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XENOFOBIA O presente relatório tem por objetivo debater sobre a Xenofobia, onde foi utilizado dois textos como
referência: Xeno-Racismo – Problematizando a Hospitalidade Seletiva aos Estrangeiros no Brasil e
Anais do V Seminário Internacional da Tríplice Fronteira Sobre o Tráfico de Pessoas. Além disso, foi
feito uma pesquisa de campo sobre a Xenofobia no Brasil - Região Nordeste, com o intuito de tomar
conhecimento sobre as causas e consequências de pessoas que fizeram ou praticaram Xenofobia na
nossa região, abrangendo as cidades da Paraíba. Ademais, o relatório cita um caso que ocorreu na
cidade de João Pessoa em março de 2014, onde o caso repercutiu e gerou uma ação penal que foi
aberta pelo Ministério Público Federal na Paraíba (MPF-PB), que corria na 16° Vara Federal da
Paraíba.
Com o intuito de fazer uma pesquisa de campo para tomar conhecimento sobre as
causas e consequências de pessoas que fizeram ou praticaram Xenofobia na nossa região,
abrangendo as cidades da Paraíba, realizamos uma pesquisa através de um formulário virtual
onde 55 pessoas que não se identificaram, responderam as seguintes perguntas:
Diante do que foi exposto pela pesquisa, podemos citar um fato que aconteceu em
março de 2014, onde o piloto de avião Eduardo Pfiffer estava em um restaurante em João
Pessoa e, insatisfeito com o atendimento, escreveu numa rede social que o Nordeste tinha
um "padrão porco, nojento, relaxado, medíocre". Ele disse também que o povo nordestino
era " escroto" e que o lugar era "nojento" e que aquilo não era preconceito, mas opinião.
Contudo, toda essa manifestação dele gerou uma ação penal que foi aberta pelo
Ministério Público Federal na Paraíba (MPF-PB), que corria na 16° Vara Federal da Paraíba. E,
após nove anos de trâmite, as partes chegaram a um acordo de não persecução penal. Em
outras palavras, houve uma conciliação em que o piloto aceitava as penalidades em troca do
encerramento da ação. No acordo, ficou definido que Eduardo Pfiffer vai pagar multa de R$20
mil, em quatro parcelas de R$5 mil, iniciando o pagamento em março de 2023. A multa será
destinada a uma entidade indicada pela Justiça Federal. Ele vai pagar mais de R$5 mil para
substituir a pena de prestação de serviço à comunidade. Ele vai precisar também apresentar
à Justiça Federal um trabalho acadêmico em que faz um resumo da obra. O trabalho precisa
ter um mínimo de 30 páginas e deverá seguir as regras da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). E o objetivo da leitura é proporcionar ao investigador a oportunidade de
adquirir o conhecimento necessário à reflexão crítica sobre a gravidade e as consequências
maléficas do discurso de ódio.
Contudo, podemos chegar as seguintes conclusões: as pessoas que responderam ao
formulário têm ciência do que é Xenofobia, temos uma diferença considerável entre as
pessoas que já praticaram Xenofobia das que sofreram e, um dos dados que mais trás
relevância, é o fato de que as 49 pessoas que sofreram com um ato xenofóbico não tomaram
ação em buscar o poder judiciário ou policial para denunciar e tomar as medidas cabíveis
como consta na lei 9.459/97. Os motivos pelos quais as pessoas não buscaram as devidas
providências é algo que merece um estudo mais aprofundado e detalhado. Quanto à
prevenção, pode-se afirmar que é necessário que haja uma conscientização social e
educacional, fazendo uso de políticas públicas onde a sociedade deve participar ativamente
para que se possa mudar esse panorama brasileiro com atos de xenofobia contra nordestinos.
Esse problema está ligado de modo sociocultural nos brasileiros, problema que carregamos
por longos séculos de “normalização” por esses atos que traz consequências psíquicas, sociais
e econômicas para as pessoas que passam por esse ato discriminatório.
REFERÊNCIAS