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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993. e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de


benefício mensal à pessoa com deficiência e ao
Dispõe sobre a organização da Assistência Social idoso que comprovem não possuir meios de
e dá outras providências. prover a própria manutenção ou de tê-la provi-
da por sua família; (Incluído pela Lei nº 12.435,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o de 2011)
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a II - a vigilância socioassistencial, que visa a
seguinte lei: analisar territorialmente a capacidade protetiva
das famílias e nela a ocorrência de vulnerabili-
LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL dades, de ameaças, de vitimizações e da-
CAPÍTULO I nos; (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
DAS DEFINIÇÕES E DOS OBJETIVOS III - a defesa de direitos, que visa a garantir
o pleno acesso aos direitos no conjunto das pro-
Art. 1º - A assistência social, direito do ci- visões socioassistenciais. (Redação dada pela Lei
dadão e dever do Estado, é Política de Segurida- nº 12.435, de 2011)
de Social não contributiva, que provê os míni- Parágrafo único - Para o enfrentamento
mos sociais, realizada através de um conjunto da pobreza, a assistência social realiza-se de
integrado de ações de iniciativa pública e da forma integrada às políticas setoriais, garantin-
sociedade, para garantir o atendimento às ne- do mínimos sociais e provimento de condições
cessidades básicas. para atender contingências sociais e promoven-
do a universalização dos direitos soci-
Art. 2o - A assistência social tem por obje- ais. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
tivos: (Redação dada pela Lei nº 12.435, de
2011) Art. 3o - Consideram-se entidades e orga-
I - a proteção social, que visa à garantia da nizações de assistência social aquelas sem fins
vida, à redução de danos e à prevenção da inci- lucrativos que, isolada ou cumulativamente,
dência de riscos, especialmente: (Redação dada prestam atendimento e assessoramento aos
pela Lei nº 12.435, de 2011) beneficiários abrangidos por esta Lei, bem como
a) a proteção à família, à maternidade, à as que atuam na defesa e garantia de direi-
infância, à adolescência e à velhice; (Incluído tos. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
pela Lei nº 12.435, de 2011) § 1o - São de atendimento aquelas entida-
b) o amparo às crianças e aos adolescentes des que, de forma continuada, permanente e
carentes; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) planejada, prestam serviços, executam progra-
c) a promoção da integração ao mercado mas ou projetos e concedem benefícios de pres-
de trabalho; (Incluído pela Lei nº 12.435, de tação social básica ou especial, dirigidos às famí-
2011) lias e indivíduos em situações de vulnerabilidade
d) a habilitação e reabilitação das pessoas ou risco social e pessoal, nos termos desta Lei, e
com deficiência e a promoção de sua integração respeitadas as deliberações do Conselho Nacio-
à vida comunitária; e (Incluído pela Lei nº nal de Assistência Social (CNAS), de que tratam
12.435, de 2011) os incisos I e II do art. 18. (Incluído pela Lei nº
12.435, de 2011)

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§ 2o - São de assessoramento aquelas que, IV - igualdade de direitos no acesso ao a-
de forma continuada, permanente e planejada, tendimento, sem discriminação de qualquer
prestam serviços e executam programas ou pro- natureza, garantindo-se equivalência às popula-
jetos voltados prioritariamente para o fortale- ções urbanas e rurais;
cimento dos movimentos sociais e das organiza- V - divulgação ampla dos benefícios, servi-
ções de usuários, formação e capacitação de ços, programas e projetos assistenciais, bem
lideranças, dirigidos ao público da política de como dos recursos oferecidos pelo Poder Públi-
assistência social, nos termos desta Lei, e respei- co e dos critérios para sua concessão.
tadas as deliberações do CNAS, de que tratam
os incisos I e II do art. 18. (Incluído pela Lei nº SEÇÃO II
12.435, de 2011) DAS DIRETRIZES
§ 3o - São de defesa e garantia de direitos
aquelas que, de forma continuada, permanente Art. 5º - A organização da assistência social
e planejada, prestam serviços e executam pro- tem como base as seguintes diretrizes:
gramas e projetos voltados prioritariamente I - descentralização político-administrativa
para a defesa e efetivação dos direitos socioas- para os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
sistenciais, construção de novos direitos, pro- pios, e comando único das ações em cada esfera
moção da cidadania, enfrentamento das desi- de governo;
gualdades sociais, articulação com órgãos públi- II - participação da população, por meio de
cos de defesa de direitos, dirigidos ao público da organizações representativas, na formulação
política de assistência social, nos termos desta das políticas e no controle das ações em todos
Lei, e respeitadas as deliberações do CNAS, de os níveis;
que tratam os incisos I e II do art. 18. (Incluído III - primazia da responsabilidade do Estado
pela Lei nº 12.435, de 2011) na condução da política de assistência social em
cada esfera de governo.
CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS E DAS DIRETRIZES CAPÍTULO III
SEÇÃO I DA ORGANIZAÇÃO E DA GESTÃO
DOS PRINCÍPIOS
Art. 6o - A gestão das ações na área de as-
Art. 4º - A assistência social rege-se pelos sistência social fica organizada sob a forma de
seguintes princípios: sistema descentralizado e participativo, deno-
I - supremacia do atendimento às necessi- minado Sistema Único de Assistência Social (Su-
dades sociais sobre as exigências de rentabilida- as), com os seguintes objetivos: (Redação dada
de econômica; pela Lei nº 12.435, de 2011)
II - universalização dos direitos sociais, a fim I - consolidar a gestão compartilhada, o co-
de tornar o destinatário da ação assistencial financiamento e a cooperação técnica entre os
alcançável pelas demais políticas públicas; entes federativos que, de modo articulado, ope-
III - respeito à dignidade do cidadão, à sua ram a proteção social não contributiva; (Incluído
autonomia e ao seu direito a benefícios e servi- pela Lei nº 12.435, de 2011)
ços de qualidade, bem como à convivência fami- II - integrar a rede pública e privada de
liar e comunitária, vedando-se qualquer com- serviços, programas, projetos e benefícios de
provação vexatória de necessidade; assistência social, na forma do art. 6o-
C; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)

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III - estabelecer as responsabilidades dos II - proteção social especial: conjunto de
entes federativos na organização, regulação, serviços, programas e projetos que tem por ob-
manutenção e expansão das ações de assistên- jetivo contribuir para a reconstrução de vínculos
cia social; familiares e comunitários, a defesa de direito, o
IV - definir os níveis de gestão, respeitadas fortalecimento das potencialidades e aquisições
as diversidades regionais e municipais; (Incluído e a proteção de famílias e indivíduos para o en-
pela Lei nº 12.435, de 2011) frentamento das situações de violação de direi-
V - implementar a gestão do trabalho e a tos. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
educação permanente na assistência soci- Parágrafo único - A vigilância socioassis-
al; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) tencial é um dos instrumentos das proteções da
VI - estabelecer a gestão integrada de ser- assistência social que identifica e previne as si-
viços e benefícios; e (Incluído pela Lei nº 12.435, tuações de risco e vulnerabilidade social e seus
de 2011) agravos no território. (Incluído pela Lei nº
VII - afiançar a vigilância socioassistencial e 12.435, de 2011)
a garantia de direitos. (Incluído pela Lei nº
12.435, de 2011) Art. 6o-B - As proteções sociais básica e
§ 1o - As ações ofertadas no âmbito do especial serão ofertadas pela rede socioassis-
Suas têm por objetivo a proteção à família, à tencial, de forma integrada, diretamente pelos
maternidade, à infância, à adolescência e à ve- entes públicos e/ou pelas entidades e organiza-
lhice e, como base de organização, o territó- ções de assistência social vinculadas ao Suas,
rio.(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) respeitadas as especificidades de cada a-
§ 2o - O Suas é integrado pelos entes fede- ção. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
rativos, pelos respectivos conselhos de assistên- § 1o - A vinculação ao Suas é o reconheci-
cia social e pelas entidades e organizações de mento pelo Ministério do Desenvolvimento So-
assistência social abrangidas por esta cial e Combate à Fome de que a entidade de
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) assistência social integra a rede socioassistenci-
§ 3o - A instância coordenadora da Política al. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
Nacional de Assistência Social é o Ministério do § 2o - Para o reconhecimento referido no
Desenvolvimento Social e Combate à Fo- § 1o, a entidade deverá cumprir os seguintes
me. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) requisitos: (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
I - constituir-se em conformidade com o
Art. 6o-A - A assistência social organiza-se disposto no art. 3o; (Incluído pela Lei nº 12.435,
pelos seguintes tipos de proteção: (Incluído pela de 2011)
Lei nº 12.435, de 2011) II - inscrever-se em Conselho Municipal ou
I - proteção social básica: conjunto de ser- do Distrito Federal, na forma do art. 9o; (Incluído
viços, programas, projetos e benefícios da assis- pela Lei nº 12.435, de 2011)
tência social que visa a prevenir situações de III - integrar o sistema de cadastro de enti-
vulnerabilidade e risco social por meio do de- dades de que trata o inciso XI do art.
senvolvimento de potencialidades e aquisições e 19. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
do fortalecimento de vínculos familiares e co-
munitários; (Incluído pela Lei nº 12.435, de
2011)

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§ 3o - As entidades e organizações de assis- § 3o - Os Cras e os Creas são unidades pú-
tência social vinculadas ao Suas celebrarão con- blicas estatais instituídas no âmbito do Suas,
vênios, contratos, acordos ou ajustes com o po- que possuem interface com as demais políticas
der público para a execução, garantido financi- públicas e articulam, coordenam e ofertam os
amento integral, pelo Estado, de serviços, pro- serviços, programas, projetos e benefícios da
gramas, projetos e ações de assistência social, assistência social. (Incluído pela Lei nº 12.435,
nos limites da capacidade instalada, aos benefi- de 2011)
ciários abrangidos por esta Lei, observando-se
as disponibilidades orçamentárias. (Incluído pela Art. 6o-D - As instalações dos Cras e dos
Lei nº 12.435, de 2011) Creas devem ser compatíveis com os serviços
§ 4o - O cumprimento do disposto no § neles ofertados, com espaços para trabalhos em
3o será informado ao Ministério do Desenvolvi- grupo e ambientes específicos para recepção e
mento Social e Combate à Fome pelo órgão ges- atendimento reservado das famílias e indiví-
tor local da assistência social. (Incluído pela Lei duos, assegurada a acessibilidade às pessoas
nº 12.435, de 2011) idosas e com deficiência. (Incluído pela Lei nº
12.435, de 2011)
Art. 6o-C - As proteções sociais, básica e
especial, serão ofertadas precipuamente no Art. 6o-E - Os recursos do cofinanciamento
Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do Suas, destinados à execução das ações conti-
e no Centro de Referência Especializado de As- nuadas de assistência social, poderão ser aplica-
sistência Social (Creas), respectivamente, e pe- dos no pagamento dos profissionais que inte-
las entidades sem fins lucrativos de assistência grarem as equipes de referência, responsáveis
social de que trata o art. 3o desta Lei.(Incluído pela organização e oferta daquelas ações, con-
pela Lei nº 12.435, de 2011) forme percentual apresentado pelo Ministério
§ 1o - O Cras é a unidade pública munici- do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e
pal, de base territorial, localizada em áreas com aprovado pelo CNAS. (Incluído pela Lei nº
maiores índices de vulnerabilidade e risco social, 12.435, de 2011)
destinada à articulação dos serviços socioassis- Parágrafo único - A formação das equipes
tenciais no seu território de abrangência e à de referência deverá considerar o número de
prestação de serviços, programas e projetos famílias e indivíduos referenciados, os tipos e
socioassistenciais de proteção social básica às modalidades de atendimento e as aquisições
famílias. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) que devem ser garantidas aos usuários, confor-
§ 2o - O Creas é a unidade pública de a- me deliberações do CNAS. (Incluído pela Lei nº
brangência e gestão municipal, estadual ou re- 12.435, de 2011)
gional, destinada à prestação de serviços a indi-
víduos e famílias que se encontram em situação Art. 7º - As ações de assistência social, no
de risco pessoal ou social, por violação de direi- âmbito das entidades e organizações de assis-
tos ou contingência, que demandam interven- tência social, observarão as normas expedidas
ções especializadas da proteção social especi- pelo Conselho Nacional de Assistência Social
al. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) (CNAS), de que trata o art. 17 desta lei.

Art. 8º - A União, os Estados, o Distrito


Federal e os Municípios, observados os princí-
pios e diretrizes estabelecidos nesta lei, fixarão
suas respectivas Políticas de Assistência Social.

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Art. 9º - O funcionamento das entidades e II - cofinanciar, por meio de transferência
organizações de assistência social depende de automática, o aprimoramento da gestão, os
prévia inscrição no respectivo Conselho Munici- serviços, os programas e os projetos de assis-
pal de Assistência Social, ou no Conselho de tência social em âmbito nacional; (Redação da-
Assistência Social do Distrito Federal, conforme da pela Lei nº 12.435, de 2011)
o caso. III - atender, em conjunto com os Estados, o
§ 1º - A regulamentação desta lei definirá Distrito Federal e os Municípios, às ações assis-
os critérios de inscrição e funcionamento das tenciais de caráter de emergência.
entidades com atuação em mais de um municí- IV - realizar o monitoramento e a avaliação
pio no mesmo Estado, ou em mais de um Estado da política de assistência social e assessorar Es-
ou Distrito Federal. tados, Distrito Federal e Municípios para seu
§ 2º - Cabe ao Conselho Municipal de Assis- desenvolvimento. (Incluído pela Lei nº 12.435,
tência Social e ao Conselho de Assistência Social de 2011)
do Distrito Federal a fiscalização das entidades
referidas no caput na forma prevista em lei ou Art. 12-A - A União apoiará financeira-
regulamento. mente o aprimoramento à gestão descentrali-
§ 3º - (Revogado pela Lei nº 12.101, de zada dos serviços, programas, projetos e benefí-
2009) cios de assistência social, por meio do Índice de
§ 4º - As entidades e organizações de assis- Gestão Descentralizada (IGD) do Sistema Único
tência social podem, para defesa de seus direi- de Assistência Social (Suas), para a utilização no
tos referentes à inscrição e ao funcionamento, âmbito dos Estados, dos Municípios e do Distrito
recorrer aos Conselhos Nacional, Estaduais, Federal, destinado, sem prejuízo de outras a-
Municipais e do Distrito Federal. ções a serem definidas em regulamento,
a: (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 10 - A União, os Estados, os Municípios I - medir os resultados da gestão descen-
e o Distrito Federal podem celebrar convênios tralizada do Suas, com base na atuação do ges-
com entidades e organizações de assistência tor estadual, municipal e do Distrito Federal na
social, em conformidade com os Planos aprova- implementação, execução e monitoramento dos
dos pelos respectivos Conselhos. serviços, programas, projetos e benefícios de
assistência social, bem como na articulação in-
Art. 11 - As ações das três esferas de gover- tersetorial; (Incluído pela Lei nº 12.435, de
no na área de assistência social realizam-se de 2011)
forma articulada, cabendo a coordenação e as II - incentivar a obtenção de resultados
normas gerais à esfera federal e a coordenação qualitativos na gestão estadual, municipal e do
e execução dos programas, em suas respectivas Distrito Federal do Suas; e (Incluído pela Lei nº
esferas, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 12.435, de 2011)
Municípios. III - calcular o montante de recursos a se-
rem repassados aos entes federados a título de
Art. 12 - Compete à União: apoio financeiro à gestão do Suas. (Incluído pela
I - responder pela concessão e manutenção Lei nº 12.435, de 2011)
dos benefícios de prestação continuada defini- § 1o - Os resultados alcançados pelo ente
dos no art. 203 da Constituição Federal; federado na gestão do Suas, aferidos na forma
de regulamento, serão considerados como pres-
tação de contas dos recursos a serem transferi-
dos a título de apoio financeiro. (Incluído pela
Lei nº 12.435, de 2011)

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§ 2o - As transferências para apoio à ges- VI - realizar o monitoramento e a avaliação
tão descentralizada do Suas adotarão a sistemá- da política de assistência social e assessorar os
tica do Índice de Gestão Descentralizada do Municípios para seu desenvolvimento. (Incluído
Programa Bolsa Família, previsto no art. 8o da pela Lei nº 12.435, de 2011)
Lei no 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e serão
efetivadas por meio de procedimento integrado Art. 14 - Compete ao Distrito Federal:
àquele índice. (Incluído pela Lei nº 12.435, de I - destinar recursos financeiros para cus-
2011) teio do pagamento dos benefícios eventuais de
§ 3o - (VETADO). (Incluído pela Lei nº que trata o art. 22, mediante critérios estabele-
12.435, de 2011) cidos pelos Conselhos de Assistência Social do
§ 4o - Para fins de fortalecimento dos Con- Distrito Federal; (Redação dada pela Lei nº
selhos de Assistência Social dos Estados, Muni- 12.435, de 2011)
cípios e Distrito Federal, percentual dos recursos II - efetuar o pagamento dos auxílios natali-
transferidos deverá ser gasto com atividades de dade e funeral;
apoio técnico e operacional àqueles colegiados, III - executar os projetos de enfrentamento
na forma fixada pelo Ministério do Desenvolvi- da pobreza, incluindo a parceria com organiza-
mento Social e Combate à Fome, sendo vedada ções da sociedade civil;
a utilização dos recursos para pagamento de IV - atender às ações assistenciais de cará-
pessoal efetivo e de gratificações de qualquer ter de emergência;
natureza a servidor público estadual, municipal V - prestar os serviços assistenciais de que
ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº trata o art. 23 desta lei.
12.435, de 2011) VI - cofinanciar o aprimoramento da ges-
tão, os serviços, os programas e os projetos de
Art. 13 - Compete aos Estados: assistência social em âmbito local; (Incluído pela
I - destinar recursos financeiros aos Muni- Lei nº 12.435, de 2011)
cípios, a título de participação no custeio do VII - realizar o monitoramento e a avalia-
pagamento dos benefícios eventuais de que ção da política de assistência social em seu âm-
trata o art. 22, mediante critérios estabelecidos bito. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
pelos Conselhos Estaduais de Assistência Soci-
al; (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) Art. 15 - Compete aos Municípios:
II - cofinanciar, por meio de transferência I - destinar recursos financeiros para cus-
automática, o aprimoramento da gestão, os teio do pagamento dos benefícios eventuais de
serviços, os programas e os projetos de assis- que trata o art. 22, mediante critérios estabele-
tência social em âmbito regional ou lo- cidos pelos Conselhos Municipais de Assistência
cal; (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) Social; (Redação dada pela Lei nº 12.435, de
III - atender, em conjunto com os Municí- 2011)
pios, às ações assistenciais de caráter de emer- II - efetuar o pagamento dos auxílios natali-
gência; dade e funeral;
IV - estimular e apoiar técnica e financeira- III - executar os projetos de enfrentamento
mente as associações e consórcios municipais da pobreza, incluindo a parceria com organiza-
na prestação de serviços de assistência social; ções da sociedade civil;
V - prestar os serviços assistenciais cujos IV - atender às ações assistenciais de cará-
custos ou ausência de demanda municipal justi- ter de emergência;
fiquem uma rede regional de serviços, descon- V - prestar os serviços assistenciais de que
centrada, no âmbito do respectivo Estado. trata o art. 23 desta lei.

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VI - cofinanciar o aprimoramento da ges- § 1º - O Conselho Nacional de Assistência
tão, os serviços, os programas e os projetos de Social (CNAS) é composto por 18 (dezoito)
assistência social em âmbito local; (Incluído pela membros e respectivos suplentes, cujos nomes
Lei nº 12.435, de 2011) são indicados ao órgão da Administração Pública
VII - realizar o monitoramento e a avalia- Federal responsável pela coordenação da Políti-
ção da política de assistência social em seu âm- ca Nacional de Assistência Social, de acordo com
bito. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) os critérios seguintes:
I - 9 (nove) representantes governamentais,
Art. 16 - As instâncias deliberativas do Su- incluindo 1 (um) representante dos Estados e 1
as, de caráter permanente e composição paritá- (um) dos Municípios;
ria entre governo e sociedade civil, II - 9 (nove) representantes da sociedade
são: (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) civil, dentre representantes dos usuários ou de
I - o Conselho Nacional de Assistência Soci- organizações de usuários, das entidades e orga-
al; nizações de assistência social e dos trabalhado-
II - os Conselhos Estaduais de Assistência res do setor, escolhidos em foro próprio sob
Social; fiscalização do Ministério Público Federal.
III - o Conselho de Assistência Social do Dis- § 2º - O Conselho Nacional de Assistência
trito Federal; Social (CNAS) é presidido por um de seus inte-
IV - os Conselhos Municipais de Assistência grantes, eleito dentre seus membros, para
Social. mandato de 1 (um) ano, permitida uma única
Parágrafo único - Os Conselhos de Assis- recondução por igual período.
tência Social estão vinculados ao órgão gestor § 3º - O Conselho Nacional de Assistência
de assistência social, que deve prover a infraes- Social (CNAS) contará com uma Secretaria Exe-
trutura necessária ao seu funcionamento, ga- cutiva, a qual terá sua estrutura disciplinada em
rantindo recursos materiais, humanos e finan- ato do Poder Executivo.
ceiros, inclusive com despesas referentes a pas- § 4o - Os Conselhos de que tratam os inci-
sagens e diárias de conselheiros representantes sos II, III e IV do art. 16, com competência para
do governo ou da sociedade civil, quando esti- acompanhar a execução da política de assistên-
verem no exercício de suas atribuições. (Incluído cia social, apreciar e aprovar a proposta orça-
pela Lei nº 12.435, de 2011) mentária, em consonância com as diretrizes das
conferências nacionais, estaduais, distrital e
Art. 17 - Fica instituído o Conselho Nacional municipais, de acordo com seu âmbito de atua-
de Assistência Social (CNAS), órgão superior de ção, deverão ser instituídos, respectivamente,
deliberação colegiada, vinculado à estrutura do pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Mu-
órgão da Administração Pública Federal respon- nicípios, mediante lei específica. (Redação dada
sável pela coordenação da Política Nacional de pela Lei nº 12.435, de 2011)
Assistência Social, cujos membros, nomeados
pelo Presidente da República, têm mandato de Art. 18 - Compete ao Conselho Nacional de
2 (dois) anos, permitida uma única recondução Assistência Social:
por igual período. I - aprovar a Política Nacional de Assistência
Social;
II - normatizar as ações e regular a presta-
ção de serviços de natureza pública e privada no
campo da assistência social;

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III - acompanhar e fiscalizar o processo de XII - indicar o representante do Conselho
certificação das entidades e organizações de Nacional de Assistência Social (CNAS) junto ao
assistência social no Ministério do Desenvolvi- Conselho Nacional da Seguridade Social;
mento Social e Combate à Fome; (Redação dada XIII - elaborar e aprovar seu regimento in-
pela Lei nº 12.101, de 2009) terno;
IV - apreciar relatório anual que conterá a XIV - divulgar, no Diário Oficial da União,
relação de entidades e organizações de assis- todas as suas decisões, bem como as contas do
tência social certificadas como beneficentes e Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) e os
encaminhá-lo para conhecimento dos Conselhos respectivos pareceres emitidos.
de Assistência Social dos Estados, Municípios e Parágrafo único - (Revogado pela Lei nº
do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei nº 12.101, de 2009)
12.101, de 2009)
V - zelar pela efetivação do sistema descen- Art. 19 - Compete ao órgão da Administra-
tralizado e participativo de assistência social; ção Pública Federal responsável pela coordena-
VI - a partir da realização da II Conferência ção da Política Nacional de Assistência Social:
Nacional de Assistência Social em 1997, convo- I - coordenar e articular as ações no campo
car ordinariamente a cada quatro anos a Confe- da assistência social;
rência Nacional de Assistência Social, que terá a II - propor ao Conselho Nacional de Assis-
atribuição de avaliar a situação da assistência tência Social (CNAS) a Política Nacional de Assis-
social e propor diretrizes para o aperfeiçoamen- tência Social, suas normas gerais, bem como os
to do sistema; (Redação dada pela Lei nº 9.720, critérios de prioridade e de elegibilidade, além
de 26.4.1991) de padrões de qualidade na prestação de bene-
VII - (Vetado.) fícios, serviços, programas e projetos;
VIII - apreciar e aprovar a proposta orça- III - prover recursos para o pagamento dos
mentária da Assistência Social a ser encaminha- benefícios de prestação continuada definidos
da pelo órgão da Administração Pública Federal nesta lei;
responsável pela coordenação da Política Na- IV - elaborar e encaminhar a proposta or-
cional de Assistência Social; çamentária da assistência social, em conjunto
IX - aprovar critérios de transferência de com as demais da Seguridade Social;
recursos para os Estados, Municípios e Distrito V - propor os critérios de transferência dos
Federal, considerando, para tanto, indicadores recursos de que trata esta lei;
que informem sua regionalização mais eqüitati- VI - proceder à transferência dos recursos
va, tais como: população, renda per capita, mor- destinados à assistência social, na forma previs-
talidade infantil e concentração de renda, além ta nesta lei;
de disciplinar os procedimentos de repasse de VII - encaminhar à apreciação do Conselho
recursos para as entidades e organizações de Nacional de Assistência Social (CNAS) relatórios
assistência social, sem prejuízo das disposições trimestrais e anuais de atividades e de realiza-
da Lei de Diretrizes Orçamentárias; ção financeira dos recursos;
X - acompanhar e avaliar a gestão dos re- VIII - prestar assessoramento técnico aos
cursos, bem como os ganhos sociais e o desem- Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às
penho dos programas e projetos aprovados; entidades e organizações de assistência social;
XI - estabelecer diretrizes, apreciar e apro- IX - formular política para a qualificação
var os programas anuais e plurianuais do Fundo sistemática e continuada de recursos humanos
Nacional de Assistência Social (FNAS); no campo da assistência social;

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X - desenvolver estudos e pesquisas para § 2o - Para efeito de concessão do benefí-
fundamentar as análises de necessidades e for- cio de prestação continuada, considera-se pes-
mulação de proposições para a área; soa com deficiência aquela que tem impedimen-
XI - coordenar e manter atualizado o siste- to de longo prazo de natureza física, mental,
ma de cadastro de entidades e organizações de intelectual ou sensorial, o qual, em interação
assistência social, em articulação com os Esta- com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
dos, os Municípios e o Distrito Federal; participação plena e efetiva na sociedade em
XII - articular-se com os órgãos responsá- igualdade de condições com as demais pesso-
veis pelas políticas de saúde e previdência soci- as. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
al, bem como com os demais responsáveis pelas 2015) (Vigência)
políticas sócio-econômicas setoriais, visando à § 3o - Considera-se incapaz de prover a
elevação do patamar mínimo de atendimento às manutenção da pessoa com deficiência ou idosa
necessidades básicas; a família cuja renda mensal per capita seja infe-
XIII - expedir os atos normativos necessá- rior a 1/4 (um quarto) do salário-
rios à gestão do Fundo Nacional de Assistência mínimo. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de
Social (FNAS), de acordo com as diretrizes esta- 2011)
belecidas pelo Conselho Nacional de Assistência § 4o - O benefício de que trata este artigo
Social (CNAS); não pode ser acumulado pelo beneficiário com
XIV - elaborar e submeter ao Conselho Na- qualquer outro no âmbito da seguridade social
cional de Assistência Social (CNAS) os programas ou de outro regime, salvo os da assistência mé-
anuais e plurianuais de aplicação dos recursos dica e da pensão especial de natureza indeniza-
do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS). tória. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de
2011)
CAPÍTULO IV § 5o - A condição de acolhimento em insti-
DOS BENEFÍCIOS, DOS SERVIÇOS, DOS PRO- tuições de longa permanência não prejudica o
GRAMAS E DOS PROJETOS DE ASSISTÊNCIA direito do idoso ou da pessoa com deficiência ao
SOCIAL benefício de prestação continuada. (Redação
SEÇÃO I dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA § 6º - A concessão do benefício ficará su-
jeita à avaliação da deficiência e do grau de im-
Art. 20 - O benefício de prestação continu- pedimento de que trata o § 2o, composta por
ada é a garantia de um salário-mínimo mensal à avaliação médica e avaliação social realizadas
pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (ses- por médicos peritos e por assistentes sociais do
senta e cinco) anos ou mais que comprovem Instituto Nacional de Seguro Social - INSS.
não possuir meios de prover a própria manu- (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011)
tenção nem de tê-la provida por sua famí- § 7o - Na hipótese de não existirem serviços
lia. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) no município de residência do beneficiário, fica
§ 1o - Para os efeitos do disposto assegurado, na forma prevista em regulamento,
no caput, a família é composta pelo requerente, o seu encaminhamento ao município mais pró-
o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausên- ximo que contar com tal estrutura. (Incluído
cia de um deles, a madrasta ou o padrasto, os pela Lei nº 9.720, de 30.11.1998)
irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e
os menores tutelados, desde que vivam sob o
mesmo teto. (Redação dada pela Lei nº 12.435,
de 2011)

Técnico do Seguro Social – INSS 2015 203


§ 8o - A renda familiar mensal a que se re- § 4º - A cessação do benefício de presta-
fere o § 3o deverá ser declarada pelo requerente ção continuada concedido à pessoa com defici-
ou seu representante legal, sujeitando-se aos ência não impede nova concessão do benefício,
demais procedimentos previstos no regulamen- desde que atendidos os requisitos definidos em
to para o deferimento do pedido.(Incluído pela regulamento. (Redação dada pela Lei nº
Lei nº 9.720, de 30.11.1998) 12.470, de 2011)
§ 9o - Os rendimentos decorrentes de es-
tágio supervisionado e de aprendizagem não Art. 21-A - O benefício de prestação con-
serão computados para os fins de cálculo da tinuada será suspenso pelo órgão concedente
renda familiar per capita a que se refere o § quando a pessoa com deficiência exercer ativi-
3o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº dade remunerada, inclusive na condição de mi-
13.146, de 2015) (Vigência) croempreendedor individual. (Incluído pela
§ 10 - Considera-se impedimento de lon- Lei nº 12.470, de 2011)
go prazo, para os fins do § 2o deste artigo, aque- § 1o - Extinta a relação trabalhista ou a a-
le que produza efeitos pelo prazo mínimo de 2 tividade empreendedora de que trata
(dois) anos. (Incluído pela Lei nº 12.470, de o caput deste artigo e, quando for o caso, encer-
2011) rado o prazo de pagamento do seguro-
§ 11 - Para concessão do benefício de que desemprego e não tendo o beneficiário adquiri-
trata o caput deste artigo, poderão ser utiliza- do direito a qualquer benefício previdenciário,
dos outros elementos probatórios da condição poderá ser requerida a continuidade do paga-
de miserabilidade do grupo familiar e da situa- mento do benefício suspenso, sem necessidade
ção de vulnerabilidade, conforme regulamen- de realização de perícia médica ou reavaliação
to. (Incluído pela Lei nº 13.146, de da deficiência e do grau de incapacidade para
2015) (Vigência) esse fim, respeitado o período de revisão previs-
to no caput do art. 21. (Incluído pela Lei nº
Art. 21 - O benefício de prestação continu- 12.470, de 2011)
ada deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para § 2o - A contratação de pessoa com defi-
avaliação da continuidade das condições que lhe ciência como aprendiz não acarreta a suspensão
deram origem. (Vide Lei nº 9.720, de do benefício de prestação continuada, limitado
30.11.1998) a 2 (dois) anos o recebimento concomitante da
§ 1º - O pagamento do benefício cessa no remuneração e do benefício. (Incluído pela Lei
momento em que forem superadas as condi- nº 12.470, de 2011)
ções referidas no caput, ou em caso de morte
do beneficiário. SEÇÃO II
§ 2º - O benefício será cancelado quando se DOS BENEFÍCIOS EVENTUAIS
constatar irregularidade na sua concessão ou
utilização. Art. 22 - Entendem-se por benefícios e-
§ 3o - O desenvolvimento das capacidades ventuais as provisões suplementares e provisó-
cognitivas, motoras ou educacionais e a realiza- rias que integram organicamente as garantias
ção de atividades não remuneradas de habilita- do Suas e são prestadas aos cidadãos e às famí-
ção e reabilitação, entre outras, não constituem lias em virtude de nascimento, morte, situações
motivo de suspensão ou cessação do benefício de vulnerabilidade temporária e de calamidade
da pessoa com deficiência. (Incluído pela Lei nº pública. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de
12.435, de 2011) 2011)

Técnico do Seguro Social – INSS 2015 204


§ 1o - A concessão e o valor dos benefícios II - às pessoas que vivem em situação de
de que trata este artigo serão definidos pelos rua. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
Estados, Distrito Federal e Municípios e previs-
tos nas respectivas leis orçamentárias anuais, SEÇÃO IV
com base em critérios e prazos definidos pelos DOS PROGRAMAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
respectivos Conselhos de Assistência Soci-
al. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) Art. 24 - Os programas de assistência social
§ 2o - O CNAS, ouvidas as respectivas re- compreendem ações integradas e complemen-
presentações de Estados e Municípios dele par- tares com objetivos, tempo e área de abrangên-
ticipantes, poderá propor, na medida das dispo- cia definidos para qualificar, incentivar e melho-
nibilidades orçamentárias das 3 (três) esferas de rar os benefícios e os serviços assistenciais.
governo, a instituição de benefícios subsidiários § 1º - Os programas de que trata este artigo
no valor de até 25% (vinte e cinco por cento) do serão definidos pelos respectivos Conselhos de
salário-mínimo para cada criança de até 6 (seis) Assistência Social, obedecidos os objetivos e
anos de idade. (Redação dada pela Lei nº princípios que regem esta lei, com prioridade
12.435, de 2011) para a inserção profissional e social.
§ 3o - Os benefícios eventuais subsidiários § 2o - Os programas voltados para o idoso
não poderão ser cumulados com aqueles institu- e a integração da pessoa com deficiência serão
ídos pelas Leis no 10.954, de 29 de setembro de devidamente articulados com o benefício de
2004, e no 10.458, de 14 de maio de prestação continuada estabelecido no art. 20
2002. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de
2011) 2011)

SEÇÃO III Art. 24-A - Fica instituído o Serviço de Pro-


DOS SERVIÇOS teção e Atendimento Integral à Família (Paif),
que integra a proteção social básica e consiste
Art. 23 - Entendem-se por serviços socio- na oferta de ações e serviços socioassistenciais
assistenciais as atividades continuadas que vi- de prestação continuada, nos Cras, por meio do
sem à melhoria de vida da população e cujas trabalho social com famílias em situação de vul-
ações, voltadas para as necessidades básicas, nerabilidade social, com o objetivo de prevenir
observem os objetivos, princípios e diretrizes o rompimento dos vínculos familiares e a vio-
estabelecidos nesta Lei. (Redação dada pela Lei lência no âmbito de suas relações, garantindo o
nº 12.435, de 2011) direito à convivência familiar e comunitá-
§ 1o - O regulamento instituirá os serviços ria. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
socioassistenciais. (Incluído pela Lei nº 12.435, Parágrafo único - Regulamento definirá as
de 2011) diretrizes e os procedimentos do Paif. (Incluído
§ 2o - Na organização dos serviços da as- pela Lei nº 12.435, de 2011)
sistência social serão criados programas de am-
paro, entre outros: (Incluído pela Lei nº 12.435, Art. 24-B - Fica instituído o Serviço de Pro-
de 2011) teção e Atendimento Especializado a Famílias e
I - às crianças e adolescentes em situação Indivíduos (Paefi), que integra a proteção social
de risco pessoal e social, em cumprimento ao especial e consiste no apoio, orientação e a-
disposto no art. 227 da Constituição Federal e companhamento a famílias e indivíduos em si-
na Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto tuação de ameaça ou violação de direitos, arti-
da Criança e do Adolescente); (Incluído pela Lei culando os serviços socioassistenciais com as
nº 12.435, de 2011) diversas políticas públicas e com órgãos do sis

Técnico do Seguro Social – INSS 2015 205


tema de garantia de direitos. (Incluído pela Lei Art. 26 - O incentivo a projetos de enfren-
nº 12.435, de 2011) tamento da pobreza assentar-se-á em meca-
Parágrafo único - Regulamento definirá as nismos de articulação e de participação de dife-
diretrizes e os procedimentos do Paefi. (Incluído rentes áreas governamentais e em sistema de
pela Lei nº 12.435, de 2011) cooperação entre organismos governamentais,
não governamentais e da sociedade civil.
Art. 24-C - Fica instituído o Programa de
Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), de cará- CAPÍTULO V
ter intersetorial, integrante da Política Nacional DO FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
de Assistência Social, que, no âmbito do Suas,
compreende transferências de renda, trabalho Art. 27 - Fica o Fundo Nacional de Ação
social com famílias e oferta de serviços socioe- Comunitária (Funac), instituído pelo Decreto nº
ducativos para crianças e adolescentes que se 91.970, de 22 de novembro de 1985, ratificado
encontrem em situação de trabalho. (Incluído pelo Decreto Legislativo nº 66, de 18 de dezem-
pela Lei nº 12.435, de 2011) bro de 1990, transformado no Fundo Nacional
§ 1o - O Peti tem abrangência nacional e de Assistência Social (FNAS).
será desenvolvido de forma articulada pelos
entes federados, com a participação da socie- Art. 28 - O financiamento dos benefícios,
dade civil, e tem como objetivo contribuir para a serviços, programas e projetos estabelecidos
retirada de crianças e adolescentes com idade nesta lei far-se-á com os recursos da União, dos
inferior a 16 (dezesseis) anos em situação de Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
trabalho, ressalvada a condição de aprendiz, a das demais contribuições sociais previstas
partir de 14 (quatorze) anos. (Incluído pela Lei no art. 195 da Constituição Federal, além da-
nº 12.435, de 2011) queles que compõem o Fundo Nacional de As-
§ 2o - As crianças e os adolescentes em si- sistência Social (FNAS).
tuação de trabalho deverão ser identificados e § 1o - Cabe ao órgão da Administração Pú-
ter os seus dados inseridos no Cadastro Único blica responsável pela coordenação da Política
para Programas Sociais do Governo Federal (Ca- de Assistência Social nas 3 (três) esferas de go-
dÚnico), com a devida identificação das situa- verno gerir o Fundo de Assistência Social, sob
ções de trabalho infantil. (Incluído pela Lei nº orientação e controle dos respectivos Conselhos
12.435, de 2011) de Assistência Social. (Redação dada pela Lei nº
12.435, de 2011)
SEÇÃO V § 2º - O Poder Executivo disporá, no prazo
DOS PROJETOS DE ENFRENTAMENTO DA PO- de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de
BREZA publicação desta lei, sobre o regulamento e fun-
cionamento do Fundo Nacional de Assistência
Art. 25 - Os projetos de enfrentamento da Social (FNAS).
pobreza compreendem a instituição de investi- § 3o - O financiamento da assistência soci-
mento econômico-social nos grupos populares, al no Suas deve ser efetuado mediante cofinan-
buscando subsidiar, financeira e tecnicamente, ciamento dos 3 (três) entes federados, devendo
iniciativas que lhes garantam meios, capacidade os recursos alocados nos fundos de assistência
produtiva e de gestão para melhoria das condi- social ser voltados à operacionalização, presta-
ções gerais de subsistência, elevação do padrão ção, aprimoramento e viabilização dos serviços,
da qualidade de vida, a preservação do meio- programas, projetos e benefícios desta políti-
ambiente e sua organização social. ca. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)

Técnico do Seguro Social – INSS 2015 206


Art. 28-A - Constitui receita do Fundo Na- Art. 30-A - O cofinanciamento dos servi-
cional de Assistência Social, o produto da alie- ços, programas, projetos e benefícios eventuais,
nação dos bens imóveis da extinta Fundação no que couber, e o aprimoramento da gestão da
Legião Brasileira de Assistência. (Incluído pela política de assistência social no Suas se efetuam
Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001) por meio de transferências automáticas entre os
fundos de assistência social e mediante alocação
Art. 29 - Os recursos de responsabilidade da de recursos próprios nesses fundos nas 3 (três)
União destinados à assistência social serão au- esferas de governo. (Incluído pela Lei nº 12.435,
tomaticamente repassados ao Fundo Nacional de 2011)
de Assistência Social (FNAS), à medida que se Parágrafo único - As transferências auto-
forem realizando as receitas. máticas de recursos entre os fundos de assis-
Parágrafo único - Os recursos de responsa- tência social efetuadas à conta do orçamento da
bilidade da União destinados ao financiamento seguridade social, conforme o art. 204 da Cons-
dos benefícios de prestação continuada, previs- tituição Federal, caracterizam-se como despesa
tos no art. 20, poderão ser repassados pelo Mi- pública com a seguridade social, na forma
nistério da Previdência e Assistência Social dire- do art. 24 da Lei Complementar no 101, de 4 de
tamente ao INSS, órgão responsável pela sua maio de 2000. (Incluído pela Lei nº 12.435, de
execução e manutenção.(Incluído pela Lei nº 2011)
9.720, de 30.11.1998)
Art. 30-B - Caberá ao ente federado res-
Art. 30 - É condição para os repasses, aos ponsável pela utilização dos recursos do respec-
Municípios, aos Estados e ao Distrito Federal, tivo Fundo de Assistência Social o controle e o
dos recursos de que trata esta lei, a efetiva insti- acompanhamento dos serviços, programas, pro-
tuição e funcionamento de: jetos e benefícios, por meio dos respectivos ór-
I - Conselho de Assistência Social, de com- gãos de controle, independentemente de ações
posição paritária entre governo e sociedade do órgão repassador dos recursos.(Incluído pela
civil; Lei nº 12.435, de 2011)
II - Fundo de Assistência Social, com orien-
tação e controle dos respectivos Conselhos de Art. 30-C - A utilização dos recursos fede-
Assistência Social; rais descentralizados para os fundos de assis-
III - Plano de Assistência Social. tência social dos Estados, dos Municípios e do
Parágrafo único - É, ainda, condição para Distrito Federal será declarada pelos entes re-
transferência de recursos do FNAS aos Estados, cebedores ao ente transferidor, anualmente,
ao Distrito Federal e aos Municípios a compro- mediante relatório de gestão submetido à apre-
vação orçamentária dos recursos próprios des- ciação do respectivo Conselho de Assistência
tinados à Assistência Social, alocados em seus Social, que comprove a execução das ações na
respectivos Fundos de Assistência Social, a partir forma de regulamento. (Incluído pela Lei nº
do exercício de 1999. (Incluído pela Lei nº 9.720, 12.435, de 2011)
de 30.11.1998) Parágrafo único - Os entes transferidores
poderão requisitar informações referentes à
aplicação dos recursos oriundos do seu fundo de
assistência social, para fins de análise e acom-
panhamento de sua boa e regular utiliza-
ção. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)

Técnico do Seguro Social – INSS 2015 207


CAPÍTULO VI assistência social, observado o disposto no art.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS 3º desta lei.

Art. 31 - Cabe ao Ministério Público zelar Art. 34 - A União continuará exercendo pa-
pelo efetivo respeito aos direitos estabelecidos pel supletivo nas ações de assistência social, por
nesta lei. ela atualmente executadas diretamente no âm-
bito dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Art. 32 - O Poder Executivo terá o prazo de Federal, visando à implementação do disposto
60 (sessenta) dias, a partir da publicação desta nesta lei, por prazo máximo de 12 (doze) meses,
lei, obedecidas as normas por ela instituídas, contados a partir da data da publicação desta
para elaborar e encaminhar projeto de lei dis- lei.
pondo sobre a extinção e reordenamento dos
órgãos de assistência social do Ministério do Art. 35 - Cabe ao órgão da Administração
Bem-Estar Social. Pública Federal responsável pela coordenação
§ 1º - O projeto de que trata este artigo da Política Nacional de Assistência Social operar
definirá formas de transferências de benefícios, os benefícios de prestação continuada de que
serviços, programas, projetos, pessoal, bens trata esta lei, podendo, para tanto, contar com
móveis e imóveis para a esfera municipal. o concurso de outros órgãos do Governo Fede-
§ 2º - O Ministro de Estado do Bem-Estar ral, na forma a ser estabelecida em regulamen-
Social indicará Comissão encarregada de elabo- to.
rar o projeto de lei de que trata este artigo, que Parágrafo único - O regulamento de que
contará com a participação das organizações trata o caput definirá as formas de comprovação
dos usuários, de trabalhadores do setor e de do direito ao benefício, as condições de sua sus-
entidades e organizações de assistência social. pensão, os procedimentos em casos de curatela
e tutela e o órgão de credenciamento, de paga-
Art. 33 - Decorrido o prazo de 120 (cento e mento e de fiscalização, dentre outros aspectos.
vinte) dias da promulgação desta lei, fica extinto
o Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS), Art. 36 - As entidades e organizações de
revogando-se, em conseqüência, os Decretos- assistência social que incorrerem em irregulari-
Lei nºs 525, de 1º de julho de 1938, e 657, de 22 dades na aplicação dos recursos que lhes foram
de julho de 1943. repassados pelos poderes públicos terão a sua
§ 1º - O Poder Executivo tomará as provi- vinculação ao Suas cancelada, sem prejuízo de
dências necessárias para a instalação do Conse- responsabilidade civil e penal. (Redação dada
lho Nacional de Assistência Social (CNAS) e a pela Lei nº 12.435, de 2011)
transferência das atividades que passarão à sua
competência dentro do prazo estabelecido no Art. 37 - O benefício de prestação continu-
caput, de forma a assegurar não haja solução de ada será devido após o cumprimento, pelo re-
continuidade. querente, de todos os requisitos legais e regu-
§ 2º - O acervo do órgão de que trata o ca- lamentares exigidos para a sua concessão, inclu-
put será transferido, no prazo de 60 (sessenta) sive apresentação da documentação necessária,
dias, para o Conselho Nacional de Assistência devendo o seu pagamento ser efetuado em até
Social (CNAS), que promoverá, mediante crité- quarenta e cinco dias após cumpridas as exigên-
rios e prazos a serem fixados, a revisão dos pro- cias de que trata este artigo. (Redação dada pela
cessos de registro e certificado de entidade de Lei nº 9.720, de 30.11.1998) (Vide Lei nº
fins filantrópicos das entidades e organização de 9.720, de 30.11.1998)

Técnico do Seguro Social – INSS 2015 208


Parágrafo único - No caso de o primeiro Art. 41 - Esta lei entra em vigor na data da
pagamento ser feito após o prazo previsto sua publicação.
no caput, aplicar-se-á na sua atualização o
mesmo critério adotado pelo INSS na atualiza- Art. 42 - Revogam-se as disposições em
ção do primeiro pagamento de benefício previ- contrário.
denciário em atraso. (Incluído pela Lei nº 9.720,
de 30.11.1998) Brasília, 7 de dezembro de 1993, 172º da
Independência e 105º da República.
Art. 38 - (Revogado pela Lei nº 12.435, de
2011) ITAMAR FRANCO
Jutahy Magalhães Júnior
Art. 39 - O Conselho Nacional de Assistência
Social (CNAS), por decisão da maioria absoluta
de seus membros, respeitados o orçamento da
seguridade social e a disponibilidade do Fundo
Nacional de Assistência Social (FNAS), poderá
propor ao Poder Executivo a alteração dos limi-
tes de renda mensal per capita definidos no § 3º
do art. 20 e caput do art. 22.

Art. 40 - Com a implantação dos benefícios


previstos nos arts. 20 e 22 desta lei, extinguem-
se a renda mensal vitalícia, o auxílio-natalidade
e o auxílio-funeral existentes no âmbito da Pre-
vidência Social, conforme o disposto na Lei nº
8.213, de 24 de julho de 1991.
§ 1º - A transferência dos benefíciários do
sistema previdenciário para a assistência social
deve ser estabelecida de forma que o atendi-
mento à população não sofra solução de conti-
nuidade. (Redação dada pela Lei nº 9.711, de
20.11.1998
§ 2º - É assegurado ao maior de setenta
anos e ao inválido o direito de requerer a renda
mensal vitalícia junto ao INSS até 31 de dezem-
bro de 1995, desde que atenda, alternativamen-
te, aos requisitos estabelecidos nos incisos I, II
ou III do § 1º do art. 139 da Lei nº 8.213, de 24
de julho de 1991. (Redação dada pela Lei nº
9.711, de 20.11.1998

Art. 40-A - Os benefícios monetários decor-


rentes do disposto nos arts. 22, 24-C e 25 desta
Lei serão pagos preferencialmente à mulher
responsável pela unidade familiar, quando cabí-
vel. (Incluído pela Lei nº 13.014, de 2014)

Técnico do Seguro Social – INSS 2015 209


DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE
2007. ANEXO

Regulamenta o benefício de prestação con- REGULAMENTO DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO


tinuada da assistência social devido à pessoa CONTINUADA
com deficiência e ao idoso de que trata a Lei
no 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e a Lei CAPÍTULO I
no 10.741, de 1o de outubro de 2003, acresce DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA E
parágrafo ao art. 162 do Decreto no 3.048, de 6
DO BENEFICIÁRIO
de maio de 1999, e dá outras providências.

Art. 1o - Fica aprovado, na forma do Anexo Art. 1o - O Benefício de Prestação Continu-


deste Decreto, o Regulamento do Benefício de ada previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de
Prestação Continuada instituído pelo art. 20 da dezembro de 1993, é a garantia de um salário
Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993. mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao
idoso, com idade de sessenta e cinco anos ou
Art. 2o - O art. 162 do Regulamento da Pre- mais, que comprovem não possuir meios para
vidência Social, aprovado pelo Decreto no 3.048, prover a própria manutenção e nem de tê-la
de 6 de maio de 1999, passa a vigorar acrescido provida por sua família.
do seguinte parágrafo: § 1o - O Benefício de Prestação Continuada
“Parágrafo único. O período a que se refere integra a proteção social básica no âmbito do Sis-
o caput poderá ser prorrogado por iguais perío- tema Único de Assistência Social - SUAS, instituído
dos, desde que comprovado o andamento regular pelo Ministério do Desenvolvimento Social e
do processo legal de tutela ou curatela.” (NR) Combate à Fome, em consonância com o estabe-
lecido pela Política Nacional de Assistência Social -
Art. 3o - Este Decreto entra em vigor na da-
PNAS.
ta de sua publicação.
§ 2o - O Benefício de Prestação Continuada
Art. 4o - Ficam revogados os Decretos é constitutivo da PNAS e integrado às demais
nos 1.744, de 8 de dezembro de 1995, e 4.712, políticas setoriais, e visa ao enfrentamento da
de 29 de maio de 2003. pobreza, à garantia da proteção social, ao pro-
vimento de condições para atender contingên-
Brasília, 26 de setembro de 2007; 186o da cias sociais e à universalização dos direitos soci-
Independência e 189o da República. ais, nos moldes definidos no parágrafo único
do art. 2º da Lei nº 8.742, de 1993.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA § 3o - A plena atenção à pessoa com defici-
Luiz Marinho ência e ao idoso beneficiário do Benefício de
Patrus Ananias Prestação Continuada exige que os gestores da
assistência social mantenham ação integrada às
demais ações das políticas setoriais nacional,
estaduais, municipais e do Distrito Federal, prin-
cipalmente no campo da saúde, segurança ali-
mentar, habitação e educação.

Técnico do Seguro Social – INSS 2015 210


Art. 2o - Compete ao Ministério do Desen- IV - família incapaz de prover a manuten-
volvimento Social e Combate à Fome, por in- ção da pessoa com deficiência ou do idoso: a-
termédio da Secretaria Nacional de Assistência quela cuja renda mensal bruta familiar dividida
Social, a implementação, a coordenação-geral, a pelo número de seus integrantes seja inferior a
regulação, financiamento, o monitoramento e a um quarto do salário mínimo;
avaliação da prestação do beneficio, sem prejuí- V - família para cálculo da renda per capita:
zo das iniciativas compartilhadas com Estados, conjunto de pessoas composto pelo requerente,
Distrito Federal e Municípios, em consonância o cônjuge, o companheiro, a companheira, os
com as diretrizes do SUAS e da descentralização pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou
político-administrativa, prevista no inciso I do o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e ente-
art. 204 da Constituição e no inciso I do art. 5º ados solteiros e os menores tutelados, desde
da Lei nº 8.742, de 1993. que vivam sob o mesmo teto; e(Redação dada
pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
Art. 3o - Instituto Nacional do Seguro Social - VI - renda mensal bruta familiar: a soma
INSS é o responsável pela operacionalização do dos rendimentos brutos auferidos mensalmente
Benefício de Prestação Continuada, nos termos pelos membros da família composta por salá-
deste Regulamento. rios, proventos, pensões, pensões alimentícias,
benefícios de previdência pública ou privada,
Art. 4o - Para os fins do reconhecimento do seguro-desemprego, comissões, pro-labore,
direito ao benefício, considera-se: outros rendimentos do trabalho não assalaria-
I - idoso: aquele com idade de sessenta e do, rendimentos do mercado informal ou autô-
cinco anos ou mais; nomo, rendimentos auferidos do patrimônio,
II - pessoa com deficiência: aquela que tem Renda Mensal Vitalícia e Benefício de Prestação
impedimentos de longo prazo de natureza física, Continuada, ressalvado o disposto no parágrafo
mental, intelectual ou sensorial, os quais, em inte- único do art. 19. (Redação dada pelo Decreto nº
ração com diversas barreiras, podem obstruir sua 7.617, de 2011)
participação plena e efetiva na sociedade em i- § 1o - Para fins de reconhecimento do di-
gualdade de condições com as demais pesso- reito ao Benefício de Prestação Continuada às
as; (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de crianças e adolescentes menores de dezesseis
2011) anos de idade, deve ser avaliada a existência da
III - incapacidade: fenômeno multidimensi- deficiência e o seu impacto na limitação do de-
onal que abrange limitação do desempenho de sempenho de atividade e restrição da participa-
atividade e restrição da participação, com redu- ção social, compatível com a idade. (Redação
ção efetiva e acentuada da capacidade de inclu- dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
são social, em correspondência à interação en- § 2o - Para fins do disposto no inciso VI
tre a pessoa com deficiência e seu ambiente do caput, não serão computados como renda
físico e social; mensal bruta familiar: (Redação dada pelo Decre-
to nº 7.617, de 2011)
I - benefícios e auxílios assistenciais de na-
tureza eventual e temporária; (Incluído pelo De-
creto nº 7.617, de 2011)

Técnico do Seguro Social – INSS 2015 211


II - valores oriundos de programas sociais Art. 7o - É devido o Benefício de Prestação
de transferência de renda; (Incluído pelo Decreto Continuada ao brasileiro, naturalizado ou nato,
nº 7.617, de 2011) que comprove domicílio e residência no Brasil e
III - bolsas de estágio curricular; (Incluído
atenda a todos os demais critérios estabelecidos
pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
IV - pensão especial de natureza indeniza- neste Regulamento. (Redação dada pelo Decreto
tória e benefícios de assistência médica, con- nº 7.617, de 2011)
forme disposto no art. 5o; (Incluído pelo Decreto
nº 7.617, de 2011) CAPÍTULO II
V - rendas de natureza eventual ou sazo- DA HABILITAÇÃO, DA CONCESSÃO, DA MANU-
nal, a serem regulamentadas em ato conjunto TENÇÃO, DA
do Ministério do Desenvolvimento Social e
REPRESENTAÇÃO E DO INDEFERIMENTO
Combate à Fome e do INSS; e (Incluído pelo De-
creto nº 7.617, de 2011) SEÇÃO I
VI - remuneração da pessoa com deficiên- DA HABILITAÇÃO E DA CONCESSÃO
cia na condição de aprendiz. (Incluído pelo De-
creto nº 7.617, de 2011) Art. 8o - Para fazer jus ao Benefício de
§ 3o - Considera-se impedimento de longo Prestação Continuada, o idoso deverá compro-
prazo aquele que produza efeitos pelo prazo var:
mínimo de dois anos. (Redação dada pelo Decre- I - contar com sessenta e cinco anos de ida-
to nº 7.617, de 2011) de ou mais;
II - renda mensal bruta familiar, dividida pe-
Art. 5o - O beneficiário não pode acumular lo número de seus integrantes, inferior a um
o Benefício de Prestação Continuada com qual- quarto do salário mínimo; e
quer outro benefício no âmbito da Seguridade
III - não possuir outro benefício no âmbito
Social ou de outro regime, inclusive o seguro-
desemprego, ressalvados o de assistência médi- da Seguridade Social ou de outro regime, inclu-
ca e a pensão especial de natureza indenizató- sive o seguro-desemprego, salvo o de assistên-
ria, bem como a remuneração advinda de con- cia médica e a pensão especial de natureza in-
trato de aprendizagem no caso da pessoa com denizatória, observado o disposto no inciso VI
deficiência, observado o disposto no inciso VI do caput e no § 2o do art. 4o. (Redação dada pelo
do caput e no § 2o do art. 4o. (Redação dada pelo
Decreto nº 7.617, de 2011)
Decreto nº 7.617, de 2011)
Parágrafo único - A acumulação do bene- Parágrafo único - A comprovação da condi-
fício com a remuneração advinda do contrato de ção prevista no inciso III poderá ser feita medi-
aprendizagem pela pessoa com deficiência está ante declaração do idoso ou, no caso de sua
limitada ao prazo máximo de dois anos. (Incluído incapacidade para os atos da vida civil, do seu
pelo Decreto nº 7.617, de 2011) curador.

Art. 6o - A condição de acolhimento em Art. 9o - Para fazer jus ao Benefício de


instituições de longa permanência, como abrigo, Prestação Continuada, a pessoa com deficiência
hospital ou instituição congênere não prejudica deverá comprovar:
o direito do idoso ou da pessoa com deficiência
ao Benefício de Prestação Continuada. (Redação
dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011)

Técnico do Seguro Social – INSS 2015 212


I - a existência de impedimentos de longo I - título declaratório de nacionalidade bra-
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sileira; e
sensorial, os quais, em interação com diversas II - carteira de identidade ou carteira de
barreiras, obstruam sua participação plena e trabalho e previdência social.
efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas, na forma prevista neste Art. 12 - A inscrição no Cadastro de Pes-
Regulamento; (Redação dada pelo Decreto nº soa Física é condição para a concessão do
7.617, de 2011) benefício, mas não para o requerimento e
II - renda mensal bruta familiar do reque- análise do processo administrativo. (Redação
rente, dividida pelo número de seus integrantes, dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
inferior a um quarto do salário mínimo; e
III - não possuir outro benefício no âmbito Art. 13 - A comprovação da renda familiar
da Seguridade Social ou de outro regime, inclu- mensal per capita será feita mediante Declara-
sive o seguro-desemprego, salvo o de assistên- ção da Composição e Renda Familiar, em formu-
cia médica e a pensão especial de natureza in- lário instituído para este fim, assinada pelo re-
denizatória, bem como a remuneração advinda querente ou seu representante legal, confron-
de contrato de aprendizagem, observado o dis- tada com os documentos pertinentes, ficando o
posto no inciso VI do caput e no § 2o do art. declarante sujeito às penas previstas em lei no
4o. (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de caso de omissão de informação ou declaração
2011) falsa.
Parágrafo único - A comprovação da con- § 1o - Os rendimentos dos componentes da
dição prevista no inciso III poderá ser feita me- família do requerente deverão ser comprovados
diante declaração da pessoa com deficiência ou, mediante a apresentação de um dos seguintes
no caso de sua incapacidade para os atos da documentos:
vida civil, do seu curador ou tutor. I - carteira de trabalho e previdência social
com as devidas atualizações;
Art. 10 - Para fins de identificação da pes-
soa com deficiência e do idoso e de comprova- II - contracheque de pagamento ou docu-
ção da idade do idoso, deverá o requerente a- mento expedido pelo empregador;
presentar um dos seguintes documentos: III - guia da Previdência Social - GPS, no ca-
I - certidão de nascimento; so de Contribuinte Individual; ou
II - certidão de casamento; IV - extrato de pagamento de benefício ou
III - certificado de reservista; declaração fornecida por outro regime de previ-
IV - carteira de identidade; ou dência social público ou previdência social pri-
V - carteira de trabalho e previdência social. vada.
§ 2o - O membro da família sem atividade
Art. 11 - Para fins de identificação da pes- remunerada ou que esteja impossibilitado de
soa com deficiência e do idoso e de comprova- comprovar sua renda terá sua situação de ren-
ção da idade do idoso, no caso de brasileiro na- dimento informada na Declaração da Composi-
turalizado, deverão ser apresentados os seguin- ção e Renda Familiar.
tes documentos:

Técnico do Seguro Social – INSS 2015 213


§ 3o - O INSS verificará, mediante consulta a Art. 14 - O Benefício de Prestação Continu-
cadastro específico, a existência de registro de ada deverá ser requerido junto às agências da
benefício previdenciário, de emprego e renda Previdência Social ou aos órgãos autorizados
do requerente ou beneficiário e dos integrantes para este fim.
da família. Parágrafo único - Os formulários utilizados
§ 4o - Compete ao INSS e aos órgãos auto- para o requerimento do benefício serão dispo-
rizados pelo Ministério do Desenvolvimento nibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome, quando necessário, Social e Combate à Fome, INSS, órgãos autori-
verificar junto a outras instituições, inclusive de zados ou diretamente em meios eletrônicos
previdência, a existência de benefício ou de oficiais, sempre de forma acessível, nos termos
renda em nome do requerente ou beneficiário e do Decreto no 5.296, de 2 de dezembro de 2004.
dos integrantes da família.
§ 5o - Havendo dúvida fundada quanto à Art. 15 - A habilitação ao benefício depen-
veracidade das informações prestadas, o INSS derá da apresentação de requerimento, prefe-
ou órgãos responsáveis pelo recebimento do rencialmente pelo requerente, juntamente com
requerimento do benefício deverão elucidá-la, os documentos necessários.
adotando as providências pertinentes. § 1o - O requerimento será feito em formu-
§ 6o - Quando o requerente for pessoa em lário próprio, devendo ser assinado pelo reque-
situação de rua deve ser adotado, como refe- rente ou procurador, tutor ou curador.
rência, o endereço do serviço da rede sócioas- § 2o - Na hipótese de não ser o requerente
sistencial pelo qual esteja sendo acompanhado, alfabetizado ou de estar impossibilitado para
ou, na falta deste, de pessoas com as quais assinar o pedido, será admitida a aposição da
mantém relação de proximidade. impressão digital na presença de funcionário do
§ 7o - Será considerado família do reque- órgão recebedor do requerimento.
rente em situação de rua as pessoas elencadas § 3o - A existência de formulário próprio
no inciso V do art. 4o, desde que convivam com não impedirá que seja aceito qualquer requeri-
o requerente na mesma situação, devendo, nes- mento pleiteando o beneficio, desde que nele
te caso, ser relacionadas na Declaração da constem os dados imprescindíveis ao seu pro-
Composição e Renda Familiar. cessamento.
§ 8o - Entende-se por relação de proximi- § 4o - A apresentação de documentação in-
dade, para fins do disposto no § 6o, aquela que completa não constitui motivo de recusa liminar
se estabelece entre o requerente em situação do requerimento do benefício.
de rua e as pessoas indicadas pelo próprio re-
querente como pertencentes ao seu ciclo de Art. 16 - A concessão do benefício à pessoa
convívio que podem facilmente localizá- com deficiência ficará sujeita à avaliação da defici-
lo.(Incluído pelo Decreto nº 6.564, de 2008) ência e do grau de impedimento, com base nos
princípios da Classificação Internacional de Fun-
cionalidades, Incapacidade e Saúde - CIF, estabe-
lecida pela Resolução da Organização Mundial da
Saúde no 54.21, aprovada pela 54aAssembleia
Mundial da Saúde, em 22 de maio de

Técnico do Seguro Social – INSS 2015 214


2001. (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de § 6o - O benefício poderá ser concedido
2011) nos casos em que não seja possível prever a
§ 1o - A avaliação da deficiência e do grau duração dos impedimentos a que se refere o
de impedimento será realizada por meio de ava- inciso I do § 5o, mas exista a possibilidade de
liação social e avaliação médica. (Redação dada que se estendam por longo prazo. (Incluído pelo
pelo Decreto nº 7.617, de 2011) Decreto nº 7.617, de 2011)
§ 2o - A avaliação social considerará os fa- § 7o - Na hipótese prevista no § 6o, os be-
tores ambientais, sociais e pessoais, a avaliação neficiários deverão ser prioritariamente subme-
médica considerará as deficiências nas funções tidos a novas avaliações social e médica, a cada
e nas estruturas do corpo, e ambas considerarão dois anos. (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de
a limitação do desempenho de atividades e a 2011)
restrição da participação social, segundo suas
especificidades. (Redação dada pelo Decreto nº Art. 17 - Na hipótese de não existirem ser-
7.617, de 2011) viços pertinentes para avaliação da deficiência e
§ 3o - As avaliações de que trata o § do grau de impedimento no município de resi-
o
1 serão realizadas, respectivamente, pelo servi- dência do requerente ou beneficiário, fica asse-
ço social e pela perícia médica do INSS, por meio gurado o seu encaminhamento ao município
de instrumentos desenvolvidos especificamente mais próximo que contar com tal estrutura, de-
para este fim, instituídos por ato conjunto do vendo o INSS realizar o pagamento das despesas
Ministério do Desenvolvimento Social e Comba- de transporte e diárias com recursos oriundos
te à Fome e do INSS. (Redação dada pelo Decre- do Fundo Nacional de Assistência Soci-
to nº 7.617, de 2011) al. (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
§ 4o - O Ministério do Desenvolvimento § 1o - Caso o requerente ou beneficiário
Social e Combate à Fome e o INSS garantirão as necessite de acompanhante, a viagem deste
condições necessárias para a realização da ava- deverá ser autorizada pelo INSS, aplicando-se o
liação social e da avaliação médica para fins de
disposto no caput.
acesso ao Benefício de Prestação Continuada.
(Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011) § 2o - O valor da diária paga ao requerente
§ 5o - A avaliação da deficiência e do grau ou beneficiário e seu acompanhante será igual
de impedimento tem por objetivo: (Incluído pelo ao valor da diária concedida aos beneficiários do
Decreto nº 7.617, de 2011) Regime
I - comprovar a existência de impedimen- § 3o - Caso o requerente ou beneficiário es-
tos de longo prazo de natureza física, mental, teja impossibilitado de se apresentar no local de
intelectual ou sensorial; e (Incluído pelo Decreto
realização da avaliação da deficiência e do grau
nº 7.617, de 2011)
II - aferir o grau de restrição para a parti- de impedimento a que se refere o caput, os pro-
cipação plena e efetiva da pessoa com deficiên- fissionais deverão deslocar-se até o interessa-
cia na sociedade, decorrente da interação dos do. (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de
impedimentos a que se refere o inciso I com 2011)
barreiras diversas. (Incluído pelo Decreto nº
7.617, de 2011) Art. 18 - A concessão do Benefício de Pres-
tação Continuada independe da interdição judi-
cial do idoso ou da pessoa com deficiência.

Técnico do Seguro Social – INSS 2015 215


Art. 19 - O Benefício de Prestação Continu- Parágrafo único - O valor do resíduo não
ada será devido a mais de um membro da mes- recebido em vida pelo beneficiário será pago
ma família enquanto atendidos os requisitos aos seus herdeiros ou sucessores, na forma da
exigidos neste Regulamento. lei civil.
Parágrafo único - O valor do Benefício de
Prestação Continuada concedido a idoso não Art. 24 - O desenvolvimento das capacida-
será computado no cálculo da renda mensal des cognitivas, motoras ou educacionais e a rea-
bruta familiar a que se refere o inciso VI do art. lização de atividades não remuneradas de habi-
4o, para fins de concessão do Benefício de Pres- litação e reabilitação, dentre outras, não consti-
tação Continuada a outro idoso da mesma famí- tuem motivo de suspensão ou cessação do be-
lia. nefício da pessoa com deficiência.

Art. 20 - O Benefício de Prestação Continu- Art. 25 - A cessação do Benefício de Pres-


ada será devido com o cumprimento de todos tação Continuada concedido à pessoa com defi-
os requisitos legais e regulamentares exigidos ciência, inclusive em razão do seu ingresso no
para a sua concessão, devendo o seu pagamen- mercado de trabalho, não impede nova conces-
to ser efetuado em até quarenta e cinco dias são do benefício desde que atendidos os requi-
após cumpridas as exigências. sitos exigidos neste Decreto.
Parágrafo único - Para fins de atualização
dos valores pagos em atraso, serão aplicados os Art. 26 - O benefício será pago pela rede
mesmos critérios adotados pela legislação pre- bancária autorizada e, nas localidades onde não
videnciária. (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, houver estabelecimento bancário, o pagamento
de 2011) será efetuado por órgãos autorizados pelo INSS.

Art. 21 - Fica o INSS obrigado a emitir e Art. 27 - O pagamento do Benefício de


enviar ao requerente o aviso de concessão ou Prestação Continuada poderá ser antecipado
de indeferimento do benefício, e, neste caso, excepcionalmente, na hipótese prevista no §
com indicação do motivo.
1o do art. 169 do Decreto no 3.048, de 6 de maio
SEÇÃO II de 1999. (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de
DA MANUTENÇÃO E DA REPRESENTAÇÃO 2011)

Art. 22 - O Benefício de Prestação Continu- Art. 28 - O benefício será pago diretamente


ada não está sujeito a desconto de qualquer ao beneficiário ou ao procurador, tutor ou cura-
contribuição e não gera direito ao pagamento dor.
de abono anual.
§ 1o - O instrumento de procuração poderá
Art. 23 - O Benefício de Prestação Continu- ser outorgado em formulário próprio do INSS,
ada é intransferível, não gerando direito à pen- mediante comprovação do motivo da ausência
são por morte aos herdeiros ou sucessores. do beneficiário, e sua validade deverá ser reno-
vada a cada doze meses.

Técnico do Seguro Social – INSS 2015 216


§ 2o - O procurador, tutor ou curador do Parágrafo único - Nas demais disposições
beneficiário deverá firmar, perante o INSS ou relativas à procuração observar-se-á, subsidiari-
outros órgãos autorizados pelo Ministério do amente, o Código Civil.
Desenvolvimento Social e Combate à Fome ter-
Art. 32 - No caso de transferência do bene-
mo de responsabilidade mediante o qual se
ficiário de uma localidade para outra, o procu-
comprometa a comunicar qualquer evento que
rador fica obrigado a apresentar novo instru-
possa anular a procuração, tutela ou curatela,
mento de mandato na localidade de destino.
principalmente o óbito do outorgante, sob pena
de incorrer nas sanções criminais e civis cabí-
Art. 33 - A procuração perderá a validade
veis. ou eficácia nos seguintes casos:
I - quando o outorgante passar a receber
Art. 29 - Havendo indícios de inidoneidade pessoalmente o benefício, declarando, por escrito
acerca do instrumento de procuração apresen- que cancela a procuração existente;
tado para o recebimento do Benefício de Pres- II - quando for constituído novo procura-
tação Continuada ou do procurador, tanto o dor;
INSS como qualquer um dos órgãos autorizados III - pela expiração do prazo fixado ou pelo
pelo Ministério do Desenvolvimento Social e cumprimento ou extinção da finalidade outorga-
da;
Combate à Fome, poderão recusá-los, sem pre-
IV - por morte do outorgante ou do procu-
juízo das providências que se fizerem necessá- rador;
rias para a apuração da responsabilidade e apli- V - por interdição de uma das partes; ou
cação das sanções criminais e civis cabíveis. VI - por renúncia do procurador, desde que
por escrito.
Art. 30 - Para fins de recebimento do Bene-
fício de Prestação Continuada, é aceita a consti- Art. 34 - Não podem outorgar procuração
tuição de procurador com mais de um instru- o menor de dezoito anos, exceto se assistido ou
mento de procuração, nos casos de beneficiá- emancipado após os dezesseis anos, e o incapaz
rios representados por parentes de primeiro para os atos da vida civil que deverá ser repre-
sentado por seu representante legal, tutor ou
grau e nos casos de beneficiários representados
curador.
por dirigentes de instituições nas quais se en-
contrem acolhidos, sendo admitido também, Art. 35 - O beneficio devido ao beneficiário
neste último caso, o instrumento de procuração incapaz será pago ao cônjuge, pai, mãe, tutor ou
coletiva. (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de curador, admitindo-se, na sua falta, e por perío-
2011) do não superior a seis meses, o pagamento a
herdeiro necessário, mediante termo de com-
Art. 31 - Não poderão ser procuradores: promisso firmado no ato do recebimento.
I - o servidor público civil e o militar em ati- § 1o - O período a que se refere
vidade, salvo se parentes do beneficiário até o o caput poderá ser prorrogado por iguais perío-
segundo grau; e dos, desde que comprovado o andamento do
II - o incapaz para os atos da vida civil, res- processo legal de tutela ou curatela.
salvado o disposto no art. 666 do Código Civil.

Técnico do Seguro Social – INSS 2015 217


§ 2o - O tutor ou curador poderá outorgar § 1o - O acompanhamento do beneficiário e
procuração a terceiro com poderes para receber de sua família visa a favorecer-lhes a obtenção
o benefício e, nesta hipótese, obrigatoriamente, de aquisições materiais, sociais, socieducativas,
a procuração será outorgada mediante instru- socioculturais para suprir as necessidades de
mento público. subsistência, desenvolver capacidades e talen-
§ 3o - A procuração não isenta o tutor ou tos para a convivência familiar e comunitária, o
curador da condição original de mandatário titu- protagonismo e a autonomia.
lar da tutela ou curatela. § 2o - Para fins de cumprimento do dispos-
to no caput, o acompanhamento deverá abran-
Art. 35-A - O beneficiário, ou seu represen- ger as pessoas que vivem sob o mesmo teto
tante legal, deve informar ao INSS alterações dos com o beneficiário e que com este mantém vín-
dados cadastrais correspondentes à mudança de culo parental, conjugal, genético ou de afinida-
nome, endereço e estado civil, a fruição de qual- de.
quer benefício no âmbito da Seguridade Social ou § 3o - Para o cumprimento do disposto
de outro regime, a sua admissão em emprego ou no caput, bem como para subsidiar o processo
a percepção de renda de qualquer natureza elen- de reavaliação bienal do benefício, os beneficiá-
cada no inciso VI do caput do art. 4o. (Incluído pelo rios e suas famílias deverão ser cadastrados no
Decreto nº 7.617, de 2011) Cadastro Único para Programas Sociais do Go-
verno Federal - CadÚnico, previsto no Decreto
SEÇÃO III no 6.135, de 26 de junho de 2007, observada a
DO INDEFERIMENTO legislação aplicável. (Incluído pelo Decreto nº
7.617, de 2011)
Art. 36 - O não atendimento das exigências
contidas neste Regulamento pelo requerente
ensejará o indeferimento do benefício. Art. 38 - Compete ao Ministério do Desen-
§ 1o - Do indeferimento do benefício cabe- volvimento Social e Combate à Fome, por in-
rá recurso à Junta de Recursos do Conselho de termédio da Secretaria Nacional da Assistência
Recursos da Previdência Social, no prazo de trin- Social, sem prejuízo do previsto no art. 2o deste
ta dias, a contar do recebimento da comunica- Regulamento:
ção. I - acompanhar os beneficiários do Benefí-
§ 2o - A situação prevista no art. 24 tam- cio de Prestação Continuada no âmbito do SU-
bém não constitui motivo para o indeferimento AS, em articulação com o Distrito Federal, Muni-
do benefício. cípios e, no que couber, com os Estados, visando
a inseri-los nos programas e serviços da assis-
CAPÍTULO III tência social e demais políticas, em conformida-
DA GESTÃO de com o art. 11 da Lei nº 8.742, de 1993;

Art. 37 - Constituem garantias do SUAS o


acompanhamento do beneficiário e de sua famí-
lia, e a inserção destes à rede de serviços socio-
assistenciais e de outras políticas setoriais.

Técnico do Seguro Social – INSS 2015 218


II - considerar a participação dos órgãos VIII - atuar junto a outros órgãos, nas três
gestores de assistência social nas ações de mo- esferas de governo, com vistas ao aperfeiçoa-
nitoramento e avaliação do Benefício de Presta- mento da gestão do Benefício de Prestação Con-
ção Continuada, bem como de acompanhamen- tinuada.
to de seus beneficiários, como critério de habili-
tação dos municípios e Distrito Federal a um Art. 39 - Compete ao INSS, na operaciona-
nível de gestão mais elevado no âmbito do SU- lização do Benefício de Prestação Continuada:
AS; I - receber os requerimentos, conceder,
III - manter e coordenar o Programa Nacio- manter, revisar, suspender ou fazer cessar o
nal de Monitoramento e Avaliação do Benefício benefício, atuar nas contestações, desenvolver
de Prestação Continuada, instituído na forma do ações necessárias ao ressarcimento do benefício
art. 41, com produção de dados e análise de e participar de seu monitoramento e avaliação;
resultados do impacto do Benefício de Presta- II - verificar o registro de benefícios previ-
ção Continuada na vida dos beneficiários, em denciários e de emprego e renda em nome do
conformidade com o disposto no art. 24 da Lei requerente ou beneficiário e dos integrantes do
nº 8.742, de 1993; grupo familiar, em consonância com a definição
IV - destinar recursos do Fundo Nacional de estabelecida no inciso VI do art. 4o;
Assistência Social para pagamento, operaciona- III - realizar a avaliação médica e social da
lização, gestão, informatização, pesquisa, moni- pessoa com deficiência, de acordo com as nor-
toramento e avaliação do Benefício de Presta- mas a serem disciplinadas em atos específicos;
ção Continuada; IV - realizar o pagamento de transporte e
V - descentralizar recursos do orçamento diária do requerente ou beneficiários e seu a-
do Fundo Nacional de Assistência Social ao INSS companhante, com recursos oriundos do FNAS,
para as despesas de pagamento, operacionaliza- nos casos previstos no art. 17.
ção, sistemas de informação, monitoramento e V - realizar comunicações sobre marcação
avaliação do Benefício de Prestação Continuada; de perícia médica, concessão, indeferimento,
VI - fornecer subsídios para a formação de suspensão, cessação, ressarcimento e revisão do
profissionais envolvidos nos processos de con- beneficio;
cessão, manutenção e revisão dos benefícios, e VI - analisar defesas, receber recursos pelo
no acompanhamento de seus beneficiários, vi- indeferimento e suspensão do benefício, instruir
sando à facilidade de acesso e bem-estar dos e encaminhar os processos à Junta de Recursos;
usuários desses serviços. VII - efetuar o repasse de recursos para pa-
VII - articular políticas intersetoriais, inter- gamento do benefício junto à rede bancária
governamentais e interinstitucionais que afian- autorizada ou entidade conveniada;
cem a completude de atenção às pessoas com VIII - participar juntamente com o Ministé-
deficiência e aos idosos, atendendo ao disposto rio do Desenvolvimento Social e Combate à Fo-
no § 2º do art. 24 da Lei nº 8.742, de 1993; e me da instituição de sistema de informação e
alimentação de bancos de dados sobre a con-
cessão, indeferimento, manutenção, suspensão,
cessação, ressarcimento e revisão do Benefício

Técnico do Seguro Social – INSS 2015 219


de Prestação Continuada, gerando relatórios tência Social, em parceria com o Instituto Na-
gerenciais e subsidiando a atuação dos demais cional do Seguro Social, Estados, Distrito Federal
órgãos no acompanhamento do beneficiário e e Municípios, como parte da dinâmica do SUAS.
na defesa de seus direitos; § 1o - O Programa Nacional de Monitora-
IX - submeter à apreciação prévia do Minis- mento e Avaliação do Benefício de Prestação
tério do Desenvolvimento Social e Combate à Continuada, baseado em um conjunto de indi-
Fome quaisquer atos em matéria de regulação e cadores e de seus respectivos índices, compre-
procedimentos técnicos e administrativos que ende:
repercutam no reconhecimento do direito ao I - o monitoramento da incidência dos be-
acesso, manutenção e pagamento do Benefício neficiários e dos requerentes por município bra-
de Prestação Continuada; sileiro e no Distrito Federal;
X - instituir, em conjunto com o Ministério II - o tratamento do conjunto dos beneficiá-
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, rios como uma população com graus de risco e
formulários e modelos de documentos necessá- vulnerabilidade social variados, estratificada a
rios à operacionalização do Benefício de Presta- partir das características do ciclo de vida do re-
ção Continuada; e querente, sua família e da região onde vive;
XI - apresentar ao Ministério do Desenvol- III - o desenvolvimento de estudos interse-
vimento Social e Combate à Fome relatórios toriais que caracterizem comportamentos da
periódicos das atividades desenvolvidas na ope- população beneficiária por análises geo-
racionalização do Benefício de Prestação Conti- demográficas, índices de mortalidade, morbida-
nuada e na execução orçamentária e financeira de, entre outros, nos quais se inclui a tipologia
dos recursos descentralizados. das famílias dos beneficiários e das instituições
em que eventualmente viva ou conviva;
Art. 40 - Compete aos órgãos gestores da IV - a instituição e manutenção de banco de
assistência social dos Estados, do Distrito Fede- dados sobre os processos desenvolvidos pelos
ral e dos Municípios, de acordo com o disposto gestores dos estados, do Distrito Federal e dos
no § 2º do art. 24 da Lei nº 8.742, de 1993, municípios para inclusão do beneficiário ao SU-
promover ações que assegurem a articulação do AS e demais políticas setoriais;
Benefício de Prestação Continuada com os pro- V - a promoção de estudos e pesquisas sobre
gramas voltados ao idoso e à inclusão da pessoa os critérios de acesso, implementação do Benefí-
com deficiência. cio de Prestação Continuada e impacto do benefí-
cio na redução da pobreza e das desigualdades
CAPÍTULO IV sociais;
DO MONITORAMENTO E DA AVALIAÇÃO VI - a organização e manutenção de um sis-
tema de informações sobre o Benefício de Pres-
Art. 41 - Fica instituído o Programa Nacio- tação Continuada, com vistas ao planejamento,
nal de Monitoramento e Avaliação do Benefício desenvolvimento e avaliação das ações; e
de Prestação Continuada da Assistência Social, VII - a realização de estudos longitudinais
que será mantido e coordenado pelo Ministério dos beneficiários do Benefício de Prestação Con-
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, tinuada.
por intermédio da Secretaria Nacional de Assis
Técnico do Seguro Social – INSS 2015 220
§ 2o - As despesas decorrentes da imple- de controle social, fornecendo-lhes informações
mentação do Programa a que se refere sobre irregularidades na aplicação deste Regu-
o caput correrão à conta das dotações orçamen- lamento, quando for o caso.
tárias consignadas anualmente ao Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Art. 45 - Qualquer cidadão que observar ir-
regularidade ou falha na prestação de serviço
Art. 42 - O Benefício de Prestação Continu- referente ao Benefício de Prestação Continuada
ada deverá ser revisto a cada dois anos, para poderá comunicá-las às Ouvidorias do Ministé-
avaliação da continuidade das condições que lhe rio do Desenvolvimento Social e Combate à Fo-
deram origem, conforme dispõe o art. 21 da Lei
me e do Ministério da Previdência Social, obser-
nº 8.742, de 1993, passando o processo de rea-
valiação a integrar o Programa Nacional de Mo- vadas as atribuições de cada órgão e em con-
nitoramento e Avaliação do Benefício de Presta- formidade com as disposições específicas de
ção Continuada. cada Pasta.
Parágrafo único - A reavaliação do benefí- Parágrafo único - Eventual restrição ao u-
cio de que trata o caput será feita na forma dis- sufruto do Benefício de Prestação Continuada
ciplinada em ato conjunto específico do Ministé- mediante retenção de cartão magnético ou
rio do Desenvolvimento Social e Combate à Fo- qualquer outra medida congênere praticada por
me e do Ministério da Previdência Social, ouvido terceiro será objeto das medidas cabíveis.
o INSS.
Art. 46 - Constatada a prática de infração
CAPÍTULO V penal decorrente da concessão ou da manuten-
DA DEFESA DOS DIREITOS E DO CONTROLE SO- ção do Benefício de Prestação Continuada, o
CIAL INSS aplicará os procedimentos cabíveis, inde-
pendentemente de outras penalidades legais.
Art. 43 - O Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome deverá articular os
CAPÍTULO VI
Conselhos de Assistência Social, do Idoso, da DA SUSPENSÃO E DA CESSAÇÃO
Pessoa com Deficiência, da Criança e do Adoles-
cente e da Saúde para que desenvolvam o con- Art. 47 - O Benefício de Prestação Continu-
trole e a defesa dos direitos dos beneficiários do ada será suspenso se identificada qualquer irre-
Benefício de Prestação Continuada. gularidade na sua concessão ou manutenção, ou
se verificada a não continuidade das condições
que deram origem ao benefício. (Redação dada
Art. 44 - Qualquer pessoa física ou jurídica
pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
de direito público ou privado, especialmente os § 1o - Ocorrendo as situações previstas
Conselhos de Direitos, os Conselhos de Assis- no caput será concedido ao interessado o prazo
tência Social e as Organizações Representativas de dez dias, mediante notificação por via postal
de pessoas com deficiência e de idosos, é parte com aviso de recebimento, para oferecer defe-
legítima para provocar a iniciativa das autorida- sa, provas ou documentos de que dispuser.
des do Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome, do Ministério da Previdência
Social, do INSS, do Ministério Público e órgãos
Técnico do Seguro Social – INSS 2015 221
§ 2o - Na impossibilidade de notificação do to da Previdência Social. (Incluído pelo Decreto
beneficiário por via postal com aviso de recebi- nº 7.617, de 2011)
§ 2o - O benefício será restabeleci-
mento, deverá ser efetuada notificação por edi-
do: (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
tal e concedido o prazo de quinze dias, contado I - a partir do dia imediatamente posteri-
a partir do primeiro dia útil seguinte ao dia da or, conforme o caso, da cessação do contrato de
publicação, para apresentação de defesa, provas trabalho, da última competência de contribui-
ou documentos pelo interessado. (Redação dada ção previdenciária recolhida como contribuinte
pelo Decreto nº 7.617, de 2011) individual ou do encerramento do prazo de pa-
§ 3o - O edital a que se refere o § 2o deverá gamento do seguro-desemprego; ou (Incluído
pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
ser publicado em jornal de grande circulação na
II - a partir da data do protocolo do reque-
localidade do domicílio do beneficiário. rimento, quando requerido após noventa dias,
(Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011) conforme o caso, da cessação do contrato de
§ 4o - Esgotados os prazos de que tratam trabalho, da última competência de contribui-
os §§ 1o e 2o sem manifestação do interessado ção previdenciária recolhida como contribuinte
ou não sendo a defesa acolhida, será suspenso o individual ou do encerramento do prazo de pa-
pagamento do benefício e, notificado o benefi- gamento do seguro-desemprego. (Incluído pelo
ciário, será aberto o prazo de trinta dias para Decreto nº 7.617, de 2011)
interposição de recurso à Junta de Recursos do § 3o - Na hipótese prevista no caput, o
Conselho de Recursos da Previdência Social. prazo para a reavaliação bienal do benefício
(Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011) prevista no art. 42 será suspenso, voltando a
§ 5o - Decorrido o prazo concedido para correr, se for o caso, a partir do restabelecimen-
interposição de recurso sem manifestação do to do pagamento do benefício. (Incluído pelo
beneficiário, ou caso não seja o recurso provido, Decreto nº 7.617, de 2011)
o benefício será cessado, comunicando-se a § 4o - O restabelecimento do pagamento
decisão ao interessado. (Incluído pelo Decreto nº do benefício prescinde de nova avaliação da
7.617, de 2011) deficiência e do grau de impedimento, respeita-
do o prazo para a reavaliação bienal. (Incluído
Art. 47-A - O Benefício de Prestação Con- pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
tinuada será suspenso em caráter especial § 5o - A pessoa com deficiência contrata-
quando a pessoa com deficiência exercer ativi- da na condição de aprendiz terá seu benefício
dade remunerada, inclusive na condição de mi- suspenso somente após o período de dois anos
croempreendedor individual, mediante compro- de recebimento concomitante da remuneração
vação da relação trabalhista ou da atividade e do benefício, nos termos do § 2º do art. 21-A
empreendedora. (Incluído pelo Decreto nº 7.617, da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de
de 2011) 1993. (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
§ 1o - O pagamento do benefício suspen- Art. 48. O pagamento do benefício cessa:
so na forma do caput será restabelecido medi- I - no momento em que forem superadas
ante requerimento do interessado que compro- as condições que lhe deram origem; (Redação
ve a extinção da relação trabalhista ou da ativi- dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
dade empreendedora, e, quando for o caso, o II - em caso de morte do beneficiá-
encerramento do prazo de pagamento do segu- rio; (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de
ro-desemprego, sem que tenha o beneficiário 2011)
adquirido direito a qualquer benefício no âmbi

Técnico do Seguro Social – INSS 2015 222


III - em caso de morte presumida ou de valor equivalente a trinta por cento do valor do
ausência do beneficiário, declarada em juízo; benefício em manutenção.
ou (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
§ 3o - A restituição do valor devido deverá
IV - em caso de constatação de irregulari-
ser feita em única parcela, no prazo de sessenta
dade na sua concessão ou manutenção. (Incluído
dias contados da data da notificação, ou medi-
pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
ante acordo de parcelamento, em até sessenta
Parágrafo único - O beneficiário ou seus
meses, na forma do art. 244 do Regulamento da
familiares são obrigados a informar ao INSS a
Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº
ocorrência das situações descritas nos incisos I a
3.048, de 1999, ressalvado o pagamento em
III do caput. (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de
consignação previsto no § 2o. (Redação dada
2011)
pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
§ 4o - Vencido o prazo a que se refere o §
Art. 48-A - Ato conjunto do Ministério do
3o, o INSS tomará providências para inclusão do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do
débito em Dívida Ativa.
INSS disporá sobre a operacionalização da sus-
§ 5o - O valor ressarcido será repassado pelo
pensão e cessação do Benefício de Prestação
INSS ao Fundo Nacional de Assistência Social.
Continuada. (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de
§ 6o - Em nenhuma hipótese serão consig-
2011)
nados débitos originários de benefícios previ-
denciários em Benefícios de Prestação Continu-
Art. 49 - Cabe ao INSS, sem prejuízo da
ada. (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
aplicação de outras medidas legais, adotar as
providências necessárias à restituição do valor
CAPÍTULOVII
do benefício pago indevidamente, em caso de
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
falta de comunicação dos fatos arrolados nos
incisos I a III do caput do art. 48, ou em caso de
Art. 50 - O Ministério do Desenvolvimento
prática, pelo beneficiário ou terceiros, de ato
com dolo, fraude ou má-fé. (Redação dada pelo Social e Combate à Fome e o INSS terão prazo
Decreto nº 7.617, de 2011) até 31 de maio de 2009 para implementar a
§ 1o - O montante indevidamente pago avaliação da deficiência e do grau de incapaci-
será corrigido pelo mesmo índice utilizado para dade prevista no art. 16. (Redação dada pelo
a atualização mensal dos salários de contribui- Decreto nº 6.564, de 2008)
ção utilizados para apuração dos benefícios do Parágrafo único - A avaliação da deficiência
Regime Geral de Previdência Social, e deverá ser
e da incapacidade, até que se cumpra o disposto
restituído, sob pena de inscrição em Dívida Ativa
e cobrança judicial. (Redação dada pelo Decreto no § 4o do art. 16, ficará restrita ao exame mé-
nº 7.617, de 2011) dico pericial e laudo realizados pelos serviços de
§ 2o - Na hipótese de o beneficiário per- perícia médica do INS Redação dada pelo De-
manecer com direito ao recebimento do Benefí- creto nº 6.564, de 2008)
cio de Prestação Continuada ou estar em usu-
fruto de outro benefício previdenciário regular-
mente concedido pelo INSS, poderá devolver o
valor indevido de forma parcelada, atualizado
nos moldes do § 1o, em tantas parcelas quantas
forem necessárias à liquidação do débito de

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