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Série: 1° ano
Turma: “A”
História
História da impresa
Ipubi-PE
2020
INVENÇÃO DA IIMPRENSA
A invenção da imprensa por Johann Gutenberg, no século XV, foi um dos acontecimentos
que mudaram a história da leitura e da circulação de ideias em escala mundial.
O nome imprensa remete, nos dias atuais, quase que automaticamente às instituições de
divulgação de notícias e opiniões sobre fatos cotidianos, isto é: aos jornais e revistas
especializados, sejam diários, semanários ou mensários. Esse nome, entretanto, designa,
originariamente, um tipo de dispositivo técnico capaz de reproduzir palavras, frases, textos
ou mesmo livros inteiros através de caracteres ou tipos móveis. Esse dispositivo foi
inventado por Gutenberg na década de 1430.
“Minha primeira pergunta será a seguinte: como, na longa história do livro e da relação ao
escrito, situar a revolução anunciada, mas, na verdade, já iniciada, que se passa do livro (ou
do objeto escrito), tal qual o conhecemos, com seus cadernos, folhetos, páginas, para o texto
eletrônico e a leitura num monitor? […] A primeira revolução é técnica: ela modifica
totalmente, nos meados do século XV, os modos de reprodução dos textos e de produção
dos livros. Com os caracteres móveis e a prensa de imprimir, a cópia manuscrita deixa de ser
o único recurso disponível para assegurar a multiplicação e a circulação dos textos.”
(CHARTIER, Roger. Do códige ao monitor: a trajetória do escrito. Estud. av. 1994, vol.8, n.21,
pp. 185-199. ISSN 0103-4014.)
Bira Câmara também relata que “antes de Gutemberg os livros eram impressos por matrizes
de blocos de madeira gravados, um processo dispendioso e demorado. Gutemberg teve a
idéia de utilizar tipos móveis fabricados de uma liga de chumbo e antimônio. Desde o
primeiro livro impresso por esse processo, em 1455, até o final do século XV, o invento
espalhou-se pela Europa civilizada, multiplicando-se as edições, sobretudo de livros
religiosos e autores clássicos. Só em Veneza havia mais de 200 tipografias, entre outras a
famosa Aldina, cujas impressões de qualidade notável abrangeram em poucos anos quase
todos os autores gregos, além dos latinos e hebraicos”.
No artigo intitulado “O primeiro século da imprensa” Câmara descreve ainda que “Em 1450,
Gutemberg contraiu um empréstimo com João Fust para dedicar-se a uma obra de fôlego: a
produção de uma bíblia – a Bíblia de 42 linhas. Mas ao terminar o terceiro fólio da obra ele
estava quebrado; para estampá-la, com mais de seiscentas folhas, além do metal, tinta,
pergaminho e papel, foram necessários seis prelos e a ajuda do gravador e calígrafo Pedro
Schoeffer. Antes de terminá-la, esgotados os seus recursos e possibilidades, Gutemberg teve
de entregar a imprensa com todos os seus petrechos ao prestamista, incluindo os cadernos
prontos da Bíblia e os materiais adquiridos para concluí-la. A obra veio a lume em 1456, logo
depois que João Fust tomou posse da oficina de Gutemberg. Este in-fólio de 641 folhas, em
dois volumes, é o primeiro ‘fruto perfeito da tipografia’. Não traz data, procedência nem
nome do impressor, mas ficou conhecida para sempre como a Bíblia de Gutemberg”.
Prensa de Gutenberg
Em 1428 Gutenberg começa a trabalhar no desenho e fabrico de joias, o que lhe permitiu
conseguir e saber desenhar sobre metais e pedras, começando, assim, a pensar na
possibilidade de criar uma máquina que conseguisse imprimir palavras automaticamente e
fazer cópias de livros em série.
Durante este período, enfrentou muitas dificuldades e autênticos problemas que quase o
fizeram desistir. De qualquer forma, conseguiu superar todas as dificuldades e fracassos,
chegando à criação de uma das mais importantes máquinas de todos os tempos.
O invento levou largos anos a aperfeiçoar-se, mas Gutenberg persistia na ideia de adaptar
técnicas que já conhecia profundamente - as técnicas do trabalho em metal, tais como
moldagem, corte preciso e carimbagem - à produção técnica de livros.
A prensa desenvolvida por Gutenberg não era, de facto, uma invenção totalmente nova - já
os chineses haviam usado técnicas de impressão de letras, especialmente em tecido - mas a
maneira como ele a usou, essa sim foi inovadora: o molde das letras com tinta é colocado
numa plataforma que desliza até à parte inferior de uma estrutura metálica; uma prensa é
acionada através de uma barra que provoca a compressão, fazendo com que a estrutura que
suporta o papel o "carimbe" com aquelas letras com toda a força, fazendo, assim, a
impressão da letra no papel. Como as letras eram metálicas e amovíveis, cada caractere era
separado e podia facilmente ser removido se se estragasse ou se houvesse necessidade de
alterar algo no texto.
Gutenberg inovava ao transpor para a prensa tabuleiros que continham todo o tipo de
caracteres normalmente usados na escrita manual: letras maiúsculas e minúsculas, sinais de
pontuação, abreviaturas, etc., postas em conjunto para formar palavras, linhas e páginas
inteiras de texto impresso. Com tal estrutura montada, Gutenberg concluiu que seria
perfeitamente possível imprimir cerca de 300 páginas por dia.
Embora o desenho original da sua prensa permaneça ainda um mistério, os seus elementos
básicos permaneceram quase inalterados em quase todas as impressões feitas desde a
segunda metade do século XV até 1800.
O nome de Gutenberg não aparece oficialmente ligado a qualquer texto impresso, embora
seja mundialmente sabido que da sua autoria constam magníficas obras, das quais se
destacam a Bíblia de 42 linhas (o número de linhas por página), também conhecida
como Bíblia de Gutenberg ou Bíblia de Mainz (cidade natal de Gutenberg), impressa em 1452
e da qual Gutenberg produziu 200 cópias dos seus dois volumes - vendidos, em 1455, na
Feira do Livro de Frankfurt; seguindo-se o Calendário de 1448 e o Católicon (um léxico
alfabético e gramatical), em 1460.
Esta fantástica invenção mudou drasticamente o mundo inteiro: para além de aperfeiçoar a
escrita e facilitar a leitura, os textos poderiam facilmente ser feitos de uma forma rápida e
eficaz. O mundo começava, assim, a partilhar o seu conhecimento.
NOTAS
[1] BURKE, Peter e BRIGGS, Asa. Uma história social da mídia: de Gutenberg à Internet. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
Tipos de imprensa
A imprensa pré-industrial
Jornal La Gazette.
Nos séculos XVIII e XIX, os líderes políticos tomaram consciência do grande poder que os
jornais poderiam ter para influenciar a população e proliferaram os jornais de facções e
partidos políticos. O The Times, de Londres, começa a circular em 1785, com o nome de The
Daily Universal Register. Seria rebatizado para The Times três anos depois.
No século XIX, os empresários descobriram o potencial comercial do jornalismo como
negócio lucrativo e surgiram as primeiras publicações parecidas com os diários atuais. Nos
Estados Unidos, Joseph Pulitzer e William Randolph Hearst criaram grandes jornais
destinados à venda em massa. Em 1833, foi fundado o New York Sun, primeiro jornal
“popular”, vendido a um centavo de dólar. Já The Guardian, um dos jornais mais vendidos
do Reino Unido até hoje, surge em 1821.
O Brasil demora a conhecer a imprensa, por causa da censura e da proibição
de tipografias na colônia, impostas pela Coroa Portuguesa. Somente em 1808 é que surgem,
quase simultaneamente, os dois primeiros jornais brasileiros: o Correio Braziliense, editado e
impresso em Londres pelo exilado Hipólito da Costa; e a Gazeta do Rio de Janeiro, publicação
oficial editada pela Imprensa Régia instalada no Rio de Janeiro com a transferência da Corte
portuguesa.
Acompanhando a industrialização ocidental, o Japão ganha seu primeiro jornal em 1871,
com o Yokohama Shimbun (Notícias Diárias de Yokohama). Atualmente, o Japão é o país
com maior índice de circulação per-capita no mundo.
Surgiram, ainda no século XIX, empresas dedicadas à coleta de informações sobre a
atualidade que eram vendidas aos jornais. Estas empresas foram conhecidas como agências
de notícias ou agências de imprensa. A primeira delas foi fundada em 22 de outubro
de 1835 pelo francês Charles-Louis Havas: a Agence des Feuilles Politiques, Correspondentes
Générale, que viria a se tornar a atual Agence France-Presse.
Em 1848, jornais de Nova York se juntam para formar a agência Associated Press, durante a
guerra dos EUA contra o México. O principal motivo da associação, na época, era contenção
de custos entre os periódicos.
Em 1851 o alemão Paul Julius Reuter funda a agência Reuters. No mesmo ano é fundado
o The New York Times, o principal jornal de Nova Iorque e atualmente um dos mais
importantes nos Estados Unidos e no mundo.
A United Press International é criada em 1892. A agência alemã Transocean é fundada
em 1915 para cobrir a I Guerra Mundial na Europa, com a visão da Tríplice Aliança. Em 1949,
três agências alemãs se , três agências alemãs se unem para formar a Deutsche Presse-
Agentur (DPA).