No Ensino Médio decidi que optaria pela faculdade de Psicologia, motivado por programas na TV onde Psicólogos opinavam sobre alguns casos. No ano de 2012 iniciei meus estudos preparatórios em uma ONG localizada no Centro Histórico de Porto Alegre-RS para me preparar para o ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio. Após receber a nota da prova, consegui uma bolsa de estudos integral pelo PROUNI – Programa Universidade para Todos, na Faculdade São Francisco de Assis, onde estudei Psicologia de 2013 a 2018. Na graduação, interessei-me pela saúde da pessoa idosa após estágios realizados SPAAN – Sociedade Porto-alegrense de Auxílio aos Necessitados que realiza um trabalho dedicado a proporcionar uma velhice com qualidade de vida aos seus moradores e na SES/RS – Secretaria Estadual de Saúde do RS, onde estagiei no departamento de saúde da pessoa idosa. Após formado, atuei como Psicólogo autônomo numa empresa de homecare de clientes, geralmente, pessoas idosas, tendo as primeiras experiências profissionais e identifiquei uma dificuldade na Psicologia: encontrar estudos sobre essa faixa etária. Por isso, decidi continuar meus estudos na área da senescência e contribuir para reverter esse quadro de poucos estudos sobre as pessoas mais velhas e escrevi um artigo científico que foi publicado. Além do meu trabalho em homecare, também atuei como Analista de Recursos Humanos, onde identifiquei que as empresas pareciam ter dificuldades na contratação de pessoas acima de 60 anos e, aquelas que tinham profissionais nessa idade, não possuíam um plano de preparação para a transição à aposentadora de seus empregados. Isso posto, notei novamente desafios, mas também oportunidades onde a Psicologia poderia se fazer ainda mais útil nesse campo, caso houvesse mais estudos. Atualmente, trabalho na Prefeitura Municipal de Glorinha-RS, onde além da psicoterapia para os cidadãos, eventualmente colaboro com palestras e treinamentos para os gestores sobre gestão de pessoas. 2. Interesses de pesquisa e motivação para ingressar no curso de mestrado/doutorado Durante meu estágio na área de saúde do idoso na SES/RS, pude participar da elaboração do diagnóstico da condição do idoso no Rio Grande do Sul, estudo que trouxe diversos indicadores sobre a população de pessoas acima de 60 anos no estado, que lançará as bases para a Década 2019-2029 dos Direitos Humanos do Idoso no Rio Grande do Sul. As discussões que levaram ao desenvolvimento deste documento foram muito informativas e me despertaram o interesse em aprofundar ainda mais minha pesquisa nesta área. Durante os debates do projeto, percebi que era difícil encontrar material científico na área da psicologia da pessoa idosa, o que dificultava falar sobre promoção da saúde mental para o público-alvo do estudo pela falta de uma melhor base teórica em razão de pouco conteúdo na área. Pensando nisso, escrevi um artigo o qual foi publicado em uma revista científica, onde trago um pouco sobre o olhar da Psicologia sobre a velhice, sendo uma de minhas primeiras contribuições para a ciência. Pretendo falar sobre meditação guiada melhorando a qualidade de vida em idosos. Escolhi a linha de pesquisa sobre qualidade de vida em idosos por abordar temas relevantes para o presente e o futuro do Brasil, além da psicologia, pois a população brasileira está envelhecendo rapidamente. Segundo estudo de 2015 do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a expectativa de vida do país em 2000 era de 69,8 anos, mas em 2030 saltará para uma média de 78,6 anos e em março de 2022 o "World Happiness Report" (Relatório de Felicidade Mundial), financiado pela ONU, divulgou que o Brasil aparece posição 39 de 150 países, sendo o Afeganistão em último lugar e a Finlândia em primeiro, pelo quinto ano consecutivo e dentre 44 países, o Brasil é o segundo pior lugar no mundo para se aposentar, ganhando apenas da Índia, sendo a Noruega o melhor. Esse relatório foi realizado pela consultoria de investimentos Natixis, que cruza diferentes dados: saúde, qualidade de vida, inflação e bens materiais para chegar ao resultado final. Com essas informações, acredito que precisamos de mais pesquisas para conscientizar o poder público e as pessoas sobre políticas públicas para idosos. Portanto, desejo continuar contribuindo para o enriquecimento científico da Psicologia voltada às pessoas idosas continuando meus estudos através do mestrado, pois possuo muito interesse em dados, como mencionei anteriormente alguns e acredito no poder da ciência para melhorar a vida das pessoas. 3. Justificativa da escolha pela linha de pesquisa do(s) orientador(es) indicado(s), relacionando-a ao tema de pesquisa que pretende desenvolver na pós-graduação Escolhi a linha de pesquisa Construção e adaptação de instrumentos de avaliação Neuropsicológica da Professora Jerusa Fumagalli de Salles, a fim de investigar os efeitos nas funções neuropsicológicas da meditação guiada em pessoas idosas, haja vista que hoje possuímos muitos aplicativos de celulares, facilitando o acesso a essa experiência e que prometem melhoras nos níveis de ansiedade, mas é necessário investigar cientificamente se há realmente melhorias significativas nos usuários, porque somos o país mais ansioso do mundo de acordo com dados de 2020 da OMS - Organização Mundial da Saúde. Portanto, a utilização de práticas que podem facilmente serem utilizadas e acessíveis, podem ajudar na promoção da saúde mental. A Professora Rosa Maria Martins de Almeida e sua pesquisa Comportamento, cognição e emoção: aspectos neurobiológicos me deixa interessado, pois investiga, entre outros, o comportamento agressivo, tomada de decisão, impulsividade que são temas caros à meditação guiada. Afinal a meditação guiada procura atuar para o relaxamento físico e mental, proporcionando maior qualidade de vida aos seus praticantes, diminuindo a agressividade, o estresse e ansiedade, entre outros desconfortos. Qualidade de vida em idosos, linha de pesquisa da Professora Clarissa Marceli Trentini investiga, entre outros, as adversidades ao longo da vida do ser humano e como isso o afeta, além do desenvolvimento de escalas que possam medir a qualidade de vida em idosos. Sua pesquisa vai a encontro do que quero pesquisar ao longo do mestrado, pois quero falar de qualidade de vida para a pessoa acima de 60 anos, que conforme versa o Estatuto do Idoso, no Brasil são consideradas pessoa idosa aquelas com 60 anos ou mais e superidosos aquelas a partir de 80 anos. Dito isso, busco compreender os efeitos positivos da meditação guiada com o uso de aplicativos voltados à saúde psicológica que afirmam poder contribuir para a sensação de bem-estar e analisar a facilidade de usabilidade desses por pessoas idosas. Por isso, acredito que as 3 professoras falam, dentro de suas áreas, de assuntos que são congruentes ao quero pesquisar, a meditação guiada como prática capaz de promover a qualidade de vida em pessoas idosas. Dito isso, é importante o uso de escalas que possam medir se essa prática pode, de fato, impactar positivamente a saúde mental de idosos. Outrossim, além de ser fácil é também acessível, basta um smartphone para baixar algum aplicativo ou acesso a internet para acessar a vídeos on-line. 5. Indicação de interesse ou disponibilidade para mudar de orientador e/ou tema de pesquisa Em caso de necessidade de mudar de orientadora, a Professora Luciana Karine de Souza e sua linha de pesquisa em Saúde e qualidade de vida no ciclo vital, chama-me a atenção, pois ainda estaria dentro daquilo que busco estudar, ou seja, o bem-estar e a qualidade de vida na pessoa idosa. Portanto, sua pesquisa ainda seria interessantes para a continuidade de meus estudos e minha missão: contribuir, produzindo ciência para a Psicologia, sobre a temática pessoas idosas.