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Como tocar Cajon

O cajón é um instrumento de origem afro-peruana que vem ganhando muita


popularidade nos últimos anos. Compacto, ele tem se tornado o instrumento preferido
dos bateristas em situações mais acústicas.

Os tipos de toque:

O cajón possui várias abordagens diferentes. Abaixo, apresento a minha abordagem que
desenvolvi no livro “A Arte do Cajón”

O cajón possui dois sons primários: o grave (bumbo), produzido golpeando a parte mais
abaixo do cajón; e o agudo (caixa), produzido golpeando a parte superior. Veja o
diagrama abaixo:
Enquanto o som da caixa pode ser produzido em toda a parte superior do cajón
dependendo do resultado desejado, o bumbo deve ser executado mais próximo do
centro (em vermelho na imagem).
Em ambos os toques, os dedos devem estar relaxados e soltos, sem tensão na mão.
Outro ponto importante é a postura.
Preocupe-se em abrir as penas de maneira que elas não atrapalhem as mãos – isso
pode ser difícil no começo. Também procure manter uma postura ereta com as costas,
isso evita dores e dá uma maior elegância ao tocar, possibilitando que o espectador veja
toda a superfície do instrumento e passando uma ideia de maior domínio sobre ele.
Observe a postura na foto:
Vejamos agora como executar cada um
desses toques:

O bumbo: Antes de tudo, deve-se frisar que não é necessário bater muito abaixo do cajón
para produzir esse som. Além de “matar” nosso grave, o fato de nos curvarmos para tocar
pode acarretar dores nas costas. Como referência, devemos posicionar nosso pulso
exatamente na borda de cima do cajón. Esse golpe deve ser dado com toda a mão, sendo
que ela não deve estar nem em concha, nem espalmada, mas num meio termo, e com os
dedos juntos. Observe a imagem:
A caixa: Produzimos esse som batendo com a ponta dos dedos na parte superior do
cajón. Como referência, utilizamos a região mais ou menos a partir da segunda junta
para baixo dos dedos indicador e anelar. Lembrando que o polegar não participa desse
toque e que os dedos podem estar levemente afastados. Observe:

A esses dois toques, somamos um terceiro:

Nota-fantasma: produzimos esse som com as falanges dos dedos batendo na mesma
região da caixa. Esse som não deve ser propriamente ouvido, mas sentido. Ele possui
uma série de utilidades: auxiliar na marcação do tempo, substituir o Hi-Hat da bateria
com o auxílio de chocalhos, facilitar a alternância das mãos entre os dois outros sons,
preencher os grooves com notas-fantasma. Em situações com o cajón microfonado esse
som pode ser ouvido muito mais nitidamente, possibilitando uma série de abordagens
diferentes.

Os primeiros ritmos:
Os ritmos abaixo são bem simples. Vamos executá-los com uma das mãos abaixo, no
som grave, e a outra na parte de cima do cajón, fazendo o som agudo. Normalmente os
destros deixam a mão direita abaixo e os canhotos vice-versa. Escrevi os exemplos para
destros.

O groove abaixo você já conhece. É da música We Will Rock You, do Queen, e é bem
simples:

Por fim,
um

exemplo um pouco mais difícil:

Os

exercícios acima são simples por um motivo: eles são para que você se acostume com os
sons e as técnicas do cajón. Pratique-os devagar, procurando desenvolver os toques
grave e agudo de forma definida e com um som bonito e nítido, sem se preocupar com a
velocidade.

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