AO DOUTO JUÍZO DE DIREITO DA SEÇÃO “A” DA 9ª VARA CÍVEL DA CAPITAL
– PE
Processo nº 0038917-85.2022.8.17.2001
RODRIGO EWERTON DE ARAÚJO, já devidamente qualificado nos autos do
processo em epigrafe, vem, respeitosamente a presença de Vossa Excelência, apresentar pedido de RECONSIDERAÇÃO referente a decisão que indeferiu o pedido de realização de audiência por videoconferência constante no ID. 132642088. O autor está requerendo a realização de audiência de instrução de forma remota, pois reside e labora na Comarca de Caruaru. Ademais, o requerente é advogado com forte atuação no interior do Estado de Pernambuco com escritórios situados nas cidades de Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru. Salienta-se que diariamente está em atendimento aos seus clientes e realizar a locomoção para a cidade do Recife lhe acarretará enormes prejuízos financeiros e profissionais. Demonstrada a impossibilidade do postulante em comparecer à audiência, requer a realização da mesma por videoconferência, nos termos do §3º, do artigo 236 e do §3º, do artigo 385, do Código de Processo Civil:
Art. 236. Os atos processuais serão cumpridos por ordem
judicial.
§3º Admite-se a prática de atos processuais por meio de
videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real. (grifos nossos)
Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra
parte, a fim de que esta seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício. §3º O depoimento pessoal da parte que residir em comarca, seção ou subseção judiciária diversa daquela onde tramita o processo poderá ser colhido por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, o que poderá ocorrer, inclusive, durante a realização da audiência de instrução e julgamento. (grifos nossos)
Segue entendimento doutrinário referente ao art. 236, do CPC:
“O art. 236, ao estabelecer que os atos processuais serão
cumpridos por ordem judicial, aperfeiçoa o art. 200 do CPC de 1973 ao permitir que a comunicação dos atos processuais seja realizada por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real (§3º), sem prejuízo da expedição das cartas indicadas nos dispositivos seguintes.” (BUENO, Cassio Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 185).
Há também jurisprudências que coadunam com o que está sendo requerido
pela parte demandante. Segue entendimento jurisprudencial de caso análogo:
EMENTA – AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO
INDENIZATÓRIA – DECISÃO INTERLOCUTÓRIA QUE INDEFERIU PEDIDO DE REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA POR VIDEOCONFERÊNCIA – DISTÂNCIA CONSIDERÁVEL ENTRE A RESIDÊNCIA DAS PARTES E A COMARCA DE TRAMITAÇÃO DO PROCESSO – PARALISAÇÃO DE ATIVIDADES PRESENCIAIS EM RAZÃO DA PANDEMIA DE COVID-19 – DECISÃO REFORMADA – RECURSO PROVIDO. Em virtude da distância considerável entre os autores e réus da demanda da comarca de tramitação dos autos, a videoconferência é o meio mais eficaz a garantir os princípios constitucionais da celeridade e da razoável duração do processo (art. 5º, LXXVIII, da CF), bem como do acesso à justiça (art. 5º, XXXV, da CF). Recurso conhecido e provido. (grifos nossos)
Importante lembrar que a ministra do Superior Tribunal de Justiça, Nancy
Andrighi, para modernizar a comunicação e evitar a oneração do custo do processo com o deslocamento do advogado para Brasília, adota esta tecnologia desde o ano de 2013. Assim sendo, requer a realização de audiência por videoconferência, haja vista a previsão legal contida no Código de Processo Civil e a distância existente entre as comarcas (§3º, do Art. 236 e o §3º, do Art. 385 do CPC).