Você está na página 1de 15

O ensino online que

se adapta ao seu perfil

eBook
Notas Abafadas
O swing mudo do Baixo Elétrico
com Bruno Migliari
Sobre o e-Book
Neste eBook você irá aprender como usar Notas Abafadas
no Baixo Elétrico, aumentando a complexidade e swing das
suas linhas de Baixo em qualquer gênero musical.

Sobre o Professor
Bruno Migliari é um dos baixistas de maior renome nacional
atuando nas cenas de Pop/Rock, MPB e Jazz. Acompanha
Frejat desde 2001 e Simone desde 2013, além de já ter
acompanhado nomes como Ivan Lins, Ana Carolina, Maria
Gadu, Milton Nascimento, e tocar nos reality shows The Four
Brasil (TV Record, 2020) e The Voice Brasil (TV Globo, 2012).

Sobre a Lumi
Somos uma plataforma de educação das artes e cultura
que propõe uma nova forma de ensino online:
Desenvolvemos uma tecnologia que mapeia o seu perfil
e automaticamente te direciona para as aulas que mais
fazem sentido para os seus interesses, nível e objetivo.
O resultado é um aprendizado muito mais rápido e pessoal!

lumieducacao.com
Introdução

Há um ditado musical que diz

"as pausas são a música do silêncio".


Bacana! Se isso é verdade, o que dizer dos sons "abafados",
situados entre o impacto de uma nota clara e a sutil sensação
que uma nota "misteriosa" pode provocar?

Dada a natureza do som do nosso instrumento nós, baixistas,


conhecemos como poucos o poder dos sons graves, muitas vezes
pouco discerníveis pelos ouvidos, mas sempre percebidos pelas
vibrações provocadas no corpo.

O baixo, mais do qualquer outro instrumento, é frequentemente


mais "sentido" do que propriamente "ouvido" pelo público em
geral, e muito do que fazemos em nossa atividade criativa é
conferir à música tocada esta capacidade de ser sentida
fisicamente.

Tire o baixo da mixagem e veja o que acontece com a pista de


dança...

lumieducacao.com
Obcecados que somos por tudo que contribua para a construção
de um groove sólido, que mantenha todo mundo conectado à
música, estivemos sempre buscando formas de obter aquela
dose extra de suíngue que faz a banda inteira soar coesa.

Um dos recursos mais utilizados para


este efeito, desde o surgimento do baixo
elétrico, é o "abafamento" das notas,

gerando um som muito próximo do baixo acústico: “gordo”,


com ataque percussivo e curta duração. As notas abafadas são a
"pimenta do reino", aquele ingrediente indispensável na receita
de um bom groove.

Vamos aprender mais sobre elas!

lumieducacao.com
Perspectiva Histórica

No momento do seu aparecimento, o baixo elétrico causou


estranheza e facinação entre os músicos.

Muitos apreciaram imediatamente a portabilidade e a praticida-


de do novo instrumento e capacidade de tocar com mais volume
(alguns baixistas mais animados disseram "finalmente seremos ouvidos"!),

enquanto os mais conservadores lamentaram a natureza


"bastarda" do instrumento
(é uma guitarra com afinação de baixo).

Os baixistas que optaram pela transição rumo ao elétrico


e aqueles que simplesmente o incorporaram como mais uma
ferramenta no arsenal encaravam o instrumento de forma
bastante prática e objetiva:

é um baixo, serve principalmente para tocar linhas de baixo,


e deve soar como um baixo, certo?

Pois é. O som que eles tinham como referência era aquele do


baixo acústico: gordo, ataque percussivo mas com curta duração.
Esse novo instrumento soava mais "magrinho" em comparação,
e as notas se sustentavam por mais tempo.

Então como aproximar o som desta "novidade" àquele


já aprovado por todos músicos, indústria e ouvintes?

lumieducacao.com
Entra em cena o "fabuloso polegar" como o dedo protagonista,
aquele que percutirá as notas enquanto a palma da mão repousa
suavemente sobre as cordas próxima à ponte, dando estabilidade
à ação ágil do polegar, silenciando as cordas não percutidas e
reduzindo a duração de cada nota.

Baixo acústico instantâneo!


Com uma rápida pesquisa você vai ver que no início dos anos 60
mais baixistas elétricos usavam esta técnica do que a alternância
dos dedos indicador e médio, tida como "padrão" hoje em dia.

A evolução da técnica
Rapidamente, luthiers e fabricantes se deram conta desta busca
por um som redondo e criaram uma sucessão de implementos
tecnológicos na tentativa de facilitar a execução e a obtenção
deste som desejado.

lumieducacao.com
Sabem aquela pecinha de madeira ou
plástico presa ao escudo dos Precisions,
próxima ao braço (abaixo da corda sol)?.

Eu chamo de "dispositivo anti-slap", mas na verdade visava ser


um ponto de apoio para os dedos não usados no "palm mute".

Ou ainda: já viram o que se esconde debaixo daquela "ferradura"


que cobria a ponte dos Precisions antigos? Uma camada de
espuma, justamente para abafar as cordas e ajudar os guitarristas
convertidos em baixistas, mais habituados a tocar com palheta.

Até mesmo os primeiros Music Man, já em meados dos anos 70,


apresentavam abafadores individuais de espuma integrados à
ponte do instrumento, debaixo de cada corda, que permitiam o
abafamento gradual através de um parafuso com rosca.

Engenhoso, mas muitos experientes baixistas de estúdio


(como James Jamerson, Bob Babbit, Carol Kay, Joe Osborn e
mesmo John Paul Jones) preferiam usar um artifício mais sim-
ples, porém eficaz:

enfiar um pedaço de espuma


debaixo das cordas,
bem junto à ponte.

lumieducacao.com
Dependendo da
densidade e quantidade
de espuma,

o efeito podia variar de forma radical, de quase "surdo", a uma


qualidade "aveludada" no timbre resultante.

Os avanços tecnológicos não param nesta época e nos anos mais


recentes, algumas companhias (notoriamente a GruvGear)
desenvolveram produtos que visam facilitar a produção de sons
abafados ou mesmo a redução da ressonância de harmônicos
por simpatia (quando se usa técnicas como o tapping e o slap),
como os FratWraps e o Fump.

Mas, pode-se perfeitamente conseguir um bom som abafado


utilizando simples variações do posicionamento da mão direita,
como o "palm-mute" (abafando com a lateral da mão direita junto
à ponte e percutindo as notas com o polegar e o indicador) usado
por baixistas notórios como Aston Family Man Barret, Marcus
Miller e Victor Wooten, e a técnica de abafar com a mão
esquerda (”left-hand mute”) preconizada pelo suingadíssimo
Francis Rocco Prestia e amplamente utilizada por Jaco Pastorius.

A seguir,
vamos explorar estas técnicas
em uma série de exercícios.

lumieducacao.com
lumieducacao.com
Primeiros passos:
Como desenvolver as Notas Abafadas?
Para começar, faremos alguns exercícios básicos para
desenvolver as duas técnicas principais.

O Exercício 1 apresenta subdivisões progressivas do pulso


(colcheias, tercinas e semi-colcheias) em notas mortas
executadas nas cordas soltas (que, neste caso, serão "abafadas").

Alterne a forma de percutir as notas a cada repetição entre:

a) Pizzicato normal (dedos 1 e 2) abafando as cordas com a mão esquerda


b) Polegar e indicador apoiando suavemente a lateral da mão direita sobre
as cordas, junto à ponte do instrumento
(veja o vídeo demonstrativo clicando aqui):

Exercício 1

Agora será mais fácil tocar algumas linhas clássicas que utilizam
o recurso das notas abafadas (ou "mortas", ou "fantasmas").

lumieducacao.com
Linhas clássicas com a técnica
(clique nos links para ouvir os exemplos!)

Vamos começar com exemplos da técnica de abafar com a mão es-


querda, que treinamos no exercício da página anterior:

Abaixo temos a linha básica utilizada por Francis Rocco Prestia em


"Down to The Nightclub", do Tower of Power. Note bem a
as localizações das notas mortas dentro da "teia de semicolcheias".

É justamente a diferença de sonoridade entre notas


"pronunciadas" e aquelas "abafadas" que dá o suingue à linha:

Já no exemplo abaixo temos o groove básico que Jaco Pastorius


usa como ponto de partida para desenvolver o refrão de
"Come On, Come Over". Notas mortas garantido o swing!

Partindo para o uso do polegar e do "palm-mute" (quando abafa-


mos com a palma da mão direita), veremos na próxima página
como Aston "Family Man" Barret usa essa técnica para obter um
som redondo em "I Shot the Sheriff", do Bob Marley.

lumieducacao.com
Note, abaixo, a utilização da notação P e 1 indicando quais notas
serão percutidas com o polegar (P) e quais serão tocadas com o
indicador (1).

(Nos dois casos, a lateral da mão direita estará sempre apoiada sobre as cordas,
junto à ponte, para obter o efeito "abafado")

E para concluir, vejamos como o grande Marcus Miller se utiliza da


técnica do "palm muting" para obter um som parecido com o de
um baixo acústico, mesmo tendo em mãos seu indefectível Elec-
tric Jazz Bass.

Acima temos um trecho do tema de "So What", onde todas as


notas são percutidas com o polegar, também mantendo a lateral
da mão direita sobre as cordas junto à ponte.

Agora aprofundaremos os estudos técnicos com exercícios que


combinam as notas "mortas" com notas "plenas", cobrindo uma
vasta gama de estilos.

lumieducacao.com
Exercícios práticos
Essa sequência de exercícios é baseada na linguagem dos
grooves clássicos que vimos anteriormente.

Lembre-se de abafar as notas pousando suavemente os dedos da


mão esquerda sobre as cordas, sem precioná-los completamente
sobre o traste da nota indicada.

Alterne os dedos 1 e 2 da mão direita normalmente.


(veja o vídeo demonstrativo clicando aqui)

Exercício 2

Exercício 3

lumieducacao.com
Os próximos exercícios tem um de “sabor” caribenho.
Vai te ajudar a desenvolver linhas no estilo de Jaco Pastorius, em
Ritmos Brasileiros e elevar a destreza e a desenvoltura com as
notas abafadas.

A técnica utilizada é a mesma dos dois exemplos anteriores.

Exercício 4

Exercício 5

Agora praticaremos o "palm-muting", em exercícios com uma


estética próxima ao Reggae:

Exercício 6

Exercício 7

lumieducacao.com
É importante observar que podemos
tocar, no mesmo trecho, as duas técni-
cas: o "palm-muting" e as notas “mortas”,
descritas com o "x" na notação musical.

(E, como já explicado, essas notas são


obtidas posicionando o dedo da
mão esquerda sobre o local correto da nota, porém
sem pressionar a corda totalmente contra o traste.)

Agora, é aplicar em um contexto musical! Para te inspirar,


os exemplos a seguir mostram algumas ideias de linhas usando
as 2 técnicas em diversos estilos:
(veja o vídeo demonstrativo clicando aqui)

Funk

Partido - Alto

Jazz Waltz

lumieducacao.com
E aqui me despeço
com uma recomendação
importantíssima:
Pratique todos os exercícios nas 12 tonalidades!

Desta forma, você de fato incorporará não só a técnica abordada,


mas também o conteúdo melódico ao seu vocabulário.

Bons estudos!

O seu background é unico.


A sua educação também deve ser.
Aprenda de maneira inteligente.
Seja moderno. Seja Lumi.

Você também pode gostar