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TIPOGRAFIA
Me. Aristeu Simon
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introdução
Introdução
A tipografia é uma arte que consiste em trabalhar com códigos gráficos e, a
partir deles, ampliar o potencial da comunicação visual. Por meio dela,
revelam-se grande riqueza e alta complexidade da comunicação escrita. O
poder que a tipografia possui ao conectar pessoas de diferentes lugares e até
de períodos históricos distintos, sem que tais indivíduos precisem conhecer
um ao outro ou estabelecer contato presencial, é algo fascinante.
A origem das palavras está nos gestos do corpo, dessa forma, os primeiros
tipos foram modelados diretamente sobre as formas da caligrafia. No
entanto, as letras não são gestos corporais, mas imagens manufaturadas para
repetição infinita. A história da tipografia reflete uma tensão contínua entre a
mão e a máquina, os processos fisiológicos e os mecânicos. Essas tensões,
que marcaram o nascimento das letras impressas há mais de quinhentos
anos, continuam a energizar a tipografia hoje.
Lupton (2013) nos explica que as letras itálicas, além de terem surgido na
Itália, foram modeladas a partir de um estilo manuscrito mais casual
pertencente ao século XV. Quando tratamos das letras humanistas eretas,
estas apareciam em livros caros e prestigiados. A forma cursiva, que podia ser
escrita com mais rapidez do que a cuidadosa lettera antica, era usada por
gráficas mais baratas.
Figura 2.1 - Tipografia seguindo o estilo da obra The Universal Penman (1743)
de George Bickman
Fonte: Invaluable (2018).
A tipografia do século XVIII foi influenciada por novos estilos manuscritos e
suas reproduções gravadas, segundo Lupton (2013), impressores como
William Caslon, na década de 1720, e John Baskerville, na de 1750, optaram
pelo uso da pena metálica flexível e da pena de ave com ponta fina e, como
resultados, conseguiam com seus instrumentos produzir linhas fluidas e
ondulantes.
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Leia o trecho a seguir:
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Leia o trecho a seguir:
“(...) Muitas das fontes que usamos hoje, incluindo, Bembo, Palatino e Jenson,
herdaram seus nomes de impressores que trabalharam nos séculos XV e XVI Essas
fontes são geralmente conhecidas como “humanistas”.
a) Garamond.
b) Helvética.
c) Monotype.
d) Arial.
e) Comic Sans.
História da Tipografia
Dali Fonseca (2007) destaca que tivemos um salto com a entrada da Kelmscott
Press, editora criada por William Morris, em 1890, partindo de referências
ancestrais e, assessorado nas técnicas de impressão pelo amigo tipógrafo
Emery Walker, Morris buscava recuperar uma beleza perdida em um tempo
em que a concepção do livro era, em si, uma arte. Fonseca explana que
tinham como intenção inicial produzir pequenas tiragens de qualidade
excepcional, com textos escolhidos, para distribuição entre amigos. Seu
formato de atuação e a apresentação dos materiais colocava-o em um
intervalo de indefinição entre o “antigo” e o “novo” e iriam instigar os
movimentos relacionados à constituição do Design moderno do início do
século 20. Sua influência significou um avanço para a retomada da qualidade
na concepção do livro e para o desenho e uso do tipo, que penetrou no século
20. Sob a inspiração de Kelmscott, surgiu um movimento de revival na
impressão que se caracterizou pela proliferação de editoras privadas,
principalmente, na Inglaterra e nos Estados Unidos (FONSECA, 2007).
i
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Leia o trecho a seguir:
“(...) As letras entalhadas, cujas linhas fluídas não se atêm ao grid mecânico da
prensa tipográfica, ofereciam um meio apto ao lettering formal. Reproduções
entalhadas da arte caligráfica disseminaram a obra dos grandes mestres calígrafos
do século XVIII. Livros como The Universal Penman (1743), de George Bickham,
traziam letras romanas – cada qual gravada como um caractere único”.
Sobre os tipos que eram gravados como caractere único, assinale a alternativa
correta:
Em 1885, já era possível a reprodução do meio tom com a graduação obtida
por meio de retículas de pontos produzidas mecanicamente, permitindo sua
gravação no processo tipográfico, instaurando as condições para o
desenvolvimento do jornal e revista modernos.
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Linotipo ou linótipo é uma máquina
inventada por Ottmar Mergenthaler, em
1884, na Alemanha, que funde em bloco cada
linha de caracteres tipográficos. É composta
por um teclado, como o da máquina de
escrever. As matrizes que compõem a linha-
bloco descem do magazine, onde ficam
armazenadas e, por ação do distribuidor, a
ele voltam depois de usadas para aguardar
nova utilização.
As três partes distintas — composição,
fundição e teclado — ficam unidas em uma
mesma máquina. A capacidade de produção
é de seis mil a oito mil toques por hora. Suas
matrizes (superfícies impressoras) são em
baixo relevo, justapostas em um
componedor (utensílio no qual o tipógrafo vai
juntando à mão, um a um, os caracteres que
irão formar as linhas de composição). O
próprio operador despacha para a fundição,
a 270 graus Celsius.
Fonte: Adaptado de Wikipedia (2019, on-line).
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A máquina de composição Monotype nasceu
da imaginação do norte-americano Tolbert
Lanston. Essa máquina de composição tinha
dois componentes: uma fundidora de tipos e
um módulo de teclado, separado da
fundidora. A primeira patente, de 1887, foi
obtida para um modelo que não chegou a ser
construído em série. Em 1896, surgiu a
primeira máquina Monotype funcional. No
módulo com o teclado de 276 teclas, que
obteve a sua forma definitiva, em 1908, uma
bobina fornecia a longa fita de papel que era
perfurada para registrar digitalmente a
sequência dos glifos batidos no teclado. Esse
registo transmitia à unidade fundidora as
matrizes a serem fundidas, saindo os textos
compostos em linhas justificadas. Os
principais campos de aplicação da Monotype
eram os trabalhos de composição de livros e
as tarefas de composição mais complicadas,
como as tabelas. Como diferença de
destaque, podemos citar que a Monotype
fazia a gravação de tipo por tipo, já na
Linotype era feita uma linha inteira de uma
vez.
Fonte: Adaptado de Tipógrafos.net (2019, on-
line).
Fonseca (2007) ainda aponta que a composição mecânica ampliou ainda mais
a esfera de inserção do impresso, com efeitos principalmente na área de
publicações, que envolvem grandes extensões de textos, o que refletiu na
edição maior e mais diversificada de livros, jornais, revistas ilustradas,
catálogos e demais materiais gráficos.
A tipografia não deve ser entendida restrita a apenas um sistema lógico de
escrita, mas também como uma linguagem estética. O design e o arranjo de
tipos definem objetivamente a identidade e o discurso de suas formas: é um
desenho que se faz por meio das letras (COSTA et. al, 2009).
Vamos detalhar cada sistema para ficar mais nítido como funcionam os
sistemas de composição tipográfica, mecânicos, fotoquímicos e digitais. O
início do século XX revolucionou os processos de impressão com o sistema
offset, elaborado pelo tipógrafo Ira W. Rubel, que teve grande repercussão
mundial.
Para Costa (et. al, 2009), a composição gravada em chapa de metal flexível é
transferida para o papel por intermédio de um cilindro de borracha,
revolucionando não apenas o processo de produção, mas também a criação
gráfica e as potencialidades da comunicação visual enquanto meio de
informação e pesquisa estética.
Essa tecnologia foi introduzida em 1944, mas só se impôs nos primeiros anos
do decénio de 1950. As duas primeiras fotocompositoras foram o aparelho
francês Photone o Fotosetter da empresa Intertype. Para essas máquinas, os
typeface masters eram uma película transparente em forma de disco. Uma luz
focada projetava a imagem dos glifos sobre papel fotográfico. O disco rodava
para permitir focar os diversos tipos. Um sistema óptico ajustava o tamanho,
escalando a fonte ao corpo pretendido. Com luz devidamente focada, era
projetada uma imagem dos glifos dispostos nesses masters sobre um papel
fotográfico.
Passada essa parte que tem maiores ligações com a história, você deve se
perguntar sobre os processos digitais tipográficos. Devemos considerar que
um dos principais meios usados pelos tipógrafos e designers hoje é o digital.
“(...) Vicki Walker foi demitida três meses depois que seu e-mail
foi acusado de ter provocado “desarmonia no local de
trabalho”, o que teria sido motivo de riso se não lhe tivesse
causado tanto dissabor”.
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Leia o excerto a seguir:
LIVRO
FILME
TRAILER
conclusão
Conclusão
O tema da tipografia propõe imediatamente a ideia de tradição, mas também
denota a capacidade de transição e demonstração de modernidade. A
invenção de Gutenberg, em 1450, situa-se no período equivalente ao
Renascimento Italiano, frequentemente visto como um sinalizador da
transição entre o mundo Medieval e o Moderno.
referências
Referências
Bibliográficas
BONEMY, M. H. W. O panorama do design gráfico contemporâneo: a
construção e desconstrução e a nova ordem. Tese de doutorado em Design e
Arquitetura, FAUUSP. São Paulo. 2009.
GARFIELD, S. Esse é o meu tipo: um livro sobre fontes. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Editor Ltda., 2012.
LUPTON, E. Pensar com tipos. São Paulo: Editora Cosac Naify, 2006.
SANDUSKY, L. The Bauhaus Tradition and the New Typography. In: MEGGS, P.
B. Texts on Type: Critical Writings on Typography. 1 ed. New York: Allworth
Press, 2001.
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