamento ao mesmo que, além de
elementos fundamentais relativos às soluções habitacionais outros procedimentos que sejam legalmente aplicáveis
a que se reportam, nomeadamente: ao caso, carece das homologações previstas nos n.os 1 e 2
a) Identificação de outras entidades públicas ou privadas do artigo 65.º
que são outorgantes do acordo, além do IHRU, I. P., e do Artigo 69.º
promotor, ou cuja intervenção esteja prevista ao nível da
Conclusão dos acordos de financiamento
promoção ou do acompanhamento de soluções habitacio-
nais objeto do acordo; 1 — O último dos relatórios referidos no n.º 1 do ar-
b) Número total e caracterização das pessoas e dos tigo anterior, que precede o termo do prazo do acordo de
agregados abrangidos; financiamento, deve prever as atualizações necessárias à
c) Soluções habitacionais adotadas, com indicação do efetiva conclusão das soluções habitacionais neste previstas
prazo de implementação de cada uma delas e da respetiva dentro do prazo do acordo.
calendarização dentro do prazo de duração do acordo; 2 — Quando concluídas as soluções habitacionais ob-
d) Valores totais de investimento e de financiamento jeto de um acordo de financiamento, o IHRU, I. P., ela-
estimados, com diferenciação dos montantes de compar- bora um relatório final de avaliação sobre o mesmo cujo
ticipação e de empréstimo e da respetiva imputação a cada resultado deve ser considerado no âmbito da decisão sobre
uma das soluções habitacionais; novas candidaturas ao 1.º Direito por parte do mesmo
e) Indicação dos apoios concedidos por outras entidades, promotor.
se for o caso, e respetivos valores; 3 — No caso de solução habitacional promovida por
f) Indicação do destino dos terrenos e ou dos prédios uma das entidades referidas no artigo 26.º com dispensa de
desocupados, quando for o caso. acordo de financiamento ao abrigo da faculdade prevista no
n.º 3 do artigo anterior, o promotor não tem de apresentar
2 — No caso das alíneas a) e e) do número anterior, relatórios, mas deve prestar ao IHRU, I. P., todos os escla-
cabe ao IHRU, I. P., assegurar a participação no acordo recimentos que este lhe solicite para efeito de elaboração
de financiamento dos outorgantes relevantes para a con- do relatório do referido no número anterior.
cretização das soluções habitacionais nele previstas ou
fazer depender a formalização do mesmo da apresentação
de acordos entre entidades cuja intervenção seja comple- SECÇÃO IV
mentar dessas soluções. Execução dos acordos de financiamento
os atos cuja realização o presente decreto-lei prevê são Existem atualmente cerca de 500 aplicações em produção
realizados por outros meios de comunicação admitidos e a plataforma da AT tem vindo a sofrer uma enorme pressão
nos termos legais aplicáveis. para dar resposta a um crescimento exponencial de novas
funcionalidades, de dados, de armazenamento e de capaci-
Artigo 84.º dade, o que obriga a ajustamentos de licenciamento, upgra-
Regulamentação des de hardware e integração de novas ferramentas, de forma
a suportar toda a carga de transações e seus incrementos.
A regulamentação prevista no n.º 4 do artigo 63.º é pu- Os desafios colocados à AT têm implicações na capa-
blicada no prazo de 60 dias a contar da data de entrada em cidade, armazenamento e na respetiva adequação do seu
vigor do presente decreto-lei. licenciamento informático.
Considera-se necessário a celebração de um contrato
Artigo 85.º de aquisição de licenciamento e de serviços de suporte e
Norma revogatória manutenção da infraestrutura tecnológica, pelo período de
1 — São revogados: três anos, de forma a acomodar os crescimentos necessários
e aquisição de novas ferramentas, com a redução de custos
a) O Decreto-Lei n.º 163/93, de 7 de maio, na sua re- mediante a flexibilidade e previsibilidade de encargos.
dação atual; Assim:
b) O Decreto-Lei n.º 135/2004, de 3 de junho, na sua Nos termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 17.º e do n.º 1
redação atual, do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 197/99, de 8 de junho,
c) O Decreto-Lei n.º 163/2013, de 6 de dezembro. na sua redação atual, da alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º e
do n.º 1 do artigo 109.º do Código dos Contratos Públicos,
2 — Os acordos gerais de adesão e os acordos de aprovado pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro,
colaboração celebrados ao abrigo dos regimes referidos do artigo 25.º do Decreto-Lei n.º 155/92, de 28 de julho,
no número anterior que ainda vigorem à data da entrada em na sua redação atual, da alínea a) do n.º 1 do artigo 6.º da
vigor do presente decreto-lei caducam no prazo de cinco Lei n.º 8/2012, de 21 de fevereiro, na sua redação atual, do
anos a contar dessa data, sem prejuízo da possibilidade de
conversão total ou parcial dos mesmos para o 1.º Direito, n.º 1 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 127/2012, de 21 de
no caso dos agregados abrangidos cumprirem os requisitos junho, na sua redação atual, e da alínea g) do artigo 199.º
de elegibilidade deste programa. da Constituição, o Conselho de Ministros resolve:
1 — Autorizar o Ministério das Finanças, através da Au-
Artigo 86.º toridade Tributária e Aduaneira (AT), a proceder à aquisição
de um modelo de licenciamento empresarial para o software
Aplicação no tempo e serviços de suporte da infraestrutura existente na AT, pelo
O regime constante do presente decreto-lei aplica-se prazo de três anos, no período de 2018 a 2020, mediante
aos pedidos de apoio que sejam apresentados após a data recurso ao procedimento de concurso público com publi-
da sua entrada em vigor. cação de anúncio no Jornal Oficial da União Europeia,
nos termos do disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º
Artigo 87.º do Código dos Contratos Públicos, aprovado pelo Decreto-
Entrada em vigor -Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro, até ao montante total de
€ 18.977.792,00, ao qual acresce IVA à taxa legal em vigor.
O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte 2 — Determinar que os encargos orçamentais resultantes
ao da sua publicação. do procedimento referido no número anterior não podem
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 26 de exceder, em cada ano económico, os seguintes montantes,
abril de 2018. — Augusto Ernesto Santos Silva — João aos quais acresce IVA à taxa legal em vigor:
Rodrigo Reis Carvalho Leão — João Pedro Soeiro de 2018 — € 5.730.562,00;
Matos Fernandes. 2019 — € 6.546.307,00;
Promulgado em 23 de maio de 2018. 2020 — € 6.700.923,00.
Publique-se.
3 — Estabelecer que as importâncias fixadas para cada
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA. ano económico podem ser acrescidas do saldo que se apurar
Referendado em 30 de maio de 2018. no ano anterior.
4 — Determinar que os encargos financeiros decor-
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa. rentes da presente resolução são satisfeitos pelas verbas
111391357 adequadas a inscrever nos orçamentos da AT referentes
aos anos indicados.
5 — Delegar, na diretora-geral da Autoridade Tributária
Resolução do Conselho de Ministros n.º 71/2018 e Aduaneira, com a faculdade de subdelegação, a compe-
tência para a prática de todos os atos a realizar no âmbito
A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) adotou no do procedimento previsto na presente resolução.
início da informatização da sua atividade, remontando ao 6 — Determinar que a presente resolução produz efeitos
ano de 1986, uma arquitetura baseada na plataforma main- no dia seguinte ao da sua aprovação.
frame. Os sistemas de informação tem vindo a ser adap-
tados de forma a acompanhar a arquitetura dos sistemas Presidência do Conselho de Ministros, 24 de maio de
aplicacionais, recorrendo a diversas plataformas que são 2018. — O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da
de importância fundamental à integração entre aplicações Costa.
e sistemas desenvolvidos para suporte da AT. 111391276