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Novas leis
sobre a auditoria
Lei n.º 140/2015, de 7 de setembro
– aprova o novo Estatuto da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas
Lei n.º 148/2015, de 9 de setembro
– aprova o novo Regime de Supervisão de Auditoria
EM FOCO
As leis que haviam sido aprovadas pela ·· Regime de transição, no que diz respei-
Assembleia da República em 22 de julho to à rotação, aparentemente contradi-
de 2015 foram publicadas em Diário da Re- tório com o Regulamento Europeu;
pública nos dias 7 (EOROC) e 9 (Regime de
Supervisão de Auditoria) de setembro. ·· Regime de transição no que diz respeito
à aplicação das normas de auditoria ou
As alterações legislativas em que a Ordem outras;
não teve possibilidade de participar (no
caso do Estatuto da Ordem dos Revisores ·· Definição da CMVM como autorida-
Oficias de Contas) ou em que a Ordem foi de competente para a supervisão da
ouvida mas os seus contributos não foram auditoria sem a definição devida dos
acolhidos (regime de supervisão de audito- requisitos de competência e de inde-
ria) visaram transpor a Diretiva 2014/58/ pendência;
UE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 16 de abril de 2014 e assegurar a exe- ·· Problemas de independência da ativi-
cução na ordem jurídica interna, do Regu- dade de supervisão de auditoria face a
lamento (UE) n.º 537/2014, do Parlamento outras atribuições da CMVM;
Europeu e do Conselho, também de 16 de
abril de 2014. ·· Consagração da não oponibilidade do
segredo profissional não é oponível à
Após a publicação das leis foram realizados CMVM;
encontros no Porto e em Lisboa nos dias 16
e 17 de setembro, respetivamente. Os en- ·· Falta de razoabilidade e de proporcio-
contros confirmaram de modo inequívoco, nalidade do sistema sancionatório e
quer pelo número significativo de presen- coexistência de dois regimes sancio-
ças (213 no Porto e 226 em Lisboa) quer pe- natórios (o disciplinar e o contraorde-
las intervenções registadas, o elevado nível nacional) sem definição de articulação
de preocupação dos ROC face à publicação que garanta a não penalização duas
das leis. vezes da mesma infração;
ticipação dos seus membros em as- dução da participação dos membros da eventual renovação do mandato,
sembleia geral tem sido uma prática na vida da Ordem e um aumento para efeitos da aplicação dos limites
bem sucedida. Não se identifica, pois significativo de aspetos burocráticos estabelecidos no artigo 54.º desse
necessidade de recorrer a medidas de e de encargos para a Ordem para o Estatuto.” Os limites estabelecidos
simplificação, criando uma assem- funcionamento da Assembleia repre- no art.º 54.º referido, cujo regime de
bleia representativa cuja utilidade sentativa. Considera-se pertinente a transição importa estudar, são o limi-
apenas poderia ser a resolução de questão sobre se a interpretação da te de sete anos aplicável ao exercício
problemas de ordem prática relativos Lei 2/2013 está correta e, caso es- de funções pelo sócio responsável
à realização de assembleias gerais, teja, se a exigência imposta pela Lei pela orientação ou execução direta
os quais não ocorrem. No entanto, a 2/2013 (e pelo EOROC) não viola a da revisão legal de contas e o limite
interpretação do legislador foi mais Constituição. de dois ou três mandatos, consoan-
restrita e entendeu que para cum- te tenham a duração de quatro ou
primento daquele requisito deveria ·· Regime de transição, no que diz respei- de três anos, respetivamente, com
ser introduzida a exigência de as- to à rotação, aparentemente contradi- possibilidade de prorrogação até dez
sembleia representativa no Estatuto tório com o Regulamento Europeu anos, em determinadas condições,
da Ordem dos Revisores Oficiais de aplicável ao exercício de funções do
Contas. Assim, o art.º 12.º do EOROC O n.º 5 do art.º 3.º da Lei n.º 140/2015, revisor oficial de contas ou da socie-
define que a assembleia representa- de 7 de setembro estabelece que “o dade de revisores oficiais de contas
tiva é um órgão nacional da Ordem. tempo de exercício de funções pelo numa entidade de interesse público.
O art.º 15.º do EOROC define que a sócio responsável, pelo revisor oficial As disposições transitórias definidas
assembleia representativa é com- de contas ou pela sociedade de revi- no art.º 41.º do Regulamento (UE) n.º
posta por 45 membros eleitos por sores oficiais de contas junto de uma 537/2014 do Parlamento Europeu e
sufrágio universal e que essa eleição entidade de interesse público decor- do Conselho, de 16 de abril de 2014,
é efetuada por colégios distritais, por rido até à data de entrada em vigor estabelecem que as entidades de in-
forma a assegurar o sistema de re- do novo Estatuto da Ordem dos Re- teresse público:
presentação proporcional e o método visores Oficiais de Contas (…) e, sub-
da média mais alta de Hondt. Desta sequentemente a esse momento, 1. A partir de 17 de junho de 2020,
exigência resultará, pois, contraria- até à finalização dos mandatos em não iniciam nem renovam um man-
mente ao que seria pretendido, a re- curso, é contabilizado, no momento dato de auditoria de um ROC / SROC