Você está na página 1de 15

Prova-modelo de

1
Exame Nacional
Nome Turma _____ N.o ___ Data ___ /___ /____

Em cada item sem instrução, selecione a opção correta.

GRUPO I

Sismo na Albânia
A 26 de novembro de 2019, ocorreu na Albânia um sismo de
magnitude 6,4, com origem a 20 km de profundidade, e cujo
epicentro foi a 34 km a NO da capital Tirana.
Os efeitos do sismo foram devastadores, mais de 14 mil
edifícios ficaram severamente danificados e foram registadas
51 mortes e mais de 3000 feridos.
A figura 1 mostra o contexto tectónico da região, onde
também está registado o epicentro. Estão ainda localizadas
três importantes cordilheiras montanhosas – Alpes,
Alpeninos e Alpes Dináricos.
O quadro 1 regista os estragos causados pelo sismo em
algumas cidades afetadas.
Quadro 1 Relação entre a distância ao epicentro e a intensidade do
sismo nas regiões afetadas
Local País Distância ao Intensidade
epicentro (km)
Plazhi Sant Pietro Albânia Epicentro VIII
Durrês Albânia 23 VII
Tirana (capital) Albânia 34 VI
Lezhé Albânia 33 V
Doni Stoj Montenegro 54 V
Débar Macedónia 40 IV Fig. 1 Contexto tectónico da região do
Bitola Macedónia 77 III Mediterrâneo.

O Etna, marcado na figura 1, é um dos vários vulcões que afetam o território italiano. É um
dos vulcões mais ativos do mundo, atingindo uma altura de cerca de 3300 m. Como a câmara
magmática do Etna está situada nas profundezas da litosfera, a composição química das
rochas nesta região é muito semelhante à do manto terrestre. A principal diferença são os
depósitos de sódio e potássio que ocorrem quando as lavas basálticas passam através da região
superior da crosta terrestre, alterando a natureza deste magma.
A figura 2 corresponde ao registo deste sismo, por um dos sismógrafos de uma estação
sismográfica na Universidade de Wiscosin, nos EUA.
Adaptado de https://www.rtp.pt,
https://uwm.edu
e https://www.esa.int
(consultado a 19/01/2022)

Fig. 2 Sismograma registado na estação sismográfica da Universidade de Wiscosin, nos EUA.

Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 11 1


1. As ondas P formadas no sismo da Albânia são ondas sísmicas ________, que ________.

(A) longitudinais … provocam deformações nas rochas sem alterarem significativamente o


seu volume
(B) transversais … se propagam em todos os meios
(C) transversais … se propagam perpendicularmente ao raio sísmico
(D) longitudinais … se propagam paralelamente ao raio sísmico

2. As ondas sísmicas superficiais que são detetadas


(A) permitem determinar a profundidade da descontinuidade de Mohorovicic.
(B) evidenciam maior amplitude com a diminuição da distância epicentral.
(C) são responsáveis pelas diferentes magnitudes que caracterizam um sismo.
(D) permitem determinar a magnitude, recorrendo a uma escala gráfica.

3. A avaliação do sismo indicada no texto resulta da aplicação da escala de ________, que


quantifica a energia libertada no ________.

(A) Richter … hipocentro (C) Mercalli modificada … epicentro


(B) Richter … epicentro (D) Mercalli modificada … hipocentro

4. De acordo com os dados, na sequência deste sismo ocorrido na Albânia, cidades que estão
________ do epicentro apresentam ________.

(A) aproximadamente à mesma distância … a mesma intensidade


(B) mais longe … maior intensidade do que no epicentro
(C) mais perto … menor intensidade
(D) aproximadamente à mesma distância … diferente intensidade

5. Espera-se que numa estação sismográfica em Portugal, o ________ apresente ________


tempo de diferença na chegada das ondas P e S do que o da figura 2.

(A) sismograma … menos (C) sismógrafo … mais


(B) sismograma … mais (D) sismógrafo … menos

6. Ordene as etapas identificadas pelas letras de A a F de modo a traduzir corretamente a


sequência dos procedimentos necessários para determinar a localização do epicentro do
sismo. Inicie pela letra A.
A. Libertação de energia no foco sísmico.
B. Determinação da localização provável do epicentro.
C. Chegada das ondas P a uma estação sismográfica.
D. Cálculo ou leitura gráfica da distância epicentral.
E. Chegada das ondas S a uma estação sismográfica.
F. Determinação da diferença entre os tempos de chegada das ondas P e das ondas S.
______________________________________________________________________________

2 Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 11


7. O vulcão Etna expele magma ________ a intermédio, resultante da fusão de rochas cuja
constituição é semelhante à do manto, os ________.

(A) básico … basaltos (C) ácido … basaltos


(B) básico … peridotitos (D) ácido … peridotitos

8. As rochas expelidas pelo vulcão Etna apresentam textura ________ e, por serem ricas em
minerais ________, são consideradas ________.

(A) afanítica … félsicos … melanocratas.


(B) fanerítica … máficos … leucocratas
(C) fanerítica … félsicos … leucocratas
(D) afanítica … máficos … melanocratas

9. Explique, de acordo com o contexto tectónico, a elevada ocorrência sísmica nesta região do
Mediterrâneo, a formação de cordilheiras e a ocorrência de vulcanismo como o Etna.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

GRUPO II

Os queijos de Azeitão e de Nisa e a resistência microbiana aos


antibióticos
Alimentos fermentados que não são submetidos ao calor antes do consumo podem ser um
veículo para bactérias resistentes a antibióticos, ligando o microbioma animal ao humano.
Estudar o potencial patogénico e a suscetibilidade a antibióticos do microbioma alimentar tem
vindo a ganhar relevo devido ao conhecimento sobre a transferência horizontal de genes
(HGT), processo em que um organismo recebe material genético de outro sem dele ser
descendente. A resistência aos antibióticos pode ser adquirida e disseminar-se
horizontalmente entre as diferentes bactérias, ou ser intrínseca a um género ou espécie
bacteriana. O género de bactérias Enterococcus é o único considerado patogénico oportunista,
encontrando-se nos microbiomas animal e humano, e apresentando resistência adquirida a
diferentes antibióticos. Elevados níveis destas bactérias em produtos alimentares resultam de
más práticas de higiene durante o fabrico, e causam infeções graves. Na produção de queijos
tradicionais em Portugal, a fermentação é realizada pelos microrganismos naturalmente
presentes no leite cru aquando da colheita e no manuseamento do mesmo. Através da
fermentação, as bactérias alteram as moléculas presentes no leite, conferindo novas
propriedades ao produto final que será posteriormente curado. As bactérias do género
Enterococcus são importantes no amadurecimento do queijo e nas propriedades organoléticas
do produto final. Em Portugal, na produção dos queijos de Azeitão e de Nisa, é utilizado leite
de ovelha não pasteurizado e coalho* vegetal (Cynara cardunculus). Devido às diferentes
Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 11 3
fases e condições de produção, o queijo de Azeitão consiste numa pasta semimole e
amanteigada de cor branca/amarelada, com um sabor ácido e salgado, e o queijo de Nisa
consiste numa pasta semidura, de cor
branca/amarelada, com um sabor ligeiramente ácido e
um cheiro intenso. Na produção destes queijos, as
bactérias do género Enterococcus são os principais
microrganismos da microbiota do coalho* de queijo
fresco, podendo mesmo ser os predominantes no
produto final.
Com o objetivo de isolar bactérias Enterococcus spp.,
foram recolhidas amostras de queijo de quatro
queijarias de Azeitão (A1, A2, A3 e A4) e de duas
queijarias de Nisa (N9 e N10), ao longo de quatro anos
de produção (2016 a 2019). Após a contagem das
unidades formadoras de colónias presentes em cada
amostra de queijo, foi realizada a testagem genómica
dos isolados e a identificação das espécies, seguindo-se
a realização de testes de suscetibilidade a diversos tipos
de antibióticos. Os resultados do estudo estão expressos
nos gráficos das figuras 3 e 4. À data deste estudo, não
havia casos conhecidos de infeções humanas causadas
por Enterococcus spp. destes queijos portugueses.
Adaptado de www.sciencedirect.com/science/article/pii/
S0023643821017758#fig1; repositorio.ul.pt/handle/10451/
40577?locale=en (consultado em 11/03/2022)

Fig. 4 Resistência a antibióticos entre os isolados representativos do Enterococcus spp.,


agrupada por ano (A) e por queijaria (B).

*Coalho – Consiste numa mistura de enzimas que, quando adicionadas ao leite, coagulam o leite, promovendo a primeira etapa
da produção de queijo.

4 Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 11


1. O estudo dos queijos de Azeitão e de Nisa, descrito no texto, teve como objetivo

(A) o isolamento dos microrganismos presentes no coalho.


(B) o isolamento de bactérias do género Enterococcus.
(C) determinar a progressão da resistência antimicrobiana dos Enterococcus.
(D) determinar a patogenicidade do microbioma animal.

2. No estudo dos queijos de Azeitão e de Nisa, não constituiu uma variável independente

(A) o número de amostras recolhidas nas respetivas queijarias.


(B) a duração do estudo.
(C) os tipos de antibióticos aplicados às amostras bacterianas recolhidas.
(D) a percentagem de Enterococcus resistentes aos diferentes antibióticos.

3. Considere as afirmações seguintes, relativas a dados fornecidos no texto.


I. É possível ocorrer a transferência de genes que conferem resistência a antibióticos de umas
bactérias para outras que não possuem essa resistência.
II. Por bipartição, é provável que a resistência aos antibióticos no microbioma animal diminua.
III. A resistência das bactérias aos antibióticos pode ser consequência de mutações submetidas
a pressões seletivas.

(A) I e II são verdadeiras; III é falsa. (C) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(B) I e III são verdadeiras; II é falsa. (D) II é verdadeira; I e III são falsas.

4. De acordo com os resultados expressos nos gráficos das figuras 3 e 4,

(A) a maior quantidade de Enterococcus spp. foi registada numa das queijarias de Nisa, em
2018.
(B) a percentagem de Enterococcus resistentes a antibióticos aumentou nos queijos
produzidos em 2019.
(C) a amostragem periódica dos queijos de Azeitão e de Nisa é pouco relevante na
monitorização da resistência antimicrobiana a antibióticos através da cadeia alimentar.
(D) a percentagem de Enterococcus resistentes a antibióticos manteve-se nos queijos
produzidos em 2019.

5. No fabrico do queijo, a adição de coalho visa a coagulação do leite através da precipitação das
suas proteínas, que sofrem ________ quando submetidas ao meio ________ promovido pela
fermentação.

(A) condensação … básico (C) hidrólise … ácido


(B) desnaturação … ácido (D) desnaturação … básico

6. Ao realizarem fermentação, as bactérias do género Enterococcus promovem a oxidação


________ da lactose presente no leite, pelo que obtêm um ________ rendimento energético.

(A) parcial … baixo (C) parcial … elevado

Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 11 5


(B) total … baixo (D) total … elevado

6 Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 11


7. O sabor dos queijos de Azeitão e de Nisa deve-se à transformação dos açúcares do leite em
________, em condições de ________.

(A) dióxido de carbono … aerobiose (C) lactato e etanol … aerobiose


(B) lactato … anaerobiose (D) etanol … anaerobiose

8. Os testes genómicos realizados permitiram determinar a seguinte sequência da cadeia


complementar da cadeia molde de DNA das bactérias Enterococcus spp.: 5’ AAC TTC GTC ACC
AAC GCG AAC 3’
A sequência do respetivo mRNA transcrito é ________.

(A) 3’ AAC UUC GUC ACC AAC GCG AAC 5’


(B) 5’ TTG AAG CAG TGG TTG CGC TTG 3’
(C) 5’ AAC UUC GUC ACC AAC GCG AAC 3’
(D) 3’ UUG AAG CAG UGG UUG CGC UUG 5’

9. Explique em que medida estudos como o descrito podem contribuir para que o processo
tradicional de fabrico dos queijos não se transforme num problema de saúde pública.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

GRUPO III

Complexo metamórfico da Foz do Douro


A ocidente da cidade do Porto, na orla litoral entre o Molhe de Felgueiras (Foz do Douro) e o
Forte de São Francisco Xavier (ou Castelo do Queijo), exibe-se uma magnífica faixa
metamórfica, representada por rochas metassedimentares, espacialmente associadas a
diferentes tipos de ortognaisses que, no seu conjunto, constituem o Complexo Metamórfico da
Foz do Douro (CMFD). Os ortognaisses são um tipo de gnaisses que resultam do
metamorfismo de rochas magmáticas, como os granitos ou os granodioritos. Do ponto de vista
geológico, a região referida integra-se numa extensa faixa metamórfica, de direção geral
NNO-SSE, que se prolonga desde os arredores do Porto até Tomar. Esta faixa, de idade
proterozoica média-superior, é caracterizada por possuir terrenos metamórficos muito
deformados, marcando o contacto entre a Zona de Ossa Morena e a Zona Centro Ibérica, duas
das unidades morfoestruturais da Península Ibérica (Fig. 5).
No CMFD foram definidas duas unidades tectonoestratigráficas distintas: a Unidade dos
Gnaisses da Foz do Douro (UGFD) e a Unidade de Lordelo do Ouro (ULO).

Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 11 7


Na UGFD, com base em critérios petrográficos e
estruturais, distinguiram-se quatro tipos principais
de ortognaisses: i) gnaisses leucocratas; ii) gnaisses
leucocratas de tendência ocelada; iii) gnaisses
leucocratas ocelados; iv) gnaisses biotíticos. Os
gnaisses ocelados apresentam grandes cristais de
feldspato potássico e quartzo, designados por
porfiroblastos, tendo resultado de granitos por
metamorfismo. A deformação é idêntica em todos os
tipos de gnaisses, salientando-se vários estiramentos,
dos quais resultaram as diferentes foliações.
A ULO que contacta a leste, por acidente tectónico,
com o granito do Porto e a oeste, também
tectonicamente, com a UGFD, constitui uma estreita
faixa de rochas metassedimentares dobradas, como
micaxistos. Associados aos ortognaisses da UGFD e
aos metassedimentos da ULO ocorrem anfibolitos,
que são rochas de cor negra esverdeada, de grão
médio a fino, exibindo uma orientação marcada pelo
alinhamento dos cristais de anfíbola.
Adaptado de Silva. J. (2001).
Complexo metamórfico da Foz do Douro: Contributos Científico-Didáticos.
Tese de dissertação de Mestrado. FCUP.
https://repositorio-aberto.up.pt
(consultado a 22/02/2022)

1. Os gnaisses leucocratas da UGFD

(A) resultam de granitos, por metamorfismo de contacto.


(B) resultam de granitos, por metamorfismo de contacto.
(C) possuem, predominantemente, minerais félsicos.
(D) originaram-se durante a Era Mesozoica.

2. Considerando o tipo de deformação presente nos gnaisses, pode afirmar-se que o fator
predominante que os originou foi a pressão ________, responsável pelo aparecimento da
textura ________.

(A) amonites … relativa, que resultaram de seres que viveram num período de tempo
geológico curto
(B) amonites … absoluta, que resultaram de seres que viveram em condições ambientais
restritas
(C) trilobites … relativa, que resultaram de seres que viveram num período de tempo
geológico curto
(D) trilobites … absoluta, que resultaram de seres que viveram em condições ambientais
restritas

3. Os micaxistos da ULO

8 Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 11


(A) originaram-se sob condições de pressão e temperatura do domínio do ultrameta-
morfismo.
(B) caracterizam-se pela presença de grãos de dimensão semelhante, com textura grano-
blástica.
(C) resultaram de metamorfismo de contacto de rochas sedimentares.
(D) resultaram de metamorfismo regional de rochas sedimentares.

4. Os anfibolitos, associados aos ortognaisses da UGFD e aos metassedimentos da ULO são


rochas ________ que ________.

(A) metamórficas … exibem algum grau foliação


(B) metamórficas … apresentam baixo grau de metamorfismo
(C) sedimentares … são resistentes à meteorização
(D) sedimentares … resultam de protólitos graníticos

5. Os filitos e as ardósias são rochas de ________, apresentando textura ________.

(A) metamorfismo de contacto … granoblástica


(B) metamorfismo de contacto … foliada
(C) metamorfismo regional … granoblástica
(D) metamorfismo regional … foliada

6. A textura foliada nas rochas pode ser explicada por

(A) fenómenos como a dissolução por pressão, combinados com a deformação plástica.
(B) dissolução por pressão, que implica a intervenção de fluidos hidrotermais.
(C) deformação plástica, em que os grãos dos minerais se alteram, quebrando, devido à
pressão.
(D) dissolução dos átomos, permitindo a migração e precipitação numa deformação
plástica.

7. Um magma que por consolidação origina um granito possui

(A) 50% de SiO2 e uma elevada quantidade de gases dissolvidos.


(B) 60% de SiO2 e uma pequena quantidade de gases dissolvidos.
(C) 70% de SiO2 e uma elevada quantidade de gases dissolvidos.
(D) 80% de SiO2 e uma pequena quantidade de gases dissolvidos.

8. O aumento da quantidade de água num magma que se forma em limites convergentes, entre
uma placa litosférica oceânica e uma placa litosférica continental, provoca

(A) o aumento do ponto de fusão dos materiais rochosos.


(B) a diminuição do ponto de fusão das rochas.
(C) a imediata ascensão do magma.
(D) o aumento da fluidez e da temperatura deste material.

Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 11 9


9. Baseando-se nos dados fornecidos do texto, apresente uma hipótese explicativa para a
formação de gnaisses ocelados a partir de granitos. Na sua explicação, considere o fenómeno
de dissolução por pressão.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

10 Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 11


GRUPO IV

Espécies novas para a ciência


Os machos dos lagartos-de-garganta-em-leque usam um «leque» para atrair as fêmeas. Isto é
possível graças à extensão de uma estrutura cartilaginosa, existente por baixo da pele, na
região da garganta. Para se exibirem, os machos escalam para uma elevação e expandem o seu
«leque », que, em algumas espécies, pode ter uma coloração exuberante, com verdes, azuis,
laranjas e negro (Fig. 4C).
Todas as espécies de lagartos-de-garganta-em-leque que se distribuem pela Índia foram
inicialmente consideradas como pertencendo a um único género: Sitana. Estudos posteriores
revelaram que existiam várias espécies, algumas delas novas para a ciência, e que se devia
considerar a existência de dois géneros.
Um estudo de 2016, que reviu a taxonomia e a sistemática destes répteis, estabeleceu as
espécies e a filogenia do grupo com base em várias características de importância taxonómica
específicas, que, neste caso, até incluem a forma do seu órgão copulador (hemipénis) e o modo
como os machos se exibem para atrair as fêmeas. A sequenciação de genes foi um dos
critérios determinantes. Foi utilizado um gene mitocondrial que codifica a proteína ND2,
sendo esta uma subunidade da NADH desidrogenase. Esta enzima tem um papel fundamental,
pois recebe os eletrões do NADH.
A filogenia do grupo foi construída com base nos dados da sequenciação de mtDNA (Fig. 4A),
conjuntamente com outros dados, e permitiu a descrição de um novo género e a identificação
de cinco novas espécies. Estas espécies continuam a ser estudadas e espera-se que os novos
dados confirmem, ou não, a classificação proposta pelo referido estudo.
Adaptado de www.researchgate.net/publication/297579081_Systematics_and_phylogeny_of_Sitana_Reptilia_Agamidae_of_
Peninsular_India_with_the_description_of_one_new_genus_and_five_new_species (consultado em 09/03/2022)

A B

Fig. 4 Relações filogenéticas entre as espécies de lagartos-com-garganta-em-leque, estabelecidas com base na


sequenciação do gene ND2 (A); macho de Sitana ponticeriana a preparar-se para (B) e em exibição nupcial (C).

Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 11 11


1. Segundo o sistema de classificação de Whittaker modificado, os répteis, como os lagartos-de-
-garganta-em-leque, pertencem, inequivocamente, ao reino Animalia por apresentarem

(A) mobilidade e heterotrofia.


(B) diferenciação tecidular e nutrição por ingestão.
(C) multicelularidade e tecidos especializados.
(D) células eucarióticas e nutrição por absorção.

2. Considerando que todas as espécies de lagartos-de-garganta-em-leque pertencem à família


Agamidae, pode afirmar-se que Sitana visiri e Sarada darwini pertencem à(ao) mesma(o)
________ mas não à(ao) mesma(o) ________.

(A) ordem … género (C) ordem … reino


(B) reino … ordem (D) género … ordem

3. A NADH desidrogenase é uma proteína com estrutura ________ que é indispensável na


respiração aeróbia durante a ________.

(A) terciária … glicólise


(B) terciária … fosforilação oxidativa
(C) quaternária … glicólise
(D) quaternária … fosforilação oxidativa

4. Segundo a informação fornecida, na classificação dos lagartos-de-garganta-em-leque foram


utilizados critérios

(A) morfológicos, etológicos e moleculares.


(B) morfológicos, embriológicos e moleculares.
(C) citológicos, etológicos e moleculares.
(D) citológicos, embriológicos e etológicos.

5. Na árvore filogenética, as bifurcações correspondem a momentos de

(A) convergência evolutiva, revelados por diferenças na sequência de nucleótidos do gene


ND2.
(B) convergência evolutiva, revelados por semelhanças na sequência de nucleótidos da
proteína ND2.
(C) divergência evolutiva, revelados por diferenças na sequência de nucleótidos do gene
ND2.
(D) divergência evolutiva, revelados por semelhanças na sequência de aminoácidos do
gene ND2.

6. Na árvore filogenética, as espécies do género Sarada constituem um clado distinto, porque

(A) inclui algumas espécies com diferentes ancestrais.


(B) inclui todas as espécies com o mesmo ancestral próximo.

12 Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 11


(C) inclui apenas algumas das espécies com o mesmo ancestral próximo.
(D) inclui espécies que partilham o mesmo ancestral que as espécies do género Sitana.

Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 11 13


7. Faça corresponder a cada uma das afirmações expressas na coluna I o respetivo fator de
evolução que consta da coluna II.
Coluna I Coluna II
(a) Lagartos com colorações vivas noutras regiões (1) Migração
corporais são mais facilmente predados. [ ]
(2) Seleção sexual
(b) As fêmeas Sarada superba só acasalam com machos
com uma coloração muito bem definida. [ ] (3) Seleção artificial
(c) Os machos de Sarada darwini, com a garganta mais (4) Sobrevivência diferencial
colorida, são procurados para reprodução em cativeiro.
(5) Transferência horizontal de genes
[ ]

8. Sarada darwini foi assim designada para homenagear Darwin. Considere as afirmações
seguintes, relativas ao Darwinismo.
I. Considera que a evolução ocorre ao nível individual.
II. Não explica o sucesso reprodutivo de apenas alguns indivíduos.
III. Não explica a variabilidade intraespecífica.

(A) I e II são falsas; III é verdadeira.


(B) I e III são falsas; II é verdadeira.
(C) III é falsa; I e II são verdadeiras.
(D) II é falsa; I e III são verdadeiras.

9. A biogeografia das espécies dos géneros Sitana e Sarada está condicionada pela existência de
barreiras geográficas, rios caudalosos e montanhas elevadas, que isolaram diferentes
populações numa vasta área. Explique, de acordo com o Neodarwinismo, como é que esse
isolamento possibilitou a formação de novas espécies.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

14 Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 11


Item
Grupo
Cotação (em pontos)
I 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8 9 TOTAL
5 5 5 5 5 5 5 5 10 50
II 1. 2 3 4 5 6 7 8 9 TOTAL
5 5 5 5 5 5 5 5 10 50
III 1. 2. 3. 4. 5. 6 7 8 9 TOTAL
5 5 5 5 5 5 5 5 10 50
IV 1. 2. 3. 4. 5. 6 7 8 9 TOTAL
5 5 5 5 5 5 5 5 10 50
TOTAL 200

Editável e fotocopiável © Texto | BIOGEO 11 15

Você também pode gostar