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Atividade Reflexiva

Disciplina: Fisiologia Humana


Conteúdo temático: Comunicação, integração e homeostase
Objeto de estudo: Diabetes Mellitus

Apresentação e contextualização da Atividade

Prezado acadêmico(a), nesta Atividade Reflexiva estudaremos um


assunto fundamental da fisiologia humana, a “comunicação, integração e
homeostase”. Para abordar este assunto de uma forma mais dinâmica e
instigante, vamos utilizar como contexto uma doença grave e infelizmente muito
presente na população brasileira, a Diabetes Mellitus. O Brasil é 5° país em
incidência de Diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos e uma
estimativa em atingir 21,5 milhões em 2030 (Biblioteca Virtual em Saúde). Frente
a estes dados, fica claro a importância em conhecer um pouco mais sobre essa
doença e principalmente estudar a fisiologia envolvida na sua origem,
diagnóstico e tratamento.
Esta atividade trata-se de um estudo de caso, onde inicialmente será
apresentada uma situação hipotética para leitura e análise. Na sequência, serão
propostas algumas questões para serem respondidas com base nos conteúdos
estudados na disciplina Fisiologia Humana.
Para auxiliar na realização da atividade, serão apresentadas dicas, pistas
e imagens ilustrativas. A ideia aqui não é escrever resposta longas e demoradas
e sim compreender os fatos relatados com ajuda das discas, pistas e imagens e
conseguir responder as questões de forma sucinta e objetiva.

Bom estudo a todos!

Prof. Alan

Objetivos da atividade

- Demonstrar a importância da “comunicação, integração e homeostase” na


fisiologia humana.
- Proporcionar informações sobre os aspectos fisiológicos da doença
Diabetes Mellitus.
- Demonstrar a aplicabilidade dos conteúdos teóricos da disciplina em
situações práticas.

Fontes de pesquisa

Para mais informações sobre a Diabetes Mellitus:


1 - https://www.endocrino.org.br/o-que-e-diabetes/
2 - https://diabetes.org.br/

Sugestão de livros disponíveis na biblioteca virtual


STANFIELD, C, L. Fisiologia humana. 5ed. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2013. Link para acesso:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/4223).

Manual de Diabetes Mellitus – Liga de Controle de Diabetes Mellitus do


Hospital das Clínicas da Faculdade de Madicina – USP. Link para acesso:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/173980

Desenvolvimento da Atividade

Relato de Caso (fictício)


OBS: As questões a serem analisadas, discutidas e respondidas estão
presentes ao longo do relato de caso, assim como as dicas, pistas e imagens.

São 8 horas da manhã e Pablo Garcia, de 20 anos, está com fome. Ele
foi ao consultório médico antes do café da manhã para dosar a glicemia (glicose
sanguínea) de jejum, como parte de um exame de rotina. Neste exame, o sangue
é coletado depois de uma noite em jejum, e a concentração de glicose no sangue
é mensurada. Como ele sabe que se encontra em boas condições de saúde, não
está preocupado com o resultado. Ele é surpreendido, então, quando a
enfermeira que trabalha no consultório do médico o chama dois dias depois. “Sua
glicemia em jejum está um pouco elevada, Pablo, ela está 130 miligramas por
decilitro, e o normal é 100, ou menos. Alguém na sua família tem diabetes?”
“Bem, sim – meu pai tem. O que exatamente é diabetes?”
Mais tarde naquele dia no consultório médico, a enfermeira explica sobre
o diabetes para Pablo. O diabetes mellitus é uma família de distúrbios
metabólicos causados por defeito nas vias homeostáticas responsáveis por
regular o metabolismo da glicose. Existem várias formas de diabetes, e algumas
podem ser herdadas. Uma das formas, o diabetes mellitus tipo 1, ocorre quando
as células endócrinas do pâncreas deixam de produzir insulina, um hormônio
proteico envolvido na homeostasia da glicose do sangue (OBS: as células beta
são destruídas por um processo autoimune e, por isso, há uma menor secreção
de insulina). Em outra forma, o diabetes mellitus tipo 2, a insulina pode estar
presente em níveis normais ou acima dos valores normais, mas as células-alvo
responsivas à insulina não respondem normalmente a este hormônio.

*Caro aluno, agora analise as pistas, dicas e imagens fornecidas e responda


corretamente as questões ao longo do relato de caso.

Pergunta 1: Em qual tipo de diabetes é mais provável de haver defeito na via de


sinalização da insulina na célula-alvo?

R: O diabetes tipo 2, também conhecido como insulina resistente é caracterizado


pela produção normal de insulina pelo pâncreas, mas as células deixam de
responder à ação da insulina. Nas células, a insulina atua estimulando a
expressão dos receptores GLUT-4 na superfície celular, para que esses
receptores captem a glicose presente no sangue. Com a ausência de resposta
das células à insulina, a concentração de glicose no sangue se eleva, pois as
células não são estimuladas a produzir o receptor de glicose.
Pergunta 2: A insulina é um hormônio proteico. Você esperaria encontrar o seu
receptor na superfície celular (membrana) ou no citoplasma das células-alvo?
Dica: Moléculas sinalizadoras lipofílicas (hidrofóbicas) possuem receptores
intracelulares. Moléculas lipofóbicas (hidrofílicas) possuem receptores de
membrana.
R: A insulina é um hormônio que possui seus receptores situados na membrana
celular. A insulina é produzido no pâncreas, nas ilhotas pancreáticas, sendo
liberada para ligar-se às células alvo através de um receptor que possui
as subunidades beta e alfa, sendo uma glicoproteína.
As subunidades do receptor são ligadas por pontes dissulfeto, estando a
parte alfa na região externa da célula, enquanto a parte beta se encontra
na parte interna celular.

Pista: IMAGEM 1: Locais dos receptores das células-alvo

Fonte: SILVERTHORN (2017)


“Meu pai se aplica injeções de insulina para o seu diabetes”, diz Pablo. “O
que a insulina faz?” A enfermeira explica que a insulina normalmente ajuda a
maioria das células a captar e utilizar a glicose. Em ambos os tipos de diabetes,
contudo, as concentrações de glicose no sangue em jejum estão elevadas, uma
vez que as células não captam e não usam a glicose normalmente. Se são
aplicadas injeções de insulina em pacientes com diabetes tipo 1, os seus níveis
de glicose no sangue baixam. Se são aplicadas injeções de insulina em
pacientes com diabetes tipo 2, o nível de glicose no sangue pode mudar muito
pouco.

Pergunta 3: Em qual forma de diabetes os receptores de insulina estão mais


provavelmente regulados para cima?
Dica: A produção programada de novas proteínas (receptores, enzimas e
transportadores de membrana, em particular) é denominada regulação para
cima (up-regulation). Inversamente, a remoção programada de proteínas é
denominada regulação para baixo (down-regulation). Em ambas as situações, a
célula é induzida a produzir ou remover proteínas para alterar sua resposta.
Pista: A regulação para cima dos receptores geralmente ocorre se uma molécula
sinalizadora está presente em concentrações anormalmente baixas.

R: A regulação para cima acontece quando os receptores estão muito sensíveis


pela falta do hormônio, como é o caso da diabetes tipo II, que é aquela que não
é hereditária e surge pelo estilo de vida, cessando a produção de insulina.

“Por que a elevação da glicose no sangue é ruim?” Pablo pergunta. “A


elevação da glicose no sangue após a refeição não é ruim por si mesma,” diz a
enfermeira, “mas quando está elevada após o jejum, sugere que alguma coisa
esteja errada na forma de o seu corpo lidar com o metabolismo da glicose”.
Quando uma pessoa normal ingere alimentos contendo carboidratos, os níveis
de glicose no sangue aumentam e estimulam a liberação da insulina. Quando as
células captam a glicose e o nível de glicose no sangue cai, a secreção de outro
hormônio pancreático, o glucagon, aumenta. O glucagon aumenta a
concentração de glicose no sangue para mantê-la na faixa homeostática.

Pergunta 4: A regulação homeostática dos níveis de glicose do sangue pelos


hormônios insulina e glucagon é um exemplo de qual postulado de Cannon?

Dica: Os postulados de Cannon descrevem o papel do sistema nervoso na


manutenção da homeostasia, e os conceitos de atividade tônica, controle
antagonista e diferentes efeitos dos sinais em diferentes tecidos.

Pista: “O postulado de Cannon descreve as variáveis reguladas e os sistemas


de controle fisiológicos”

Walter Cannon, o pai da fisiologia norte-americana, descreveu várias


propriedades dos sistemas de controle homeostático, nos anos de 1920,
baseado em suas observações do corpo nos estados saudável e doente. Isso
ocorreu décadas antes de os cientistas terem qualquer ideia de como esses
sistemas de controle funcionam nos níveis celular e subcelular.
Os quatro postulados de Cannon são (SILVERTHORN, 2017):

1. O sistema nervoso tem um papel na preservação da “aptidão” do meio


interno. A aptidão, nesse caso, significa condições que são compatíveis com a
função normal. O sistema nervoso coordena e integra o volume sanguíneo, a
osmolaridade do sangue, a pressão sanguínea e a temperatura do corpo, entre
outras variáveis reguladas. (Na fisiologia, uma variável regulável é também
conhecida como parâmetro.

2. Alguns sistemas do corpo estão sob controle tônico. Para citar Cannon,
“Um agente pode existir desde que tenha uma atividade moderada que possa
ser modificada para cima e para baixo”. O controle tônico é como se fosse o
controle do volume de um rádio. O rádio está ligado, mas ao virar o botão você
pode fazer o nível do som se tornar mais alto ou mais baixo. Esse é um dos
conceitos mais difíceis da fisiologia porque temos sempre a tendência de pensar
que as respostas estão sendo “ligadas” ou “desligadas”, em vez de pensarmos
que uma resposta sempre ligada pode aumentar ou diminuir. Um exemplo
fisiológico de um sistema tonicamente controlado é a regulação minuto a minuto
do diâmetro dos vasos sanguíneos pelo sistema nervoso. Um aumento do sinal
emitido pelo sistema nervoso diminui o diâmetro do vaso e uma diminuição desse
sinal aumenta o diâmetro. Neste exemplo, é a quantidade de neurotransmissor
que determina a resposta do vaso: quanto mais neurotransmissor maior a
resposta constritora.

3. Alguns sistemas corporais estão sob controle antagonista. Cannon


escreveu, “Quando se sabe que um fator pode modificar um estado homeostático
em uma direção, é razoável procurar um fator ou fatores que tenham um efeito
oposto”. Os sistemas que não estão sob controle tônico geralmente estão sob
controle antagonista, realizado por hormônios ou pelo sistema nervoso. Em vias
controladas pelo sistema nervoso, neurônios de diferentes divisões do sistema
nervoso podem ter efeitos opostos. Por exemplo, sinais químicos da divisão
simpática aumentam a frequência cardíaca, mas sinais químicos provenientes
da divisão parassimpática a diminuem. Quando sinalizadores químicos possuem
efeitos opostos, eles são chamados de antagonistas.

4. Um sinal químico pode ter efeitos diferentes em tecidos diferentes.


Cannon observou corretamente que “agentes homeostáticos antagonistas em
uma região do corpo podem ser cooperativos em outra”. Contudo, a base para
as ações aparentemente contraditórias de alguns hormônios ou nervos não se
esclareceu até os cientistas aprenderem mais sobre os receptores celulares.
Como você aprendeu anteriormente neste capítulo, um único sinal químico pode
ter diferentes efeitos dependendo do receptor e da via intracelular de sua célula-
alvo. Por exemplo, a adrenalina contrai ou dilata os vasos sanguíneos,
dependendo de se estes vasos possuem receptores adrenérgicos alfa ou beta
2.

R: A Insulina e o Glucagon atuam por meio do Terceiro Postulado de Cannon,


que estabelece que alguns sistemas do corpo estão sob controle antagônico.
Quando há a liberação da insulina, ocorre a diminuição dos níveis de glicose no
sangue.

Pablo fica fascinado pela habilidade do corpo de controlar a glicemia.


“Como o pâncreas sabe qual hormônio secretar?”, ele pergunta. Células
especiais no pâncreas, chamadas de células beta, monitoram a concentração de
glicose sanguínea e liberam insulina quando a glicose sanguínea aumenta após
uma refeição. A insulina atua sobre os tecidos do corpo para que estes captem
e utilizem a glicose.
Pergunta 5: Na via reflexa da insulina, cite o estímulo, o sensor, o centro
integrador, o sinal de saída, o(s) alvo(s) e a(s) resposta(s).

Pista: Um estímulo é o distúrbio ou mudança que ativa a via. O estímulo pode


ser uma mudança na temperatura, no conteúdo de oxigênio, na pressão
sanguínea, ou qualquer uma de uma miríade de outras variáveis reguladas.

Dica: IMAGEM 2

Fonte: SILVERTHORN (2017)

R: Nessa via, as células endócrinas pancreáticas têm o papel


de sensores, portanto, agem monitoram a concentração de glicose no sangue.
Se essa concentração aumenta, as células β-pancreáticas (centro
integrador) iniciam a secreção de insulina (sinal de saída).
A insulina é transportada até os tecidos-alvo (alvo) pelo sangue, o que faz com
que eles tenham a capacidade de captar mais glicose, isso diminui a
concentração de glicose no sangue (resposta). Essa diminuição da glicose
sanguínea é captada pelas células endócrinas pancreáticas, que cessa a
liberação de insulina.

“Ok, só mais uma pergunta”, diz Pablo. “Você disse que pessoas com
diabetes têm níveis altos de glicose no sangue. Se a glicose é tão alta, por que
ela não pode simplesmente entrar nas células?”

Pergunta 6: Por que a glicose não consegue simplesmente entrar nas células
quando a concentração de glicose no sangue é maior que a concentração
intracelular?
Dica: a glicose é lipofóbia (hidrofílica).
Pista: A difusão simples acontece através da bicamada fosfolipídica. A difusão
facilitada utiliza proteínas carreadoras.

R: A glicose não consegue entrar na célula através da difusão devido ao seu


peso molecular. Geralmente, ela atravessa a membrana plasmática através do
processo difusão facilitada, com ajuda das proteínas transportadoras chamadas
de GLUTs. Outro modo da glicose entrar na célula é acoplada ao íon de sódio.
Pergunta 7: O que você acha que acontece com a secreção de insulina quando
o nível de glicose do sangue cai? Que tipo de feedback está atuando aqui?
Dica: O estímulo para a liberação de insulina é um aumento dos níveis de glicose
no sangue.
Pista: No feedback negativo, a resposta contrabalança ou compensa o estímulo.
No feedback positivo, a resposta aumenta o estímulo.

R:Quando os níveis de glicose caem, entra em ação o glucagon, que garante a


liberação da glicose que está armazenada no corpo. O feedback negativo que
reduz o estímulo, revertendo a direção da mudança.

Pablo submeteu-se a mais exames e foi diagnosticado com diabetes tipo


2. Com uma atenção cuidadosa na sua dieta e com um programa regular de
exercícios, ele conseguiu manter seus níveis de glicose sanguínea sob controle.
O diabetes é uma epidemia que vem crescendo em todo o mundo. Mais
preocupante é o fato de que outras 79 milhões de pessoas são consideradas
“pré-diabéticas” – em risco significante de se tornarem diabéticas.

1. Referências bibliográficas

STANFIELD, C, L. Fisiologia humana. 5ed. São Paulo: Pearson Education do


Brasil, 2013.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana: Uma abordagem integrada. 7ed.
Porto Alegra: Artmed, 2017.

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