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concretização das funções que fazem parte do núcleo de n) [Anterior alínea l).]
actividades a exercer pelos revisores oficiais de contas e, o) [Anterior alínea m).]
do mesmo passo, actualiza o regime de incompatibilidades p) [Anterior alínea n).]
e impedimentos, tendo em vista, mais uma vez, o aumento q) [Anterior alínea o).]
da qualidade no exercício da profissão. r) [Anterior alínea p)].
Por fim, procede-se ainda à harmonização dos conceitos
e termos utilizados no Estatuto da Ordem dos Revisores Artigo 13.º
Oficiais de Contas à luz das recentes alterações legislati-
[...]
vas ocorridas no Código das Sociedades Comerciais, no
Código dos Valores Mobiliários e em outros diplomas 1 — As deliberações dos órgãos colegiais da Ordem
aplicáveis às empresas ou entidades sujeitas a auditoria. são tomadas por maioria simples e exaradas em acta.
Foi ouvida a Ordem dos Revisores Oficiais de Con- 2 — Em qualquer dos órgãos colegiais da Ordem,
tas. o respectivo presidente ou quem o substitua dispõe de
Foram ouvidos, a título facultativo, o Banco de Portugal, voto de qualidade.
a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o Instituto 3 — As deliberações dos órgãos da Ordem podem
de Seguros de Portugal e a Inspecção-Geral de Finanças. ser objecto de impugnação judicial, nos termos da lei,
Assim: para os tribunais administrativos.
No uso da autorização legislativa concedida pela Lei
n.º 36/2008, de 4 de Agosto, e nos termos das alíneas a) Artigo 16.º
e b) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo
[...]
decreta o seguinte:
Compete, em especial, à assembleia geral, sem pre-
Artigo 1.º juízo de outras competências previstas neste decreto-
-lei:
Objecto
a) Aprovar a aquisição e perda da qualidade de mem-
O presente decreto-lei procede à transposição parcial
bro honorário da Ordem;
para a ordem jurídica interna da Directiva n.º 2006/43/CE,
b) Eleger e destituir os membros dos órgãos sociais;
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de Maio,
c) [Anterior alínea b).]
relativa à revisão legal das contas anuais e consolidadas.
d) Aprovar as compensações e demais abonos a
atribuir pelo exercício efectivo de qualquer cargo nos
Artigo 2.º
órgãos da Ordem;
Alteração ao Estatuto da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas e) Aprovar, anualmente, o plano de actividades e os
orçamentos ordinário e suplementares, bem como o
São alterados os artigos 5.º, 13.º, 16.º, 17.º, 18.º, 20.º,
relatório e contas do exercício anterior;
25.º, 29.º, 30.º, 41.º, 43.º, 44.º, 45.º, 46.º, 47.º, 48.º, 49.º,
f) [Anterior alínea d).]
50.º, 52.º, 54.º, 55.º, 58.º, 60.º, 61.º, 62.º, 68.º, 71.º, 72.º,
g) Aprovar o montante das quotas e as taxas e emo-
73.º, 76.º, 77.º, 78.º, 79.º, 81.º, 88.º, 96.º, 97.º, 98.º, 99.º,
lumentos a cobrar por serviços prestados;
100.º, 101.º, 102.º, 103.º, 105.º, 106.º, 117.º, 118.º, 119.º,
h) Aprovar recomendações e emitir moções sobre
121.º, 124.º, 126.º, 129.º, 142.º, 144.º, 148.º, 149.º, 152.º,
matéria associativa, profissional ou técnica;
153.º e 158.º do Estatuto da Ordem dos Revisores Oficiais
i) Aprovar o código de ética e deontologia profissio-
de Contas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 487/99, de 16 de
nal, o regulamento eleitoral, o regulamento disciplinar e
Novembro, que passam a ter a seguinte redacção:
demais regulamentos, com excepção do regulamento do
congresso dos revisores oficiais de contas, bem assim
«Artigo 5.º
como as respectivas alterações;
[...] j) [Anterior alínea e).]
Constituem atribuições da Ordem:
Artigo 17.º
a) Exercer jurisdição sobre tudo o que respeite à
[...]
actividade de revisão/auditoria às contas e serviços rela-
cionados, de empresas ou de outras entidades, de acordo 1 — A assembleia geral deve ser convocada pelo
com as normas de auditoria em vigor; presidente, mediante comunicação escrita dirigida aos
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . revisores, com a antecedência mínima de 15 dias, de-
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vendo a ordem do dia e o local constar do aviso da
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . convocação.
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2— .....................................
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3— .....................................
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4— .....................................
h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 — Como instrumento de representação voluntária
i) Assegurar a inscrição dos revisores oficiais de é necessário um documento escrito, devidamente assi-
contas e das sociedades de revisores oficiais em registo nado, dirigido ao presidente da mesa que fica arquivado
público e promover as condições que permitam a res- na Ordem por um período de cinco anos.
pectiva divulgação pública; 6 — Não são admitidos a participar na discussão nem
j) [Anterior alínea i).] a votar em assembleia geral os revisores oficiais de con-
l) [Anterior alínea j).] tas com pagamentos em atraso, superiores a dois meses,
m) [Anterior alínea k).] de qualquer das importâncias referidas no artigo 67.º
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7 — A assembleia geral só pode deliberar sobre os c) Os vogais são substituídos pelos três suplentes,
assuntos incluídos na respectiva ordem de trabalhos. de acordo com a respectiva ordem de antiguidade, que
8— ..................................... devem ser eleitos em conjunto com o vice-presidente
9 — Se considerar conveniente e oportuna a sua e dos vogais.
apreciação, o presidente da mesa efectua o respectivo
aditamento, sendo a inscrição obrigatória se for reque- 3 — (Revogado.)
rida por, pelo menos, um décimo dos revisores oficiais 4 — (Revogado.)
de contas no pleno gozo dos seus direitos que possam 5— .....................................
votar em assembleia geral.
10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 30.º
11 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
[...]
Artigo 18.º 1— .....................................
[...] a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1— ..................................... b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2— ..................................... c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3— ..................................... d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4 — À assembleia geral ordinária cabe ainda pronun- e) Propor anualmente à assembleia geral o mon-
ciar-se sobre quaisquer outros assuntos incluídos na tante das quotas, taxas e emolumentos a cobrar pela
ordem de trabalhos. Ordem;
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 20.º g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
h) Organizar, manter actualizado e publicar electro-
[...]
nicamente um registo de revisores oficiais de contas
1 — Os membros dos órgãos sociais referidos no ar- donde constem, nomeadamente, os elementos relativos
tigo seguinte são eleitos a cada três anos em assembleia à sua actividade profissional, cargos desempenhados na
geral eleitoral, a realizar para o efeito em Novembro, Ordem, louvores recebidos, suspensão e cancelamento
iniciando-se o respectivo mandato no dia 1 de Janeiro da inscrição e sanções penais e disciplinares;
do ano seguinte. i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2 — A votação efectua-se: j) Aprovar a criação de comissões técnicas, a defi-
a) Presencialmente, funcionando, para o efeito, mesas nição das suas funções e as respectivas remunerações
de voto por um período de doze horas, na sede e nas e demais abonos dos seus membros;
secções regionais; l) [Anterior alínea k).]
b) Por correspondência. m) [Anterior alínea l).]
n) [Anterior alínea m).]
3— ..................................... o) [Anterior alínea n).]
4— ..................................... p) [Anterior alínea o).]
5— .....................................
2— .....................................
Artigo 25.º
Artigo 41.º
[...]
Auditoria
.........................................
A actividade de auditoria integra os exames e outros
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . serviços relacionados com as contas de empresas ou de
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . outras entidades efectuados de acordo com as normas
d) Dar parecer sobre o plano anual de formação con- de auditoria em vigor, compreendendo:
tínua que lhe seja submetido pelo conselho directivo; a) A revisão legal de contas exercida em cumpri-
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . mento de disposição legal e no contexto dos mecanismos
f) Dar parecer sobre o montante das quotas, taxas de fiscalização das entidades ou empresas objecto de
e emolumentos a cobrar e sobre as compensações e revisão em que se impõe a designação de um revisor
demais abonos a atribuir pelo exercício efectivo de oficial de contas;
qualquer cargo nos órgãos da Ordem; b) A auditoria às contas exercida em cumprimento
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . de disposição legal, estatutária ou contratual;
c) Os serviços relacionados com os referidos nas
Artigo 29.º alíneas anteriores, quando tenham uma finalidade ou
[...] um âmbito específicos ou limitados.
1— ..................................... Artigo 43.º
2 — Em caso de impedimento permanente ou vaca-
tura do cargo: [...]
a) O presidente é substituído pelo vice-presidente; 1 — A revisão legal de contas é realizada pelos revi-
b) O vice-presidente é substituído por um vogal coop- sores oficiais de contas que para o efeito tenham sido
tado pelo bastonário; eleitos ou designados, conforme os casos, pelos órgãos
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competentes das empresas ou entidades que sejam ob- 10 — É aplicável ao relatório do auditor das entidades
jecto de tal revisão, de acordo com as disposições legais emitentes de valores mobiliários admitidos à negociação
aplicáveis a essas entidades. em mercado regulamentado o regime estabelecido para
2 — Os revisores oficiais de contas que realizem a a certificação legal das contas, sem prejuízo do disposto
revisão legal de contas integram o órgão de fiscalização no Código dos Valores Mobiliários.
da entidade examinada ou actuam autonomamente, nos 11 — A matéria do presente artigo é objecto de regu-
termos das disposições legais aplicáveis. lamentação através de normas de auditoria, que devem
3 — O exercício de revisão legal de contas implica respeitar as normas internacionais de auditoria adopta-
que os revisores oficiais de contas fiquem sujeitos ao das pela Comissão Europeia, salvo quando:
complexo de poderes e deveres que lhes são especifi-
a) Tiver por objecto matéria que não seja regulada
camente atribuídos pelas disposições legais que regem por norma adoptada pela Comissão Europeia;
as empresas ou entidades que sejam objecto de tal re- b) A imposição de procedimentos ou requisitos de
visão, sem prejuízo do seu estatuto próprio fixado no auditoria, para além ou, em casos excepcionais, aquém
título II. das normas internacionais de auditoria, decorrer de re-
4— ..................................... quisitos legais específicos quanto ao âmbito da revisão
legal de contas.
Artigo 44.º
[...] Artigo 45.º
1— ..................................... [...]
2 — A certificação legal das contas exprime a opinião Na sequência da realização de auditoria às contas
do revisor oficial de contas de que as demonstrações deve ser emitido relatório de auditoria sobre as demons-
financeiras individuais e ou consolidadas apresentam, trações financeiras objecto de exame, de acordo com as
ou não, de forma verdadeira e apropriada, a posição normas de auditoria em vigor.
financeira da empresa ou de outra entidade, bem como
os resultados das operações e os fluxos de caixa, re- Artigo 46.º
lativamente à data e ao período a que as mesmas se
referem, de acordo com a estrutura de relato financeiro [...]
identificada e, quando for caso disso, de que as de- Na sequência da realização de serviços relacionados
monstrações financeiras respeitam, ou não, os requisitos com a revisão legal das contas e com a auditoria às
legais aplicáveis. contas deve ser emitido, quando for o caso, relatório
3 — A certificação legal das contas deve concluir descrevendo a natureza e a extensão do trabalho e a
exprimindo uma opinião com ou sem reservas, uma respectiva conclusão, de acordo com as normas de au-
escusa de opinião, uma opinião adversa, com ou sem ditoria em vigor.
ênfases, de acordo com as modalidades definidas nas
normas de auditoria em vigor. Artigo 47.º
4 — Quando as demonstrações financeiras indivi- [...]
duais da empresa mãe sejam anexadas às demonstrações
financeiras consolidadas, a certificação legal das contas 1 — As competências específicas dos revisores ofi-
consolidadas pode ser conjugada com a certificação ciais de contas no âmbito do exercício da revisão legal
legal das contas individuais da empresa mãe. das contas são definidas pela lei que regule as empresas
5 — Verificada a inexistência, significativa insufi- ou outras entidades objecto da revisão.
ciência ou ocultação de matéria de apreciação, os re- 2— .....................................
visores oficiais de contas devem emitir declaração de
impossibilidade de certificação legal, só podendo ser Artigo 48.º
emitida certificação legal das contas em data posterior [...]
caso se venha a verificar que, entretanto, as contas foram
disponibilizadas ou supridas as insuficiências identifi- Constituem também funções dos revisores oficiais de
cadas na referida declaração de impossibilidade. contas, fora do âmbito das funções de interesse público,
6 — (Anterior n.º 5.) o exercício das seguintes actividades:
7 — (Anterior n.º 6.) a) Docência;
8 — As acções judiciais destinadas a arguir a falsi- b) Membros de comissões de auditoria e de órgãos
dade da certificação legal das contas ou da declaração de de fiscalização ou de supervisão de empresas ou outras
impossibilidade de certificação legal devem ser propos- entidades;
tas no prazo de 120 dias a contar do prazo para o registo c) Consultoria e outros serviços no âmbito de matérias
da prestação de contas ou, quando obrigatória, para a inerentes à sua formação e qualificação profissionais,
sua publicação no sítio da Internet de acesso público, ou designadamente avaliações, peritagens e arbitragens,
do prazo para a publicação que legalmente a substituir, estudos de reorganização e reestruturação de empresas
ou ainda, se anterior, do conhecimento da certificação e de outras entidades, análises financeiras, estudos de
ou declaração de impossibilidade de certificação por viabilidade económica e financeira, formação profissio-
qualquer outra forma. nal, estudos e pareceres sobre matérias contabilísticas,
9 — Nos casos de ofertas públicas de distribuição revisão de declarações fiscais, elaboração de estudos,
ou de outras operações em mercado regulamentado, o pareceres e demais apoio e consultoria em matérias
prazo previsto no número anterior conta-se a partir da fiscais e parafiscais e revisão de relatórios ambientais
data do termo da operação. e de sustentabilidade;
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benefício económico obtido pelo infractor através da 7 — As sociedades de revisores oficiais de contas po-
sua prática; dem associar-se entre si constituindo consórcios, agru-
b) Publicação da punição definitiva no sítio na In- pamentos complementares de empresas, agrupamentos
ternet da Ordem. europeus de interesse económico ou outras formas de
associação, com vista ao exercício em comum de ac-
9 — A Ordem comunica às autoridades competentes tividades que se integrem no seu objecto, ficando tais
dos Estados membros da União Europeia, nos quais os associações sujeitas ao presente decreto-lei e demais
revisores oficiais de contas ou sociedades de revisores normas legais e regulamentares aplicáveis.
oficiais de contas se encontrem autorizados a exercer 8 — As sociedades de revisores oficiais de contas
funções, a aplicação de uma punição definitiva de ex- podem ainda participar em sociedades de direito nacio-
pulsão ou de cancelamento compulsivo da inscrição. nal que tenham por objecto exclusivo a prestação dos
serviços a que se refere a alínea c) do artigo 48.º
Artigo 88.º
[...] Artigo 97.º
[...]
1 — O procedimento disciplinar extingue-se, por
prescrição, logo que sobre a prática de facto susceptível 1— .....................................
de constituir infracção disciplinar tenham decorrido 2— .....................................
dois anos. 3— .....................................
2 — Sem prejuízo do prazo estabelecido no número 4 — Caso a situação que originou a suspensão com-
anterior, o conselho disciplinar deve exercer o procedi- pulsiva prevista no número anterior não seja regula-
mento disciplinar, no prazo de 90 dias, após ter tomado rizada no prazo de 60 dias a contar da notificação da
conhecimento de qualquer facto susceptível de constituir suspensão, a inscrição da sociedade é compulsivamente
infracção disciplinar. cancelada.
3 — Se o facto constituir simultaneamente crime 5 — (Anterior n.º 4.)
e infracção disciplinar, o prazo de prescrição é o de 6 — (Anterior n.º 5.)
procedimento criminal, desde que superior ao previsto
no n.º 1. Artigo 98.º
4 — O procedimento criminal não determina a sus-
pensão do procedimento disciplinar. [...]
1 — A firma das sociedades de revisores é obrigatória
Artigo 96.º e exclusivamente composta:
Participações sociais e outros modos de associação a) Pelos nomes de todos os sócios, ou, pelo menos,
1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 4, os sócios das de um dos sócios revisor oficial de contas ou pessoa,
sociedades de revisores devem ser revisores inscritos na singular ou colectiva, reconhecida para o exercício da
Ordem ou não revisores oficiais de contas que possuam profissão em qualquer dos demais Estados membros da
as habilitações referidas no artigo 124.º em qualquer União Europeia, por extenso ou abreviadamente; e
das matérias que integram o programa de exame de b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
admissão à Ordem.
2 — Nenhum revisor oficial de contas a título in- 2— .....................................
dividual pode ser sócio de mais de uma sociedade de 3— .....................................
revisores, salvo quando, por qualquer causa, estiver 4 — Quando, por qualquer causa, deixe de ser sócio
comprovadamente de saída de uma sociedade de revi- pessoa, singular ou colectiva, cujo nome ou firma conste
sores para entrar como sócio noutra. da firma da sociedade, não se torna necessária a alte-
3 — No caso previsto no número anterior, o revisor ração de tal firma, salvo oposição dos seus sucessores
oficial de contas fica impedido na sociedade de saída do ou do sócio que deixou de o ser ou disposição expressa
exercício dos seus direitos e deveres sociais na medida dos estatutos em contrário.
em que excedam o que for exigível à concretização 5— .....................................
dessa saída. 6 — Em qualquer caso, a firma das sociedades de
4 — Os revisores oficiais de contas que, no momento revisores não pode ser igual ou de tal forma semelhante
de entrada como sócios de uma sociedade de revisores, a outra já registada que com ela possa confundir-se.
estiverem vinculados a actos ou contratos são por ela
substituídos nos direitos e obrigações deles emergen- Artigo 99.º
tes. [...]
5 — Uma sociedade de revisores pode ser sócia de
outra ou outras sociedades de revisores ou ser parti- 1 — Os projectos de estatutos e das suas alterações
cipada no capital por sociedades de revisores ou por estão sujeitos a aprovação da comissão de inscrição, com
sociedades autorizadas para o exercício da profissão em vista a assegurar a sua conformidade com o presente
qualquer dos demais Estados membros da União Euro- decreto-lei e demais normas legais e regulamentares
peia, devendo o representante da sociedade participante aplicáveis.
ser sempre um revisor oficial de contas ou pessoa com 2 — A comissão de inscrição deve pronunciar-se,
título equiparado autorizada a exercer a profissão em para efeitos do disposto no número anterior, no prazo
qualquer Estado membro. de 30 dias, que esta comissão pode prorrogar ocorrendo
6 — (Anterior n.º 5.) motivo justificado.
Diário da República, 1.ª série — N.º 226 — 20 de Novembro de 2008 8143
1 — Podem ser reconhecidos em Portugal, na qua- São aditados os artigos 44.º-A, 62.º-A, 62.º-B, 68.º-A,
lidade de revisores oficiais de contas, e como tal au- 72.º-A, 72.º-B, 126.º-A, 145.º-A, 145.º-B, 145.º-C e 145.º-D
torizados a exercer a respectiva profissão, as pessoas ao Estatuto da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas,
autorizadas para o exercício da profissão em qualquer aprovado pelo Decreto-Lei n.º 487/99, de 16 de Novembro,
dos demais Estados membros da União Europeia, desde com a seguinte redacção:
que para o efeito obtenham aprovação na prova de apti-
dão prevista no artigo 152.º do presente decreto-lei. «Artigo 44.º-A
2— ..................................... Revisão legal das contas consolidadas
3— .....................................
4 — Os revisores oficiais de contas reconhecidos nos 1 — No caso de revisão legal das contas consolidadas
termos do n.º 1 ficam sujeitos, no exercício da respectiva de um grupo de empresa:
actividade em Portugal, ao presente decreto-lei e demais a) O revisor oficial de contas do grupo tem inteira
normas legais e regulamentares aplicáveis. responsabilidade pela certificação legal das contas re-
lativamente às contas consolidadas;
Artigo 149.º b) O revisor oficial de contas do grupo deve realizar
[...] e guardar a documentação da sua análise dos trabalhos
de revisão realizados pelos auditores de países terceiros,
A prestação de serviços profissionais em Portugal por revisores oficiais de contas, entidades de auditoria de
revisor oficial de contas da União Europeia é livre, res-
países terceiros ou sociedades de revisores oficiais de
salvados os termos do presente decreto-lei e da demais
contas, para efeitos da revisão ou auditoria do grupo;
legislação portuguesa aplicável aos revisores oficiais
c) Sempre que uma parte de um grupo de empresas
de contas nacionais.
for examinada por um ou mais auditores ou por uma
ou mais entidades de auditoria de um país terceiro com
Artigo 152.º
o qual não exista qualquer acordo de cooperação, o
[...] revisor oficial de contas do grupo é responsável por
1— ..................................... garantir a entrega adequada, quando pedida, ao Con-
2— ..................................... selho Nacional de Supervisão de Auditoria, adiante
3 — As pessoas singulares autorizadas para o exercí- designado por CNSA, da documentação relativa à sua
cio da profissão em qualquer dos Estados membros da análise dos trabalhos de revisão ou auditoria realizados
União Europeia podem requerer, ao conselho directivo, pelo auditor ou auditores ou pela outra entidade ou
a dispensa da prova de aptidão desde que sejam resi- entidades de auditoria do país terceiro, nomeadamente
dentes em Portugal e aqui tenham exercido actividade os documentos de trabalho relevantes para a revisão ou
profissional durante, pelo menos, 10 anos. auditoria do grupo.
a essas entidades, de auditoria e de quaisquer dos se- falta, qualquer dos familiares ou empregados presentes,
guintes serviços: bem como o representante da Ordem, apresentar uma
reclamação.
a) Elaboração de registos contabilísticos e demons- 2 — Destinando-se a apresentação de reclamação a
trações financeiras; garantir a preservação do sigilo profissional, o juiz deve
b) Concepção e implementação de sistemas de tecno- logo sobrestar a diligência em relação aos documentos
logia de informação no domínio contabilístico, salvo se
ou objectos que forem postos em causa, fazendo-os
essa sociedade assumir a responsabilidade pelo sistema
acondicionar, sem os ler ou examinar, em volume selado
global de controlo interno ou o serviço for prestado de
no mesmo momento.
acordo com as especificações por ela definidas;
c) Elaboração de estudos actuariais destinados a re- 3 — A fundamentação das reclamações é feita no
gistar as suas responsabilidades; prazo de cinco dias e entregue no tribunal onde corre
d) Serviços de avaliação de activos ou de responsa- o processo, devendo o juiz remetê-las, em igual prazo,
bilidades financeiras que representem montantes ma- ao presidente do Tribunal da Relação com o seu parecer
terialmente relevantes no contexto das demonstrações e, sendo caso disso, com o volume a que se refere o
financeiras e em que a avaliação envolva um elevado número anterior.
grau de subjectividade; 4 — O presidente do Tribunal da Relação pode, com
e) Representação no âmbito da resolução de litígios; reserva de sigilo, proceder à desselagem do mesmo
f) Selecção e recrutamento de quadros superiores. volume, devolvendo-o selado com a sua decisão.
5 — Os auditores de países terceiros registados de- autorizadas a exercer a actividade de revisão das contas
vem figurar no registo como tal e não como revisores num país terceiro que apresentem relatório de auditoria
oficiais de contas. das contas individuais ou consolidadas de uma entidade
6 — No que diz respeito às sociedades de revisores com sede fora da Comunidade e com valores mobiliários
oficiais de contas, o registo público contém as seguintes admitidos à negociação num mercado regulamentado
informações: em Portugal, salvo se a sociedade apenas emitir valores
a) Denominação, endereço e número do registo; mobiliários representativos de dívida admitidos à nego-
b) Forma jurídica; ciação em mercado regulamentado, cujo valor nominal
c) Informações sobre os contactos, a principal pessoa seja, na data de emissão, de pelo menos € 50 000 ou,
de contacto e, se for caso disso, o endereço na Internet; no caso de emissão noutra moeda, de valor equivalente
d) Endereço de cada escritório em Portugal; a € 50 000.
e) Nome e número de registo de todos os revisores 2 — O registo das entidades a que se refere o número
oficiais de contas empregados pela sociedade de reviso- anterior é assegurado pela CMVM.
res oficiais de contas ou a ela associados na qualidade 3 — A CMVM pode dispensar o registo de pessoas
de sócio ou a qualquer outro título; singulares ou colectivas autorizadas a exercer a activi-
f) Nomes e endereços comerciais de todos os sócios dade de revisão legal de contas num país terceiro que
ou accionistas; apresentem relatório de auditoria das contas individuais
g) Nomes e endereços comerciais de todos os mem- ou consolidadas de uma entidade com sede fora da
bros dos órgãos de administração ou de direcção; Comunidade, se essa pessoa individual ou colectiva
h) Caso aplicável, a identificação da rede, nacional estiver submetida, num país terceiro, a sistema de super-
ou internacional, a que pertence; visão pública, de controlo de qualidade e de inspecção
i) Todos os demais registos, como sociedade de revi- e penalidades que cumpram os requisitos equivalentes
sores oficiais de contas, junto das autoridades compe- aos previstos nas normas legais aplicáveis e exista re-
tentes dos outros Estados membros e, como entidade de ciprocidade.
auditoria, junto de países terceiros, incluindo os nomes 4 — Nos casos previstos no número anterior, aplica-
das autoridades de registo e, se existirem, os números -se, com as necessárias adaptações, o disposto nos arti-
de registo. gos 145.º-B e 145.º-C, devendo todas as comunicações
ali previstas ser dirigidas à CMVM.»
7 — As entidades de auditoria de países terceiros
registadas figuram no registo, como tal, e não como Artigo 4.º
sociedades de revisores oficiais de contas. Revogação ao Estatuto da Ordem dos Revisores
Oficiais de Contas
Artigo 145.º-C São revogados os n.os 3 e 4 do artigo 29.º e os arti-
Inscrição e actualização das informações de registo gos 69.º, 127.º, 160.º, 161.º, 162.º, 163.º, 164.º, 165.º, 166.º
e 167.º do Estatuto da Ordem dos Revisores Oficiais de
1 — No âmbito do seu processo de registo, os re-
Contas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 487/99, de 16 de
visores oficiais de contas e as sociedades de revisores
Novembro.
oficiais de contas devem prestar à Ordem, para efeitos
de inscrição no registo público, as informações referidas,
respectivamente, nos n.os 4 a 6 do artigo anterior. Artigo 5.º
2 — Os revisores oficiais de contas e as sociedades de Alteração da organização sistemática
revisores oficiais de contas devem notificar a Ordem de
quaisquer alterações às informações contidas no registo É alterada a organização sistemática do Estatuto da
público, no prazo de 30 dias a contar da ocorrência de Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, aprovado pelo
tais alterações. Decreto-Lei n.º 487/99, de 16 de Novembro, nos seguintes
3 — As informações prestadas, para efeitos de re- termos:
gisto, nos termos dos números anteriores, devem: a) É criado um novo título V sob a epígrafe de «Registo
a) Ser assinadas pelo revisor oficial de contas ou pela público», abrangendo os artigos 145.º-A a 145.º-D;
sociedade de revisores oficiais de contas; b) O actual título V sob a epígrafe de «Dos revisores de
b) Ser redigidas em português, ou em qualquer outra contas da União Europeia» passa a título VI, mantendo a
língua ou línguas oficiais da União Europeia desde que mesma epígrafe;
acompanhadas por tradução certificada. c) O actual título VI sob a epígrafe de «Disposições
finais e transitórias» passa a título VII, mantendo a mesma
4 — O disposto nos números anteriores aplica-se, epígrafe.
com as devidas adaptações, aos auditores e às entidades
de auditoria de países terceiros previstas nos n.os 5 e 7 Artigo 6.º
do artigo 145.º-B. Regularização de situações existentes
j) Exercer jurisdição sobre tudo o que respeite aos exa- Artigo 11.º
mes, aos estágios e à inscrição; Membros honorários
l) Colaborar com o Governo no aperfeiçoamento da
revisão/auditoria às contas de empresas e outras entidades 1 — Podem ser membros honorários as pessoas sin-
do sector público empresarial e administrativo; gulares ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, que,
m) Estabelecer princípios e normas de ética e deonto- exercendo ou tendo exercido actividade de reconhecido
logia profissional; interesse público para a profissão, sejam merecedoras de
n) Definir normas e esquemas técnicos de actuação tal distinção.
profissional, tendo em consideração os padrões interna- 2 — Os membros honorários podem participar e bene-
cionalmente exigidos; ficiar da actividade social, cultural e científica da Ordem
o) Disciplinar a actividade de consultoria exercida pelos e informar-se da sua actividade.
seus membros nas matérias que integram o programa de
exame de admissão à Ordem; SECÇÃO III
p) Promover a publicação de uma revista com objectivos
de informação científica, técnica e cultural; Órgãos
q) Certificar, sempre que lhe seja pedido, que os revi-
sores oficiais de contas se encontram em pleno exercício SUBSECÇÃO I
da sua capacidade profissional nos termos deste diploma; Órgãos em geral
r) Exercer as demais funções que lhe são atribuídas pelo
presente diploma e por outras disposições legais.
Artigo 12.º
Artigo 6.º Órgãos
Insígnias São órgãos da Ordem:
A Ordem tem direito a adoptar e a usar símbolo, es- a) A assembleia geral;
tandarte e selo próprios, conforme modelo aprovado em b) O conselho superior;
assembleia geral, mediante proposta do conselho direc- c) O bastonário;
tivo. d) O conselho directivo;
Artigo 7.º e) O conselho disciplinar;
Audição prévia da Ordem
f) O conselho fiscal.
3 — A mesa da assembleia geral é constituída por um 6 — Não são admitidos a participar na discussão nem a
presidente, um 1.º secretário e um 2.º secretário. votar em assembleia geral os revisores oficiais de contas
4 — Na falta ou impedimento do presidente, as suas com pagamentos em atraso, superiores a dois meses, de
competências serão exercidas sucessivamente pelo 1.º ou qualquer das importâncias referidas no artigo 67.º
2.º secretários. 7 — A assembleia geral só pode deliberar sobre os as-
5 — A assembleia geral deve reunir em sessões de carác- suntos incluídos na respectiva ordem de trabalhos.
ter ordinário, extraordinário e eleitoral, designadas, respec- 8 — Os revisores oficiais de contas que desejem sub-
tivamente, por assembleias gerais ordinárias, assembleias meter algum assunto à assembleia geral deverão requerer
gerais extraordinárias e assembleias gerais eleitorais. ao presidente, com a antecedência de, pelo menos, 10 dias
da data da reunião, que o faça inscrever na ordem do dia.
Artigo 16.º 9 — Se considerar conveniente e oportuna a sua apre-
ciação, o presidente da mesa efectua o respectivo adita-
Competência
mento, sendo a inscrição obrigatória se for requerida por,
Compete, em especial, à assembleia geral, sem prejuízo pelo menos, um décimo dos revisores oficiais de contas
de outras competências previstas neste decreto-lei: no pleno gozo dos seus direitos que possam votar em
assembleia geral.
a) Aprovar a aquisição e perda da qualidade de membro 10 — O aditamento à ordem do dia deverá ser levado ao
honorário da Ordem; conhecimento dos membros da assembleia geral nos três
b) Eleger e destituir os membros dos órgãos sociais; dias imediatamente posteriores à formulação do pedido
c) Apreciar a actividade e desempenho dos órgãos so- de inscrição.
ciais; 11 — A mesa da assembleia geral deverá elaborar pro-
d) Aprovar as compensações e demais abonos a atribuir jecto de regulamento do respectivo órgão, para aprovação
pelo exercício efectivo de qualquer cargo nos órgãos da em assembleia geral.
Ordem;
e) Aprovar, anualmente, o plano de actividades e os or-
Artigo 18.º
çamentos ordinário e suplementares, bem como o relatório
e contas do exercício anterior; Assembleia geral ordinária
f) Autorizar a aquisição, alienação e oneração de bens
1 — A assembleia geral ordinária reúne até ao fim do
imóveis, desde que tais actos não estejam incluídos em
mês de Março e no mês de Dezembro de cada ano, sem
plano de actividades e orçamento anual devidamente apro-
prejuízo do disposto no n.º 3.
vados;
2 — A assembleia geral reúne até ao fim do mês de
g) Aprovar o montante das quotas e as taxas e emolu-
Março para discutir e votar o relatório do conselho direc-
mentos a cobrar por serviços prestados;
tivo e as contas referentes ao exercício anterior; do rela-
h) Aprovar recomendações e emitir moções sobre ma-
tório do conselho directivo deverá constar, no essencial,
téria associativa, profissional ou técnica;
informação sobre a execução do plano de actividades do
i) Aprovar o código de ética e deontologia profissio-
exercício em apreciação.
nal, o regulamento eleitoral, o regulamento disciplinar e
3 — A assembleia geral reúne no mês de Dezembro
demais regulamentos, com excepção do regulamento do
para discutir e votar o plano de actividades e o orçamento
congresso dos revisores oficiais de contas, bem assim como
ordinário para o ano seguinte, excepto em caso de eleições,
as respectivas alterações;
em que reunirá nos 30 dias seguintes à tomada de posse.
j) Deliberar sobre propostas de alteração do regime
4 — À assembleia geral ordinária cabe ainda pronunciar-
jurídico dos revisores oficiais de contas.
-se sobre quaisquer outros assuntos incluídos na ordem
de trabalhos.
Artigo 17.º
Disposições comuns a todas as sessões da assembleia geral Artigo 19.º
1 — A assembleia geral deve ser convocada pelo presi- Assembleia geral extraordinária
dente, mediante comunicação escrita dirigida aos revisores,
A assembleia geral extraordinária reunirá, por determi-
com a antecedência mínima de 15 dias, devendo a ordem
nação do presidente:
do dia e o local constar do aviso da convocação.
2 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, as a) Sempre que o bastonário e os conselhos superior,
reuniões da assembleia geral têm início à hora marcada directivo, disciplinar ou fiscal o julguem necessário;
na convocatória, com a presença de, pelo menos, um terço b) Quando o requeira um décimo dos revisores oficiais
dos membros com direito a voto. de contas no pleno gozo dos seus direitos que possam votar
3 — Quando não estiver presente o número mínimo de em assembleia geral;
membros previsto no número anterior, a sessão terá início c) Sempre que se tornar necessário discutir e votar or-
meia hora depois, com a presença de qualquer número de çamentos suplementares.
membros.
4 — O revisor oficial de contas pode fazer-se represen- Artigo 20.º
tar por outro revisor oficial de contas na assembleia geral,
Assembleia geral eleitoral
não podendo, no entanto, este revisor oficial de contas
representar mais de três outros revisores oficiais de contas. 1 — Os membros dos órgãos sociais referidos no ar-
5 — Como instrumento de representação voluntária é tigo seguinte são eleitos a cada três anos em assembleia
necessário um documento escrito, devidamente assinado, geral eleitoral, a realizar para o efeito em Novembro,
dirigido ao presidente da mesa que fica arquivado na Or- iniciando-se o respectivo mandato no dia 1 de Janeiro do
dem por um período de cinco anos. ano seguinte.
8152 Diário da República, 1.ª série — N.º 226 — 20 de Novembro de 2008
3 — Considera-se impedimento permanente a falta não c) Elaborar relatório sobre a sua acção fiscalizadora e
justificada a duas reuniões consecutivas do conselho dis- emitir parecer sobre o relatório e contas de cada exercício,
ciplinar. a apresentar até 15 dias antes da realização da assembleia
Artigo 33.º geral de aprovação de contas;
Competência d) Convocar a assembleia geral quando a respectiva
mesa o não faça, estando vinculada à convocação.
Compete ao conselho disciplinar:
a) Julgar, em 1.ª instância, as infracções disciplinares 2 — Para o desempenho da sua função podem os mem-
cometidas pelos revisores oficiais de contas e membros bros do conselho fiscal, conjunta ou separadamente, assistir
estagiários; às reuniões do conselho directivo sempre que o considerem
b) Dar parecer sobre as reclamações das empresas ou conveniente.
outras entidades a quem os revisores oficiais de contas 3 — Os membros do conselho fiscal são ainda obri-
prestem serviços de assuntos relacionados com o exercício gados:
das suas funções; a) A participar nas reuniões do conselho fiscal, bem
c) Proceder às averiguações que lhe sejam expressa- como nas reuniões do conselho directivo para que o pre-
mente fixadas no presente diploma ou a quaisquer outras sidente do mesmo os convoque ou em que se apreciem as
solicitadas pelos demais órgãos; contas do exercício;
d) Propor ao conselho directivo as medidas legislativas b) A dar conhecimento ao conselho directivo das veri-
ou administrativas com vista a suprir lacunas ou interpretar ficações e diligências que tenham feito e dos resultados
as matérias da sua competência. das mesmas;
c) A informar, na primeira assembleia geral que se realize,
Artigo 34.º de todas as irregularidades e inexactidões por eles verifi-
Funcionamento cadas e, bem assim, se não obtiveram os esclarecimentos
de que necessitavam para o desempenho das suas funções;
1 — O conselho disciplinar reunirá por convocação do
d) A solicitar a convocação da assembleia geral sempre
presidente e só poderá deliberar com a presença deste e
de, pelo menos, dois dos seus vogais. que no exercício das suas funções tomem conhecimento
2 — O conselho disciplinar poderá fazer-se assessorar de factos ou ocorrências que, constituindo irregularidades
no desempenho das suas funções por juristas. graves, ponham em perigo a idoneidade ou o prestígio da
Ordem.
SUBSECÇÃO VII CAPÍTULO II
Conselho fiscal Referendos internos
1 — O efeito vinculativo do referendo interno depende a) Tal resulte de disposição legal, estatutária ou con-
de o número de votantes ser superior a metade dos reviso- tratual;
res oficiais de contas no pleno gozo dos seus direitos que b) Possuam ou devam possuir contabilidade organizada
possam votar em assembleia geral. nos termos dos planos contabilísticos aplicáveis e preen-
2 — Os resultados dos referendos internos são divul- cham os requisitos estabelecidos no n.º 2 do artigo 262.º
gados pelo conselho directivo após a contagem de todos do Código das Sociedades Comerciais.
os votos.
2 — Mediante portaria, poderão ser excluídas da sujei-
ção mencionada no número anterior as empresas ou outras
CAPÍTULO III entidades consideradas inactivas ou de dimensão econó-
mica e social não relevante para efeitos deste diploma.
Âmbito de actuação dos revisores oficiais de contas 3 — O disposto no n.º 1 não prejudica, quando for o
caso, as atribuições conferidas nesta matéria ao Tribu-
SECÇÃO I nal de Contas ou a qualquer organismo da Administração
Pública.
Funções
Artigo 43.º
SUBSECÇÃO I
Processamento da revisão legal das contas
Funções de interesse público
1 — A revisão legal de contas é realizada pelos revisores
Artigo 40.º oficiais de contas que para o efeito tenham sido eleitos ou
designados, conforme os casos, pelos órgãos competen-
Competências dos revisores oficiais de contas no exercício tes das empresas ou entidades que sejam objecto de tal
de funções de interesse público
revisão, de acordo com as disposições legais aplicáveis a
1 — Constituem competências exclusivas dos reviso- essas entidades.
res oficiais de contas as seguintes funções de interesse 2 — Os revisores oficiais de contas que realizem a re-
público: visão legal de contas integram o órgão de fiscalização da
entidade examinada ou actuam autonomamente, nos termos
a) A revisão legal das contas, a auditoria às contas e os
das disposições legais aplicáveis.
serviços relacionados, de empresas ou de outras entidades,
3 — O exercício de revisão legal de contas implica que
nos termos definidos no artigo seguinte;
os revisores oficiais de contas fiquem sujeitos ao complexo
b) O exercício de quaisquer outras funções que por
de poderes e deveres que lhes são especificamente atribuí-
lei exijam a intervenção própria e autónoma de revisores
dos pelas disposições legais que regem as empresas ou
oficiais de contas sobre determinados actos ou factos pa-
entidades que sejam objecto de tal revisão, sem prejuízo
trimoniais de empresas ou de outras entidades.
do seu estatuto próprio fixado no título II.
4 — Nas empresas ou outras entidades sujeitas à revi-
2 — Constituem também competências exclusivas dos são legal das contas é obrigatória a certificação legal das
revisores oficiais de contas quaisquer outras funções de contas, a emitir exclusivamente pelos revisores oficiais de
interesse público que a lei lhes atribua.
contas que exerçam aquelas funções.
Artigo 41.º
Artigo 44.º
Auditoria
Certificação legal das contas
A actividade de auditoria integra os exames e outros
1 — Decorrente do exercício da revisão legal das contas
serviços relacionados com as contas de empresas ou de
ou sempre que, por intervenção própria e autónoma dos
outras entidades efectuados de acordo com as normas de
revisores oficiais de contas ao abrigo da lei, seja exigível
auditoria em vigor, compreendendo:
dar opinião ou parecer sobre determinados actos ou factos
a) A revisão legal de contas exercida em cumprimento patrimoniais que envolvam exame das contas de empresas
de disposição legal e no contexto dos mecanismos de fis- ou de outras entidades, será emitida, com as adaptações
calização das entidades ou empresas objecto de revisão que neste caso se mostrem devidas, certificação legal das
em que se impõe a designação de um revisor oficial de contas.
contas; 2 — A certificação legal das contas exprime a opinião
b) A auditoria às contas exercida em cumprimento de do revisor oficial de contas de que as demonstrações finan-
disposição legal, estatutária ou contratual; ceiras individuais e ou consolidadas apresentam, ou não,
c) Os serviços relacionados com os referidos nas alí- de forma verdadeira e apropriada, a posição financeira da
neas anteriores, quando tenham uma finalidade ou um empresa ou de outra entidade, bem como os resultados
âmbito específicos ou limitados. das operações e os fluxos de caixa, relativamente à data
e ao período a que as mesmas se referem, de acordo com
Artigo 42.º a estrutura de relato financeiro identificada e, quando for
caso disso, de que as demonstrações financeiras respeitam,
Sujeição
ou não, os requisitos legais aplicáveis.
1 — As empresas ou outras entidades ficam sujeitas 3 — A certificação legal das contas deve concluir ex-
à intervenção de revisor oficial de contas, no âmbito das primindo uma opinião com ou sem reservas, uma escusa
8156 Diário da República, 1.ª série — N.º 226 — 20 de Novembro de 2008
de opinião, uma opinião adversa, com ou sem ênfases, b) O revisor oficial de contas do grupo deve realizar e
de acordo com as modalidades definidas nas normas de guardar a documentação da sua análise dos trabalhos de
auditoria em vigor. revisão realizados pelos auditores de países terceiros, re-
4 — Quando as demonstrações financeiras individuais visores oficiais de contas, entidades de auditoria de países
da empresa mãe sejam anexadas às demonstrações fi- terceiros ou sociedades de revisores oficiais de contas, para
nanceiras consolidadas, a certificação legal das contas efeitos da revisão ou auditoria do grupo;
consolidadas pode ser conjugada com a certificação legal c) Sempre que uma parte de um grupo de empresas
das contas individuais da empresa mãe. for examinada por um ou mais auditores ou por uma ou
5 — Verificada a inexistência, significativa insuficiência mais entidades de auditoria de um país terceiro com o
ou ocultação de matéria de apreciação, os revisores oficiais qual não exista qualquer acordo de cooperação, o revisor
de contas devem emitir declaração de impossibilidade de oficial de contas do grupo é responsável por garantir a
certificação legal, só podendo ser emitida certificação legal entrega adequada, quando pedida, ao Conselho Nacional
das contas em data posterior caso se venha a verificar que, de Supervisão de Auditoria, adiante designado por CNSA,
entretanto, as contas foram disponibilizadas ou supridas da documentação relativa à sua análise dos trabalhos de
as insuficiências identificadas na referida declaração de revisão ou auditoria realizados pelo auditor ou auditores
impossibilidade. ou pela outra entidade ou entidades de auditoria do país
6 — A certificação legal das contas e a declaração de terceiro, nomeadamente os documentos de trabalho rele-
impossibilidade de certificação legal estão sujeitas aos vantes para a revisão ou auditoria do grupo.
regimes do direito à informação e do registo e publicação
nos termos da lei respectiva. 2 — A documentação conservada pelo revisor oficial
7 — A certificação legal das contas, em qualquer das de contas do grupo de empresas, nos termos do número
suas modalidades, bem como a declaração de impossibi- anterior, deve ser suficiente para o CNSA examinar con-
lidade de certificação legal, são dotadas de fé pública, só venientemente o trabalho do revisor oficial de contas do
podendo ser impugnadas por via judicial quando arguidas grupo.
de falsidade 3 — Para garantir a entrega a que se refere a alínea c)
8 — As acções judiciais destinadas a arguir a falsidade do n.º 1, o revisor oficial de contas do grupo deve guardar
da certificação legal das contas ou da declaração de im- uma cópia dessa documentação ou, em alternativa, acordar
possibilidade de certificação legal devem ser propostas com o auditor ou auditores do país terceiro ou com a outra
no prazo de 120 dias a contar do prazo para o registo da entidade ou entidades de auditoria do país terceiro o acesso
prestação de contas ou, quando obrigatória, para a sua adequado e sem restrições, quando solicitado, ou tomar
publicação no sítio da Internet de acesso público, ou do quaisquer outras medidas adequadas.
prazo para a publicação que legalmente a substituir, ou 4 — Nos casos previstos no número anterior, se exis-
ainda, se anterior, do conhecimento da certificação ou tirem impedimentos legais ou outros à transmissão dos
declaração de impossibilidade de certificação por qualquer documentos de trabalho da revisão ou auditoria de um
outra forma. país terceiro para o revisor oficial de contas do grupo, a
9 — Nos casos de ofertas públicas de distribuição ou documentação guardada pelo revisor oficial de contas do
de outras operações em mercado regulamentado, o prazo grupo deve conter provas de que tal revisor efectuou as
previsto no número anterior conta-se a partir da data do diligências adequadas para obter o acesso à documentação
termo da operação. de revisão ou auditoria e, no caso de impedimentos que não
10 — É aplicável ao relatório do auditor das entidades sejam decorrentes da legislação do pais terceiro, provas
emitentes de valores mobiliários admitidos à negociação desse impedimento.
em mercado regulamentado o regime estabelecido para a
certificação legal das contas, sem prejuízo do disposto no Artigo 45.º
Código dos Valores Mobiliários.
Auditoria às contas
11 — A matéria do presente artigo é objecto de regu-
lamentação através de normas de auditoria, que devem Na sequência da realização de auditoria às contas deve
respeitar as normas internacionais de auditoria adoptadas ser emitido relatório de auditoria sobre as demonstrações
pela Comissão Europeia, salvo quando: financeiras objecto de exame, de acordo com as normas
de auditoria em vigor.
a) Tiver por objecto matéria que não seja regulada por
norma adoptada pela Comissão Europeia;
Artigo 46.º
b) A imposição de procedimentos ou requisitos de au-
ditoria, para além ou, em casos excepcionais, aquém das Serviços relacionados
normas internacionais de auditoria, decorrer de requisitos
Na sequência da realização de serviços relacionados
legais específicos quanto ao âmbito da revisão legal de
com a revisão legal das contas e com a auditoria às contas
contas.
deve ser emitido, quando for o caso, relatório descrevendo
Artigo 44.º-A
a natureza e a extensão do trabalho e a respectiva conclu-
Revisão legal das contas consolidadas são, de acordo com as normas de auditoria em vigor.
1 — No caso de revisão legal das contas consolidadas
de um grupo de empresa: Artigo 47.º
Competências específicas dos revisores oficiais de contas
a) O revisor oficial de contas do grupo tem inteira res-
ponsabilidade pela certificação legal das contas relativa- 1 — As competências específicas dos revisores oficiais
mente às contas consolidadas; de contas no âmbito do exercício da revisão legal das con-
Diário da República, 1.ª série — N.º 226 — 20 de Novembro de 2008 8157
tas são definidas pela lei que regule as empresas ou outras dicação exclusiva, bem como as sociedades de revisores
entidades objecto da revisão. em que algum dos sócios esteja nessas condições, não
2 — Constituem também competências específicas dos podem contratar revisores oficiais de contas nos termos
revisores oficiais de contas quaisquer outras funções assim da alínea c) do n.º 1.
definidas por lei. 5 — Para efeitos deste diploma, considera-se que os
revisores oficiais de contas ou sócios de sociedades de
SUBSECÇÃO II revisores exercem as funções nele contempladas em regime
Outras funções
de dedicação exclusiva quando não estiverem simultane-
amente vinculados, seja qual for a natureza do vínculo,
Artigo 48.º fora do âmbito das referidas funções, a outra empresa ou
entidade.
Outras funções 6 — Os vínculos estabelecidos pelos revisores oficiais
Constituem também funções dos revisores oficiais de de contas ou pelos sócios de sociedades de revisores com
contas, fora do âmbito das funções de interesse público, vista ao exercício das funções previstas no artigo 48.º não
o exercício das seguintes actividades: prejudicam o exercício das funções em regime de dedi-
cação exclusiva.
a) Docência;
b) Membros de comissões de auditoria e de órgãos de Artigo 50.º
fiscalização ou de supervisão de empresas ou outras en-
Designação
tidades;
c) Consultoria e outros serviços no âmbito de matérias 1 — A designação de revisores oficiais de contas ou de
inerentes à sua formação e qualificação profissionais, de- sociedade de revisores oficiais de contas para o exercício
signadamente avaliações, peritagens e arbitragens, estudos da revisão legal das contas de empresas ou de outras enti-
de reorganização e reestruturação de empresas e de outras dades cabe à respectiva assembleia geral ou a quem tiver
entidades, análises financeiras, estudos de viabilidade eco- competência para o efeito, nos termos das disposições
nómica e financeira, formação profissional, estudos e pare- legais aplicáveis.
ceres sobre matérias contabilísticas, revisão de declarações 2 — Na falta de proposta para designação de revisor
fiscais, elaboração de estudos, pareceres e demais apoio e oficial de contas cabe ao presidente da mesa da assembleia
consultoria em matérias fiscais e parafiscais e revisão de geral fazê-lo ou, na falta desta, ao sócio presente deten-
relatórios ambientais e de sustentabilidade; tor da maior participação de capital, ou ainda, havendo
d) Administrador da insolvência e liquidatário; igualdade de participação, atender-se-á, sucessivamente,
e) Administrador ou gerente de sociedades participadas à maior antiguidade do sócio e à idade.
por sociedades de revisores oficiais de contas, a que se 3 — A designação de revisor oficial de contas ou de
refere o n.º 7 do artigo 96.º sociedade de revisores oficiais de contas entre duas as-
sembleias é da competência da respectiva mesa e, na sua
SECÇÃO II falta, do órgão de gestão, devendo ser submetida à ratifi-
cação pela assembleia geral seguinte, sob pena de eventual
Forma de exercício das funções e área de actuação resolução do contrato pelo revisor oficial de contas, sem
prejuízo do direito à remuneração correspondente ao pe-
Artigo 49.º ríodo em que exerceu funções.
Modalidades 4 — A designação de revisor oficial de contas ou de
sociedade de revisores oficiais de contas por entidades
1 — O revisor oficial de contas desempenha as funções emitentes de valores mobiliários admitidos à negociação
contempladas neste diploma em regime de completa inde- num mercado regulamentado rege-se pelo disposto no Có-
pendência funcional e hierárquica relativamente às empre- digo das Sociedades Comerciais e no Código dos Valores
sas ou outras entidades a quem presta serviços, podendo Mobiliários e pela regulamentação aprovada pela Comissão
exercer a sua actividade numa das seguintes situações: do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
a) A título individual; 5 — A falta de designação de revisor oficial de contas,
b) Como sócio de sociedades de revisores; no prazo de 30 dias, deverá ser comunicada pelo respectivo
c) Sob contrato de prestação de serviços celebrado com órgão de gestão à Ordem nos 15 dias posteriores e implicará
um revisor oficial de contas a título individual ou com uma a transferência para esta do poder de designação.
sociedade de revisores. 6 — O não cumprimento do disposto no número anterior
sujeitará o órgão de gestão às responsabilidades previstas
2 — Os revisores oficiais de contas cuja actividade seja no artigo 72.º do Código das Sociedades Comerciais e em
exercida nos termos da alínea c) do número anterior podem idênticas disposições legais relativas às demais empresas
exercer as funções contempladas neste diploma em regime ou outras entidades, bem como ao pagamento à Ordem
de não dedicação exclusiva, durante um período máximo dos honorários devidos quanto ao período em falta, sem
de três anos a contar da data de celebração do primeiro prejuízo de se manter a obrigatoriedade de revisão legal
contrato de prestação de serviços. das contas da empresa ou de outra entidade por um revisor
3 — O contrato de prestação de serviços referido na oficial de contas, a designar oficiosamente pela mesma
alínea c) do n.º 1 deverá ser previamente registado na Or- Ordem, se for caso disso.
dem, observando-se, na parte aplicável, o disposto no n.º 2 7 — A designação de revisores oficiais de contas ou de
do artigo 53.º sociedade de revisores oficiais de contas para o exercício
4 — Os revisores oficiais de contas que não exerçam da revisão legal de contas de empresas ou outras entidades
as funções contempladas neste diploma em regime de de- e o seu registo na competente conservatória de registo só
8158 Diário da República, 1.ª série — N.º 226 — 20 de Novembro de 2008
são válidos no caso de aqueles terem dado o seu expresso da empresa ou entidade solicitada, embora circunscrevendo
consentimento por escrito. o exame aos elementos pedidos; se tal actuação lhe for difi-
8 — A designação de revisores oficiais de contas ou de cultada, poderá solicitar por escrito a obtenção das mesmas
sociedade de revisores oficiais de contas para o exercício de informações através de entidade legalmente competente,
quaisquer outras funções de interesse público que exijam a qual, para o efeito, quando o caso o justifique, cobrará
a sua intervenção própria e autónoma é feita de harmonia uma taxa à empresa ou outra entidade solicitada.
com as disposições legais aplicáveis.
SECÇÃO II
Artigo 51.º
Área de actuação
Contratos
judicialmente a declaração de falta de fundamento da re- e tempo do trabalho necessário à execução de um serviço
solução do contrato. de acordo com as normas de auditoria em vigor.
2 — No exercício de quaisquer outras funções contem-
Artigo 56.º pladas neste ou noutros diplomas legais, os honorários
serão fixados entre as partes, tendo nomeadamente em
Fornecimento de elementos por sociedades de revisores
conta os critérios estabelecidos no número anterior.
A pedido das empresas ou outras entidades com as quais 3 — O revisor oficial de contas designado membro
existam contratos de prestação de serviços, a sociedade de suplente, quando assumir o exercício efectivo das funções
revisores fornecerá gratuitamente: de revisão legal das contas, tem direito aos honorários que
competiriam ao membro que substituir.
a) Cópia fiel e actualizada dos respectivos estatutos; 4 — No exercício das funções de revisão legal das
b) Certidão passada pela Ordem comprovativa de que contas, a remuneração do revisor oficial de contas nunca
se encontra em plena capacidade de exercício profissional. poderá ser inferior à de qualquer dos restantes membros
dos órgãos de fiscalização em que se incluem.
Artigo 57.º 5 — No exercício das funções de interesse público, os
Revisor orientador ou executor honorários do revisor oficial de contas nunca podem pôr
em causa a sua independência profissional e a qualidade
Em relação a cada contrato de prestação de serviços no do seu trabalho, nem ser influenciados ou determinados
exercício de funções de revisão/auditoria às contas por pela prestação de serviços adicionais à empresa ou outra
força de disposições legais, estatutárias ou contratuais, será entidade objecto de revisão ou de auditoria, nem ser em
designado, pelo menos, um revisor oficial de contas a título espécie e nem ser contingentes ou variáveis em função dos
individual ou como sócio de sociedade de revisores, ou um resultados do trabalho efectuado.
revisor oficial de contas exercendo funções nos termos da
alínea c) do n.º 1 do artigo 49.º responsável pela orientação
ou execução directa do seu cumprimento. SECÇÃO IV
Cédula profissional
Artigo 58.º
Deveres de comunicação Artigo 61.º
1 — Os revisores oficiais de contas devem comunicar à Cédula profissional
Ordem, no prazo de 15 dias, o início e a cessação de todos 1 — O revisor oficial de contas tem direito a uma cédula
os contratos de prestação de serviços relativos ao exercício profissional de modelo a aprovar pelo conselho directivo,
de funções de interesse público. que servirá de prova da sua qualidade e inscrição na lista
2 — Os revisores oficiais de contas devem fornecer à dos revisores oficiais de contas.
Ordem, no prazo que vier a ser estabelecido pelo conse- 2 — A apreciação de um processo de suspensão ou
lho directivo, um mapa anual da actividade profissional cancelamento voluntário obriga a prévia devolução da
exercida, contendo a identificação dos clientes, a caracte- cédula profissional.
rização das funções, os honorários facturados e o período 3 — No caso de suspensão ou cancelamento compul-
a que respeitam. sivos, a cédula profissional deve ser devolvida no prazo
máximo de oito dias a contar da notificação da decisão
SECÇÃO III proferida no processo e transitada em julgado e, nos res-
tantes casos, da notificação para o efeito efectuada ao
Honorários revisor oficial de contas por carta registada com aviso de
recepção.
Artigo 59.º 4 — Os membros estagiários têm direito a uma cédula
Honorários e reembolso de despesas de modelo a aprovar pelo conselho directivo, a qual será
devolvida em caso de interrupção, desistência, exclusão
1 — O exercício pelo revisor oficial de contas das fun- ou termo do estágio.
ções previstas neste ou noutros diplomas legais confere o 5 — Os membros honorários têm direito a uma cédula
direito a honorários, a pagar pela empresa ou outra entidade de modelo e nas condições a aprovar pelo conselho di-
a quem prestam serviços, nos termos fixados nos contratos rectivo.
respectivos. 6 — Em caso de recusa de devolução da cédula, a Or-
2 — Para além dos honorários, os revisores oficiais dem pode promover a respectiva apreensão judicial.
de contas têm direito ao reembolso, pelas empresas ou 7 — Em caso de reinscrição, será emitida nova cé-
outras entidades a quem prestem serviços, das despesas dula.
de transporte e alojamento e quaisquer outras realizadas
no exercício das suas funções.
SECÇÃO V
Artigo 60.º Deveres
Fixação de honorários
Artigo 62.º
1 — No exercício da revisão legal das contas de empre-
Deveres em geral
sas ou de outras entidades, os honorários são fixados entre
as partes, tendo em conta critérios de razoabilidade que 1 — Os membros da Ordem devem contribuir para o
atendam, em especial, à natureza, extensão, profundidade prestígio da profissão, desempenhando com zelo e com-
8160 Diário da República, 1.ª série — N.º 226 — 20 de Novembro de 2008
petência as suas funções, evitando qualquer actuação con- o volume de negócios total repartido pelos honorários
trária à dignidade das mesmas. auferidos pela revisão legal das contas individuais e con-
2 — Com vista à actualização permanente dos seus solidadas e pelos honorários facturados relativamente a
conhecimentos, os revisores oficiais de contas devem fre- outros serviços de garantia de fiabilidade, serviços de
quentar cursos de formação profissional a promover pela consultoria fiscal e outros serviços não relacionados com
Ordem ou por esta reconhecidos, nos termos a fixar no a revisão ou auditoria;
regulamento de formação. j) Informações quanto à base remuneratória dos só-
3 — Por razões de natureza deontológica e disciplinar, cios.
os revisores oficiais de contas devem permitir a consulta
dos livros de escrituração ou de contabilidade e da docu- 2 — Mediante solicitação fundamentada de um revisor
mentação profissional, mediante notificação da Ordem, oficial de contas ou de uma sociedade de revisores oficiais
através do conselho directivo ou do conselho disciplinar. de contas, o CNSA pode autorizar a não divulgação das
4 — Os revisores oficiais de contas devem organizar, informações referidas na alínea f) do n.º 1, na medida ne-
relativamente ao exercício de cada uma das funções de cessária para atenuar uma ameaça iminente e significativa
interesse público, um processo instruído de acordo com as à segurança pessoal de qualquer pessoa.
normas de auditoria em vigor, designadamente com a evi- 3 — O relatório de transparência deve ser assinado pelo
dência do trabalho efectuado e com a fundamentação das revisor oficial de contas ou pela sociedade de revisores
conclusões relevantes em que se basearam para formular a oficiais de contas, consoante o caso, podendo esta assina-
sua opinião profissional, por forma a emitir a certificação tura ser feita, nomeadamente, por assinatura electrónica,
legal das contas, o parecer ou o relatório de auditoria e, bem tal como o previsto na lei.
assim, com documentação de todos os riscos importantes
que possam comprometer a sua independência e as medidas Artigo 62.º-B
de protecção aplicadas para limitar esses riscos. Dever de comunicação ao órgão de fiscalização
5 — Os processos referidos no número anterior devem
ser conservados por um período de cinco anos. 1 — Os revisores oficiais de contas ou as sociedades
de revisores oficiais de contas que realizem auditoria às
Artigo 62.º-A contas de entidades de interesse público devem:
Dever de elaboração e divulgação do relatório de transparência a) Confirmar anualmente por escrito ao conselho fiscal,
à comissão de auditoria ou ao conselho geral e de supervi-
1 — Os revisores oficiais de contas e as sociedades são, conforme o caso, a sua independência relativamente
de revisores oficiais de contas que realizam a auditoria à entidade examinada;
às contas de entidades de interesse público, nos termos b) Comunicar anualmente ao conselho fiscal, à comissão
definidos no artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 225/2008, de de auditoria ou ao conselho geral e de supervisão, conforme
20 de Novembro, devem publicar no seu sítio na Internet, o caso, todos os serviços adicionais prestados à entidade
no prazo de três meses a contar do fim de cada exercício examinada; e
financeiro, um relatório anual de transparência, que deve c) Examinar com o conselho fiscal, a comissão de au-
incluir, pelo menos: ditoria ou o conselho geral e de supervisão, conforme o
a) Uma descrição da estrutura jurídica e da proprie- caso, as ameaças à sua independência e as salvaguardas
dade; aplicadas para atenuar essas ameaças, documentadas nos
b) Sempre que a sociedade de revisores oficiais de con- termos do n.º 4 do artigo 62.º
tas pertencer a uma rede, uma descrição da rede e das
disposições jurídicas e estruturais da rede; 2 — As comunicações a que se referem as alíneas a)
c) Uma descrição da estrutura de governação da socie- e b) do número anterior devem ser efectuadas antes da
dade de revisores oficiais de contas; elaboração da certificação legal de contas da entidade
d) Uma descrição do sistema interno do controlo de em causa.
qualidade da sociedade de revisores oficiais de contas e Artigo 63.º
uma declaração emitida pelo órgão de administração ou de
Domicílio profissional
direcção relativamente à eficácia do seu funcionamento;
e) Uma indicação de quando foi realizada a última 1 — Os membros da Ordem têm o seu domicílio pro-
verificação de controlo de qualidade a que se refere o fissional no local que nela constar.
artigo 68.º; 2 — Os membros da Ordem devem comunicar-lhe,
f) Uma listagem das entidades de interesse público no prazo de 30 dias, qualquer mudança do seu domicílio
relativamente às quais a sociedade de revisores oficiais profissional.
de contas realizou, no exercício financeiro anterior, uma 3 — O domicílio profissional não pode, em qualquer
revisão legal das contas ou auditoria imposta por dispo- caso, revestir a forma de um apartado, caixa postal, ende-
sição legal; reço electrónico ou equivalente.
g) Uma declaração sobre as práticas de independência
da sociedade de revisores oficiais de contas, que confirme Artigo 64.º
igualmente a realização de uma análise interna da confor-
Observância das normas, avisos e determinações da Ordem
midade destas práticas de independência;
h) Uma declaração sobre a política seguida pela so- 1 — Constitui dever dos membros da Ordem observar
ciedade de revisores oficiais de contas relativamente à as normas, avisos e determinações dela emanados.
formação contínua dos revisores oficiais de contas; 2 — A falta de resposta do membro da Ordem, no prazo
i) Informações financeiras que demonstrem a relevância de 20 dias, a duas notificações, distanciadas entre si pelo
da sociedade de revisores oficiais de contas, em especial menos 20 dias e efectuadas por carta registada com aviso
Diário da República, 1.ª série — N.º 226 — 20 de Novembro de 2008 8161
termos da alínea c) do n.º 1 do artigo 49.º ou colaborador, 2 — A suspensão preventiva é da competência do con-
quando não seja possível identificar o infractor; neste caso, selho disciplinar, que a deverá comunicar imediatamente
ser-lhe-ão aplicáveis as regras sobre responsabilidade dis- à comissão de inscrição.
ciplinar constantes da presente secção.
Artigo 87.º
Artigo 83.º
Suspensão e expulsão
Processo disciplinar
1 — No caso de suspensão ou expulsão, a comissão
1 — O processo disciplinar é instaurado pelo conselho de inscrição deve informar imediatamente desse facto as
disciplinar, por iniciativa própria ou do conselho direc- empresas ou outras entidades em que o revisor oficial de
tivo. contas suspenso ou expulso exerça funções.
2 — A instrução é feita por um membro do conselho 2 — Os revisores oficiais de contas suspensos ou expul-
disciplinar designado para o efeito pelo presidente. sos devem entregar ao seu sucessor no exercício do cargo
3 — Instruído o processo, se houver indícios suficientes os documentos pertença das empresas ou outras entidades
da prática de qualquer infracção, deduzirá o instrutor, no a quem prestem serviços e, bem assim, restituir a estas as
prazo de 15 dias, a acusação, que deve ser articulada. quantias já recebidas que não correspondam ao reembolso
4 — O arguido pode deduzir a sua defesa no prazo de de despesas ou a trabalho realizado.
20 dias a contar da notificação da acusação e entrega da
nota de culpa. Artigo 88.º
5 — Efectuadas as diligências posteriores a que houver
lugar deve o instrutor elaborar um relatório, com indicação Prescrições
dos factos provados, sua qualificação e pena que julga
1 — O procedimento disciplinar extingue-se, por pres-
adequada, tendo em conta os antecedentes profissionais e
crição, logo que sobre a prática de facto susceptível de
disciplinares do arguido, o grau de culpabilidade, as con-
sequências da infracção e todas as demais circunstâncias constituir infracção disciplinar tenham decorrido dois
agravantes e atenuantes. anos.
6 — A deliberação do conselho disciplinar, que é rela- 2 — Sem prejuízo do prazo estabelecido no número
tada pelo presidente, será proferida no prazo de 20 dias e anterior, o conselho disciplinar deve exercer o procedi-
comunicada ao conselho directivo e notificada ao arguido mento disciplinar, no prazo de 90 dias, após ter tomado
por carta registada com aviso de recepção. conhecimento de qualquer facto susceptível de constituir
infracção disciplinar.
Artigo 84.º 3 — Se o facto constituir simultaneamente crime e in-
fracção disciplinar, o prazo de prescrição é o de procedi-
Recurso mento criminal, desde que superior ao previsto no n.º 1.
Em caso de absolvição, pode recorrer o conselho di- 4 — O procedimento criminal não determina a suspen-
rectivo nos termos do disposto no n.º 3 do artigo 13.º; em são do procedimento disciplinar.
caso de condenação, podem recorrer, nos mesmos termos,
o conselho directivo e o arguido. Artigo 89.º
Despesas do processo
Artigo 85.º
1 — O pagamento das despesas processuais é da res-
Destino e pagamento das multas
ponsabilidade do participante, no caso de participação
1 — O produto das multas reverte para a Ordem. manifestamente infundada, e do arguido, no caso de con-
2 — As multas devem ser pagas no prazo de 30 dias a denação.
contar da notificação da decisão condenatória transitada 2 — Ao pagamento das quantias devidas por força do
em julgado. número anterior é aplicável o disposto nos n.os 2 e 3 do
3 — Na falta de pagamento voluntário, proceder-se-á à artigo 85.º
cobrança coerciva nos tribunais competentes, constituindo
título executivo a decisão condenatória. Artigo 90.º
Artigo 86.º Revisão
6 — Em qualquer caso, a firma das sociedades de revi- 1 — O processo de alteração dos sócios segue, na parte
sores não pode ser igual ou de tal forma semelhante a outra aplicável e com as necessárias adaptações, o disposto nos
já registada que com ela possa confundir-se. artigos 99.º, 100.º, 101.º e 102.º
2 — Se, por qualquer causa, saírem ou entrarem sócios,
Artigo 99.º a sociedade é obrigada a proceder, no prazo de 60 dias, à
devida alteração e a requerer à comissão de inscrição, no
Aprovação dos estatutos e das suas alterações
prazo de 30 dias a contar desta, a confirmação de inscri-
1 — Os projectos de estatutos e das suas alterações estão ção, entregando, para o efeito, cópia autenticada da acta
sujeitos a aprovação da comissão de inscrição, com vista a da respectiva deliberação ou do instrumento contratual,
assegurar a sua conformidade com o presente decreto-lei e conforme o caso.
demais normas legais e regulamentares aplicáveis. 3 — Ocorrendo a morte de um sócio, este facto deve ser
2 — A comissão de inscrição deve pronunciar-se, para comunicado à comissão de inscrição no prazo de 30 dias
efeitos do disposto no número anterior, no prazo de 30 dias, após o seu conhecimento pela sociedade, devendo o pro-
que esta comissão pode prorrogar ocorrendo motivo jus- cesso subsequente de alteração dos estatutos ser iniciado
tificado. nos 60 dias seguintes, salvo se o atraso resultar de motivo
8168 Diário da República, 1.ª série — N.º 226 — 20 de Novembro de 2008
atendível na definição do destino da parte daquele sócio 5 — Da conta referida no número anterior só poderão
no capital, sem prejuízo do disposto nos artigos 96.º e 97.º ser efectuados levantamentos:
a) Depois de efectuado o registo na Ordem;
Artigo 104.º b) Depois de celebrado o contrato de constituição, caso
Contabilidade os sócios autorizem os administradores, directores ou ge-
rentes a efectuá-los para fins determinados;
1 — As sociedades de revisores devem possuir conta- c) Para liquidação da sociedade, provocada pela falta de
bilidade organizada nos termos do Plano Oficial de Con- inscrição na lista dos revisores oficiais de contas.
tabilidade.
2 — Por razões de natureza deontológica e disciplinar, 6 — No caso de o capital das sociedades de revisores
a Ordem, através do conselho directivo ou do conselho ser representado por acções, estas serão obrigatoriamente
disciplinar, pode mandar proceder à análise da contabili- nominativas.
dade e documentação da sociedade. 7 — As partes de capital dos sócios das sociedades de
revisores não poderão constituir objecto de penhor.
Artigo 105.º
Assinatura dos documentos
Artigo 107.º
b) Exercer as suas funções em nome da sociedade; b) Ao qual sobrevier incompatibilidade prevista na lei ou
c) Indicar a firma da sociedade nos documentos pro- nos estatutos que implique cancelamento da inscrição;
fissionais. c) Que violar o disposto no n.º 2 do artigo 96.º e nos
Artigo 111.º artigos 110.º e 111.º
Incompatibilidade específica dos sócios
2 — Poderá ser excluído, mediante deliberação social
Os sócios não poderão exercer a título individual as tomada pelos outros sócios, o sócio:
funções contempladas neste diploma, com excepção do a) Cuja inscrição como revisor oficial de contas tiver
exercício de docência, em matérias que integrem o pro- sido suspensa compulsiva ou voluntariamente por tempo
grama de exame de admissão à Ordem. superior a 180 dias;
b) Que for temporariamente inibido, em processo penal,
CAPÍTULO III do exercício da profissão;
c) A quem, no prazo de cinco anos, forem aplicadas três
Relação com terceiros penas disciplinares.
Artigo 112.º 3 — O direito de a sociedade excluir o sócio com funda-
Representação mento em qualquer dos factos previstos no número anterior
caduca no prazo de 180 dias contados a partir da data em
As sociedades de revisores e os membros da sua ad- que a mesma tenha conhecimento:
ministração, direcção ou gerência não poderão constituir
mandatários ou procuradores nem substabelecer poderes a a) No caso da alínea a), do início de suspensão;
estranhos para o exercício dos direitos e deveres específicos b) No caso da alínea b), da decisão definitiva;
do seu objecto social, excepto tratando-se de revisores c) No caso da alínea c), da decisão definitiva em que
oficiais de contas ou quando a lei o torne imperativo. tenha sido aplicada a última pena.
São requisitos gerais de inscrição como revisor oficial O exame de admissão é organizado com vista a assegu-
de contas: rar o nível necessário de conhecimentos teóricos nas ma-
térias relevantes para a revisão legal e auditoria às contas,
a) Ter nacionalidade portuguesa, sem prejuízo do dis- bem assim a assegurar a capacidade para aplicar na prática
posto no artigo seguinte; esses conhecimentos.
b) Ter idoneidade moral para o exercício do cargo;
c) Estar no pleno gozo dos direitos civis e políticos; Artigo 127.º
d) Não ter sido condenado por qualquer crime doloso
nem declarado incapaz de administrar a sua pessoa e bens Organização, revisão e publicação da lista
por sentença transitada em julgado, salvo se obtida rea- (Revogado.)
bilitação judicial;
SECÇÃO II
e) Possuir licenciatura na área da auditoria, da contabili-
dade, do direito, da economia ou da gestão, ou noutras áreas Exame de admissão à Ordem
que venham a ser aprovadas por portaria do ministro da tu-
tela do ensino superior ouvida a Ordem, ou grau académico Artigo 128.º
numa dessas áreas que, nos termos da lei, seja equivalente Periodicidade
a licenciatura ou reconhecido como licenciatura;
f) Realizar com aproveitamento o exame de admissão 1 — O exame de admissão à Ordem será realizado, pelo
à Ordem; menos, uma vez por ano em data a marcar pelo conselho
g) Realizar com aproveitamento o estágio a que se refere directivo.
a secção III do presente capítulo. 2 — O exame poderá compreender a prestação de pro-
vas fraccionada por grupos de matérias, nos termos a fixar
Artigo 125.º no regulamento de inscrição e de exame.
Inscrição de estrangeiros
Artigo 129.º
Sem prejuízo do disposto no título V, é admitida a inscri- Regime do exame
ção de estrangeiros que preencham os requisitos exigidos
no artigo anterior desde que o Estado respectivo admita 1 — O exame de admissão à Ordem constará de provas
portugueses a exercerem profissão correspondente à de escritas e orais, a efectuar perante um júri.
revisor oficial de contas em igualdade de condições com 2 — A composição e nomeação do júri, bem como as
os seus nacionais, reconhecidas de harmonia com o legal- matérias, os trâmites e, em geral, a regulamentação do
mente estabelecido. exame, serão fixados no regulamento de inscrição e de
exame.
Artigo 126.º 3 — A prova de conhecimentos teóricos incluída no
exame deve abranger, pelo menos, as seguintes matérias:
Comissão de inscrição
a) Teoria e princípios da contabilidade geral;
1 — A inscrição processar-se-á sob orientação geral e b) Requisitos e normas legais relativos à elaboração das
fiscalização da comissão de inscrição. contas individuais e consolidadas;
2 — A comissão de inscrição funcionará na dependência c) Normas internacionais de contabilidade;
do conselho directivo da Ordem, competindo-lhe: d) Análise financeira;
a) Desempenhar as tarefas que lhe estejam fixadas no e) Contabilidade de custos e de gestão;
regulamento de exame e de inscrição, a aprovar pela assem- f) Gestão de risco e controlo interno;
bleia geral, com base em proposta do conselho directivo; g) Auditoria e qualificações profissionais;
b) Verificar a regularidade das condições de inscrição h) Requisitos legais e normas profissionais relativos à
como membros da Ordem, previstas neste diploma; revisão legal das contas e aos revisores oficiais de con-
c) Inscrever como revisores oficiais de contas na respec- tas;
tiva lista os requerentes que se encontrarem nas condições i) Normas internacionais de auditoria;
legalmente exigidas; j) Ética e deontologia profissional e independência.
d) Organizar, actualizar e publicar a lista dos revisores
oficiais de contas; 4 — A prova de conhecimentos teóricos deve ainda
e) Promover as averiguações necessárias ou convenien- abranger, pelo menos, as seguintes matérias, na medida em
tes com vista a verificar se a todo o momento se encontram que sejam relevantes para o exercício da auditoria:
preenchidos os requisitos de inscrição estabelecidos neste a) Direito das sociedades e governação das sociedades;
diploma; b) Direito da insolvência e procedimentos análogos;
f) Propor ao conselho directivo as medidas regulamen- c) Direito fiscal;
tares ou administrativas com vista a suprir lacunas ou a d) Direito civil e comercial;
interpretar as matérias da sua competência. e) Direito de segurança social e direito do trabalho;
f) Tecnologias da informação e sistemas informáticos;
3 — A composição e nomeação da comissão de inscri- g) Economia empresarial, geral e financeira;
ção e, em geral, a regulamentação da inscrição na Ordem h) Matemática e estatística;
são fixadas no regulamento de exame e de inscrição. i) Princípios básicos da gestão financeira das empresas.
8172 Diário da República, 1.ª série — N.º 226 — 20 de Novembro de 2008
4 — O relatório da averiguação efectuada pelo conselho relativamente aos revisores oficiais de contas e às socie-
disciplinar deve ser apresentado à comissão de inscrição dades de revisores oficiais de contas e, bem assim, pela
no prazo de 30 dias, que esta comissão pode prorrogar supervisão pública dos revisores oficiais de contas e das
ocorrendo motivo justificado. sociedades de revisores oficiais de contas.
5 — Nos casos de cancelamento voluntário de inscrição 4 — No que diz respeito aos revisores oficiais de contas,
por período superior a cinco anos, a deliberação sobre o seu o registo público contém as seguintes informações:
levantamento será também antecedida por uma avaliação
dos conhecimentos técnicos indispensáveis ao exercício a) Nome, endereço e número de registo;
da profissão. b) Caso aplicável, a denominação, endereço, endereço
6 — No caso de recusa do pedido de reinscrição, só do sítio na Internet e número de registo da sociedade de
poderá ser apresentado novo pedido depois de decorridos revisores oficiais de contas que emprega o revisor oficial
três anos sobre a data da notificação da recusa. de contas ou com a qual se encontra associado na qualidade
de sócio ou a qualquer outro título;
c) Todos os demais registos, como revisor oficial de
Artigo 145.º contas, junto das autoridades competentes dos outros Es-
Reinscrição após expulsão tados membros e, como auditor, junto de países terceiros,
incluindo os nomes das autoridades de registo e, se exis-
1 — Decorridos cinco anos sobre a expulsão disciplinar, tirem, os números de registo.
o interessado em requerer a sua reinscrição na lista dos
revisores oficiais de contas que reúna os requisitos gerais 5 — Os auditores de países terceiros registados devem
aplicáveis, consignados no artigo 124.º, poderá fazê-lo figurar no registo como tal e não como revisores oficiais
mediante requerimento dirigido à comissão de inscrição de contas.
e instruído com os documentos referidos no n.º 2 do ar-
6 — No que diz respeito às sociedades de revisores
tigo 135.º
oficiais de contas, o registo público contém as seguintes
2 — Verificada a regularidade do requerimento e dos
documentos juntos, a comissão de inscrição remeterá o informações:
processo para o conselho disciplinar, que averiguará se a) Denominação, endereço e número do registo;
o requerente se encontra nas condições exigidas para a b) Forma jurídica;
reinscrição. c) Informações sobre os contactos, a principal pessoa de
3 — O relatório da averiguação efectuada pelo conselho contacto e, se for caso disso, o endereço na Internet;
disciplinar deve ser apresentado à comissão de inscrição d) Endereço de cada escritório em Portugal;
no prazo de 30 dias, que esta comissão pode prorrogar e) Nome e número de registo de todos os revisores
ocorrendo motivo justificado. oficiais de contas empregados pela sociedade de revisores
4 — A deliberação sobre a reinscrição será também oficiais de contas ou a ela associados na qualidade de sócio
antecedida por uma avaliação dos conhecimentos técnicos ou a qualquer outro título;
indispensáveis ao exercício da profissão. f) Nomes e endereços comerciais de todos os sócios
5 — Se o pedido for rejeitado pela comissão de inscri- ou accionistas;
ção, pode ser renovado uma única vez depois de decorridos g) Nomes e endereços comerciais de todos os membros
três anos sobre a data da notificação da rejeição. dos órgãos de administração ou de direcção;
h) Caso aplicável, a identificação da rede, nacional ou
internacional, a que pertence;
TÍTULO V i) Todos os demais registos, como sociedade de revisores
Registo público oficiais de contas, junto das autoridades competentes dos
outros Estados membros e, como entidade de auditoria,
junto de países terceiros, incluindo os nomes das autorida-
Artigo 145.º-A des de registo e, se existirem, os números de registo.
Registo público
7 — As entidades de auditoria de países terceiros regis-
A Ordem assegura o registo dos revisores oficiais de
tadas figuram no registo, como tal, e não como sociedades
contas e das sociedades de revisores oficiais de contas.
de revisores oficiais de contas.
Artigo 145.º-B
Artigo 145.º-C
Conteúdo do registo público
Inscrição e actualização das informações de registo
1 — O registo público referido no artigo anterior iden-
tifica cada revisor oficial de contas e cada sociedade de 1 — No âmbito do seu processo de registo, os revisores
revisores oficiais de contas, através de um número espe- oficiais de contas e as sociedades de revisores oficiais de
cífico. contas devem prestar à Ordem, para efeitos de inscrição no
2 — As informações do registo público são inscritas e registo público, as informações referidas, respectivamente,
mantidas sob forma electrónica e comunicadas ao CNSA nos n.os 4 a 6 do artigo anterior.
para divulgação pública. 2 — Os revisores oficiais de contas e as sociedades de
3 — Para além dos factos e informações referidos nos revisores oficiais de contas devem notificar a Ordem de
números seguintes, o registo público contém a designação quaisquer alterações às informações contidas no registo
e o endereço das entidades responsáveis pela aprovação, público, no prazo de 30 dias a contar da ocorrência de
pelo controlo de qualidade, pelas inspecções e penalidades tais alterações.
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