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Mídia e comunicação de massa

Prof.ª Thaiana Vieira

Descrição Evolução da comunicação e acompanhamento de seu desenvolvimento


pela mídia.

Propósito Compreender a relevância da mídia nas sociedades contemporâneas.

Objetivos

Módulo 1 Módulo 2

A história dos meios A construção de novas


de comunicação de mídias no século XX
massa até os anos
1950 Identificar os meios audiovisuais de
transmissão como tranformadores da
forma de criação de uma nova mídia.
Reconhecer o jornal e o cinema como um
meio singular de construção de mídia na
virada do século XIX para o XX.

Módulo 3

Indústria cultural e
comunicação de
massa
Analisar o papel da construção de um meio
de comunicação de massa como fenômeno
no fim do século XX.
meeting_room Introdução
Ao falar em comunicação, é possível se referir a dois tipos: a comunicação
direta e em pequena escala, que acontece entre poucas pessoas em
ambientes determinados e limitados; e a comunicação de massa, que se
dá em grande escala, envolvendo grandes quantidades de pessoas e
mensagens mais globais.

A comunicação, sobretudo a de massa, faz parte de um campo vasto de


pesquisa a respeito da comunicação humana. Dessa forma, há diversas
áreas que estudam esse tema e muitas profissões envolvidas em suas
atuações. Trata-se, sem dúvida, de um estudo muito rico e complexo, uma
vez que ele abarca inúmeras possibilidades e implicações, além de sempre
estar em movimento e em desenvolvimento.

Vamos estudar neste conteúdo a história da comunicação de massa, ou


seja, a disseminação de informações por meio de veículos, como jornais,
revistas, rádio, televisão, cinema e internet. De modo geral, esses
elementos combinados são considerados “mídia”.
1 - A história dos meios de comunicação de massa
até os anos 1950
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer o jornal e o cinema como
meios singulares de construção de mídia na virada do século XIX para o XX.

A imprensa modifica o jornal

video_library Uma breve história do jornal


Inicialmente, a professora Thaina Vieira apresenta uma breve história do jornal:

Apenas nos anos finais do período medieval, especificamente na metade do


século XV, acontece o maior salto tecnológico do período, que desenvole
intensamente a comunicação, o debate de ideias, o letramento e as linguagens.
Trata-se da criação da prensa de
Gutenberg, em 1450. Ao automatizar o
que até então era realizado
manualmente, ela tornou a publicação
de livros e de jornais
significativamente mais ampla, rápida
Johann Gutenberg (direita) em gravura de 1881. e barata.

A prensa de Gutenberg, também


chamada de prensa de papel, foi
construída com base na tecnologia
dos tipos (letras) móveis e da prensa
de vinho.

A partir da inspiração nesses dois elementos e mecanismos, Johann Gutenberg


desenvolveu o aparelho e maquinário que revolucionou a confecção de livros e
jornais – e, principalmente, de ideias.

Saiba mais
O primeiro livro produzido em larga escala com a tecnologia da prensa de papel
é conhecido como a Bíblia de Gutenberg. Inúmeros exemplares dela começaram
a ser confeccionados e vendidos em 1455.
Bíblia de Gutenberg.

Além dos livros, os jornais são produzidos em prensas como a de Gutenberg ou


como aquelas desenvolvidas por outras pessoas a partir daí. Como os jornais
eram produzidos tão intensamente, assim como os livros e os folhetos de ideias,
eles começaram a se tornar mais populares e a atingir mais pessoas.

Nesse momento, a relação com a notícia e o jornal começa a se transformar, já


que o próprio formato do jornal se altera. Afinal, é possível tocá-lo e transportá-
lo, o que sugere algo mais participativo e atuante na sociedade.

Exemplo
Em Veneza, os jornais eram vendidos pelo valor de uma gazeta, a moeda local do
momento. Isso representava, portanto, um baixo custo, o que indica quão
acessível era esse material. O nome de vários jornais inclusive ficou
estabelecido como “correio” e “carta”, remetendo a tradições ainda mais antigas
de comunicação.
Oficina de impressão.

Nessa época, começava a surgir uma demanda por notícias segmentadas.


Certos grupos, portanto, se interessavam por categorias específicas de
informações e desejavam saber mais sobre elas. Resultado: o jornal passou a
lhes responder positivamente em alguns casos.

Exemplo
O comércio ampliou suas páginas de divulgação com informações sobre a
economia.

Com isso, teve início outro movimento:


a caracterização de alguns jornais
como mais inclinados a algumas
áreas específicas, como é o caso da
economia.

Outro aspecto relevante foi a


Museu Gutenberg, em Mainz, na Alemanha.
necessidade de contratar, seja para
mexer na máquina, seja para elaborar
o conteúdo que será impresso.

Graças a isso, começam a surgir os primeiros cursos de Jornalismo nas


faculdades europeias – e seu desenvolvimento é intenso.

Os primeiros jornais em grande formato começaram a aparecer na primeira


metade do século XVII:
Avisa relation oder zeitung, em 1609, na Alemanha. La gazette, em 1631, na França.

Saiba mais
O primeiro jornal brasileiro de grande circulação, o Correio braziliense, foi criado
em junho de 1808. Impresso em Londres, ele era enviado de navio para o Brasil!

Correio braziliense, de junho 1808.

No século XVII, já se começou, dentro dos espaços da universidade, a discutir a


liberdade de imprensa. O ano de 1766 demarca a primeira vez que ela foi
estabelecida por lei – no caso, na Suécia.

A partir desse momento, os jornais e os profissinais assumiam o compromisso,


determinado em lei, de publicar aquilo que desejassem desde que tais
publicações fossem fatos verídicos e que não difamassem outras pessoas.
Isso é algo relevante, porque formaliza, no imaginário social, o jornal como fonte
de informação segura, séria e comprometida basicamente com a retratação dos
fatos como eles realmente aconteceram, se aproximando de uma verdade
estabelecida.

Jornalismo e a difusão de
notícias

Jornais e as inovações do século


XIX
No século XIX, acontece outro avanço tecnológico para a atividade do
jornalismo: no ano de 1844, há a invenção do telégrafo, aparelho que utiliza a
eletricidade para enviar mensagens codificadas através de fios. Nesse momento,
essa era a maneira mais rápida de comunicação a distância.

Telégrafo.

O telégrafo permitiu que os textos – que levariam horas ou até dias para serem
transportados – fossem repassados pelos profissionais de jornalismo às
redações em questão de minutos. Ele é considerado a origem de toda a
comunicação moderna por ter permitido à imprensa se tornar significativamente
mais ágil.
Ilustração da atividade jornalística via telégrafo na sessão “Últimas Informações” do jornal O Imparcial, Rio
de Janeiro, 1 de janeiro de 1920.

Exemplo
Uma notícia ocorrida de manhã poderia, com a utilização do telégrafo,
facilmente ser publicada à tarde em um jornal.

A comunicação de massa passa necessariamente pela multiplicação das


pessoas que podem ouvir as notícias. Os jornais, portanto, precisavam trazer
informações em alta velocidade.

Ainda que um número muito grande de pessoas não


soubesse ler, o fato de certos grupos terem acesso à leitura e
à informação fez com que as notícias se difundissem de
forma mais intensa para todas as regiões.

O fenômeno industrial do fim do século XIX forma e reordena centros urbanos.


No vivenciamento desses espaços, a notícia e os dados do jornal passam a ser
algo esperado e compartilhado.

Atenção!
Não se deve comparar essa velocidade com a de nossa sociedade, e sim notar
como ela era algo absolutamente impressionante naquele espaço.

Criam-se, dessa forma, uma nova profissão, um novo valor e uma nova
velocidade para se lidar com as informações do mundo.
Jornal no século XX e a
concorrência do rádio
O século XX é o período de mais
prestígio, popularidade e sucesso dos
jornais e do jornalismo.
Especificamente, o período entre 1890
e 1920 é considerado inclusive a “era
de ouro dos jornais”. Nesse momento,
o jornal já estava inserido na vida dos
adultos. De acordo com algumas
pesquisas, metade dos adultos norte-
americanos o lia ao menos uma vez

Família reunida ouvindo rádio.


ao dia.

Em 1920, há uma ruptura nessa


ascenção do jornalismo por conta do
surgimento do rádio, mídia que
também divulga as informações e que,
pela primeira vez, se impõe como um
concorrente de peso ao jornal.

O rádio oferecia três grandes dificuldades aos jornais por atrair:

flag Seus anunciantes

flag A preferência do público


flag Os próprios profissionais de jornalismo,
que também trabalharam no rádio

Os jornais do século XX não viram sua audiência seguir para o rádio de forma
apática. Dessa maneira, eles resolveram reagir e buscaram ficar mais modernos
e populares.

Para isso, os jornais tiveram atitudes práticas, como:

flag Utilização de fotos


grandes e
coloridas, mesmo
para uma
produção em larga
escala (até esse
momento, as
imagens eram em
preto e branco).

flag Adoção de uma


linguagem mais
popular e
coloquial até certa
medida.

flag Criação de sessões


dentro do jornal
para os assuntos
que mais atraíam
a maioria das
pessoas: os
esportes e o
humor.

Todas essas ações o deixaram muito mais moderno e atrativo


aos leitores do período. Certamente, os valores dos jornais
precisam ser atualizados, já que era significativamente mais
custoso imprimi-los em cores.

Contudo, tal era o preço que os consumidores pagavam para ter a modernidade
nas paginas diárias. Sem dúvida, essa atualização foi fundamental para que o
jornal, como veículo, resistisse ao longo do tempo e fosse se atualizando sempre
que necessário.

As fotos ganham movimento

Irmãos Lumière e a fotografia


Contar histórias faz parte da realidade social há muito tempo. Desde a Pré-
História, as narrativas eram criadas com a intenção de se comunicar com outros
seres.

Ao longo do tempo e do desenvolvimento do homem, assim como das


sociedades e da tecnologia, os modos de descrever e comentar situações se
transformaram e foram se atualizando conforme o surgimento das demandas.
Muitas vezes, as palavras foram protagonistas na história, porém, em
incontáveis momentos, a imagem não só esteve presente, como também foi
exigida.
Em determinado período, houve o surgimento da captação de imagens a partir
da realidade. Muitos estudiosos inventaram e desenvolveram aparelhos para tais
registros, criando desde pequenos fragmentos até o cinema como conhecemos
atualmente.

A primeira foto da história foi da vista da janela do seu inventor, Joseph Nicéphore Niepce: View from the
Window at Le Gras, de 1826.

Nessa parte de nosso estudo, entenderemos o papel da fotografia no surgimento


do cinema e apontaremos que outros elementos são fundamentais para isso.

Em 28 de dezembro de 1895, no Grand Café, na cidade de Paris, aconteceu a


primeira projeção cinematográfica. Em uma sala escura na qual os
espectadores direcionavam o olhar para uma área lisa e livre de contrastes,
foram projetados dez filmes de curtíssima duração.

O primeiro foi o Sortie de l’usine Lumière à Lyon (em português, “A saída dos
operários da fábrica"). Curta-metragem criado por Louis Lumière, ele contava
com míseros 45 segundos de duração.

Sortie de l’usine Lumière à Lyon, Louis Lumière, 1895.


Filhos de um fabricante de materiais fotográficos, os irmãos Lumière, Auguste e
Louis Lumière, viviam em Lyon, na França. Pelo contato direto com a fábrica
situada na mesma cidade, eles pesquisaram, desenvolveram e aperfeiçoaram os
primeiros modelos de câmeras fotográficas.

Com tais experimentações, ambos contribuíram para o surgimento da fotografia


colorida. Mas foi com o cinematógrafo que começaram a concretizar os
primeiros filmes.

Saiba mais
Os irmãos Lumière não seguiram carreira no cinema. Louis inventou o fotorama
e se concentrou na ciência, enquanto Auguste se dedicou a seus estudos de
bioquímica e fisiologia.

Os irmãos Lumière, Auguste e Louis Lumière. A primeira fotografia colorida da história, Tartan
Ribbon, tirada pelo físico James Clerk Maxwell, em
1861.

As invenções pré-cinema
Algumas descobertas, invenções e desenvolvimentos foram necessários para
que o cinema surgisse. Por isso, precisamos conhecer os seguintes elementos:

Câmera escura expand_more

Trata-se da manipulação de uma caixa fechada com uma pequena


abertura através da qual é acoplada uma lente que permite a entrada de
luz. Com isso, a imagem dos objetos exteriores é projetada no interior da
caixa de modo invertido.
A câmera escura foi a primeira grande descoberta da fotografia, uma vez
que o princípio da propagação retilínea da luz permite que os raios
luminosos que atingem o objeto e passam pelo orifício da câmara sejam
projetados em um anteparo fotossensível na parede da caixa paralela ao
orifício, fixando sua imagem.

Esboço para câmera escura feito por Leonardo da Vinci, no século XV.

No século XV, Leonardo Da Vinci fez um trabalho de projeções com luzes


em superfície, usando, para isso, uma caixa e uma lente de vidro. Sua
criação ficou conhecida como câmera escura.

Lanterna mágica expand_more

Na sequência temporal de criações que nos levam até o cinema,


destacamos outro elemento: a lanterna mágica. Ela foi inventada no
século XVII pelo alemão Athanasius Kirchner a partir da câmera escura. A
lanterna mágica consistia em uma caixa cilíndrica iluminada por dentro
com uma vela que projetava imagens pintadas à mão em vidros. As
imagens não eram independentes na contagem da história; assim,
durante a apresentação, havia um narrador que se encarregava de relatar
os acontecimentos, os quais, muitas vezes, eram acompanhados por
músicas.
Esse aparelho foi o primeiro orientado a projeções coletivas. Por isso, ele
era comum em ambientes acadêmicos. Em certo momento, também se
tornou um sucesso em feiras urbanas.

Fenacistoscópio expand_more

Outra perspectiva de desenvolvimento ocorrida no século XIX são os


estudos a respeito do fenômeno da persistência retiniana. Por conta
disso, alguns aparelhos foram construídos.

Ainda na primeira metade desse século, Joseph-Antoine Plateau criou o


fenacistoscópio. Tal instrumento apresenta várias figuras de um mesmo
objeto em posições diferentes desenhadas em um disco; desse modo, ao
girá-lo, essas imagens passam a formar um movimento. Pouco depois
de sua criação, ele ainda descobriu que o número de imagens para se
criar uma ilusão de movimento de qualidade era o seguinte: 16.

Essa informação foi usada pelos primeiros cineastas, que usaram 16


fotogramas por segundo para seus primeiros filmes. O fenômeno em
questão é simples e pode ser resumido como a realização de se manter a
imagem por uma fração de segundo na retina (parte do olho que
transforma luz em estímulo nervoso e envia ao cérebro), o que resulta na
ilusão de movimento.

O movimento interno do corpo realizado pela retina pode ser


compreendido pela análise de um filme em uma câmera fotográfica. O
protagonismo, afinal, não fica no aparelho, e sim no próprio corpo
humano, já que o movimento é criado pela retina – e não no aparelho ou
na projeção.

Praxinoscópio expand_more
Na segunda metade do século XIX, o praxinoscópio foi criado por Charles
Émile Reynaud. Trata-se de um aparelho de formato circular que projeta
em uma tela imagens desenhadas em fitas transparentes a partir da
disposição de espelhos e luzes; com isso, quando as imagens,
multiplicadas pelos espelhos e prolongadas pelas luzes, giram, é criada a
ilusão de movimento.

A princípio, o praxinoscópio era composto apenas por uma caixa circular


e um único espelho. Todavia, o aparelho foi se desenvolvendo e
aprimorando a ponto de elaborar um sistema complexo de espelhos que
permitia efeitos de relevo.

Praxinoscópio vintage mostra uma garota pulando corda.

Inicialmente, suas projeções eram feitas em ambientes domésticos e


privados, porém, cerca de dez anos depois de sua criação, o criador
escalonou o tamanho do aparelho e conseguiu, por fim, projetar imagens
para públicos maiores. Isso ficou conhecido como “teatro ótico”.

Cinetoscópio expand_more

No fim do século XIX, começávamos a abandonar os instrumentos que


produzem a ideia do cinema e a nos aproximar efetivamente da sua
concretização. Em 1891, o cinetoscópio é criado por William Dickson em
uma fábrica comandada pelo cientista e inventor Thomas Edison nos
Estados Unidos.

Ele é uma máquina de projeção interna de filmes de curta duração para


serem vistos individualmente. Na prática, não há uma projeção: a
sequência de fotos é examinada e percebida por meio de lentes
apropriadas.
O primeiro cinetoscópio.

Espécie de miniatura de cinema particular, o cinetoscópio só foi possível


porque William desenvolveu uma película de celulose capaz de
armazenar imagens. Sua proximidade com o cinema é tamanha que
algumas pessoas consideram que a primeira obra produzida para essa
máquina, a Black Maria, de 1894, é realmente o primeiro filme da história.

Alguns atribuem a criação do cinetoscópio a Thomas Edison; outros, a


William Dickson. Isso se dá porque Dickson era assistente de Edison.

Cinematógrafo expand_more

O contexto de final do século XIX é de desenvolvimento de artefatos


voltados para a concretização de filmes em um processo que envolve
cada vez mais pessoas. No ano de 1895, os irmãos Lumière, cientes das
invenções anteriores, desenvolveram, a partir do cinetoscópio, outro
aparelho: o cinematógrafo.

Essa máquina avança ainda mais na direção do cinema que temos


atualmente: ela permitia, afinal, gravar, copiar e projetar imagens de
forma prática. Por isso, o cinematógrafo é considerado o primeiro
aparelho realmente qualificado para se produzir filmes.

Na prática, ele era uma máquina a manivela que captava as imagens,


revelava o filme e, em seguida, o projetava em uma tela. Portátil e leve
(tinha menos de 5kg), o cinematógrafo era fácil de transportar e não
usava eletricidade.
Cinematógrafo com corpo de madeira, metal, lente, espelhos, objetiva e manivela que capta e
projeta imagens em movimento da década de 1890 dos irmãos Lumière.

Foi com o cinematógrafo que Louis Lumière transformou a história da


arte e da cultura, se eternizando como o primeiro cineasta a produzir
documentários em curta-metragem.

Sem dúvida, a fim de que fosse possível evoluir até se alcançar a ideia de
cinema entedida atualmente, esse processo de desenvolvimento precisou
seguir – e não estancar. Por isso, tal aperfeiçoamento ainda permanece.
Hoje em dia, existem câmeras próprias para a elaboração de filmes em
telas cada vez maiores, com uma resolução de imagem melhor e mais
qualidade de som, além de outros fatores, como as câmeras específicas
para a exibição de filmes 3D, por exemplo.

A indústria dos estúdios em


Hollywood
O cinema faz parte da vida das pessoas desde a sua criação, pois foi muito
rápida a aceitação delas ao novo formato. Ele, afinal, pode contar histórias das
mais variadas, ressaltando emoções tristes ou felizes ou apenas explorando os
gêneros narrativos de drama, ação, terror e documentários, entre outros. Com
isso, sentimos a necessidade de destacar, além de como tudo começou, quem
foram os artistas que, a partir dos instrumentos e aparelhos já estudados,
inventaram a indústria cinematográfica que é tão grande hoje.
Um homem com uma câmera, Dziga Vertov, 1929.

No momento de seu surgimento, o cinema era visto e preparado para fins


documentais, isto é, para registrar, por meio de uma câmera estática, algo que
estava acontecendo diante de sua lente. Esse fato ficou conhecido como teatro
filmado. Esse tipo de obra, na prática, não era intencional. Seus realizadores
tampouco sabiam o que ia ser filmado e registrado. O teatro filmado era
realmente inesperado, porém, como não tinha a função primordial de
entretenimento, isso não era um problema.

Em certo momento, dois sujeitos começaram a utilizar as câmeras para contar


histórias criadas, criando cenas e uma narrativa completa para que outra pessoa
a assistisse por meio de técnicas e deste aparelho: o cinematógrafo. Estamos
falando de Alice Guy-Blaché (1873-1968) e Georges Méliès (1861-1938).

Viagem à Lua, Georges Méliès, 1902.

Alice Guy-Blaché. Georges Méliès.

Francesa, Alice Guy pode ser considerada a primeira cineasta mulher, mas, na
verdade, ela foi a primeira pessoa a explorar a potencialidade narrativa do
cinema. Responsável pela escrita de aproximadamente mil obras, a autora teve a
ideia de transpor a narrativa para o cinema. Dessa forma, ela fez seu primeiro
filme a partir de um conto popular: A fada do repolho (1896).

A fada do repolho, Alice Guy-Blaché, 1896.

Alice trabalhava como secretária na Gaumont, fábrica e produtora de cinema, e


estava presente no momento que os irmãos Lumière fizeram a demonstração do
seu invento. Mesmo deslumbrada com o aparelho, a autora não se limitou a ficar
meramente impactada por ele. Ela, na verdade, buscou saber mais sobre a
máquina, iniciando uma série de experimentações. Sendo assim, entre outros
exemplos, Alice começou a filmar com dupla exposição e a mudar a velocidade
da câmera para atrasar ou apressar as imagens a fim de conseguir efeitos
diferentes.

Madame Tem Seus Desejos, Alice Guy-Blaché, 1907.

A partir desse momento, ela começou a supor como poderiam ser suas histórias
narradas nesse contexto e com essa aparelhagem. A autora não se limitou aos
testes que fazia, sendo a primeira pessoa a combinar cores e som nos seus
filmes.

Saiba mais
Em pouco tempo, já nos Estados Unidos, Alice Guy criava a própria produtora e
construía estúdios para filmar suas obras. Entretanto, sua vida não foi uma
trajetória marcada apenas pela ascenção. Após se divorciar, ela retornou para a
França em 1920, não conseguiu retomar sua carreira de diretora.

Desde sua criação, o cinema foi rapidamente absorvido pela população. Em


termos de notícia, entretenimento, sociabilização, desenvolvimeto tecnológico e
percepção cultural, ele possui um papel relevante. Depois de seu surgimento, se
estabeleceu como arte, sendo admirado e consumido com frequência.

A Sereia, Georges Méliès, 1904.

Com a crescente demanda do cinema, seus produtores perceberam que os


filmes só conseguiriam se manter na indústria se fossem gravados durante todo
o ano. Entretanto, isso seria impraticável em Chicago e Nova York; afinal, essas
cidades possuem intabilidades meteorológicas, o que dificulta – e, muitas vezes,
impede – as gravações ao ar livre.

revistaprosaversoearte.com Pianista de cinema executando a trilha sonora de


um filme mudo de Charlie Chaplin.

Produtores começaram a procurar cidades com clima mais ameno e estável.


Eles concluíram que era interessante um clima mais quente e se concentraram
nessa busca, só que sem muito sucesso – até o momento que testaram uma
localidade de Los Angeles chamada Hollywood.

As gravações nessa cidade foram boas. Hollywood provou ser o local ideal para
tais produções por certas razões. Listaremos algumas delas a seguir:
Clima temperado e
ensolarado o ano todo

Terra abundante e
barata

Acesso a montanhas e
desertos

Variações de lagos
Costas e florestas

Em resumo, Hollywood tem variedade de cenário, ótimas condições de


filmagem, baixo preço e pouca distância. O resultado desses predicados é que,
em 1915, 60% da produção cinematográfica dos Estados Unidos foi feita nessa
cidade. Até hoje ela é uma das maiores referências da indústria cinematográfica
mundial.

Um aspecto relevante a ser considerado é que Hollywood acabou despertando


no imaginário social o sonho, o deslumbre, o luxo, o amor sem medidas e a
beleza. De modo geral, tudo que acontecia nos filmes produzidos por lá era
como um sonho distante para a maioria das pessoas.

Greta Garbo e Antonio Moreno em Terra de Todos, Greta Garbo e Nils Asther em Mulher Singular, John
Fred Niblo e Mauritz Stiller, 1926. S. Robertson, 1929.

Muitas obras apresentam o letreiro na montanha, fator que ainda intensifica essa
distância local e de realidade. A ficção que Hollywood divulga, portanto, é muito
mais atraente que a realidade da maioria das pessoas; por isso, ela desperta
tantos sonhos e desejos.
Até os dias atuais, inúmeras pessoas viajam até Hollywood e buscam seu
letreiro para fazer, pelo menos, um registro na cidade dos maiores e mais
tradicionais filmes. Outras, por sua vez, movimentam o imaginário que a cidade
desperta: de uma vida alegre, exagerada e de luxos, utilizando a cidade da
Califórnia como tema de festas ou decoração de ambientes em bares e
restaurantes, além de outras medidas.

O letreiro Universal Studios Hollywood Calçada da Fama no Hollywood Boulevard, distrito


cumprimenta os visitantes do parque. de Los Angeles, Califórnia, EUA.

O que vale é se aproximar ao máximo, mesmo que momentaneamente, dessa


realidade tão distinta. Trata-se, sem dúvida, de um sucesso de propaganda.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

O século XX é o período de maior sucesso dos jornais e do jornalismo. O


período entre 1890 e 1920 é considerado a “era de ouro dos jornais”. Tendo
isso em mente, assinale a alternativa correta.

A invenção do telégrafo não se relaciona com o


A
desenvolvimento do jornal.
Até 1950, os jornais eram elaborados sem muita ciência, pois
B
não havia uma profissão relacionada ao jornal.

A invenção do telégrafo é fundamental para a agilidade na


C
comunicação e o sucesso do jornal.

Era necessário um pessoal qualificado apenas para mexer nas


D máquinas de impressão dos jornais, e não na elaboração de
seu conteúdo.

O primeiro país a instaurar a liberdade de imprensa foi o


E
Brasil.

Parabéns! A alternativa C está correta.

A invenção do telégrafo é um avanço tecnológico para a atividade do


jornalismo. Ele é um aparelho que usa a eletricidade para enviar mensagens
codificadas por meio de fios. Essa era a maneira mais rápida de comunicação
a distância, o que simplificou e agilizou a comunicação interna entre
jornalistas e redação, tornando mais ágil, por consequência, a transmissão da
notícia para o público. O telégrafo permitiu que a imprensa se tornasse
significativamente mais célere: uma notícia ocorrida de manhã, por exemplo,
poderia, graças à utilização dele, facilmente ser publicada à tarde em um
jornal.

Questão 2

O __________ oferece notícias atualizadas sobre a localidade em que é


produzido e sobre o mundo. No século XX, ele teve seu avanço minimizado
por conta do surgimento do _________. A atitude principal em relação a essa
________ foi a ___________ de seus métodos.

Identifique a alternativa que apresenta os termos corretos para


complementar o trecho:
A jornal; rádio; concorrência; adaptação.

B rádio; jornal; concorrência; adaptação.

C jornal; rádio; inovação; ruptura.

D jornal; website; concorrência; ruptura.

E rádio; jornal; inovação; ruptura.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Por conta do surgimento da concorrência de comunicação de massa do


rádio, o jornal teve ser crescimento impactado e reagiu com a utilização de
fotos grandes e coloridas, mesmo para produção em larga escala, adoção de
uma linguagem mais popular e coloquial e novas sessões dentro do jornal
sobre os assuntos que mais atraiam a maioria das pessoas, os esportes e o
humor.
2 - A construção de novas mídias no século XX
Ao final deste módulo, você será capaz de Identificar os meios audiovisuais de
transmissão como tranformadores da forma de criação de uma nova mídia.

Nas ondas do rádio

O rádio e a tecnologia
A formação da comunicação de
massa muda de foco durante o século
XX.

Se a tecnologia dependia de
habilidades daqueles se relacionavam,
como a de ler e a de interpretar, agora
a questão passava a ser outra: possuir
tecnologia suficiente para difundir as
informações.

Estamos falando da difusão de torres Torre da TV Tupi em São Paulo, inaugurada em


capazes de estabelecer ondas de 1960.

rádio, fazendo com que os aparelhos


de rádio chegassem aos lares. Pode
parecer algo pequeno, mas isso não
tem nada de simples.
Foram necessários investimentos
governamentais e iniciativas em
tecnologias, mas, ao mesmo tempo, o
sucesso da nova tecnologia como
ícone de um novo mundo foi poderoso
em todo o planeta.

As disputas sobre quem a


desenvolveria e que tipo de ondas
poderiam chegar aos locais mais
distantes, ainda mais depois dos
conflitos da I Guerra Mundial, foram
um incentivo e tanto.

Somava-se a esse contexto um mundo


Menina ouvindo um rádio, por volta de 1920.
ocidental em grande processo de
urbanização e industrialização. A
chamada sociedade de consumo fez
com que a comunicação passasse a
ser buscada e consumida, além de
constituir um meio poderoso de
consumo.

O rádio, nesse contexto, se tornou um


dos principais meios de venda de
produtos, imagens e informaçãoes,
tranformando a expectativa e sua
difusão como uma marca poderosa de
nossa sociedade. E o que você
poderia ouvir nele? A resposta é uma John Flynn e Virginia Moore ensaiando para o
programa de rádio You Can't Do Business With
só: tudo! Programas educativos,
Hitler, em 1942.
informações frescas obtidas graças
aos telégrafos, dados esportivos,
novelas e propagandas.

Um dos programas mais populares eram os jornais narrados. Graças a esses


jornais, as antigas práticas do jornalismo escrito finalmente chegavam ao rádio.
Vamos concentrar o nosso olhar no Brasil para entendermos tal processo.
Surgimento dos meios rádio e
televisão
No estágio atual de nosso estudo, já sabemos que o século XX foi um momento
de efervescências em termos de desenvolvimento tecnológico e de meios de
comunicação de massa. Só que todo esse furor foi pano de fundo de mais duas
invenções: o rádio e a televisão.

Já comentamos um pouco sobre tal fenômeno quando apresentamos o jornal,


mas, nessa etapa, vamos aprofundar essa análise ainda mais e conhecer tais
contextos de forma individualizada. Esses dois meios de comunicação, porém,
aparecerão juntos, pois ambos possuem muitos elementos em comum, sendo
mais enriquecedor trabalhar dessa forma.

Auditório da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Radionovela brasileira.

Tendo isso em vista, vamos discutir o surgimento e a massificação do rádio


como meio de comunicação, compreendendo o surgimento da televisão e os
fatores que a levaram a conquistar uma adesão tão grande e rápida das
pessoas. Destacaremos ainda seus impactos nos diversos aspectos da
sociedade.

Surgimento do rádio
A história do rádio começou em 1831 com Michael Faraday, que descobriu a
indução magnética. Mas o princípio que realmente fez o rádio possível, o da
propagação radiofônica, foi percebido em 1887 por Henrich Rudolph Hertz. O
experimento consistia em utilizar duas bolas de cobre distanciadas, as quais,
ainda assim, criavam faíscas que atravessavam o ar.

Henrich Rudolph Hertz. Michael Faraday.

Após a elaboração desse princípio, não demorou muito tempo até que a primeira
companhia de rádio fosse fundada, em Londres, no ano de 1896, por Guglielmo
Marconi com a emissão e recepção de sinais sem fio. Logo no ano seguinte,
Oliver Lodge criou o circuito elétrico sintonizado, que possibilitava a mudança de
sintonia ao se selecionar a frequência desejada.

Guglielmo Marconi e seu aparelho de emissão e recepção de sinais sem fio.

O rádio é um veículo de comunicação relevante, eficaz e acessível. Sua


tecnologia se baseia na difusão de informações sonoras através de ondas
eletromagnéticas em diferentes frequências. Por esse motivo, ele era o meio de
comunicação mais popular e o de maior capacidade de ouvintes ao mesmo
tempo no século XX. O rádio se apresentava, afinal, como uma oportunidade
interessante a:

tips_and_updates send radio


Quem Mensagem Quem a
produz Ela é facilmente
escuta
É um meio moderno de difundida por intermédio Não precisa interromper
atingir uma grande desse veículo, qualquer atividade para
quantidade de pessoas cumprindo sua função. se inteirar das notícias,
com atos simples. sendo possível cumprir
sua rotina sem deixar de
obter a mensagem.

O italiano Guglielmo Marconi fez o primeiro sistema de telégrafos sem fios,


fazendo o experimento, pela primeira vez, em 1899, em uma transmissão no
Canal da Mancha. Entretanto, o austríaco Nikola Tesla também já utilizava o
conhecimento de Hertz para tentar fazer a mesma coisa que Marconi. Há
indícios até de que o padre gaúcho Roberto de Moura havia feito uma
transmissão no Brasil três anos antes! Independentemente de quem a realizou
pela primeira vez – até porque certamente não chegaremos a alguma conclusão
–, o fato é que, graças a essa invenção e à possibilidade de sintonizar um
circuito elétrico em determinada frequência, foi possível usar o rádio como
ferramenta de comunicação entre dois pontos distantes.

Nessa época, as mensagens eram transmitidas em código morse, e não por voz,
como estamos acostumados atualmente. A transmissão da voz só foi possível
depois desta contribuição de Lee de Forest: a experiência com uma válvula de
três elementos em 1906. Na prática, isso permitiu que os volumes alcançados
fossem suficientes para serem transmitidos e recebidos.

O período da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi relevante para o


desenvolvimento desse aparelho como tecnologia – e não apenas para seu
estabelecimento como sistema de comunicação sério, confiável e respeitável.
No período, o veículo foi fundamental dentro do espaço de batalha como
elemento de comunicação da própria ação dos enfrentamentos.

Exemplo
O rádio foi usado para transmitir avisos às cidades perto dos locais de guerra e
era a ferramenta de comunicação entre os aviões que sobrevoavam os campos
inimigos e as bases militares.

Soldados americanos operam uma central de rádio durante a Primeira Guerra Mundial.

Era fundamental que essa ferramenta fosse precisa, pois havia muita coisa em
risco; por isso, o rádio se tornou uma ferramenta cada vez mais aprimorada.
Uma vez desenvolvida, a tecnologia da criação do aparelho apresentou
resultados ótimos. Porém, com o uso e o avanço de alguns detalhes, surgiram
alguns empecilhos.

Confeccionados em sulfeto de chumbo e do tipo "ponto de contato" (os


chamados bigodes de gato), os primeiros receptores eram usados para detectar
os sinais de rádio ligados a aparelhos de cristal. Especificamente, os cristais
tinham uma pequena região sensível que deveria ser tocada com a ponta de um
fio para que acontecesse a junção detetora. Na prática, esse contato era feito por
um fio fino, formando uma espécie de mola que tocava no cristal.
Uma mulher ouvindo um conjunto de cristal sem fio através de fones de ouvido, por volta de 1924.

A primeira transmissão de rádio como o conhecemos atualmente, ou seja, com


voz e música por ondas de rádio, aconteceu em 1906 nos Estados Unidos. Mas
foi o canadense Reinald Fessenden que conseguiu reproduzir durante uma hora
conversas e música para os radioamadores. Isso demonstra mais intensamente
o caráter popular do aparelho como comunicação.

No Brasil, a primeira transmissão radiofônica se deu em comemoração ao


centenário da independência do Brasil, em 1922, no Rio de Janeiro, com a figura
representativa do então presidente Epitácio Pessoa. O rádio, no entanto, ainda
não era comum para a população. Para essa ocasião, portanto, foram
importados 80 receptores dele.

Epitácio Pessoa inicia a primeira transmissão radiofônica do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1922.

Após a celebração, o rádio, nesse momento inicial, foi desprezado pelo governo
brasileiro, que não demonstrou interesse em investir no seu desenvolvimento.
Por isso, em 1923, as empresas norte-americanas que haviam movimentado os
equipamentos para o Brasil se organizavam para ir embora.

Nesse momento, compreendendo a eficiência e a qualidade do aparelho para a


comunicação, o médico e cientista Edgard Roquette-Pinto resolveu intervir.
Resultado: o rádio ficou no Brasil com os esforços de um grupo de intelectuais
que via nele uma possibilidade de alcançar os 65% da população que ainda eram
analfabetos.
Edgard Roquette-Pinto durante locução.

Inicialmente, a concessão foi dada pelo governo com a condição de que ela
fosse exclusivamente educativa. Entretanto, logo no começo dos anos 1930, o
Estado autorizou a veiculação de publicidade, o que resultou no surgimento de
outras emissoras.

Graças à publicidade, elas teriam verbas para funcionar. A


partir disso, com fins comerciais, o rádio rapidamente passou
de veículo educativo para meio de entretenimento. De modo
geral, ele foi fundamental para transmitir muitos momentos
culturais, políticos e econômicos do país e do mundo.

Ao longo dos anos, o rádio seguiu se aprimorando em termos de:

podcasts mic online_prediction


Tecnologia Desenvolvimento
Função na
de sociedade
profissionais
Atualmente, podemos acompanhar o encerramento de atividades de algumas
emissoras de rádio. É inegável que o papel dos streamings de conteúdos de
áudio é bem desempenhado; por isso, muitos sujeitos, sobretudo os das
gerações mais recentes, abdicam do consumo da mídia tradicional do rádio.
Ainda assim, segundo dados do Ministério das Comunicações, o Brasil possui
aproximadamente 3.000 emissoras de rádio. Desse montante, há uma divisão
equilibrada entre as estações com frequências AM e FM: cerca de 50%.

Jornalismo e rádio no Brasil

flag 1922
Roquette-Pinto criou e
apresentou o primeiro jornal
de rádio brasileiro. Na Rádio
Sociedade, localizada no Rio
de Janeiro, ele fazia a leitura
dos jornais impressos em
um programa chamado
Jornal da manhã. O
processo de eleição das
notícias a serem lidas no
jornal era feito pelo próprio
Roquete-Pinto, que, na
sequência da leitura, fazia
comentários.

flag 1932
Durante a Revolução
Constitucionalista, o
radiojornalismo ganhou
uma nova expressão em
São Paulo, sendo utilizado
como instrumento de
mobilização popular,
explorando diversos
formatos jornalísticos e
apresentando uma forte
parcialidade. Essa
modalidade do jornal falado
ainda perdura.

flag 1930 a 1940


Houve um intenso
aperfeiçoamento de
equipamentos e de
profissionais voltados para
o jornalismo de rádio.
Nessa época, um dos
programas do gênero de
mais sucesso passava a ser
transmitido: os jornais
narrados.
flag 1950
Na década de 1950, a
criação da Rede Nacional
de Notícias permitiu a
retransmissão por ondas
curtas do jornal falado para
dezenas de emissoras no
interior do Brasil.

Um dos programas de jornalismo de rádio de mais sucesso era o programa de


notícias Repórter Esso, que tinha uma abordagem direta, objetiva e sintética das
notícias de agências internacionais. Outro programa de sucesso foi o Jornal
falado Tupi, que teve mais destaque por conta da rapidez com que divulgava as
notícias da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Também merece destaque a
Hora do Brasil, um noticiário oficial distribuído pelo Departamento de Imprensa e
Propaganda com caráter propagandístico do governo, ou seja, era outra
programação parcial.

Manchete do jornal A Noite, julho de 1935.

Saiba mais
O programa Hora do Brasil ainda existe. Atualmente, ele é transimitido com outro
nome: A voz do Brasil.
Uma breve história dos
video_library programas jornalísticos no Brasil
Vamos falar mais sobre a história dos programas jornalísticos, dos noticiários no
cinema até os primeiros jornais televisivos.

Entra no ar a televisão

Tecnologia que traz o espelho


A lógica de organização de ver a própria vida é fantástico. Não se trata mais de
ouvir, e sim de ver pessoas se movimentarem e de contar notícias. Uma vez
mais, o primeiro desafio é tecnológico: gerar as torres, controlar
governamentalmente os canais e difundir uma cultura.

Nada foi simples. Ainda assim, a televisão já era um


fenômeno mundial. Sua chegada, afinal, também
transformaria os sistemas de propaganda e de difusão de
notícia, rompendo uma vez mais os limites da comunicação
de massa.

Na televisão, reforçava-se a imagem dos líderes políticos e das relações de um


mundo plural – só que com discursos direcionados. A transmissão ao vivo (algo
até então chocante) em um aparelho dentro da sua casa e a chance de obter as
notícias com registros de imagens, assim como o fato de que elas alcançam
muitos da mesma forma, acabaram por modificar até o sentido de interpretação
do que é dito e trabalhado nessas novas formas.

O surgimento da televisão
A história de seu surgimento se parece com a própria história do cinema, já que
foram necessárias invenções de aparelhos e aperfeiçoamentos para isso. Houve,
em suma, uma sequência de experimentações e criações para que tivéssemos
este produto final: a televisão.

De modo geral, o rádio, o telefone e a eletricidade desafiaram os cientistas a


desenvolver uma nova máquina que exibisse imagens através de ondas sonoras.
Pensar sobre o surgimento da televisão nos leva a refletir sobre o seu princípio
fundamental tecnológico: transmitir imagens por meio das ondas do rádio. Por
conta disso, descreveremos a seguir seu processo de evolução:

1920 expand_more
John Logie Baird apresenta o primeiro protótipo de aparelho de televisão.

A primeira pessoa – ao menos, de que temos notícia – a pensar sobre


isso foi John Logie Baird. Após unir componentes eletrônicos
recentemente produzidos em diferentes partes do mundo, Baird
conseguiu montar o primeiro protótipo de aparelho de televisão. Essa
versão foi relevante sobretudo para iniciar os projetos práticos de
desenvolvimento do aparelho.

1923 expand_more

O russo Vladímir Zvoríkin desenvolveu e patenteou o ionoscópio, um tubo


eletrônico de raios catódicos no qual se converte uma imagem óptica
em uma sequência de impulsos elétricos. Esse aparelho se baseava em
um mosaico eletrônico, que é tecnicamente composto por fotocélulas
independentes criadas graças à construção de um sanduíche de três
camadas: uma muito fina, outra de mica e uma terceira coberta em uma
de suas faces com uma substância condutora (no caso, grafite em pó
impalpável ou prata) e, na outra face, com uma substância fotossensível
composta de pequenos glóbulos de prata e óxido de césio.

Vladímir Zvoríkin e seus ionoscópios.


Tal elemento permitiu deixar para trás todos os demais sistemas
desenvolvidos e utilizados, tendo perdurado, com suas modificações, até
o final do século XX. Esse tipo de equipamento foi a base para as
câmeras e integrava todos os recursos necessários para se captar uma
imagem e transformá-la em um sinal elétrico.

1926 expand_more

O mesmo John Logie Baird realizou, em Londres, uma demonstração


bem-sucedida de seu aparelho para cientistas da Academia Britânica.
Com esse sucesso, o modelo apresentado de televisão mecânica foi
adotado pela BBC e tornou-se um dos primeiros a ser utilizado.

John Logie Baird apresenta o primeiro receptor de televisão inteiramente eletrônico, em Londres.

1928 expand_more

A primeira pessoa – ao menos, de que temos notícia – a pensar sobre


isso foi John Logie Baird. Após unir componentes eletrônicos
recentemente produzidos em diferentes partes do mundo, Baird
conseguiu montar o primeiro protótipo de aparelho de televisão. Essa
versão foi relevante sobretudo para iniciar os projetos práticos de
desenvolvimento do aparelho.
John Logie Baird apresenta o primeiro protótipo de aparelho de televisão.

A parte sonora ainda não era muito interessante: o aparelho produzia


ruídos que realmente dificultavam a audição dos sons emitidos. De todo
modo, esse foi o primeiro aparelho a reproduzir imagens em movimento.
Com 32 linhas de resolução, ele tinha uma imagem significativamente
mais satisfatória. Momentos depois, o mesmo aparelho realizou uma
transmissão a cores.

Apresentamos os marcos iniciais do surgimento da televisão. No entanto, com o


passar do tempo e a criação desses aparelhos “base”, isto é, seu sistema inicial,
seus princípios e a constatação de seu funcionamento, outros engenheiros,
cientistas e inventores, de modo geral, se empenharam em desenvolver
aperfeiçoamentos e novas vantagens. Muitas vertentes de desenvolvimento,
com isso, surgiram. Ao longo da história da televisão, uma multiplicidade de
variações agradou os mais variados perfis de pessoas. Elencaremos algumas
dessas variações adiante:

Transmissão de imagens por via


eletrônica
Em 1927, o norte-americano Philo Farnsworth desenvolveu, a partir do
ionoscópio, um aparelho para obter a transmissão de imagens por via eletrônica.
Após ser testada, sua invenção foi um sucesso.
Philo Farnsworth.

Farnsworth a apresentou em feiras científicas por toda a década de 1930. Nessa


trajetória, ele acumulou desentendimentos com grandes empresas, como a RCA
e a Philco, de modo que sua única opção foi fundar, de 1938 a 1951, a própria
companhia de televisores e rádios.

Atenção!
Ressaltamos mais uma vez a proximidade entre o rádio e a televisão, os quais,
por terem uma base tecnológica de desenvolvimento parecida, são lançados ou
desenvolvidos nas empresas de forma conjunta.

Transmissão de imagens por uma TV de


24 linhas
Em 1928, pensando na sequência de desenvolvimento da televisão mecânica, o
engenheiro sueco Ernst Alexanderson a considerava pouco prática. Seu objetivo
passou a ser a funcionalidade e o alcance da transmissão de imagens por uma
televisão de resolução de 24 linhas sem a necessidade de cabos.Alexanderson
fez a primeira demonstração pública de sua televisão no Proctors Theater, em
Nova York. Ela também foi um sucesso.
Ernst Alexanderson demonstra o foco de um projetor de televisão com sete pontos de luz em uma tela.

Tubos de transmissão
As sequências de desenvolvimento para a elaboração de aparelhos
tecnicamente superiores são intensas. Em 1932, Vladimir Zworykin, aquele que,
nove anos antes, desenvolvera o ionoscópio, finalizou o protótipo do tubo de
transmissão, que foi a base para a produção das televisões que estariam nas
residências das pessoas.

Vladimir Kosma Zworykin.

Saiba mais
Até por volta da década de 1990, os monitores CRT – sigla de Cathode Ray Tube
ou, em português, tubos de raios catódicos – eram os mais populares.

Em 1934, a empresa alemã Telefunken


começou a fabricar os primeiros
aparelhos com essa tecnologia. Nesse
momento, as telas não tinham mais
do que cinco polegadas e a visão dos
telespectadores não era muito nítida.
Mas foi nessa mesma década que a Televisão com o monitor CRT da empresa alemã
Telefunken.
resolução melhorou, passou de 60
linhas para 400.

Saiba mais
Durante anos, a televisão era pouco acessível. Somente as famílias ricas podiam
comprar o objeto. No Reino Unido, por exemplo, dados mostram que apenas
3.000 pessoas possuíam televisões na década de 1930.

Barateamento e popularização
A Segunda Guerra Mundial foi relevante para o desenvolvimento da televisão,
assim como do rádio. Em determinados períodos, certamente houve a
paralisação da pesquisa e da produção de televisores; no entanto, novas
tecnologias eram desenvolvidas para facilitar a comunicação.

Com o fim do conflito, em 1945, ocorreu o barateamento do aparelho e o


surgimento de mais canais transmissores, indicando, assim, que mais pessoas
poderiam ter acesso e mais conteúdo para ver. A televisão, porém, só se tornou
um objeto de desejo dentro das casas com o movimento do american way of life,
um dos principais responsáveis pela invasão de eletrodomésticos, de modo
geral, nas moradias.

I Love Lucy é uma das mais aclamadas e populares Versão brasileira de I love Lucy, Alô, doçura,
sitcoms da televisão norte-americana. protagonizado por John Herbert e Eva Wilma (1953-
1964).
As transmissões abertas aconteceram a partir da década de 1930: inicialmente,
na Alemanha, em 1935; em seguida, na Inglaterra, nos EUA e na União Soviética.
Aliás, em 1936, as Olimpíadas de Berlim foram transmitida pela televisão.

Saiba mais
No Brasil, em 1950, era possível acessar um sinal aberto de televisão após a
inauguração da TV Tupi pelo jornalista Assis Chateaubriand. Tratava-se, além
disso, da primeira transmissão na América Latina. Na ocasião, porém, ainda não
havia muitos televisores nos lares brasileiros: o próprio Chateubriand precisou
importar aproximadamente 200 aparelhos e os espalhou pelo país, sobretudo no
Rio de Janeiro.

Imagem colorida

Até o momento, as imagens televisionadas eram em preto e branco, sem cores.


Entretanto, em 1954, nos EUA, a rede NBC conseguiu efetuar as primeiras
transmissões públicas em cores ao utilizar um sistema compatível com os
antigos aparelhos preto e branco (ou seja, o primeiro aparelho de John Baird). A
partir daí, seu desenvolvimento passou a estar mais voltado para:

Detalhes de conforto

Estética
Variedade

Acompanhamento de
tecnologia

Atualização

Exemplo
Controles remotos, videocassetes que podiam exibir imagens gravadas, câmeras
de gravação caseiras, testes de transmissões ao vivo, aparelhos com imagens
3D e smart tvs.

Hoje em dia, a variedade de aparelhos e de emissoras, assim como a qualidade


de sinal, foram aperfeiçoadas, proporcionado sinais de alta qualidade e de
nitidez de imagens que percorrem o mundo graças a uma rede de satélites
posicionada em volta da Terra.

A TV e o jornal
Mas o jornal também teria espaço nessa nova configuração? A resposta é sim.
Não demorou muito, aliás, para que outro veículo dividisse atenção com ele. Em
meados do século XX, a televisão logo se popularizou, atraindo a atenção
daqueles que consumiam o jornal. Assim como aconteceu com o rádio, o jornal
conseguiu garantir seu espaço nesse novo veículo de comunicação.

Gontijo Teodoro, âncora do telejornal Rede Tupi de Assis Chateaubriand fazendo o seu discurso de
Notícias do Rio de Janeiro, na TV Tupi. inauguração da TV Tupi, em 1950.
A história de as notícias serem transmitidas com imagens e falas remonta, antes
da televisão, à própria história do cinema. Com o surgimento da sétima arte,
afinal, também aparece a ideia de gravar notas de tipo informativo. Essa vontade
foi tão intensa que o primeiro filme produzido retratava a saída dos operários de
uma fábrica, revelando as capacidades informativas do cinema. Com isso,
exigências técnicas foram estabelecidas, enquanto o cinema era visto como um
veículo transmissor de notícias.

As primeiras companhias cinematográficas estabeleceram os equipamentos


para a confecção de noticiários em filme. O chamados cinejornais eram
caracterizados pela periodicidade e pela multiplicidade, já que, para tornar o
jornal local, eles ofereciam conteúdos de interesse para zonas específicas e
sobretudo no idioma de cada população.

Os informativos de cinema perderam sua relevância à medida


que a televisão ganhava espaço e concomitantemente com o
fim da Segunda Grande Guerra. As vantagens da televisão
sobre eles eram nítidas: imediatismo e conforto de casa.

O primeiro conteúdo de notícia na televisão mundial aconteceu em agosto de


1928, nos Estados Unidos, quando a emissora WGY transmitiu simultaneamente
em rádio e televisão a cerimônia em que Al Smith, pré-candidato à presidência
dos EUA pelo Partido Democrata, aceitava a indicação oficial. Além disso, esse
também foi o primeiro sinal ao vivo da televisão.

Saiba mais
No Brasil, o telejornal surgiu na década de 1950 com a TV Tupi. Nesse momento,
como apontamos, os televisores não eram algo comum para a população. Em
1969, houve a primeira transmissão em rede nacional de um telejornal: era o
Jornal nacional, da Globo, que se consagrou como líder de audiência no horário
nobre.
Sérgio Chapelin e Cid Moreira, âncoras do Jornal Nacional, em 1969.

Na prática, o jornal na televisão copiou o formato do rádio. Inicialmente, suas


notícias eram lidas diante da câmera, mas, em pouco tempo, foi necessária a
presença de um apresentador que personalizasse o jornalismo e as informações
por meio da sua aparência, de sua expressão facial e de sua entonação. Com o
passar dos anos, foram incluídos no formato as imagens sem som e, em
seguida, os vídeos sonoros. Os telejornais, desde seu surgimento, ocuparam um
papel de relevância na vida da população.

Exemplo
Durante o século XX, o horário do jornal, em muitas casas, virou o momento de
repousar e ver televisão após um longo dia e o jantar. Ele também aparece em
inúmeras literaturas com destaque, além de estabelecer como objetivo
profissional o ato de se “apresentar, entrevistar ou aparecer no telejornal”. Entre
outros impactos, o telejornal, em suma, é um assunto na vida cotidiana.

Atualmente, as emissoras tendem a apresentar telejornais como parte da sua


identidade expressa em programação normal, transmitindo-os diariamente e em
horários fixos. Em situações urgentes e extremas, elas até interrompem suas
agendas para exibir plantões de notícias.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

O século XX demarca o desenvolvimento dos meios de comunicação de


massa tradicionais. Na década de 1950, houve a primeira transmissão
televisiva no Brasil. Tendo isso em mente, assinale a alternativa correta.
A Essa também foi a primeira transmissão na América Latina.

Nesse momento, as televisões já eram populares no Brasil:


B
havia 5.000 unidades no país.

A Segunda Guerra Mundial não teve qualquer impacto no


C
desenvolvimento da televisão.

Desde o surgimento das televisões, os aparelhos foram


D
acessíveis economicamente.

A televisão não despertou muita atenção da população no


E
século XX.

Parabéns! A alternativa A está correta.

A primeira transmissão aberta aconteceu, na Alemanha, em 1935, e depois na


Inglaterra, nos EUA e na União Soviética. A do Brasil foi a primeira de toda a
América Latina, quando, em 1950, houve o acesso a um sinal aberto de
televisão após a inauguração da TV Tupi pelo jornalista Assis Chateaubriand.
Como não havia muitos televisores no país, o próprio Chateubriand importou
aproximadamente 200 aparelhos e os espalhou pelo país, sobretudo no Rio
de Janeiro.

Questão 2

O rádio e o jornalismo se encontram na busca de novas tecnologias. Nesse


processo, notamos que o desejo de novas informações e de velocidade
fortaleceu esse veículo. Marque a afirmação correta sobre o desenvolvimento
do rádio no mundo.

A A primeira transmissão aconteceu em 1836.


A Primeira Guerra Mundial foi relevante para desenvolver o
B
rádio como tecnologia eficiente de comunicação a distância.

C A Primeira Guerra Mundial não interferiu na trajetória do rádio.

O rádio é um aparelho que teve pouco impacto na vida das


D
pessoas do século XX.

O rádio não significou o incentivo de desenvolvimento a


E
outros meios de comunicação.

Parabéns! A alternativa B está correta.

O período da Primeira Guerra Mundial foi relevante para o desenvolvimento


do aparelho como uma tecnologia – e não apenas para seu estabelecimento
como um sistema de comunicação sério, confiável e respeitável. O rádio era
relevante dentro do espaço de batalha como elemento de comunicação na
própria ação dos enfrentamentos. Era fundamental, portanto, que ele fosse
preciso, pois havia muita coisa em risco; assim, o rádio se tornou uma
ferramenta cada vez mais aprimorada.
3 - Indústria cultural e comunicação de massa
Ao final deste módulo, você será capaz de analisar o papel da construção de um
meio de comunicação de massa como fenômeno no fim do século XX.

Indústria cultural e comunicação


de massa

video_library O que é cultura de massa?


Vamos entender o que significa a indústria cultural? A professora Thaina explica
e relaciona a ideia de cultura de massa:

Depois de apontar os desenvolvimentos técnicos necessários para a


comunicação de massa tradicional, consideramos necessário trazer à tona a
relevância cultural que tais aparelhos possuem. De modo geral, a cultura
consiste no modo como as pessoas vivem e se representam coletivamente.

Falar de cultura significa, portanto, tratar de elementos, como moda, esportes,


arquitetura, educação, religião, hábitos e ciência. Quando a relacionamos aos
meios de comunicação de massa, pensamos principalmente em dois aspectos:

groups thumbs_up_down
Como esses meios Quais informações
impactam os e significados são
hábitos cotidianos veiculados e
da sociedade apreendidos
Sobre esse assunto, Sousa (2004) atesta que, como a cultura se assenta em
processos comunicacionais de transmissão de informações ao longo do tempo
e do espaço, as questões da identidade cultural figuram entre as mais estudadas
pelos comunicólogos. Assim, ao se estudar a comunicação num grupo ou numa
organização, é preciso atender à cultura específica desse grupo ou organização.

Linguagens

Formas de fazer as
coisas
Interpretações

Pontos de vista
compartilhados

Os impactos culturais são percebidos dentro de classificações de ordem de faixa


etária, camada social, gênero e localização espacial, entre outros. Mas certos
aspectos comuns, além de outros tantos elementos, são discutidos por todos
que participam da sociedade:

Percepção e disponibilidade de tempo

Captação da mensagem

Identidade

Governança

Poder

Estética e formato da mediação

Existe uma relação entre os indivíduos e a cultura. Os meios de comunicação


atuam justamente nessa pauta, potencializando a disseminação dos valores
compartilhados pela sociedade. Os meios de comunicação de massa, portanto,
são as indústrias culturais, isto é, aquelas que propagam, em primeira instância,
os valores da sociedade. Por isso, os canais de comunicação que produzem e
distribuem músicas, romances, literaturas e programas de televisão nos mais
variados gêneros (auditório, comédia, reality, entretenimento ou jornalístico),
assim como jornais, filmes, videogames, serviços de internet e outros produtos
culturais, disseminam os valores que esses produtos contêm para um grande
número de pessoas.

Resumindo
Não é possível separar a comunicação de massa da indústria cultural, pois
ambas são codependentes justamente pelo objetivo de cultura e amplitude no
atingimento de pessoas. Entretanto, destacamos que isso possui vantagens e
desvantagens, isto é, lados positivos e negativos em demasia.

A indústria, afinal, decorre de uma sociedade também


mecanizada. Treinada para receber ideias sem avaliação
crítica, ela apenas aceita o que é veiculado nesses meios,
sem obstáculos, tornando-se, com isso, uma sociedade de
consumo global e sem restrições.

Para a maioria da sociedade, isso se trataria de um problema, mas, para aqueles


que obtiverem vantagens – sejam elas quais forem – com a mensagem
veiculada, tal mecanização seria um grande sucesso. Pensando nisso,
destacamos os estudos de Horkheimer e Adorno, que criaram, com outros
estudiosos, o conceito de "indústria cultural" – sobretudo para definir a
conversão da cultura em mercadoria.

Max Horkheimer. Theodor W. Adorno.

Objetivamente, esse conceito apresenta a ideia de produção artística em massa,


como é comum nas fábricas e indústrias. Trata-se de um novo modelo de fazer
arte e cultura, ambas pautadas nas técnicas do sistema capitalista. Para os dois
autores, o conceito de indústria cultural não se refere exclusivamente aos
veículos, como, por exemplo, televisão, jornais e rádio. Na verdade, esse conceito
os extrapola, pensando no uso dessas tecnologias por parte da classe
dominante, ou seja, por aqueles que terão vantagens.

A partir da década de 1970, a produção cultural e intelectual do Brasil –


principalmente a veiculada nos meios de comunicação de massa – passa a ser
guiada pela possibilidade de consumo mercadológico. Isso ocorre com a
música, a moda, as telenovelas e até os jornais. De todo modo, essa realidade
abre espaço para o estudo do comportamento individual e coletivo, o que
faremos a seguir.

O papel da globalização nas bases


de transformação das
comunicações

Globalização e comunicação
Percebemos que o jornalismo e a publicidade possuem um papel relevante nas
sociedades modernas, sobretudo nas ocidentais. Desde o século XV, com o
surgimento da prensa, as ideias colocadas em texto começaram a possuir um
elemento facilitador na sua difusão. A partir disso, houve diversos
desenvolvimentos. Como apontamos, ao longo dos séculos, foram surgindo:

Jornal impresso

Cinema
Rádio

Televisão

Profissões associadas
a esses meios de
comunicação.

Podemos apontar que a segunda metade do século XX e o século XXI, até o


momento, são os mais intensos em termos de transformações tecnológicas.
Essas mudanças passaram a ser mais agudas desde o pós-guerra e seguem
com um objetivo declarado de globalização, ou seja, de redução das distâncias
entre as pessoas, as ideias, os conhecimentos e os espaços.

Uma imagem comum quando se fala


de globalização é um mundo pequeno
sobre algumas mãos de pessoas de
diferentes perfis étnicos. Ela sugere a
ideia de que o mundo é colaborativo,
isto é, de que a globalização acontece
para aproximar os territórios e trazer
elementos comuns a todas as nações.

O conceito de globalização é comumente empregado para apontar:

satellite_alt language
Diminuição das Aproximação dos
fronteiras povos
connect_without_contact trending_up
Intercâmbio entre Crescimento dos
as sociedades negócios
Ainda assim, não há um consenso sobre tal conceito em suas particularidades.
Certos estudiosos subdividem a globalização em fases cujo início se deu no
século XV, passando por diferentes etapas ao longo da história e perdurando até
os dias de hoje. A subdivisão mais usual a separa em quatro fases:

flag 1ª fase
O mais comum é tratar
como primeira fase o que
ocorreu entre o século XV e
o XIX, caracterizando a
globalização pela
ocorrência das grandes
navegações e pela
expansão da economia
mercantilista.

flag 2ª fase
Tem início no final do
século XIX e segue até o fim
da Segunda Guerra Mundial,
isto é, em 1945. A principal
característica dessa etapa é
o crescimento do
capitalismo.

flag 3ª fase
Ela é considerada o período
da Guerra Fria (1945-1991)
entre a União Soviética e os
Estados Unidos. Sua
principal característica é o
conflito entre a existência
do sistema capitalista e os
preceitos do socialismo.

flag 4ª fase
Inicia-se com a queda do
Muro de Berlim, em 1989, e
segue até os dias atuais.
Suas principais
características são o maior
avanço e a consolidação do
sistema capitalista, assim
como uma percepção com
mais nitidez das
consequências desse
sistema.

Podemos considerar, entre outras inúmeras implicações, como os maiores feitos


da globalização:
O desenvolvimento de
aviões e voos
comerciais

A necessidade de
comunicação entre
diferentes povos de
modo eficaz e prático,
além da instauração
uma “língua
universal” – no caso, o
inglês

A criação e a expansão
de empresas
multinacionais que
atuam em diferentes
nações

A maior difusão de
conhecimentos além
das fronteiras
espaciais

O uso de novas fontes


de energia, como a
energia nuclear, e o
desenvolvimento de
tecnologias modernas
em áreas, como, por
exemplo, genética,
robótica e
biotecnologia

O transporte intenso
de matérias-primas
de diversas origens
para as mais variadas
produções

O incentivo à
inovação e à
criatividade para o
desenvolvimento de
melhores produtos e
serviços

A globalização é um processo profundo cujos desdobramentos impactam mais


algumas comunidades que outras. Ela possui muitos aspectos negativos:
algumas nações, aliás, colhem principalmente seus aspectos danosos. Isso
ocorre principalmente com as camadas mais baixas de todas as nações, que
acabam por ter contato com os efeitos mais nocivos da globalização. Em nível
global, um impacto sério dela é o desemprego nos países em desenvolvimento.
Desigualdade social em Nova York, a cidade com mais bilionários do mundo.

Exemplo
Até o processo de globalização acontecer e exigir profissionais mais
qualificados para lidar com a tecnologia e todas as suas áreas necessárias, mais
da metade da população trabalhadora mantinha seus empregos nas indústrias,
os quais, aliás, não exigiam muitas qualificações.

A consequência do desemprego é a incapacidade de se satisfazer às


necessidades básicas dessas pessoas. Isso resulta no crescimento, na maioria
das sociedades, de atividades criminosas, como roubos e furtos, além da
utilização em demasia de drogas lícitas – e principalmente das ilícitas. Até os
dias de hoje, a taxa de desemprego e a de pobreza aumentam com a
intensificação das desigualdades sociais. Além desse exemplo, outros impactos
sérios e prejudiciais às sociedades em desenvolvimento – e sobretudo àqueles
menos favorecidos economicamente – podem ser observados.

Apontaremos dois impactos provenientes desse processo:

Má qualidade na Proliferação de
alimentação doenças
contagiosas e
perigosas
Objetivando negócios agropecuários, os animais são
alimentados com produtos químicos que os fazem produzir
muito leite ou aumentar de peso. Os indivíduos se alimentam
dessa carne e desse leite, assim como das verduras, dos
legumes e das frutas contaminadas com químicos presentes
em todos esses ambientes, para responder à necessidade da
indústria e desenvolvem doenças crônicas.

Outro exemplo se relaciona diretamente com o que apontamos: a sobrecarga do


meio ambiente. Seja para o consumo alimentar das pessoas, para a abertura de
vias de transporte, de moradia ou de sedes das mais variadas organizações, para
a extração de matérias-primas ou para outras finalidades, o fato é que o meio
ambiente está cada dia mais comprometido graças a ações humanas em favor
dessa globalização e a alguns de seus desdobramentos.

Aquecimento global, efeito estufa, poluição dos oceanos e camada de ozônio


são consequências que têm se intensificado muito rapidamente, sendo
necessários inclusive grandes acordos entre as maiores potências mundiais a
fim de minimizar seus efeitos. O planeta, afinal, está intensamente poluído,
desgastado, devastado e explorado. Por mais que grupos ativistas chamem a
atenção para esses problemas, pouco é feito no sentido de solucionar – e,
principalmente, de prevenir esses impactos.
Ainda há o aspecto da
competitividade no mercado
econômico. Isso se apresenta de
modo que os clientes, os sujeitos de
diversas sociedades, têm acesso a
marcas locais e internacionais a
preços competitivos. A disputa pelo
consumidor induz as empresas a
oferecer melhores produtos e valores
mais baixos. Na prática, como as
corporações multinacionais possuem
sedes e filiais em todo o mundo, isso
lhes permite atingir um público maior
e, teórica ou declaradamente,
estimular o crescimento econômico
nos países em desenvolvimento. Já as
empresas menores podem expandir
suas operações além das fronteiras
locais graças a avanços da tecnologia.
Elas também podem obter
financiamento no exterior e levar suas
operações para mercados
estrangeiros.

Por fim, destacamos um aspecto complexo que possui seus pontos úteis e
outros inconvenientes. Com a internet, a tecnologia de telefonia celular, os
dispositivos portáteis sem fio e outras tecnologias de comunicação, as pessoas
passaram a se comunicar rapidamente e com muita qualidade – mesmo em
longas distâncias. Graças ao desenvolvimento da tecnologia, o mundo está
ficando mais próximo, pois as distâncias são diminuídas em relação a tempo-
espaço. A relação entre tecnologia e comunicação é objetiva: com o advento da
internet, ela tornou-se muito fecunda.

Celulares
Nos anos 1980, houve um movimento de popularização de aparelhos de telefone
para uso residencial e pessoal no Brasil. Ainda nesse momento, o celular era um
elemento pouco acessível à maioria dos habitantes graças a burocracias, acesso
e investimento financeiro, sendo considerado um bem material que conferia
status à família que o possuía. Mas havia uma tendência à sua popularização, o
que logo aconteceu por volta dos anos 1990. Esse foi um momento relevante
para a comunicação, pois, na prática, o telefone celular aproximou as pessoas,
favoreceu o diálogo entre sujeitos distantes e propiciou novas demonstrações de
afetividade e de presença, além de se tornar um elemento de desejo para toda a
população.

Modelos de telefone celular típicos dos anos de 1980 e 1990.

Resumindo
Em muitos espaços, o movimento acontece ao mesmo tempo, mas não
podemos considerar que todo o planeta desenvolve a comunicação de modo
homogêneo e simultâneo. Mesmo assim, com a globalização, há uma tendência
de que as coisas se desenvolvam concomitantemente – e podemos perceber
isso em relação ao telefone.

Hoje em dia, essas invenções


tecnológicas geram alterações de
comportamentos e muita
desconfiança – sobretudo das
pessoas com perfis mais
conservadores. Se, por um lado, as
pessoas recebem com muita
expectativa a sensação de
pertencimento a uma noção
modernidade, tratando-a como uma
adesão ao progresso, alguns grupos,
por outro, a percebem com
desconfiança pelo custo, pelos
impactos desconhecidos que pode vir
a trazer e até por um controle que ela
poderia ter sobre suas conversas
pessoais, seja por organizações ou
pela própria família.

O telefone pessoal serve como um ponto de partida para os desenvolvimentos


tecnológicos de comunicação utilizados com finalidade particular. A partir dele
(e nos últimos momentos do século XX), o celular, que já existia, passa pelo
mesmo movimento de popularização.

No Brasil, o primeiro celular teve sua linha ativada em 1998. Dessa forma, a
comunicação passou a ser mais imediata e móvel. Trata-se de um aspecto muito
relevante e que altera ainda mais muitos comportamentos – só que agora essa
alteração atinge um número mais amplo de pessoas.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Qual é a característica mais marcante das comunicações de massa?

A Aprofundamento dos conteúdos.

B Utilização de meios oficiais, mesmo que com pouca agilidade.

C Agilidade no repasse de informações.

D Atingir uma grande quantidade de pessoas com a informação.

E Apoio de imagens na transmissão da informação.

Parabéns! A alternativa D está correta.

A principal função da comunicação de massa é chegar a uma grande


quantidade de receptores ao mesmo tempo partindo de um único emissor.
Entende-se como comunicação de massa a difusão de notícias por meio de
ferramentas, como jornais, revistas, rádio, televisão, cinema e internet. Juntos,
esses elementos consistem no que comumente chamamos de mídia.

Questão 2

A comunicação de massa no século XXI é transformada pela popularização


da internet e de aparelhos conectados (celulares, notebooks, computadores,
tablets, relógios etc.). A partir dessa constatação, avalie as sentenças a
seguir.

I. A comunicação em massa tradicional permanece atuando nos dias atuais,


mas a chegada da internet atualiza as maneiras de fazer a publicidade...

Porque

II. Com o surgimento dos smartphones, a comunicação passou a acontecer


em tempo real e a interação se tornou mais dinâmica, potente e fecunda.

A A afirmativa I é verdadeira; a II, falsa.

B A afirmativa II é verdadeira; a I, falsa.

C As afirmativas I e II são falsas.

As afirmativas I e II são verdadeiras, mas a II não é


D
justificativa da I.

E Afirmativas I e II são verdadeiras, e a II é a justificativa da I.

Parabéns! A alternativa E está correta.

Com a popularização da internet e principalmente dos smartphones, a


comunicação passou a ser imediata com todos os espaços do globo. Isso
deu a ela uma dimensão ampla, conectada e muito moderna do diálogo como
um todo. Nesse momento, os veículos de comunicação são desafiados a se
atualizar e permanecer interessantes para as pessoas, já que elas agora
contam com tantas novidades na tela sobre a palma de suas mãos.

Considerações finais
Ao longo deste estudo, percebemos que, independentemente de suas mudanças
serem significativas ou menos impactantes, certos meios de comunicação
foram possibilitados graças a algumas sequências de desenvolvimentos
encadeados. Vimos também que, quando acontecem, tais alterações, mesmo
promovendo algumas rupturas, acabam por exaltar a permanência do veículo de
comunicação.

Ainda que tenham esses elementos em comum, porém, os aparelhos e seus


impactos devem ser percebidos em suas singularidades. Por isso, relacionamos
esses meios de comunicação com a noção de modernidade, já que cada meio
surgido, desenvolvido ou atualizado era recebido pela sociedade com uma
sensação de progresso. Até os dias de hoje, os avanços tecnológicos e
científicos, frisamos, são percebidos por ela com entusiasmo e otimismo,
supostamente representando a caminhada para um mundo cada vez mais
moderno, dinâmico, rápido e conectado.

Todos esses meios de comunicação são desenvolvidos por e para a sociedade.


Desse modo, demonstramos que eles possuem potencialidades exploradas para
a informação, a educação e o entretenimento, principalmente.

Ainda assim, destacamos que os meios de comunicação também são utilizados


como ferramentas para o desenvolvimento de projetos que nem sempre se
coadunam com o bem-estar geral da população. Por isso, apontamos quão
relevante é compreender que todas as interações, sejam elas ativas ou não, com
esses meios precisam ser feitas com compromisso e responsabilidade.
headset Podcast
Ouça o podcast. Nele, faremos um resumo sobre a história e seus efeitos na
atualidade da popularização da comunicação de massa no Brasil e no mundo.

Explore +
Para se ambientar mais na história do jornal The London Gazette, navegue por
site. Trata-se de um dos jornais mais antigos do mundo, estando em circulação
há 357 anos. No site do periódico inglês, existem algumas abas destinadas à
trajetória do jornal ao longo de todos esses anos.

Para conhecer mais sobre A história da primeira cineasta a trabalhar com o


cinema para contar histórias, assista a Reel models: the first women of film,
documentário para a TV dirigido por Susan Koch em 2000.

Para refletir mais sobre a relação entre presença digital dos indivíduos, seu
comportamento e as atividades cotidianas, verificando como estão interligados
e podem se desdobrar em um mundo no qual tais aspectos são intensificados,
veja o episódio Nosedive (temporada 3, episódio 1, de 2016) da série Black
mirror.

Para saber mais sobre a percepção do cotidiano em relação ao telefone no


Brasil, especificamente na cidade do Rio de Janeiro, leia esta crônica de Rubem
Braga: Telefone. Ela foi publicada no jornal Correio da manhã do dia 2 de
novembro de 1954.
Referências
BARBOSA, M. História da comunicação no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2013.

BRIGGS, A.; BURKE, P. Uma história social da mídia: de Gutenberg à internet. Rio
de Janeiro: Zahar, 2004.

CAMPBELL, R.; MARTIN, C.; FABOS, B. Media & culture: an introduction to mass
communication. 8. ed. Boston: Bedford/St. Martins, 2012.

DEFLEUR, M.; BALL-ROKEACH, S. J. Teorias da comunicação de massa. Rio de


Janeiro: Zahar, 1993.

DIZARD, W. A nova mídia: a comunicação de massa na era da informação. 2. ed.


Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.

LITTLEJOHN, S.; FOSS, K. Encyclopedia of communication theory. California:


Thousand Oaks, 2009.

MCQUAIL, D. McQuail’s mass communication theory. 6. ed. London: Sage, 2010.

MEMÓRIA GLOBO. Jornal nacional: a notícia faz história. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 2004.

PINHO, J. B. Jornalismo na internet: planejamento e produção da informação on-


line. São Paulo: Summus Editorial, 2003.

RIBEIRO, A. P. G.; SACRAMENTO, I.; ROXO, M. História da televisão no Brasil. São


Paulo: Contexto, 2010.

SOUSA, J. Elementos de teoria e pesquisa da comunicação e da mídia.


Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2004.

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