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Pronomes:
Emprego dos pronomes pessoais.
1. Os pronomes pessoais do caso reto (eu, tu, ele/ela, nos, vós, eles/elas) devem ser
empregados na função sintática de sujeito. Considera-se errado seu emprego como
complemento. Convidaram ele para a festa. (errado)
Eu cheguei atrasado. (certo)
Receberam nós com atenção. (errado)
Ele compareceu à festa (certo)
*Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de preposição não se
usam as formas retas eu e tu, mas as formas oblíquas mim e ti.
Ninguém irá sem eu. (errado)
Ninguém irá sem mim. (certo)
Nunca houve discussões entre eu e tu. (errado)
Nunca houve discussões entre mim e ti. (certo)
Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas eu e tu mesmo precedidas por
preposição:
quando essas formas funcionam como sujeito de um verbo no infinitivo.
Deram o livro para eu ler. Deram o livro para tu leres.
Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas eu e tu é obrigatório, na medida em
que tais pronomes exercem a função sintática de sujeito.
5. Os pronomes oblíquos se, si, consigo devem ser empregados somente como reflexivos.
Considera-se errada qualquer construção em que os referidos pronomes não sejam
reflexivos.
Querida, gosto muito de si. (errado)
Querida, gosto muito de você. (certo)
Preciso muito falar consigo. (errado)
Preciso muito falar com você. (certo)
Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os pronomes e, si consigo
foram empregados como reflexivos.
Ele feriu-se.
Cada um faça por si mesmo a redação.
O professor trouxe as provas consigo.
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar como sujeito. Isso
ocorre com os verbos deixar, fazer, ouvir, mandar, sentir, ver seguidos de infinitivo; o
pronome oblíquo será sujeito desse infinitivo.
Deixei-o sair.
Sofia deixou-se estar à janela. (Machado de Assis)
sujeito Vi-o chegar.
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonasmo vicioso, e sim ênfase.
12. As formas plurais nós e vós podem ser empregadas para representar uma única pessoa
(singular), adquirindo valor cerimonioso ou de modéstia.
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes. (plural de modéstia)
Vós sois a minha salvação. Meu Deus! (plural majestático)
13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de vossa, quando nos dirigimos à
pessoa representada pelo pronome, e por sua, quando falamos dessa pessoa.
Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
- Vossa Excelência já aprovou os projetos?
Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração.
Verifique que no primeiro caso empregou-se Vossa Excelência, porque o interlocutor falava
diretamente com o governador, Já no segundo caso, empregou-se Sua Excelência, pois se
falava do governador.
14. Você e os demais pronomes de tratamento (Vossa Majestade, Vossa Alteza, etc.),
embora se refiram à pessoa com quem falamos (2a. pessoa, portanto), do ponto de vista
gramatical, comportam-se como pronomes de terceira pessoa. Você trouxe seus documentos?
Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas.
3. Os pronomes demonstrativos podem indicar o que ainda vai ser falado e aquilo que já foi
falado.
a) Devemos empregar este (e variações) e isto quando queremos fazer referência a alguma
coisa que ainda vai ser falada.
Espero sinceramente isto: que se procedam às reformas.
Estas são algumas características do Romantismo: subjetivismo, apego à natureza, nacionalismo.
b) Devemos empregar esse (e variações) e isso quando queremos fazer referência a alguma
coisa que já foi falada.
Que as reformas sejam efetuadas rapidamente; é isso o que mais desejo.
Subjetivismo, apego à natureza nacionalismo; essas são algumas características do Romantismo.
5. O, a, os, as, são pronomes demonstrativos quando podem ser substituídos por aquele,
aquela, aquilo, isso.
Achei o que procuras.
Somos o que somos. (Fernando Pessoa)
Obs.: Em expressões como: por isso, além disso, isto é, o uso do demonstrativo nem sempre
está em conformidade com a regra; nessas expressões, sua forma é fixa.
Obs.: Pode ocorrer mudança de sentido na frase, conforme a posição do pronome pessoal.
Compare:
Recebi notícias suas. (notícias sobre você)
Recebi suas notícias. (notícias transmitidas por você)
Tenho comigo uma carta sua. (uma carta que pertence a você)
Tenho comigo sua carta. (uma carta escrita por você)
2. Em muitos casos, a utilização do possessivo de terceira pessoa (seu e flexões) pode deixar
a frase ambígua, isto é, podemos ter úvidas quanto ao possuidor.
Pedro saiu com sua irmã. (irmã de quem? De Pedro, ou do interlocutor?)
Para evitar essa ambigüidade deve-se reforçar o possessivo através da forma dele (e flexões).
Pedro saiu com a irmã dele.
Neste caso, não temos dúvida alguma, pois está claro que se trata da irmã de Pedro.
Veja outro exemplo:
A professora disse ao diretor que concordava com sua nomeação.
Verifique que o emprego do possessivo torna a frase ambígua, pois sua pode estar referindo
ao diretor ou à professora.
Desfaz-se a ambigüidade desta forma:
A professora disse ao diretor que concordava com a nomeação dela. (da professora) A professora disse ao
diretor que concordava com a nomeação dele. (do diretor)
Obs.: É considerado dispensável o uso do possessivo de terceira pessoa quando já está sendo
utilizada a forma dele e flexões; entretanto, ele pode ser empregado como reforço em
benefício da clareza.
Pedro saiu com sua irmã dele.
A professora disse ao diretor que concordava com sua nomeação dela.
3. Há casos em que o pronome possesivo não exprime propriamente idéia de posse. Ele pode
ser utilizado para indicar aproximação, afeto ou respeito. Aquele senhor deve ter seus cinqüenta
anos. (aproximação)
Meu caro aluno, procure esforçar-se mais. (afeto)
Minha Senhora, permita-me um aparte. (respeito)
4. Não se deve usar o pronome possessivo antes de termos que indiquem partes do corpo
quando estes estiverem funcionando como complemento de verbos.
Quebrei minha perna. (errado)
Quebrei a perna. (certo)
Obs.: A palavra seu que antecede nomes de pessoas não é pronome possessivo, mas
corruptela de senhor.
Seu Humberto, o senhor poderia emprestar-me a furadeira?
*É comum empregar-se o relativo quem sem antecedente claro. Neste caso, ele é classificado
com relativo indefinido.
Quem cala consente. (Aquele que cala consente.)
3. O pronome relativo que pode ser empregado com referência a pessoas ou coisas.
Não conheço o rapaz que saiu. (refere-se a pessoa)
Não li o livro que você me indicou. (refere-se a coisa)
Obs.,: Com as preposições sem e sob, usa-se de preferência o relativo o qual (e flexões).
O professor nos apresentou uma condição sem a qual o trabalho não terá sentido.
Este é o móvel sob o qual ficou escondido o documento.
5. O pronome relativo que pode ter por antecedente o pronome demonstrativo o (e flexões).
Cesse tudo o que a Musa antiga canta…" (Camões)
Sei o que estou dizendo.
Obs.: Quando pode ser empregado sem antecedente. Esse emprego é comum em certos
documentos jurídicos.
Saibam quantos lerem este proclama…
8. O relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a em que, no qual. Esta é a casa onde
moro.
Não conheço o lugar onde você está.
Não conheço o lugar aonde você irá.
Obs.: * Onde é empregado com verbos que não dão idéia de movimento * Aonde é
empregado com verbos que dão idéia de movimento e equivale a para onde; é resultado da
combinação da preposição a + onde.
Sempre morei na cidade onde nasci.
Aonde eu for, virás comigo.
Onde pode ser usado sem antecedente.
Fique onde está.
Uso da próclise:
É obrigatória quando houver palavra que atraia o pronome para antes do verbo. As palavras
que atraem o pronome são as seguintes:
d) conjunções subordinativas:
Embora me informassem os verdadeiros motivos, não acreditei.
e) pronomes relativos:
A pessoa que me informou os verdadeiros motivos não compareceu.
Obs.: Se houver duas palavras atraindo um mesmo pronome, pode-se colocar o pronome
oblíquo entre as duas palavras atrativas.
É difícil entender quando se não ama.
Ou, como é mais freqüente:
É difícil entender quando não se ama.
A palavra que atrai o pronome, mesmo que venha subentendida.
Desejo me compreendam. (Desejo que me compreendam.)
Uso da mesóclise:
A mesóclise é obrigatória com o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito.
Desde que não haja antes palavra atrativa.
Convidar-me-ão para a cerimonia.
Convidar-me-iam para a cerimônia.
No caso de haver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória.
Não me convidarão para a cerimônia.
Nunca me convidariam para a cerimônia.
Obs.: É sempre errado o uso do pronome oblíquo depois de verbo no futuro do presente ou
no futuro do pretérito.
Uso da ênclise:
A ênclise é obrigatória:
a) com o verbo no início da frase:
Entregaram-me as mercadorias.
Obs.: Lembre-se de que é sempre errado o pronome oblíquo átono no início da frase.