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REGULAMENTO 537/2014, DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO, DE 16 DE ABRIL

(Entra em vigor em 17/6/2016)

Síntese de alguns dos artigos mais relevantes

Artigo Nº. Al) Assunto


TITULO I – OBJETO, ÂMBITO DE APLICAÇÃO E DEFINIÇÕES
1º OBJETO
O regulamento estabelece os requisitos para a realização da revisão
legal das DF individuais e consolidadas de EIP; regras relativas à
organização e seleção dos ROC e SROC pelas EIP destinadas a
promover a sua independência e evitar conflitos de interesses; e
regras relativas à supervisão do cumprimento desses requisitos pelos
ROC e SROC.

2º 1 ÂMBITO DE APLICAÇÃO
ROC e SROC que realizam auditorias a EIP e EIP.
2 O Regulamento não prejudica a Diretiva 2006/43/CE
3º DEFINIÇÕES
As constantes do artigo 2º da Diretiva 2006/43/CE
TÍTULO II – CONDIÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DE REVISÕES LEGAIS
DE CONTAS DE ENTIDADES DE INTERESSE PÚBLICO
4º 1 HONORÁRIOS DE AUDITORIA
Os honorários de revisão não são honorários contingentes
2 Quando o ROC/SROC prestar ao cliente de auditoria ou entidades do
grupo serviços de não auditoria (distintos dos referidos no artigo5º)
durante um período de três ou mais exercícios consecutivos a
totalidade dos honorários relativos a esses serviços não podem ser
superiores a 70% da média dos honorários pagos nos três últimos
exercícios consecutivos pelo exercício da revisão legal. Admite-se que
os EM possam autorizar a dispensa destes requisitos, a pedido dos
ROC/SROC relativamente a empresas auditadas por período não
superior a dois anos.
3 Quando o total dos honorários recebidos de uma EIP em cada um dos
3 últimos exercícios for superior a 15% dos honorários totais do
ROC/SROC este deve comunicar tal facto à Comissão de Auditoria ou
equivalente e analisar as ameaças à independência e
correspondentes salvaguardas. A Comissão de Auditoria pode
determinar se o trabalho de revisão deve ser sujeito ou não a
controlo de qualidade por outro ROC/SROC antes da emissão do
relatório. Mantendo-se o excesso a Comissão de Auditoria decide, de
forma objetiva, se o ROC/SROC pode continuar a fazer a revisão mas
nunca por período superior a 2 anos.
4 Os EM podem ser mais exigentes quanto aos requisitos.

5º 1 PROIBIÇÃO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DISTINTOS DA AUDITORIA


Serviços proibidos em simultâneo com serviços de auditoria a uma
EIP:
a) Serviços de assessoria Fiscal relativos a:
i) Elaboração de declarações fiscais;
ii) Impostos sobre os salários
iii) Direitos aduaneiros
iv) Identificação de subsídios públicos e incentivos fiscais
exceto se o apoio for exigido por lei
v) Apoio em matéria de inspeções fiscais exceto se tal for
exigido por lei
vi) Cálculo de impostos, incluindo os diferidos
vii) Aconselhamento fiscal
b) Serviços que envolvam participação na gestão ou na tomada de
decisões da entidade auditada
c) Registos contabilísticos e elaboração de demonstrações financeiras
d) Processamento de salários
e) Conceção e aplicação de procedimentos de CI ou de gestão de riscos
e ainda a conceção e aplicação dos sistemas informáticos aplicados na
preparação da informação financeira.
f) Serviços de avaliação incluindo serviços atuariais
g) Serviços jurídicos de aconselhamento geral, negociação em nome da
sociedade auditada e funções de representação.
h) Serviços relacionados com a auditoria interna da entidade auditada
i) Serviços de apoio ao financiamento e à estratégia de investimento
j) Promoção, negociação ou tomada firme de ações na entidade
auditada
k) Serviços em matéria de recursos humanos
i) Seleção ou procura de candidatos para lugares que sejam
suscetíveis de influenciar a informação financeira
ii) Configuração da estrutura da organização
iii) Ao controlo dos custos
2 Os EM podem proibir outros serviços que representem ameaças à
independência.
3 Os EM podem autorizar os serviços referidos em a) i), iv) e vii) e em f)
desde que não tenham efeito direto ou sejam imateriais. A estimativa
do efeito é documentada e explicada no relatório à Comissão de
Auditoria e os princípios de independência previstos na Diretiva
2006/43/CE são respeitados.
4 Os membros da rede a que pertence o auditor podem prestar
serviços distintos de auditoria que não os proibidos, sob reserva da
comissão de auditoria (aplicável a auditorias de EIP).
6º 2 a) PREPARAÇÃO PARA A REVISÃO LEGAL DE CONTAS E AVALIAÇÃO
DAS AMEAÇAS À INDEPENDÊNCIA
O ROC/SROC confirma anualmente à Comissão de Auditoria a sua
independência relativamente à entidade auditada.
b) Debate com a Comissão as ameaças à independência e salvaguardas.
7º IRREGULARIDADES
Relativamente à EIP o auditor deve comunicar à entidade auditada
as irregularidades identificadas e as suspeitas de fraude, sugerindo
medidas adequadas. Não havendo investigação o ROC/SROC
comunica às autoridades competentes.
8º 1 REVISÃO DE CONTROLO DE QUALIDADE DO TRABALHO
Antes da emissão do relatório de auditoria é realizada uma revisão
do controlo de qualidade do trabalho
2 A revisão é efetuada por um revisor de controlo de qualidade não
envolvido na execução do trabalho de auditoria.
3 Quando não há revisores não envolvidos a revisão é efetuada por
revisor que não seja sócio ou empregado (Revisor independente)
5 A referida revisão avalia:
a) A independência
b) Os riscos identificados e as medidas adoptadas
c) Fundamentação do nível de materialidade
d) Pareceres solicitados a peritos e impacto no trabalho de auditoria
e) Natureza e âmbito das distorções corrigidas e n
f) Assuntos debatidos com a Comissão de auditoria ou outros órgãos
g) Assuntos debatidos com autoridades competentes
h) Se há adequada sustentação da opinião emitida
6 Os resultados da revisão do controlo de qualidade são debatidos
com o ROC responsável ou com o sócio principal.
7 Devem ser mantidos registos da revisão do controlo
9º NORMAS INTERNACIONAIS DE AUDITORIA
A Comissão fica autorizada a adotar as Normas Internacionais de
Auditoria referidas no artigo 26º da Diretiva 2006/43/CE
10º 1 RELATÓRIO DE AUDITORIA OU CERTIFICAÇÃO LEGAL DAS CONTAS
Os resultados da auditoria são apresentados num relatório de
auditoria ou CLC
2 O relatório é elaborado de acordo com p artigo 28º da Diretiva e
inclui, além disso, pelo menos:
a) A indicação da pessoa ou o órgão que nomeou o ROC/SROC
b) Data da nomeação e período total do mandato ininterrupto,
incluindo renovações
c) Divulgação dos riscos de distorção material identificados, incluindo
riscos de fraude, síntese da resposta aos riscos e outras observações
fundamentais.
d) Uma explicação quanto à eficácia da auditoria na deteção de
irregularidades
e) A confirmação de que o parecer de auditoria é consistente com o
relatório adicional dirigido Comissão de Auditoria.
f) Declaração de que não foram prestados serviços distintos da
auditoria proibidos
g) Indicação de todos os serviços adicionais prestados não divulgados
no relatório e contas. Os EM estabelecem requisitos adicionais
quanto ao relatório de auditoria.
3 O relatório é redigido numa linguagem clara e inequívoca.
11º 1 RELATÓRIO ADICIONAL DIRIGIDO À COMISSÃO DE AUDITORIA
Deve ser apresentado relatório adicional à Comissão de Auditoria o
mais tardar na data da CLC ou relatório de auditoria. Os EM podem
exigir que seja igualmente submetido à Administração.
2 O relatório adicional inclui:
a) Uma declaração de independência
b) A identificação de cada um dos sócios principais que tenham
participado na auditoria
c) Indicação da intervenção de outros revisores ou peritos e
confirmação de que foi recebida declaração de independência.
d) Descrição da natureza, frequência e extensão das comunicações com
a Comissão de Auditoria
e) Âmbito e calendário da auditoria
f) Repartição das tarefas no caso de terem sido nomeados mais do que
um revisor
g) Metodologia utilizada
h) Nível quantitativo de materialidade: global e de desempenho
i) Juízos sobre eventos ou condições identificados. Obtenção de
declarações escritas, cartas de conforto. Questão da continuidade.
j) Deficiências dos sistemas contabilístico e de controlo interno
k) Incumprimento de leis e regulamentos
l) Indicação e apreciação de métodos de avaliação
m) Perímetro de consolidação e critérios de exclusão
n) Intervenção de outros revisores não pertencentes à mesma rede
o) Indicação sobre a colaboração da entidade auditada
p) Dificuldades surgidas no decurso do trabalho e questões
significativas discutidas;
3 No caso de nomeação de mais do que um revisor e sempre que
exista desacordo entre os dois relativamente a certa matéria
contabilística ou de auditoria devem os motivos do desacordo ser
explicados no relatório adicional.
12º RELATÓRIO PARA AS AUTORIDADES DE SUPERVISÃO DAS EIP
Relatório para as autoridades de supervisão das EIP nas situações
seguintes:
1 a) Violação material das disposições legislativas regulamentares e
administrativas relacionadas com o exercício da actividade
b) Ameaça ou dúvida quanto à continuidade
c) Recusa de emissão de parecer sobre DF ou emissão de parecer com
reservas ou adverso
2 É estabelecido um diálogo efectivo entre as autoridades de
supervisão das Instituições. de crédito e de seguro e os ROC.
13º 1 RELATÓRIO DE TRANSPARÊNCIA
Relatório de transparência até 4 meses após o termo de cada
exercício. Disponível durante 5 anos no sítio da internet. É
comunicado às autoridades competentes.
2 Conteúdo do relatório de transparência
14º INFORMAÇÃO ÀS AUTORIDADES COMPETENTES
Informação às autoridades competentes da lista das EIP auditadas e
respetivos honorários (auditoria e serviços distintos)
15º CONSERVAÇÃO DE DADOS
Mínimo 5 anos
TÍTULO III – NOMEAÇÃO DE ROC/SROC POR EIP
16º NOMEAÇÃO DE ROC OU SROC
Deve ser feita por recomendação da Comissão de Auditoria na
sequência de um processo de seleção, o qual não se coloca nas
situações de renovação. A proposta de nomeação é apresentada à
Assembleia Geral.
17º 1 DURAÇÃO DO MANDATO DA AUDITORIA
Mínimo de 1 ano e máximo de 10 anos, incluindo renovações.
2 Os EM podem fixar mais 1 ano e menos de 10.
3 A rotação é obrigatória no termo do período máximo admitido.
4 O prazo máximo acima pode ser derrogado para uma duração
máxima de 20 anos ou 24 anos (caso exista processo de concurso
público -1º caso - ou sejam nomeados mais do que um revisor e
emitam relatório
6 Os prazos máximos ainda podem ser, a título excecional,
prolongados em dois anos.
7 Os sócios principais responsáveis pelo trabalho cessam a sua
intervenção no trabalho o mais tardar 7 anos após a data de
nomeação. Só podem voltar a participar depois de decorridos três
anos Os EM podem ser mais exigentes. A rotação é extensiva a
quadros superiores que participam na revisão.
18º DOSSIER DE TRANSFERÊNCIA
Nos casos de substituição de auditores. Acesso ao relatório adicional
e a outras informações comunicadas.
19º DESTITUIÇÃO E RENÚNCIO DE ROC OU SROC
TÍTULO IV – SUPERVISÃO DAS ACTIVIDADES DOS ROC/SROC
QUANDO REALIZAM A REVISÃO LEGAL DE CONTAS DE EIP
CAPÍTULO I – AUTORIDADES COMPETENTES
20º Designação das autoridades competentes
21º Condições de independência das autoridades competentes:
independentes dos ROC/SROC
22º Sigilo profissional em relação às autoridades competentes
23º Poderes das autoridades competentes
24º Delegação de funções
25º Cooperação com outras autoridades competentes a nível nacional

CAPÍTULO II – CONTROLO DE QUALIDADE, MONITORIZAÇÃO DO


MERCADO E TRANSPARÊNCIA DAS AUTORIDADES COMPETENTES
26º Controlo da qualidade
27º Monitorização da qualidade e competitividade do mercado
28º Transparência das autoridades competentes

CAPÍTULO III – COOPERAÇÃO ENTRE AS AUTORIDADES


COMPETENTES E RELAÇÕES COM AS AUTORIDADES EUROPEIAS DE
SUPERVISÃO

29º Obrigação de cooperar


30º Criação do CEAOB – Comité dos Organismos Europeus de Supervisão
de Auditoria
31º Cooperação na realização de verificações de controlo de qualidade,
investigações, inspecções nas instalações do ROC
32º Colégios de autoridades competentes
33º Delegação de funções
34º Confidencialidade e sigilo profissional em relação à cooperação entre
autoridades competentes
35º Protecção de dados pessoais

CAPÍTULO IV – COOPERAÇÃO COM AUTORIDADES DE PAÍSES


TERCEIROS E COM ORGANIZAÇÕES E ORGANISMOS
INTERNACIONAIS
36º Acordos de troca de informações
37º Divulgação de informações recebidas de países terceiros
38º Divulgação de informações transferidas para países terceiros
39º Exercício da delegação
40º Análise e relatórios
41º Disposição transitória

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