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Quinta-feira, 11 de Junho de 2020 I SÉRIE —

­ Número 111

BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P. de pobreza e vulnerabilidade e impedidos de, por meios próprios,
conseguir a satisfação das suas necessidades básicas.
AVISO
Artigo 4
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve ser remetida em
cópia devidamente autenticada, uma por cada assunto, donde conste, (Competências)
além das indicações necessárias para esse efeito, o averbamento São competências do INAS, IP:
seguinte, assinado e autenticado: Para publicação no «Boletim da
República». a) executar programas de assistência social directa
aos indivíduos ou grupos de indivíduos vivendo
em situação de pobreza e vulnerabilidade, em
articulação com outras instituições governamentais
SUMÁRIO e com organizações não-governamentais;
b) identificar e seleccionar grupos de indivíduos
Conselho de Ministros:
ou indivíduos vivendo em condições de pobreza
Decreto n.º 38/2020: e que não dispõem, transitória ou permanentemente,
Ajusta as atribuições, gestão, regime orçamental, tutelar, de meios para suprir as suas necessidades;
organização e funcionamento do Instituto Nacional da Acção c) articular as suas acções com instituições que implementam
Social, criado pelo Decreto n.º 28/97, de 10 de Setembro programas de acção social da saúde, escolar e outros
e revoga os artigos 2, 3, 4 e 5 do Decreto n.º 28/97, de 10 intervenientes, bem como, o acesso aos serviços
de Setembro, e o Decreto n.º 66/2016, de 30 de Dezembro.
de Registo Civil das camadas mais vulneráveis da
população, para que estes possam gozar os seus direitos
como cidadãos;
d) garantir o atendimento institucional em Infantários,
CONSELHO DE MINISTROS Centros de Acolhimento à Criança em Situação
Difícil, Centros de Apoio à Velhice, Centros de
Decreto n.º 38/2020 Atendimento à Pessoas com Deficiência Profunda,
Centros de Trânsito, Centros Abertos e outros centros
de 11 de Junho de atendimento determinados por lei;
Havendo necessidade de ajustar as atribuições, gestão, regime e) providenciar a orientação e reunificação familiar
orçamental, tutelar, organização e funcionamento do Instituto dos grupos mais vulneráveis desamparados e vivendo
Nacional da Acção Social, criado pelo Decreto n.º 28/97, de 10 em situação de pobreza, em conformidade com
de Setembro, ao Decreto n.º 41/2018, de 23 de Julho, ao abrigo as normas definidas para o efeito;
do n.º 1 do artigo 82 da Lei n.º 7/2012, de 8 de Fevereiro, f) estabelecer troca de experiência com as organizações
o Conselho de Ministros decreta: governamentais e não-governamentais envolvidas
na assistência social e económica às camadas
Artigo 1 populacionais mais desfavorecidas, bem como com
(Natureza)
outras organizações de carácter público ou privado,
no âmbito da realização dos seus objectivos;
O Instituto Nacional da Acção Social, Instituto Público, g) coordenar acções com organizações governamentais
abreviadamente designado INAS, IP, é uma instituição pública, e não-governamentais envolvidos na assistência
dotada de personalidade jurídica e autonomia administrativa. social e económica ás camadas populacionais mais
vulneráveis;
Artigo 2
h) desenvolver acções para estimular e fortalecer as redes
(Âmbito e sede) tradicionais de solidariedade social e ajuda mútua;
1. O INAS, IP exerce actividade em todo o território nacional i) garantir a integração da abordagem de género, violência,
e tem a sua sede na Cidade de Maputo. HIV/SIDA, mudanças climáticas, nutrição e cala-
2. Ao nível local o INAS, IP é representado por delegações, midades naturais na implementação dos seus
criadas pelo Ministro que superintende a área da acção social, programas.
ouvido o Ministro que superintende a área das finanças.
Artigo 5
Artigo 3 (Tutela)
(Atribuição) 1. A tutela sectorial do INAS, IP é exercida pelo Ministro
O INAS, IP tem por atribuição a prestação de assistência social que superintende a área da acção social e a tutela financeira
aos grupos de indivíduos ou indivíduos vivendo em situação pelo Ministro que superintende a área das finanças.
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2. A tutela sectorial compreende os seguintes actos: h) harmonizar as propostas dos relatórios do balanço
a) aprovar os planos anuais e plurianuais e respectivos periódico do Plano Económico e Social;
orçamentos; i) exercer outros poderes que constem do diploma de criação,
b) aprovar o Regulamento Interno; estatuto orgânico e demais legislação aplicável.
c) propor o quadro de pessoal para a sua aprovação pelo 2. O Conselho de Direcção reúne-se quinzenalmente
órgão competente; e extraordinariamente, sempre que haja necessidade.
d) proceder ao controlo do desempenho, quanto
ao cumprimento dos fins e dos objectivos estabelecidos; Artigo 8
e) revogar ou extinguir os efeitos dos actos ilegais (Composição e mandato)
praticados pelos órgãos do INAS, IP, em matérias
1. O Conselho de Direcção tem a seguinte composição:
da sua competência;
f) exercer a acção disciplinar sobre os membros dos órgãos a) Director-Geral;
do INAS, IP, nos termos da legislação aplicável; b) Director-Geral Adjunto;
g) ordenar a realização de acções de inspecção, fiscalização c) Titulares das Unidades Orgânicas.
ou auditoria dos actos praticados pelos órgãos 2. O Director-Geral e Director-Geral Adjunto são nomeados
do INAS, IP; pelo Ministro que superintende a área da acção social.
h) ordenar a realização de inquéritos ou sindicância 3. O mandato do Director-Geral e do Director-Geral Adjunto
aos serviços; é de quatro anos, renovável uma única vez, sem prejuízo de cessar
i) nomear os membros do Conselho de Direcção do INAS, antes do seu termo por decisão fundamentada em justa causa da
IP, nos termos da legislação aplicável; entidade competente para nomear, sem direito a indeminização
j) autorizar todos os actos da sua competência; ou compensação.
k) praticar outros actos de controlo de legalidade.
3. A tutela financeira compreende os seguintes actos: Artigo 9
a) aprovar os planos de investimento; (Competências do Director-Geral)
b) proceder ao controlo do desempenho, quanto à execução O Compete ao Director-Geral do INAS, IP:
financeira e à utilização dos recursos postos à sua
disposição; a) dirigir o INAS, IP;
c) ordenar a realização de inspecções financeiras; b) convocar e presidir as reuniões do Conselho de Direcção
d) praticar outros actos de controlo da legalidade, bem como e assegurar o funcionamento regular do INAS, IP;
actos de controlo financeiro, nos termos da legislação c) executar e fazer cumprir a lei, as resoluções e as deli-
aplicável. berações do Conselho de Direcção;
d) coordenar a elaboração das propostas de plano,
Artigo 6 programas e projectos anuais de actividades
(Órgãos)
e respectivos orçamentos;
e) propor ao Ministro que superintende a área da acção
São órgãos do INAS, IP: social a criação e extinção das Delegações do INAS, IP,
a) Conselho de Direcção; onde as necessidades e exercício das suas actividades
b) Conselho Fiscal; exijam;
c) Conselho Consultivo. f) propor ao Ministro que superintende a área da acção
social a nomeação dos titulares das unidades orgânicas
Artigo 7
e de Delegados;
(Conselho de Direcção) g) nomear o pessoal do INAS, IP, ao abrigo das competências
1. O Conselho de Direcção é o órgão de coordenação e gestão definidas por lei;
da actividade do INAS, IP, ao qual compete-lhe: h) executar os poderes de direcção, gestão e disciplina
a) propor à tutela sectorial os planos anuais e os respectivos do pessoal afecto ao INAS, IP;
orçamentos plurianuais de actividades e assegurar i) representar o INAS, IP em juízo e fora dele;
a respectiva execução; j) realizar outras actividades que lhe sejam acometidas
b) acompanhar e avaliar, sistematicamente, a actividade por lei ou estatuto orgânico.
desenvolvida, designadamente a utilização dos meios
Artigo 10
postos à disposição e os resultados atingidos e elaborar
o relatório de actividades; (Competências do Director-Geral Adjunto)
c) aprovar os balanços, nos termos da legislação aplicável; São competências do Director-Geral Adjunto:
d) autorizar a realização das despesas e a contratação a) coadjuvar o Director-Geral;
de serviços de assistência técnica, nos termos
b) substituir o Director-Geral nas suas ausências ou impe-
da legislação aplicável;
dimento;
e) aprovar os projectos de regulamentos previstos
c) exercer as demais funções fixadas por lei ou por delegação
no estatuto orgânico e os que sejam necessários
determinadas superiormente.
ao desempenho das atribuições;
f) praticar os demais actos de gestão decorrentes Artigo 11
da aplicação do estatuto orgânico, necessários
ao bom funcionamento dos serviços; (Conselho Fiscal)
g) estudar e analisar quaisquer outros assuntos O Conselho Fiscal é o órgão responsável pelo controlo
de natureza técnica e científicos relacionados com da legalidade, da regularidade e da boa gestão financeira
o desenvolvimento das actividades do INAS, IP, e patrimonial do INAS, IP.
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Artigo 12 q) pronunciar-se sobre os assuntos que lhe sejam submetidos


(Composição, designação e mandato)
pelo Conselho de Direcção, Tribunal Administrativo
e pelas entidades que integram o sistema de controlo
1. O Conselho Fiscal integra três membros, sendo um interno e da administração financeira do Estado.
presidente e dois vogais, representando as áreas de tutela
financeira, da função pública e do sector da actividade. 2. Os membros do Conselho Fiscal participam obrigatoriamente
2. Os membros do Conselho Fiscal são nomeados por despacho nas reuniões do Conselho de Direcção, em que se aprecia
conjunto dos Ministros que superintendem as áreas das finanças, o relatório de contas e a proposta de orçamento.
função pública e sector de tutela sectorial.
3. O Presidente do Conselho Fiscal representa o Ministério Artigo 14
de tutela financeira. (Conselho Consultivo)
4. O mandato dos membros do Conselho Fiscal é de três anos,
renovável uma vez. 1. O Conselho Consultivo é um órgão de consulta dirigido
5. O Conselho Fiscal reúne-se ordinariamente uma vez pelo Director-Geral do INAS, IP.
em cada trimestre. 2. Compete ao Conselho Consultivo:
a) coordenar e avaliar as actividades das unidades orgânicas
Artigo 13 e as representações a nível local;
(Competências do Conselho Fiscal) b) garantir e orientar a aplicação uniforme das normas
1. Compete ao Conselho Fiscal: e procedimentos, com vista à realização das actividades
da instituição;
a) acompanhar e controlar, com regularidade, o cumprimento
c) fazer o balanço da implementação dos planos, programas
das Leis, Decreto aplicáveis, a execução orçamental,
e orçamentos anuais;
a situação económica, financeira e patrimonial
do INAS, IP; d) emitir recomendações sobre as políticas e estratégias,
b) analisar a contabilidade do INAS, IP; no âmbito da implementação dos programas;
c) proceder à verificação prévia e dar o respectivo parecer e) orientar a implementar da execução das decisões
sobre o orçamento, suas revisões e alterações, bem das tutelas sectoriais em relação ao mandato do INAS, IP.
como sobre o plano de actividades, na perspectiva 3. O Conselho Consultivo tem a seguinte composição:
da sua cobertura orçamental; a) Director-Geral;
d) dar parecer sobre o relatório de gestão de exercício b) Director-Geral Adjunto;
e contas de gerência, incluindo documento c) Delegados do INAS, IP;
de certificação legal de contas;
d) Chefes de Departamento Central Autónomos;
e) dar parecer sobre aquisição, arrendamento, alienação
e) Chefe de Repartição Central.
e oneração de bens imóveis;
f) dar parecer sobre a aceitação de doações, herança 4. Podem participar nas sessões do Conselho Consultivo
ou legados; outros funcionários ou agentes do Estado do INAS, IP, quando
g) manter o Conselho de Direcção informado sobre convidados pelo Director-Geral, consoante a natureza das
os resultados das verificações e exames que proceda; matérias a tratar.
h) elaborar relatórios da sua acção fiscalizadora, incluindo 5. O Conselho Consultivo reúne-se, ordinariamente, uma vez
um relatório global; por ano e, extraordinariamente, quando convocado pelo Director-
i) propor ao Ministro da tutela financeira e ao Conselho -Geral, mediante autorização do Ministro da tutela sectorial.
de Direcção a realização de auditoria externa, quando
isso se revelar necessário ou conveniente; Artigo 15
j) verificar, fiscalizar e apreciar a legalidade da organização (Receitas)
e funcionamento do INAS, IP; 1. Constituem receitas do INAS, IP:
k) avaliar a eficiência, eficácia e efectividade dos processos
sob a alçada da sua acção; a) as dotações do Orçamento do Estado;
l) verificar a eficácia dos mecanismos e técnicas adoptadas b) as contribuições, donativos, doações ou subsídios
pelo INAS, IP, para o atendimento e prestação de entidades públicas ou privadas, nacionais
de serviços públicos; ou estrangeiras;
m) fiscalizar a aplicação do estatuto orgânico do INAS, c) os bens ou valores recebidos por heranças ou legado,
IP, o Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes subvenções ou comparticipações;
do Estado e demais legislação relativa ao pessoal d) quaisquer outras receitas que lhe sejam atribuídas por
e aos procedimentos administrativos e ao funcionamento lei, contrato ou por outro título.
dos institutos, fundações e fundos públicos, e outra 2. As receitas arrecadadas, referidas no número anterior devem
legislação de carácter geral, aplicável à Administração ser canalizadas para a Conta Única do Tesouro, nos termos
Pública; da legislação aplicável.
n) averiguar o nível de alinhamento dos planos de
actividades adoptados e implementados pelo INAS, IP Artigo 16
com os objectivos e prioridades do Governo; (Despesas)
o) aferir o grau de observância das instruções técnico
e metodológicas emitidas pela entidade de tutela Constituem despesas do INAS, IP, as Seguintes:
sectorial; a) os encargos com o respectivo funcionamento,
p) aferir o grau de alcance das metas periódicas definidas para o cumprimento das atribuições que lhe estão
pelo INAS, IP, bem como pelo Ministro de tutela cometidas;
sectorial; b) os encargos com estudos relacionados com o seu objecto.
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Artigo 17 aprovação, no prazo de 60 dias a contar da data da publicação


do presente decreto.
(Regime do pessoal)
O pessoal do INAS, IP rege-se pelo Estatuto Geral Artigo 20
dos Funcionários e Agentes do Estado e demais legislação
aplicável. (Revogação)
São revogados os artigos 2,3,4 e 5 do Decreto n.º 28/97,
Artigo 18 de 10 de Setembro, e o Decreto n.º 66/2016, de 30 de Dezembro.
(Regime remuneratório)
Artigo 21
O regime remuneratório do pessoal do INAS, IP, é o dos fun-
cionários e agentes do Estado. (Entrada em vigor)

Artigo 19 O presente Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

(Estatuto orgânico)
Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 20 de Maio
de 2020
Compete ao Ministro que superintende a área da acção social
submeter a proposta de Estatuto Orgânico do INAS, IP à Comissão Publique-se.
Interministerial da Reforma da Administração Pública para O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário.

Preço — 20,00 MT

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.

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