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LEMOS BRITTO
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== OS SYSTEMAS
PENITEN CIARIOS "'
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VOLUME- I .
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RIO DE JANEIRO
IMPRENSA N.A,CIONAL
1924
LEMOS BRITTO
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OS SYSTEMAS
PENITENCIARIOS
DO BRASIL
VOLUME I
RIO DE JANEIRO
IMPRENSA NACIONAL
1924
819LIOTECA
. mpra CRS··---.---
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4 •
. .
Pagi nas
Exposição:
Confissão necessaria. 7
Palavras de um jornal italiano 9
Summario. 11
Palavras ao Ministro da justiça . 13
Razão de ser desta parte introductor1a. 15
A cura dos delinquentes . 21
Evolução da pena . .... __,..,_,.... .. . ...
- ~. 28 . .
~
As leis allemãs . 85
As leis belgas e francesas. 91
As leis americanas . 100
Os systemas penitenciarias nos Estados:
Do Amazonas. 127
,, Pará . 151
u Maranhão. 175
" Ceará : 195
» Rio Grande do Norte. 219
Da Parahyba . 235
De Pernambuco . 259
» Alagôas 293
,. Sergipe . 3l9
EXPOSIÇÃO
APRESENTADA AO
EM
22 DE DEZEMBRO DE 1923
«Senhores, pernutt·i-me a conft's.'):ão: eu não sou ·u1n
criniinologo, eit não posso acceitar o tit·11tlo de penalogista
com q'ue .me acaba de brindar o d'igno D ,i rector deste esta-
belecin·icn~o. Eu sou apenas um apaixonado pela ref arma
que se.annuncia e sr projecta, e que, animado pela confiança
do preclaro ~ enhor 1\!J in(stro da Justiça, o Dr . João Ltú.r:
Al'ues, e arri'/11ado ao bordão de ni-inha bôa vontade, ha perto
de seü mezes peregrino de Estado em Estado pelas prisões
deste !paiz, á prornra de dados e impressões, que deverei
opportunaniente transmittfr-lhe. »
(D e um discurso prommciaâo na Penitenciaria de Porto Alegre,
e editado pela "A Fed eração'' . )
« Egli ha perc01;so, <Í1trante sei rnes-i, tutti gl'i Stat-i della
Federazione ad ecce:i'ione di quelli di Ji.1 atto Grosso ,e di
Goj a.z_. per 'Í qnali se rendeva superfliw -il s1lo esan1e, visi-
1
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . ... . . . . . .. . . .
' ~
E non resta da augurars-i che l' on. João Luiz Alves, che
ha av1do ima cos·i fetice 'iniz·iat·iva, ora la- parti a ter111,ine,
dando al Brasi:tc q11:el primata che essa avrebbàe già nella sis-
temazione de! regi,m e dellc pene, se hi t-utto 'Íl terrüorio de!la
Republica si fosse raggiunto in grado di progresso g'ià rag.-
giunto dato Stato dt: San Paolo».
(De uni editorial do jornal italiano "II Piccolo", de ro de
out·ub~o de 1923. )
SUMMARJO - Palavras ao Sr . Ministro: uma sentença do Sr.
Blihu Root e sincero reconheámento das m.inhas responsabi-
Z.idades neste Inqu erito - Razão de ser desta parte introdu-
ctoria. - Necessidade da reforma penal conw base da re-
for.ma penitenciaria - A cwra dos delinquentes - Conceito
contem.poraneo do crinie - O ho·nien·i e o 11ieio - Ligeiro es-
tudo da 11-ientalidade huHiana - · Actos crinúnosos no pas-
sado e ·no presente -- A desoladora i nterrogativa - frvo-
lw;ão da pena - O piwiões de criminal-istas - O quadro de
Laurent - Est·itdos de D ewiogne, Mayart de Vauglans e
Jou. sse - No Brasil - - Adopção da Constituição Hespanhola
e sua penalistica - A reforma humanitaria - Doutrina da
c1nenda. moral e reginien penitenciaria - O qite o caracteriza,
na opinião de Paul Conche - As penas e o nosso Codigo
- Em que se resit.1nem ellas - Suas fontes - O Codigo
P enal de 1830 - A sentença illdeterminada, únprescindivel
á reforma- O criterio desta sentença, conf arme Prins -As
vantagens alcançadas - Sua applicação - Juizo de Paul
Co1.tche - Opinião de Mr. Barrow - Sentença indeter-
1ni11ada na Amer'Íca do Norte - Fala don Fernando Cadalso
-· O que eit escrevia cm i916 - Liberdade sob palavra, co-
rollario da se11tença ú1determ:inada - Conw se a concede nos
E . Unidos - Adn1irm1el exemplo do reformataria de Elwifra
- O decreto brasile-iro de 5 de setemhro de 1922 - O de-
creto de 6 de setembro de 1924 - O problem.a dos nwnore.:;
- Ogeriza do Congresso a essa r eforma - O qite se verifica
nos D(!;.rccres brasileiros - Um exemp lo no Ceará - A cri-
minalidade ·i nfantil - S ·y nthese de meit trabalho UM PRo-
BLJ;;MA GRAVISSIMO - As estatisticas aterradoras - Nova le,
gisla:ção, tribuinaes para menores - O Codigo Pena.Z e a
questão - O que eu preconizei perante o Prin·ieiro Congresso
Americano da criança, e lhe 1nereceu o voto unawinie --
Vistas d' olhos sobre a propaganda e sobre a legislação da
Austria, Italia, America .do Norte, Allemanha, França, Bel-
g·ica e Estados Unidos. - O decreto de 20 de dezembro de
i923.
. Senhor Ministro.
Permittirá V. Ex. que eu comece por agradecer-lhe
a confiança com que me distinguiu: ella me sensibilizot1
profundamente, tanto mais quanto o nosso conhecimei.1to
pessoal nasceu no instante mesmo em que V. Ex. resolvia
pôr sobre meus frageis hombros essa tarefa espinhosa e de
tão altas responsabilidades.
O gesto ·de V . Ex., inspirado nos meus obscuros
labores provincianos, sem ,q ualquer pensamento . extranho
aos fins que então vizava, faz-me leml:5rar uma passagem
do discurso que o .Sr. Elihu Root, ainda senador pelo Es-
tado de Nova York, pronunciou a 6 de maio de r909 . O
embaixador brasileiro em \i\Tashington, .Sr. Joaquim Na-
buco, já por esse tempo gozando de. uma real popularidade
nos Estados Unidos, offerecia uma festa ao Grindiron
Club, e aquelle que teria de ser o notavel .Secretario de Es·
tado de sua patria, saudando a «grande força que está
moldando o sentimento e traçando o futuro» da America,
pronunciou estas palavras, que agora, passados alguns
;mnos de sua leitura, me sobrenadam á memoria: «Quer
parecer-me que as grandes coisas da vida, os grandes feitos
que affectam o curso e o desenvolvimento da civilização,
são levados a cabo por homens .que na occasião não pensam
estar desempenhando importante papel.»
O eminente estadista accrescentou que toda vez que
<<o homem tem consci-encia ele estar fazendo grandes coi-
sas», «em verdade está fazendo coisa nenhuma». Para
elle, « as .grandes obras ela viela são feitas por certos ho-
mens que se estão esforça.nela afim de realizarem o que lhe
14
bemos Enfio.
RAZÃO DE SER DESTA PARTE INTRODUCTORIA
Como ainda terei opportunidade de insistir junto a
V. Ex ., não se póde tentar uma reforma penitenciaria
séria, definitiva, integral, sem começar-se pela base: a re-
forma do Codigo. Elle ahi está como um obice a qualquer
solução elevada do nosso problema.
Ninguem duvida mais desta necessidade. Governo,
parlamento, juristas, tudo conspira contra essa lei revolu -
cionaria, c1ue, embora bem inspirada, surdiu do seio da di-
ctadura do Governo Provisorio, e ahi vae arrastando uma
existencia penosíssima, apontada de falha, de atrazada, de
retrograda, sem que as entidades responsaveis se abalan-
cem a quebrar o mysterio desse inexplicavel notz.i me tan-
gere, como se aos humbraes da nossa lei penal vibre
assim uma especie do on ne passe pas, que o geniC? gaulez
erigiu em symbolo de inexpugnabilidade de suas fronteira .
Não se lh e ha de tocar, porque, Senhor Ministro ?
Pois então o espírito conservador do Congresso, que
se tem manifestado de modo lamentavel quanto á revisão
constitucional, ha de levar o seu apêgo ás formulas a esse
·extremo de impedir systematicamente a reforma do Codigo
Penal, tolerando, apenas, essa política de retalhos que ahi
se tel11 caracterizado por enxertias singulares, semelhan-
tes, na therapeutica, á medicina de urgencia, que combate.a
crise aguda, mas não cura o enfermo ?
Sei que em setembro de 1922, em homenagem ao Cen,.
tenario da nossa Independencia, se autorizou o Executivo
a introduzir umas tantas modificações salutares no corpo
16
das nossas leis penaes. Mas será desse remedio, cega obe-
diencia á lei do menor esforço, que carece o Brasil ?
Por toda parte, Senhor Ministro, na Italia, na França,
na Argentina, no Uruguay, recentemente no Perú, na
Belgica, nos Estados Unidos, na propria Allemanha, tão
cauta nas suas reformas, esse espirito novo, que manda
estudar o. criminoso em vez de punir o crime, e q:ue dá á
pena um caracter de reforma, a despeito de não poder ti-
rar-lhe uma certa feição intimidativa, vae desbravando o
caminho a um futuro melhor, emquanto no Brasil perma-
necemos estacionarias, como se já houvessmos attingido a
(Llltima etapa da legislaÇão penal.
E, todavia, como estamos atrazados !
Que se ha de conseguir nas prisões do Brasil, Senhor
Ministro, com este .regin~en obsoleto das sentenças deter-
minadas, fixas, rígidas, inflexíveis ? _
De que servem o ensino moral e cívico, o traG~lho nas
officinas, todo o esforço da administração penitençiaria,
optimas pfisões, moldadas nos typos americanos ou belgas,
se o sentenciado . sabe que o seu esforço não lhe garante o
apreço ou evita, pelo menos, depois, quando liberado, o des-
apreço da sociedade ?
Successivas tentativas têm fracassado no Congresso.
E, todavia, como V. Ex. verá no derradeiro tomo deste
trabalho, que só o desejo de ser util ao meu paiz e de cor-
responder á confiança ele V. Ex. me fariam escrever ne::;te
curto lapso de tempo, .nada de real, de util e de pratico te-
rert1os feito se não acompanharmos a reforma material das
prisões e sua reorganização interna da revisão elo Codigo, no
que. se !)rende á execução e plasticidade da. pena de accôrdo
com os titulas e qualidades do delinquente. .
Eu sinto ele tal geito a necessidade ele insistir neste pro-
blema que exoro da suprema bondade ele V. Ex. me per-
mitta uma rapicla excursão pelo clominio por assim .dizer
1
17
2
"Est01nos nu111a época en1. que os fimda.m entos ap-
pareutemente solidas do dire'Íto criminal parece'm oscil/(]Jr,
en1. qne é necessario constnúr wn novo edificio, cnjo .ma-
teria.l ainda 11ão foi experimentaáo e e1•n parte tem de ser
procurado ainda. Para o conseg11ir11ws, nada de discussões
de gabinete, nada de abstracções theoricas . Só u~n niethodo
sere110 de investigações que estude, livre de prejuizos, a
ordem de phenomenos sociaes a qne e/iam.amos cri11•ies, que
observe prime·iro e conclua depois; isto é, só o methodo e11.1-
pregado nas sciencias da natureza póde aplaiia.r o caminho
qne condu~ ao ~1erdadeiro conhccil,n ento do crime e do ho-
mem del-inquente . Esta é a u 11 ica base inahalavel para ed·i-
ficarmos uni estado social em que os direitos pessoaes es-
tejam segruramente garantid os."
(Aschaffenburg, Crime e repressão pagam final.)
QUESTOES CRIMINAES E PENAES
A CURA DOS DE1INQUEN'lfES
A EVOLUÇÃO DA PENA
Ili.
31
ticado. E' o dente por dente, olho por olho, da famosa pena
de Tallião, de que as leis mosaicas nos deixaram a fórmula
expressiva : fracturani pro fractura, oculum pro oculwn,
dentem pro dente restituet.
Continúa, ahi, a acção privada, mas já o senso juridico
dos povos estabeleceu um limite ao direito de punii-, que
assiste ao aggredido.
Nessa noite escura, em que transcorre a Idade Média,
a autoridade não tem a força de que carece para impor-se
2os poYos e a intelligencia não tem bastantes luzes para
comprehender a -necessidade de chamar a si o direito de
castigar os culpados: Assim, porém, ella adquire essa força,
arrebata ao individuo a faculdade de castigar para exerc1-
tal-a por si mesma.
E' quando alvorece o conceito da pena e do delicto.
Mas o direito de punir fica em mãos dos reis e de seus
instrumentos, como urna conservação ela divindade dele-
gada aos seus mandatarios.
O Estado substitue o individuo no direito de punir,
mas o Estado encarna-se nos reis: L'Etat c'est 'lnoi, disse
Luiz XIV .
.Não se póde precisar uma época certa para essa trans-·
formação, senão ahi, porque os povos antigos tambem fi-
zeram, em periodos diversos de sua _historia, e sempre na
faze mais aguda de sua civilização, esse conceito da facul-
dade de punir, posto desfigurassem o verdadeiro caracter
da pena.
Foi o movimento philosophico do seculo xvrn que il-
h.~minou a consciencia dos povos e deu inicio á reforma das
instituições penaes . A revolução operada nos espiritos
attingiu a propria pena, porque o avanço das sciencias de-
terminou o conhecimento de certos factores do crime até
então desconhecidos da humanidade. Essa revolução, co-
meçada sob a fórma de simples evolução, acabou por tomar
o caracter violento que . assignalou a famosa Revolução,
'·
32
ff
~· ·
penas corporaes.
XIV. Penas corporaes militares e maritimas.
Então a pena de morte implicava o confisco, por vi-
ctorioso o principio de que qiteni confisca o corpo confisca
os bens.
Demogue, Mayart de Vauglans, Jousse, Laurent, de-
e
•
screvem esses horriveis castigos, caracterfaticos de uma
época em que a pena, decretada pela sociedade, visava
1
apenas um ma.rmiit1n de soffrimento do individuo, em re- ;
lação á culpa. a
As penas corporaes militares eram de morte ou não. 1
As deste grupo constavam de: •
punho decepado;
'
lingua furada com um ferro em braza;
galés perpetuas;
exposição no cavallo de páo;
degradação.
As corporaes ma ri timas eram as de:
-
chibatadas;
polé;
argola, tambem applicada aos militares, e mais as de
bolina;
ferros;
cabrestantes;
quei~mduras, etc.
3
Interessa acomp~nhar H. Laurent em seu nota-vel
trabalho Les chatiments corporels, publicado em Lyon,
em 1912.
A obra de Cesare Beccaria Bonesana (Dei delitti e
delle pene), advogando a transformação da pena, de in-
strumento de odio e de vingança social contra aquelle que
lhe perturbára o equilibrio, em elemento de punição e de
reforma do individuo, abriu caminho, a despeito da timi-
dez de suas theorias, determinada pelo atrazo das sciencias,
que deveriam ser as grandes guieiras da criminologia, para
a nova legislação penal .
Luiz XVI aboliu a tortura nos carceres. Leopoldo
de Toscana acompanhou-lhe o gesto. Seguiram-se, nessa
attitude, José II, da Austria, Frederico, da Prussia, e Ca-
tharina, da Russia.
No Brasil, a tortura foi abolida 11.ominalmente em
1821, quai1do, coacto, D. João VI assignou o decreto pelo
qual adaptava a Constituição hespanhola, que serviu ele
base á portuguesa e á nossa, até que as Côrtes ele Lisbôa
acabassem a sua obra. Tal Constituição continha disposi-
tivos que assignalavam a radical mudança elo criterio pe-
nalogico na Hespanha, logo seguido em Portugal. Vale a
pena recorclal-os:
***
l\Ias a sciencia l hy. ica natura e 1 sy h 1 gica
deveriam alcançar um gráo .-traorclinario de prooT sso.
Sabio preclaros.. ntreo·u s ·1 mao-istra s xp rimentaç~es,
descobriram, afinal, qu o homem obe l e 1 5.o só a en rgia
independente de ua Yonta l , como qu stava uj ,it á ·
influencia de táras ance trae e a do me1 phy ic , ocial
. .
e econonuco em que v1v .
Pinel ainda enc ntrára os louco alo·emado , acorren-
'
fados, martyrizados, em 1 br g'tS ma m rras, e seus e -
tudos, como o d Es iuirol de 'Morel, e te meio eculo
mais tarde, criando e consolidando a psychiatria foram
completado pelos de Lepine, de ).faudsley, d Lombroso, e
de tantos outros, a quem e deve a certeza de que o cri-
rnino o é um anormal. phy iologia e a pathologia mental
deram logar ao na ·cimento da anthropologia, que é a
cienci-a do estudo inteo-ral e po iti\ o elo homem. A anthro-
polog~a criminal brotou naturalmente della. A sociologia
deu corpo á sociologia criminal. Era o estudo do criminoso
em si mesmo e em relação ao seus antecedentes e taras he-
reditarias, de um lado, e em relação ao meio social, de
outro _
Seria curioso acompanhar a evolução destas sciencias,
a que serviram Comte e Feuerbach, ~Ioleoschott e Lyell,
\!Vagner e Spencer, Darwin e Ardigó, Sergi e Ernesto Hce-
41
ta tiva de reforma legisla tiva das Ordcuar;õc '_. que i11di o-nado
analy a e ferretêa . Era, 1 orém, uma tentativa exces iva-
mente aYancada para a época e não teve sancçã .
I )20 , com o movimento liber al, tenta a reforma. inda
não se f ez lei. Em 1837, José j\J a noel da V eio·a lança o eu
Codigo Pe1i.al da nação portugue a, e é approvado .
l\Ias entalha na execução. Já se aboli a a tortura.
Sómente em 1852, e por decret dictatorial, entrou em
vigor o Codigo Penal portuguêz, que o professor Caeiro da
.:rviotta diz «inspi r ado nas doutrina de Ro si, Chauveau e
Helie. e tendo como fontes legaes principalmente os Co li-
gos francês ele 1810 e hespanhol ele T848 »,e no qual se en-
contram «vestígios do Coeligo do Brasil de i:830 ». (**)
A SENTENÇA INDETERMINADA
qnan
damn e
q
.»
gislation Péniten-
Cadaiso argumenta:
E accrescenta:
1\In n ent n _a in t
.1ar10 m rn s, um
apur n , ndi à)
rio· para ~ u m mbr
Na la mai diff i il para nm h mem l ini iar nma.
i:ida noya. Lan ad f · ra d a1
seoTeo·a .à . tud lh til.
hrndado a uma ob diencia _;:;a n ntra-s
r pent enhor d ua liberdad . em ntrn -t ~ o impuL
natural • para o abu o d as fa ul ade 1 no·am nt re-
fr iada .
O E tado não d Y p rtanto aband nar as
portas de a liberdade deYe en aial-o 01110 e en aia a
criança que Yae dar o prim iro pa , ou como e expe-
rimentam a for a d um co1wale cente.
Para a reforma do pre o podem ba tar o meio de
que e lança mão na penitenciaria e a entença inde-
terminada, ma para impedir o perio-o ocial da libertação ·
do inadaptado ó a liberdade ob palana .
E ta apre enta modalidade differentes nos pajzes ou
E tados que a applicam . ' Nos E tados Unidos, em geral,
cabe ás éommi sões da pri ões por lei applical-a, ou melhor,
concedel-a.
Merecendo-a, elle recebe, antes de sair, um memorial
55
1890 2 -,()6
i891 23,70
1892 22,95
J893 22,46
1894 23,52
r895 23,28
Na França :
M nores
1826-50 . 13,20
1880 17,99
1 '90 17,46
i89r 17,78
l ~92 18,21
1 93 18,42
.
Sem estatisticas, porém, e apei;ias apoiados no notí-
ciario dos jornaes, os juristas podem attestar que o Brasil
não foge á dura rea)idade consignada quanto .aos paizes
estrangeiros. Aqui tambem a porcentagem de menores ac-
cusados ou condemnados é grande, com a aggravante de
. que as crises economicas ainda não chegaram a produzir
neste paiz a verdadeira fome que, na Europa, segundo o
depoimento de Liszt, eleva de modo brutal o coefficiente
dos delictos. (Op. cit.)
No norte do Brasil, escreveu o digno criminalista
patrio Sr. Chaves de Gusmão, «o banditismo é um ver-
dadeiro flagello, cujas consequencias para o nosso equi-
líbrio ethnico, moral e intellectual não se avalia com pre-
cisão, infelizmente. O crime nessa região campeia infrene » .
(O banditismo - 1914, pag. 52.) A impunidade entre nós
é uma triste verdade, e os membros dos tribunaes do jury
não tem a competencia necessaria para penetrar na trama
da maioria dos delictos praticados pelos adultos.
Imaginei:nos esse tribunal de sentença julgando um
menor de l 5 annos, indagando se, de acc6rdo com o codigo
patrio, 111n acc11sado de 12 an11os ag·i11 co111 o necessario
discernimento !
Imagine-se esse julgamento o que será quando, rela-
tivamente ao juiz que julga .os menores nos paizes de no-
víssima legislação penal, se . requer um amplo conheci-
mento da alma :infantil, uma vasta cpmpetencia em psy-
chologia e physiologia, em molestias · ment•es e nervosas !
Eis ahi está porque eu, aproveitando o ensejo do dis-
curso do Sr. presidente do Superior Tribunal de Justiça,
desejo pleitear do me ~mo passo as tres reformas seguintes:
a) modificação da legislação penal brasileira no que·
se refere aos menores;
b) creação de tribunaes espec1aes para o julgamento
destes;
70
-
magistratura judicial e do Ministerio Publico » estuda,
apprende no grande livro da experiencia, o que é o crime,
penetrando na alma do criminoso, e podendo falar, por isso
mesmo, com segurança, sobre as reformas penaes .
Ppis bem. Elle não quiz encerrar a compilação de suas
-sentenças ponderadas, sem prégar, quanto a Port~gal, «a
urgente necessidade de rever o Codigo Penal e de refundir,
por completo, os serviços prisionaes» .
Pergunta: « De onde vem a maioria dos criminosos? »
Não poderia ser outra a resposta: vem da infancia
abandonada ! - « Quantos foram primeiro vadios, crianças
lançadas ao monturo das ruas, e que o Estado só soube da
sua existencia quando de vadios se tornaram ladrões e as·-
sassinos? » ( Op. cit., pag. 384.)
Não exaggero, pois, sustentando que de todos os pontos
se levanta neste momento um clamor intensíssimo em prol
de taes reformas. Em fevereiro do anno que findou, Gio-
vanni Petraconni, juiz italiano, escrevia, num estudo sobre
1 niinorenn-i ed ü nuovo codice d1: proced11ra penale, palavras
cheias de verdade e profundo senso critico, e reconhecia
que não ha, do outro lado do Atlantico, é claro, « persona
mezzanamente coita che non abbia sentito dire qualche cosa
intorno ad esso ».
Elle se insurgia, então, contra o facto, sem duvida es-
tranhavel, de se deixar a Italia em pé de inferioridade na
materia, quando o certo é que o grande paiz latino se tem
avantajado a outros no desenvolvimento da sciencia do Di-
reito, cabendo-lhe a gloria de arauto da escola positiva.
Convém, entretanto, registrar que, se até essa data a
Italia não tinha estabelecido uma legislação especial para
menores, já o ministro Orlando havia designado uma com-
missão para redigir o projecto do Cod1ºgo dos 11ienores, com-
missão de que foi presidente o senador Oronzo Quarta.
6
~·
82
AS 1EIS INGLESAS
AS 1EIS A11EMÃS
O Dr. Collard, substituto do procurador do Rei em
Louvain, nessa estupenda Belgica sacrificada pelo impe-
rialismo germanico, dá-nos um apanhado magnifico da
evolução do instincto jurídico, de que tanto cabedal fa-
zemos, na Allemanha. Ha vinte e cinco annos que no extin-
cto imperio do Rheno a idéa de uma legislação á parte para
menores começára a ser debatida. «La question du traite-
ment pénal des jeunes déhnqu:ants se posaü, d11t reste,
impéri·e nsement de/mis r88o, au lendemain de la publfra-
tion de la statist?:que criminelle. »
O terreno para a victoria da reforma penal, em torno
daquelles que medeiam da ·completa irresponsabilidade para
a responsabilidade legal, foi preparado com enthusiasmo.
Em 1891 e 1893, Appelius, em nome da União Inter-
nacional de Di1·eito Penal, em Halle e Berlim, apresentando
87
.
·'
98
;r.
99
AS 1EIS AMERICANAS
PARTE GERAL
CAPITULO I
DO OBJl.(C'l'O E FUI DA LEI
CAPITULO II
DOS ~'lENORES ;\BANDO)! ADOS
~ . ~·· São vadios <?S menores que, tendo deixado sem causa legitima o
dom1cd10 cio pae, mãe, tutor, guarda, ou os Jogares onde e achavam coll'Oi-
cados por aque lle a cuja autorid ade estavam submettidos ou confiados, ou
nã10 tendo. domici lio n em a lguem por si, são encontraiclos habitualmente a
vagar pelas ruas ou logradouros publicas, sem que tenham meio ele vida
regu lar, ou tirando seus recursos ele occupação immornl 'ou prohibida.
§ 3. 0 São mendigos ois me1rores que habitualmente pedem esmola para
si ou para outrem, ainda que este sei a seu pae ou sua mãe, ou pedem do-
nativo sob pretexto ele venda ou offerecimento de obj ectos.
§ 4.º São libertinos 1os men o res que habitualmerrte:
a) na via pub lica perseguem ou convidam companheiros ou tranrs euntes
para a pratica. de actos obscenos;
b) se entregam á prostituição em seu proprio domicilio, ou vivem em
casa ele prostituta, ·ou frequentem casa ele toleraJlcia, para praticar actos
obscenors.;
e) forem encontra•d os em qualquer casa ou togar não destinado à pros-
tituição, praticando actos obscenos com outrem;
d ) vivem da p1·ostituiçãro ele 0 111trem .
CAPITULO III
. Art · 17 ·~ O pae. '0 .U a mãe inhibi do do patrio poder não pó ele i;er re'-
mtegrado senao depois de preenchidas as seguintes condições: .
I, serem decorridos dois annos, pelo menos, depois de passada em jul-
g.ado a respectiva sentença, no caso de suspensão; e cinco annos, pelo menos,
no caso de perda1; ·
II, provar a sua regeneração, ou o clesapparecimento c\a. causa da inhi-
biçãio;
III, não haver inconveniencia na vofrai cio menor _ao seu poder;
IV, ficar o menor sob a vigi lancia cio juiz ou tribunal durante um
anno.
CAPITULO IV
DAS MJ::llIDAS APPLICAVEIS AOS MENORJ::S
CAPI;TULO V
PARTE ESPECIAL
CAPITULO I
DO JUIZO PRIVA'l'IVO DOS MENORES ABANDONADOS E DELINQ'U'EN'rES
Art. 37, J;' creado no Districto F ederal um hii::;o de Menores, para as-
sistencia, protecção, defesa, processo e julgamento dos menores abandonados
e delinquentes.
Art. 38 . Ao juiz de menores compet.e :
I , processar e julgar o abandono de menores, no·s termos deste regu-
lamento, e os crimes ou contravenções por elles perpetrados;
II, inquirir e examinar o estado physico, mental e moral dos menores
que conLparecerem a juízo, e, ao mesmo tempo, a ·situ;;1.ção social, moral e
economica dos paes, tutore.s e responsaveis por sua gua rda ;
III, ordena_r a.s medidas concernentes ao traltamento, collocação, guarda,
vigi lanci a e ed ucação dos menores abandonados ou delinquentes;
IV, decretar a suspensão ou a perda d-o patrio poder ou a destituiçã.o. da
tutela, e nomea r tt:1:orcs;
111
CAPITUL\O II
DO PROCESSO
Art. 45. O menor, que fôr encontrado abandonado, nos t ermos deste
regulam ento, ou que tenha commettido crime .o u con'travenção, deve ser
levado ao. j uizo de menores, para o que toda auctoridade judicial, policial ou
administrativa deve, e qualquer pessoa póde, apprehendel-o ou cletel-o .
§ I. 0 A noticia ela exisltencia de qualquer menor n os casos deste regu-
lamento póde ser levada ao juiz por todo meio. licito ele communicação .
§ 2. 0 Recebendo o menor. o juiz .o fará recolher ao Abrigo, mandará
submettel~o a exame meclico-peclagogico, e iniciará o processo, que na es-
peci e couber.
Art. 46. O processo para v erificação cio estado de abandono de menores
é summarissimo .
§ T. 0 E. 'te process·O pócle começar e.1:-officio, por iniciativa elo curador,
a requ erim ento ele algum parente do menor, ou por denuncia de qualquer
pessoa .
§ 2. 0 In staurado o processo por uma das fórmas indicada·s no para-
grapho precedente. será notificado o pae, a mã·e, o tutor .ou encarregado
ela guarda cio menor, pa ra comparecer em juiz;o, no pPa·zo de 48 horas,
assistir á justificação cios factos all egaclos, com inltervenção do curador, e
apresentar suai defesa.
§ 3.º Se o juiz quizer mais amplos esclarecimentos, como exame pe-
ricial, ou outros, ordenará sua execução no mais curto prazo.
§ 4.° Com as provas produzidas, irão os autos á conclusão do. juiz, que,
depois de _ouvir o curador, proferirá s-entença.
§ 5. 0 Da sentença caberá appellação para a Côr,te de Appellação, recebida
sómente no. effeito devolutivo .
Art. 47. O processo ele suspensão ou perda do patrio poder ou ele des -
tituição da tut ela é o mesmo do art igo precedente. Entretanto, .se no processo
por abandono. ficar provado que o pae, a mãe, ou o tutor está incurso em
a lgum dos casos de Sll'Spensão, perda ou d estituição do seu poder, o juiz o
decretará na mesma sentença em que declarar o menor abanclonaclo, com-
municanclo a sua decisão aos j uizes ele •O rphãos.
Art. 48. A acção para reintegração cio patrio poder é summaris·sima
(art. 46).
R r. º O tutor, ou a pessoa a quem está confiado o menor, será intimado
a apresentar no in;teress e deste as observações e oppo•sições que fôr util
fazer e acompanhar o feito até final sentença.
§ 2. 0 O juiz pócle decidir a restituição ele certo,s direitos, negando a de
outros, segund o as conveniencias do menor.
§ 3. 0 Determinando a reirntegração ou a restituição ele direitos, o juiz
fixará, segundo as circumstancias, a indemnização devida a·o tutor ou guard a
do menor, ou . d·eclarará que em razão da indigencia dos paes nenhuma in-
demnização haverá.
§ 4.0 10 pedido do pae, sendo rejeitado, não poderá se r renovado senão
0
Art. 56. As multas impostas em virtu de elos arts. 23, 26 e 31, §· ·Iº, 33
n. 6º, letra a, e as despesa.s a que se refer e o art. 21, § 2°, serão cob radas
por meio de acção executiva, in tentada es-off icio.
§ r.º Imposta a multa, ou aptl1·ada a importancia elas despesas a in-
demnizar, será intimado o réo, para que, no prazo de cinco dias, que correrãü
em ca rtorio, pague 'º .u apresente excusa, qn~ o rel eve da pena.
§ 2 .0 · Se .o réo dentro do pr azo não pagar, nem apresent ar excusa, ou se
esta não fôr procedente, o juiz, assim declarando, fará autuar a certidão
da intimação com os documetüos respectivos, e expedirá mandad·o executivo .
§· 3. 0 O t)1andado executivo deve determ inar que o réo pague inconlt i-
nente. ou que se proceda á penh ora nos bens, que elle offereoer ou lhe fo rem
achado s, tantos quantü s bastem para o pagamento da divida e custas .
§ 4.º Accusada a penhora, s·erão ass ignados seis dias ao réo, para a.Jlega r
seus embargos. ,
§ 5.º Se d entro de seis dias o réo, não allega r embargos, será a penhora
julgada po r sentença, e se proseguirá nos t ermos ulteriores, como na exe-
cução da sentença . Todavia, o réo poderá appellar da referi<la. sentença
para a Côrte de Appell ação, só com effeito devoluti vo.
§ 6.º Dentro elos seis elia·s assignados, poderá o réo produzir testemunh as
e juntar documentos .
§ 7.º Com o.s embargos, docum entos e prova testemunhal, se houv er
erâo os autos concl usos ao juiz, que recebe rá .ou rejeitará os emb argos.
§ 8. 0 Se fore m recebidos os embarg.os, d ar- se-á a contestação no praw
de cinco dias; em .seguid a terá lagar a dilação elas pro vas, qu e · se rá de dez ·
dia , e arrazoados os autos pelo réo e o cura do r, dentro de cinco dias cada
um, a causa se rá julgada af in <J l.
§ 9.º Se os embargos forem rej eitaclos, proceder- se-á na fórma do § 5°.
§ IO. A importancia cobrada será r ecolhida ao Thes.ouro N a.cional, · pü r
meio ele gui ;u passada pelo esc rivão ; a ele despesas .será entr,egue a quem
couber, depois ele passada em jul gado a sentença.
§ II. Da decisão f inal cab,e appeJl ação, de effeito cl evolutiv.a., pa ra a
Có rt e ele AppeJl ação.
A rt. 57. A f iança a qu e se refe rem os art s . 8º e 51, n . II, é sempre
def initiva, e só pócle se r prestada por meio ele deposito no.s cofres publicas em
dinh eiro, metaes ou ped ras pred osas, ou apo ii ces, .ou titul as da divida na-
cional, ou ela municipaliclacle; ou hypotheca de immoveis liv re de preferencias .
§ r.º O valor ela fian ça se rá ,ele 100$ a I :soo$; e, pa ra determinar o seu
va lor, o juiz tomará ~m oonsicleração as circumstancias pesso aes do meiro·r e
as condiçõ es de fort un a· do f iado r .
§ 2." O quebramento ela fiança importa na perda da totalidade do ·Seu
valor e a remoção do menor; e o valor depositado se rá applicado a favor elo
Thesouro Nacional, depois de clecluziclas as custas cio processo.
§ 3.º D o. despacho, qu e d eclara perd ida a quantia af iançada, cabe recurso
para a Córte ele Appe llação .
§ 4.º A todo tempo, que acha r conveniente, ·O juiz poderá revogar a
fiança, mand an do restituir sua importancia ao fiad or .
Art. 58. A Córte ele Appell ação julgará em sessão sec reta todos os re-
rnrs os cla·s decisões do juiz ele menores. Esses julgamentos terão preferencia
so.bre quaesqúer outros se r \' iços.
Art. 59 . iÜs julgamentos d.esses recursO's se rão feitos ele accôrdo co m
os regulamentos ela Cô rte de Appe llação .
As parires a rrazoarão na instancia inferior.
O juiz remetterá os autos á ·supefi.o r in stancia, justifican do succit}ta-
mente a decisão recorrida.
Art. 60. D os autos de processo, do registro judici al, ou do,s assenta-
ta mentos elas escolas não se extrahirão certid ões, excepto as necessarias á
in strucção ele out ro processo.
Art. 6r. A s leis de organização j ucliciaria e ele processo da justi ça local
do D ist ricto Federal são sub sidiarias deste regulamento, nos casos omissos,
quando forem com elle compativeis.
115
CAPITULO IIl
DO ABRIGO DE MENORES
CAPITULO IV
DOS IN~l'ITU'l'OS DISCIPUN ARES
Art. 69. E ' creada uma escola de preservação para menores do s·exo
fem inin o, que ficarem s·ob a protecção da auctoridade publica .
Art. 70. A esc-o.Ja é destinada a dar educação physica, moral, profis-
sional e ]iterari a ás menor es, •que a ella fo rem recolhida s por ordem do juiz
compeltent e.
116
Art. 7r. A esta escola não serão recolhidas menores com idade inferior
a sete annos, nem excedente a 118.
Art. 72. A escola será constituída por pavilhões proximos uns dos
outros, mas independentes, cada um dos quaes abrigará tres iturmas de edu-
candas, constituidas cada uma por numero não superi-or a 20, .e com capa-
cidade para 300 meno res abandonadas.
§ r.º Haverá um pavilhão para menores que forem processadas e julgadas
por infracção da lei penal.
§ :2." Haverá tarnbem pavilhões diviididos em cellulas, destinados á
observação dais menores á sua entrada e ás indisciplinadas .
.Airt. 73. A's menores serã!o ensinados os seguintes officios:
Costura e trabalhos de agulha;
Lavagem de r.oupa;
Eng.ommagem ;
Cozinha·
-M.anufactura de chapéos;
Dactylographia;
Jardinagem, horticultura, pomicultura e criação de aves.
Os officios irão sendo creados, á medida que o desenvolvimento da
escola o permittir.
Art. 74. Annexa á Escola Quinz e de Novembro é creada uma escola de
reforma para menores criminosos e contraventor-e s.
§ r.º A Esc-ola Quinze de .Novembro será divididai em duas secções: uma
de preservação, para menor.es abandonado s, e outrai de reforma, para menores
criminosos e contraventores.
§ 2.º A secção de refonna destina-se a receber, para reg.enerar pelo tra-
balho, educação e instrucção, ·os menores do sexo masculino, de mais de 14
annos .e menos de 18, que forem julgados pelo juiz de menores e por este
mandados internar.
§ 3. 0 A escola será dirigida p.o-r um a só e mesma administração, mas as ·
secções íunccionarão em edifícios separad-o1s e completamente independ·entes,
nos termos deste regulamento.
§ 4. 0 Para uniformizar a parte commum das duas &ecções da Escola
Quinze de Novembro e methodizar os varios serviços será expedido um
regulamento especial.
Art. 75. A Esc-ola será constituida por pavilhões proximos, mas inde-
pendentes, abrigando cada qual tres turmas de internados, constituída cada
uma por numero não ·s~1peri.o-r a 20 menores, para uma lotação de 400 aban-
donados e 200 delinquentes. ·
Haverá tambem pavilhões divididos em cell ulas, destinados á obser-
vação dos meno,res, á sua entrada no estabelecimento, e á punição dos indi·s-
ciplinados.
Art. 76. O director, secretario, medico, pharmaceutico, dentistã, in-
structor militar, escripturario e almoxairife da Escola Quinze de Novembro
servirão nas duas secções; a secção de reforma terá mais o pessoal seguinte,
com os vencimentos constanltes da tabella annexa:
4 profes-s-ores primarios;
l amanuens'e, auxi liar do almoxarife ;
I amanuense, auxiliar do escriptura-rio ;
l inspector geral;
4 impedo_res;
I porteiro;
11 roupeiro ;
l enfermeiro;
•I cozinheiro;
I ajudante de cozinheiro;
8 lavacieiras-eng.o mmadeiras;
4 serventes;
8 guardas;
117
2 jardineiros;
2 chacareiros;
cocheiro;
1 ajudante de cocheiro; .
I carreiro;
capineiro ;
§ •1.. 0 O Governo escolherá entre as actuaes officinas da Escola Quinze
de Novembro a'S que devem passar para a secção de r.eforma.
§ 2.º Para cada !turma de internados haverá um professor, um inspector,
dous guardas e um servente . .
§ 3. 0 A' medida que se forem organizando as turmas regu lamentares,
irá sendo, nomeado o respectivo pessoal.
Art. 77. O director será nomeado por decreto; o secretario, o medico, o
pharmaceutico, o dentiSita, o escripturario, o amanuense, o almoxarife, os
professores, os mestres e oo inspectores por portaria do Ministro; os demais
empregados por portaria do director.
Art. 78. As escolas de qualquer dos sexos, em ambas as secções, obser-
varão no seu funccionamento as regras estipuladas nos artigos seguintes.
Art. 79. Cadai turma ficará sob a regencia de um professor, que tratará
paternalmente os m enores, morando co.m estes, partilhando de seus tra-
balhos e devertimentos, occupando-se de ua educação individual, incu-
tindo-lhes os princípios e sentimentos de moral necessarios á sua riegeneraçã.o,
observand{;\ cuidadosamente em cada um seus vícios, tendencias, affeições,
vi rtudes, os effeitos da educação que recebem, e o mais que seja digno de.
attenção, annotando suas observações em livro especial.
Anc. So. Aos menores será ministrada educação physica, moral pro-
fis·sional e li tera ria.
§ I.º A educação physica comprehenderá a hygiene, a gymnastica, os
exerci cios militares (para o sexo masculino) , os j og.os desportivos, e tod os
os exercícios proprios parn o desenvolvimenro e robustecimento do organismo.
§ 2 .º A educação moral será dada pelo ensino da moral pratica. abran-
gendo os deveres do homem para comsigo, a familia, a escola, a officina, a
sociedade e a Patria. Serão facu~tadas aos internados as praticas da religião
de cada um, compatíveis com o regímen escolar.
§ 3.º A educação profissiooal consistirá na aprendizagem de uma arte
ou de um officio, adequado á idade, força e capacidade dos menores e ás
condições do estabe lecimento. Na escolha da profissão a adoptar o director
atten derá á informação do medico, procedencia urbana ·ou rural do menor,
sua inclinação, á aprendizagem adquirida anteriormente ao inte rnamento, e
ao provavel destino.
§ 4.º A educação !iteraria constará do ensino primario obrigarorio.
Art. 81. O ensino será gradual e prngressivo, ºdividido em classes, mi-
nistrado segundo os programmas que forem estabelecidos.
A rt. 82. O producto liquido da. venda de artefactos e dos trabalhos de
campo realizados pelos alumnos será dividido em tres partes iguaes : uma
se rá applicada á compra de mate rias prima'S e ás despesas da casa ; oll'tra
a premios e gratificações aos menores, que se di-stinguirem por sua assidui-
dade e pericia no trabalho, por seu estudo e applicação, pqr seu comporta-
mento e regeneração moral; e a terceira comltituirá um peculio dos menores,
que será depo.sitado trimestralmente em cadernetas da Caixa Economica., e
lhes será entregue á sahida do estabelecimento.
AI1t. 83. No r.egulamento da escola se estabelecerá o regimen de premios
e punição applicaveis aoo educ~nd os. .
· Paragrapho unico. São expressamente prohibidos os castigos cor-
poraes, qua lquer que seja a fórma que revistam.
Art . 84. O juiz, ao· mandar internar o menor, enviará uma noticia sobre
a natureza do crime ou contravenção e suas circumstancias; comportamenfo,
habitos e antecedentes do menor; o caracter, a moralidade, a situação e os
meios de vida do pae, mãe, tut<Yr ou pessoa encarregada de sua guarda; e
todas as demai s informações uteis ao conhecimento das condições physicas,
intellectuaes .e mor aes do internado e sua familia.
118
CAPITULO V
DO CONS l':T, H O Dr' ASS TS'l'1'KCIA 1' PRO'l'8CÇÃO AOS ~H:NORF.S
CAPITULO VI
•
120
Art. 102. O Governo expedirá sob a fórma de regulamento os actos com-
plement ares, ou decorrentes deste, necessarios ao serviço de assistencia e pro-
tecção aos menores ab andonados e delinquent es.
Art . 103. As medidas co-nstantes deslte decreto, que ac arr etem augmento
de despesa, só serão postas em vigor depois de votados o.s credites ne-
ce sarios .
Art. 104. Revogam-se as disposições em contrario .
Rio de ] aneiro, 20 de dezembro de 1923. - João L11i:; A lves .
J UlZO DE Ml!l'\ORES
P essoal
90:300$000
ABRIGO DE MENORES
Pessoal
72 :480$000
121
Secção de Reforma
Pestoal
Empregos Ordenado Gratificação Total
4 professones primarios ... . .. . . .. . . . 2:400$ooo I :2oo$000 14:4oo$ooo
I amanuense ... . .. . .. . ....... . ..... . I :6oo$OOO 8oo$ooo 2:400$ooo
1 dispenseiro .. . . ......... . ..... ... . I :6oo$ooo 8oo$OOO 2:4oo$ooo
1 inspector geral. . ... ... . . . ...... . . . 2:4oo$000 I :2oo$000 3:6oo$ooo
4 inspectores . . . . ... . .. . .. ...... .. . . 2:000$ooo 1:000$000 12 :000$000
I porteiro .... . .. ....... . .. . .. . . . .. . 2:ooo$ooo l :000$000 3:000$000
I roupeiro .. . . ...... ... ....... . ... . . 2:ooo$ooo l :000$000 3:000$ooo
r enf~ rm~iro .. . . ... . .. . ..1 • •••••• •• • góo$ooo if>o$ooo
I cozmhe1ro ..... .. .......... .. .... .. 1:2oo$000 'I :2oo$ooo
I ajudante de cozinheiro . ... . . .. .. . . 6oo$ooo 6oo$ooo
8 lavadeiras-engomadeiras .. ... ... . .. . 4:300$000
4 ·serventes .. .. . . . . . ... . ... . ....... . I :2oo$000 4:8oo$000
8 guardas ... . . . ... . . . ... . . ... .. . .. . 1:2oo$000 9:6oo$000
2 jardineiros . .... . .. . .. . . ... . . . . .. . 2:555$500
2 chacareiros ............... .. ...... . 2:555$500
I cocheir-0 ... .. .. . .... . . . . .. . .. .... . I :8oo$ooo l :8oo$000
I ajudante de cocheiro .... .. ....... .. 1 :2oo$000 I :2oo$000
I carreir-0 . .. . . . . . .... . ... . ...... . . · · l :2oo$ooo II :2oo$000
1 capineiro .... .. ........ . .......... . góo$ooo g6o$ooo
72 :6II$OOO
Art. r.º O Conselho ele A ssistencia e Protecção aos Menores tem por fins:
I , vigiar proteger e colloca r o s menores egressos de qualquer esco la de
preservação. oureforma, os que estejam em liberdade vigiada e os qu1e forem
designados pelo r.espectivo j uiz;
II, auxi liar a acção do. juiz de menores e seus comm issa rios de vigilancia;
III, exercer sua acção sobre os menores na via publica, concorrendo para a
fiel observancia da lei de ·asr&istencia e protecção aos menores:
IV, visita·r e fiscalizar os estabelecimento.s ele educação de menores, fa-
bricas e of f.icinas oude trabalham e communica·r ao Minisverio ela Justiça e Ne-
gocios Interiores os abusos e irregularidades que encontrar;
V, fazer propaga nda na Capital Federal e no Estados, com o fim não
só de prevenir os I)iales sociaes tendentes a produzir o abandono, a per-
versão e o crime, entr.e os menores, ou comprometter sua saude e v ida, ma·s
tambem de indicar os meios· que neutralizem os effeitos des,s·es males.
lambem d eindicar 0,s meios que enutralizem os effeitos desses malie s.
alta funcção socia l :
I, fundar estabelecimentos para a educação e reforma dos menores ·
abandonado.s, viciosos e anorm aes pathologicos;
II, obter dos institutos particulares a acceitação de menores protegidos
pelo co nselho ou tutelados pela justiça;
III, organizar, fomentar e coadjuvar a constituição ele patronatos de
menores no D~stricto Feder.ai ;
IV, pr·o mov·er por todos os meios ao se u alcance a complet a prestação
ele assistencia aos menores sem recurso, doentes ou debeis;
V, occupar-se do estudo e reso lução ele todos os problemas relacionados
com a infançia e a adolescencia;
VI, organizar uma lista elas pesso as idoneas, ou elas instituições .offi-
ciaes ou particulares que queiram tomar a seu cuidado menores, que tiverem
ele se r collocaclos em casas de rnmilia ou internatos;
VII, administrar os fundos que forem postos á sua disposição para o
preenchimento. elos seus fin s . ·
CAPITULO II
DO PA'l'RIMO N IO
I
123
Art. -1·º .O se u patrimonio s e consti tuirá pela s doações, hera nças e le-
gados que receba e pelas subvenções off iciaes, contribuições ele seus mem-
bros, subscripções populares, etc .
CAPITULO III
DA COMPOSIÇÃO DO CONSl!LHO
CAPITUúO IV
DA ADMlNlSTRAÇ,\o
9
ESTADO DO AMAZONAS
NO REGULAMENTO
NA PRATICA
tQ
ESTATISTICA PENITENCIARIA
Brasileiros . . . . . 49
Estrangeiros . . z
Total . 51
Total . 51
Pela côr:
Pela profissão:
Agricultores, inclusive seringueiros 38
Marítimos . . 4
Estivadores . 3
Jornaleiros . 2
Vendedor ambulante 1
Mecanico 1
Commerciante 1
Fruteiro . . . . . 1
Total . 51
Pela instrucção :
Rudimentar 27
Analphabetos . 24
Total . 51
Pelos cnrnes :
Homicidas 50
Ferimentos . 1
Total . 51
Pelas idades:
Até 18 annos 1
" 19 1
" 20 " 1
" 21 " 1
" 22 " 1-
" 23
" 24
" 25 " 3.
" 26 2
" 27 "
" 28 " 3
" 29 " 5
" 30 " 3
149
Até 31 annos l
" 32 " 2
" 33 " 4
" 34 " 2
" 3.5 " ' 2
" 36 " 1
" 38 " 1
" 41 . " 2
" 42 " 1
" 43 " 1
" 44 " 3
" 45 " 1
" 46 " 2
" 50 " 1
" 51 " 1
" 52 " l
" 59 " l
Total. 51
Destes detentos, eram
Sentenciados 42
A guardando jury . 9
Total. 51
AS PRISÕES DO PARÁ
ESTADO DO PARÁ
.1
Não ha muito o que escrever das prisões do Pará. Na capital,
a Cadeia de S. José é um accinte á civilização do grande Estado.
No interior, as cadeias offerecem mais ou menos o aspecto das cio
Amazonas. São logares sordidos, onde o preso vive uma existencia
meramente animal .
As prisões do Pará são, todavia, famosas na historia do
Brasil, porque as suas enxovias estiveram cheias muita vez da fina
flor dos patriotas, que alli pagaram o seu tributo de soffrimento e de
sangue ao despotismo colonial, e,. mais tarde, á propria causa do paiz
constituido. Entre ellas, celebrizaram-se a do Castello, onde esteve
incommunicavel Patroni, as da fortaleza da Barra, onde es-
tiveram os militares envolvidos nos acontecimentos de abril de ·1823,
a Cadeia Publica, onde, entre outros, esteve .Bernardo de Souza
Franco, depois conselheiro do Imperio. Creio que existiam em
Belém a esse tempo outras pequenas prisões, semelhantes, talvez, aos
actuaes xadrezes annexos aos corpos das guardas militares . E', pelo
menos, o que se deduz dos termos do officio dirigido pela Junta
Provisoria ao capitão inglês John Pascos Greenfell, em r8 de ou-
tubro de 1823 :
"As prisões da cade·ia estão cheias com os sceleraclos
cios dias IS e' r6 do corrente; e além de não caberem mais,
exigem um grande numero de milicianos para os guardar;
oittras prisões são fra cas, e cede·m á força ; portanto
lembré1;-se a Junta Provisoria que o brigue Deh"gente sirva
de presigangas para · onde se passem os ditos presos, etc."
(A. Raiol, Nlotins Politicos da· P1-ovincia do Pará, 1865,
vol. rº, pág . 83.)
Já não existiam, porém, por essa época, as terriveis prisões, contra
cuja hediondez se haviam successivamente rehellado os povos do
156
NO REGULAMENTO
Não ha um Regulamento especial para a Casa de Detenção do
Pará, nem para as cio interior. O que existe de referericia á ma-
158
teria consta ela Secção IV cio Capitulo V, e cio Capitulo XIII cio
Regulamento do Serviço Policial, baixado pelo decreto n. 3. 516,
de 26 de março de 1919, sendo governador cio Estado o Sr. Lauro
Sodré.
Como se verifica do Regulamento, não existe, no Pará, classi-
ficação elas cadeias nem se cogita ele penitenciaria . .f\ Secção IV
cio Capitulo V, arts . 88 a 90, especifica as attribuições cio aclminis-
trndor da cadeia, de seu ajudante e cios carcereiros. Estabelece que
taes serventuc~rios não podem abandonar o estabelecimento sem orcle1n
expressa cio chefe de policia, na capital, cios prefeitos e dos sub-
prefentos, no interior, e impõe-lhes essas attribuições de fiscalização
da segurança, ordem e asseio do carcere, bem como obediencia ás.
determinações das autoridades superiores, communs a todos os re-
gulamentos desse feitio.
O Capitulo XIII, Da inspecção das prisões, abrange os arts. 223.
NA PRATICA
Para sanar esses abusos não encontra elle, portanto, melhor ele-
mento que o trabalho, aproveitando-se o esforço individual cio sen-
tenciado, devidamente remunerado. Ião cuida, porém, de organizar
e~se trabalho industrial ou agricola para os mesmos, limitando-se a
,.
163
·COLONIA CORRECCIO:NAL
Peruano. . . 1
Total. 74
Conforme os Estados :
Pará . 45
· Ceará. 7
Pernambuco. s
Maranhão. 4
Piauhy . . . 3
Parahyba . . 2
Minas . . . 1
Amazonas. I
Goyaz . . . . 1
Matto Grosso. 1
Bahia . . 1
Portu.gal. 1
Perú . 1 .
Tota.1. 74
Na cadeia do Pará o ·contingente de brancos constitue mmona
notavel, pouco mais de 20 % dos mestiços e menos ainda que os pretos.
Mestiços. 48
Negros . . 14
Brancos . . . . 12
Total. 74
168
Obidos. 1
Anajás. 1
Mazagão. 1
Abaeté. 1
s. Caetano.
Porto de Moz. 1
Guaná. I
c. Araguay. I
Sanzel. I
A lemquer . I
Cachoeira. I
Total 74
169
Homicídio. ., 43
Furto. 9
Ferimentos graves. 5
Defloramentos. 5
Roubo. 3
Estupro. 3
Estellionato. 2
Ferimentos leves. 2
Vadiagem. 2
Total 74
De 16 annos 2
" 18 " 1
19 " 3
" 20 " 5
22 " 3
" 23 " 3
" 25 3
" 26 " 4
27 " 7
" 28 " 3
" 29 " 5
" 30 " 3
32 " 8
33 " 4
,,
34 " 2
,,
36 " 1
" 38 " 1
,,
39 " 1
/
170
De 41 annos . 3
" 43 " 1
" 44 " 2
" 45 " 1
" 46 " 1
" 47 " 1
" 49 " 1
" 50 " 1
" 58 1
" 61 " 2
" 70 " 1
" 29 " 3
" 30 " 3
" 32 " 4
" 33 " ·. 2·
" 34 " 2
" 36 " 1
" 39 " 1
" 41 " 1
" 43 " 1
" 44 " 2
ESTADO DO PARÁ
De 46 annoE.
47 1
" 49 " 1
" 50 " 1
" 58 " 1
" 61 " 1
" 70 1
Total 43
De 16 a 20 annos 3
" 21 30 " 18
" . 31 40 " IO
" 41 50 " 8
" sr " 60 " 1
" 60 " 70 " 2
Lavrador . . 42
Embarcadiço IO
Marcineiro. 4
Militar . . 3
Carpinteiro 3
Serralheiro 2
Empregado no commercio 2
Estivador . . 2
Typographo
Mecanico . . . .
Vendedor ambulante .
Barbeiro
Ferreiro 1
Jornaleiro
Total . 74
172
1 PROPRIE• CLASSIFICAÇÃO
DADES JUDICIARIA
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-- - - -
1 Alemquer. . 1 - 1 - 1
-=-1-=-
2 Alta mira . 1 - - 1 1 - -
3 Afuá . 1 - 1 - 1 - -
4 Apehú. . - 1 - 1 - - 1
5 Abaeté. 1 - - 1 - 1 -
6 Americano - 1 - 1 - - 1
7 Anajás. . 1 - 1 - - 1
8 Anhanga . - 1 - 1 - - 1
· 9 Aveiro. . 1 - - 1 - 1 -
10 Baião. . 1 - - 1 1 - -
11 Benevides. - 1 - 1 - - 1
12 Bragança. 1 - 1 - 1. - -
13 Breves. 1 - 1 - l - ·-
14 Bagre . . - 1 1 - - - 1
15 Cametá . l - 1 - 1 - -
16 Castanhal. - 1 1 - - - 1
17 Cachoeira. 1 - - 1 1 -· -
18 Curuçá. . 1 - - ' 1 1 - -
19 Camará - 1 - 1 - - 1
20 Chaves. . 1 - - 1 1 - -
21 Curralinho. 1 - - 1 - 1 -
22 Fáro 1 - 1 - 1 - 1 -
.23 Gurupá . . . . . l - - 1 1 - -
173
PROPRIE- CLASSIFICAÇÃ o
DADES JUDICIÁRIA
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24 Irituia . 1 - - 1 - 1 --
25 Iguarapé-Mirym. 1 - - 1 1 - -
26 Iguarapé Assú 1 - 1 ·- - 1 -
27 ltaituba 1 - 1 - 1 - -
28 Muaná. . 1 - - 1 1 - -
29 Mosqueiro - 1 - 1 - - 1
30 Maracanã. . 1 - - 1 1 -
31 Maca pá . 1 - - 1 1 - -
32 Monte-Alegre 1 - 1 - 1 -
33 Marapanim 1 - 1 - - 1
34 Melgaço . . 1 - 1 - - 1
35 Mazagão. 1 - 1 - - 1
36 Marituba. - 1 1 - - - 1
37 Montenegro . 1 - 1 - 1 -
38 Monsarás. - 1 - 1 - - 1
39 Mocajuba. l - 1 - - 1
40 Obidos l - 1 - 1 -
41 Ourem. . 1 - 1 - - 1
42 Porto de Moz l - - 1 1 -
43 Pinheiro - 1 1 - - - 1
44 Portel . . . 1 - - 1 - 1
45 Prainha 1 - - 1 - 1
46 Tuatipurú. - 1 - 1 - - 1
47 Santarém. 1 - 1 - 1 -
174
1 1
PROPRIE- CLASSIFICAÇÃO
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N
DADES JUDICIARIA
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-- - - - 1-- -a..- - - - - ~
48 S. Miguel de Ouamá . 1 - 1
1 - 1 - -
1
49 Salinas . . 1 - 1 -- - 1 -
11
50 S. Caetano d'Odivelas . 1 - 1
- 1 - 1 -
51 S. João de Pirabas. - 1 - 1 - - 1
52 Santarém-Novo. . - 1 - 1 1 - - 1
53 S. Domingos Bôa-Vista - 1 1 - 1- - 1
54 S. Sebastião. . - 1 - 1 - - 1
55 Vizeu. .. . . 1 - - 1 1 - -
56 Vigia. 1 - 1 - 1 - -
CAPITAL:
57 Repartição central. . - 9 - - 1 - 1
53 Sub-prefeitura de S. Br:az. .1 - 2 1 - - - -
59 Sub-prefeitura do Umarizal 1
- 2 - 1 - - -
60 Sub-prefeitura do Marco . - 2 - 1 - - -
- - - - -- - - - - - - -
28 15 16
40 1 31 321231
..
AS PRISÕES DO MARANHÃO
.. . . ..
SUMMARIO - O Maranhão, optimo campo para estudos da his-
toria prisional no Brasil - As fortalezas, prisões politicas -
A cadeia p;tblica de São Luiz em I685 - Contribuição de Silva
Lisboa e de Berredo - Possii1e/ teste11,bitnho de Baena - A
prisão actual - "Penitenciaria" - Parallelo entre a cadeia de
São Luiz e a de Belém - Palavras do Secretario da Justiça
1 em 1914 - Pavilhões esboroados - As reformas dos Srs. A.
Bricio de A.nLitjo e Raul Machado - Palavras do Secretario
da Jusf'Íça eni I918: "Impressão de nôjo e de repiignancia" -
Os Reg11la11,i entos da penitenciaria e das cadeias p11blicas -
Na pratica - Os raios, os rnbirnlos e as officinas - A mesnia
promisrnidade - Os loitcos no carcere - Palavras do Dr. Soa-
reJ Filho - Penitenciaria seni escola - O trabalho agrícola
- Baixa mortalidade - Carencia de imia colonia correccional
- Depoimento do Dr. João de JJ,fattos e da Associação Com-
mercial de São Litiz - Impressão de minha entrevista com
o Dr. Godofredo Viamrn.
t2
\
ESTADO DO MARANHÃO
NO REGULAMENTO
. NA PRATICA
Homens 143
Mulheres ' 3
Total 146
Pela côr:
Brancos 21
Mestiços 90
Pretos 35
Total 146
. Total 146
Pela profissão:
Lavrador 117
Sapateiro . 8
Domestico 6
Marítimo 3
Pescador 3
Engommador 2
Carpinteiro 1
Electricista 1
Artista 1
Ferreiro 1
192
Alfaiate l
Auxiliar do commercio l
,Machinista . l
Total 146
Pelos crimes :
Homicidas 131
Offensas physicas l
Ferimentos graves 6
Furto 4
Defloramento 2
Estupi:o l
Roubo l
Total 146
Pela idade:
Até 17 annos l
" 18 " l
" 19 8
" 20 " 5
" 21 " 6
" 22 " 8
" 23 " 13
" 24 " 4
" 25 " 13
" 26 " 4
" 27 " 6
" 28 " 9
" 29 " 7
" 30 " 5
" 31 " 4
" 32 " 7
" 33 " 5
" 34 " 4
" 35 " 2
" 36 " 4
" 37 " l
" 38 " 3
193
Até 39 annos l
" 40 ",, 5
" 41 2
" 46 ",, 2
" 49 2
,,
" 50 ,,
2
" 6o l
,,
" 61 l
" 71 " l
" 78 " l
Sem especificação . 2
Total 146
Abstrahindo dos demais typos de criminosos, temos para a idade
dos homicidas o seguinte quadro :
Até 21 annos. 21
,,
" 30 69
" 40 " 36
" 50 " 14
,,
" 6o l
" 70 " l
,,
" 8o 3
Total.
Quadro da !110rtalidade entre os presos da Penit~nciaria do Ma-
·ranhão, no periodo de 1913 a 192.J :
Anno de 1913. . 3
" " 1914 . 6
" " 1915. 2
Anno de 1921.
" " 1922.
Cadeias . .
Xadrezes. 52
AS PRISÕES DO CEARÁ
1
. 1
ESTADO DO CEARÁ
NO REGULAMENTO
NA PRATICA
AS CADEIAS DO CEARA
REFORMA PROJECTADA
A NQVA PENI'DElNCIARIA
Officina de sapateiros
213
Homens IOI
Mulheres . . . . 5
Total . IOÕ
Pela côr:
Brancos
Mestiços
Pretos 12
Total ro6
Pela naturalidade:
Brasileiros . ros
Estrangeiros I
Total ro6
Pelos Estados :
Ceará 83
Parahybq . 8
Pernambuco 5
Rio Grande do Norte 3
Alagoas 2
Pará 2
Sergipe I
Amazonas I
Total. ros
216
Sabem ler 36
Analphabetos. 70
Total lo6
Pelos cnmes:
Homicídio 71
Roubo
Não classificados 8
Furto 6
Infanticídio 4
Ferimentos graves 4
Bigamia l
Estupro l
Total lo6
Pela idade:
Até 16 annos I
17 3
" 18 " 4
" 19 " 5
" 20 6
" 21 " 6
22 " 6
23 5
" 24 " 2
" 25 " 7
" 26 " 3
" 27 " 4
" 28 8
" 29 " 3
" 30 " 6
31 " 7
" 32 " I
" 33 " 7
ESTADO DO CEARÁ
Até 34 annos 1
,, ,, 2
35
" 36 " 2
,, 38 " 2
" 39
,, 1
" 40 " 2
,, 2
42 "
,, ,, -2
,, 43 ,, 1
45
,, 46 " 1
" 50 " 1
,, 1
" 56
,, ,, 1
59
,, 61 ,, I
Sem especificação 6
Total 106
I
218
1916 z
,1917 z
1918 3
.1 919 3
1920 7
'.1 921 7
.~922 6
,l9 2 3 z
ESTADO DO CEARÁ
/·,
:.~ ·
NO REGULAMENTO
NA PRATICA
Baixa, acaçapada, sem área sufficiente, foi apenas uma casa ele
verão, que tradicional familia elo Estado fizera construir para ii:- aos
banhos ele mar. Em 1910, o governo adquiriu-a e adaptou-a. Mede
ele frente 29m,83, ele fundo 33m,38. "Entre um corredor, á reta-
guarda, e?creve o Dr. Sebastião Fernandes, a quem vamos tomar ele
227
De Pernambuc~ . . 4
Da Bahia . I
De Alagoas I
Total . 54
Defloramento . I
Total 54
--
232
Pelas idades :
De 17 annos 1
" 18 " 4
" 19 " 3
" 20 " 3
" 21 " 2
" 22 " 1
2
23
2
" 24
" 25 " 8
" 26 " 6
" 27 " 1
" 29 " 1
" 30 " 3
" 31 " 1
33 " 1
" 34 " 1
35 " '. 1
" 40 1
" 41 " 2
" 42 "
" 45 " 1
" 47
" 52 1
" 61 " 1
Total 54
Nos 37 homicidios encontrámos :
Com 18 annos 4
. " 20 ." 1
" 21 " 1
23 2
24 "
" 25 6
" 26 " 4
" 27 " 1
233
Com 29 annos. I
" 30 " 3
" 31 " I
" 33 " I
" 34 " I
" 36 " 3
" 37 " I
" 41 " I
" 42 " I
" 43 " 2
" 52 " I
" 6I I
Total 37
Temos, assim:
De 18 a 21 annos . 6
" 21 " 30 " 18
" 31 " 40 " 7
" 41 " 50 " 4
" 51 " 6o " I
1915 . 1
1916.
1917.
1918. 1
1919.
1920.
(*) Esta idade é a actual dos presos . Muitos delles acham-se ha muitos
annos no carcere, e assim, ainda aqui a contribuição de menores deve ser muito
maior do que os algarismos apparentam.
234
1921 . . . . . . .
1922 . . . . . . . 3
1923 (até junho) . . . . .
No decennio de 1913 a 1922 deram entrada na Casa de Detenção
458 presos:
1913 . 45.
1914. .. 78
1915. 27
1916. 63
1917. 66
1918. 30
1919 . 37
1920 . 33
1921. 44
1922. 35
Total. 458
AS PRISõE DO ESTADO
ESTADO DA PARAHYBA
./
SUMMARIO-A historia antiga da Parahyba e as prisõcs-Rela-
tor·ios e referencias do engenheiro .militar Pereira da Silva em
I849-Meni orias de Pizarro-Carencia de dados na obra do
Sr. João Lyra Tavares - A antiga cadeia central da Parahyba
- Qitando se construiu a nova - Quando se transferiram os
presos para ella - Testeniunho do Dr . Manuel Clementina -
As prisões niilitares - Acção do Presidente Dr. Antonio Coelho
de Sá e Albuquerqite-A prisão da Parahyba, sua reforma,
pelo Dr. Camillo de H ollanda, e sua adniinistração actual - A
melhor cadeia do Norte, nws simplesmente cadeia-Palavras
do Dr . D emocrito de Alnieida - Confissão do Sr. Solon de
Litcena - As officinas - O Regulamento de I9I7 - Sua pra-
tica - D eclaração do Dr. Euripedes Tavares, administrador -
A classificação dos presos - A dorniida dos detentos - As
off icinas : os presos trabalham por conta propria - Estado
sanitario da prisão - Os presos a serv·iço da Prefeitnra -A
organização actual-Falta de u/ma Colonia Correccional.
Já ia notavel o desenvolvimento de outras capitanias quando, em
:i 57 5, D. Sebastião ordenou a Luiz de Brito de Almeida a conquista
NO REGULAMEKTO
b) suspensão do exercicio;
e) demissão ou dispensa. ( Art. 28 .)
Todo e qualquer individuo que fôr apresentado á Cadeia Pu-
blica deverá ser .a·companhado de guia, mandado ou nota de culpa,
firmados por auctoridades competentes, com as devidas especifica-
ções . (Art . 33.)
Ao preso é ·perrnittido:
I - Manter correspondencia com quem lhe aprouver, d.escle que
não infrinja as excepções previstas neste Regulamento;
J I - Conversar sem perturbar o silencio;
III - Receber as visitas nas horas e Jogares perrnitticlos;
IV - Fazer uso ela leitura, devendo os livros obedecer á cen-
!:? Ura do director;
V - Receber alimentação fornecida por pessôa extranha ou ela
famil:ia, sujeitando-se á respectiva fiscaliz.ação;
VI - Receb(ir qualquer acto judicial communicaclo pelo escrivão
ou official, que será a·ssisticlo pelo clirector ou funccionari.o para esse
fim designa.cio;
VII - Ter. em seu poder os ob j ectos necessarios para seu uso,
exceptuados dinheiro ou objectos ele valor, que ficarão confiados ao
director, mediante recibo firmado por este;
VIII - Dirigir-se ao.s poderes ou auctoridacles competentes, de-
vendo suas petições ·ser encaminhadas pela ~irectoria ela Cadeia;
IX - Manter e conservar a hygiene e boa ordem ela prisão a que ·
pertencer, d ·~nunciando as irregularidades que notar;
X -Anelar vestido e limpo, mantendo discreta posição nas
prisões;
XI - Prepa r.a r as sua s carnas .
· Toda e qualquer corresponclencia cios presos só poder~ ser re-
cebida ou transmittida depois de censurada pela d.irecção cio estabe-
.lecimento.
NA PRATICA
Eis ahi está o Regulamento de 1917. Vejamos como a Parahyba .
o executa.
Vimos que elle fala cm uma distribuição elos presos por sexo.
247-
Sala Livre 3
Prisão 11. I (Dos menores) . II
Prisão 11 . 2 (Sentenciados - Homicidio) 16
Prisão 11. 3 (Indiciados e absolvidos em appel-
lações - Vara.s Criminaes) . . . 9
Prisão n. 4 (Das mulheres) . . . . 2
Prisão n. 5 (Sentenciados ~Homicídio) 20
Prisão n . 6 (Pronunciados - Morte e ferimen-
tos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . ro
Prisão n . 7 (Sentenciados em appellação - Va-
rios crimes) . . . . . . . . . . •. . 7
Prisão n .· 8 (Sentenciados - Roubo) . . I7
Prisão n. 9 (Sentenciados - Homicidio). 17
Prisão n. IO .. 6
Prisão 11 . I I ( Correccionaes) . II
Prisão n. 1 2 (Sentenciados:__ Homicídio ) 14
Prisão n. 13 (Sentenciados - Vario.s crimes) 17
Prisão n. 14 (Sentenciados - Vario.s crimes) 15
248
Total 739
Sahiram destes ultimas . 89
Restando . 650
249
201
Total 175
Destes, eram :
Brancos . 65
Mestiços 88
Pretos 22
Total 175
Pelos sexos :
Homens . . . . 173
Mulheres . . 2
Total ., 175
Pelo estado civil :
Solteiros . . 106
Casados . 58
Viuvos . 8
Ignorado 3
Total 175
Pelas profissões:
Agricultores 8g
Jornaleiros . . . . . 42
Sem profissão certa . 16
Sapatei°ros 6
254
Pedreiros 3
Ferreiros 2
Empregados publicos federaes 2
Pintores 2
Negociantes I
Padeiro I
Carroceiro I
Domestico I
Marítimo I
Marcineiro I
Foguista I
Electricista . I
Ex-bombeiro I
Ignorada 4'
Total 175
Homicidio IOO
Ferimentos graves 8
Roubo 23
Furto 15
Alineação mental 15
Estupro 3
Estellionato 2
Ferimentos leves 2
Defloramento . 3
Desfalque I
Attentado ao pudor 1
Incendio 1
Para averiguações l
Total 175
255
" 17 " 2
" 18 " 4
19 " 6
" 20 8
" 21 " I
" 22 " 7
" 23 " IO
" 24 " IO
" 25 " II
" 26 " 4
27 " 6
" 28 " 6
" 29 " 5
" 30 " 5
" 31 " 5
" 32 " 4
" 33 " 5
" 34 " 3
" 35 " 6
" 36 " 5
" 37 " 3
" 38 " 2
" 39 " 2
,..
" 40 " J
" 41 4
" 42 " l
" 43 " 3
" 44 " 3
" 46 " 3
" 47 " l
" 49 " l
" 53 " l
" 55 " 2
" 58 " 4
256
De 59 annos 1
" 61 " 2
" 64 " 1
" 73 1
Idade ignorada 21
Total . 175
" 23 " 6
" 24 8
" -J
? '" " 6
" 26 " 3
" 27 3
" 28 " 6
" 29 " 4
" 30 " 4
" 31 " 5
" 32 " 2
" 33 " 5
" 34 2
" 35 " 3
" 36 " 5
."
37 " 3
" 38 " ;. 8
" 39 " 2
" 40 " 1.
" 41 3
" 43 3
" 44 " 1
" 46 " 3
" 47 " 1
" 49 " 1
" 52 " 1
257
De 55 annos l
" 61 " l
" 64 " l
Ignorada l
71 " 80 l
1913 72
1914 56
1915 60
1916 55
1917 85
1918 II9
1919 98
1920 · 91
1921 128
1922 90
1923 28
Total 882
3
7
258
1916 5
1917 1
1918 3
1919 3
1920 1
1921 5
1922 4
1923 (até maio)
Existem cadeias pub.Jicas :
Ia capital.
Em Souza.
Em Patos.
Em Cajazeiras.
Em Campina Grande .
Em Alagôa-Grande .
Eni Guarabyra.
Em Mamanguape.
Em Itabaiana .
Em Catolé do Rocha.
. _,
A PENITENCIARIA DE RECIFE
Renda bruta
Sapataria. 105:996$790
Marcenaria. 36:097$000
Typographia. . . . . 42 :955$56o
AIfaia ta.ria. . 20:743$280
Encadernação. II A54$300
. Ferraria. . . 2:706$840
FERNANDO m: NORONHA
P resú:lio agricola
NO REGULAMENTO
Secção de typographfa
275
2° . Reprehensão;
NA PRATICA
Outra ·face pela qual ·a Penitei.1ciaria ele· Recife ainda não pócle
ser considerada modelo é a elo trabalho .. Apezar ·elas officinas que
possue, o numero elos que não trabalham é, nella, ainda grande : As
officinas existentes não têm capacidade para o numero ele presiclia-
rios, que sóbe a 500 e mais, não incluindo a população volante, que
entra e sae, e excede ele I . ooo .
Nata-se, emifim, alli, a promiscuidade ele toda casta ele crinii-
nosos, ele um ' lado, e ele adultos e menores; ele .oufro .
··Trouxe m"Íla impressão desagraclavel elo que vi, i·elativamente a
menores, tendo sido informado de qué m~ita vez se encontrati.1 . alli
oitenta e mais criànças .que a policia· recolhe na. vadiagem, i1as rixas
e no furto . Num dos cubiculos destináclos a pi·esos . correccionae·s
encontrei nove individuos, e entre estes quatro menores, sendo uma
criança ele dez annos !
. Assim) para que a Penitenciaria ele Recife possa ser o que pócle
e dev.e ser, carece ele retirar de seus cubiculos o.s menores, os loucos e
certa casta ele perigosos vagabundos. A elas si ficação dos criminosos
a
é uma necessidade, tanto quanto a elos sexos e elas idades.
Creoti-se; agora, ·a colonia de n1enores .: esta nao tem ,' ·entretanto,
:!W,. cidade, ~apadclacle para mais · ele ce1n oti cluúntos menoi·es, e~
~ ;:· . ' . . . .. .
~!fü~gicla a lotàção elo estaqelecimento, tudo·voltará ao que era dantes.
J • •
Machinismos da sapataria
COLONIAS CORRECCION ~S
honesta em que ganh<Jm a vida, que vagarem pela cidade ·na oc1os1-
dade.
§ 2°. s que, por habito, andarem armados em correrias, pro-
vocand tumultos e incutindo terror, quer aproveitando o movi-
mento da população em festas e solemnidades publicas, quer em
manifestações de regosijo e reuniões populares, ou em outras quaés-
q uer ci rcumstancias.
§ 3º. Os ·gue mendigarem, tendo aptidão para o trabalho .
§ 4°. Os que, tendo quebrado os termos em que se acham obri-
gados a tomar occupação, persistirem em viver no ocio ou exer-
cendo industria immoral ou vedada pelas leis.
§ Sº. Os que se embriagarem habitualmente, apresentando-se em
publico em estado ele embriaguez manifesta.
§ 6°. Os que se sustentarem do jogo e forem, por isso , punido:;
como vadios, nos termos do art. 374 do Codigo Penal.
Art. Sº. O Governador expedirá os regulamentos necessarios á
bôa execução desta lei e á org~nização administrat iva das colonias,
ficando tambem auctorizado desde já a fazer as operações de cre-
dito i1ecessarias para a sua execução .
Art. 6°. Os processos da_s contravenções a que se refere esta
lei ( arts . 391 a 403 do Cocligo Penal ) serão· preparados pelos de-
legados de policia e julgados pelos juizes municipae , com recurso
voluntario para os juizes ele direito.
Art. 7°. O processo será iniciado por portaria circumstanciad.:t
do delegado do districto em que o indiciado fôr domiciliado ou
praticar a infracção, quando não hou er queixa ou denuncia.
Art. 8°. O delinquent s rá itacl para v r- ar em
dia, logar e hora desiguad p lo d 1 gad . 1d n ti.Eicad
promotor publ ic hou r par~ n
do process •
§ r 0 • N.n audi n in l ::;ignadu. lida n qu bm. 1 ltm 't\ u p r-
taria, qualifi a l r • . s compnr e r, e jnm ln n qttei.·a, n an to-
ridud ,policittl inqniririt de dtU\ n in o test munhn der ois d
j l1 rnmenlttlcns. ns qnncs 1)oekrno . 1.w reinqueri lus r lus pm·t->·~.
"
284
Br.asileiros. . . . . . . .
Estrangeiro. . I
Homicídio. 189
Roubo. 63 .
Furto. 55
Ferimentos. 44
Morte e roubo. _. 9
Defloramento. . 7
Arrombamento. 5
Estellionato. . 2 ·
Attentado ao pudor. 2
Anarchista. . 2
Moeda falsa. I
Assalto e roubo. . I
Desertor do Exercito. I
)8.:Spancamentt> . I
Total. 382
Contra a vida. . . . . . .
Contra a propriedade.
Outros crimes . . . . .....
·
288
De 13 annos. I
14 " 3
" 15 " 2
" 16 " 6
" 17 " 12
" 18 " 22
" 19 " 23
" 20 " 29
21 " 21
" 22 " 33
" 23 " 33
24 " 16
25 " 17
26 " 16
" 27 " 21
" 28 20
29 . " 9
" 30 " 12
" 31 " 5
32 ' ' ..>
8
" .).)
"" " 7
34 " 5
35 " 9
" 36 9
" 37 " I
" 38 " 5
. ,, ,,
39 4
" 40 " 12
" 4r 4
" 42 " l
43 " 2
" 4·+ " l
" 45 2
289
De 46 annos. 2
,,
" 47 l
,,
" 48 2
" 49 " 2
,,
" 50 3
" 51 " l
" 52 " 2
,,
" 53 l
,,
" 55 2 1
1
'· 60 " l
" 61 " l
" 80 " l
" 81 " l
Total. 382
Pelo que toca particularmente aos homicidios, apuram-se as se-
guintes idades :
De 13 annos. l
" 14 " l
,,
" 17 4
" 18 " 7
" 19 " 6.
,,
" 20 17
,, ,,
21 II
,,
22 " 20
.,
" 23 13
,,
24 " 9
,,
" 25 II
,,
26 " IO
" 27 " 6
" 28 " 13
,,
29 " 3
,,
30 " 8
,,
31 " 2
,, ,,
32 6
" 33 " 4
19
290
..,
De 34 annos . .)
,,
35 " 3
" 36 " 4
,,
38 " 3
., 4
" 39
" 40 " 8
" 41 3
" 42 " l
" 43 " l
" 45 " l
" 46 2
,,
47 " I
,.
48 " !'
" 49 " l
~o
.) " I
" 55 " 2
Donde o seguinte :
Dos IJ aos 21 annos. 47
" 22 " 30 93
" JI " 40 " 37
" 41 " 50 " 12
" 51 " 60 " 2
Dos 382 sentenciados de Recife:
Solteiros. 259
Casados. III
Vinvos. 12
Pela naturalidade, ditribuem-se:
Pernamhnco . 313
Alagôas . 22
ParahyLa. 20
Rio Grande elo Norte. 7
Bahia ~ 7
Ceará. 6
l\f aranhão. 2
ESTADO DE PERNAMBUCO
. -;:i
l' ' l
Os menores em marcha
291
Pará . . . 2
S. Paulo. I
Rio de Janeiro . I
Portugal . . . . I
Sabem lêr . . rn2
Analphabetos. 28o
Em fim, pelo que se refere á profissão, temos :
Jornaleiros. . . . . . . I 52
Agricultores. 133
Maritimos . IO
Operarias . 40
Serviços domesticos . . . . 7
Ex-of ficiaes do Exercito . . 4
Commercio . . . ·. 9
Outra profissões. 27
Total. . . . . . . . . 382
Podemos, entretanto, sommar os jornaleiros com os agricultores,
porque em geral são todos homens do campo :
Lavradores . . . . 285
Outras profissões. 97
Mappa dos d etentos fallecidos na P enitenciaria d e R ecif e no per-iodo
· de 1914 a 1923 ( maio)
1914.
1915. , 23
.r916. 17
1917 . 7
1918 . 25
1919. 30
1920. 27
1921.
1922.
i923.
ESTADO DE PERNAMBUCO
7
SuMMARIO - Falta de docwnientação historica relativamente âs
prisões alagoanas - A cadeia de Alagôas, a velha capital -
O que eu pude observar - A Detenção de Maceió - Sii0t
origem, - Visita do Presidente Caitipos Ji,J ello e aconteci-
mentos decorrentes della - Descripção da cadeia - Qiiamdo
se constritiu o segundo raio - Acção do Presidente J. M. de
Souza Gonzaga - Revivescencia de um costitme tetrico e
depofrnento de Vieira Fazenda - O enterro dos presos - A
celebre fachina e intervenção da C ommissã_o Sanitaria F e-
deral - Os citbiculos - As "officinas" e os guardas - A
enfennaria - O Regulamento - Vista d'olhos sobre a pra-
tica penitenciaria eni Alagoas - Não ·ha escola neni tra- ·
balho - A inditstria rudimentar dos presos e o câos das "of-
ficinas" da · prisão - A pro11'iiscitidade dos presos - A
horrível solitaria de Maceió - Uma photographia do carcere
alagoano feita pelo prom.otor publico da con1arca de S. Lniz
do Quitunde, em of ficio dirigido ao Governador: presos far-
rapentos, cellas immimdas, falta de illun%nação.
ESTADO DE ALAGOAS
central ela capitania. Procurei, por isso mesmo, visitai-a, tenclo feito,
por nirnia bondade de um amigo particular, que me facilitou essa
excursão, o adiantado industrial Sr. Alvaro Peixoto, a travessia das
lagôas Manguaba e do Norte, num percurso de cerc1. de 45 ilometros.
A cidade, antiga capital, é um ermo, suas ruas são desertas, seus con-
ventos silenciosos, suas igrejas decrepitas ou interdictas. A cadei'.l
actualmente funcciona no rez do chão do edifício da Camara. Ahi,
necess ariamente, a: encontraram e a 'deixaram . São duas prisões de
certa amplitude, onde perrnanec.em raros presos. Por occasião de
minha visita havia apenas um detento, accusado de tentativa de
morte, e que aguardava julgamento.
A cadeia de Maceió não se devia ter fundado logo no edifício
em que hoje se encontra a Detenção. E', pelo menos, o que eu pre-
sumo. Como a villa de .Maceió (aliás Massaió ou Maçayó), f~m
NO REGULAMENTO
NA PRATICA
~ -.~ .:_
..
... ,.......- .
,.
:"..
-:- ~
ESTADO DE ALAGOAS
Capella do estabelecimentQ
H omicidios . . . . . . . 79
Homicídio e furto
F erimentos . . . 9
. Roubos . . . . . 5
Furtos de .cavallo. 12
Furtos . . . . . . 4
Defloramento
Moeda falsa . 1
Temos, pois, que fazer aqui, como nos demais Estados, um es-
tudo de confronto destas proprias cifras, porquanto nas cadeias do
interior ha· numerosos st:ntenciados, pronunciados e denunciados.
Temos ahi o homicídio concorrendo corri 72 % do total dos crimes.
O segundo logar cabe aos crimes contra a propriedade, com 21, e
os ferimentos com o numero de nove. A moeda falsa e o_ deflora-
mento dão apenas 1, cada.
Esses criminosos tinham tido a seguinte origem, quanto aos mu-
nicípios onde haviam praticado o crime e sido julgados:
Cr. Horn.
Maceió 16 12
. União 16 12
Atalaia 14 6
Parahyba 7 7
Agua Branca . . '· 7 7
Palmeira dos Indios 6 4
310
Cr. Horn.
Muricy 7 3
Lage do Canhôto 5 2
São Luiz 5 5
Junqueiro 4 4
Viçosa 3 3
Rio Largo . 3 3
Sant'Anna 2 2
Piassahussú 2 2
Cururipe 3
Porto Calvo 2
Camaragipe 2
Traypú 2
Anadia 1
Bello Monte 1
Pilar 1
Penedo •I
Alagôas . . 1
Victoria . 1
Leopoldina . 1
Ceará 2
Parahyba do Norte 1
Bahia 2
Atalaia .. : .. . I-
Estado civil :
Casados 57
Solteiros 48
Viu vos 47
Profissão:
Agricultores 94
Artistas . . 14
Jornaleiros . 2
Domestico 1
Marchante
" r6 " 5
" 17 " 6
" 18 " 3
19 " 8
20 " 6
,.
21 8
" 22 " "7
" 23 " 4
24 " 11
" 25 " 5
" 26 " .6
,,
27 " 3
" 28 " 3 . ;...
312
De 29 annos 2
" 30 " 4
" 31 " 4
" 32 " 1
" 33 " ·. 1
" 34 2
" 35 " 4
" 36 2
37 " . 1
" 38 " 3
•· " 39 "
" 40 " 2
" 41 " 1
" 44 " 1
" 45 " 1
" 47 " 1
" 48 " 1
" 50 "
" 55
" 58 " 1
" 66 "
Temos, aqui, uma nota impressionante: sobre r 12 criminosos,
38 eram menores de 21 annos ao praticarem o delicto .
Os dados apurados podem ser distribuidos, por grupos, da ·se-
guinte maneira:
Dos 15 aos 21 annos ..
" 21 " 30 "
" 30 " 40 " 20
" 40 " 50 " 6
" 50 " 6o " 2
" 3
" 4
" I
,, •
34 " 2
I
,.,
3
" 2
" 39 ",,' 1
" 40 1
",, 41 " I
44 ",, I
",, 45
,,
I
47 I
. ,,
48 '.' I
,,
" 50
,, I
" 55 ,, I
., 64 . . r·· I
314
Assim:
De 16 a 21 annos 29
21
,,"
" " 30 24
" 31 " 40 15
" 41 " 50 " 6
,, 51 " 6o " 1
" 61 " 70 " 1
Cadeias: Numero
de detentos
Penedo . . . . . . 23
Palmeira dos Indios . 7
Paulo Affonso 6
Porto Calvo . 3
Muricy . . . 1.
3
Agua Branca . 3
Anadia . . . •. 3
S. Miguel de Campos 3
Piassahussú 6
Victoria . . 2
Pilar ~ . 2
Bello Monte 2
Cururype . '· 1
Limoeiró . •I
Parahyba . . '· 1
São João da Lage . . I
Leopoldina . . .1
Defloramento . '· I
Tentativa de morte I
Infanticídio '· 2
Estupro I
Não especificados II
" 32 " 3
.,,
" 33 I
" 34 " 2
,,
" 35 '· 3
" 36 " 3
" 38 " '· 2
,,
" 39 1.
3
,,
" 40 I
,,
" 41 I
" 42 " I
" 43 " I
" 45 " I
,,
,,"
50 2
,,
65 I
,,
" 73 '· I
Pelas profissões:
Agricultores 35
Jornaleiros . . 28
Sem profissão '· 5
Temos, então, para as prisões de Alagôas, incluindo a da ca-
pital, exclusão feita dos correccionaes, l. 18o presos, dos quaec; II4
são homicidas e 22 accusados ou pronunciados por ferimentos e ten-
tativas de morte.
Nestes 18o - 82 são casados, 81 solteiros é 17 viuvos.
Como conduza ás conclusões deste trabalho, assignalo que,
sobre 18o presos de Alagôas, 159 são homens do campo e jornaleiros.
Numero de presos existentes de 1909 e 1923 na Casa de De-
tenção de Maceió.
1090 - Existiam. 72 presos pobres de Jústiça
1910- " 85 ,, " ,, ,,
19II- " 88 " ,, " ,,
,, ,, ,, ,,
1912- " 95
,, ,, ,,
1913- "
,, ,, ,,
1914- "
1915- "
,, ,, ,,
,,
1916- " " "
,, ,,
1917- " "
317
..
21
.
'
...
'
NO REGULAMENTO
NA PRATICA
j
'
11'.
.J.-.
-'it• {- 1
'
.....
,,1
1919. 150 8
1920. 145 IO
1921. 147 4
1922. 136 7
Fallecidos . . . II
Sobreviventes. 3
~ --·
335
Mestiços . 50
Brancos . 14
Pretos . . . . . . . . . . . . •. . . 12
Total . . . . . . . . . . . . 76
Pelos sexos :
Total
Lavradores e jornaleiros 68
Costureiras 2
Marcineiros e
Violeiros .
Vaqueiro
Catraeiro
Total ..
338
Pelos crimes :
Homicidios . . . . . .
Contra a propriedade . .
Tentativa de morte 1
Ferimentos .. 3
Defloramento . . 1
Total' .
Foram estes os unicos dados que pude colher em Aracajú,
on'de o actual chefe de policia, o digno Dr. Cyro Cordeiro de Faria,
está procurando organizar a estatistica penal e criminal.
Aquidaban Lagarto
·Annapolis Maroim
Arauá Mucambo
Atalaia N. S. das Dores
Buquim N. S. da Gloria
Brejo Grand.e Propriá
Capella Pacatuba
Carmo Porto da Folha
Carira Pedrinhas
Cannabrava Pinhão
Campos Riachuelo
Campo do Britto Ria chão
Capital Rosa rio
Divina Pastora S. Christovam
Estancia Soccorro
Espirito Santo Santo Amaro
Furado Salgado
Gara•Ú Santa Luzia
Gerú Sitio do Meio
ltabaianinha Santa Cruz
Itabaiana Sacco do Ribeiro
Itaporanga . S. Paulo
Japoratuba Siriry
Jaboatão Villa Christina
Laranjeiras Villa Nova
FÍM 00 PRiMEIRO . VÔLUME
ERRATA
,'
CÂMARA DOS DErUTADO S
CEUTnO DE DOCUMENTf,ÇA O E JNFORMAÇ/,o
COORDENACÃO DE BIBLIOTECA
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