Lietha Wards - Serie Wild - #1 - Wild Obsession (Obsessao Selvagem) (Revisado)

Lietha Wards – Série Wild 01 – Obsessão Selvagem
WILD OBSESSION
Lietha Wards
Série Wild 01
Obsessão Selvagem
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Sinopse
Tess estava apaixonada por um médico. Chefe de seu pai para ser exato, só que ele nem
sabia que ela existia, ou não é? Toda vez que algo infeliz aconteceu fo iJacob Hartley
quee stava lá para cuidar dela.
Revisora Inicial: Soneide

Revisão Final: Roze Are
Formatação: Nanna Sá
Continuação da série:
Wild 02 – Wild Rush (Rush e Lizzette)
Wild 03 – Wild Heart (Colton e Elaina)
Wild 04 – Micah Rush (Micah e Hailey)
Wild 05 – Hartkey’s Crush (Tyler e Eva)
Wild 06 – Wild Ride: Lance and Tammy
Wild 07 – Wild Desire (Mark e Selena)
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CAPÍTULO UM
Tess estava tão concentrada na música que não ouviu quando a porta da sua casa foi aberta pelo
chefe do seu pai, que entrou na sala e ficou ali, ouvindo-a tocar.
Ela sempre ficava presa em um mundo próprio quando tocava o seu amado violino. Desde que
começou a andar, sempre teve um violino nas mãos.
Sua mãe se tornou um membro da Orquestra Filarmônica de Nova York assim que saiu da
Julliard, mas havia desistido de tudo quando se casou com o seu pai.
Tess sorriu quando lembrou a mãe e a sua gentileza.
- Você nunca se arrependeu? - Tess perguntou a ela.
- Eu amo o seu pai mais do que a minha carreira e viveria eternamente feliz, mesmo se
fossemos obrigados a comer ervilhas pelo resto das nossas vidas.
Ela quis realmente dizer aquilo, pensou Tess ao se lembrar da ternura existente nos belos olhos
castanhos escuros da sua mãe.
Tess nunca conseguiu sair da cidade de Sulphur Springs, em Montana, mesmo após a sua
formatura no colegial.
Sua mãe havia morrido a três anos de um câncer de mama, seis meses antes da sua formatura e
ela não teve coragem de deixar o seu pai sozinho, pois ele claramente havia ficado perturbado após a
sua morte.
Então, ela começou a passar todo o seu tempo livre ajudando-o.
Não que realmente quisesse ir embora dali, afinal ela amava o seu país, a sua pequena cidade e
as pessoas com uma grande paixão.
E, também, havia outra razão, uma que estava bem atrás dela, mas era algo ainda desconhecido
para ambos.
E essa razão mantinha toda a sua atenção fascinada focada nela.
Se virasse para ele naquele momento notaria que a sua expressão não demonstrava nada, porem
aqueles seus olhos escuros e inteligentes, contavam uma história diferente.
A música saia do seu violino enquanto ela deixava seus pensamentos e emoções fluírem através
dela, mas assim que parou um pouco para mudar a partitura, sentiu que não estava mais sozinha
naquela sala.
Quando virou, deparou com o Jacob parado na porta olhando para ela.
Ele era uma imagem impressionante, com aquele seu corpo grande preenchendo toda entrada e
a luz do sol em suas costas criando algo incandescente em torno dele.
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E, apenas por causa daquela luz, ela não consiga ver realmente o que estava presente em seu
rosto.
No entanto, apenas a sua presença por si só já a afetava.
De repente sentiu que a sua garganta se fechava e teve que engolir seco.
Foi difícil admitir a sua paixão antes dele deixar Sulphur Springs para ir frequentar a faculdade
de medicina. Sem falar que naquela época ela era apenas uma criança, nada feminina e isso seria
considerado por todos, inclusive por ele, apenas uma paixão tola.
Mas todas as vezes que ele havia retornado para a sua casa durante o verão, nos últimos sete
anos, a sua paixão havia se transformado em algo mais.
Afinal, agora ela estava com vinte e um anos e não havia nenhuma dúvida em sua mente de
como se sentia com relação a ele.
As coisas que aconteciam ao seu corpo quando ele estava em torno dela não se repetia na
presença de nenhum outro homem e ela com certeza, não tinha absolutamente nenhum controle sobre
essas coisas.
O ar sempre parecia mais pesado quando ele entrava no ambiente em que ela estava, sem
mencionar o fato do seu coração começar a bater mais rápido e sempre encontrar dificuldade em
recuperar o fôlego, como agora.
Ela observou quando ele mudou o seu peso de um pé para o outro, mostrando-se um pouco
desconfortável ao ser descoberto, o que era muito estranho, já que aquele homem geralmente era tão
seguro de si que deveria se sentir confortável ate diante de um enforcamento.
Obviamente, a intimidade da sua musica deve tê-lo deixado inquieto e ele devia estar achando
que não deveria ter entrado na sua casa daquela forma.
Mas esses sentimentos não eram corretos, afinal, ele era o dono da casa em que seu pai e ela
viviam, sem falar que eles meio que tinham uma regra tácita de nunca bater na porta.
Seu pai trabalhava como médico veterinário para Jacob, Lance e Colt Hartley, eles eram os
donos do Rancho Lansdowne, um lugar mundialmente famoso pela criação de cavalos de corrida puro-
sangue.
Apesar de Jacob ser o irmão mais velho e o médico da cidade, também era o patriarca dos
meninos Hartley, isso desde que seu pai havia se mudado para o Texas após a morte da sua amada
esposa.
Todos eles sofreram com aquela perda de uma forma forte e masculina, mas Jacob era diferente
dos demais, havia um ar ao seu redor que o fazia se destacar, pelo menos para ela.
Havia uma corrente em torno dele que a sacudia sempre que ele colocava aqueles seus olhos
castanhos claros inteligentes sobre ela e nem sequer precisava falar algo para ela ser afetada, mas
quando falava... Todos os seus pensamentos desapareciam da cabeça.
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Mesmo estando vestido com uma calça jeans desbotada, uma camisa de cambraia azul e um
surrado chapéu Stetson, era uma força a ser reconhecida e diante de tudo aquilo ela mal conseguia se
lembrar de respirar.
Ela achava que ele ficava igualmente majestoso quando vestido com qualquer um dos seus
ternos, aqueles que ele começou a usar para trabalhar em sua clínica na cidade.
Ela até mesmo chegou a trabalhar para ele durante um verão como recepcionista, mas como
ficar próxima a ele lhe afetava muito, não conseguiu se concentrar no trabalho o suficiente para mantê-
lo.
Mas se fosse verdadeira consigo mesmo, assumiria que não era apenas por esse motivo que
acabou desistindo da vaga.
Aquele homem era um verdadeiro ímã para as mulheres. Durante todo o seu expediente mais
parecia um desfile de mulheres para dentro e fora da clinica, todas totalmente enfeitadas e fingindo ter
alguma doença para que pudesse chegar até ele.
Aquilo literalmente a deixava completamente louca e não conseguiu aguentar o quão
superficial as mulheres poderiam ser.
Ela jamais iria tão longe apenas para ganhar a sua atenção. Afinal, tinha mais orgulho do que
isso.
No entanto, será que não falar nada sobre seus sentimentos e ama-lo à distância lhe traria algum
beneficio futuro?
Provavelmente não.
Não importa o quão legal e desapegado ele aparentava, pois jamais teria na vida problemas para
ganhar a atenção do sexo oposto.
Sem falar que era muito bonito, rico e médico... Ou do seu corpo alto e musculoso.
Com certeza tudo aquilo era prova de quão excepcional em outras coisas ele seria.
Oh. Meu. Deus.
Ela sentiu as suas bochechas aquecer, envergonhada com o fato da sua mente fértil de repente,
cogitar sobre as suas proezas sexuais.
Todos os irmãos tinham a mesma pegada, mas ela só tinha olhos para Jacob.
O irmão do meio era o Lance, um advogado e completando o trio havia o Colt, o mais jovem,
que se dedicava principalmente ao rancho, mas todos os meninos, sem exceção, compartilhavam todas
as responsabilidades inerentes ao local.
Não que precisassem do resultado financeiro desse trabalho.
Seu pai havia vindo do Texas, onde ganhou muito dinheiro com petróleo e antes que o preço
dele caísse, o que sempre costumava falar para todos, fugiu de lá. Então, mudou-se para o norte onde
comprou essa fazenda e acabou se casando com a filha do ex-proprietário, e isso lhe rendeu três filhos.
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O Colt apesar de trabalhar apenas na fazendo não era alguém sem talento. Ele tinha um belo
diploma em finanças de uma grande universidade, porem, a sua principal responsabilidade era o
rancho, enquanto Lance e Jacob trabalhavam também na cidade. No entanto, eles tomavam todas as
decisões necessárias em conjunto.
Parecia que cada um dos meninos tinha um grande cérebro, além do belo físico.
- Estou procurando o seu pai. - Ele finalmente disse percorrendo com os olhos a sala.
Ela aproveitou a oportunidade para deslizar secretamente seus olhos sobre seu corpo e percebeu
que não era a única que estava inquieta.
A presença daquele homem sempre a fazia sentir-se perturbada, mas não de uma forma ruim.
Na verdade, ela sempre ficava além de exultante por ele estar simplesmente lá e também, totalmente
vulnerável, especialmente quando o ar ao redor dela parecia aquecer alguns graus a mais com a sua
presença.
Mas naquele instante não era apenas isso, ele havia a ouvido tocar e isso era algo que sempre
mantinha apenas para si mesma.
Respirou fundo e tentou firmar a voz o melhor possível.
- Ele teve que ir ate a cidade comprar suprimentos.
Ele virou o seu olhar para ela enquanto acenava com a cabeça.
- A minha égua está em trabalho de parto.
Toda vez que seus olhos a focavam, ela sentia uma pontada no peito.
Às vezes, desejava que ele não fosse tão bonito, porque assim, não seria tão duro para o seu tão
sofrido coração, que sempre ou galopava, ou simplesmente parava de vez, ou doía como o inferno.
Meu Deus. Provavelmente vou precisar de um marca-passo antes de completar vinte e cinco
anos.
O fato de ele ter olhos tão bonitos também não ajudava em nada.
Eles eram de um castanho mel e com um anel mais escuro ao redor da íris, finalizados por
cílios negros e grossos de dar inveja a qualquer mulher.
E todas as vezes que eles a fitavam como agora, seu sangue esquentava.
Combine isso com as covinhas que apareciam quando ele sorria e ela estava irremediavelmente
enfeitiçada.
- Como? - Ela finalmente disse quando percebeu o tamanho da sua preocupação com a sua
égua, sentindo ao mesmo tempo estúpida por aquela pausa, enquanto o comia com os olhos.
Cada vez que o encontrava, percebia o quão boba era a forma como agia em torno dele.
Felizmente ele parecia nunca notar este fato. Provavelmente, porque todas as mulheres agiam da
mesma forma em torno dele e ele honestamente deveria pensar que era apenas parte do seu efeito.
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- Você pode deixar um recado pedindo ao seu pai para ir ao estábulo, assim que ele chegar?
Não acho que haverá problemas, mas em todo caso gostaria da sua presença conosco, enquanto isso.
Não era nenhum segredo que ela era a ajudante do seu pai e provavelmente sabia mais do que
todos eles sobre medicina veterinária, mas apesar de todo o seu conhecimento, ainda não se sentia
confiante para agir sozinha.
Embora lhe emocionasse o fato dele ter muita fé nela, mesmo assim, ainda se sentia um pouco
desconfortável.
E se algo desse errado?
Ela nunca seria capaz de perdoar a si mesma se não fosse capaz de ajudar ao Jacob ou a sua
égua.
Ela estava prestes a protestar quando ele falou de novo.
- Eu vou me sentir melhor dessa forma, Tess. - Ele falou com aquele seu timbre profundo
diante da sua incerteza.
O som do seu apelido em sua boca fez com que os seus joelhos fraquejassem.
Como ela seria capaz de lhe recusar qualquer coisa?
Lentamente, balançou a cabeça e pousou o violino no seu suporte.
- Tudo bem. Vou apenas escrever uma nota sinalizando o que está acontecendo.
Sua mão foi para o seu estômago por um momento e sem querer acabou se curvando diante da
dor que surgiu logo abaixo do seu intestino. Essa dor havia começado quando se levantou naquela
manhã e ela achou que era algo em seu estômago, mas realmente não precisava de nada disso neste
momento.
- O que há de errado? - Ele deu um passo para frente com uma onda de preocupação surgindo
no seu belo rosto.
Ela ergueu a mão para pará-lo.
- Não é nada. Apenas algo que comi que não caiu bem. Vou ficar bem em breve. Acho que não
é nada serio, afinal não tive febre nem nada, apenas um pouco de dor.
- Quando começou? – Ele falou levantando as sobrancelhas escuras.
Ela encolheu os ombros.
- Esta manhã, mas nada que um Tylenol não resolva.
Ela se endireitou e deu-lhe um olhar manhoso.
- Para de agir como médico por alguns minutos Jacob. Estou bem.
Embora tivesse que admitir que diante daquela sua preocupação houvesse sentido um calor
aquecer o seu coração, apesar da dor.
Mesmo sendo um médico e essa a sua profissão por escolha, sua expressão dava a entender que
estava realmente preocupado com ela. E sem falar que parecia em duvida com o seu comentário.
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- Talvez devêssemos-
- Não - Ela o interrompeu com um sorriso tentando esmagar a sua preocupação, sabendo que
ele iria lhe pedir para ficar em casa e descansar. Mas ela não o via há meses e realmente queria estar na
sua presença.
O homem era como um flautista quando o assunto era mulher. Todas corriam atrás dele e
sempre que o via ele estava na presença de uma, mas desta vez ela poderia tê-lo apenas para si.
Então, simplesmente poderia ignorar aquela dor em seu abdômen por um momento, apenas
para ficar próximo a ele.
Ele parou.
- Se você acha realmente isso. - Ele disse hesitante ao mesmo tempo em que olhava
desconfiado para ela. - Eu realmente não quero forçar você a nada, Tess.
Força-la?
Meu Deus. O que qualquer mulher não daria apenas para passar alguns momentos a sós com
um homem como ele.
- Sei disso, mas neste momento precisa de mim e tenho certeza de que posso ajuda-lo.
Ela forçou outro sorriso esperando que ele não notasse a sua mentira, mas felizmente, pelo
menos naquele momento, ele parecia não perceber nada a seu respeito.
A viagem ate o estábulo demorou apenas alguns minutos, já que a sua casa ficava dentro do
rancho.
Os Hartley’s pagavam um bom salário ao seu pai, além de lhe proporcionar uma acomodação
descente.
Eles viviam em uma casa de fazenda com quatro quartos, cinco banheiros e uma ampla sala de
estudos para o seu pai. É claro que não havia comparação com a mansão estilo do sul que os Hartley’s
moravam, mas ela adorava toda aquela independência que eles lhe proporcionavam.
Seu pai antes costumava trabalhar em uma pequena clínica veterinária no sul, mas depois de se
casar com a sua mãe, mudaram-se para o norte e se estabeleceram em uma vida mais relaxada.
Tess nasceu pouco tempo depois e nunca havia viajado para fora de Sulphur Springs, mas não
se importava com isso, pois adorava tudo lá.
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- Com quantos anos você está agora?

Tess virou seu olhar para ele, pois sabia que o Jacob não era de conversa, então essa pergunta
havia lhe pegado totalmente de surpresa.
Questões pessoais não fazia parte do seu vocabulário e isso era algo que ela tinha certeza.
Quando raramente ficavam sozinhos apenas conversavam sobre cavalos, uma ou outra vez ate
fazia alguma brincadeira com ela e naqueles breves momentos ela notava como a sua expressão
apresentava um brilho de malícia.
No entanto, ao olhar para ele que estava totalmente concentrado na estrada, ela não percebeu
nada em seu rosto que pudesse indicar o seu estado de espírito.
- Vinte e um. - Ela respondeu. - Por quê? ‖
Ele lançou um rápido olhar enquanto pegava um cigarro no bolso e o acendia tranquilamente,
logo após deu uma longa tragada antes de responder.
- Estava apenas tentando entender após ouvir você tocar, o motivo pelo qual você nunca fez
nada com o seu talento.
Ele pensava que ela era talentosa?
Ela jurava que o seu coração havia parado de bater por um momento após aquela sua
declaração.
Tudo o que podia fazer era tentar disfarçar aquilo com indiferença.
- Acho que não sou tão boa assim.
- Mas isso não é verdade, Tess.
Ele lhe lançou um olhar compreensivo fazendo-a corar.
- Na verdade, não havia percebido o quão boa você é com a música. Eu sabia que você tocava e
várias vezes o seu pai havia me dito o quão boa você era, mas simplesmente preferi acreditar que era
apenas uma avaliação positiva de um pai.
Desta vez, ela conseguiu lhe lançar um sorriso tímido.
- Obrigada.
Jacob estava lhe elogiando pela primeira e isso era certamente algo que jamais iria ignorar.
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Ele estacionou o caminhão em um dos três estábulos quando Tom, o capataz, veio correndo em
sua direção.
- Olá chefe, Asas de Anjo só tinha dentro dela um único potro, mas bem saudável por sinal.
Ele sorriu.
- Olá, Tess. - Ele falou enquanto seus olhos viajavam sobre aquela linda loira.
- Oi Tom. Será que ele está realmente bem? - Ela sorriu.
- Sim. Neste momento está mamando como um gatinho contente. Mas você está muito bonita
hoje, doçura. - Ele falou aquilo demonstrando todo o seu deleite com o que via.
Tom era bonito e apenas alguns anos mais velho que ela e sempre que possível muito
lisonjeiro. Mas ela honestamente não levava isso a serio, pois era completamente apaixonada por
Jacob.
Ele tinha muito conhecimento na criação de animais e apesar de ser muito jovem, já estava no
comando da equipe.
Jacob estreitou seus olhos para ele.
- Eu não lhe pago para paquerar durante o expediente, então vá procurar algo com que se
ocupar.
Tom comprimiu seus lábios e lançou para Jacob um olhar estranho.
- Sim senhor. - Ele virou e correu de volta para os estábulos.
Depois de assistir por um momento a fuga de Tom, Jacob virou na direção de Tess, com a
intenção de dizer a ela para não ficar muito ligada ao Tom, mas as palavras morreram em sua boca
quando ele se deparou com o seu rosto e viu algo que reconheceu instantaneamente.
Era o olhar de alguém com muita dor.
Rapidamente ela confirmou aqueles seus pensamentos ao se dobrar para frente segurando o seu
abdômen.
- Tess, o que realmente está acontecendo com você?
- Uma dor forte na lateral da minha barriga.
Ela respirou fundo quando uma nova onda de dor disparou através dela.
- Quando isso começou? - Ele disse com preocupação na voz. – Realmente esta manhã?
- Eu não sei. Acho que ontem à noite. - Ela relutantemente admitiu, estremecendo quando uma
nova onda de dor tomou conta dela.
- Ela começa próximo ao seu estômago? - Ele notou que ela segurava o seu lado direito.
- Não. Apenas na lateral, mas não se preocupe-
- Droga!
Ele falou enquanto saia correndo com ela no colo em direção ao caminhão. Assim que a
instalou no banco levantou cascalho ao acelerar furiosamente.
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- Onde estamos indo?

- Hospital. - Ele falou pressionando ainda mais o acelerador.
Ela deixou escapar um gemido de dor ao se inclinar para frente.
- Por quê?
- Isso não pode ser simplesmente um mal-estar, pelo menos, não da forma como você está
segurando o seu flanco direito. É o seu apêndice. Eu deveria ter sido mais insistente com você antes. -
Ele falou exasperado.
Como médico devia sempre seguir o seu sexto sentido ao notar que algo não se encaixava
direito, porem ele havia ignorado esse fato mais cedo quando ela se curvou pela primeira vez em sua
casa, mas apesar de saber que havia tentado minimizar o fato antes, neste momento, tinha consciência
de que deveria agir o mais rápido possível.
- Oh... Meu... Deus... Como dói!
Era como se alguém estivesse torcendo uma faca quente em seu lado.
Isso não era nada bom. - Jacob pensou. - A sua única vantagem era ela ter passado mal quando
ele estava no rancho. - Ele continuava a refletir com os olhos presos em seu rosto ate que desviou o
olhar para frente.
- Vamos chegar lá em breve Tess. Aguente mais um pouco, por favor.
Ele poderia ate ter soado calmo, mas assim que percebeu a sua pele pálida, o suor brotando em
sua testa e a imensa dor refletida em sua expressão tensa, ele ficou além de preocupado.
Isso era realmente algo muito sério.
Essa foi à última coisa em que pensou antes de outra onda de dor atingi-la tão forte que a fez
desmaiar.
Jacob blasfemou quando ela havia caído sobre o assento ao seu lado.
- Apoie-se em mim.
Ele poderia parar um pouco o caminhão para ajeita-la em seu colo, mas se parasse poderia
comprometer aquele precioso tempo que dispunha.
Distraidamente colocou a mão em seu rosto.
- Fique comigo. Vamos chegar lá em dez minutos. Não se atreva a morrer! - Ele falou
levantando a voz cada vez mais, tentando penetrar em sua consciência.
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Tess só retornou após chegar ao hospital, mas apenas o suficiente para ouvir Jacob discutir com
o médico da emergência.
Eles discutiam algo sobre fazer uma cirurgia sem ter um diagnostico através de um exame de
sangue, levando em consideração apenas o relato dos seus sintomas.
Levou um tempão para ela reconhecer a sua voz. Ela percebeu que ele estava totalmente furioso
e que também, nunca havia lhe ouvido falar naquele tom com outra pessoa, desde que o conhecia.
Finalmente o médico cedeu e disse a uma enfermeira para preparar uma sala imediatamente.
Da próxima vez que retornou, seu pai estava em pé ao lado dela totalmente pálido e com uma
expressão preocupada.
Levou um momento para perceber que estava deitada em uma cama e mais alguns segundos
para lembrar onde se encontrava.
Suas lembranças pareciam distante e totalmente obscuras.
Uma imagem de Jacob agredindo a outro homem, agarrando-o pela garganta e lhe sacudindo
como uma boneca de pano enquanto gritava com ele, passou pela sua cabeça.
Uau... Que sonho louco. - Pensou.
Jacob era um homem grande e forte, mas isso não significava que ele faria uma coisa daquela.
Ao notar que seus olhos estavam abertos, seu pai inclinou e beijou-lhe a testa.
- Ei baby. Seja bem-vinda de volta a terra.
- Pai? O que aconteceu? - Ela conseguiu falar através de um sussurro rouco, estremecendo um
pouco devido à secura em sua garganta. – Porque está doendo tanto para falar?
- Eles tiveram que colocar um tubo em sua garganta durante a cirurgia.
- Cirurgia?
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Seus olhos se arregalaram.

- O quê? Onde? Cadê o Jacob?
Ela finalmente lembrou que estava falando com ele no caminhão.
Agora, como havia parado em um hospital?
Realmente precisava de algumas respostas.
- Uma pergunta de cada vez baby. - Ele riu. - Em primeiro lugar, você teve o apêndice rompido.
Jacob a trouxe para cá, antes que fosse tarde demais. O cirurgião diz que você teve muita sorte e que
isso poderia ter te matado.
Ele falou calmamente, tentando esconder o seu medo, mas apenas relembrar o acontecido, era
mais do que suficiente para deixa-lo aterrorizado.
Estava mais que agradecido ao Jacob, principalmente porque ele ainda teve o cuidado de ligar
para o Colt e lhe pedir para encontrá-lo e trazê-lo para o hospital.
O seu pânico foi tão grande quando recebeu a noticia que não havia nenhuma maneira de se
locomover ate lá sozinho.
- Bom, isso explica toda aquela dor no meu abdômen. - Ela murmurou pensando que ele
deveria ter ficado tão surpreso com aquilo como o Jacob.
Também esperava que ele não ficasse chateado por ela ter a principio ignorado os sintomas,
mas ainda assim, não se arrependia de ter feito aquilo, realmente não conseguia deixa-lo preocupado
com nada nesse mundo.
- Você ganhou uma pequena incisão. O cirurgião disse que vai precisar ficar aqui de molho por
alguns dias. Porem, tudo isso apenas graças ao Jacob, que conseguiu chegar aqui a tempo. - Ele
respirou fundo. - Mel, você quase me matou de susto. Se Jacob não estivesse próximo... As chances de
você ter sobrevivido eram mínimas.
- Desculpe-me.
Ela dirigiu um sorriso tranquilizador para ele, cuja expressão, empalideceu ainda mais após
aquela confissão.
- Eu exijo mocinha que você fique bem e rápido.
Ele conseguiu provoca-la apesar de se sentir totalmente abalado ao perceber o quão perto
esteve de perdê-la.
Ele amava a sua filha mais do que a sua própria vida e o que aconteceu com ela, trouxe de volta
aquela mesma sensação de perda que sentiu quando a esposa morreu.
Quando Colt o encontrou estava totalmente abalado com a notícia e só conseguiu se
restabelecer quando ele lhe assegurou, que de acordo com o Jacob, ela ficaria bem.
- Onde está o Jacob? - Ela perguntou novamente e começou a piscar tentando olhar ao redor do
quarto.
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- Ele está falando com o cirurgião, acho que ele vai enlouquecer aquele homem, mas acredito
que mais tarde deverá passar aqui para vê-la. Você o deixou bem assustado, hein!
- Eu o assustei?
Agora, foi ela quem foi surpreendida com aquela revelação. Afinal, Jacob era médico, portanto,
ele com certeza já havia atendido a vários casos de emergências.
Ela suspeitava que ele estivesse apenas preocupado e não assustado.
Não deveria ser fácil assustar um homem como Jacob.
- Você chegou a desmaiar em cima dele quando estava no caminhão.
- Serio? Não me lembro de nada.
Ela se mexeu um pouco na cama e isso lhe ocasionou dor.
- Ai!
- Ainda está recente, mel. É melhor não se mexer muito.
A enfermeira entrou naquele momento em seu quarto.
- Sr. Taylor, precisamos que o senhor assine alguns papeis.
Ela lançou um sorriso para Tess. - Como vai?
Ele lançou a enfermeira um olhar hostil, antes de voltar a olhar para a sua amada filha.
- Fique quieta na cama. Volto logo.
- Ok, papai.
Ela lhe lançou um sorriso simpático após ver o tamanho da preocupação estampada em seu
rosto, antes dele conseguisse disfarçar.
Ela sabia que isso deveria ter sido um grande trauma para ele, portanto iria minimizar o
máximo possível seu desconforto a partir daquele momento. E apesar de está com muita dor, não
deixaria mais transparecer esse fato, afinal o seu pai já estava mais que preocupado.
Assim que fechou os olhos, ouviu o som da porta se abrindo e isso a fez despertar novamente.
Ao virar a cabeça naquela direção se deparou com o Jacob do lado de fora apertando a mão de
um homem com jaleco, o qual deveria ser o seu cirurgião. Ele mantinha a porta aberta enquanto lhe
agradecia.
Em seguida, entrou no quarto fechando a porta atrás dele e ao virar em sua direção, estava
realmente sorrindo.
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Instantaneamente toda a dor que sentia foi esquecida e o seu coração começou a bater
acelerado.
Aquele homem poderia fazer qualquer mulher ficar de joelhos durante horas apenas para
ganhar aquele sorriso.
- Se você queria a minha atenção, saiba que conseguiu. - Ele disse ao passar a sua mão
carinhosamente pela pele do seu antebraço.
Apesar de se sentir totalmente perturbada com a sua presença, os seus sentidos começaram a
ganhar vida com aquele toque e seu sorriso bonito.
E Deus, ele parecia tão alto, enquanto ela permanecia deitada naquela cama.
E o que significava aquilo que ele disse?
Será que ele sabia algo sobre os seus sentimentos?
- Não fique tão preocupada, docinho. - Ele disse interpretando mal a sua expressão ao se sentar
no assento que seu pai ocupava a momentos atrás.
- Está tudo bem agora.
Ela deu um suspiro de alívio tão alto que ele lhe olhou cheio de apreensão.
Ela sabia que não suportaria caso ele descobrisse como ela se sentia em relação a ele, afinal,
tinha certeza que nunca receberia dele nada além de afeto fraternal.
- Obrigado por salvar a minha vida. Acho que isso significa que lhe devo uma.
- Vou pensar sobre o pagamento e depois mando a conta. - Ele brincou, mas ela notou que o
seu sorriso não alcançou os seus olhos, o que significava que ele realmente estava preocupado. - Como
você se sente?
- Totalmente grogue. E com muita dor no meu abdômen. - Ela admitiu fazendo com que o seu
rosto se alargasse com um grande sorriso.
Lá se foi novamente o seu coração.
- É bom saber que agora está sendo honesta comigo.
Ela lhe lançou um olhar cheio de irritação.
- Ei, eu sabia que você iria me obrigar a ficar em casa para descansar caso confessasse que
estava doendo mais do que deveria. Também sei o que aquele potro significava para você. Mas cá
entre nós, se não fosse por isso, eu ser-
Ele a interrompeu levantando a mão.
- Vou te dar alguma coisa para a dor.
Ele se levantou para sair, pois não conseguia suportar o que aconteceria caso ele a tivesse
deixado em casa sozinha.
- Por favor, não vá. Será que você poderia ficar aqui comigo por um momento. Pelo menos até
o meu pai voltar?
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Ela sabia que aquilo era algo totalmente ousado da sua parte, mas francamente, não queria ficar
ali sozinha.
Ele balançou a cabeça e sentou novamente.
- Você tem certeza?
-Eu não suporto hospitais. Eles são tão estéreis e sem falar que tem um cheiro tão esquisito. -
Ela disse franzindo o nariz.
Tess gostava do ar livre, do cheiro das matas e dos pastos em que vivia e por este motivo a
única outra vez em que esteve em um hospital foi na ocasião do seu nascimento.
- Tem certeza?
Ela olhou para ele e percebeu a gravidade da sua expressão quando ele se inclinou para frente
na cadeira e pediu para explicar como se sentia.
Após fazer o que pediu, ele permaneceu um momento apenas olhando para ela, fazendo com
que o seu coração batesse descontrolado em seu peito.
Quando voltou a falar disse algo completamente chocante.
- Eu poderia leva-la para a casa principal por alguns dias e cuidar pessoalmente de você, Tess.
Seria a sua zona de conforto, mas tenho certeza que dessa forma você iria se curar mais rápido.
Como?
Ela piscou varias vezes, incapaz de encontrar as palavras para lhe responder.
- Não fique tão surpresa. Afinal, sou médico e acho que posso cuidar de uma garota. - E para
completar, ainda lhe lançou mais um sorriso de parar o coração.
- Uma garota?
O que estava sentindo naquele momento foi completamente esmagado com aquele seu
comentário estúpido.
- Como? - Ele disse com um sorriso provocante e quando ela não respondeu ele continuou. -
Você acha que não consigo? Pois lhe asseguro que sou uma pessoa muito qualificada. ‖
- Não, não é nada disso. - Ela deixou escapar antes que conseguisse controlar.
Ficar em sua casa seria algo muito íntimo para ela, mesmo que por um par de dias enquanto se
recuperava.
Ela encontrou dificuldade ate para trabalhar na sua clínica, imagina como lidaria com isso?
Nem o fato de ter os seus outros dois irmãos lá lhe tranquilizava.
- Então, qual é a razão?
Ela procurou uma resposta que pudesse encobrir aquele seu deslize.
- Você trabalha muito e...
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- Mais fim de semana. Tenho certeza de que se sentirá bem melhor na segunda-feira. E,
também, que consigo cuidar sozinho de um paciente. Especialmente se esse paciente é você.
Oh, como ela desejava que ele realmente estivesse interessado nela.
Mas, infelizmente, sabia o que aquele seu comentário significava e esse conhecimento lhe
causava uma grande tristeza.
Ela sabia que ele a enxergava apenas como a filhinha do seu veterinário e por causa disso tinha
responsabilidades com o seu bem estar.
- Mas você tem que cuidar do seu potro.
- Pare de ficar dando desculpas, Tess. - Ele a interrompeu e estreitou o seu olhar. – Ouvindo
você falar assim, ate parece que está com medo de mim.
Meu Deus. Será que ele havia descoberto?
- Nada disso. - Rapidamente se defendeu. - Apenas estou sinalizando que você tem outras
responsabilidades.
- Tess, mesmo doente você ia me ajudar e isso só não aconteceu por ter o seu apêndice
rompido. Desta forma, me sinto um pouco responsável pelo ocorrido. Agora, faça-me um favor, faça o
que estou sugerindo e desta forma irá aliviar a minha consciência. ‖
Ele virou para a porta quando ela se abriu e só levantou quando percebeu que era o seu pai.
- Vou providenciar algo para dor.
Ele acenou para seu pai enquanto saia.
E agora?
Ela suspirou em voz alta.
Ela já sabia que o Jacob não iria sossegar ate que ela mudasse para a sua casa, mesmo que a
única razão por trás disso fosse apenas responsabilidade. E sem falar, que sempre agia de acordo com
a sua própria vontade e não gostava de ter ninguém ditando o seu ritmo.
Seus olhos permaneceram percorrendo as suas costas enquanto ele deixava o quarto. Com
certeza, ele era um pecado aos olhos quando vestia jeans. Suas pernas eram longas e musculosas e ate
o momento não conhecia nenhum outro homem que preenchia uma calça de forma tão tentadora como
ele.
Ela ficou olhando para as suas pernas ate a porta se fechar.
Era óbvio para Tess que ela estava mais que irritada com aquela situação e ate se sentia mal por
isso.
Mas embora estivesse grata pelo que ele havia feito, realmente acreditava não ser capaz de se
hospedar em sua casa, mesmo sabendo que teria a presença de Lance e Colt.
Um sentimento de culpa tomou conta do seu coração. ‖
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Ela começou a falar com o seu pai, tentando desviar a sua atenção.
- Porque ele acha que pode mandar em mim só porque salvou a minha vida? Além disso... - Ela
acrescentou. - Acho que ele não é capaz de aguentar essa situação por um final de semana completo.
Chuck sorriu.
- Será?
Ela balançou a cabeça.
- Normalmente não, mas como tem a ver com você, mel.
- E o que isso significa?
Ele ergueu as sobrancelhas.
- Ele realmente se preocupa com você Tess, e isso é bastante obvio.
- Jacob não se preocupa realmente com ninguém. Ele acabou de me falar que se sente apenas
responsável pelo ocorrido, ou seja, só está fazendo aquilo para qual foi treinado. - Ela disse quase
distraidamente.
- Você realmente acredita nisso?
- E só ver como ele age em relação às pessoas.
- Será que ele sabe sobre seus sentimentos, Tess?
- Como? - Ela disse fazendo uma careta de dor, porque o susto foi tão grande que tentou se
erguer da cama, mas assim que percebeu que doía muito, acabou deitando novamente.
- Assumir seus sentimentos será mais fácil, Tess.
Ele a repreendeu antes de lhe lançar um sorriso divertido diante daquela sua negação abrupta.
- Acho que nunca conversamos sobre essas coisas. - Ela falou afobada.
Ele estendeu a mão e apertou-lhe o ombro.
- Mel, um pai teria que ser estúpido ou totalmente cego para não ver quando a sua filha está
interessada em um homem. Especialmente quando ela tem a metade dos rapazes solteiros da cidade a
perseguindo e não está nem um pouco interessada.
Ele queria acrescentar sobre aquele seu olhar apaixonado dirigido ao Jacob quando o mesmo
estava deixando o quarto, sinalizando que aquela seria outra indicação dos seus sentimentos, mas
percebeu que ela já estava mais que envergonhada com o seu comentário anterior.
- Isso não é verdade!
Ela ainda tentou negar, mas seu pai apenas lhe dirigiu um olhar divertido, ate que percebeu que
estava perdida.
Oh, pelo amor de Deus!
Ele teve que resistir bravamente de gargalhar diante do seu desconforto.
19
Ele já tinha conhecimento dos seus sentimentos há vários anos, pois não havia dúvida devido à
forma como ela olhava para o Jacob, apesar de nunca ter presenciado o Jacob olhar para a Tess da
mesma maneira.
Mesmo não tendo certeza se ele era o melhor homem para sua filha em virtude da sua vida
agitada e pela abundancia de mulheres que sempre ficava ao seu redor, lhe admirava, porque ele era
um homem honrado e honesto.
Além disso, o achava mundano demais para uma pequena cidade e uma garota do interior como
a Tess.
No entanto, ele jamais iria interferir na vida amorosa de Tess, independente da sua opinião com
relação as suas escolhas, afinal, ele a havia criado para ser uma mulher independente e responsável,
capaz de fazer as suas próprias escolhas.
Se por acaso fizesse escolhas erradas, sua obrigação seria apoiá-la, portanto, precisava dar-lhe
espaço para crescer e tomar as suas decisões, por mais difícil que fosse para ele.
- Ok. Assumo. É verdade. Agora, você disse algo para ele? - Ela falou se sentindo totalmente
derrotada.
- Não. ‖
- Você irá conversar com ele sobre isso?
Seus olhos focaram em seu pai aguardando uma resposta.
Meu Deus, não conseguiria sobreviver se ele falasse com o Jacob.
- Jamais. - Ele disse depois de uma pausa. - Mas mel, ele se importa verdadeiramente com você
e talvez se você lhe dissesse como se sente, as coisas seriam diferentes. Ele precisa de um pouco de
amor em sua vida e francamente, você é perfeita para ele.
Querendo ou não pensar sobre o fato de Jacob ser bom ou não para Tess, tinha certeza que ela
seria perfeita para ele.
Ele trabalhava para os Hartley’s há mais de 20 anos e nunca havia visto Jacob com uma
namorada fixa.
Talvez já fosse a hora de ter uma.
Mas se alguém poderia derrubar aquelas suas barreiras, esse alguém só poderia ser a Tess.
Será que ela nunca percebeu que sempre foi à mulher mais próxima dele?
- Você só está dizendo isso porque sou sua filha. - Ela retrucou. - Mas como médico, acredito
que deve sempre se preocupar com as pessoas dessa forma. E nós já discutimos isso.
Jacob voltou com uma seringa no momento em que o Chuck ia discutir com a sua filha, porem
achou melhor não falar mais nada, pois este não era o melhor lugar ou momento.
Tess também foi obrigada a fechar a boca e isso o fez sorrir.
20
Então, notou algo diferente na expressão de Jacob quando seus olhos pousaram sobre a sua
filha.
Jacob olhava para Tess com uma preocupação genuína e obviamente, nenhum deles havia
percebido este fato, ainda.
Talvez o susto tivesse feito com que ele sentisse alguma coisa.
Então, se apenas deixasse rolar, talvez as coisas se encaixassem sozinhas.
Jacob poderia ser um dos dois médicos da cidade com a profissão de cuidar de pessoas, mas
quando se tratava de gente fora da sua clínica ou envolvida no seu outro negócio, ele se tornava
alguém muito difícil de lidar.
No entanto, tinha que admitir que ele sempre a tratou diferente, como se ela fosse especial.
Não que ela não fosse, pois em sua opinião era, mas esta era a opinião de um pai.
Ele escondeu o sorriso ao pedir licença para sair do quarto, dizendo que precisava de uma
xícara de café para acalmar seus nervos.
Talvez, deixando eles sozinho por um tempo, o destino conseguiria trabalhar a sua magia.
Ela soltou um suspiro de alívio quando o seu pai saiu do quarto.

Apesar dele nunca ter forçado a sua vontade e jamais a obrigar a fazer algo que não gostaria,
como falar com o Jacob sobre seus sentimentos, muito provavelmente, ele também jamais diria algo.
Esperava de todo coração estar correta, porque com certeza preferia a morte ao seu pai deixar
escapar algo sobre o seu segredo.
Logo após toda aquela reflexão, seus olhos voaram em direção ao objeto nas mãos de Jacob.
- O que você pensa que vai fazer com isso?
Os olhos de Tess voavam arregalados da grande agulha para Jacob e vice e versa.
Ele conseguiu lhe lançar um sorriso cheio de malicia antes de falar.
- Ela vai lhe ajudar com a dor. Portanto, não se preocupe, pois sei o que estou fazendo.
Ele lançou mais um olhar divertido antes de levantar a manga do seu avental para passar
algodão embebido em álcool em seu braço e injetar o conteúdo.
- Você já é bem grandinha para ter medo de injeção, não acha? - Ele riu.
- Não acho. E o que é isso? - Ela perguntou enquanto ele injetava o conteúdo.
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- Morfina.
Ele deixou o seu sorriso ficar ainda maior. - Você deve estar se sentindo-
Essa foi à última coisa que ela ouviu antes de começar a dormir profundamente.
Jacob sorriu enquanto ouvia o ritmo familiar do sono profundo vindo dela.
Ele estendeu a mão para empurrar uma mecha de cabelo do seu rosto, mas parou por um
momento. Em seguida, lenta e deliberadamente mudou o movimento e acabou correndo dois dedos por
uma de suas faces lisas, enquanto seus olhos percorriam o seu rosto.
Não havia dúvida...
Tess era uma mulher lindíssima.
A sua mãe era muito bonita, então ele meio que esperava por isso, mas quanto mais ela se
transformava em mulher, mais ele sentiu dificuldade de tirar seus olhos de cima dela.
Se ela fosse um pouco mais velha, ou quem sabe, ele um pouco mais jovem, poderia considerar
sem dúvida nenhuma algo com ela.
Porém, não era possível alterar a realidade de que ele tinha trinta e quatro anos e ela, apenas
vinte e um.
E para completar, ele nunca havia lhe visto com um homem, o que em sua opinião a tornava
totalmente inexperiente ou quem sabe, ainda virgem. E esse realmente não era o tipo de mulher que ele
se envolvia.
Seus olhos continuaram a estudá-la, sabendo que quando ela finalmente se entregasse a um
homem, estaria completamente apaixonada por ele.
Essa era a Tess.
No entanto, ele também a considerava dolorosamente ingênua e ele esperava que ela não caísse
nas garras do primeiro homem que chamasse a sua atenção ou alguém como o Tom.
Ele sentiu seus olhos se estreitarem ao lembrar-se do dia anterior, quando percebeu o interesse
naqueles olhos cor chumbo ao pousarem na Tess.
Estranhamente, naquele momento, se sentiu muito possessivo e isso era algo que nunca havia
sentido por uma mulher.
Isso era apenas com a Tess, uma pessoa especial para eles, principalmente para ele.
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Ele estava completamente surpreso por ter gritado com o Tom.

Seus homens sempre respeitaram a sua autoridade sem a necessidade de levantar a voz, então,
aquilo era algo completamente anormal.
Distraidamente correu um dedo através do seu lábio inferior, notando como ele parecia esculpido
em veludo, sem falar, que o seu formato era perfeito, como se fosse um botão de rosa e tão suave como
se fosse um veludo quente.
Sua boca era perfeitamente adorável.
De repente, retirou a mão, a colocando sobre a grade da cama, porém sem conseguir resistir,
permaneceu olhando para ela.
Ele não deveria tocá-la sem o seu conhecimento.
Primeiro, ela não estava acostumada com a atenção de um homem, portanto, ele não tinha o
direito de tirar vantagem daquele seu estado.
Em segundo lugar, ela não pertencia a ele.
Então, aquele sentimento de proteção com relação a ela provavelmente só existia porque, assim
como os seus irmãos, a tinha visto crescer.
Mas tinha certeza que em algum momento ao longo do caminho, havia parado de pensar nela
como uma menina, o que levou a cruzar aquela linha invisível de decoro naquele momento, ao se
permitir toca-la e admira-la daquela forma.
Inferno... Qualquer homem com sangue nas veias faria o mesmo.
Ela tinha um rosto perfeito com aqueles cílios grossos, maçãs do rosto salientes e a pele cremosa.
Ele era uma cabeça mais alto que ela, o que há tornava um pouco mais baixa do que as mulheres
com que costumava sair. Mesmo assim, formariam um belo casal.
Ela tinha uma figura de ampulheta, cintura fina e quadris arredondados, o que sempre
transformava qualquer par de jeans que vestia em um ímã para os homens, mesmo que o seu rosto
estivesse oculto.
Seus seios eram redondos e ele sabia pela sua experiência que seriam capazes de encher bem as
suas mãos.
Seu cabelo era no comprimento da cintura, o que para ele era um prazer. Sempre preferiu as
loiras, mas em comparação com as outras mulheres, a cor do cabelo de Tess era realmente natural, com
luzes criadas pela sua exposição ao sol e após aquele breve contato um momento atrás, descobriu que
era tão suave como sempre pensou que seria.
Em seguida, vinha a sua personalidade.
Ela era divertida, gentil e inteligente.
Verdade seja dita, se ele estivesse à procura da mulher perfeita, a Tess com certeza se encaixaria
nesse requisito.
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- Jacob.
Ao ouvir seu nome sendo pronunciado através dos seus lábios tomou um susto.
Porém, após um breve momento, percebeu que ela continuava dormindo.
Que louco... Ele aqui tentando memorizar cada centímetro dela, sem se atentar ao fato de que ela
poderia acordar a qualquer momento.
E sem falar, que quando ela pronunciou o seu nome, seus olhos estavam sobre seus seios, não
que fosse algo vergonhoso ele ser pego lhe admirando, mas ela certamente não iria se sentir à vontade
com a situação.
Ele, arrogantemente, sabia como era atraente para o sexo oposto e sempre que admirava uma
mulher do jeito que estava admirando Tess, era muito bem recebido.
Nunca na vida passou por um período de escassez de mulheres em torno dele ou em sua cama e
sempre que tinha certas necessidades, eram devidamente satisfeitas.
No entanto, Tess não era como as outras mulheres que estava acostumado, por isso, sempre foi
muito cuidadoso em torno dela.
Mas se ela soubesse o quanto de tempo ele havia dedicado a estudar e memorizar aquela sua
forma requintada... Tinha certeza de que ela ficaria mortificada.
Ainda assim, a partir de hoje, ele não conseguiria mais se controlar, não da forma como ela falou
o seu nome durante o sono.
Imagine acordar ao lado dessa voz sensual todos os dias.
Ele passou a mão pelo seu cabelo grosso e teve que se virar proferindo uma maldição por sequer
pensar naquilo.
Tess não fazia o seu tipo.
Ela era doce e ele poderia facilmente se apaixonar por ela.
Ele jamais sairia com ela exatamente por uma única razão... Jamais seria emocionalmente ligado
a uma pessoa.
Não era como se algo tivesse acontecido entre ele e outra mulher, simplesmente não gostava de
complicações e se envolver emocionalmente era definitivamente uma complicação e das grandes.
Ele gostava da sua vida como era e desejava manter total controle sobre ela.
Para ele, ficar com uma mulher igual à Tess, era o mesmo que perder totalmente o controle de
tudo.
Eu gosto da minha vida... Pensou consigo mesmo e depois repetiu as palavras em voz alta, como
se precisasse se convencer daquilo.
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CAPÍTULO DOIS
Na manhã seguinte, uma enfermeira empurrava a sua cadeira de rodas em direção ao caminhão,
que estava estacionado na entrada do hospital.
- Você está realmente falando sério sobre isso? - Ela falou tentando não deixar que a visão dele
inclinado preguiçosamente contra o seu caminhão lhe afetasse.
Porém, ela falhou miseravelmente quando ele sorriu e se endireitou para abrir a porta do
passageiro.
O seu pobre coração batia igual ao de uma mulher de 80 anos que havia acabado de correr uma
maratona, portanto, após aquele seu sorriso acolhedor e da forma como o seu coração estava batendo,
duvidava muito que conseguisse se levantar daquela maldita cadeira.
- Com certeza. - Ele abriu a porta cuidadosamente. - Mova-se bem devagar.
- Ok.
Ela não protestou quando ele estendeu a mão e a ajudou a sair da cadeira, com medo de cair na
frente dele ao tentar se levantar sozinha.
A enfermeira na verdade até que foi para o seu lado tentando ajudá-la, mas ele levantou a mão e
deteve o seu movimento.
- Peguei você. - Ele disse ao pegá-la no colo e coloca-la no banco do passageiro.
Mesmo o seu toque deixando-a completamente nervosa, ela gostou da sensação dos seus braços
ao seu redor.
Ela jurou que esse lado terno dele não era muito visto, apenas em casos isolados e provavelmente
só veio à tona por ele se sentir culpado pela sua condição.
Mas ele jamais deveria se sentir assim, afinal, ele havia salvado a sua vida.
Porém, sabia que não adiantava tentar argumentar com ele, pois nada e nem ninguém seria capaz
de fazê-lo mudar de ideia. E disso ela tinha certeza, pois o conhecia muito bem.
Depois que ele fechou a porta, ela notou em sua mão um pedaço de papel dado pela enfermeira.
Apertando os lábios, acabou lançando um suspiro de frustração pelo nariz.
Afinal, ela era apenas mais uma fã.
Obviamente se tratava do seu número de telefone.
Sem falar que ficou totalmente irritada com a cara de pau daquela mulher, que nem sequer
chegou a considerar a hipótese de que eles estavam juntos.
Não, ao invés disso, teve a coragem de fazer aquilo com ela sentada ali.
Quando ele entrou estava tão irritada que lhe perguntou:
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- Isso aí em sua mão é o número do telefone dela, não é?

Ele voltou o seu olhar para ela, enquanto amassava o papel e jogava no cinzeiro sem nem parar
para pensar.
- Acho que sim.
- Ela é muito bonita. - Ela falou distraidamente enquanto olhava para o papel amassado, se
perguntando se seria dessa forma que ele a trataria caso lhe desse o seu celular.
Não... - pensou depois de um momento, Jacob realmente se preocupava com ela.
- Elas geralmente são. - Ele disse com uma expressão ilegível enquanto ligava o caminhão e se
afastava do meio-fio.
- O que isso significa? - Perguntou ela.
A enfermeira era bonita, mas mesmo assim Jacob agia como se ela não fosse mais do que um
simples papel de parede.
Ele a olhou de soslaio.
- Tess, tenho certeza de que não preciso explicar isso a você.
No entanto, como ela permaneceu com aquele olhar confuso, ele percebeu o quanto estava
errado.
Ele resistiu sorrir dela ao perceber o tamanho da sua inocência enquanto lhe explicava.
- Mulheres como ela me perseguem apenas porque sou médico. Mas por questões de princípios,
não me envolvo com enfermeiras.
Ela queria salientar o quanto ele era lindo, sexy e tinha aquele ar de ser um mestre sexual e em
sua opinião, esse seria o motivo principal para qualquer mulher lhe perseguir, após tudo isso, ser um
médico era apenas um bônus.
- Você tem namorado? - Ele perguntou sem nenhum tipo de constrangimento enquanto pegava a
estrada rural que os levaria até o rancho.
- Como? - Ela disse balançando a cabeça para ele, surpresa.
Ele riu.
- Você sabe. Outro ser humano que seja o oposto do gênero feminino.
Ela corou furiosamente.
- Eu sei muito bem o que é um namorado.
- E?
- Não. Eu não tenho namorado. - Ela respondeu olhando diretamente para ele.
Então, ela viu algo estranho em seus olhos, mas antes que pudesse entender o que se passava,
desapareceu.
- Por que não? - Ele lhe lançou um olhar curioso. - Você é muito bonita, Tess. Eu sei que cuida
do seu pai, mas precisa encontrar um tempo para si mesmo.
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- Eu sei. - Ela se defendeu rapidamente, ignorando ao seu elogio.

Sabia que ele estava apenas tentando fazê-la se sentir melhor.
- E saiba que tenho vários hobbies.
- Alguma paquera importante? - Ele insistiu. Por alguma razão inexplicável, não conseguia parar
de interroga-la, afinal, ela deveria ter tido pelo menos uma paquera em sua vida.
Não era possível que ela nunca havia sido convidada para sair.
- Não, não tenho.
Essa conversa realmente era a coisa mais íntima que já havia acontecido entre eles. Então, por
que ele não conseguia acreditar naquilo?
- Você sabia que assim que deixou de trabalhar na clínica, todos os pacientes do sexo masculino
com idade entre quatro e 40 anos, perguntaram por você?
Desta vez, ela se sentiu corar da cabeça até os dedos dos pés.
- Simplesmente não parecia a mesma depois que você se foi. - Ele falava enquanto seus olhos
estudavam seu rosto.
- Eu tinha que voltar para a escola. - Ela falou calmamente.
- Foi apenas por este motivo? - Ele disse num tom que não parecia muito convencido.
Ela virou em sua direção.
- O que você quer dizer com isso? - Ela disse reagindo ao ouvir seu tom de voz suspeito.
Ele deu de ombros.
- Eu voltei a lhe oferecer um emprego no verão seguinte, mas você não aceitou.
- Meu pai precisava muito da minha ajuda. - Ela mentiu.
- Isso é uma grande mentira, Tess. E você sabe disso.
-Jacob-
Ela nunca o ouviu falar assim.
Ser franco para ele não era problema, mas não gostava daquele tom de aspereza presente em sua
voz.
- A Linda estará de licença maternidade a partir da próxima semana, então gostaria que você
voltasse a trabalhar para mim. - Seus olhos percorriam a sua boca. - Confio que você não tentará me
paquerar a todo o momento, sem falar que será mais fácil contratar você do que passar horas
intermináveis entrevistando outra pessoa. Não só pela entrevista, mas também porque como você já
conhece o trabalho, não perderei tempo com treinamento.
Ele sabia que estava sendo insistente, mas não conseguia se conter.
Após aquele incidente, queria mantê-la o mais próximo possível e desta forma, ficar de olho
nela. Pelo menos era o que ficava repetindo para si mesmo a todo o momento.
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Tess sabia que ele não pretendia ser pretensioso com aquela afirmação, apenas relembrava um
ocorrido do passado.
Uma vez ele havia tentado contratar outra recepcionista para a clínica, mas a maioria das
mulheres que se candidataram para a vaga, só preencheu a ficha tentando desesperadamente se
aproximar dele com segundas intenções.
- Eu não sei Jacob... Meu pai pode precisar da minha ajuda.
- Seu pai tem a ajuda de pelo menos doze empregados do rancho e pelo que me consta, todos
com uma vasta experiência em cavalos, pelo menos, é o que diz os seus currículos.
Ele lhe lançou um olhar irritado.
- Novamente usando desculpas Tess.
Ela não conseguia pensar em outra razão após aquele comentário, exceto deixar escapar para ele:
‘Sim e a propósito, estou completamente apaixonada por você, sem falar que dói muito ficar perto de
você e negar os meus sentimentos’.
- Vou falar primeiramente com o meu pai e depois te respondo. - Ela finalmente disse incapaz de
lidar com fato de ele ficar chateado com ela.
- Muito bom. - Ele disse enquanto seguia a estrada particular que levava ao rancho, mostrando-se
totalmente satisfeito com a sua concordância.
Não é como se tivesse lhe dado muita escolha, até mesmo porque, nunca havia se incomodado
em usar manipulação para conseguir o que queria.
E ter Tess junto dele pelo próximo verão, era tudo o que queria.
Após um momento, Jacob voltou à atenção para a estrada a sua frente. Ele estava dirigindo
dentro das suas terras há pelos últimos dez minutos e ainda não havia chegado à casa principal.
Ele e os seus irmãos possuíam uma propriedade com mais de quinze mil acres.
- Eu pedi a Maria para arrumar um dos quartos de hóspede para você. Irei primeiramente ajudá-
la a se instalar e depois vou ver como anda ‘Asas de um Anjo’.
- Eu posso fazer isso sozinha.
- Eu já te disse que vou cuidar de você, Tess. Então, não reclame. - Ele disse com firmeza.
O tom de sua voz fez com que o seu estômago se revirasse.
Ela desejou poder culpar as drogas que ele lhe dera a fim de minimizar o desconforto da viagem,
mas isso seria uma grande mentira.
Seu tom de voz parecia um pouco mais carinhoso, mas ela sabia a verdade.
Jacob não era carinhoso com ninguém.
Como médico, ele se importava bastante com as pessoas, mas quando a coisa era em um nível
pessoal, sua afeição ficava trancada tão segura como se estivesse depositada dentro de um cofre de
banco.
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Ela sabia que ele agia daquela maneira apenas porque se sentia culpado e talvez até um
fraquinho por ela, mas ela sabia que era melhor não levar em conta suas ações.
Ele seguiu com o caminhão até a varanda da frente da casa, desligou o motor e assim que saiu,
correu para abrir a sua porta antes que ela tentasse abri-la sozinha.
- Acho que deveria carregar você. - Ele franziu a testa quando percebeu a sua pele mais pálida do
que o normal.
- Eu consigo andar. - Ela falou rapidamente apesar de não ter certeza se conseguiria.
Apenas sabia que se ele a tomasse em seus braços, certamente desmaiaria.
- Como você quiser. - Ele disse segurando o seu braço, apesar das suas palavras. - Mas se
balançar nem que seja um pouquinho, irei carrega-la, mesmo que não queira.
- Eu não vou balançar.
E começou a orar. - Por favor, Deus, não deixe que isso aconteça.
Surpreendentemente ela não fraquejou.

Ele a acompanhou enquanto subia as escadas em direção ao quarto e a guiou até a cama, só
liberando-a após abrir todas as cortinas e deixar a luz entrar.
Ao sentar-se no colchão soltou um suspiro interior, afinal, havia conseguido manter-se estável,
embora ele mantivesse a mão sobre ela o tempo todo.
Isso a fez indagar durante todo o percurso se toda aquela fraqueza era devido a sua cirurgia
recente ou ao seu toque.
- Seu pai trouxe os seus pertences na noite passada e Maria já arrumou tudo na cômoda.
Ele acenou com a cabeça em direção a ela.
- Você precisa de ajuda para trocar de roupa?
- Jacob!
- Relaxa Tess, se você achar necessário eu chamo a Maria para te ajudar.
Então, seus olhos focalizaram mais uma vez a sua boca, antes de travar seu olhar com o dela.
- Mas será que preciso refrescar a sua cabeça do fato de que sou médico? Ou revelar que já vi
várias vezes corpos femininos? Principalmente nus e com bastante frequência.
Ele disse isso com um brilho de diversão nos olhos.
Com certeza ele tinha visto várias mulheres nuas e em mais de um sentido. E mesmo agora,
enquanto lhe lançava aquele seu sorriso torto que fazia com que as suas entranhas se revirassem, tinha
certeza que ele havia visto muito mais mulheres nuas fora da área de medicina do que dentro dela.
Provavelmente, havia aprendido mais sobre a anatomia feminina através do tato do que na escola
de medicina.
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- Não esqueci. - Ela falou. - E também sei que você já deve ter visto muitas mulheres nuas. - Ela
não pode deixar de corar. - Mas mesmo assim não me sinto nada confortável com o fato de você me
ver dessa forma.
Algo estranho surgiu em sua expressão.
Era o mesmo olhar que ele havia lhe lançado quando ainda estavam no caminhão, o qual igual ao
primeiro permanecia inelegível para ela.
Ele sabia, assim que abriu a boca, que aquilo era algo que não deveria ter dito para ela, pois
aquela fronteira de flerte com a Tess deveria ser algo intransponível.
- Como está a dor? - Ele disse mudando de assunto e fingindo olhar para qualquer coisa, para que
ela não pudesse ver o desejo em seus olhos.
- É uma dor suportável, nada demais. - Ela mentiu. - Por favor, sem mais drogas. Elas fazem com
que me sinta estranha.
Ele enfiou as mãos nos bolsos da calça jeans, fazendo com que o tecido se esticasse.
Uma força inexplicável a fez olhar para lá e ela nunca vai saber o porquê daquilo, mas naquele
momento ficou óbvio para ela o motivo pelo qual ele nunca teve falta de mulher correndo atrás dele.
Rapidamente ela atirou os olhos de volta para o seu rosto, mas percebeu que ele estava olhando
fixamente para algo fora da janela.
E silenciosamente agradeceu a Deus por isso.
Imagina a cena que seria caso ela fosse flagrada olhando para as suas partes masculinas.
- Desde que você durma bem. - Ele disse depois de um momento enquanto acenava para a porta
aberta. – O meu quarto fica do outro lado do corredor. Apenas grite se precisar de alguma coisa hoje à
noite. Vou trazer-lhe uma ceia líquida. Quero que se sinta muito bem vinda aqui.
Sua expressão de repente se tornou mais austera e ela se perguntou o que havia lhe irritado
novamente.
- Liquida?
- Depois de uma cirurgia, o corpo humano entra em choque e é preciso tempo para o sistema
digestivo se recuperar. Se você lidar bem com um caldo hoje, vou permitir gradativamente que você
ingira algo mais solido a partir de amanha.
- Coisas de médico, certo?
Ela não conseguiu impedir aquele seu comentário provocador.
Mas antes que percebesse o que estava acontecendo, ele se inclinou e beijou a sua testa.
- Faça o que eu digo, Tess. Estarei de volta antes que você perceba. - Ele disse suavemente antes
de sair do quarto sem olhar para trás.
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Ela levou a mão ao local onde sua boca lhe tocou, depois que ele fechou a porta.
Nunca tinha visto Jacob tão atencioso, apesar de ser sempre cordial com todos, nada nunca tão
afetuoso como agora.
Seja qual fosse à razão, sabia que aquilo era algo que não iria durar e assim que melhorasse, tudo
voltaria ao normal.
Talvez estivesse apenas sentindo culpa por não ter lhe analisado mais a fundo antes do seu
desmaiou em cima dele.
Assim como o seu pai havia lhe mencionado.
Mas se ele soubesse, como toda aquela sua atenção fazia com que o seu coração batesse mais
rápido dentro do peito, provavelmente iria leva-la de volta para o hospital pensando que ela estava
desenvolvendo uma infecção gravíssima.
Gemendo ao se levantar, foi obrigada ligeiramente a se curvar enquanto caminhava até a
cômoda, ao mesmo tempo em que segurava o seu lado.
Ela havia mentido para ele. Estava com muita dor, mas nada tão ruim como no dia anterior.
Porem, não havia lhe mentido sobre como as drogas a fazia se sentir, mesmo que não gostasse do
fato de assumir para ele que se sentia indefesa com qualquer coisa.
Vestindo uma camisola, voltou para a cama e com movimentos cuidadosos e de uma lentidão
assustadora, entrou debaixo das cobertas.
Logo depois, apesar de toda aquela dor, adormeceu.
- Mas que beleza, não é mesmo Jacob? - Disse Colt, inclinado sobre a porta da baia, admirando a
nova adição quando Jacob passou por lá.
Jacob olhou para dentro.
- Sim. Ele tem um grande porte.
O potro era magnífico. Ele era castanho escuro e com quatro manchas brancas, sendo que uma
cobria quase todo o seu rosto e terminava no veludo macio do seu nariz.
Ele era muito saudável e um grande trunfo para o seu programa de procriação.
Eles o haviam chamado de ‘Orgulho do Rancho’.
Chuck o havia examinado na noite anterior, depois de deixarem o hospital e Tess dormindo com
o efeito da droga que havia lhe dado.
31
Essa foi a sua desculpa para fugir dela, depois de ter praticamente lhe passado a mão enquanto
estava dormindo.
Apesar de só ter lhe tocado o rosto. Mas a culpa que sentia pela sua fraqueza era mais que
suficiente.
- Como vai a Tess? - Colt lançou um olhar cheio de curiosidade para o irmão mais velho.
- Bem. - Jacob ainda conseguiu lhe dar um sorriso agridoce ao tirar os olhos do estábulo.
Colt pegou seu pacote de cigarros e ofereceu um para o seu irmão mais velho.
- Aqui. Parece que você precisa de um desses desesperadamente. - Ele falou ao estudar a sua
expressão.
Jacob acenou com a cabeça ao pegar o cigarro.
- Ela está com muita dor?
- Sim, mas nega. Vou deixá-la sofrer um pouco antes de lhe dar algo. Isso vai servir para fazê-la
pensar melhor antes de voltar a mentir para mim. - Ele disse com frustração enquanto dedilhava o
cigarro entre seus dedos longos.
- Ela sempre foi muito obstinada e teimosa. - Colt disse enquanto acendia o cigarro com os olhos
grudados em seu irmão para logo após lhe entregar o isqueiro.
- Sim. Ela definitivamente é assim. - Ele disse pegando o isqueiro e acendendo o próprio cigarro.
Depois que acendeu deu uma longa tragada, olhando para Colt com uma expressão cheia de
preocupação.
- Ela me assustou muito quando passou mal daquela forma.
- Aposto que sim. Mas será que você consegue imaginar como teria sido caso o Lance ou eu
tivéssemos que lidar com isso?
Ele balançou a cabeça.
- Nós entraríamos em desespero ou algo assim e ela teria morrido. Tremo só de pensar. E o pobre
Chuck... Com certeza teria perdido a cabeça ao perceber que iria perder mais uma pessoa amada em
sua vida. Tudo o que posso dizer é: Graças a Deus que era você que estava próximo a ela. ‖
- Amem. Mas saiba que me senti um completo inútil quando ela passou mal em meus braços. -
Ele admitiu ao olhar para a sua nova adição, com as suas quatro pernas trêmulas dentro da baia, ao
lado da mãe.
- Bem, todos nós estamos o tempo todo perto dela, Jacob. Mas querendo ou não você tem que
admitir que lhe salvou a vida.
- Sim. Eu sei. - Ele finalmente concordou. - Só parece meio louco a maneira que reagi.
Ele na verdade estava quase frenético sobre como ela o havia surpreendido.
32
- Eu parecia mais como um menino de escola. Totalmente desastrado. Deveria ter diagnosticado
o que estava se passando com ela mais cedo.
- Você é um bom médico, Jacob e ninguém duvida disso. Mas como disse antes, ela está tão
próxima a nós que os seus sentimentos acabaram atrapalhando o seu julgamento. Faz sentido essa sua
preocupação, mas de qualquer maneira, ela só está bem por sua causa. ‖
- Acho que foi isso mesmo. - Ele respondeu depois de remoer as palavras do irmão.
Era verdade que ele se importava com ela. Normalmente era seco, mas muito profissional com
seus pacientes, porém como ela era considerada da família, acreditava que isso mudava tudo.
Não só isso, o seu temperamento também havia falado mais alto no hospital.
Assim que relembrou o ocorrido, Colt levantou o assunto do incidente entre eles.
- E o medico irá prestar queixa contra você?
- Não. Lance já teve uma conversinha com ele. - Jacob sorriu arrogantemente.
O médico de plantão naquele dia, não queria levá-la para a cirurgia até que realizasse todos os
tipos de exames necessários, mas Jacob sabia que ela não tinha tempo para esse tipo de formalidade.
Desta forma, acabou agarrando o homem pelo pescoço até que ele concordasse em chamar o
pessoal da sala de operação para uma cirurgia de emergência.
Finalizada a cirurgia, o próprio cirurgião havia admitido para ele que havia feito à coisa certa.
- É sempre uma grande ajuda ter um advogado dentro da família.
- Em varias situações, com certeza.
Colt havia começado uma briga de bar na semana retrasada e Lance teve que ir ate lá acalmar as
coisas com o proprietário e os dois homens que ele havia batido com vontade.
Depois de lembrar que o fato havia ocorrido por causa de uma mulher, ele sorriu para si mesmo.
- Nesse rumo, ele vai se cansar de nos defender rapidamente.
Jacob tragou lentamente o seu cigarro.
- Talvez. Mas por enquanto, vou fazer uso dele e muito. Quanto a Tess, se você encontra-la antes
de mim, diga-lhe que irei vê-la depois do jantar. - Ele disse apagando o cigarro com a bota, ao sair do
estábulo e se encaminhar em direção a casa.
- Sr. Hartley.
Ele foi saudado pela voz cheia de sotaque da Maria, assim que entrou na cozinha.
- Já fiz o caldo que me pediu. O senhor quer que eu mesma leve?
33
- Não, eu mesmo o levarei. - Ele se ofereceu. - Tenho que ver como ela está de qualquer maneira.
Basta deixar a bandeja sobre a mesa da sala que a pego no caminho.
- Tudo bem, levarei agora mesmo.
Após isso, ele foi em direção ao seu escritório pegar o seu estetoscópio e uma seringa de
morfina.
Embora tivesse negado anteriormente, ele sabia que ela estava sofrendo. Ele já havia visto os
mesmos sinais de sofrimento em vários outros pacientes.
Ele notou como ela estava protegendo o lado e como deixava escapar uma careta de dor de vez
em quando, a qual tentou sem sucesso, esconder dele.
Sem mencionar aquela cor pálida em sua tez, a qual normalmente era de um rosa perfeito.
Assim que entrou após uma breve batida, encontrou-a enrolada na posição fetal.
- Você já está pronta para aceitar algo para a dor? - Ele disse com um sorriso.
- Eu já lhe disse como me sinto ao tomar essas coisas. - Ela disse tentando manter afastada da
sua face o desconforto que estava sentindo.
- Não vou lhe dar algo muito forte.
Ele se curvou e colocou a bandeja na mesa de cabeceira.
- E só de olhar em seu rosto, sei que você precisa disso e muito. ‖
Ela realmente havia feito todo aquele esforço para manter seu desconforto fora de sua expressão,
para nada.
Obviamente, ele sabia desde o inicio que ela estava mentindo. Então, simplesmente suspirou
assumindo a sua derrota e finalmente concordou com ele.
- Deite-se de lado Tess.
Quando ela o fez, ele se sentou na cama ao lado dela e estendeu a mão para pegar o seu
estetoscópio.
- Preciso primeiramente ouvir o seu peito e intestino, depois lhe darei algo para comer.
Vendo a sua expressão preocupada ele continuou.
- Não preciso que você tire a roupa, posso ouvir através da sua camisola, afinal ela não é feita
com um material de grande espessura.
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Ela lhe lançou um olhar estranho, mas não disse mais nada.
Mas ele percebeu a sua duvida.
A sua camisola era de algodão, mas para ele era quase como feita de papel, pois não podia deixar
de notar o subir e descer dos seus seios através dela.
Engolindo em seco, pediu-lhe para rolar para o lado esquerdo, colocou uma mão em seu quadril
e a outra usou para pressionar o estetoscópio em determinados pontos ao longo das suas costas,
enquanto lhe pedia para respirar profundamente.
- Como está o potro?
Ela tentava de toda forma distrair o seu corpo e mente do seu toque.
- Fique calada. - Ele disse suavemente. - Se não vou ter que recomeçar.
Encolhendo-se diante do desconforto com as suas palavras, ela começou a orar a Deus para que
ele não percebesse o aumento do ritmo do seu coração cada vez que ele a tocava.
O estetoscópio com toda a certeza, já mostrava como a sua respiração estava superficial.
Quase cuidadosamente demais, Jacob guiou o estetoscópio sobre seus seios, ao longo dos montes
saudáveis e sob eles. Normalmente, ele faria um exame mais aprofundado, mas assim que ouviu que os
seus pulmões estavam limpos parou, pois realmente estava começando a reagir ao tocá-la.
Sem dizer uma palavra baixou o estetoscópio para a sua barriga e começou a ouvir os seus ruídos
intestinais.
Tess não percebeu que o observava tão de perto, até que ele levantou os olhos e se fixou nela.
Sua expressão era ilegível.
Aquela deveria ser a sua expressão profissional. - Pensou ela.
Com certeza, deveria ser apenas isso.
Então, ele quebrou aquela sua linha de raciocínio quando estendeu a mão e retirou os ganchos do
ouvido.
- É, parece que você está pronta para comer algo, mas só depois da sua injeção. Dê-me seu
braço.
- Eu não gosto de agulhas. - Ela ainda protestou.
- Prometo que serei gentil. – Falou enquanto limpava seu braço com um algodão embebido em
álcool, após apertou a parte carnuda de seu músculo. - É isso ou você de volta ao hospital para
controlar essa dor. Além disso, ainda preciso dar uma olhada no seu curativo.
Oh Deus, ela não conseguia nem pensar nisso.
Ele inseriu a agulha suavemente e ela mal sentiu a picada após ouvir aquilo.
A sua incisão era na parte baixa do seu abdômen e isso significaria que ela teria que parcialmente
se despir para ele.
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- Mas apenas após terminar de comer, assim o medicamento lhe proporcionara um pouco de
alivio. ‖
Ela esperava ficar fora como da última vez em que ele lhe deu medicação. No entanto isso não
aconteceu, mesmo assim tinha que admitir que ele era muito bom em sua profissão, porque a dor,
assim como tudo o que sentia, foi embora.
Ela estava apenas um pouco sonolenta, mas não inconsciente.
Ela ate mesmo foi capaz de tomar todo caldo e sem nenhum problema.
Ele voltou depois de cerca de meia hora e disse-lhe para deitar novamente, após levantar um
pouco a sua camisola para que pudesse ver o curativo.
Ela conseguiu esconder a maior parte de sua metade inferior com os cobertores, mas não o fato
de que estava usando uma calcinha rendada.
Então, mais uma vez viu aquele olhar obscuro em seu rosto assim que ele constatou aquele fato.
Jacob não perdeu os arrepios que surgiram em seu abdômen plano quando seus dedos roçaram de
leve a sua pele macia e quente.
Nunca em toda a sua vida havia tido problemas para ser profissional como naquele momento.
Mas ao ver a linha da sua calcinha rendada sobre aquela sua barriga lisa, teve que fazer uma pausa para
controlar o desejo de se inclinar e saborear a sua carne.
No processo, ele ainda poderia correr as mãos sob a sua parte inferior e leva-la facilmente à
boca.
Obrigando seus olhos a se desviar daquela área, tentou se concentrar de volta nos seus afazeres.
Felizmente, tinha anos de experiência em manter a sua expressão ilegível e a usou enquanto
gentilmente inspecionava e substituía o curativo, o que realmente tinha que agradecer aos céus, pois
naquele momento, as imagens que atravessavam a sua mente não eram nada profissionais.
Mais uma vez surgiram pensamentos das suas mãos envolvendo a sua cintura fina a fim de guiar
os seus movimentos enquanto faziam amor.
Sendo tão pequena e ele tão grande, poderia facilmente levantar e movimenta-la em qualquer
posição que quisesse.
Ela provavelmente se encaixaria perfeitamente ao seu corpo.
Diante daqueles pensamentos lascivos percorrendo a sua mente, ele apertou os dentes ate
interromper todas as imagens em sua cabeça.
Então, rapidamente puxou a camisola para baixo e mexeu nos cobertores até esconder toda
aquela tentação.
Tess não tinha certeza se era devido à droga que trabalhava em seu corpo ou diante da ternura
que ele mostrou para com ela, mas acabou levantando a sua mão e tocando o seu queixo com os dedos.
36
- Obrigada Jacob. Por tudo.

Ela notou mais uma vez aquele brilho estranho em seus lindos olhos castanho escuro e em como
a sua mandíbula estava apertada, enquanto ele permanecia parado... Apenas olhando para ela.
Lentamente, ele estendeu a mão e pegou a sua, para logo em seguida, a colocar sobre o seu peito.
- Procure descansar, Tess. Vejo você mais tarde. - Ele disse isso com a voz tensa.
Com isso se levantou e saiu abruptamente do quarto.
Felizmente ela não pensou muito sobre o ocorrido, pois logo depois adormeceu.
No segundo dia pós-cirurgia, Tess acordou sentindo-se bem melhor e assim que Jacob parou para
vê-la, falou como estava se sentindo cheia de entusiasmo.
- Venha então tomar o café da manhã lá em baixo conosco, logo após darei uma olhada em você.
Isso causou o primeiro sorriso genuíno dela em dias.
E, apenas naquele momento, ele percebeu o quanto havia perdido com aquela ausência.
- Apenas vista uma calça solta e camiseta, não quero encontra-la passeando pela casa usando
apenas essa camisola frágil.
Ela olhou para a sua camisola.
- O que há de errado com ela?
- Eu posso enxergar tudo através dela e como há sempre meia dúzia de funcionários dentro e fora
da casa durante todo o dia, isso se tornaria um grande problema para todos. - Ele disse isso
laconicamente.
Logo após aquele comentário, saiu rapidamente, não percebendo o blush forte em seu rosto.
Como ele poderia achar isso?
Sua camisola era nova, de algodão e lhe cobria totalmente ate o pescoço.
Após debater um pouco sobre aquele seu comentário, saiu da cama com cuidado e vestiu uma
calça de yoga e uma blusa de algodão solta antes de fazer o seu caminho lentamente ate as escadas,
local onde deu de cara com o Colt.
- Olá! - Ele disse com um largo sorriso bonito. - É bom ver que você está se sentindo melhor.
Parei na noite passada para ver você e encontrei Jacob de guarda no seu quarto. Ele me disse para
deixá-la em paz e não acordá-la de forma alguma.
37
- Jacob? Ele estava no meu quarto?

- Sim. Quando fui ate lá ontem, ele estava sentado na cadeira ao lado da janela lendo um livro. ‖
Ele ergueu as sobrancelhas diante da sua expressão perplexa.
- Você não sabia?
- Tem certeza de que era ele?
Ela se perguntou quanto tempo ele ficou lá.
Agora se sentia totalmente insegura com o fato dele ficar olhando para ela enquanto dormia.
Foi então que decidiu que não permitiria mais que ele lhe desse mais qualquer medicação para
aliviar a dor.
Deus, só de pensar nele em seu quarto durante toda a noite olhando para ela a deixava
completamente instável.
Distraída, acabou estendendo em direção à parede para se firmar. De repente, lhe pareceu muito
estranho estar em pé após todos aqueles dias acamada.
Colt percebeu aquele seu descuido e rapidamente avançou para lhe tomar o braço.
- Tem certeza de que o doutor realmente liberou você? - Ele disse cheio de preocupação.
- Sim. - Ela sorriu enquanto ele a levava para a mesa.
- Inclusive, ela já pode comer um pouco de comida sólida. - Jacob falou vindo atrás deles, o que
a fez saltar. - Solte-a Colt. - Ele disse laconicamente.
Colt atirou um olhar estranho para o seu irmão mais velho antes de soltá-la.
- Se ela não consegue caminhar sozinha, então precisa voltar imediatamente para a sua cama. ‖
Mas após falar isso ele mesmo se contradisse, tomando-lhe o braço e lhe ajudando a sentar na
cadeira.
- Será que ela faria isso? - Colt disse lançando um olhar divertido para o seu irmão antes de
tomar o assento ao seu lado.
- Estou certo de que ela jamais faria isso, pelo menos, enquanto você estiver presente.
- Não mesmo. - Ela concordou o que lhe fez rir com vontade.
- Olá. - Lance disse enquanto entrava pela porta. Depois fez uma pausa longa o suficiente para
beijar o topo da sua cabeça carinhosamente.
- Como você está se sentindo?
- Graças ao Jacob... Quase nova. - Ela admitiu enquanto sorria para ele. - Acredito que poderei ir
para casa amanhã mesmo.
- Você deve ficar por mais alguns dias. - Jacob falou enquanto se sentava na cabeceira da mesa,
nem um pouco feliz como os demais.
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Isso era resultado de uma noite agitada, devido às imagens do seu corpo sob o seu.
Aquilo não só o havia derrubado completamente, mas o mantinha desde então, totalmente fora
de equilíbrio.
Nunca em toda a sua vida havia sido atormentado durante os sonhos por uma mulher.
- Colt, faça as preces. - Ele acrescentou emburrado enquanto Lance se sentava.
Os três garotos inclinaram as suas cabeças, enquanto Tess permanecia boquiaberta com o
comentário de Jacob e Colt fazia as suas preces.
Não havia dúvida de que ele estava mal-humorado e de alguma forma ela tinha a sensação de
que era algo sobre ela.
Quando Colt terminou a oração, ela esperou até que Jacob levantasse a sua cabeça para falar.
- Jacob, acho que o meu pai já consegue cuidar de mim sozinho a partir de agora.
Ele começou a colocar comida em seu prato.
- Nada pesado como carne no momento para você Tess, vamos manter algo leve como ovos e
torrada.
Ele lançou um olhar para ela.
- E respondendo a sua pergunta, caso você abra essa sutura ou pegue uma infecção secundária, o
seu pai teria que lhe trazer de volta, então me sentirei melhor se você permanecer aqui. Terei que
voltar ao trabalho amanhã, mas a Maria ficará a sua disposição e me comunicará qualquer coisa. ‖
- Esse é um bom argumento Tess.
Lance disse estendendo a mão para pegar um bife e colocar sobre seus ovos.
- Sim. Também concordo. - Falou Colt.
Ela olhou em volta da mesa fitando demoradamente cada um dos três.
- Vocês precisam seriamente de um filhote de cachorro para mimar, porque neste momento,
estou me sentindo totalmente sobrecarregada com tanta adulação.
Isso trouxe várias crises de riso na mesa, com exceção de Jacob.
- Independentemente de qualquer coisa Tess, como seu médico, estou lhe ordenando que fique
aqui. - Ele disse com firmeza.
Ela revirou os olhos nem um pouco afetada com aquela sua autoridade.
Ela já o conhecia há muito tempo para se abalar com os seus modos.
- Vamos ver por quanto tempo isso vai durar.
Ela notou o canto de sua boca se contorcer, antes dele tirar seus olhos de cima dela e começar a
comer.
Talvez ele não estivesse tão chateado com ela como havia pensado inicialmente, apenas estava
muito cuidadoso com relação a sua recuperação.
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Logo após todo esse dialogo interno, chegou à conclusão de que deveria ser outra coisa que o
estava irritando.
- Ela já está quase normal, não acham? - Colt riu ruidosamente após sinalizar o tamanho da sua
teimosia.
- Pelo menos permita que ele traga o meu violino. Eu não toco a mais de três dias.
- Isso eu posso lhe conceder. Trarei comigo mais tarde. - Jacob falou. - Agora tenho que correr
ate a cidade o mais rápido possível.
Como ele havia mencionado, foi direto para a sua clínica pegar alguns arquivos dos quais iria
precisar rever ate amanhã. Ele a deixou esperando no caminhão enquanto corria ate a clinica.
Assim que saiu, foi parado pela socialite mais linda da cidade. A quem Tess conhecia apenas
pelo nome: Lindsay Scott.
Ela não conseguia ouvir o que eles conversavam, mas notou quando a mulher estendeu a mão e
começou a alisar o peito de Jacob, descaradamente.
Também registrou que por duas vezes ele olhou para ela através do espelho retrovisor.
Porem, perdeu toda a cor assim que aquela mulher se inclinou para mais perto dele e disse algo
em seu ouvido, aquilo a fez testemunhar mais um daqueles raros sorrisos diabólicos que ele havia
anteriormente lhe dirigido.
Era um sorriso que poderia derreter um iceberg.
Então, ele acenou para ela enquanto falava algo que naquela distancia não era possível ouvir.
Apenas constatar que deveria ser algo totalmente devasso já que havia deixado aquela mulher com um
sorriso sensual em seu rosto, mesmo enquanto voltava para o seu caminhão.
- Você está namorando a Lindsay? - Tess não conseguiu se impedir de perguntar a tempo.
Ele lhe lançou um olhar de lado enquanto ligava o caminhão.
- Não, pelo menos não da forma que você pensa. - Ele disse enquanto começava a dirigir.
- Não da forma que eu penso?
- Esquece isso Tess. - Ele disse secamente, mas desta vez sem olhar para ela enquanto fazia uma
curva à esquerda.
Jacob havia confirmado passar um tempo com a Lindsay hoje à noite e só aceitou o seu convite,
porque estava excitado como o inferno e tudo por culpa do fato de estar tão próxima a Tess nos
últimos dias.
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Ele não podia tocar em Tess, mas certamente poderia aliviar toda aquela sua frustração sexual
em cima de Lindsay, afinal, ela era experiente e poderia satisfazê-lo por algum tempo.
Ela conhecia aquele seu tom, pois já havia lhe ouvido muitas vezes.
Agora ela sabia o que ele queria dizer e sentiu quando o seu coração mais uma vez, se quebrou.
Ele não estava namorando com ela e nem com ninguém, provavelmente era apenas algo físico.
Afinal de contas, ele era um homem vigoroso e saudável e ela tinha certeza que ele tinha necessidades
físicas.
Mas não era apenas isso.
Como poderia competir com ela? Lindsay Scott era realmente linda.
E, no entanto, aquilo estava lhe incomodando muito.
Ela virou a cabeça para olhar pela janela do seu lado, desta forma, ele não veria a expressão de
dor em seu rosto.
Independentemente das suas melhores intenções, ele percebeu que havia algo de errado com ela,
mas felizmente interpretou mal os sinais.
- Você precisa de mais medicação? - Ele perguntou.
- Não, estou bem.
- Você mente terrivelmente mal. Quando chegar em casa irei lhe dar algo o suficiente para fazê-
la ter uma boa noite de sono.
Desta vez, ela não disse nada.
Ela sabia que precisava primeiramente esquecer o que havia acabado de presenciar antes de
conseguir pregar o olho novamente.
- Sem argumentos?
- Sim. - Ela disse solenemente.
Ele lançou um olhar em sua direção, enquanto perguntava internamente se vê-lo com a Lindsay
havia de alguma forma lhe incomodado.
Uma parte dele esperava que sim. E essa mesma parte gostaria que ela lhe dissesse alguma coisa
sobre isso.
Embora não pudesse ter um relacionamento com Tess, estava muito curioso para saber se ela se
sentia atraída por ele.
Mas se isso fosse verdade, como ela conseguia esconder isso tão bem?
Ela sempre parecia confortável em torno dele e nunca tinha tido problema em lhe dizer como se
sentia ou comentar sobre algo que a incomodava.
Mas ela jamais havia lhe mencionado nada sobre a sua vida amorosa.
Talvez fosse por isso que ele estava lhe cutucando sobre isso nos últimos dias, afinal, ela tinha
idade suficiente para ter um relacionamento de algum tipo.
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Ele não gostou nem um pouco da sensação que sentia quando pensava nela com outro homem.
De um lado estava ele convidando Lindsay para sair hoje à noite, a fim de aliviar um pouco o seu
desejo por Tess. Do outro lado, não conseguia sequer pensar em Tess com um homem que não fosse
ele mesmo, tamanho era o seu ciúme.
Ciúme?
Essa palavra parecia tão estranha para ele.
Ele não sentia ciúmes de nada e nem de ninguém.
Bem, mas se aquilo não fosse ciúme era com certeza algo tóxico, que deixava um sentimento
doentio em todo o seu corpo.
Sair com a Lindsay hoje era extremamente necessário ou ele ia acabar seguindo os seus impulsos
e caindo de boca em cima da linda, jovem e inexperiente Tess.
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CAPÍTULO TRÊS
Na noite anterior, ela dormia quando ele saiu para o seu encontro com Lindsay.
Havia acordado apenas uma vez no meio da noite para ir ao banheiro e a título de curiosidade,
verificou a entrada do rancho através da sua janela para ver se o seu caminhão estava lá fora.
Mas seu carro não estava lá.
Agora, logo cedo pela manhã ela ouviu quando ele entrou em seu quarto para ver como estava.
Foi quando a recordação de que ele havia passado a noite com a outra mulher machucou o seu
coração.
Ela se sentia doente com aquela constatação.
Mas será que estava ficando louca?
Como podia competir com aquela mulher?
Lindsay era impressionante e, provavelmente, sabia exatamente o que fazer com um homem
como Jacob.
E obviamente, o que estavam fazendo juntos havia levado metade da noite, pois quando foi ao
banheiro era quatro da manhã e ele ainda não havia chegado.
Por este motivo, resolveu fingir que estava dormindo quando ele entrou em seu quarto.
Naquele momento, não tinha condições físicas e nem emocionais para olhar para ele e não
demonstrar o quanto estava ferida.
Porem, aquele seu desejo não foi atendido, pois assim que entrou, sentou na beira da sua cama e
começou a passar seus dedos sobre seu rosto.
- Tess. - Ele disse calmamente.
Relutantemente ela abriu os olhos.
- Você dormiu bem?
- Muito bem, obrigada. - Ela mentiu e distraidamente se esticou ao lado dele.
Jacob teve que engolir em seco ao colocar um pedaço de papel em sua mesa de cabeceira.
- Este é o meu ramal direto na clinica. Caso você sinta alguma coisa.
Será que algum dia ela não precisaria mais dele? – Jacob pensou
- Obrigada.
- É para usa-lo. Não finja que não há nada de errado se sentir algum tipo de desconforto. Irei
avisar a Rita para não deixar você na espera, caso me ligue.
- Vou ficar bem, Jacob. Só dói quando me movimento muito rápido. - Ela acrescentou com um
olhar provocador, tentando a todo custo esconder a vulnerabilidade que sentia.
43
- Bem, você tem que se mover pelo menos um pouco. Quero que faça caminhadas ao ar livre
durante o dia, mas nada de trabalho pesado durante as próximas quatro semanas. E isso significa que...
– Ele acrescentou com um olhar compreensivo. – Nada de ajudar ao seu pai.
Ela gemeu.
- Serei uma pessoa totalmente inútil por um mês?
Assim que terminou de falar, percebeu um olhar estranho surgir em seu belo rosto.
- Isso é algo que você nunca vai ser.
Ela piscou sem conseguir falar mais nada.
- Quero dizer... Você sempre é útil para mim de alguma forma. Então, pare de sentir pena de si
mesma.
Ele ainda lhe lançou um daqueles seus sorrisos pecaminosos, o mesmo que havia presenciado ele
lançar para a Lindsay, no dia anterior.
Logo após, sem falar mais nada, apenas se levantou e saiu do quarto.
Foi só após ele sair do quarto que ela percebeu que estava com a boca aberta.
Meu Deus... Será que havia bocejado abertamente enquanto ele estava em seu quarto?
Após um momento debatendo sobre aquilo, parou de repente, percebendo que de acordo com o
seu comportamento em quarto, toda aquela sua irritação anterior, que vinha desferindo a tudo e a todos
ao longo dos últimos dias, havia desaparecido, provavelmente havia feito algo na noite anterior para se
livrar do seu causador.
Apesar de ser muito inexperiente, sabia que o único remédio utilizado por todos os homens da
face da terra para qualquer problema, geralmente era o sexo.
De repente, realmente desejou ter uma pequena ideia de como aquilo funcionava.
Essa seria a única maneira de entender o Jacob.
44
Colt era o único a acompanha-la durante o café da manhã, já que tanto Lance como Jacob
haviam tomado café mais cedo para ir aos seus respectivos trabalhos na cidade.
Ela ainda estava com aqueles pensamentos anteriores rodeando o seu cérebro e após uma
conversa amigável com Colt, finalmente decidiu que iria direto ao assunto com ele.
- Colt, se um homem não faz sexo com regularidade, ele se torna uma pessoa irritadiça?
Infelizmente, Colt estava com um pedaço de torrada na boca e acabou se engasgando.
Tess o observou de olhos arregalados enquanto tomava um grande gole de café na esperança de
que ficasse bem.
Por fim, ele pousou o copo e limpou a garganta, direcionando seus olhos para o seu rosto.
- Por que diabos você está me perguntando isso? - Ele perguntou. - E Tess... Isso é algo que você
jamais deve perguntar a um homem. ‖
Ela deu de ombros tentando fazer o seu melhor para agir de forma casual.
- Mas trata-se de uma pergunta tão simples.
- Não é tão simples quando você pergunta diretamente a um homem. - Ele disse. – Saiba que não
posso simplesmente dizer que ‘sim’, pois isso nos tornaria um tanto superficial, assim como também
não posso lhe falar que ‘não’, pois estaria mentindo descaradamente. Porém, tenho absoluta certeza de
que você não precisa saber destas coisas... Pelo menos, não neste momento.
- Eu não tenho mais ninguém a quem perguntar. - Ela disse totalmente exasperada. -Minha mãe
se foi... Não tenho amigas do sexo feminino, porque todas elas foram para a faculdade e eu tive que
ficar aqui, onde a minha vida gira em torno do meu pai... Deste rancho... E agora de vocês três.
- E a Maria?
Quando ele falou isso ela ficou ainda mais exasperada.
- Maria é tão religiosa que irá me censurar por uma hora, caso tenha coragem suficiente para
levantar essa questão com ela.
- Então, pergunte ao seu médico sobre isso. - Ele acabou sugerindo.
- Você tá brincando, né?
Esperou por um momento uma resposta e quando não recebeu continuou.
- Jacob apenas assumiu a responsabilidade de ser o meu médico por uns dias. Conhecendo-o
como conheço, ao levantar essa questão com ele, simplesmente pensaria que eu estava querendo fazer
sexo com ele. Além do mais, já viu a forma como ele tem agido ultimamente, mal consigo respirar
perto dele sem que me diga para ir mais devagar ou vou me machucar.
Colt pigarreou novamente sabendo que tudo aquilo era verdade.
- Ele apenas se sente culpado, Tess. - Ele falou aquilo sabendo que era apenas parcialmente
verdade.
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Jacob parecia estar tendo algum tipo de conflito interno por causa da Tess, porem nem ele e
muito menos o Lance iria interferir naquilo.
- Eu sei, mas gostaria que ele parasse com isso.
Ela suspirou profundamente enquanto o estudava por um momento.
- Ele teve um encontro com Lindsay Scott, ontem à noite.
Ela não sabia o porquê, de repente sentia aquela necessidade forte de discutir aquilo com ele,
afinal, era algo muito pessoal.
Provavelmente, era porque não tinha mais nenhum amigo próximo e também, por confiar
plenamente nele.
Apesar de se sentir mal por colocá-lo naquela posição, iria prosseguir com aquilo, ate mesmo,
porque não tinha mais ninguém, exceto Jacob, e este com toda certeza, era carta fora do baralho.
Uma expressão de entendimento surgiu no rosto do Colt.
- Eu sei.
Ela baixou os olhos.
- Estou sendo estúpida, não é mesmo?
Ele sorriu.
- Agora sim... Essa é a coisa mais ridícula que já ouvi.
Mas quando ela não olhou para cima, após aquele seu comentário, ele começou a falar o seu
nome suavemente, ate que finalmente, olhou mais uma vez para ele.
- Mel... Nós não escolhemos a quem amamos e Deus sempre sabe o que faz.
- Não diga nada a ele.
- Prometo. - Ele disse sinceramente. – Agora, voltando à sua pergunta original, já que sei do que
se trata, posso lhe responder sinceramente. Lindsay é apenas o tipo de mulher que está disposta a
qualquer jogo.
Ela levantou a mão e não conseguiu impedir de soltar um riso tremulo diante do seu
constrangimento.
- Esquece a minha pergunta.
- Não. Mas vou respondê-la de uma forma diferente. Em minha opinião mel, ela não serve nem
para segurar vela para você.
Sua expressão de surpresa o fez sorrir.
- Veja. O fato de você realmente não se perceber, apenas aumenta o seu encanto. Agora, por
outro lado, os homens podem ter suas fases de cio brutal... E isso não posso negar... Mas mulheres
como você... Na verdade, uma mulher como você. - Ele se corrigiu. – Não deve pensar de forma
alguma que não é especial, apenas porque não se comporta igual à Lindsay.
Enquanto falava, ele observava a sua expressão cuidadosamente.
46
- Tess, você é muito inteligente e amável, e se eu não pensasse em você como a minha irmã mais
nova, provavelmente estaria estapeando qualquer pessoa do sexo masculino que tentasse chegar perto
de você.
Isso conseguiu lhe arrancar um sorriso.
- Mas... Infelizmente só consigo pensar em você como uma irmã mais nova e apesar das suas
dúvidas, saiba que lhe acho uma mulher muito bonita. Jesus... Se você soubesse usar os dons que Deus
lhe deu... Colocaria todos os homens de joelhos, inclusive aquele meu irmão cabeça dura.
Ela corou.
- Obrigada Colt, acho que realmente precisava ouvir tudo isso.
- Mas... - Acrescentou estreitando o seu olhar. - Se alguém tentar algum dia tirar vantagem de
você... Vou bater nele ate não lhe restar nenhum dente na boca.
Ela lhe lançou um sorriso arrebatador.
- Isso é tão doce! - Ela disse fazendo-o cair na gargalhada.
O dia passou lentamente após a saída de Colt. Apesar de haver dado várias voltas durante o dia,
como Jacob havia lhe recomendado.
E quando Jacob chegou em casa por volta das seis da tarde, a encontrou sentada no balanço da
varanda entediada até os dentes.
Jacob largou a sua valise e se sentou na cadeira ao seu lado.
- Como foi o seu dia?
- Bem... Praticamente fiquei o dia todo pensando sobre a melhor maneira de me matar. - Ela
disse fazendo-o rir.
- Que chato?
- Tenho certeza de que se tivesse assistido a uma competição de tricô teria sido mais excitante.
Ele a estudou por um momento.
- Você já comeu?
- Não. - Respondeu a sua pergunta, mas sem olhar realmente para ele.
Deus ele estava tão bonito vestido com o seu terno azul-marinho, camisa branca e gravata
listrada.
- Vá vestir algo bonito que irei levá-la para jantar fora.
47
Ela se animou.
- Sério?
Então estreitou o olhar.
- Isso não é uma brincadeira de mau gosto, certo Jacob?
- Isso nunca passou pela minha mente.
Ele acrescentou com um sorriso pecaminoso.
- Vamos apenas dizer que é uma pequena gratificação pelo seu bom comportamento.
- Será que isso significa que já posso comer comida de verdade?
- Comida de verdade?
- Sim. Estou morrendo de vontade de comer um bife bem suculento.
Ele riu.
- Isso é o que mais admiro em você, Tess. Qualquer outra mulher só comeria salada... Mas você
não, ao contrário, quer um bife bem suculento.
- Com uma grande ênfase no suculento, por favor.
Ela acrescentou com um sorriso, em seguida, mudou a sua expressão para uma de quem estava
aprontando.
- E para acompanhar... Uma salada e muita batata frita.
Aquilo o fez rir de novo.
- Vai engordar desse jeito. - Ele ainda deu um tapinha em seu braço para enfatizar o seu
comentário.
- Sem chances.
Ela se levantou e entrou na casa, sem notar a forma faminta como ele assistia o balanço delicado
da sua bunda.
Balançando a cabeça, ainda acrescentou: - Controle-se Jacob.
Ele falou aquilo para si mesmo enquanto se levantava, pegava a sua maleta e entrava em sua
casa.
Tess não poderia estar mais feliz.

Eles foram para a churrascaria mais popular da cidade.
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Ainda por cima, havia aquela sensação de orgulho quando ele colocou a mão na parte inferior
das suas costas e caminharam pelo restaurante.
Também notou que todos os olhos femininos passavam primeiramente por ela, para em seguida,
ser direcionado para quem a guiava.
Mas quem nessa terra poderia culpá-las?
Jacob era tremendamente lindo e andava com uma postura cheia de elegância e confiança.
Ele a fez se sentir como se fosse à única mulher na terra com toda aquela atenção.
Não era admirar, portanto, que ele era a primeira escolha de mulheres como Lindsay, ela pensou,
já que todas deveriam se sentir assim em torno dele.
Para a sua surpresa, ele havia mudado o seu terno para um cinza escuro e isso a fez fantasiar que
aquilo era um encontro de verdade, mesmo sabendo que ao convida-la ele só estava sentindo pena
dela.
Ele puxou a cadeira para ela e se sentou na sua frente.
- Você quer um pouco de vinho?
- Posso doutor?
- Sim.
Ele fez o pedido ao garçom assim que este veio à mesa. Em seguida, voltou toda a sua atenção
para Tess.
- Você está muito bonita Tess.
- Obrigada. - Ela disse timidamente.
- Você certamente não se parece em nada com a menina que levei para o pronto socorro há
quatro dias, quase morrendo.
- Como assim? - Ela disse com uma expressão de surpresa. - Pelo que me lembro, estava com
você. Então, não tinha a menor chance de morrer.
- Você faz maravilhas com o ego de um homem.
Ele sorriu. Então, uma visão familiar chamou a sua atenção e ela olhou para ele com os olhos
arregalados.
- Oh!!!
- O que foi?
- Sua... Sua...
Ela não sabia como dizer isso aquilo.
- Lindsay...
Com isso, ele se virou e a olhou por cima do ombro.
Lindsay assim que os viu começou a caminhar em direção a mesa deles.
49
Tess se sentiu um pouco melhor ao notar que ela estava acompanhada de outro homem, mas essa
sensação não durou muito.
Lindsay lançou em sua direção um olhar de desgosto, o qual infelizmente Jacob não viu, antes de
se dirigir a ele.
- Eu te liguei mais cedo. - Ela começou a sorrir descaradamente.
Aquilo fez a sua raiva borbulhar.
As expressões daquela mulher mudava tão rapidamente que era difícil de acompanhar, mas
estava óbvio para qualquer um que ela jamais deixaria Jacob ver o tamanho do seu desagrado por estar
com outra mulher.
- Serio? - Ele disse casualmente.
- Sim. Mas a sua empregada me disse que você já havia saído.
Ele lançou um olhar para Tess.
- Isso é verdade.
Tess notou que ele não parecia estar nem um pouco incomodado com a aparência de Lindsay ou
com as suas insinuações, mas novamente, tinha certeza de que isso só era possível, pois estava
acostumado com as mulheres se jogando em cima dele o tempo todo.
Isso havia, com certeza, lhe deixado há muito tempo, totalmente imune àquelas táticas.
Lindsay então voltou a sua atenção para Tess.
- Eu me lembro de você. Será que era você que trabalhou na clínica durante um verão? Theressa
não é?
Ela falou aquilo tudo tão docemente que Tess quase lhe socou a cara.
- Tess. - Ela corrigiu, tentando entender como aquela mulher sabia o seu nome. - E realmente,
trabalhei durante um verão na clinica.
Ela voltou-se para o Jacob.
- Eu a achei muito familiar.
- Tess é minha amiga. - Ele respondeu e a sua falta de expressão acabou entristecendo a Tess.
- Percebi. - Ela acrescentou olhando para a mulher mais jovem novamente antes de guiar seus
olhos mais uma vez para ele.
- Eu me esqueci de agradecer por ontem à noite, meu querido. - Ela disse enquanto brincava com
a lapela do seu terno.
Pela primeira vez, Tess percebeu um olhar de desaprovação nublar as feições de Jacob.
- Por que você não aparece na clinica na próxima semana ao meio-dia, assim a gente pode
almoçar juntos. - Ele finalmente disse.
Lindsay pareceu satisfeita com a resposta ao jogar o cabelo de forma sedutora sobre seu ombro.
- Bem... Adoraria.
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- Então, ate mais. - Ele disse voltando-se para Tess.

Mas a Tess o conhecia muito bem e não passou despercebido como o seu comportamento mudou
após a sua referência de estarem juntos na noite anterior.
Lindsay lançou um sorriso para Tess, o qual demonstrava toda a sua satisfação com a reviravolta
daquela situação.
- Até mais Tia.
Tia?
Tess queria jogar alguma coisa nela, mas sabia que essa atitude só beneficiaria ainda mais aquela
mulher.
Tess esperou até que ela estivesse fora do seu alcance da voz para falar novamente.
- O que foi isso? - Ela disse olhando para Jacob com uma expressão confusa.
-Não se preocupe com ela, Tess. - Ele disse em um tom sóbrio assim que o garçom surgiu com o
vinho e anotava seus pedidos.
Ela esperou até ele sair.
- Não se preocupe com o quê?
- Com tudo.
Ele se inclinou em direção a ela um pouco.
- Não se preocupe com o que as outras mulheres pensam sobre a nossa amizade.
Amizade?
Ela tinha certeza de que ele ouviu quando o seu coração foi dividido em dois.
Ao contrário de Jacob que conseguia esconder as suas emoções de sua expressão, Tess não
conseguia, então ele acabou notando o olhar de mágoa em seu rosto.
Obviamente, ela não havia entendido o que ele realmente estava tentando dizer ou talvez apenas
tivesse falado um pouco abrupto demais com ela.
- Tess, Lindsay é o tipo de mulher que um homem...
Ele parou inseguro sobre como continuar, afinal, não era sempre que ele tinha que explicar o que
acontecia em sua vida.
- O que estou tentando dizer é...
- Que a usa quando precisa de sexo.
Ela terminou e então em vez dele parecer envergonhado com aquilo, um lento sorriso surgiu em
seu rosto enquanto ele concordava.
- Vejo que você entendeu a essência, mas saiba que isso é mais do que um alivio da minha parte,
é na verdade, algo mútuo, apenas uma troca.
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- Eu entendo que você tenha algumas necessidades, afinal, você é homem, mas não consigo
entender qual é a dela. – Falou enquanto acenava para a mulher que agora estava se sentando com o
seu acompanhante.
Ela estava se sentindo melhor sobre si mesma desde aquela conversa com o Colt pela manhã,
mas agora, vendo o quão bela era a Lindsay, todas as suas inseguranças haviam retornado com força
total.
Não importa o que Colt havia dito a ela.
Ela tinha certeza de que não era a metade da mulher que Lindsay deveria ser.
Ela era sexy e sensual ao mesmo tempo, e a forma como aquele vestido verde lhe caia, não
escondia nada do seu belo corpo.
Em seguida, havia a sua confiança.
Ela basicamente disse a Jacob e na sua frente, o quanto ele era bom na cama.
Se ela pensou que estava ferida antes apenas por suspeitar por que ele voltou tão tarde na noite
anterior, saber a verdade daquela forma, com certeza a esmagou.
Mesmo que Tess conseguisse um dia ser tão sofisticado como Lindsay, ela jamais falaria da sua
vida privada em público daquela forma.
Jacob se sentou em linha reta em seu assento, interessado no que ela tinha a dizer.
- O que é que você não entende?
Levou um momento para lembrar o que ela disse a ele, afinal, estava muito ocupada tentando
esmagar a sua mágoa e raiva diante daquela situação.
- Ela não faz o seu tipo. - Ela respondeu finalmente ao lembrar o seu comentário anterior.
- Como assim?
Ele sorriu.
- Quem você acha que faz o meu tipo?
- Alguém inteligente... - Ela começou a dizer, mas ao perceber que estava demonstrando todo o
seu ciúme, parou abruptamente.
- Lindsay é muito inteligente. - Ele disse com um brilho de humor atingindo os seus olhos.
Como uma rocha, ela pensou, mas não disse isso.
- Não... Não desse jeito... Não se ela sente a necessidade de se expor na frente de estranhos para
desafiá-lo. Apenas alguém que goste das coisas que você faz... Que lhe dê um pouco de trabalho... Que
faça você pensar... Alguém que você olhe e saiba que a sua vida pode não ser tão emocionante ou
completa, mas mesmo assim, deseja de qualquer maneira fazer parte dela.
Ele riu.
- Parece que você está falando de uma esposa ou dona de casa.
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- Bem, você não já está velho o suficiente para pensar desta forma?
O que diabos ela estava fazendo?
Ela não queria que ele pensasse em casamento, especialmente com a Lindsay. Se isso
acontecesse, seu coração realmente iria se quebrar e sem chances de reparo.
- Nada disso. Tenho apenas trinta e quatro anos.
- Serio? Você não quer ter filhos? - Ela encontrou-se perguntando.
Aparentemente, não conseguia mais controlar a sua língua.
Na verdade, na semana passada ele se pegou pensando nisso, porém, ela era a primeira pessoa a
realmente lhe fazer aquela pergunta.
- Eu gosto muito de crianças.
No entanto, isso significaria ter que se casar... Mas ele não estava pronto para isso, pelo menos
ainda.
- Isso não é uma resposta. - Ela disse com um sorriso.
- Eu gostaria de ter filhos. - Ele admitiu.
Prendendo seus olhos nos dela por um momento ele retribuiu a questão.
- E você?
- Eu adoraria ter filhos. - Ela disse sem hesitar. – E muito em breve.
Desta vez ele sorriu para a forma como o seu rosto se iluminou.
- Nossa e eu aqui achando que a conhecia bem!
Ela corou.
- Qual é? Eu não sou tão jovem assim. E com certeza penso em coisas como isso.
- Interessante. - Ele disse. - Eu nunca pensei em você desta forma. Você para mim sempre foi
apenas um rosto sardento ou a adolescente cheia de espinhas.
- Não sou uma adolescente há muito tempo. - Ela riu. - E jamais tive espinhas.
- Não, isso realmente você não é. - Ele falou com uma voz rouca enquanto tomava a bebida em
seu copo e a olhava por cima da borda. - Você cresceu e se tornou uma bela mulher.
Após isso ela perdeu completamente a língua.
De vez em quando, ele falava algo assim e a deixava sem palavras.
- Desta forma, fico muito surpreso com o fato de você não está namorando.
Por que ele simplesmente não conseguia parar de perguntar sobre isso?
- Ainda não encontrei alguém que me interessasse.
- Não? - Ele disse mirando intensamente a sua boca. - Você é como eu?
Oh... Ela era muito diferente dele.
- Será?
- Você não acha? - Ele levantou uma sobrancelha.
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- Eu o conheço desde sempre, pois cresci em meio a sua família.

Ela começou a se atrapalhar com as palavras e teve que para por um momento, para se recuperar.
- Você sabe que toda a cidade também me conhece desde sempre, mel. Isso não é uma exceção.
- Mas você é o único que eu deixei entrar no meu quarto.
Oh... Meu... Deus... Cale a boca. - Pensou.
- Serio? - Ele se remexeu na cadeira enquanto olhava para ela. - Por quê?
- Eu não sei. - Ela disse fugindo da pergunta.
- Ainda continua uma péssima mentirosa. - Ele falou fazendo-a corar.
Em seguida, se inclinou para frente e tomou-lhe a mão.
- Diga-me, Tess. Por quê?
Seus olhos continuavam fixos nela, lhe mantendo cativa.
Ele estava esperando que ela lhe dissesse que mesmo sabendo que ele não poderia tê-la, sentia-se
muito atraída por ele.
- Talvez, seja devido ao fato de você ter se tornado um médico, pois sempre o vi como uma
pessoa muito honesta.
Era apenas uma meia verdade, mas a sensação de sua mão quente sobre a dela, estava fazendo
com que desejasse lhe revelar tudo naquele momento.
Lentamente ele soltou a sua mão.
- Acho que isso não é tudo Tess, pois como você mesma disse, também a conheço muito bem.
Mas então, o garçom chegou com o seu jantar, o que lhe causou uma grande sensação de alívio,
pois logo começaram a comer.
Na outra mesa, Lindsay estreitou os olhos quando Jacob se inclinou e pegou a mão daquela
jovem.
Aquilo era algo que não podia se dar ao luxo de permitir, pois com certeza iria interferir em seus
planos.
Se Jacob estivesse sentindo algo por aquela menina, teria que colocar um fim nisso o mais rápido
possível.
Ela o queria apenas para si.
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Ele não era apenas um amante alucinante, também era rico, muito bonito e tinha um corpo que
poderia derreter qualquer mulher.
E sem falar que todas as mulheres da cidade constantemente o perseguiam, mas ela era a única
que foi capaz de colocá-lo em sua cama. E isso a fazia se sentir arrogantemente triunfante.
No entanto, ele sempre mencionava que jamais se envolveria emocionalmente com alguém e
embora estivesse disposta a tê-lo originalmente apenas como amante, as coisas haviam mudado ao
longo das últimas semanas e mais recentemente, começou a tocá-la cada vez menos.
Ontem à noite ele sequer quis ficar com ela. E embora tivesse insistido bastante com ele, tudo o
que conseguiu foi apenas um beijo rápido na boca.
Ela chegou até a lhe oferecer sexo oral, mas ele teve a ousadia de recusar.
Qual o homem em sã consciência recusava um boquete? E dela ainda por cima?
Mas agora ela sabia o motivo.
Soube assim que viu a ternura que ele demonstrava com aquela jovem e isso exigia que ela
fizesse o mais rápido possível a sua reivindicação.
Ela teria que se mover rápido, não só porque a outra mulher era muito jovem, mas, além disso,
ela era muito bonita e era óbvio que Jacob se sentia atraído por ela, mesmo após a sua exibição.
A única coisa que a tranquilizava era que ele havia lhe convidado para almoçar na semana
seguinte.
Talvez apenas estivesse imaginando tudo aquilo. Provavelmente, ele estava apenas cansado
ultimamente, afinal de contas, era a temporada de partos no rancho e ela sabia que ele ainda havia
trabalhado na clínica durante esse tempo.
Satisfeita após esclarecer as coisas em sua mente, voltou a sua atenção para o seu acompanhante.
Pelo menos ela teria algum tipo de satisfação com ele essa noite, já que Jacob não era capaz de
dar a ela o que precisava... Ed certamente seria.
No caminho para casa, Tess esperava que ele não a pressionasse sobre o real motivo dela não
namorar e felizmente ele não fez isso.
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Todo aquele seu interesse súbito em sua vida amorosa a surpreendia cada vez mais, afinal, ele
nunca havia feito aquele tipo de pergunta antes e sempre que começava, não mostrava sinais de
desistir.
Era como se só agora percebesse que ela não era mais uma criança e quisesse proteger a sua
virtude.
- Eu tive um excelente jantar. - Ele admitiu assim que a levou para dentro de casa e ela virou
para encará-lo.
- Eu também. - Ela disse notando como a mão dele em seu braço era muito agradável, mesmo
sendo apenas para garantir que ela não caísse durante o trajeto até a sua casa.
Nenhum deles se moveu após isso e Tess foi obrigada a prender a respiração quando seu olhar
fitou os seus olhos.
Eles estavam com aquela cor que ela tinha visto apenas algumas vezes, mas que a cada vez que a
via, fazia com que o seu coração começasse a palpitar.
De repente, ela desejou imensamente que ele a beijasse.
- Ei Jacob, é você?
Eles ouviram a voz de Lance.
- O pai está no telefone.
Ele sorriu enquanto olhava para ela.
- Vejo você amanhã. Agora vá para a cama e descanse um pouco, estou lhe achando um pouco
pálida. Preciso de você totalmente recuperada antes de voltar a trabalhar para mim.
- Jacob? - Surgiu a voz de Lance novamente.
- Estou indo. - Ele respondeu. - Boa noite Tess.
- Boa noite. - Ela disse ao virar e subir as escadas.
Jacob a observou ir antes de seguir o som da voz do seu irmão.
O resto da semana basicamente se arrastou e se ela achava antes que estava entediada, chegou à
conclusão no final daquela semana que havia se enganado completamente.
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Embora tivesse acompanhado o pai e até mesmo presenciado ele puxar um potro de uma égua,
manteve-se fiel às ordens de Jacob e não o ajudou em nada, até mesmo porque, mais uma vez, ele
estava certo, pois em todas as vezes que o acompanhava havia muitas pessoas ao redor para ajudá-lo.
Era uma época muito agitada no rancho e por diversas vezes o seu pai acabava ficando com ela,
sem se preocupar em retornar para a casa deles.
E ela para passar o tempo, passava cada vez mais as suas noites tocando o seu amado violino no
quarto.
Na sexta à noite notou como o Jacob havia chegado em casa exausto, após um longo dia de
trabalho.
Ela recordou do tempo em que trabalhava para ele, como as segundas-feiras e as sextas eram
sempre os piores dias na clinica.
As pessoas sempre tentavam agendar as suas consultas antes ou depois do fim de semana e por
isso nunca havia um horário disponível para eles.
Muita gente ainda por cima, preferia aguardar encaixe nas agendas do Jacob, do Dr. David
Saunders ou de outro médico com que ele estivesse atendendo no momento, em vez de passar longas
horas na sala de emergência do hospital.
- Maria manteve a sua ceia quente. - Tess disse assim que ele entrou. - Você quer que eu vá
buscá-la?
- Não, obrigado. - Ele parou e olhou para ela. – Mas por que você não pega um copo de uísque
para mim, acho que estou cansado demais para comer.
- Uísque? - Ela fez uma reverencia. – Saindo senhor.
Ele sorriu de volta enquanto ela saía da sala.
Após colocar a sua pasta sobre a mesa da sala, afrouxou a gravata, desabotoou os primeiros
botões da sua camisa e seguiu ate a sala de TV da família, para assistir ao final do noticiário.
Após se instalar no sofá, Tess apareceu com um copo de uísque e lhe entregou.
Ele deu um tapinha na almofada ao seu lado.
- Sente-se, acho que ainda consigo trocar algumas palavras com você antes de desmaiar.
Era muito bom ter alguém para lhe fazer companhia e por este motivo sentiu uma grande
necessidade de conversar com ela um pouco, antes de ir se deitar.
- Naturalmente. - Ela se sentou e observou quando ele tomou um gole do copo.
- Muito obrigado pela sua disponibilidade. - Ele suspirou e em seguida olhou mais uma vez para
ela. - Você quer beber comigo?
- Nunca bebi uísque. - Ela admitiu.
- Como?
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Ele levou o copo em sua direção.

- Tome um pouco então, apenas para experimentar.
Depois de ficar mais que surpresa com ele lhe oferecendo uma bebida e ainda por cima em seu
próprio copo, ela estendeu a mão na direção do copo, mas ele não o liberou. Sua mão acabou cobrindo
a dele enquanto ela se inclinava em sua direção e tomava um gole.
Durante todo o tempo, manteve seus olhos grudados nele, enquanto ele por sua parte, também a
encarava.
Ela se sentou sob suas pernas, enquanto saboreava a bebida em sua língua, gostando muito
daquele gosto forte.
E durante aquele período ela esqueceu que não estava sozinha, e ao se recordar disso acabou
engolindo de uma vez toda a bebida que estava em sua boca.
- Não seja tão gulosa.
Ele brincou lançando um olhar para sua mão sobre a dele.
- Ah... Desculpe-me.
Ela corou.
- Sem problemas. Eu gosto do jeito que você sente as coisas. - Ele disse enquanto acomodava o
copo em sua coxa e se recostava no sofá concentrando toda a sua atenção na televisão.
Como ele conseguia dizer aquelas coisas e depois agir como se não tivesse falado nada? Pois
sempre que ele falava daquela forma, praticamente fazia com que o seu coração explodisse dentro do
peito.
Ela olhou para as suas mãos ainda unidas e em seguida, de volta para ele. Foi quando a sua
respiração ficou presa na garganta.
Ela percebeu que ele não estava mais assistindo a TV.
Estava lhe encarando.
- O que foi? - Ela disse suavemente.
- Nada. - Ele respondeu rapidamente, mas após um momento acrescentou quase relutante. - É só
que... Ultimamente estou com problemas para pensar direito quando estou em torno de você.
Na verdade, todo o tempo. - Pensou consigo mesmo.
Ele não podia acreditar que havia dito a ela que gostava do seu jeito a momentos atrás.
Mas ela fazia com que perdesse a cabeça tão facilmente.
E só parou de falar quando percebeu o olhar de surpresa em seu rosto.
Ela continuava apenas olhando fixamente para ele.
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- Tess, você tem todas as vantagens a seu favor no momento. Na verdade, devo admitir que ter
você aqui, me cumprimentando todos os dias quando chego em casa, é algo que eu poderia facilmente
me acostumar. ‖
- Você? - Lá se foi o seu coração novamente.
- Sim. - Seus olhos a estudaram. – Quero que saiba que não estou nem um pouco ansioso para
lhe mandar para casa. É muito bom ter uma mulher em casa que não seja a Maria.
Ela sorriu ao relembrar o fato de que Maria além de estar na casa dos sessenta anos era bastante
rude, embora tratasse aos meninos como se fossem filhos dela.
- Eu não me importo de ficar até que a temporada de partos seja finalizada. Também gosto muito
daqui.
Seu coração estava tamborilando uma melodia de rock em seu peito agora.
Aquilo era algo que havia sonhado a vida toda.
No entanto, o momento se tornava agridoce, ao perceber que ele estava a tratando apenas como
uma amiga.
- Ótimo, gostei disso.
Ele terminou a sua bebida em um único gole.
- Irei falar com o seu pai. Pelo menos assim, poderemos compartilhar uma carona para o trabalho
no período da manhã por algum tempo... Isso é... Até que ele a leve para longe de mim, novamente.
Ele disse com um tom estranho.
- Se é apenas uma companhia feminina que você tanto precisa Jacob, tenho certeza que há
dezenas de mulheres que disputariam a tapas para ter a oportunidade de ficar aqui com você.
Ela brincou, descansando no sofá assim como ele.
E com isso ele riu.
- Como eu disse antes Tess, você faz maravilhas com o meu ego masculino.
Mas com aquele comentário, esperava apenas que ele lhe dissesse que não havia outra mulher
em sua vida... Que a Lindsay era apenas algo passageiro...
Decepcionada após não receber nada perto do que esperava, resolveu ficar quieta lambendo as
suas feridas, enquanto assistia ao noticiário com ele.
Mas muito rapidamente ele lhe disse ‘boa noite’ e foi para a cama, deixando-a sozinha.
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CAPÍTULO QUATRO
Na segunda de manhã, eles foram os primeiros a chegar à clínica. Jacob inclusive havia
contratado mais uma recepcionista e uma enfermeira, mesmo assim o dia foi uma loucura e ela mal
conseguiu parar para pensar.
Felizmente Rita e a nova funcionária foram capaz de ajudá-la, apesar de também estarem mais
que atarefadas.
Tess não conseguiria jamais agradecer àquelas mulheres o suficiente.
Durante o horário de almoço, uma voz familiar lhe chamou a atenção.
Era Lindsay.
- Olha só, vejo que você voltou a trabalhar aqui.
Tess olhou para a mulher atrás do balcão e antes que pudesse dizer qualquer coisa, ela
basicamente a esnobou.
- Tracy, seja uma boa menina e vá dizer ao Jacob que já cheguei para o nosso almoço. - Ela falou
de uma forma debochada, antes de virar a cabeça e olhar para os ocupantes da sala de espera, deixando
claro que achava uma pessoa totalmente desinteressante.
- Meu nome é Tess. - Ela falou tentando não arreganhar os dentes para aquela mulherzinha.
Lindsay olhou para o relógio agindo como se não a tivesse ouvido.
- Rápido menininha, sei que ele só tem uma hora de almoço.
- Menininha... Adorei. - Ela disse com um largo sorriso falso, sabendo que aquilo iria fazer com
que aquela mulher maldita se sentisse velha.
Funcionou, porque ela lhe lançou um olhar de raiva e bateu no relógio impaciente.
Tess queria gritar, mas em vez disso virou e seguiu para o escritório do Jacob.
Ela estava trabalhando para ele e embora quisesse saltar e esbofetear aquela maldita,
permaneceria agindo profissionalmente, mesmo que isso significasse ranger seus dentes.
-Tess? - Jacob falou ao desviar seus olhos de cima de um prontuário médico, assim que ela abriu
a porta.
- A Lindsay já chegou. - Ela disse com uma voz que não escondia a sua decepção.
- Já? - Ele respondeu sem ao menos notar a sua expressão, enquanto saia da cadeira.
- Já é meio-dia. - Ela acrescentou.
- Ah... Inferno. - Ele disse enquanto substituía seu jaleco por um casaco. – Logo agora que está
tão tumultuado.
- Se você está dizendo. - Ela resmungou quando ele passou por ela.
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Ela saiu para a sala de espera a tempo de ver um sorriso agradável cruzar o lindo rosto daquela
cretina quando Jacob abraçou-a, antes de saírem juntos.
- Não deixe que ela te incomode, mel. - Rita falou atrás dela.
- Ela não me incomoda em nada.
- Claro que não. - Rita falou num tom de total descrença. - Saiba que nesses cinco anos em que
trabalho aqui, já vi várias mulheres desse tipo ir e vir, mas tenho a certeza que ele sossegará mais cedo
ou mais tarde.
Ela olhou nos olhos de Tess. - No entanto... Nunca o vi com alguém igual a você.
- Como? - Ela falou intrigada.
Rita sorriu para ela.
- Honesta... Doce... E realmente bonita... Tanto por dentro como por fora... Porém, um pouco
desligada quando o assunto são homens. Mas ainda tenho a esperança de que ele descubra tudo isso,
mais cedo ou mais tarde.
- Descobrir o quê?
- Ora, que você é apaixonado por ele.
Tess gemeu. Primeiro o pai, depois Colt e agora a Rita. Será que ela era tão óbvia assim?
- Quando você descobriu?
- Desde o primeiro momento em que te conheci, porem só tive certeza quando você trabalhou
aqui, durante aquele verão.
O que Rita não lhe disse é que quando ela não estava olhando para o Jacob era ele que a olhava.
No início, ela pensou que ele tinha apenas um forte instinto protetor por ser a filha do seu
funcionário ou, talvez, um zelo de irmão mais velho.
Porém, de um tempo para cá, não havia mais nenhuma dúvida com relação à fome que via
naqueles olhos sempre que se deparava com ela.
Sem falar, na carranca em seu rosto sempre que um jovem flertava com ela.
Isso realmente não era algo que poderia ser falsificado. Porém, enquanto refletia sobre tudo
aquilo, Tom entrou na clínica como se fosse algo combinado.
- Ei Tess. Amei esse seu uniforme. - Ele disse enquanto corria seus olhos sobre ela, sem tentar
esconder todo o seu interesse.
Ela lhe deu um sorriso genuíno.
- Oi para você, também. Mas você não deveria estar no rancho trabalhando?
- Eu vim comprar alguns suprimentos de esgrima e pensei em aparecer aqui para ver o que você
está aprontando. E como está a sua lesão?
Ele empurrou seu chapéu Stetson para cima enquanto se inclinava sobre o balcão.
Ela riu.
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- Na realidade trata-se de uma cirurgia e não uma lesão. E acho que vou sobreviver.
Ele lhe lançou um sorriso malandro.
- Eu ouvi dizer que você entrou em colapso, logo após ter falado comigo. Devo confessar que
por um momento fiquei muito animado, achando que seu colapso era por minha causa.
Ela riu com mais dificuldade desta vez.
- Não fique se achando desse jeito, afinal, não sou louca de me apaixonar por um doido que nem
você. – Ela acrescentou com um tom de provocação.
Ela o conhecia há mais de um ano e ele sempre a chamava para sair. E apesar de ser muito bom
para ela, jamais havia pensado nele nesse sentido, embora ele fosse muito bonito de se olhar.
- Bem... - Ele suspirou dramaticamente olhando para ela. - Veja como o meu coração está partido
após essa sua declaração insensível... Desse jeito a única forma para se retratar comigo será aceitando
o meu convite para assistir a um filme ou jantar... Ou quem sabe ambos?
Tess estudou-o por um momento.
Não havia dúvida de que Tom era um homem lindíssimo, assim como Jacob com certeza não
tinha problemas para conseguir um encontro.
Junto com isso, ainda tinha todo aquele falatório sobre a sua reputação com as mulheres.
Em uma cidade tão pequena, às vezes um rumor se espalhava mais rápido do que um incêndio,
mesmo que fosse apenas uma verdade parcial.
- Eu não sei.
- Prometo me comportar. - Ele acrescentou rapidamente com outro sorriso. – Embora... Me
comportar mal em torno de você seria muito mais fácil.
-Claro. - Disse sorrindo. - Como se você precisasse de uma desculpa para agir desta forma.
Então, ela realmente começou a pensar sobre o seu convite.
Ainda sentia muita raiva com a forma que a Lindsay a tratou e do fato de Jacob gostar de
mulheres iguais a ela.
Se aquele era realmente o tipo de ‘mulher’ que ele gostava, certamente jamais teria uma chance
com ele.
Não importava o que os outros achavam dela ao lhe considerar boa, bonita e outras coisas, não
tinha a menor chance de acreditar em tudo aquilo.
E não só isso, Jacob nunca havia lhe dado qualquer indicação de que estava interessado nela.
Até aquele momento, só se referia a ela como um amigo. Então, por que ela não deveria namorar
com outro homem?
Não era como se pudesse se tornar cada vez mais jovem, enquanto esperava que o Jacob a
notasse.
Ela encolheu os ombros
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- Tudo bem. Aceito sair com você.

- Até que enfim!
Ele se debruçou sobre o balcão e lhe deu um beijo antes que ela pudesse protestar.
Em seguida, virou para os pacientes na sala de espera e começou a gritar.
- Ela disse que sim!
Então, foi embora enquanto um ataque de riso surgia por toda a sala de espera.
- Oh... Meu... Deus.
Ela corou de vergonha. Em seguida, começou a ouvir a Rita rindo com a cabeça jogada para trás.
Ela virou para Rita irritada. - Muito obrigada pela ajuda.
- A qualquer hora, mel. - Ela disse com uma piscadela
- Vou arrumar as salas de exame enquanto você fica aí sentadinha, rindo da minha cara. - Ela
falou por cima do ombro enquanto seguia pelo corredor.
Logo em seguida, Jacob apareceu e perguntou a Rita o que havia acontecido de tão engraçado.
- É que o Tom esteve aqui e deu um show para que a Tess aceitasse sair com ele.
Ela riu de novo e virou para falar com um paciente, desta forma não notou quando uma carranca
apareceu em seu rosto.
- E ela disse que sim? - Ele perguntou com a raiva transbordando em cada palavra.
- Porque ela não aceitaria? Ele é tão encantador. Eu provavelmente não conseguiria resistir nem
um segundo caso ele me tratasse daquele jeito e olha que estou com quase cinquenta anos.
Ela falava ao mesmo tempo em que mexia nos arquivos.
- Você o acha charmoso?
- Muito. - Ela acrescentou sorrindo para si mesma.
Jacob franziu a testa ao seguir pelo corredor até seu escritório.
Ele realmente não gostava nem um pouco da ideia de Tess namorar o Tom.
Era óbvio que o jovem sempre ficava olhando para ela ao longo do ano passado, sem falar nas
provocações alegrinhas entre eles, aquilo sempre o havia incomodado.
A sua carranca se aprofundou cada vez mais, à medida que a tarde avançava.
63
Durante toda a tarde ele se tornou bastante conciso com a Tess e isso a levou a falar com a Rita
mais uma vez sobre ele.
- Eu acho que o seu almoço não foi tão bom como esperava... Olha só o jeito como ele está mal
humorado! - Ela disse ao pegar um novo arquivo.
- Provavelmente. - Rita lhe respondeu ao lançar um olhar estranho em sua direção.
- Talvez uma xícara de café bem forte seja a solução. - Ela assentiu com a cabeça em direção ao
bule de café recém-preparado.
- Para ele pegar no meu pé de novo? Não, obrigada. Deixe-o sofrer. Além disso, ele merece todo
esse sofrimento por namorar aquela mulher. Apesar de que sei de uma coisa capaz de ajudá-lo neste
momento, jogar todo esse café quente em seu colo. - Tess falou tudo àquilo rapidamente antes de
chamar o próximo paciente.
Rita balançou a cabeça para a garota mais jovem.
Ela podia até ser muito inteligente, mas sem dúvida era incrivelmente ingênua.
Uma hora mais tarde, quando o último paciente saiu, Rita rapidamente foi embora.
Tess trancou a porta atrás dela e arrumou a sala de espera, enquanto esperava Jacob terminar a
parte burocrática do seu trabalho, porém ele só saiu uma hora e meia mais tarde.
- Tess... Por que você ainda está aqui?
Ela terminou de arrumar uma pilha de revistas antes de se levantar.
- Como você acha que eu iria embora sozinha até o rancho? - Ela perguntou totalmente
incrédula.
- Ah inferno.... Esqueci completamente.
Ele jogou a sua jaqueta por cima do ombro.
- Vamos.
64
- Como se eu tivesse outra opção. - Ela resmungou baixinho ao pegar a sua bolsa e segui-lo porta
fora.
Ele não falou uma palavra sequer durante a longa viagem até o rancho, o que acabou sendo uma
dádiva, já que não havia melhorado em nada o seu estado de espírito.
Porém, ele havia fumado vários cigarros e apesar de estar com uma enorme vontade de lembrá-lo
que como médico deveria saber melhor do que ninguém as coisas que aquilo podia fazer com os seus
pulmões, optou por ficar calada, pois corria um grande risco de ele acabar gritando com ela.
E quando ele finalmente falou, não era o que esperava.
- A Rita me disse que o Tom lhe convidou para sair. – Falou enquanto lançava em sua direção
um olhar indecifrável.
- Sim.
- E você aceitou?
- Sim. Depois do que você disse outro dia fiquei pensando-
- Sobre?
- Bem... Estou com vinte e um e talvez já tenha passado da hora de começar a sair.
- Não com alguém igual ao Tom.
Ela ficou boquiaberta.
Ele foi realmente conciso naquela sua declaração, porém, não tinha o direito de dizer a ela como
se comportar.
Mas ele não recuou, apenas estudou a sua expressão e continuou:
- Ele, além de ser muito jovem, gosta demais de brincar com as garotas.
- E? - Ela disse toda eriçada.
- Tess, você não tem esse tipo de experiência. - Ele explicou.
- Você não sabe de nada. - Ela disse, surpresa com a sua suposição.
Ele parou em frente da casa, desligou o motor e virou para ela.
- O inferno que não. Saiba que já estive em torno de mulheres suficientes para saber reconhecer
uma aspirante.
Ele tinha um ponto.
- Tom não tem a mínima ideia do que você está acostumada, sem-.
- Ele prometeu que irá se comportar. Então, não se preocupe comigo... Não sou mais aquela
menina bobinha de antes.
- Isso eu concordo. - Ele disse olhando para a sua boca.
- Mas se ele perturbar você... Vou lhe dar uma surra.
- Ele não vai.
65
Ela tinha realmente certeza disso, pois não gostava o suficiente dele para que pudesse machucá-
la.
Diferentemente do que acontecia com Jacob.
E mesmo com a certeza de que ele não sentisse o mesmo por ela, só aquela preocupação que
estava demonstrando, a fazia se sentir bem. Mesmo sendo apenas algo fraternal.
- Se você está preocupado, não fique... Eu não gosto dele do jeito que você está imaginando...
Então... Acho que nada de importante vai acontecer.
Isso pareceu relaxa-lo.
- O que você quer dizer com ‘não gosto dele do jeito que estou pensando’?
- Jacob, falar sobre esse tipo de coisa com o meu médico/amigo, não é algo confortável para
mim. Mas saiba que ele é apenas um amigo. Nada mais.
- Não? - Ele disse levantando as sobrancelhas.
- Definitivamente, não. - Ela admitiu timidamente.
- Bem... Como seu amigo/médico, posso lhe perguntar algo estritamente pessoal? - Ele
perguntou baixinho.
- Sim. - Ela disse depois de uma breve hesitação.
- Qual é o seu tipo de homem?
Oh Deus... Será que ele tinha realmente que lhe perguntar aquilo?
- Por quê?
- Curiosidade.
- Tudo bem... - Ela virou para o outro lado escondendo a sua expressão. - Ele precisa ser
inteligente.
-... E?
- Divertido...
Ela lhe lançou um olhar malandro.
- Que goste de cavalos... Da vida ao ar livre... E de violino...
Ele acabou balançando a cabeça lentamente.
-... Música clássica.
- Como Debussy... Chopin... Bach... Sem falar no meu compositor favorito, o Piotr Ilitch
Tchaikovsky.
- Ele não é o artista que compôs aquela música que te vi tocando no outro dia?
- Você o conhece? - Ela falou suavemente enquanto o olhava com espanto.
- Mas é claro.
Ele sorriu lentamente.
66
- Foi tão bonito Tess. Honestamente, eu não sabia que você conseguia tocar tão bem. Não sei
porque durante todos esses anos eu nunca a ouvi tocar.
Ela simplesmente não conseguia acreditar no que ele estava falando.
- Você conhece aquela canção?
- Eu posso parecer um indivíduo brigão e sem modos, mas garanto que tenho bom gosto com
relação a várias coisas. Porém, gosto de manter tudo isso bem escondido.
O que ele não lhe disse foi que havia convencido ao seu pai a enviar uma gravação de seu
trabalho para uma faculdade de música de prestígio em Nova York. E que ele havia feito aquilo por
duas razões.
A primeira era para que ela pudesse conhecer a vida na cidade grande e poder se beneficiar da
experiência.
E claro, que a segunda razão era para mantê-la longe dele até que pudesse aprender a domar os
seus desejos.
Até aquele momento eles mantinham aquilo apenas para si, pois tinha certeza de que ela não
ficaria nada feliz quando descobrisse, porém, mais cedo ou mais tarde, isso ia acontecer e ela
imediatamente associaria que era ele o principal responsável.
- Mas te conheço há tanto tempo!
E para a sua vergonha nem sabia que ele conhecia ou gostava de música clássica, mesmo que ele
tivesse acrescentado que apenas ele tinha esse conhecimento.
Ela estava completamente espantada.
- Desde a primeira vez que ouvi a sua mãe tocar o seu violoncelo. Assim, acredito que é tudo
culpa dela. Saiba que apesar de ter nascido numa família endinheirada e criado por um texano que se
certificou de que os seus meninos seriam capazes de herdar cada centavo ganho por ele... Consegui
aprender a enxergar a verdadeira beleza quando a vejo.
Ele parou olhando para ela por um momento.
- Sempre que possível passei a ouvi-la e isso desde quando o seu pai passou a trabalhar aqui.
Lembro de gostar tanto do que ela tocava que comecei a ouvir tudo o que conseguia e assim, acabei me
tornando um apaixonado dos grandes nomes.
Por um momento ele permaneceu em silencio apenas estudando a sua expressão atônita.
- Quando você tocou no outro dia... Era exatamente igual a sua mãe.
- Estava pensando nela... - Ela respirou fundo. -... Enquanto tocava.
- Parecia algo vindo do fundo do seu coração. Acabei me sentindo um pouco culpado por ter que
incomoda-la naquele instante... Senti como se fosse um momento... Muito intimo. - Ele acabou
admitindo.
- Não me incomodou em nada, Jacob. Estou feliz que tenha me ouvido tocar.
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Ele arqueou as sobrancelhas.

- Sério?
Ela assentiu com a cabeça.
Apesar de ele estar certo quando sinalizou que aquele era um momento íntimo, também era algo
que queria a muito tempo compartilhar com ele.
Ela sempre tocava apenas para seus pais.
Nunca em toda a sua vida havia se sentido confiante para tocar em frente a uma pessoa.
E nunca sequer imaginou que algum dia em sua vida chegaria a tocar ao menos parecido com a
sua mãe.
- Deixe-me então perguntar algo um pouco mais pessoal.
- Não acho-
- De todas aquelas coisas que você mencionou que gosta em um homem... - Ele falou lhe
interrompendo abruptamente. - De tudo aquilo que você mencionou, o que acha que se encaixa com
Tom Richardson?
- Nada.
- Será que é apenas por causa do que eu te disse outra noite, que você acabou concordando em
sair com ele?
- Bem, confesso que isso ajudou um pouco.
Sem falar no fato de que Lindsay Scott com aquele seu belo rosto e corpo escultural, era capaz
de ficar com ele a qualquer momento. Isso a fez desejar ser um pouco mais experiente, para que
soubesse como se aproximar corretamente dele, afinal, havia passado toda a sua vida correndo atrás
dele feito um cachorrinho e tudo que ganhou com isso foi apenas desgosto ao perceber o tipo de
mulher que ele gostava.
- Como?
- Acho que isso é o suficiente por esta noite. - Disse ela. – Neste momento, estou mais que
cansada. – Falou ao mesmo tempo em que abria a porta do veículo.
- Eu também. - Ele admitiu e seguiu o seu exemplo saindo do caminhão.
Eles entraram na casa juntos e antes dela seguir até o seu quarto, ele estendeu a mão e agarrou o
seu braço.
- Você gosta de motos?
- Eu gosto muito da sua moto. - Ela admitiu com um sorriso.
Apenas quando uma mulher achava que um homem como ele não conseguiria se tornar ainda
mais sexy, era só colocá-lo em uma moto grande.
Você podia até sentir o seu sex appeal lhe acariciando.
- Bem, que tal então você e eu sairmos para um passeio, no sábado?
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- Eu realmente iria amar isso. - Ela falou sem conseguir esconder a sua excitação.
Então, para sua completa surpresa ele acrescentou.
- Bom, então temos um encontro marcado para o sábado. Boa noite, Tess.
Ela lhe disse boa noite incapaz de manter a expressão de espanto fora do seu rosto, mesmo
quando ele se virou e caminhou pelo corredor para ver o final do noticiário, sem dúvida.
Sextos à noite, Tom a pegou no rancho e eles foram ver um filme. Logo após, ele a levou para
um passeio na cidade e depois pararam em um bar.
Até aquele momento, ele havia permanecido fiel à sua palavra sobre se comportar, até que
começou a beber e seus amigos começar a chegar cada vez mais.
Rapidamente a mesa se encontrava completamente lotada e pelo menos meia dúzia de mulheres
começaram a disputar a sua atenção, como se ela não existisse.
Uma mão quente cobriu a dela sob a mesa, o que a fez virar em sua direção.
- Desculpe-me querida, não quero de forma alguma ignorar você. - Ele disse.
- Tudo bem. Não me importo com as suas amigas.
E isso era a mais pura verdade. Realmente não ligava nem um pouco para elas.
Além disso, também não percebia que estava em seu quarto ou quinto copo de cerveja e que toda
vez que terminava um, Tom prontamente o substituía por outro.
- Elas podem ser tornar um pouco mais pegajosas, depois de algum tempo. - Ele assistia de perto
a sua expressão enquanto falava. - Você gostaria de sair daqui?
Será que queria sair dali?
Realmente não tinha a menor ideia.
Não que Tom não estivesse se comportando como havia prometido, porém estava um pouco
apreensiva, já que ele havia tomado algumas cervejas, isso poderia deixá-lo mais corajoso e fazer com
que se esquecesse da sua promessa. Mas antes que ela pudesse responder, ele levantou puxando-a
junto com ele.
- Tom-
- Olha...
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Ele falou ao mesmo tempo em que lhe puxava para perto, para que ele pudesse falar com ela e
ninguém mais pudesse ouvi-lo.
- Eu só quero ficar sozinho com você, mel. Prometo que vou manter as minhas mãos para mim,
não precisa se preocupar.
- Não estou preocupada.
E era realmente verdade, afinal, Tom nunca havia feito nada para que pudesse se preocupar nesse
aspecto e se por acaso resolvesse tentar algo, tinha absoluta certeza de que conseguiria lidar com ele.
- Bom.
Ele lhe lançou um sorriso jovial ao pegar a sua mão e começar a andar em direção à porta.
Colt apareceu na frente deles vindo do nada.
- Já chega por hoje, Tom.
Tess ficou totalmente assustada com o olhar ameaçador presente em seu rosto e também com o
fato de não ter a mínima ideia de que ele estava lá.
- Olá, chefe. – Tom falou olhando para o homem mais alto.
- Você não vai a lugar nenhum com a Tess. - Ele disse com firmeza.
- Vamos apenas dar um passeio, Colt.
- Acredito.
Ele ficou olhando de um para o outro por um momento. - Acho que é hora de você ir para a casa,
Tess.
- Colt- - Tom começou a protestar, mas foi interrompido.
- Tess, me espere no caminhão enquanto tenho uma conversa camarada com o Tom. - Ele disse,
sem tirar os olhos do outro homem.
- Colt... Por que isso? Estou perfeitamente bem com ele. - Ela disse com uma expressão confusa.
Colt finalmente direcionou aquele seu olhar escuro sobre ela.
- Independente disso, querida. Só vou me sentir melhor quando você chegar em casa, afinal, já
passa da meia-noite.
- Meu Deus... Colt- - Ela começou a protestar, até que a sua expressão a paralisou.
- Olha, Tess... Caramba... Se você não for agora para o caminhão, serei obrigado a bater no Tom
na sua frente.
- Como?
Ela explodiu. - Você não pode-
- Apenas vá Tess.
Tom finalmente disse.
- Acho que sei como isso vai acabar.
- Não vou sair daqui sem ele. - Falou.
70
Colt, assim como os seus irmãos, era bem maior que o Tom e mesmo sabendo que ele era durão,
nada se comparava com os Hartley’s.
E não era só isso.
Colt ainda por cima tinha a reputação de não só ser cabeça quente, mas também um lutador nato.
Embora nunca o tenha visto lutar pessoalmente, já havia ouvido por diversas vezes as
consequências das suas lutas através dos seus irmãos ou até mesmo, do estado físico de seus muitos
adversários.
- Se você for agora mesmo para o caminhão, prometo que não vou colocar as minhas mãos sobre
ele. – Ele respondeu.
- Isso é uma chantagem!
- Não... Apenas honestidade. - Ele respondeu.
- Tess- - Tom a interrompeu. - Estou com uma dúzia de amigos aqui dentro, então não se
preocupe. - Ele disse, enquanto soltava a mão dela.
Ele realmente gostava de Tess. Ela era bonita e doce, mas acima de tudo gostava do seu trabalho
e sabia da reputação de Colt.
Ele realmente não hesitaria em bater na sua cara como havia dito há pouco.
Ele sempre soube que os Hartley’s tinham um fraquinho por Tess, por causa de Chuck, mas
inferno, todos os homens do rancho tinham o mesmo sentimento e o Tom realmente gostava dela.
Ela era diferente das outras mulheres com quem estivera e ficou chocado ao descobrir que era
solteira quando começou a trabalhar lá.
Ele havia brincado e flertado descaradamente com ela e assim que finalmente tomou coragem e a
convidou para sair, ela recusou. Mesmo assim não desistiu.
Ele sabia que ela não estava atraída por ele do jeito que ele estava por ela, mas pensava que se
talvez ela aceitasse um encontro com ele, teria a chance de convencê-la dos seus verdadeiros
sentimentos.
Agora, no entanto, olhando para a expressão endurecida de Colt Hartley, descobriu por que ela
ainda era solteira. Ninguém se atreveria a cruzar os irmãos para chegar até dela.
- Isso foi bem direto. - Disse Colt sarcasticamente. – Porque não encontra uma mulher para te
fazer se sentir ainda mais superior.
- Você já está levando a única mulher capaz de fazer isso, Colt. - Ele falou enquanto voltava para
o bar. - Vejo você amanhã, Tess. - Acrescentou solenemente, ao lhe lançar um último olhar antes de
voltar para os seus amigos.
- Você tem noção do que fez?
Ela fervia por dentro ao mesmo tempo em que se sentia completamente humilhada.
71
Colt agarrou ao seu braço e praticamente a arrastou pelo estacionamento até chegar ao caminhão,
nem um pouco incomodado com a sua explosão.
- Não, nem um pouco. Quanto você bebeu?
- Apenas um pouco. - Respondeu fazendo uma breve pausa, pois realmente não tinha a mínima
noção. - Estou bem.
- Não... Você não está. - Ele disse asperamente enquanto abria a porta do passageiro e ela subia
zangada demais para responder. - Você não percebe, mas mal consegue andar em linha reta. Tom
muito provavelmente iria levar você para um lugar onde pudesse se aproveitar disso.
- Ele prometeu que iria se comportar. - Ela disse exasperada.
Colt fez um som frustrado e fechou a porta, logo após, caminhou ao redor do caminhão e após se
sentar no lado do motorista, virou para ela.
- Ele teria feito alguma coisinha, inocente. Confie em mim.
- Eu não sou uma retardada.
- Eu nunca pensei que você fosse.
Ele ligou o caminhão e saíram do estacionamento em direção ao rancho.
- Sei por experiência própria o que é preciso fazer para convencer a uma mulher que ela é
desejável. E o Tom também sabe disso, afinal já o vi trabalhar várias vezes o seu charme.
- Eu já havia dito ao Jacob e repito agora para você que não estou atraída por ele desta forma.
- Sim. Ele me disse.
- Oh meu Deus... Se eu tivesse uma sentença de morte agendada para amanhã, ainda assim, não
seria rápido o bastante.
Ele cobriu seu rosto com as mãos.
- Jacob aceitou esse argumento melhor do que você quando lhe disse que iria sair com o Tom,
hoje à noite. Como eu já disse antes, vocês precisam desesperadamente de um filhote de cachorro.
- Quem diabos você acha que me mandou aqui? - Colt lhe lançou um olhar engraçado.
Isso a fez levantar a cabeça e olhar para ele.
- Ele jamais faria isso!
- Pois ele fez. E só aceitei, porque sabia que se ele se deparasse com aquela cena iria acabar com
o Tom sem dó e nem piedade.
- Como?
- Então, como sou um bom moço, acabei poupado o Tom de uma noite no pronto-socorro e sem
falar na terrível tarefa de encontrar outro administrador para a fazenda. Por que isso seria o que
resultaria nesse confronto.
- Jacob sabia que eu iria ficar bem... Eu mesmo lhe garanti isso.
Ele olhou em sua direção.
72
- Isso só prova o meu ponto de vista de como você é ingênua.

- O que isso quer dizer?
- Pergunte-me amanhã, quando estiver mais sóbria.
- Não estou-
Justamente neste momento ela sentiu o seu estômago revirar.
- Você poderia parar o carro, por favor.
Ao ouvir o desamparo em sua voz ele rapidamente desviou o caminhão da estrada e mal havia
parado o carro quando percebeu-a abrindo a porta.
Assim que Tess colocou tudo o que havia em seu estomago para fora, levantou a cabeça e a
balançou ligeiramente, para que o Colt parasse de lhe lançar aquele olhar compreensivo.
- Tudo bem... Talvez não tenha percebido o quanto estava bêbada... Mas devo admitir que até
agora, eu me sentia muito bem. - Ela disse timidamente enquanto mantinha a mão pressionada contra a
sua testa.
Após falar, teve que engolir seco e respirar fundo, pois tudo ao seu redor começou a oscilar um
pouco.
- Isso geralmente é o que as pessoas que estão completamente bêbadas pensam, antes de tudo se
tornar perfeitamente lógico para elas. Agora vamos.
Ela assentiu com a cabeça e subiu de volta no caminhão.
- Ok. Vamos.
Logo que chegaram ao rancho, ele saiu rapidamente do caminhão e começou a ajudá-la a chegar
até a casa.
- Eu consigo caminhar sozinha. - Ela falou, ao mesmo tempo em que agarrava o corrimão e
lentamente subia as escadas até desaparecer pelo corredor.
- Foi muito ruim? - Jacob falou, enquanto surgia da sala de TV, após Tess desaparecer pelas
escadas.
- Como você havia dito. - Ele virou para o seu irmão. - Vou ter uma conversinha com o Tom
amanhã e dizer-lhe para ficar bem longe dela.
73
- Sim. Será melhor para todos que seja você a ter essa conversa com ele. Eu poderia me sentir
tentado a atirar na sua cara. - Ele disse, estreitando o seu olhar.
- Compreendo. - Ele olhou para o seu irmão atentamente. - Embora, você deve saber que Tom
estava falando sério sobre ela. Ele não estava se comportando igual faz com as suas outras mulheres.
Ele realmente gosta dela.
- Mas isso é obvio, afinal o que há para não gostar... Ela é perfeita. - Jacob respondeu sem
hesitar. - Com toda aquela sua beleza natural.
- Bem, apenas pensei que você precisava saber disso e que concorde que seja eu a pessoa certa a
falar com ele.
- Isso ou dar um tiro nele. - Disse Jacob com um olhar compreensivo. – Agora, preciso dormir.
Ele disse boa noite ao seu irmão e tomou uma chuveirada antes de ir verificar a Tess, que estava
dormindo enrolada debaixo do seu cobertor.
A merda ia bater no ventilador amanhã, quando ela acordasse e desse conta do que havia
acontecido. Mas o que ele e Colt fizeram era o melhor para ela. Agora, só restava esperar que ela
reconhecesse isso.
Ele se aproximou da cama e ajustou o seu coberto sobre ela com ternura.
Era óbvio que estava mentindo para si mesmo.
Ele não queria que outro homem a tocasse, porque imaginava como ele se sentiria ao tê-la ao seu
redor sem reservas.
Ele a queria muito, mas era muito covarde para admitir isso.
Tudo sobre ela era mais que incrível e tanto quanto ele poderia dizer, ela simplesmente não tinha
defeitos.
Havia muito em jogo para ele.
Ele nunca tinha sentido aquilo e ainda por cima ela era a filha do seu empregado. E não só isso,
ele era homem e ela estava morando temporariamente em sua casa.
Ele realmente não se importava muito com a sua reputação, mas certamente se preocupava com a
dela.
É por isso que havia enviado Colt.
Não ficaria bem para ela se seu médico aparecesse no bar para bater em seu empregado,
simplesmente porque ele estava namorando a mulher que ele queria para si mesmo.
Felizmente, Colt nem sequer havia hesitado quando ele lhe pediu. Apenas havia acenado com a
cabeça e saído de casa para encontrá-la.
Mesmo assim, não foi tão rápido de acordo com o estado que em que a encontrou.
74
CAPÍTULO CINCO
Na manhã seguinte ela deu de cara com Jacob na mesa do café da manhã, lhe empurrando dois
comprimidos.
- Para que isso?
- Para a sua dor de cabeça.
- Ah... Obrigada. - Ela disse timidamente e os tomou. - Como você sabia?
- Colt me falou que você havia bebido um pouco, ontem à noite.
- Acho que sim.
Ela olhou para ele por um momento. - Mas isso não significa que você não possa mais confiar
em mim, Jacob. Garanto a você que não irei nunca mais fazer coisas estúpidas.
Ele se recostou na cadeira e cruzou os braços sob o peito.
- Nunca esperei nada ao contrário de você, Tess. Apenas, não confio em homens em torno você.
Ele esperava que ela estivesse muito irritada, porem tudo o que irradiava dela era um sentimento
de vergonha por ter bebido demais.
Ela, por outro lado, fazia o seu melhor para ignorar o quão sexy ele estava com aquela camiseta
que sublinhava com perfeição o tamanho de seu bíceps e os músculos do seu peito.
- Por quê?
- Você realmente não sabe? - Ele levantou uma sobrancelha escura.
- Não consigo pensar em nada com esse trem de carga pressionando a minha cabeça. - Falou
enquanto colocava os dedos sob a sua têmpora.
- Bem, é melhor que esse trem de carga suma até esta tarde, afinal, temos um encontro.
Com isso, ele se levantou e foi em direção à porta.
- Me espere em frente da casa, as duas em ponto!
Ele ainda complementou, antes de sair da sala.
Quando ela o encontrou no horário marcado, já estava se sentindo bem melhor. Especialmente
após vê-lo de pé, ao lado daquela sua grande máquina cromada.
75
Ele estava usando calças de couro e uma jaqueta combinando e ela jurou que começou a salivar
diante daquela imagem.
- Tome. - Ele disse dando-lhe um capacete. - Espero que sirva.
- Ok.
Ela o colocou sobre a cabeça, mas teve problemas quando ele prendeu em seu queixo.
- Calma. - Ele disse enquanto lhe ajudava passando seus dedos debaixo do queixo para ajustar a
cinta. - Não é algo fácil de usar, na primeira vez.
Ela apenas olhou para ele, incapaz de encontrar as palavras.
Essa era a segunda vez em que ele lhe tocava a pele e como na primeira, sentiu um
formigamento quente.
Tom havia encontrado várias maneiras de lhe tocar na última noite, mas ela não conseguia se
lembrar do seu toque ter lhe afetado da mesma maneira.
Colt provavelmente estava certo.
Agora que estava com a cabeça mais clara, percebia que após ter bebido muito, a mão de Tom
havia tocado o seu joelho nu sempre que possível, mesmo após a sua promessa de que não faria nada
disso.
- O que foi?
Ele lhe questionou após permanecer um tempo totalmente parada naquele seu momento de
reflexão.
Ela conseguiu lhe lançar um sorriso misterioso.
- Estava apenas pensando.
- Sobre?
- Bem... É que o Colt me falou algumas coisas ontem à noite quando estávamos voltando para
casa... Talvez ele estivesse certo... Porém, são coisas das quais nunca havia percebido.
Jacob fez um barulho e se afastou dela.
- Estou me sentindo meio estúpida.
Ele parou e se voltou para ela.
- Não é culpa sua Tess, o fato de não ter conhecimento sobre essas coisas.
E também não era culpa do Tom a forma como havia se comportado em torno de Tess, pois
aquilo deveria ter sido algo muito difícil para ele.
Ele próprio estava tendo problemas, porra.
Realmente não conseguia imaginar como o Tom havia lidado com isso, já que era muito mais
jovem do que ele.
Ela desejou que pudesse ver o seu rosto através daquele capacete, só assim, poderia descobrir se
aquele seu tom irritado era destinado a ela, apesar de suas palavras consoladoras.
76
- Você fez bem em me avisar.

- Independentemente de tudo, ainda acho o Tom um cara muito legal. Acredito que ele
acreditava que eu era mais acostumada a carinho do que realmente sou.
- Talvez. – Ele falou querendo encerrar de vez aquele assunto.
Ele passou a perna por cima da moto e quando a ligou, ela rugiu para a vida. Aquilo fez com que
Tess sentisse um arrepio lhe percorrendo completamente, junto com o som daquela máquina poderosa.
Ela obedeceu ao seu comando para subir, mas por um momento se sentiu confusa sobre o que
fazer com as mãos.
Ele virou e olhou para ela por cima do ombro.
- Coloque seus braços em volta de mim, Tess.
Quando ela não o fez, ele virou um pouco mais para trás e agarrou a sua mão, puxou-a em torno
de sua cintura.
Sua outra mão seguiu o exemplo como se tivesse vontade própria.
Ela acabou se inclinando contra as suas costas assim que ele se endireitou, mudou a marcha e
com um simples movimento de perna começou a arrancar com a moto.
Eles andaram por mais de duas horas e ela teve que admitir que amou cada minuto daquele
passeio.
E não apenas pela liberdade que a moto proporcionava, mas devido ao fato de ter que manter as
suas mãos em torno de Jacob, o tempo todo.
Eles cruzaram uma estrada que parecia não ter sido usada, já que a sua vegetação era muito
espessa e acabava em uma bifurcação que dava acesso a várias direções.
Após seguir uma daquelas direções, ele parou a moto em um penhasco que tinha vista para um
grande lago.
Inclinando a moto, abaixou o tripé e desligou o motor.
Tess se atrapalhou mais uma vez ao tentar retirar sozinha o capacete.
- Esse lugar é deslumbrante. - Ela exclamou ao vislumbrar a paisagem.
- Concordo.
Ele sorriu enquanto retirava o próprio capacete.
- Há quanto tempo você conhece esse lugar?
Ela desceu da moto e foi até a beirada do precipício. Descobriu que não se tratava realmente de
um penhasco e sim de uma encosta íngreme que seguia até o lago.
- Meus irmãos e eu costumávamos vir até aqui para nadar, quando éramos crianças. - Ele disse
observando a sua expressão. - Você realmente gostou daqui, não é mesmo?
- Muito. - Ela lhe lançou um olhar deslumbrado.
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Aquilo ali era muito inspirador, para dizer o mínimo. Ela até mesmo conseguia imaginar a si
própria tocando o seu amado violino naquela colina com vista para o lago.
- Eu comprei essas terras.
- Sério? - Ela disse com espanto. – E quais são os seus planos para este lugar?
- Até recentemente não tinha nada em mente.
Ele lançou um olhar estranho, antes de descer da moto e caminhar até o seu lado, para
compartilhar aquela visão deslumbrante.
- Agora... Estou pensando em construir uma casa.
- Isso é incrível, Jacob. - Ela falou cheia de reverência enquanto assistia a uma família de pato
brincar naquela água calma.
Porém, logo em seguida, ele falou algo que a surpreendeu.
- Você precisa se dedicar bastante à escola de música quando for para a cidade, Tess.
Tudo que ela conseguiu fazer foi virar a cabeça lentamente e olhá-lo fixamente.
- De onde você tirou isso?
- Você é melhor do que pensa e não deve ficar aqui. Além disso, você precisa ver mais do mundo
do que apenas Sulphur Springs.
- Mais eu sou feliz aqui.
- Eu sei disso. Porém, também sei que você precisa viver, pelo menos por um tempo, a sua
própria vida. Você gasta quase todo o seu tempo cuidando do seu pai ou trabalhando ora com ele, ora
comigo. No entanto, você tem esse talento incrível.
Como ela seria capaz de lhe dizer que não conseguia deixar o seu pai sozinho... E muito menos a
ele?
Ela esperou anos para ele voltar a Sulphur Springs e agora que ele finalmente estava aqui,
resolveu lhe encorajar a ir embora?
Ela lembrou por um momento de todas aquelas vezes em que ele havia voltado para casa durante
as férias e nos feriados e como aquilo não havia sido o suficiente para ela.
Mas agora que havia voltado e quem sabe para sempre, já que havia montado a sua própria
clínica e ela podia vê-lo com mais frequência, ele vinha com essa.
Será que não percebia que ele era tudo o que ela mais queria na vida.
- Tess, ficar aqui não vai lhe ajudar em nada a desenvolver o seu dom. - Ele falou ao mesmo
tempo em que lhe estudava os olhos.
- Você quer que eu vá embora? - Ela falou através de um sussurro.
- Não!!! Honestamente não sei. Você é uma empregada muito eficiente e uma boa amiga.
- Uma boa amiga?
Lá estava àquelas palavras mais uma vez, fazendo com que o meu coração sangrasse.
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Apenas ele conseguia dizer aquilo e soar como uma maldição no meu coração e nos meus
ouvidos.
- Eu enviei um CD seu para uma escola de música há algumas semanas atrás. - Ele confessou,
enquanto enfiava a mão no seu casaco e retirava um envelope. - Seu pai tinha uma gravação do seu
trabalho-
- Meu pai sabe sobre isso! - Ela explodiu.
- Tess... - Falou enquanto lhe estendia o envelope. - Aqui está a resposta.
Ela tinha certeza de que empalideceu quando olhou para o envelope, com aquela insígnia tão
familiar sobre ele.
- Você já abriu?
Depois de ver a insígnia, de repente se sentiu curiosa.
- Não. Queria que fosse você a abri-lo. - Ele falou ternamente.
- Não posso. - Seus olhos voaram para os dele, totalmente aterrorizados. - Não vou conseguir
Jacob.
- Então, deixe-me abri-lo.
Ele rasgou o selo e retirou a carta do envelope e por um momento ficou apenas lendo o conteúdo
sem voltar a olhar para ela.
Ela não era tão boa assim, certo?
Não... Não podia ser.
Sua mãe havia lhe ensinado bem, mas ela não tinha qualquer formação profissional.
- Jacob, estou mais que furiosa com você nesse momento. Porém... Estou morrendo de vontade
de saber-
Ela parou de falar quando ele franziu a testa.
- Bom... - Neste momento ele olhou para ela. - A primeira palavra escrita aqui é ‘Parabéns'. Acho
que isso é bom, não é mesmo?
Ela não se conteve e gritou antes de jogar os braços ao redor do seu pescoço e lhe beijar na boca.
Só quando percebeu o que havia feito congelou em seus braços.
- Oh... Jacob... Isso tudo é-
Foi apenas isso que saiu da sua boca, antes do seu abraço se tornar apertado de repente, seus
olhos escureceram e ele tomar a sua boca.
Tess jurava para quem quisesse escutar, com a sua mão sobre a Bíblia, que a terra parou de se
mover naquele momento e tudo o que sentia era o calor da boca de Jacob, o aroma da sua jaqueta de
couro e o leve cheiro do seu perfume caro, misturado com o seu perfume masculino.
Mas ainda teve forças para, em algum lugar lá no fundo da sua mente, registrar um gemido
quando a sua língua começou a sondar a sua boca.
79
Ela sentia quando todo o seu corpo começou a vibrar, respondendo àquele som.
Então, suas mãos agarraram ainda mais a gola do seu casaco e começou a puxa-lo em sua
direção.
De repente ele fez um som, colocou as mãos em seus quadris e a empurrou para trás.
- Tess... Não podemos fazer isso... Eu não deveria ter feito isso.
Ele respirou asperamente e se afastou dela.
- Por quê? - Ela disse após uma pausa.
- Porque não é certo.
Ele ainda estava de costas para ela, pois ela não poderia ter a menor ideia de como aquele beijo
havia lhe afetado e caso ele se virasse naquele momento, com certeza demonstraria tudo isso em seu
rosto.
- Jacob... Eu que comecei tudo isso... - Ela falou enquanto sentia seus olhos começarem a
lacrimejar.
Será que realmente havia feito aquilo? Será que achava que iria conseguir seduzi-lo apenas com
um beijo?
Depois de refletir sobre aquilo por um momento, começou a se sentir humilhada diante do seu
comportamento.
Agora, ele certamente sabia como ela se sentia.
Todos esses anos ela conseguiu manter todos os seus sentimentos escondidos, mas agora tudo
estava tão óbvio que ela não seria mais capaz de negá-los.
Ele respirou fundo e finalmente virou para encara-la e foi quando percebendo a sua expressão,
começou a balançar a cabeça.
- Não coloque toda a culpa em cima de si mesmo. A culpa maior é minha. Eu não deveria ter
tocado em você.
- Mas fui eu que te beijei primeiro.
Ela corou após aquela confissão.
Ele sorriu para ela.
- E foi muito bom... Porém... Estou tentando ser... Pelo menos neste momento... Profissional...
- Então, haja apenas como um amigo... Pelo menos, por agora.
Ela começou a utilizar as palavras dele.
- Afinal, a gente se conhece desde sempre, antes mesmo de você decidir que queria se tornar um
médico. E na verdade Jacob quero te beijar há muito tempo.
- Tess-
- Por favor, deixe-me terminar... Falar com você sobre meus sentimentos não é nada fácil para
mim.
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Ela respirou fundo.

- Agora que você está decidido a me mandar embora, preciso lhe dizer coisas que não fui capaz
de falar durante todos esses anos. Mas tenho certeza de que você já sabe do que se trata, após esse
beijo.
Ela sentiu o calor subir ao seu rosto mais uma vez.
- Sou louca por você. Na verdade, sempre fui. Mas se você e o meu pai insistir que eu vá
embora... Eu-
- Querida. - Ele a interrompeu. - Você tem que parar de falar essas coisas, Tess. Eu não me sinto
assim em relação a você. Nós somos apenas bons amigos. E pretendo não cruzar jamais essa linha.
Ele mentiu por entre os dentes e orou a Deus para que a sua expressão não revelasse nada do que
realmente estava sentindo.
Porém, quando viu o olhar esmagado em seu rosto, soube que havia lhe convencido.
- Eu não quero ser responsável por um mal-entendido, quando na verdade não há nada entre nós.
Você é uma mulher muito bonita, apenas respondi ao seu afeto. Um homem teria que ser louco para
não responder. Mas quero que você saiba que só uso as mulheres para um único propósito. Acredito
que você sabe como. Não quero que você se torne uma estatística para mim. Eu odeio ter que lhe
machucar, mas preciso ser honesto. Você entende?
- Perfeitamente. - Ela falou tristemente.
Após aquela sua declaração, não havia mais nada que pudesse ser dito.
- Você poderia por gentileza me levar para casa agora.
Lágrimas quentes escorriam pelo seu rosto.
Ele só respondeu a ela porque era uma mulher bonita? Será que era possível ele lhe machucar
ainda mais?
Jacob estava cercado por belas mulheres que se atiravam sobre ele a todo instante e ele
simplesmente havia lhe rotulado na mesma categoria?
Com certeza precisava dele lhe dizendo que se importava com ela mais do que isso.
- Tess-
Não ceda. – Ela pensou, notando pela primeira vez as suas lágrimas.
Aquilo realmente não iria ser nada fácil.
- Por Favor... Não torne isso mais difícil do que já é, Jacob... Já me sinto uma grande idiota.
- Pois não deveria.
Ela afastou o cabelo de seu rosto ao olhar para ele.
- Eu deveria saber que nunca seria capaz de competir com mulheres iguais a Lindsay Scott. Foi
apenas algo estúpido da minha parte.
Se ela soubesse a verdade... Ele pensou consigo mesmo.
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A única razão de namorar com uma pessoa igual à Lindsay, era para esquecer o que sentia por
ela.
Lindsay não era capaz de segurar vela diante da sua beleza ou doçura. Porém, isso não mudava o
fato de jamais poder usufruir de um relacionamento com ela.
82
CAPÍTULO SEIS
Três meses havia se passado desde que Tess havia ido embora e apesar dela telefonar para o seu
pai regularmente, Jacob não tinha ouvido nenhuma palavra sobre ela desde então.
Ele tinha ciência de que havia machucado seus sentimentos naquele dia, mas achou que aquela
era a única forma de fazê-la ir embora. E garantir que ela jamais soubesse o quanto lhe doía vê-la todos
os dias e não poder tê-la.
Ele sentia falta dela mais do que gostaria, mas continuava a repetir todas as manhãs para si
mesmo, que tudo aquilo era necessário.
Tess precisava ter mais experiência de vida.
Mantê-la aqui não era certo, devido ao seu talento. Mas por diversas vezes ele quase pulou em
um avião com a intenção de arrastá-la para casa, ainda bem que sempre recobrava a razão antes de
tomar tal atitude.
Chuck também estava miserável. Ele se sentia culpado por tudo, já que ele havia lhe convencido
de que ela precisava expandir os seus horizontes. Mas ao vê-lo tão perdido sem sua filha, era quase
difícil de suportar. Além disso, ainda tinha que tentar encontrar uma substituta para ela na clínica.
A primeira mulher que havia contratado acabou se despindo em seu escritório após o expediente,
obrigando-o a demiti-la após três dias.
A segunda, na verdade, pediu para ser a mãe dos seus filhos.
Finalmente, ele conseguiu contratar uma mulher de aproximadamente sessenta anos,
demonstrando alguns sinais de demência precoce, porém, era melhor do que as duas anteriores.
Embora a Rita afirmasse que ela levaria uma década para aprender o básico, já que nem ao
menos sabia como atender ao telefone.
Quase como se tivesse ouvindo os seus pensamentos, Rita apareceu abruptamente em seu
escritório, com um olhar frenético no seu rosto.
- O que foi?
- É o Dr. Samuel de Nova York, na linha três. - Ela praticamente engasgou. - Tess está no
hospital!
Jacob não ouviu mais nada que a mulher falou ao praticamente mergulhar sobre o telefone.
83
Quando Tess abriu os olhos pensou que ainda estava sonhando.

- Olá menina. Não posso deixá-la sozinha por três meses sem que você tente se matar.
Jacob.
Apesar da dor em sua cabeça e no seu abdômen, ela conseguiu lhe lançar um pequeno sorriso.
- É um sonho? - Ela disse, piscando um par de vezes ao estudar o ambiente em que se
encontrava. O que estava fazendo em um hospital?
- Não. - Ele se inclinou e beijou a sua testa carinhosamente, antes de tomar o assento ao lado da
cama. - Estou realmente aqui.
- Por quê?
- Porque, além de seu médico particular, sou seu amigo. - Ele disse ao pegar um copo na mesa de
cabeceira. - Quer um pouco de água? Você está completamente rouca.
- Obrigada. - Ela disse, levantando a cabeça e fazendo uma careta quando tomou um gole. -Eu
queria dizer, por que estou aqui?
- No hospital?
- Obvio! - Ela sorriu. - Por quê?
Ele colocou o copo em cima da mesa.
- Ninguém lhe disse o que aconteceu?
- Não. Apenas lembro vagamente de algumas pessoas falando comigo... Nada muito definido...
Mas como fiquei completamente fora por um bom tempo... E de acordo com a sua expressão... Acho
que foi algo muito ruim. - Ela disse, observando a tensão em sua expressão.
- Parece que você foi atropelada por um caminhão de entrega.
Ele franziu a testa como se não suportasse as imagens que aquele comentário despertava.
- Não sinto os meus pés. - Ela lhe lançou um olhar preocupado, depois de tentar mexer os dedos
dos pés mais uma vez.
- Houve alguns danos internos, mas o cirurgião acha que você irá se recuperar totalmente. - Ele
acrescentou ao notar os seus olhos se arregalarem de medo.
- Cirurgião? - Ela gemeu. - Foi tão ruim assim?
Ele se inclinou para frente e tomou-lhe a mão.
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- Você está com vários machucados, sendo os mais graves o seu baço que foi dilacerado e o
pulmão perfurado.
- É por isso que dói tanto quando respiro? - Depois de uma pausa acrescentou. - Nossa não me
lembro de nada.
- Bem, se isso te fizer se sentir melhor, a culpa foi dele e você não sabe a sorte que tem.
Normalmente, quando alguém é atingido por uma van ou qualquer outro tipo de veículo de carga, há
geralmente consequências muito graves ou ate mesmo a morte. – Ele estremeceu ao confessar seus
medos em voz alta. - Por sorte, ele não estava dirigindo muito rápido quando lhe atropelou.
- Sim, realmente me sinto pronta para outra. - Ela disse emburrada.
Ele riu.
- Irei leva-la de volta para casa, até que você melhore.
Ele não havia percebido antes o quão bom seria tê-la de volta.
Ela virou a cabeça no travesseiro para que pudesse enfrentá-lo.
- Eu realmente quero voltar para casa, Jacob. - Disse enquanto lágrimas quentes brotavam em
seus olhos, para logo depois fluir livremente por suas bochechas. - Eu não gosto nem um pouco
daqui... Me sinto tão sozinha... -... E sinto tanto a sua falta que chega a doer. - Acrescentou apenas para
si mesma.
Ela havia concordado em frequentar aquela escola, após ele confessar que não se sentia
interessado por ela, apenas porque se sentia envergonhada e não queria ter que enfrentá-lo dia após dia
depois da sua confissão, mas estava muito infeliz desde o seu primeiro dia.
- Mel... Shhh... Não chore.
Ele tentava acalma-la enquanto estendia a sua mão e ternamente limpava as lágrimas do seu
rosto com o polegar.
- Não é tão ruim assim.
- Estou realmente com saudades de casa. - Ela soluçou e estremeceu. - Eu não gosto das
pessoas daqui. São tão fechados. Não é como lá em casa. E também sinto falta das minhas amigas.
... E de você - ela pensou.
- Eu não deveria ter insistido tanto para que você viesse para cá. Então, pare de se culpar. - Ele
disse com um tom de voz estranho.
Tess finalmente criou coragem para focar em seu rosto.
Por alguma razão ela não havia percebido, ate aquele momento, às linhas de preocupação e
olheiras ao redor dos seus olhos. Parecia que ele não dormia há vários dias.
- Jacob, quando foi à última vez que você dormiu?
Ele deu-lhe um sorriso tranquilizador.
- Você nos manteve acordados por alguns dias. - Ele admitiu.
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- Alguns dias? Há quanto tempo estou aqui?

- Não se preocupe com isso. - Ele respondeu.
- Quantos dias?
Depois de uma longa pausa, ele balançou a cabeça lentamente. - Dez dias.
- Oh meu Deus! - Ela piscou incrédula. - Meu pai-
- Eu o mandei de volta ao hotel para dormir um pouco. Colt e Lance também estavam aqui, mas
como alguém precisava gerenciar o rancho, eles voltaram para casa, alguns dias atrás. Mas somente
após o seu prognóstico provar que você estava se recuperando dentro do esperado.
Sua expressão mudou completamente.
- Olha Tess, eu havia decidido que iria mentir para você, mas não consigo. Você teve um
ferimento grave na cabeça e isso fez com que ficasse na UTI por uma semana, em coma induzido. Só
lhe trouxeram para o quarto a pouco mais de 12 horas, quando felizmente o inchaço cedeu.
- É por isso que estou sentindo tanta dor de cabeça? – Falou enquanto levava a mão à cabeça.
Uma ingestão aguda de ar pode ser ouvida no quarto quando ela sentiu que o seu rosto estava
todo inchado.
- Oh Deus, estou completamente inchada!
- Sim. Mas parece pior do que é. Nos últimos dez dias têm melhorado significativamente. Você
não ficará com qualquer cicatriz permanente em seu rosto, apenas em seu abdômen, onde eles
removeram o baço e outra do seu lado por onde tiveram que colocar um tubo para ajudar na sua
respiração.
Ela passou a mão pela sua caixa torácica e encontrou uma bandagem.
- Oh senhor... Irei me transformar em uma colcha de retalhos, se me manter nesse ritmo.
- Dificilmente serão perceptíveis, quando se curarem totalmente.
- Acredito. - Ela gemeu.
- Eles tiraram o tubo há dois dias atrás, quando seu pulmão começou a funcionar sozinho.
Ele olhou para as suas mãos por um momento, antes de voltar a olha-la.
- Você deixou a todos nós preocupadíssimos. Eu acho que o seu pai envelheceu dez anos,
nesses últimos dias.
- Pobre papai.
Seus olhos percorreram o seu rosto de forma a estudá-lo cuidadosamente e, desta vez, ela lhe
lançou um leve sorriso.
- Você me parece um pouco abatido.
- Talvez eu tenha me preocupado um pouco. - Ele acrescentou com um sorriso falso, tentando
esconder o tamanho de sua preocupação. - Mas sei que você é uma garota dura na queda.
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- Eu tive que ser atropelada por um caminhão para que você admitisse isso?
Ele riu.
- Vejo que o seu humor está totalmente recuperado.
- Quando irei sair daqui?
- Em alguns dias. - Ele admitiu. – Vão remover as suas suturas amanhã, então veremos como
você está, realmente.
- Se isso significa que poderei ir para casa, darei um jeito de melhorar até lá. - Ela disse com
determinação.
Ele sorriu enquanto se levantava.
- Você precisa dormir um pouco. - Falou enquanto apertava a mão dela. - Voltarei mais tarde.
Enquanto isso preciso falar com o seu médico.
- Ok. - Ela disse, se sentindo completamente cansada. – Mas você irá voltar, certo?
- Certo.
Ele se inclinou e a beijou de leve no rosto.
- Descanse um pouco.
Ele saiu apenas quando uma enfermeira entrou, para ocupar o seu lugar.
A enfermeira esperou até Jacob sair, para verificar todos os seus curativos e arranhões.
- Meu nome é Tammy. - Ela disse com um sorriso amável. - Como está se sentindo? Você me
parece bem mais brilhante.
Ela balançou a cabeça em direção à porta fechada.
- Será que tem alguma coisa a ver com o médico destruidor de corações?
Tess não conseguiu deixar de soltar uma risada, mas logo se arrependeu ao soltar um gemido
de dor.
- Sou assim mesmo.
Tammy sorriu, enquanto ajustava os travesseiros em torno dela.
- A príncipio queria saber se ele era solteiro, mas obviamente, ele já está apaixonado.
Ela lhe lançou um olhar compreensivo.
- Com certeza não é por mim.
A enfermeira fez uma pausa e olhou para ela. - Bem, acho que você está muito enganada.
Aquele homem não deixou o seu lado nem por um minuto.
Ela fez uma nova pausa olhando para a Tess com uma expressão chocada.
- Você não sabia?
- Bem, ele tornou as nossas vidas miseráveis, desde que informaram sobre o seu acidente.
- Vocês ligaram para ele?
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- Você tinha em sua bolsa um papel com o seu nome e número de telefone. Nós não achamos
nenhuma outra anotação, sendo assim, o doutor Samuel acabou entrando em contato com ele.
Tess lembrou que havia pegado os seus dados da mesa de cabeceira onde ele havia deixado,
antes dela ir embora.
Ela manteve aquele papel junto a ela durante todo aquele tempo, porque realmente queria falar
com ele, ate tentou chamá-lo várias vezes, mas em todas as ocasiões havia perdido a coragem.
- Ele é apenas super protetor. Sempre foi assim. - Ela explicou, lembrando o que ele disse a ela
antes que de partir para Nova York.
- O seu médico pessoal é muito agradável aos olhos. - Tammy acrescentou com uma piscadela.
- Ele não é meu médico pessoal. Eu juro.
- Tess, pense nisso. Seu médico lhe deu um número privado, você realmente acha que ele não
tem algum motivo oculto? - Disse Tammy com um sorriso.
- Eu o conheço desde que era garotinha. Ele apenas age como se fosse o meu irmão mais velho.
- Tess explicou.
- Eu vi.
Ela fez mais uma pausa.
- Falando de irmãos. Será que os irmãos do seu médico têm namoradas? Porque aceitaria
qualquer um deles sem reclamar.
Tess riu ao ver o brilho provocador nos olhos da mulher.
- Obrigada. - Ela disse.
Tammy deu de ombros. - De nada. Às vezes é bom rir um pouco depois de um evento tão
traumático. No entanto, eu estava falando sério sobre o seu homem.
Ela disse. - Foi realmente uma coisa boa ter lhe chamado ate aqui, porque ele sabia de todas as
suas alergias e sem essas informações as coisas poderiam ter ficado muito pior. Sabia que ele chegou
aqui gritando e dando ordens em todos nós?
Ela ficou totalmente reta e sorriu para Tess.
- Na verdade, foi por causa dele que você teve o melhor atendimento desse lugar e graças ao
fato daquele homem ser lindo de morrer, pois sempre que ele pedia um favor, todos nós corríamos para
atendê-lo, apenas para ter a chance de ver aquele sorriso pecaminoso de aprovação.
- Eu sei o que você quer dizer... Tess pensou.
No entanto, não estava a fim de tentar convencer a outra mulher que Jacob não se sente sobre
ela dessa forma, até mesmo porque ela parecia determinada que ele estava apaixonado por ela.
Independentemente de qualquer coisa, ela estava muito contente por aquela estranha estar
fazendo o seu melhor para animá-la.
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- Você vai me fazer arrebentar os meus pontos. - Tess disse ao tentar reter outra risada ao tossir
em seu lugar.
- Desculpe. - Ela disse. - Mas pensei que você iria querer saber, ate mesmo porque parece que
você não percebe o quanto aquele Deus grego se preocupa com você.
- Todos eles agem da mesma forma.
- Não... Posso lhe garantir que os outros dois se preocupam com você, mas o seu médico, ele é
louco por você. - Ela disse por cima do ombro enquanto saía.
Tess apenas olhou para o teto pensando nas palavras da enfermeira.
Ele havia lhe garantido, antes que partisse, que não estava interessado nela dessa maneira,
apenas em ser o seu amigo. Obviamente, a enfermeira não entendia em quão próximo a sua família
era para os Hartley.
Suspirando pesadamente, ajustou-se sobre os travesseiros.
Assim que Jacob terminou de falar com o cirurgião, Chuck chegou.

Assim como ele havia lhe instruído, Chuck disse que iria ficar com ela para que Jacob pudesse,
pelo menos, ir para o hotel, tomar uma chuveirada e comer uma refeição decente.
Na verdade, ele tinha um ponto, pois ele não havia deixado o lado de Tess desde que havia
chegado lá.
Chuck também não havia saído do seu lado até algumas horas atrás e havia aceitado aquela
oferta apenas para se limpar, diante da promessa de Jacob de ficar com ela ate ela acordar novamente.
Graças à equipe, ele havia usado um quarto e chuveiro reservado aos médicos, ao longo da
última semana e meia, e mesmo a comida do hospital não sendo muito apetitosa, ele havia lhe
considerado a melhor dos últimos tempos.
Então, quando Chuck insistiu, ele finalmente cedeu e deixou o hospital para ter o descanso tão
necessário.
Uma vez no hotel, pediu serviço de quarto antes de tomar um longo banho quente de chuveiro.
Apoiando as mãos na parede e inclinando a cabeça para baixo, para que a água quente pudesse
atingir o seu pescoço e costas, ele começou a pensar sobre os últimos dias.
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Ele nunca havia sentido tamanho alívio antes em sua vida. Quando ela acordou esta manhã e
olhou para ele, mesmo que o cirurgião tivesse varias vezes lhe garantido que ela não teria nenhum
dano permanente, ele precisava ver por si mesmo.
Desde que havia atendido aquela fatídica chamada há dez dias, ele sentiu como se tivesse
extraindo sem anestesia todas as unhas, uma por uma.
Perder Tess nunca foi uma opção para ele e embora a tivesse mandado embora, a cada dia que
ela não estava presente em sua vida havia sido uma grande tortura.
Ele havia usado toda a sua força de vontade, a qual não era muita, para não lhe dizer como
realmente se sentia assim que ela abriu os olhos e olhou para ele, deixando o medo mudar para alívio
ao vê-lo ali. Embora ela tenha admitido como se sentia, ele não podia permitir que ela anulasse a sua
vida por ele.
Ele pensou que talvez se ela saísse e tivesse algumas experiências assim como ele havia feito,
ela perceberia que era capaz de muito mais, só que isso quase a matou.
O tempo todo que ela tinha ido embora, ele estava se perguntando se ela tinha encontrado
alguém e isso o deixava por diversas vezes louco. No entanto, ele a tinha machucado para afastá-la e
sabia que ela jamais iria lhe telefonar, caso precisasse de ajuda.
Mas o que ela não sabia é que ele não era como parecia.
Tess chegou perto da verdade, mesmo que ela não soubesse.
Ela estava tão perto... Ela sempre esteve debaixo de sua pele.
Apesar de ter tido vários relacionamentos físicos ao longo dos últimos sete anos depois de
voltar para Sulphur Springs enquanto ela crescia, ela sempre permanecia em segundo plano em sua
vida e ele sempre mantinha um olho em sua direção.
E nenhuma, mais nenhuma mulher que ele havia saído em sua vida, podia se comparar a Tess.
Não só ela era impressionante, mas tão doce quanto o pecado. Com aquele seu cabelo na altura
da sua cintura justa, grandes olhos verdes e um corpo que poderia perturbar um homem ate mudar de
religião...
Meu Deus, como ela era linda.
No entanto, ela merecia mais do que ele poderia oferecer a ela. Até onde ele poderia sentir
ela tinha um monte de amor para dar, mas ele não estava certo de que poderia correspondê-lo.
Se ele pudesse algum dia amar uma mulher, seria definitivamente com ela, mas será que isso
seria suficiente para ela?
No entanto, após aquele telefonema perturbador há dez dias, ele havia mudado de ideia
completamente.
Quase perdê-la tinha revirado a sua vida.
90
Porém, também sabia que ela não iria confiar nele o suficiente para revelar novamente os seus
sentimentos como fez antes, porque ele a tinha machucado e muito. Ainda hoje, conseguiu ver as
evidências da dor em sua expressão, assim como pode ouvir em seu tom.
Ele sabia que tinha um grande dano a reparar e que isso levaria um tempo, especialmente no
estado frágil em que ela se encontrava.
Fechou as torneiras e saiu do banho assim que o serviço de quarto chegou.
Vestiu um roupão e saiu para atender a porta, ainda se perguntando o que iria fazer para
reconquistá-la.
A verdade era que não havia saído com uma mulher desde que ela havia deixado Sulphur
Springs. Nenhuma delas havia recorrido a ele.
A última vez que havia visto até mesmo Lindsay, foi no dia em que o Tom perguntou se Tess
havia ido embora.
Ele a havia convidado para almoçar e na ocasião terminou o seu caso com ela, o que Lindsay
não havia concordado. Ao longo de toda a conversa, ela ficava insistindo que não queria um
relacionamento firme, ate que ele lhe disse que não queria mais vê-la, deixando-a complemente
furiosa.
Ele havia tomado àquela decisão quando ela tratou a Tess como lixo, ao leva-la para jantar
naquela noite.
Ele não tolera inveja mesquinha e aquilo havia disparado em seu sangue, mesmo que ele não
tivesse deixado transparecer.
Quando ele terminou a sua refeição, vestiu-se e se dirigiu de volta ao hospital para aliviar ao
Chuck, negando a si mesmo o tão necessário descanso.
Acabou encontrando-o na sala de espera junto a maquina de café.

- Vou assumir o posto agora, Chuck, volte para o hotel e consiga um café decente. - Jacob disse
enquanto colocava uma mão sobre o ombro do homem.
- Ela está com dor. - Ele bateu a máquina e virou para Jacob. - Está acordada de novo e fica
pedindo para que você a ajude de qualquer maneira.
- Vou vê-la, depois que falar com a equipe sobre algo para controlar a sua dor.
91
Ele virou para ir quando Chuck o deteve.

- Jacob, não sei o que aconteceu entre vocês dois antes dela partir, mas seja o que for, quero
que você conserte isso. É como se algo tivesse morrido dentro dela, desde então.
Jacob acenou com a cabeça.
- Vou cuidar disso.
- Isso é o que eu espero.
Ele parou, olhando atentamente a expressão de Jacob. - Você não dormiu, não é?
Ele levantou a mão. - Estou bem.
- Mas é claro que você está. - Disse Chuck suprimindo um sorriso. Obviamente, ele estava
errado sobre os sentimentos de Jacob para com a Tess.
Ele relutantemente concordou em enviar a filha para longe, porque Jacob havia usado vários
argumentos, achando que talvez ele estivesse certo.
Talvez ele estivesse sufocando Tess do seu pleno potencial. Mas havia imaginado que se Jacob
poderia deixá-la ir com tanta facilidade era porque não se importava com ela ou com os seus
sentimentos, mas olhando para aquele homem agora, cansado e abatido, o fez perceber que Jacob havia
feito um trabalho incrível em esconder os seus verdadeiros sentimentos.
- Vou chamá-lo, se ela precisar de você.
- Obrigado. - Ele disse dando ao homem mais jovem um olhar examinador antes de ir embora.
No dia seguinte, Tess realmente tentou usar as barras e fazer as suas pernas dormentes se
mover, mas não era algo tão fácil.
Por alguma razão a cabeça parecia doer mais que o seu lado, onde se encontrava o dreno.
Jacob estava lá incentivando e perguntando a todo o momento se ela precisava de ajuda e a sua
presença lhe distraia de sua determinação, apesar de seus pés estarem menos dormente que no dia
anterior.
Após cerca de 20 minutos de luta para ficar em pé, ela começou a desmoronar. Seus joelhos
começaram a dobrar e teve que baixar a cabeça em derrota.
Jacob se aproximou dela em silêncio e colocou uma das mãos na barra em frente à dela
enquanto se inclinava para baixo, para encontrar seus olhos.
92
- Tess.
Ela encontrou seu olhar e tentou como o inferno não deixar que aqueles olhos cor de mel a
afetasse, mas era algo inútil, ela foi pega em seu feitiço.
Seu rosto estava apenas a algumas polegadas do dela e o profundo timbre de sua voz não iria de
forma alguma facilitar as coisas para ela.
- O quê foi? - Ela respirou, incapaz de tirar os olhos dele.
- Se você não tentar, eu juro por Deus que vou deixá-la aqui. Portanto, vá em frente e desça
aquelas barras.
- Você não faria isso. - Ela disse com uma respiração instável, procurando em seus olhos e não
encontrando nenhum sinal de simpatia por ela.
Ele com certeza faria aquilo.
- Eu faria e você sabe disso. - Ele disse com um olhar firme.
Por dentro ele estava morrendo ao vê-la com tanta dor.
Ele sentiu uma onda de triunfo quando o queixo dela levantou um pouco após respirar fundo e
mesmo fazendo uma careta de dor, continuou dando um passo instável após o outro.
- Ela continuou. - Jacob pensou.
Ele passou seus braços em volta da sua cintura e a abraçou apertado quando ela terminou.
O fisioterapeuta trouxe de volta a sua cadeira de rodas e ele colocou ternamente seu corpo, para
que pudesse descansar.
- Bom trabalho doutor... Acho que ela não faria tudo isso sem você aqui. - Disse o homem.
- Ela tem muita força de vontade. - Ele disse lançando-lhe um olhar astuto.
Ela revirou os olhos marejados, mas ainda assim conseguiu dar um sorriso.
- Bem, ainda tenho mais duas dúzias de pacientes que precisam despertar ‘essa grande força de
vontade’. Você deveria ficar e tornar o meu trabalho mais fácil. - Ele brincou.
- Obrigado. Mas essa aqui é a minha única prioridade.
Ele sorriu para o outro homem e pegou as alças da cadeira de rodas para empurrá-la de volta ao
seu quarto. Uma vez lá, ele a fez ir para a cama sozinha antes de sair para conseguir algo para a sua
dor.
Quando voltou, segurava uma seringa.
- Você vai me tornar uma viciada. - Ela queixou-se ao permanecer olhando para a agulha
enquanto ele lhe pedia para virar.
- Que disparate. Estudos mostram que pessoas com dor não se tornam viciadas. Agora vire.
- Mais?
- Tenho que aplica-lo no seu bumbum Tess. Você não tem mais um acesso, esqueceu?
93
- Oh. - Ela disse. – Mas na ultima vez você aplicou no meu braço.
- Lá em casa eu fiz assim, porque era uma dose diferente. Essa dosagem é grande demais para
colocar nessa área... Agora role ou eu vou ter que obriga-la. - Ele acrescentou com um sorriso.
- Você é muito mandão. - Ela disse com um pouco de tremor em sua voz enquanto rolava para
longe dele e muito cansada para discutir. Isso não estava indo muito bem. Mais uma vez ele iria tocá-la
onde nenhum homem jamais a tocou e semelhante à primeira vez, ela mal podia respirar.
Assim que começou a levantar o seu vestido para chegar ao local certo em seu quadril, ele não
pôde deixar de notar a textura da sua carne cremosa em mais de uma maneira profissional.
Desta vez, ela usava uma calcinha de biquíni preto e ele teve que sufocar um gemido quando
seus dedos suavemente puxaram para baixo a barra para que ele pudesse ter acesso à área correta.
Mesmo lá a sua pele era perfeita, macia e suave, como seda quente. Até mesmo o declive suave
de suas costas era requintado. Naquele momento, ele estava mais que contente por ela não conseguir
ver o seu rosto, porque com certeza estaria mostrando toda a sua necessidade primitiva por ela.
Então, rapidamente limpou a área antes de inserir a agulha e ouvir o seu pequeno suspiro.
- Mais um pouco. - Ele murmurou, enquanto injetava o conteúdo, pois se ousasse falar mais
alto, ela teria ouvido o estalo de desejo em sua voz.
Ele sabia que a sua bunda era perfeita através das suas calças jeans, mas embora ele fosse um
bom juiz de um corpo feminino, Tess havia superado as suas expectativas.
Era verdade que ela era menor do que ele, mas com certeza eles se encaixariam perfeitamente
juntos.
Sua cintura era pequena, mas ela tinha quadris bem proporcionados a sua a metade superior.
Quando ele terminou, puxou suavemente a sua calcinha para cima e o vestido de volta sobre
ela, terminando por cobri-la com um cobertor. Depois, se levantou sem dizer uma palavra e começou a
descartar a agulha no recipiente para objetos cortantes enquanto ela ficava novamente de costas e o
observava atentamente.
- Jacob?
- Só um minuto, mel. - Ele disse, enquanto caminhava para o banheiro com a desculpa de lavar
as mãos, enquanto tentava esconder as suas emoções.
Quando se recompôs, ajustou as linhas de sua calça para esconder a sua ereção, pensando que
tinha ‘sorte’ por ter escolhido calças pretas para vestir.
Nunca em sua vida tinha sido tão facilmente despertado com uma tarefa tão simples.
Como médico, tinha mulheres desfilando dentro e fora de seu escritório o dia todo, mas
nenhum delas sequer chegou perto de agitar uma resposta semelhante ao que sentia agora.
94
Ele sempre foi capaz de separar essa linha de profissionalismo com os seus pacientes, mas Tess
não era apenas um paciente, ele a conhecia desde sempre e em algum lugar, de alguma forma, havia
cruzado a linha e se envolvido.
Embora já tivesse feito a sua mente de que a queria, certamente não ajudava em nada o seu
autocontrole quando reagia tão descaradamente a uma pequena carícia.
Alguns minutos depois ele saiu.
- Algo errado?
- Nada.
Ele deu-lhe um de seus sorrisos predadores e sentou-se na cadeira ao lado de sua cama.
- Acho que essa injeção irá te nocautear em breve. Porem, você irá se sentir bem melhor
quando acordar.
- Você irá me levar para casa, amanhã?
- Peça-me novamente amanha, após a sua fisioterapia. Se houver alguma melhora, eu a levo.
- Você é um carrasco profissional de escravos.
Ela suspirou ao mesmo tempo em que seus olhos se fechavam com os efeitos da injeção que ele
havia lhe aplicado.
- Odeio o efeito dessas drogas.
- Sei disso, mas as pessoas se curam mais rápido quando não estão sentindo dores.
- Desmancha prazeres.
Ela suspirou e fechou os olhos.
- Não me deixe Jacob. Odeio acordar sozinha.
- Você e eu... Ficaremos juntos para sempre. - Ele falou quando a sua respiração desacelerou e
se tornou rítmica, demonstrando como ela estava dormindo profundamente.
Mesmo que tivesse olhado para ela pelo que parecia ser milhares de vezes nos últimos dias,
ainda não conseguia entender como ela era tão bonita para ele, apesar dela estar cheia de hematomas e
inchaços. Inclinando-se para frente na cadeira, ele colocou o queixo em sua mão e os seus cotovelos
em suas pernas para ver melhor a sua forma adormecida.
Como ele conseguiu deixá-la ir, em primeiro lugar?
Ele nunca saberia, mas ela iria voltar para casa agora e ele iria ajeitar as coisas entre eles.
Chuck estava certo, havia uma centelha nela que parecia diminuir a cada dia, desde que ele
colocou aquela distância entre eles ao manda-la para a cidade.
95
Tess sentiu como se alguém a estivesse estrangulando, mas no meio de todo aquele caos ela
ouviu a voz de Jacob lhe chamando.
- Tess... Acorde!
Ela sentiu as suas mãos fortes em seus ombros.
- Estou aqui.
Ela ainda engasgou antes de conseguir abrir os olhos.
Ele a soltou.
- Você estava tendo um pesadelo.
- Acho que sim... Me dê um minuto...
Ela piscou para ele.
- Eu tive um sonho horrível.
- Acho que sim.
Ele sorriu estendendo a mão para pegar uma das suas.
- Vou me certificar de lhe dar algo diferente de morfina da próxima vez.
- Não me dê nunca mais esse troço Jacob, por favor. - Ela implorou, amando a sensação da sua
mão pequena e fria dentro da sua.
- Isso vai lhe ajudar a se curar mais rápido, mel.
- Jacob-
- Olha... - Ele falava enquanto se inclinava sobre ela, ao mesmo tempo em que pegava as suas
duas mãos e resistia a todo o custo à vontade de beijá-la. - Eu sei o que é o melhor para que você se
recupere o mais rápido possível. Também sei que a morfina tem alguns efeitos colaterais e pesadelos é
um deles. Vou tentar aplicar algo diferente, algo que não seja tão forte, mas você terá que continuar
tomando alguma coisa. Dessa forma, nós dois vamos ficar felizes. E prometo me manter sempre
próximo, se esse for o seu desejo.
Ela balançou a cabeça lentamente.
- Por que você está fazendo isso? - Ela perguntou em voz baixa.
- Porque somos amigos.
- Nada disso. Até mesmo um grande amigo jamais faria tudo o que você está fazendo por mim.
96
- Que nada. E você também não sabe como sou com os meus amigos. - Ele brincou fazendo
com que ela soltasse uma risada curta.
- E eu deveria saber? - Ela acabou brincando de volta.. - Estou me sentindo uma cobaia.
Cristo... Ela não tinha ideia de como ele queria usá-la.
Imagens brilhavam em sua mente, todas com seus corpos nus e entrelaçados.
Apesar disso, ele conseguiu sorrir, mesmo sendo algo forçado.
- Você deveria voltar a dormir.
- Com direito a mais pesadelos sobre ser sufocada até a morte... Não, obrigada.
- Eu posso te dar um sedativo.
- Jacob pare... Basta permanecer aqui comigo.
Ela disse rapidamente, preocupada com o fato dele lhe aplicar mais medicação.
- Tudo Bem. - Ele disse sentando-se de volta. – Sobre o que você quer falar?
Ela virou a cabeça e olhou para ele.
- Ok... Quem está lhe cobrindo na clínica?
- David.
- Oh... Deve ser um período de grande dificuldade para ele?
- Pelo menos ele não tem que se preocupar com todas aquelas mulheres desfilando por Sulphur
Springs neste momento. Sendo assim, suponho que a sua carga de trabalho deve estar dentro do
esperado.
Ela riu.
- Você é tão vaidoso.
Sua resposta foi um sorriso sexy de parar o coração, e isso lhe disse tudo.
Ela olhou para ele por um momento.
- Ponto para você... No entanto... - Continuou ela com um sorriso provocante. - David tem um
corpo muito bonito e ele não é nada mal-
- Seja uma garota pacata. - Ele disse severamente ao desmanchar o seu sorriso.
Ela riu desta vez e lhe lançou um olhar inocente.
- Acho que é outro efeito da morfina, fazer com que eu me sinta mais ousada.
- Suponho que você esteja ansiando para ver o Tom.
Ele falou friamente, não sabendo de onde vinha aquele sentimento estranho que estava
sentindo.
Seu sorriso desapareceu e ela se tornou séria.
- Eu te disse que não estava interessada no Tom. Eu saí com ele apenas para ganhar alguma
experiência.
Sua expressão escureceu.
97
- Ele não tem nenhum conhecimento de que você precise, Tess.

- Deus... Eu não ia dormir com ele. - Ela protestou e ficou muito surpresa por ter tido a
coragem de dizer isso para ele.
- Você com certeza não iria. – Ele acrescentou com a voz cheia de veneno. - E você com
certeza não precisa dele. Aquele homem não leva nenhuma mulher a sério. Ele é muito parecido
comigo.
- Ah, pelo amor de Deus, já sei que você e eu é algo impossível.
Ela disse rindo novamente.
- E quanto a ele, pode dormir com cada mulher de Sulphur Springs e ainda assim, jamais
corresponderiam as suas conquistas.
Desta vez ele riu.
- Isso é o que dá ouvir certos rumores.
Ela ficou séria de repente.
- Estou começando a considerar que você está certa sobre os efeitos da morfina.
- Se você está preocupado com a minha opinião sobre a sua reputação Jacob, saiba que ela
nunca vai mudar. Eu ainda acho você o cara mais incrível do mundo.
- Tess-
- Oh fique calmo, sei que somos apenas amigos.
Ela suspirou profundamente.
- Deixe apenas uma garota ser feliz com os seus sonhos, está bem?
Desta vez, ele se levantou e se inclinou sobre ela, obrigando-a a olhar apenas para ele.
Seus olhos a estudaram por um momento antes de falar.
Todos aqueles movimentos eram apenas para que ela pudesse ver que ele estava
completamente sério.
- Vou lhe dizer uma coisa, mel. Vou levá-la para a minha casa e nós iremos reavaliar essa nossa
amizade.
Ela olhou para ele.
- Eu não posso lidar com isso agora.
- Vamos passar um tempo juntos para que possamos conhecer um ao outro. Você acha que
consegue fazer isso?
Sua boca se abriu diante daquele comunicado.
Será que ele realmente queria dizer aquilo?
Depois de todos esses meses suspirando por ele, será que ele não queria apenas provocá-la?
Será que ele queria apenas destruir o que restava do seu coração?
- Por favor, não brinque com os meus sentimentos.
98
Ele balançou a cabeça lentamente, sem tirar os olhos dela.

- Eu jamais faria isso com você, Tess.
- O que acontece com Lindsay-
- Eu já lhe expliquei sobre Lindsay. Mas se lhe deixa mais tranquila, terminei tudo com ela
naquele dia que ela foi até a clínica, para almoçarmos juntos.
- Você realmente... - Ela gaguejou em total descrença.
Ele assentiu.
- Mas você disse que aquele era o tipo de relacionamento que procurava.
- Era o único que eu conhecia, mel.
Algo errado e estúpido, - ele pensou consigo mesmo.
A verdade era que ele havia reavaliado os seus conceitos quando saíram juntos para jantar.
Depois que ela trouxe à tona o assunto do casamento e filhos, ele se encontrou pensando seriamente
sobre isso várias vezes, especialmente quando ela foi para a escola de música.
Lindsay Scott, jamais fez parte desses pensamentos.
- Mas... Eu pensei que você jamais iria aceitar ser cuidado por uma mulher.
Ela sentiu vontade de chorar e podia sentir as lágrimas nos seus olhos.
- Mas é claro que eu quero.
Ele se inclinou e roçou a sua boca através da dela.
- Vou fazer as pazes com você, Tess. Por agora, quero apenas informar a você e ao seu pai, que
você voltará para casa comigo e não com ele e serei eu a pessoa que cuidará de você, até que melhore.
- Eu não sei-
- Sem argumentação. - Ele disse com firmeza. - Vou tomar conta de você de agora em diante.
Então, se acostume a isso.
- Eu acho que esta droga está me causando alucinações.
Foi tudo o que conseguiu dizer. Porém, não conseguia conter o sorriso de felicidade se
espalhando por todo o rosto.
- Vamos ver como você se sente na parte da manhã. Espero que se lembre dessa nossa
conversa. - Ele sorriu de novo. - Eu nunca vi você falar tão corajosamente ao meu redor. No entanto,
gostei e quis dizer cada palavra que falei. Vamos ter tempo para conhecer um ao outro e, em seguida,
vamos dar o próximo passo no nosso relacionamento.
- Então... Você realmente não vai me fazer voltar para a escola, certo?
- Não.
Aquilo foi algo muito difícil para ele e não precisou de muito tempo para descobrir isso, pois
logo após o primeiro mês já não suportava mais ter perdido aquele seu sorriso brilhante ao redor da
fazenda.
99
Ele sabia que estava sendo muito teimoso, mas aquilo era melhor do que admitir a sua derrota e
ir ate a cidade arrastá-la de volta para casa.
Seu humor desde então tinha mudado muito. Ele tornou-se mais irritável e chegou ate a socos
com um homem um dia, por algo ridículo. Porém, a gota d’água foi quando o Colt estava olhando
para ele sobre a mesa, uma manhã no café da manhã e soltou de repente.
- Nós também sentimos muita falta dela Jacob, mas você a mandou embora e a vida tem que
continuar.
Ele disse aquilo com um brilho em seus olhos antes de se levantar e sair.
Lance como de costume não falou nada, apenas deu um aperto no ombro dele antes de deixar a
sala de jantar.
Ele poderia ate ser um excelente advogado, se não o melhor do país, mas desde sempre foi o
mais tranquilo de todos.
No entanto, ele não precisava dizer nada, Jacob sabia que havia cometido um grande erro.
Ele estava quase dormindo e ainda assim se preocupava com ela indefinidamente.
Será que ela estava realmente a salvo?
Será que ela havia saído com alguém durante a sua estadia?
Ele havia perseguido e perguntado constantemente ao Chuck sobre ela, mas seu pai só lhe
respondia o mínimo e sempre fazia isso com um olhar divertido no rosto, como se soubesse
exatamente o que estava acontecendo dentro da sua cabeça. Quando ele próprio não tinha a menor
ideia.
Por muitas e muitas vezes ele quis telefonar, mas não tinha muita certeza da sua reação, depois
de tê-la machucado e acaba decidindo que o melhor era deixá-la sozinha.
Até que recebeu aquele telefonema terrível e tudo mudou de perspectiva.
Ele havia cancelado o resto de seus compromissos da tarde antes de ligar para o Chuck
enquanto voltava para o rancho para pegar o essencial.
Ambos estavam no avião em menos de duas horas.
Foi a mais longa viagem de avião da sua vida.
Ele e Chuck quase não disseram uma palavra.
100
CAPÍTULO SETE
No dia seguinte, ela foi capaz de andar todo o comprimento da barra sem vacilar.
Não foi algo fácil, mas estava mais que determinada a ir para casa e ficar o mais longe possível
daquela cidade.
- Eu me sinto como uma inválida. – Murmurou, enquanto Jacob a ajudava se sentar na cadeira
de rodas.
- Cuidado com a sua lateral. - Ele disse com olhos brilhantes ao se inclinar para baixo de forma
a poder falar em seu ouvido. – Não existem ossos quebrados nesse belo corpo, apenas alguns
problemas temporários com as suas costelas.
Ela prendeu a respiração ao ouvir a sua voz rouca em seu ouvido, de forma que conseguiu
apenas acenar.
Foi então, que recordou de algumas das coisas que ele havia lhe dito na noite anterior. Será
que estava sonhando ou ele havia realmente lhe dito que iria reconsiderar a relação dos dois?
Ela sentiu a sua mão apertar o seu ombro antes dele empurrar a sua cadeira de rodas de volta
para o quarto.
Naquele instante, foi obrigada a fechar os olhos contra o toque de esperança que surgia dentro
dela, lhe afirmando que não foi um sonho a noite anterior. Mas tinha que resistir aquilo, pois já teve
por diversas vezes o seu coração esmagado por ele e como sempre era mais do que provável que ela
estava tendo outra de suas alucinações.
Droga.
Assim que retornou ao quarto, ele a ajudou a voltar para a cama e assim que terminou de cobri-
la, a enfermeira Tammy entrou.
- Bem, se continuar assim terei que procurar outro emprego, Doutor Hartley? - Ela falou
abrindo um grande sorriso ao acenar para o cobertor dobrado de forma perfeita em cima de Tess.
- Ela é a minha única paciente. - Ele disse com um sorriso enquanto seus olhos contemplava
Tess. – Dessa forma o seu trabalho está mais que garantido.
- Jura! - Ela disse rindo antes de puxar o aparelho de pressão arterial do suporte na parede e
colocar em torno do braço de Tess.
– Acho que você faz um trabalho tão bom com ela que me sinto até mal diante de tamanha
dedicação. - Ela acrescentou com uma piscadela para a Tess, o que a fez sorrir.
101
Ela gostava de Tammy e curiosamente ela não agia como se Jacob fosse o único homem na
Terra quando estava no quarto com eles, como as outras mulheres faziam.
- Ele sempre acelera a minha pulsação.
Esse foi o único comentário que ela fez sobre ele, numa noite em que Jacob saiu para pegar
uma xícara de café. Mas Tammy era muito bonita. Ela era alta e de pernas compridas, com cabelos
ruivos e olhos castanhos escuros. Não só isso, ela tinha uma verdadeira compaixão pelas pessoas o que
era algo muito simpático.
Quando o telefone de Jacob tocou, ela deu-lhe um olhar reprovador, afinal aquilo não era algo
autorizado dentro dos quartos, mas como os médicos nunca seguiam as regras...
Ele apenas lhe lançou um sorriso e passou um dedo sobre os lábios em um gesto tão bonito que
Tess pensou que ninguém conseguiria não perdoa-lo por aquele deslize.
Ele nem sequer se incomodou diante da sua expressão, quando o puxou para fora do bolso e
olhou para o identificador de chamadas.
- É o Lance. - ele apenas apertou a tecla de atender e virou-se para a janela.
- Eles nunca escutam. - Tammy sorriu e continuou medindo os seus sinais vitais. Após finalizar
o processo, lançou um olhar para as costas largas de Jacob antes de olhar novamente para a Tess.
- Lance é o advogado? - Perguntou ela.
Tess assentiu.
- Solteiro?
- Sim. – Tess sussurrou o que fez Jacob lhe lançar um olhar desconfiado antes de retomar a
conversa.
Tammy ronronou o que fez com que Tess começasse a rir de novo.
-Mas não crie muitas esperanças, - acrescentou Tess - eles todos são muito mulherengos. ‖
- Exceto esse aí. - Ela assentiu com a cabeça em direção a Jacob. - Afinal, ele só tem olhos para
você.
- Eu já te disse -
- Eu me recordo muito bem do que você me disse, mas saiba que o comportamento dele diz
outra coisa bem diferente.
Ela apertou a sua mão e em seguida, mudou de assunto ao ver como aquilo a incomodava.
Se ela não conseguia ver como aquele homem lindo e cobiçado por todas as mulheres daquele
prédio era afim dela, não era a sua obrigação ter que provar isso.
Ela estava certa de que aquele médico lindo, a qualquer momento deixaria tudo aquilo claro
para ela, e muito em breve, se estivesse interpretando bem a forma como ele a olhava. Não era
apenas um olhar de carinho, era algo muito além.
102
Realmente não conseguiria culpá-lo, pois a Tess era uma jovem absolutamente linda, apesar de
nunca tê-la visto agir com toda aquela confiança dele, ao contrário, ela era cheia de humildade e
embora tivesse acabado de passar por um evento terrivelmente traumático, soube lidar com isso muito
bem.
Obviamente, era muito divertido estar ao redor dela, pela forma como eles constantemente
faziam piadas ou provocação um contra o outro.
Também tinha o fato dela nunca ter tomado nada do que Tammy disse como um insulto,
mesmo quando ela chamou seu admirador de Doutor lindo e gostoso.
- Como está a sua dor, após a caminhada? Sei que ele está no topo das coisas, mas deixe-me
sentir pelo menos um pouco útil dentro desse quarto? ‖
- Eu não gosto de morfina.
Ela franziu a testa tentando resolver internamente se a conversa da noite anterior foi ou não
real.
- Muitas pessoas não estão tão habituadas a ela, mas há outras coisas que podemos dar a você.
- Jacob mencionou isso.
- Claro que ele falou. - Ela lançou outro sorriso paciente. - Vou deixar seu controle da dor para
ele, então. Existe alguma coisa que eu posso fazer por você?
- Que tal um milagre para que eu possa caminhar normalmente e sem dor?
- Vou fazer isso, mas saiba que já é um grande milagre, Tess, você estar aqui conosco neste
momento.
Ela disse ternamente e após isso saiu.
Tess se perguntou se o acidente foi tão ruim assim. Seus olhos procuraram Jacob, que ainda
estava de pé, na frente da janela, falando ao telefone. Ele exibia naquele momento um perfil muito
marcante, com a postura ereta e uma mão enfiada no bolso de sua calça cinza.
Apesar do terno caro que usava, havia uma barba de cerca de dois dias em seu queixo, que o
fazia parecer um homem que tinha estado muito ocupado para sequer conseguir fazer a barba. Sua
gravata estava ligeiramente torta e aquilo era algo completamente inusitado vindo dele.
Ele sempre tinha uma aparência impecável e ela sabia o porquê dele estar daquele jeito.
Ela começou a se sentir culpada.
Seu pai só chegaria mais tarde, para passar a noite com ela e assim que ele chegasse ela iria
convencê-lo a voltar para o hotel, para ter aquele descanso tão necessário.
De repente, ela percebeu que mesmo quando seu pai vinha visitá-la ao longo dos últimos dias,
Jacob nunca ia para o hotel. Ele sempre saia para pegar uma xícara de café e algo para comer.
No entanto, este terno era diferente do de ontem.
103
Apostava com qualquer pessoa naquele hospital que ele tinha vários ternos ali e como Tammy
tinha dito antes, ele deveria estar usando a ala médica para tomar uma ducha e se trocar.
Ela esperou pacientemente até que ele desligou o telefone e guardou de volta no bolso.
- Jacob.
Ele se virou para ela sorrindo.
- Lance precisava de uma atualização.
- Sobre meu estado?
- Todos estão muito preocupados com você. - Acrescentou enquanto caminhava de volta para a
cama. - Não posso culpá-los por isso.
- Eu preciso te perguntar uma coisa. - Ela disse seriamente.
- Pode me perguntar qualquer coisa. - Ele disse erguendo as sobrancelhas escuras.
- Você esteve aqui o tempo todo desde que chegou a este hospital?
- Sim, assim que soube corri para cá.
Ele havia chegado lá duas horas após aquele telefonema miserável e ele já havia contato isso
para ela.
Ela podia ver que ele não havia entendido o que estava tentando dizer.
- Não é isso, o que eu quis lhe perguntar é se você tem ido até o hotel para dormir um pouco?
Seu rosto tornou-se uma máscara.
- Estou bem.
- Jacob... Você precisa descansar um pouco.
- A Equipe do hospital tem me ajudado.
- Não é a mesma coisa e você sabe disse. - Ela lhe repreendeu. – Hoje à noite, o meu pai ficará
comigo e você irá direto para o hotel dormir um pouco.
- Tess... Já lhe disse antes, estou acostumado a isso.
- Eu não acredito nisso. Sei que já trabalhou longas horas seguidas Jacob, mas isso aqui é
diferente, a única paciente aqui sou eu.
Ela disse aquelas palavras com grande hesitação, não tendo certeza se era por sua causa ou se
ele se dedicava assim com todos os seus pacientes.
Ele se inclinou sobre ela, colocando as mãos em ambos os lados de seu corpo e olhou para
baixo diretamente nos seus olhos.
- Sim, você está certa.
Ele disse enquanto seus olhos percorriam o seu rosto.
- A única paciente aqui é você Tess, mas não vou deixar o seu lado até me sentir confortável
com a sua recuperação. E já deixei bem claro isso na última noite.
- Última noite?
104
Ela respirou perguntando se tudo o que passava pela sua cabeça era real. Mas naquele processo,
ela sentiu o aroma do seu perfume caro, o que a fez desejar fechar os olhos e respirar ainda mais fundo.
Poderia outro homem na face da terra ter um cheiro tão bom como o dele?
E como conseguia parecer tão cansado e ainda assim cheirar tão celestial.
Ele balançou a cabeça ao olhar novamente para o seu rosto.
- Eu posso ver por sua expressão que você se lembra perfeitamente da noite passada.
- Não me lembro, - ela disse rapidamente.
Ele deixou um pouco o seu sorriso puxar um canto de sua boca, sabendo que ela não estava
dizendo a verdade.
- Eu disse a você que nós iríamos reexaminar a nossa amizade, mel. Você não se lembra?
- Um pouco. - Ela admitiu baixinho.
Ele levantou a mão e roçou carinhosamente pelo seu rosto fazendo-a prender a respiração.
Será que tudo aquilo era real?
- Aquelas...
- Mas...
- Silêncio. - Ele disse suavemente, enquanto abaixava a cabeça e roçava a sua boca na dela.
Então, ele levantou a cabeça o suficiente para que seus olhos fitassem os dela.
- Vou levar você para a minha casa e vamos tentar conhecer um ao outro enquanto cuido de
você.
- Você realmente quer isso?
Ela mal conseguia falar, pois a sua boca ainda formigava daquele breve, mas gentil toque.
- Sim. - Ele disse permitindo um sorriso lento e sensual cruzar o seu rosto bonito. - E muito.
-Você não está apenas se sentido culpado?
- Sim. No entanto, esta decisão não tem nada a ver com isso, Tess. Eu não saio com mulheres
por pena.
- Isso é um convite?
Mesmo que ele tivesse dito isso de uma forma indireta, ainda assim a surpreendeu ao
mencionar aquela palavra.
- Se você aceitar. - Ele respondeu.
- Você quer namorar comigo? - Ela ainda repetiu surpresa.
-Não fique tão surpresa, afinal, você está longe de ser algo repulsivo. - Ele brincou fazendo-a
sorrir.
- É... Bem... Achei que você não queria namorar... Sério...
- Antes talvez, mas não agora.
- O que mudou na sua mente?
105
- Bem, você sabe. - Ele disse pairando sobre ela. -Eu quase perdi você.
- Mesmo?
A onda de emoção que passou por ela diante daquela sua admissão suave quase fez o seu
coração parar de bater.
Ele assentiu.
- Eu também senti a sua falta, Jacob.
Ela sentiu as lágrimas queimarem seus olhos quando ele abaixou a cabeça novamente e beijou
as suas bochechas antes de se levantar de novo.
- Eu sei que causei um grande dano a você há pouco tempo, mas me dê uma chance de fazer as
coisas direito dessa vez, está bem?
Ele quis realmente dizer aquilo.
Ela tinha certeza disso.
Afinal, Jacob nunca falava nada que não quisesse dizer.
Lentamente, ela balançou a cabeça e ficou com o coração batendo descontrolado quando ele lhe
lançou um daqueles sorrisos sensuais que tanto amava.
Como poderia lhe negar qualquer coisa?
Ela o amava de todo coração.
106
CAPÍTULO OITO
Ela deu um suspiro de alívio tão grande, quando apareceu no seu campo de visão a casa dos
Hartley’s. Se sentia completamente exausta devido à viagem de avião, apesar de eles esperarem três
dias para realiza-la, após ser liberada do hospital.
O médico a havia feito caminhar vinte passos sozinha, antes de libertá-la, sem falar da
promessa de Jacob em acompanha-la em seus exercícios.
No entanto, ele não estava fazendo um bom trabalho.
A cadeira de rodas havia sido deixada no portão do aeroporto quando ele a tirou dela e levou-a
em seus braços para o avião, sem nem ao menos lhe dar a oportunidade de experimentar uma
caminhada.
- Você está muito cansada. - Ele respondeu às suas perguntas não ditas. – Inclusive, com
olheiras sob seus olhos.
- Você também.
- Ah. Mas eu posso andar bem melhor que você.
Ele lançou um sorriso com covinhas.
Seu pai apenas balançou a cabeça enquanto abria caminho.
Assim que o avião pousou, ele repetiu o gesto ao deixar mais uma vez a cadeira de rodas de
lado, assim que ele a pegou no colo mais uma vez ela ouviu uma das aeromoças suspirar.
Bem, ela realmente não conseguia culpá-la. Jacob era absolutamente um cavaleiro.
Colt estava esperando por eles no aeroporto e lhe deu um abraço forte antes de Jacob carregá-la
até o caminhão.
Ele ainda a acomodou no assento do meio, enquanto seu pai e Colt cuidavam das bagagens.
Depois de deixar Chuck na sua casa, eles seguiram para a casa principal.
- Estou surpresa como o meu pai está aceitando bem tudo isso. - Ela falou para Jacob enquanto
Colt ajudava o seu pai descarregar a sua bagagem.
- Realmente, não lhe dei muita escolha.
Ela apenas olhou para ele.
- Eu disse a ele, - ele continuou com uma expressão de surpresa, - que a única maneira de você
ser liberada do hospital antes do tempo, era por ter insistido que eu cuidaria pessoalmente de você.
- Você não tem que trabalhar?
- Daqui a alguns dias. Mas não antes de ter certeza que você conseguirá se virar sozinha.
107
- Esqueci-me dessa parte.

Ela havia esquecido completamente que não podia subir e descer escadas. Na verdade, até
poderia ser capaz de fazer isso, porém ainda não havia tentado.
Isso significaria que ele teria que levá-la até o quarto dela, o tempo todo.
Não que ela se importasse, afinal, ficar naqueles braços fortes durante aquele dia havia sido
incrível.
Ela ainda podia sentir cada contorno duro do seu corpo sob as roupas dele enquanto ele a
abraçava com força.
- Vou lhe dar muito trabalho. - Ela disse tentando manter a sua mente estável.
Ele sorriu.
- Duvido. - Ele se curvou e beijou a ponta do seu nariz. - Fique paradinha. Preciso falar com
seu pai antes de irmos embora.
Ele disse, saindo do caminhão enquanto a sua risada o seguia.
Afinal, ele sabia muito bem que ela não podia se mover...Mesmo que quisesse.
Ela viu através do espelho lateral quando Jacob apertou a mão do seu pai e Colt se juntou a
eles. Ela não conseguia ouvir o que estava sendo dito, mas percebeu que em várias vezes o seu pai
olhava para o caminhão, antes de balançar a cabeça e falar algo.
Um momento depois, ambos os irmãos voltaram para o caminhão, assim que entrou, Jacob
esticou o braço sobre as costas do seu assento o que permitia que a sua mão descansasse em seu
ombro.
Ela teve que admitir que amava loucamente todo aquele seu protecionismo.
Colt e Jacob começaram a falar sobre negócios, mas ela não se importava desde que ele não
retirasse a sua mão do seu ombro.
Ele distraidamente começou a lhe acariciar a nuca com os dedos enquanto falava e se alguém
lhe perguntasse do que se tratava a conversa, ela não conseguiria responder.
Maria deve ter ouvido o caminhão chegando, porque se apressou para fora da porta da frente e
ficou esperando eles nos degraus.
108
Colt saiu do carro e começou a descarregar a bagagem, enquanto Jacob estendia a sua mão para
Tess.
- Você deve me deixar andar um pouco.
- Não hoje. - Ele disse enquanto a pegava mais uma vez nos braços. - Além disso, gosto da
forma como você se encaixa neles.
- Jacob! - Ela sussurrou asperamente, esperando que ninguém tivesse lhe ouvido.
- Eles irão descobrir mais cedo ou mais tarde, na realidade todo mundo quando tivermos que
irmos juntos para a cidade.
- Mas vou ficar por um tempo aqui, com a sua família.
- Existe algo puro entre nós, mel.
Ele deu-lhe um olhar duro.
- Eu jamais iria comprometê-la debaixo do meu teto e minha família sabe disso.
- Pobre menina! - Disse Maria, enquanto Jacob subia as escadas para a varanda e entrava na
casa com ela em seus calcanhares.
- É uma coisa depois da outra. Está com fome?
- Estou muita cansada. - Ela disse ao mesmo tempo em que colocava a cabeça no ombro de
Jacob.
- Você gostaria de um pouco de chá?
- Agora não é hora de dar uma de mãe Maria, ela precisa tirar um cochilo antes da ceia.
Maria parou e colocou as mãos nos quadris.
- Bem, então vou lhe fazer uma canja leve... E saiba que vou ser a mãe dela o quanto eu quiser.
- Esse é o meu prato favorito. - Ela levantou a cabeça e sorriu para a mulher sobre o ombro de
Jacob. – Essa aí me conhece bem. – Acrescentou, piscando para ela antes dela virar e voltar pisando
duro para a cozinha.
Jacob subiu a longa escadaria facilmente com ela em seus braços e chutou a porta do seu quarto
depois que entrou.
Ela levou um momento para perceber que ele não havia lhe colocado no chão, pois mantinha
seus olhos fechados enquanto se inclinava contra ele.
Finalmente, quando percebeu que ele não se movia, abriu os olhos e encontrou-o apenas
olhando para ela.
- Você é muito bonita, Tess. ‖
Ela sentiu-se corar percebendo que ele estava olhando para ela enquanto secretamente
desfrutava do seu abraço.
- Coloque-me no chão.
109
Ele sorriu vendo a mudança de cor em suas bochechas.

- Fracote.
- Pode me chamar do que quiser. Afinal, você sabe como me sinto sobre você.
Ele virou a cabeça e esfregou o nariz no cabelo em sua testa.
- Isso é muito lisonjeiro. ‖
Então, ele beijou a sua testa antes de se abaixar e coloca-la sobre a cama.
Ela esperava que ele saísse logo em seguida, mas ele apenas puxou o cobertor sobre ela e em
seguida, sentou-se ao lado do seu quadril enquanto ela rolava um pouco para o lado.
- Não consigo dormir com você aqui me olhando desse jeito.
Ele riu.
- Eu só quero mais um minuto com você antes de sair. Há algo que gostaria de lhe perguntar.
Seu cérebro estava funcionando a todo vapor tentando descobrir o que poderia ser. Talvez ele
tivesse mudado de ideia sobre a relação deles.
- Haverá um baile, no próximo sábado e gostaria de levá-la. Acredito que essa seja a melhor
maneira de nos tornarmos conhecidos como um casal. Prometo que estará de volta em sua casa e na
sua cama as 22h.
De repente ficou sério.
- Não será fácil para você, Tess. Haverá fofocas sobre nossa diferença de idade...
- Você pensou que pode ser ao contrário?
- Para o homem é sempre mais fácil.
- E isso incomoda você?
- Antes sim, mas não agora. Eu sei como você é doce e minha preocupação é que você será a
vitima da fofoca, por causa do nosso relacionamento.
Ele balançou um dedo entre eles.
- Nunca me preocupei com o que as pessoas pensavam sobre mim, mas quero que você esteja
preparada para isso.
Lindsay Scott apareceu em sua mente e ela sabia o por quê.
Aquela era o tipo de mulher que o Jacob era visto com frequência e possivelmente ela jamais
permitiria que algo a incomodasse.
Ela era uma experiente socialite, enquanto Tess não passava de uma menina criada na fazenda.
Embora já tivesse participado de vários bailes com os Hartley’s antes, todos na ocasião tinham
suas próprias acompanhantes, ou seja, não tinha nenhuma pressão sobre si.
Mas esse baile seria diferente.
110
Os irmãos Hartley’s eram os solteiros mais desejados da cidade e ela sabia que todos os olhares
do sexo feminino estariam sobre ela durante o evento e mesmo que nunca tivesse lidado com esse tipo
de pressão, tinha a vantagem de conhecer a todos naquele evento.
Ela olhou para ele enquanto pensava se ele estava preocupado em como ela se sentiria, sendo
olhado sob uma luz diferente.
Ele deveria estar tentando preserva-la mais do que se pensava, inicialmente.
Será que a Tammy estava certa sobre a maneira como ele a enxergava?
Ela era inexperiente demais para perceber a situação como um todo, mas quem sabe isso não
tinha um pouco de verdade.
- Já sou uma menina grande Jacob, eles não iram me incomodar.
- Que bom. - ele disse com um olhar desconfiado. - Mas-
Ele se levantou.
- Vamos descobrir isso em breve, agora durma um pouco.
Ele virou e saiu do quarto.
Colt estava esperando por ele na parte inferior da escada, com as mãos enfiadas nos bolsos de
sua calça jeans.
- Ah, eu sei o que significa esse olhar. - Ele disse, parando a poucos passos acima do seu irmão.
- Espero que você saiba o que está fazendo. Ela é a Tess.
Porque havia sido o Colt a lhes buscar no aeroporto e voltar para casa com eles no caminhão?
Será que ele havia notado todos os momentos afetuosos entre Jacob e Tess?
Embora já soubesse como a Tess se sentia, por causa de sua confissão há alguns meses atrás,
ele não era nenhum santo.
Ele respirou fundo enquanto passava a mão desesperadamente pelo seu cabelo escuro.
- Eu sei, cara.
Colt assentiu e pegou no bolso de trás um maço de cigarros.
- Vamos, Jake. Vamos lá, para fora fumar um cigarro. Maria com certeza nos mataria se
fumássemos dentro de casa.
-Certo. - Ele falou enquanto seguia seu irmão mais novo para fora.
111
Colt nunca falava com ele sobre esse tipo de assunto, assim como ele, também. Nenhum deles
não verdade se metia na vida do outro, mas Tess era uma exceção.
E aquele comentário era apenas para que ele soubesse que, tanto Lance como ele, iriam ficar de
olho nele.
Naquela noite, no jantar, Tess teve que admitir que estava orgulhosa de si mesma.
Ela havia conseguido descer as escadas com Jacob andando na sua frente, enquanto ela
segurava no corrimão apenas com uma mão e seu ombro com a outra.
Levou bastante tempo, mas ela havia conseguido.
Ele também havia lhe roubado um beijo breve na boca.
Jacob segurava o seu braço quando surgiram na sala de jantar e ela ficou ainda mais feliz
quando viu que o seu pai iria se juntar a eles para o jantar.
Depois que ele a ajudou a se sentar, Lance disse a Jacob sem rodeios, que a família não
precisava morrer de fome enquanto ele e Tess namoravam.
Houve um breve silêncio até que Chuck falou:
- Maria faz o melhor rosbife dessa cidade.
Ele falava enquanto espetava uma fatia, como se Jacob e Lance estivessem apenas discutindo
sobre o tempo.
Tess, cujas faces estavam escarlates, não conseguia acreditar que após aquele comentário sem
lógica do seu pai, Jacob havia caído na gargalhada seguido por outras risadas guturais.
Quando o jantar acabou todos começaram a se dirigir para as suas várias tarefas na fazenda,
porém Jacob, antes de tudo, escoltou Tess até o balanço, na varanda da frente.
Seu pai se juntou a ela cerca de 20 minutos depois.
112
- Você parece bem melhor. - Ele disse ao sentar ao seu lado.

- Estou começando a me sentir normal. - Ela disse, olhando para os próprios pés ao se balançar.
- Jake disse que poderei leva-la para casa em alguns dias.
Ela dirigiu ao seu pai um sorriso genuíno.
- Cheguei a pensar que ele era meu pai, do jeito que ele me dava ordens.
Chuck riu.
- Bem mel, ele se preocupa com você. Você deveria tê-lo visto no hospital. Eu conheço bem
sobre os animais e não sobre as pessoas, mas tudo o que posso dizer é ‘graças a Deus’ que ele estava
lá. Eu fui um inútil.
- Sinto muito por você ter que passar por isso, pai. - Ela disse sinceramente. - Deve ter sido um
pesadelo.
- Jake estava certo, você precisava ver se havia alguma coisa lá fora para você, então me senti
feliz com o fato dele estar lá comigo e cuidar de você. Eu não sei como poderia ter lidado com tudo
isso, se ele não estivesse lá. Devo-lhe muito, mel.
- Eu também.
Chuck sorriu para ela.
- Deixe-me arcar sozinho com esse fardo. Você agora precisa apenas relaxar e desfrutar da sua
vida.
Depois de um momento contemplando as palavras do seu pai, ela balançou a cabeça.
- Ok, mas estou realmente contente de voltar para casa.
- Eu também.
Ele disse ao se levantar.
-Eu te amo, minha garotinha.
- Eu também te amo - Ela disse tentando não chorar.
- Vejo você amanha.
Ela assentiu com a cabeça e o observou entrar em seu carro e ir embora, esperando que ele não
se sentisse tão solitário, enquanto ela se recuperava no casarão.
Maria apareceu depois de dez minutos e deu-lhe um copo de chá gelado.
- Obrigada. Acho que o sabor de cereja deve ser muito bom!
- Claro que é. - Ela disse rispidamente, antes de voltar para dentro da casa.
Tess apenas sorriu.
Maria era uma mulher rabugenta, mas fazia a sua sobremesa favorita, apesar de lhe trazer um
copo de chá gelado sem nem ao menos perguntar se ela queria ou não.
113
Durante as próximas horas ela apenas ficou lá, assistindo a um grupo de cavalos galopando em
um dos pastos distantes enquanto o sol começava a descer. Esta terra era tão bonita, que durante vários
momentos ela chorou sentindo a sua falta enquanto estava em Nova York, sem falar, que teria dado
qualquer coisa para voltar para casa.
Mas Jacob havia dito que não a queria ali.
Ela realmente se perguntava se ele apenas não estava com pena dela, pois parecia ter de repente
mudado de ideia.
Ela sabia que ele provavelmente se culpava pelo que havia acontecido com ela, o que não era
certo. Ela era desajeitada e não tinha se acostumado com todo aquele tráfego, o que a fez pisar na pista
sem verificar, mesmo que o direito de passagem fosse dela. Independentemente disso, ela jamais lhe
diria ‘não’ e não só isso, ela esperava descobrir se o comentário de Tammy era verdade, apesar de
saber que mesmo que fosse verdade, não iria saltar direito em suas mãos como antes.
Até aquele momento, o carinho que ele estava lhe dispensando não era mais do que pequenas
carícias ou um pequeno beijo na boca, bochecha ou testa, ou seja, nada comparado ao que um homem
e uma mulher, que se preocupava um com o outro, não faria.
Um sentimento de tristeza passou por ela, fazendo-a pensar que talvez ele estivesse apenas
tentado fingir namorar com ela apenas para agradá-la, depois do que ela passou, afinal, sabia como ele
se importava com ela.
Mas será que ele era realmente capaz de fazer uma coisa dessas?
Ela mordeu o lábio inferior desejando não ser tão insegura.
- Ei!
Uma voz familiar a tirou daqueles pensamentos negativos e ela não conseguiu conter tamanha a
gratidão que sentiu ao ver Tom subindo em direção à varanda.
-Oi!
Ele sentou ao seu lado.
- Como vai você?
- Ah... Puxa me sinto como se tivesse sido atropelada por uma van.
Ele riu.
- Serio? É bom ver que você não perdeu o seu senso de humor.
114
- Isso faz parte da minha essência.

Tom estendeu a mão e pegou a sua antes que ela pudesse detê-lo.
- Nós estávamos todos preocupados com você, mel.
- Tom-
Ele sorriu.
-Não se preocupe, eu gosto muito do meu trabalho.
Suas sobrancelhas se levantaram.
-O que isso significa?
- Colt avisou que não devo chegar perto de você, mas neste momento não me importo.
Ela gemeu.
-Tudo bem. Mas agora estou começando a pensar que há mais de um homem interessado em
você e que não se trata do Colt, porém devo admitir que, infelizmente, você não é o tipo de garota que
eu deva perseguir quando ainda não estou disposto a sossegar.
- Existe alguma coisa que você poderia adicionar para aumentar o meu embaraço?
Ele estudou seu rosto por um momento antes de lhe dirigir um sorriso bonito.
- Não, acho que já fiz o meu melhor.
Ele olhou para cima. - A não.
- O quê foi?
- Lá vem o Jacob. É melhor cair fora.
Ele soltou a sua mão e se levantou.
- Cuide-se, querida.
Tess dirigiu a atenção para Jacob e notou que ele estava com uma carranca em seu rosto
quando se aproximou da casa. Apesar disso, não conseguia deixar de admirar as suas longas pernas.
Será que não havia nada naquele homem que não achasse atraente?
-Você, também.
Só após se recuperar daquela visão espetacular conseguiu responder ao Tom, ao mesmo tempo
em que deixava a varanda para se aproximar de Jacob.
Era óbvio que eles estavam falando sobre ela quando Jacob fez um gesto em sua direção,
mesmo que não fosse possível ouvir o que eles estavam dizendo.
Tom apenas assentiu com a cabeça e lançou-lhe um olhar.
Parecia que todos tinham um monte de coisa a falar sobre ela ultimamente, porem ela nunca era
incluída nessas conversas.
Finalmente, deu um suspiro de alívio quando Jacob apertou a mão de Tom antes de deixa-lo ir.
115
- Eu gostaria muito que as pessoas parassem de falar de mim como se eu fosse invisível. - Ela
disse enquanto ele subia os degraus.
Ele parou na sua frente, mas não se sentou.
O olhar em seu rosto era impossível de ler. Era aquele olhar médico que já tinha presenciado
tantas vezes.
-O quê foi?
- Realmente não quero repetir o que eu disse ao Tom, Tess.
- Eu te disse que-
- Pode não ser da sua parte, mas isso não significa que se estenda para ele.
Ele se inclinou sobre ela, colocando uma mão em cada um de seus ombros e trazendo a sua
face a poucos centímetros do seu rosto.
- Não quero os meus funcionários correndo atrás da minha namorada quando viro as costas.
Ele podia mal ter lhe tocado, mas certamente sabia a maneira como o seu corpo reagia a ele.
Todo o seu corpo estava eletrizado.
- O que você disse?
- Você me ouviu. - ele disse com firmeza. - Fique longe do Tom.
Ela piscou.
Ele realmente parecia com ciúmes!
Mas Jacob não sentia ciúmes de nada, nem de ninguém.
Será?
Depois de um breve momento olhando para aquela sua expressão ilegível, ela teve a certeza de
que ele estava com ciúmes dela. Uma grande emoção passou por ela e não pôde evitar o sorriso que
surgiu em seu rosto.
Quando ele percebeu a sua reação apenas resmungou e se afastou um pouco dela.
- Não leve isso na brincadeira, Tess. Eu realmente quis dizer o que disse. Eu vou matá-lo, da
próxima vez. - Ele disse, apontando o dedo para ela em advertência.
Ela apertou os lábios para evitar outro sorriso, ao mesmo tempo em que balançava a cabeça,
tentando parecer que estava levando a sério, mas falhando miseravelmente.
Ele estreitou os olhos.
- Você está invadindo um território muito perigoso, mel. Eu estou tentando me comportar, mas
se você continuar me provocando assim, vou colocá-la sobre o meu joelho e mostrar-lhe como
pertence apenas a mim e certamente não estou apenas me referindo a uma palmada, apesar de achar
isso algo bem interessante, neste momento.
-Jacob! - Ela explodiu. - Não fale isso!
116
Desta vez ele sorriu e permitiu que o seu olhar percorresse todo o seu corpo, demorando em
pontos estratégicos.
Quando Tess percebeu suas segundas intenções, as suas bochechas começaram a aquecer e ela
tinha certeza de que elas estavam completamente coradas.
Já não bastasse aquele seu sorriso, que era absolutamente pecaminoso, ainda havia um brilho de
desejo em seu olhar que lhe permitia ver todas as profundezas do seu desejo através dos seus olhos.
Em seguida, convencido de como a afetava, ele enfiou as mãos nos bolsos da calça jeans e se
afastou assobiando.
Havia lutado tanto para não saltar com o coração nas mãos e apenas naqueles poucos minutos,
ela havia lhe entregado tudo e assim que ele teve certeza de que ela sabia disso, foi embora.
Oh senhor...Ela pensou. - Estou em apuros.
117
CAPÍTULO NOVE
Os próximos dias voaram e ela quase não viu Jacob, pois ele havia voltado ao trabalho no dia
seguinte, após ela lhe mostrar que era capaz de subir ou descer a escada sozinha.
Tess ainda lutava contra o cansaço daquela experiência desagradável e quase todas as noites ia
para a cama bem cedo, ou melhor, bem antes de Jacob chegar da clínica.
Ele estava obviamente tentando recuperar o tempo perdido no trabalho, devido ao período em
que havia cuidado dela.
Aquilo, realmente, não era justo.
Ele deveria estar totalmente esgotado.
Jacob estava exausto, mas não havia muito a fazer.

Ele havia despachado a Rita para casa após o expediente, mas como os últimos dois dias, ainda
estava no escritório analisando os arquivos de seus pacientes, que David havia atendido enquanto ele
estava fora.
Ele sabia que devia ao homem umas longas férias, devido ao que havia realizado naquele
período tão curto.
Levantou o braço para verificar as horas. Eram quase dez horas e ele se sentia mais que cansado.
Infelizmente, também não havia visto a Tess naqueles últimos dois dias e naquela altura era
impossível não admitir que sentia falta dela.
Ele se levantou e recolheu os arquivos, iria apenas deixá-los na mesa da Rita, para que ela
arrumasse tudo amanhã, pois de forma alguma iria levar trabalho para casa esta noite.
Hoje, ele precisava ver a Tess.
Contando que ela ainda estivesse acordada. Se não...
Primeiramente, teria que verificar se ela estava na cama ou não.
118
No entanto, quando ele saiu da sua sala em direção a recepção, percebeu que a Rita havia
esquecido de trancar a porta, pois lá estava a Lindsay com um longo sobretudo e assim que o viu, para
a sua surpresa, ela agarrou as bordas e o abriu revelando o seu corpo totalmente nu.
Já passava da meia-noite, mas Tess ainda estava acordada, pois estava esperando pelo Jacob.
Parecia que havia passado uma eternidade, desde que havia lhe visto.
Todos na casa havia a muito tempo ido para a cama, enquanto ela continuava em frente à TV. E,
apenas quando estava assistindo as últimas notícias do dia, foi que ouviu a porta da frente ser aberta.
Rapidamente ela levantou e correu para encontrá-lo.
Jacob estava tirando o casaco quando Tess apareceu no corredor e isso fez com que a culpa o
percorresse ao olhar para ela.
Infelizmente, não conseguiu mascarar a sua expressão a tempo.
- O que aconteceu?
Ele soltou um suspiro pesado.
- Nós precisamos conversar.
- Sobre o que?
- Lindsay apareceu no escritório, hoje à noite. - Ele falou enquanto colocava a sua pasta sobre a
mesa e olhava para ela.
Será que ela havia ouvido direito?
Então, ela começou a juntar as coisas.
Primeiramente o olhar de culpa... Logo após o horário tardio que estava voltando para casa....
Uma sensação horrível perpassou todo o seu corpo.
- Jacob...
Porém, assim que falou o seu nome ela parou de falar, pois não era capaz de eliminar toda a dor
que sentia em sua voz e não queria se expor daquela maneira.
Levou um momento para ele registrar o que poderia estar acontecendo na mente de Tess e só aí
conseguiu reagir.
- Espere um minuto Tess.... Nada aconteceu!
119
Sua respiração de alívio soou muito alto em seus ouvidos, mas mesmo com esse pequeno alivio
ele percebeu que ela não parava de tremer.
- Oh, mel... Pelo amor de Deus... Dê-me pelo menos um pouco de credito. - Ele disse enquanto
caminhava até ela e a segurava em seus braços.
Após um momento completou:
- Estou totalmente arruinado para as outras mulheres, será que você não percebe isso?
Ela balançou a cabeça contra o seu peito, fazendo com que pela primeira vez naquele dia soltasse
uma risada gutural e profunda.
Logo em seguida, segurou o seu rosto entre as suas mãos, fazendo com que olhasse dentro dos
seus olhos.
- Eu disse que queria falar com você, porque suspeito que a Lindsay fará o possível e o
impossível para ficar entre nós. Sinto muito que você seja obrigada a ser arrastada para tudo isso, mas
quero ser franco com você em tudo, desta forma preciso alerta-la que, obviamente, ela não se
conformará com essa situação tão docilmente. Mas saiba que depois que consegui me livrar dela, fui
jantar sozinho, para que pudesse pensar melhor em uma solução.
Ele não quis acrescentar que precisava de um tempo para relaxar, porque Lindsay foi mais do
que pegajosa e nada fácil de dissuadir. Ele havia levado pelo menos quarenta e cinco minutos para tirá-
la da sua clínica.
Ela estava determinada a tê-lo, para poder lhe mostrar como a Tess era muito jovem e
inexperiente para ele.
Foi quando percebeu que aquela situação era algo que ele precisava remediar o mais rápido
possível ou não conseguiria mais se concentrar no trabalho, ou em qualquer outra coisa além deste
problema, porque com certeza estava mais que preocupado com as suas atitudes.
- Ok. - Ela falou olhando dentro dos seus olhos. - Eu confio em você Jacob.
- Mas é claro que você confia em mim, Tess... A sua natureza é realmente muito doce.
Ele olhou por cima de sua cabeça por um minuto.
- Será que tem alguém acordado, além de você?
- Não. Lance e Colt foram para a cama há muito tempo.
- Que bom.
- Bom?
- Sim.
Ele disse baixando a cabeça na sua direção.
- Jacob? - Ela murmurou ao perceber que ele estava prestes a beijá-la.
120
- Querida, estou cansado de bancar o bom rapaz. Além disso, não tive uma boa noite de sono
desde que você voltou a morar nesta casa.
- Sério?
Ele apenas balançou a cabeça.
- Então, vamos garantir um tempo para que possamos conhecer um ao outro um pouco mais
intimamente.
Ele não chegou a lhe dar uma chance de responder, pois no segundo seguinte a sua boca estava
sobre a dela fazendo com que ambos esquecessem qualquer coisa. Ela apenas sentia a sua mão ao
redor das suas costas e a outra se enredando em seu cabelo para ajudar a guiá-la sob sua boca.
A última vez que ele a beijou, antes de ir para Nova York, há três longos meses, ainda estava
muito claro em sua memória. No entanto, apesar da sua confissão no outro dia na varanda, ela ainda se
perguntava se ele a via daquela maneira, mas quando começou a sentir a sua língua sondando os seus
lábios, ela soube que tudo o que ele havia dito era verdade.
- Querida, preciso provar esse seu gosto maravilhoso. - Ele murmurou antes de aprofundar o
beijo.
Foi quando percebeu que ele gemeu, mas não tinha certeza.
Finalmente Jacob levantou a cabeça e olhou para ela.
Meu Deus, ela parecia tão desejável....
Isso o fez gemer novamente.
- Vamos para a sala de TV. - Ele disse, enquanto a levava em direção à porta que ela havia
saído momentos atrás.
Tess não havia percebido, mas de alguma forma as suas mãos encontraram os botões da sua
camisa e começou a desabotoá-los.
- Só um minuto, mel. - Ele disse ao soltá-la por um minuto, apenas para fechar a porta.
- Eu não quero nenhum tipo de surpresa. - Acrescentou ao trancar a porta e logo após voltar o
seu olhar aquecido para ela.
- Hum.... - Ela disse distraidamente, enquanto avançava sobre ele e retomava a tarefa de tirar a
sua camisa.
- Ah, inferno. Como você consegue se tornar ainda mais desejável?
Ele a colocou de volta em seus braços e esmagou a sua boca, enquanto se apoiava no sofá.
Fazia quase quatro meses desde que esteve com uma mulher e isso fazia com que o seu desejo por ela
de multiplicasse por dez.
Ele não queria outra mulher.
Ele só queria a Tess.
121
Quando as mãos de Tess terminaram com os botões de sua camisa, ela começou a puxá-la para
fora do cós da sua calça.
- Espera... - Ele disse suavemente, enquanto colocava as mãos em seus quadris para que a
empurrasse para longe por um momento enquanto desfazia o nó da gravata.
Assim que a deitou no sofá, ele a agarrou novamente, incentivado pelo pequeno suspiro que
escapou dela.
- Se você quer que eu pare, eu paro.
Porém, mal terminou de falar já tomou a sua boca de novo, sem lhe dar qualquer espaço para
responder.
Senhor, se ela pudesse falar com certeza seria a palavra ‘não’ que teria dito.
Ela empurrou a camisa de seus ombros largos e com a ajuda dele, ela acabou se juntando a
gravata no chão e permitindo que a metade superior ficasse completamente nua.
Suas mãos começaram a explorar os contornos do seu corpo e ela ficou totalmente surpresa o
quão ele era tão bem construído.
- Tudo em você é tão duro, Jacob. - Ela finalmente conseguiu dizer.
- Tess... Você não deveria dizer isso a um homem, no estado em que me encontro no momento.
- Ele falou com a sua voz completamente rouca.
Mas ela não lhe ouviu.
Suas mãos já estavam em seu cinto quando ele ficou totalmente parado, aquilo a trouxe para
fora de seu estado e a fez levantar os olhos para ele e notar como estava sendo descarada.
- Oh, meu Deus... Jacob-
Ela ia começar a se desculpar por sua agressividade quando ele a interrompeu.
- Não... Não se atreva a se sentir envergonhada. Eu quero você sempre dessa forma, apenas não
acho justo estar quase nu e você totalmente vestida.
- Como?
Ela ainda estava mergulhada profundamente naquela névoa de desejo e não conseguia pensar
direito devido aquela necessidade profunda de ver e possuir ele.
- Assim... - Ele falava enquanto puxava delicadamente a sua camiseta para fora da sua calça
jeans. - Dessa maneira...
De repente, ela percebeu o que ele queria dizer e teve um ataque de timidez, fazendo com que
as suas mãos congelassem.
- Não... - Ele falou olhando para ela. - Você não pode recuar agora, Tess. Você é uma mulher
madura e estou tão ligado a você nesse momento que consigo sentir isso por todo o meu corpo.
Por alguma razão ela sempre soube que Jacob era muito assertivo neste aspecto, mas ainda
assim aquilo a surpreendeu, mas não da forma como sempre imaginou que seria.
122
O olhar quente e determinado dele fez com que todo o seu corpo pegasse fogo. Ele nunca
disse uma palavra, apenas a olhava com aqueles seus olhos marcantes, até que ela começou a sentir a
sua resistência e timidez diminuir.
Um sorriso triunfante se espalhou pelo seu rosto quando ela alcançou as suas mãos e lhe
permitiu levantar a sua camisa sobre a cabeça.
Ele a descartou rapidamente e fez uma pausa para olhá-la.
- Lindo!!!!
Ele falava enquanto colocava um dos seus seios em sua mão.
- Eu sabia que você teria seios belos Tess, mas como todo o resto, eles simplesmente superaram
as minhas expectativas.
Ele falava enquanto usava a sua outra mão para desprender o seu sutiã.
Tess perdeu a voz novamente, especialmente quando seu polegar esfregou sobre seu mamilo
fazendo-a esticar instantaneamente.
Ela apenas inclinou a cabeça para trás gemendo e nem mesmo percebeu quando ele retirou o
seu sutiã.
Jacob se inclinou e passou a boca pelo seu pescoço arqueado, enquanto ele habilmente brincava
com seus seios.
Ela tinha um gosto requintado e estava completamente indefesa sob seu toque e ele adorava
isso nela.
Ela se acendia e reagia a cada toque com um desejo tão devasso, que ele sabia que poderia
facilmente levá-la até onde havia sonhado durante todo aquele tempo.
Ele se sentou e a puxou em seu colo até que ela ficasse montada nele, o que permitia que os
seus seios perfeitos ficassem acessíveis a sua boca ansiosa.
-Oh, Deus!
Tess engasgou quando a sua boca quente cobriu um dos seios e com a sua mão ele brincava
com o outro. Ela emaranhou suas mãos em seu cabelo, para forçá-lo a chegar mais perto dela.
Nunca em sua vida havia sentido algo tão bom!
Jacob estendeu as mãos ao redor da cintura dela para trazê-la para perto o suficiente para que
ele pudesse desfazer a pressão sobre seus jeans.
Mas ela nem percebeu.
Talvez tivesse algo a ver com sua boca e língua em seus seios. Ela certamente gostava daquilo,
talvez porque ainda não conhecia as outras coisas que ele ia fazer com ela com sua boca, que com
certeza ela iria gostar ainda mais.
Depois que ele desabotoou e abriu o zíper do jeans dela, suas mãos voltaram para o seu cinto,
isso lhe fez agarrar ainda mais os seus quadris e puxa-la para mais perto dele.
123
Sem perceber, começou a entrelaçar os dedos em seus cabelos e a ajustar a sua boca para que
ficasse em um ângulo em que pudesse beija-la mais profundamente, enquanto a sua outra mão
continuava habilmente a acariciar os seus seios.
Ele sabia que estava sendo agressivo com ela, mas a sua reação a ele apenas encorajava o seu
comportamento.
Quanto mais assertivo ele ficava, mais ela respondia a ele.
E, também, as suas mãos não eram as únicas que trabalhavam, pois as delas continuavam a
explorar ao seu corpo e, de vez em quando, ela cravava as unhas em sua carne enquanto lançava um
gemido gutural e exótico.
Se ele achava que a tinha aonde precisava, aqueles seus gemidos de submissão lhe revelava o
quanto estava errado.
E do jeito que ela estava respondendo a ele, o fazia pela primeira vez duvidar de que ela era
virgem, não que ela já tivesse lhe garantido isso, apenas havia deduzido isso por conta própria.
Ele apertou os braços ao seu redor, amando a sensação de sua carne macia contra a sua,
enquanto ele continuava a agredir a sua boca com a dele.
Tess estava em um mundo diferente e foi automaticamente suplantada pelo seu amor por ele.
Jacob era maravilhoso e tinha um cheiro tão único... E cada vez que a tocava... Ela era
empurrada sobre a borda, cada vez mais e mais profunda, deste novo reino o qual ele estava lhe
mostrando.
E tinha certeza de que não podia chegar perto o suficiente para que pudesse, ao menos,
amenizar esta fome que sentia.
Tudo dentro dela inchava cada vem mais com uma necessidade primal e profunda e aquilo era
algo que ela precisava desesperadamente saciar.
Em algum lugar no fundo de sua mente, ela ouviu chamar o seu nome.
-Tess.
Ele falava asperamente o que lhe obrigou a levantar a cabeça e olhar para ele. - Eu tenho que
saber antes de ir mais longe, se você toma pílula. Porque eu tenho proteção aqui em casa, mas está no
meu quarto. Infelizmente, aqui não tenho nada.
- Pílula?
Ela não conseguia respirar direito quanto mais pensar.
- O que é pílula?
Oh, senhor, como era difícil tirar a cabeça para fora daquelas nuvens de desejo.
- Anticoncepcional.
Assim que percebeu o seu estado confuso, um sorriso diabólico surgiu em seu rosto.
124
Ela estava realmente nas nuvens, tanto que ele esperou um momento para que ela
compreendesse o que ele estava dizendo. Pelo menos, de acordo com aquele seu olhar confuso.
Enquanto esperava, notou como a sua boca estava inchada e seu rosto estava corado, mas o que
mais era atraente naquele rosto era a cor de seus olhos, eles estavam completamente escuros de
desejos.
Pareciam duas esmeraldas molhadas.
- Oh...
Ela disse e acenou com a cabeça.
- Obrigado, Deus. - Ele gemeu ao tomar a sua boca novamente. Em seguida, ele a deitou e
colocou seu peso sobre ela tão rapidamente, que ela mal teve tempo de piscar.
Ela quase disse alguma coisa, mas perdeu completamente o foco quando sentiu seu corpo
contra o dela.
Tess não podia acreditar o quão incrível era ter ele estendido em cima da dela. Mas
rapidamente começou a senti-lo empurrando seu jeans para baixo dos seus quadris e se encontrou
levantando um pouco para ajudá-lo.
Jacob sentou-se sobre os calcanhares para terminar de puxa-los, assim como a sua calcinha e as
suas próprias roupas, antes de deitar sobre ela, novamente.
Menos com pressa, ele não perdeu o quão bonito era o seu corpo nu, porem estava mais que
impaciente para senti-la sob ele, novamente.
As unhas dela cravaram em seus ombros mais uma vez enquanto ele se estabelecia entre suas
pernas e levantava um pouco o seu quadril.
Não havia uma única coisa que os separava agora.
- Jacob... Preciso de você.
- Inferno... Acho que não vou durar muito tempo.
Ele respirou contra a sua boca enquanto tentava encontrar algum controle.
- Estamos chegando finalmente à parte boa. Eu realmente não consigo esperar mais nenhum
segundo. - Ele disse contra sua boca.
Se ele esperava um protesto, certamente isso não aconteceu, ao contrário, em vez disso, ela
deslizou uma das suas pernas sobre o seu quadril.
Ele se ergueu enquanto se ajustava contra ela.
- Tess... Abra seus olhos e olhe para mim.
Ele disse em uma voz áspera, incapaz de esconder o tamanho do seu desejo.
Tess abriu seus olhos apesar de mal conseguir se concentrar.
Ele a tinha completamente só para ele.
Então, ele começou a empurrar dentro dela, porém sentiu algo completamente estranho.
125
Jacob a sentiu primeiramente endurecer e depois ficar completamente imóvel. Depois como
se estivesse em câmera lenta, colocar a mão sobre a boca para se impedir de gritar.
De alguma forma ele esteve durante todo aquele tempo tão envolvido em ter ela, que havia
esquecido o fato dela ainda ser virgem.
Não só isso, ela o havia envolvido tão perfeitamente na sua sedução que o seu próprio gemido
de prazer abafou o seu grito de dor.
Ele imediatamente parou.
- Tess? - Sua voz soava estranhamente distante.
- Dói muito! - Ela soluçou.
- Oh, meu amor... Sinto muito. Eu sou um grosso.
Ele murmurava, enquanto beijava as lágrimas que começavam a cair por suas bochechas.
Ela podia sentir que os braços dele, que estavam de cada lado da cabeça, tremer tanto com a
restrição, que a almofada sob a sua cabeça começou a balançar.
Seus olhos procuraram os dele e ela pode ver a tensão em sua expressão, juntamente com a
culpa que sentia tão misturadas.
E, também, o tamanho da sua força para resistir se mover dentro dela.
Em seguida, para sua surpresa, ele começou a se afastar, mas isso apenas a levou a apertar as
pernas ao redor dos seus quadris.
- Não...
Ela tinha certeza de que se ele saísse iria acabar tudo com ela.
- Eu prefiro ter você dentro de mim a ama-lo à distância.
Essa declaração o fez gemer e tomar a sua boca novamente.
Lentamente a sua rigidez começou a escorrer para fora e depois retornar com um movimento
do seu quadril em um ritmo lento e constante. Mas apenas após a terceira ou quarta vez, que ela sentiu
algo explodindo dentro dela com aquela união.
- É gostoso, não é?
Ele disse levantando a cabeça para vê-la depois que ela soltou um gemido.
- Oh, Jacob... Muito...
Ela arregalou os olhos quando a sensação começou a se tornar mais intensa e a se espalhar por
toda a sua pélvis.
Ele sabia por experiência própria quando mudar o ritmo e foi o que fez, quando os gemidos
dela começaram a se derramar de seus lábios entreabertos.
Logo ele já estava se levantando acima dela para que pudesse se aprofundar e meter ainda mais
rápido.
126
Ele sentiu o auge do seu clímax, o qual ela marcou com um dos sons mais sexy de libertação
que já tinha ouvido de uma mulher, o que fez apenas aumentar ainda mais o seu próprio prazer,
fazendo com que os últimos golpes dados antes de sua própria libertação fossem ainda mais duros e
profundos.
O que lhe obrigou a enterrar o rosto em seu ombro para resistir à vontade de gritar em voz alta
e acordar a casa inteira.
Tess podia senti-lo pulsar dentro dela e além do ato em si, ela achou aquilo tão intimo, até que,
de repente, ele parou por um momento para em seguida trazer todo o seu peso sobre ela com um
gemido abafado em seu ombro.
Na verdade, ela estava mais que surpresa por ter notado isso, já que podia jurar que havia
perdido a sua própria visão por um momento.
Provavelmente era devido ao peso dele sobre ela, que mal a permitia respirar, porém como
estava amando a sensação, jamais iria reclamar.
Finalmente, ele levantou a cabeça e olhou para ela.
Ele não proferiu nenhuma palavra, mas ela notou que havia um calor estranho em seus olhos
antes dele abaixar a cabeça e beija-la com muita ternura.
- Está tudo bem? - Ele perguntou baixinho.
- Acho que sim.
- Espere até amanhã mel e você verá como estará dolorida.
Ele se mexeu rolando contra o encosto do sofá ao mesmo tempo em que a puxava para cima
dele.
- Então, você já pode respirar tranquilamente.
Ela sorriu.
- Obrigada.
Ele olhou para ela por um momento e percebeu que seu rosto estava corado.
- Não se envergonhe do que fizemos, acredito que você tem idade suficiente para saber que é
um ato natural entre um homem e uma mulher que se gostam.
- Não é isso.
- Então, o que é?
- Bem, é que me senti tão bem. - Ela disse com reverência.
Ele riu.
- Como eu disse antes, você faz maravilhas para o meu ego.
- É sempre assim?
-Não... Fica melhor a cada vez. Há diferentes posições, diferentes tipos de preliminares. Eu
teria prorrogado um pouco mais as coisas, mas estava completamente desesperado para ter você. - Ele
127
disse, enquanto empurrava uma mecha do cabelo para trás da sua orelha, podendo assim, correr os
dedos por seu rosto, carinhosamente.
Tess nunca esteve tão bonita para ele como naquele momento.
Tinha certeza que não existia outra mulher na terra capaz de medir-se a ela e apenas o fato dela
se entregar completamente a ele, já concretizava esse sentimento.
Ainda tinha o fato de ele ter sido o seu primeiro e isso o fazia se sentir incrivelmente
privilegiado e possessivo.
Ele sabia que a partir daquele momento, se o Tom sequer olhasse para ela de lado ele iria
estrangulá-lo.
Até onde ele sabia ela era apenas sua.
Fazer amor com ela tinha mudado tudo. De alguma forma, além de estar envolvido
emocionalmente, pela primeira vez havia feito o ato de amor mais incrível, algo que ele jamais
imaginou ser possível.
Sem falar no fato de que não tinha sido tão impaciente desde que era um adolescente vigoroso e
no processo se machucado.
Inferno, ele ainda estava com as suas malditas calças enroladas nos tornozelos, quando
percebeu isso não pode deixar de sorrir.
- O que foi?
- Acho que você está me deixando insano.
- Sério?
Ela podia sentir a diversão em sua voz.
- Que bom pelo menos agora sei que não sou a única.
Ele respirou fundo, sabendo que iria decepcioná-la tanto quanto ele com as palavras seguintes.
- Ok, mel, agora vamos para a cama. Acho que você não irá ficar feliz em ser encontrada pelos
meus irmãos de manhã.
- Ah, céus... Eu nem sequer havia imaginado isso. Você consegue apagar todos os pensamentos
racionais da minha cabeça.
- Vamos, então.
Ele soltou um gemido relutante ao se levantar e puxar as suas calças para cima. Com certeza
essa foi uma das coisas mais difíceis que ele já teve que fazer.
Tess estava completamente envergonhada por ter que levantar e se vestir na frente dele, mesmo
com ele agindo como se fosse algo tão natural como respirar, porem aquilo era algo o qual ela não
estava acostumada.
Relutantemente, ela se sentou no sofá mais uma vez ao pegar as suas roupas do chão.
128
Mas quando começou a colocá-las percebeu que ele estava muito quieto na sala. Olhando para
cima viu que Jacob estava parado lá com um sorriso arrogante no rosto e as mãos cruzadas sobre o
peito nu enquanto a observava.
- Jacob!
- Você tem que admitir que essa visão é algo extraordinariamente...
Ele falava com a voz rouca enquanto ela corava do rosto até os seios.
- Deliciosa...
Ela rapidamente puxou a camisa sobre a cabeça fazendo o seu melhor para ignorá-lo, mas
assim que terminou de se vestir ficou surpresa quando ele a puxou de volta em seus braços para outro
beijo longo e profundo.
- Agora, você sai primeiro... Irei esperar por vinte minutos, depois eu saio.
- Ok.
Ela conseguiu dar um sorriso.
- Obrigada, Jacob.
- Eu que deveria agradecer a você. - Ele disse profundamente.
Ela corou mais uma vez enquanto ele a soltava.
Ela lhe lançou um último olhar por cima do ombro antes de sair do quarto.
Depois que ela saiu, Jacob sentou-se no sofá que eles tinham acabado de fazer amor enquanto
passava a mão pelo cabelo.
Que diabos você fez, Jacob? - Perguntou para si mesmo.
Não era que não quisesse ela, longe disso.
Apenas não queria levá-la para o sofá daquela forma.
Tess, de todas as pessoas que conhecia, era a que mais merecia o seu respeito, mas ele estava
tão louco de desejo por ela que se esqueceu de pensar com a cabeça correta.
A última vez em que havia feito isso tinha dezesseis anos, na época fazia amor com a sua
namorada do colegial no sofá de sua mãe enquanto ela estava lá em cima dormindo.
O maior problema na época era que a sala não tinha porta e ficava no meio da casa.
Ele riu ao recolher as suas roupas e se dirigir para a cama no andar de cima.
Ele fez uma pausa na porta de Tess, pois daria qualquer coisa para rastejar em sua cama e
dormir abraçado ao seu delicioso corpo, mas ele não poderia constrangê-la mais uma vez.
Então, ao invés disso, ele foi para o seu quarto que, graças a Deus, tinha um chuveiro e naquela
noite, pela primeira vez em meses, dormiu como se fosse um bebê recém-nascido.
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CAPÍTULO DEZ
Na manha seguinte, Tess pode comprovar que mais uma vez Jacob estava certo, pois estava
toda dolorida, principalmente em partes de seu corpo ate o momento desconhecidas por ela.
Até mesmo seus seios estavam doloridos e quando mais tarde se olhou no espelho, notou que
havia a impressão de uma grande mão ainda visível em um deles.
Aquilo definitivamente a chocou, pois se ele havia sido rude com ela em algum momento,
havia passado despercebido.
Ao perceber aquilo acabou sorrindo para si mesma, pois nada poderia tê-la preparado para
aquele momento tão incrível.
Finalmente, ela havia ficado de verdade com ele e se por algum motivo fosse apenas aquela
única vez, seria o suficiente para o resto da sua vida.
Agora, mais que nunca, tinha plena consciência de que estava completamente apaixonada por
Jacob.
Só de pensar na noite passada, um calor começava a percorrer lentamente todo o seu corpo.
Ela se levantou ainda sorrindo ao empurrar o seu longo cabelo sobre os ombros. Talvez uma
chuveirada pudesse aliviar todos aqueles músculos doloridos.
Porem, assim que levantou, acabou soltando um gemido involuntário.
Meu Deus... Ela sentia dores por toda parte.
Parecia que havia corrido uma maratona na noite passada, o que era estranho, pois ao dormir se
sentia tão bem. Pelo menos agora ela havia confirmado algo.
Jacob era um amante incrível.
Quando desceu as escadas, deu de cara com os três homens sentados tomando café da manhã.
Colt, como sempre, se levantou para puxar a cadeira para ela e desta vez Jacob apenas riu do
seu gesto.
130
Ela estava um pouco desapontada por ele não falar muito com ela, com exceção de um ‘bom
dia’, mas na verdade, o que ela esperava? Não havia a mínima possibilidade de abraça-la e dar-lhe um
daqueles beijos quentes, os quais ele mostrou na noite passada, na frente dos seus irmãos. Por este
motivo, ela apenas lhe respondeu a saudação de forma educada e tentou o seu melhor para não corar
sempre que as imagens da noite anterior apareciam, de repente, em sua cabeça.
Então, pelo resto do seu café da manhã, ela manteve os olhos grudados em seu prato e só falou
quando algum deles lhe perguntava algo.
Assim que terminou seu café da manha, Jacob jogou o guardanapo sobre seu prato e levantou
pegando a mão de Tess neste processo.
- Vem comigo. - Ele disse, ao mesmo tempo em que lhe puxava para fora de sua cadeira, não
dando a ela escolha a não ser segui-lo.
Ele estava louco por não podê-la tocá-la da forma que queria, pois durante todo o café da
manha não conseguia bloquear a tempo as imagens que surgia em sua mente, da noite anterior.
E se ele achava que finalmente havia ficado satisfeito por fazer amor com ela, a sua ereção
neste momento lhe dizia algo completamente diferente.
Ele ficou contente ao perceber que ela o seguiu sem nenhum protesto.
Mais uma vez ele sentiu como era um pouco exigente com ela.
Uma vez fora da vista dos seus irmãos, ele a virou, puxando para dentro dos seus braços e
atacou a sua boca.
Depois de uns cinco minutos saboreando aqueles lábios atraentes dela ele levantou a cabeça,
amando ver aquele olhar confuso em seu rosto.
- Eu não conseguia esperar mais nenhum segundo para tocá-la... Isso estava me deixando louco.
Ela sorriu.
- Eu também.
- Você poderia estudar a ideia de ter o seu próprio apartamento, Tess. Dessa forma, poderíamos
passar a noite juntos.
- Isso tudo ficaria muito óbvio, Jacob.
- Talvez... Mas pelo menos nós poderíamos fazer todo o barulho que quiséssemos. ‖
Isso a fez corar.
131
Ele riu e pegou a mão dela pressionando algo nele.

- O que é isso?
- Um cartão de crédito.
Ela lhe lançou um olhar de choque, antes de tentar entregá-lo de volta.
- Eu não preciso de um cartão de crédito.
- Eu gostaria que você comprasse o vestido mais sexy que puder encontrar para irmos ao baile,
neste fim de semana. E não quero que poupe despesas.
- Jacob... Não posso fazer isso. - Ela repetia enquanto tentava mais uma vez lhe devolver o
cartão. - Isso se parece com coisa de esposa.
- Você é a minha mulher... Espero que mostre o seu melhor neste evento.
- Eu tenho o meu próprio dinheiro. - Ela disse soando cada vez mais ofendida. – É isso o que
você faz com as outras mulheres?
Seu olhar se estreitou.
- Não. E acredito que o tipo de vestido que eu quero que você use esteja além dos seus
recursos. Garanto a você que posso pagar tranquilamente por ele.
Ela colocou as mãos nos quadris.
-Não sou Lindsay Scott e não permito ser comparada a ela. Será que não percebe que isso é um
grande insulto para mim?
- Calma, Tess... Eu sei que você não é Lindsay e jamais faria esse tipo de comparação. Apenas
quero que você use esse maldito cartão para comprar um vestido.
Ele rosnava aquelas palavras ao mesmo tempo em que empurrava o cartão de volta para ela.
Ela soltou um suspiro de frustração.
- Olha, se você não consegue aceitar a forma simples como me visto eu compreendo, desta
forma não tem problema levar outra pessoa mais a sua altura.
- Não quero levar outra pessoa. – Ele praticamente rangia os dentes.
Ela fechou a boca e só olhava para ele.
Seu peito se apertava com o pensamento dele com outra mulher, especialmente depois do que
eles compartilharam na noite anterior.
Aquilo tudo era culpa dela, por empurrá-lo daquela forma.
- Jacob-
- Tess-
Ele agora falava suavemente deixando de lado toda a sua frustração ao ver a dor em sua
expressão.
Ele estendeu a mão e segurou o seu rosto de forma carinhosa.
- Desculpe-me, mel.
132
Tess assentiu.
- Também não fui muito legal com você.
- Isso tudo é muito novo para mim. Não consigo pensar direito. Venha aqui.
Ele disse ao prendê-la em seus braços mais uma vez.
- Não pense nem por um momento que a noite passada não tenha significado tudo para mim.
Ok?‖
- Você me conhece tão bem. - Ela disse enterrando o rosto em seu peito.
-Eu só quero que você pense em como se sentiria, se os papéis fossem ao contrario.
Ele se curvou e beijou o topo de sua cabeça.
- Agora, você tem que me deixar ir, estou completamente atrasado.
Ela sorriu e o soltou.
- Você irá comprar um lindo vestido. - Ele disse com firmeza. - Algo que vai me fazer babar a
noite inteira.
Ela corou.
- Você certamente leva jeito com as palavras.
- Você não tem ideia do quanto.
Ele acrescentou com um olhar aquecido.
- Mas irei te apresentar esse meu dom apenas a noite.
- Oh, meu Deus. - Ela corou ainda mais.
- Agora compre aquele maldito vestido. - Ele repetiu.
Ela olhou para o cartão.
- Isso simplesmente não parece correto.
- Você pode reclamar sobre isso mais tarde. Saiba que posso cobrar cada centavo amando ao
seu corpo se assim você me permitir. - Ele disse lhe provocando.
- Jacob, comporte-se. - Ela disse em choque, com os olhos arregalados.
Ele plantou um breve beijo em sua boca e lhe deu um sorriso pecaminoso antes de entrar no
caminhão e ir embora.
133
Seu pai a levou definitivamente para casa depois do trabalho, mas ainda se sentia muito
desapontada por não ter visto o Jacob durante aqueles últimos dois dias.
Ela sabia que ele estava colocando o seu trabalho em dia na clínica, mas pelo menos ele lhe
telefonava varias vezes ao dia para pedir desculpas por sua ausência.
Porem, isso só a fazia sentir ainda mais falta dele.
No entanto, pelo lado positivo, iria dormir em sua própria cama esta noite, apesar de que a da
casa grande era muito confortável, mas simplesmente não era dela.
Pelo menos não estava mais usando aqueles remédios fortes há dias, Jacob havia reduzido o uso
desde que havia chegado do hospital. Agora, tomava apenas um Tylenol quando sentia um grande
desconforto e isso a deixava imensamente feliz.
Ele não havia gostado muito, mas não podia reclamar, pois pelo menos ela não estava mais
instável.
Para provar isso a si mesma mais uma vez, insistiu em levar a sua mala para seu quarto, apesar
dos protestos de seu pai.
Sexta à tarde, ela finalmente se dirigiu até a cidade para comprar um vestido. Havia evitado
isso nos últimos dias, porque se sentia culpada em ter que gastar o dinheiro de Jacob.
Infelizmente, passou a tarde toda testando vestidos que não a satisfazia, provavelmente pelo
fato de que apenas usava saias apenas ocasionalmente e nunca havia experimentado um vestido.
Felizmente, a vendedora percebeu que ela estava desesperada e sem saber o que fazer.
- Acho que tenho a coisa certa para você. - Ela disse antes de desaparecer pela parte de trás da
loja e reaparecer com um vestido prateado belíssimo.
- Oh, que lindo!
- Pertence a nossa coleção de outono e apesar de não tê-lo colocado ainda para venda, acredito
que irá servir perfeitamente em você.
Ela estava certa.
Era um vestido clássico, porem mostrava os melhores atributos de Tess e o mais importante,
era totalmente sexy.
Tess nunca havia se sentido sexy em toda a sua vida, achava que jamais conseguiria, por este
motivo não pôde evitar o sorriso que apareceu em seu rosto ao descobrir que aquilo era possível.
134
- Foi feito para você. - Disse a mulher iluminada quando Tess saiu do camarim.
- O homem para o qual você está se vestindo simplesmente irá enlouquecer ao vê-la.
Os olhos de Tess se arregalaram.
- Não tenho tanta certeza.
A vendedora sorriu.
- Confie em mim. – Depois completou: - Dinheiro ou cartão?
‖
Tess acomodou o vestido no caminhão e olhou para o relógio. A clínica iria fechar nos
próximos minutos, porém tinha certeza que Jacob provavelmente iria continuar lá até cair de exaustão
e fome.
Então, atravessou a rua com a intenção de convencê-lo a jantar com ela.
Dessa forma, ela ainda poderia passar alguns momentos com ele antes de ir para casa.
Rita parecia prestes a ir embora, mesmo assim ficou encantada ao vê-la.
- Tess!
Ela lhe deu um abraço verdadeiro.
- Meu Deus, mel, como você está linda. É como se não tivesse ido parar na porta da morte há
algumas semanas.
- Não foi tão ruim, assim.
- Não é isso o que Jacob falou. Acho inclusive que ele envelheceu uma década. Estava tão
preocupado com você.
Aquilo fez Tess corar.
- Mas isso é passado. Saiba que seu segredo continua seguro comigo.
- Eu vim trazer algo para Jacob jantar. Ele ainda está com um paciente? - Disse ela segurando
um saco de papel contendo um sanduíche feito na hora.
- Isso é tão romântico. Realmente ele precisa de um pouco de carinho, já que está trabalhando
ate à morte nos últimos tempos.
Ela assentiu com a cabeça em direção ao corredor, onde ficava o seu escritório e as salas de
exame.
- O Doutor Saunders saiu há uma hora, juntamente com o último paciente. Tenho certeza que
ele irá ficar imensamente feliz em ver você.
135
- Obrigada Rita. - Ela disse a mulher mais velha dando um sorriso.

- Vou trancar a porta. - Ela disse: - Até outro dia, mel.
Ao chegar à sala ela viu Jacob inclinado sobre uma ficha rabiscando algo. Demorou quase um
minuto inteiro para que ele notasse a sua presença, porem seu coração saltou quando ele sorriu ao vê-
la.
- Mas que deliciosa surpresa! - Ele falava enquanto se levantava e contornava a mesa enquanto
ela entrava em seu escritório.
- Engraçado você dizer isso... Eu trouxe uma coisa para você comer.
- Ótimo.
Ele disse ao pegar o saco oferecido e coloca-lo em sua mesa, distraidamente.
- Estou realmente faminto. - Ele a agarrou pela cintura. - Mas não por comida.
- Sério? Mas aqui?
- Em qualquer lugar. - Ele disse esmagando a sua boca.
Uma coisa era certa sobre Jacob, ele era mestre em conseguir se livrar das suas roupas sem o
seu conhecimento.
E não só isso, como era possível ele conhecer tão bem o seu corpo quando haviam ficado juntos
uma única vez?
Provavelmente se tratava de alguma habilidade inata, já que era capaz de memorizar tudo o que
lhe causava gemido e logo após exercitar tanto, até que ela estivesse praticamente gritando.
Ele facilmente a ergueu sobre a mesa de exame que havia em seu consultório e antes que pudesse
dizer qualquer coisa a sua cabeça encontrava-se entre as suas coxas.
No início, toda aquela intimidade foi um choque, mas assim que ele começou a fazer algumas
coisas incríveis com a sua língua, ela simplesmente se entregou a aquela sensação maravilhosa,
agarrando ao seu cabelo e emitindo sons que eram completamente estranhos para ela, até o momento.
Em pouco tempo ela estava totalmente arqueada sobre a mesa ao sentir os seus dedos
profundamente dentro dela ao mesmo tempo em que a sua língua realizava toda a sua magia.
Estrelas explodiam dentro de seu crânio ao chegar rapidamente ao clímax inesperado e mesmo
assim ele não lhe permitiu nenhum descanso.
136
Com um rugido profundo, ele se levantou ao mesmo tempo em que lhe puxava na sua direção e
se empurrava dentro dela liberando o seu próprio grito de prazer.
Em questão de segundos os gritos de Tess se juntava aos dele.
De alguma forma, ele conseguiu colocar as suas pernas em seus ombros, demonstrando mais
uma vez como era um amante magistral.
Como Tess ainda estava sensível por causa da sua primeira investida, quando ele se lançou ainda
mais profundo dentro dela naquela segunda vez, lágrimas brotaram em seus olhos e após estremecer
soltou um grito de libertação. Em seguida, ele caiu sobre ela ainda pulsando e começou a beija-la.
Após um momento ele levantou a cabeça e lhe dirigiu um sorriso de parar o coração.
- Nossa... Estou completamente esgotado.
Tess soltou uma gargalhada, pois jamais havia ouvido falar daquela maneira.
No entanto, por algum motivo, achava tudo aquilo incrivelmente sexy.
Talvez por causa da sua escolha de palavras.
Independentemente disso, nada a incomodava naquele momento, no mínimo.
- Eu sempre soube que você seria incrivelmente flexível. - Ele acrescentou observando seus
corpos unidos.
Desta vez, Tess corou.
Ele abaixou a cabeça e a beijou outra vez enquanto liberava as suas pernas.
Naquele instante, Tess não tinha forças nem para respirar, quanto mais efetuar qualquer
movimento, desta forma o seu corpo não apresentou nenhuma prova de resistência, e caso ele tivesse
vontade, poderia fazer o que quisesse com ela a noite toda.
- Será que é uma vergonha comer a sobremesa antes do jantar? - Ele perguntou enquanto seus
olhos procuravam os dela.
-Você é um sem vergonha, Jacob. Eu não tinha a mínima ideia de que duas pessoas fossem
capazes-
Ela parou incapaz de terminar quando notou um sorriso totalmente pecaminoso estampado em
seu rosto.
- Oh mel, como assim você não tem ideia?
Ele finalmente a levantou puxando junto com ele e só neste momento ela percebeu que ele ainda
estava dentro dela.
E caso ela ainda tivesse alguma dúvida, ele puxou os seus quadris em sua direção o que acabou
lhe fazendo ofegar mais uma vez.
- Sou completamente louco por você e mesmo depois de acabarmos essa segunda rodada, ainda
seria preciso tê-la por uma semana inteira antes de me sentir saciado.
-Oh... Meu... Deus.
137
Ela explodiu diante daquelas suas palavras.

- Você ainda está muito dolorida?
- Não. - Ela disse timidamente.
- Que bom. - Ele disse, ao mesmo tempo em que mexia os quadris levemente, fazendo-a ofegar e
inclinar a cabeça para trás, não mais demonstrando evidências da sua timidez.
Talvez ele não estivesse tão esgotado como havia dito anteriormente.
Ele se curvou sobre ela abocanhando um de seus seios em sua boca, enquanto realizava um ritmo
torturante lento, com certeza querendo levá-la a loucura.
E no final, foi isso que aconteceu.
Jacob sabia que estava completamente apaixonado por ela e apesar de ter refletido bastante sobre
isso nos últimos dias, o que acabou lhe deixando totalmente distraído no trabalho, só pode comprovar
após tê-la completamente.
Porém, não havia gostado nada da sensação de vulnerabilidade que sentia ao seu redor e por este
motivo começou a ficar o mais longe possível da fazenda.
Ele ainda usava a desculpas de trabalhar, mas já não havia tanto trabalho assim que justificasse
chegar tão tarde, ao longo das últimas semanas.
Enquanto refletia sobre isso, ela se desmanchava em seus braços, mostrando-se sem reservas e
toda aquela entrega sem reservas fez com que algo dentro dele queimasse.
Agora, enquanto observava pela terceira vez o seu clímax em seus braços, percebeu como estava
em apuros.
Ela era uma gata selvagem fazendo amor, o que a tornava totalmente compatível com ele devido
ao seu apetite vigoroso.
E pensar que teve dúvidas se já era hora de apresentar algumas coisas para apimentar o
relacionamento íntimo deles.
Diante de todo aquele vigor e gritos de prazer, ele percebia que ela gostava tanto quanto ele de
tudo o que haviam feito até o momento.
E sem falar que jamais tinha como alguém descobrir que ela era uma virgem tímida há apenas
alguns dias atrás.
Ela agiu como se estivesse com ele há anos.
Ele sabia que podia sugerir qualquer coisa que ela aceitaria sem questionamento. E ter esse
conhecimento estava lhe provocando a ir cada vez mais fundo.
Ele amava sentir a sua pele escorregadia de suor, assim como a dele.
E quando finalmente sentiu-se vir dentro dela, percebeu que aquilo jamais seria suficiente.
Ele nunca se sentiria saciado dela.
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Ele nunca poderia ter o suficiente dela e, francamente, todo aquele sentimento estava lhe levando
a loucura, pois mesmo estando no mesmo cômodo que ela, se não fosse capaz de tocá-la, era mais que
doloroso.
Tess havia ido para a cama sem jantar e dormiu como uma pedra, até a manhã do dia seguinte.
Quando finalmente levantou, constatou como estava dolorida, por incrível que pareça até seus dentes
estavam sensíveis.
Jacob tinha lhe sugado até a última gota de energia, de tal maneira que quase não conseguiu
voltar dirigindo para casa.
Uma curta risada escapou dela ao constatar que não se importava muito com isso.
Quem poderia prever que estar com um homem como Jacob, poderia acender tudo isso dentro
dela e fazer com que se esquecesse completamente de tudo e todos?
Será que todos os casais faziam amor daquela forma?
Era normal para um homem ter a resistência de um garanhão e despertar esse desejo em sua
parceira?
Ela havia lhe dito ontem que não estava dolorida, mas hoje certamente se lhe perguntasse, a
resposta seria bem diferente.
Por um momento esqueceu todas aquelas dores e começou a relembrar das coisas quentes que ele
havia feito com ela. É claro que havia lido vários livros sobre o assunto, mas absolutamente nada que
leu poderia ter descrito tudo aquilo.
Sem falar dos ruídos que ela havia feito.
Oh senhor.... Tão alto.
Não que ele tivesse ficado atrás.
Graças a Deus a clínica estava vazia e trancada.
Tudo o que ele tinha feito e mostrado para ela até agora só a deixava ainda mais curiosa para
saber o que viria em seguida, sem falar que estava realmente ansiosa para aprender cada vez mais, mas
só com Jacob, porque apenas ele era o amor da sua vida.
De repente, correu para ver as horas. Havia marcado hora no cabeleireiro após comprar o
vestido, afinal, estava disposta a mostrar o seu melhor esta noite.
139
Acabou vestindo o primeiro jeans que encontrou na frente com uma blusa rosa, depois de
rapidamente escovar o cabelo e sair apressada em direção à cidade.
Enquanto isso, Jacob estava na cidade finalizando os preparativos antes do baile.

Quando estava saindo da lavanderia com o seu terno em direção a David, que estava lhe
esperanto ao lado do seu caminhão, viu a Tess saindo do seu carro indo em direção ao salão de beleza.
Isso o fez sorrir.
Obviamente estava se embelezando para ele.
No entanto, a sua chegada também havia sigo registrada pelo David.
- Eu juro por Deus, Jacob que se a Tess não fosse a minha paciente, eu a convidaria para sair. Ela
é tão linda... E aquele seu corpo mais que perfeito faz com que qualquer homem deixe de lá tudo em
sua vida, apenas para reverencia-lo o dia todo.
- David.
Jacob falou mal conseguindo conter a raiva diante do olhar de desejo do outro homem.
Uma vez que conseguiu se controlar mais um pouco continuou.
- Irei deixar passar despercebido o que você falou apenas desta vez, em consideração ao fato de
que você, até o momento, não sabia que eu e a Tess estamos namorando.
- Mas pensei que você estava namorando a Lindsay Scott. - Disse o outro homem surpreso.
- Eu jamais namorei a Lindsay.
Jacob falava enquanto balançava a cabeça em direção ao salão de beleza.
- Mas saiba que estou verdadeiramente namorando a Tess.
- Que inferno homem!!! - David disse: - Eu jamais quis ofendê-lo. Tess é maravilhosa. Agora,
você tem que admitir, será necessário trabalhar duro para manter uma mulher como ela, não é mesmo?
Jacob sabia muito bem o que significava aquele comentário de David, pois naquele instante as
lembranças dela sobre a mesa de exame em seu escritório no dia anterior surgiram em sua cabeça.
Aquilo havia sido algo que ele jamais pensou um dia fazer. Misturar prazer com a sua profissão
não era da sua natureza.
Pelo menos não até ontem.
Agora ele sabia que não podia mais olhar para aquela mesa sem ter uma ereção.
Ele nunca mais examinaria um paciente em seu escritório naquela mesa e assim que chegasse a
segunda-feira iria removê-la de lá ou jamais realizaria o seu trabalho bem feito novamente.
140
- Agora você já sabe. - Ele acrescentou.

- Então, - disse David estudando a expressão do seu amigo. - Isto é sério?
- Como? - Ele ergueu suas sobrancelhas.
- Apenas uma ideia-
Ele sorriu.
- Será que se esse namoro não for algo de longo prazo, será que eu tenho uma chance?
- Você realmente quer perder todos os seus dentes, não é? - Ele falou com raiva.
Isso fez David sorrir.
-Desculpe-me, Jacob, realmente não consigo parar. Jamais vi você tão possessivo com uma
mulher, mas acho que você tem razão. Mas saiba que provavelmente a teria chamado para sair a muito
tempo atrás, caso vocês três não estivessem sempre pendurados nela como se fossem a sua sombra.
Depois que David falou aquilo, ele começou a enxergar as coisas de outra maneira. Além de
Tom, ele achava que era o único que a via como uma mulher sexy e desejável, porém estava
percebendo que as coisas não eram bem assim.
Será que ele e seus irmãos haviam criado um escudo protetor em torno dela e apenas por isso que
ela nunca havia namorado?
Pensando melhor, Colt tinha uma grande reputação de lutador enquanto o Lance era um grande
advogado. Desta forma, era bem provável que os homens permanecessem longe dela por medo deles.
Porque será que nenhum deles tinha sequer considerado isso até agora?
Não gostou nada daquele novo conhecimento, pois agora além de Tom e David, tinha uma
cidade inteira cheia de homens para sentir ciúmes.
O que diabos havia de errado com ele?
Será que iria suspeitar de qualquer homem no baile, hoje à noite?
Será que todos olhariam para ela da mesma forma que ele a olhava?
Ele subiu no caminhão fechando a porta com força, demonstrando o seu atual estado de espírito.
Talvez se ele não soubesse ou experimentado a sua doçura como havia feito, não se sentisse tão
ciumento.
Inferno. Isso não era apenas ciúme. – Ele pensou.
O que sentia naquele momento beirava a fronteira da obsessão.
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CAPÍTULO ONZE
- Você está tão bonita.

- Obrigada, papai. - Tess falava enquanto girava na sua frente.
- Jacob vai enfartar quando a ver.
- Espero que sim. - Ela admitiu com um sorriso.
- Boa garota.
Ele riu, mas de repente a sua expressão ficou séria.
- Você está feliz? Com o Jacob, quero dizer.
- Claro.
Ela pela primeira vez notou o tamanho da sua preocupação.
- Pai, não se preocupe comigo. Afinal, já tenho idade o suficiente para lidar com um coração
partido.
Ela beijou a sua bochecha.
- Preciso crescer em algum momento, mas quero que saiba que jamais trocaria este momento que
estou vivendo com o Jacob por nada no mundo, mesmo que seja algo passageiro.
- Ok. - Ele disse quando uma batida soou da porta.
- É o Jacob. - Ela falou animadamente.
- Vou abrir a porta e você pode levar o tempo que quiser para aparecer, afinal, o suspense só vai
atiçar ainda mais a sua imaginação. - Ele disse sorrindo.
Tess fez o que ele falou, demorando um pouco enquanto analisava mais uma vez a sua aparência
antes de refazer o seu caminho até a sala.
Se ela pensava que iria supera-lo ao menos uma vez, enganou-se, pois ele estava em uma escala
superior a qualquer pessoa na face da terra.
Ele usava um terno preto e camisa branca, e ainda ostentava um lindo Stetson preto.
Enquanto ela lhe encarava de boca aberta, ele sorriu cheio de aprovação ao notar as suas pernas
quase totalmente exposta devido ao tamanho do seu vestido.
Jacob soltou um assobio longo e lento, fazendo com que o Chuck soltasse uma ruidosa
gargalhada.
- Uau... Que o céu me ajude essa noite.
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- Pare. - Ela murmurou aproximando-se dele. - Você precisava se superar tanto assim, Jacob?
Saiba que irei sentir ciúme de todas as mulheres da festa, já que não vão conseguir manter os olhos
longe de você a noite toda.
- Acredito!!!
Ele inclinou-se para beijá-la.
- Você está absolutamente deslumbrante.
Ela corou.
- Obrigada.
- Será melhor irmos logo, ou terei que raptá-la até o seu quarto, com o seu pai apoiando a ideia
ou não.
Ela bateu com a mão em sua boca.
- Jacob! - Sussurrou asperamente.
Ele estendeu a mão e pegou a dela depositando um beijo em sua palma antes de enfiar seus
dedos nos dele.
- Você tem que ser muito crédula, mel, para pensar que as pessoas não irão perceber que já
toquei em você. Olhe só para você. A tentação em pessoa.
Ela sentiu as suas bochechas corar ao extremo.
- Isso não é verdade. – Ela resmungou.
- Como não? Hoje quase arrebentei a cara do David pelo que falou sobre você.
- Como assim? - ela falou totalmente chocada. – Além de seu amigo, ele é seu sócio na clínica!
- Sei disso, mas isso não significa que seja menos homem.
- Jacob, você não deveria ter me falado isso... Quero dizer... Ele me viu... Oh meu Deus, estou
tão envergonhada!! - Ela disse enterrando o rosto em sua outra mão.
- Ele nunca mais será o médico, saiba que a partir de hoje será apenas eu a exercer essa função e
também, ninguém nunca mais irá vê-la nua, exceto eu, - ele disse laconicamente. - Alguma objeção?
Ela levantou os olhos para ele e percebeu o quão sério ele falava.
Apesar do seu embaraço, ela sorriu, enquanto estendia a mão e lhe acariciava o queixo com a
mão.
Ela amava esse lado dele.
Nunca em sua vida havia lhe visto tão possessivo sobre uma mulher e isso fazia com que tivesse
certeza que significava algo para ele.
Toda aquela constatação fazia com que o seu coração transbordasse em seu peito.
- Tess? - Ele falou usando um tom rigoroso ao tentar ignorar como aquele simples gesto dela o
fazia se sentir.
Então, ela sorriu e ele sentiu o seu peito apertar.
143
- Ouvi você, Jacob. - Ela finalmente disse.

Ele gemeu e a beijou mais uma vez.
- Você está me deixando louco, mulher.
- Que bom.
Após um momento ela acrescentou:
- Porque tenho estado desta forma há muito tempo por sua causa.
- Se isso servir de consolo, não sei como você fez isso comigo. Infelizmente, estou tão louco que
quis atacar fisicamente e em público outro homem hoje, apenas por um pequeno comentário que ele
fez sobre você. Um homem que devo acrescentar, conheço desde a faculdade e além de meu amigo é
meu sócio.
Isso a fez sorrir.
- Querida é melhor você levar isso a sério, porque se você aceitar dançar com outro homem hoje
à noite, saiba que serei obrigado a rasgar os membros dele antes que ele possa chegar perto de você.
Agora vamos, antes que mude de ideia sobre lhe arrastar para o seu quarto.
O salão de dança estava cheio e quando eles finalmente chegaram, ela sentia como se cada par de
olhos presentes estivessem sobre eles.
Jacob em momento algum agiu como se houvesse percebido isso, então talvez fosse algo da sua
imaginação.
No entanto, quando eles começaram a caminhar até onde os dois irmãos de Jacob estavam
guardando seus assentos, ela notou que muitos olhos os seguiam.
- Me sinto como se fosse uma peça em exposição. - ela comentou a ele.
- É melhor se acostumar com isso Tess, afinal, você é a mulher mais bonita neste baile. - Ele
curvou-se para falar em seu ouvido.
Essa declaração quase à fez chorar, novamente.
Jacob estava sendo tão maravilhoso com ela ao longo dos últimos dias, que ela sabia que jamais
conseguiria sobreviver sem ele.
Lance e Colt se levantaram para cumprimenta-los antes de Jacob puxar a sua cadeira para ela e
em seguida, sentar-se ao seu lado.
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Lance apresentou a sua acompanhante Lizette. Ela era uma mulher de cabelos cor de ébano e
olhos de um azul muito bonito. Ela sabia que o seu pai havia acabado de comprar a loja de ferragens
na cidade.
Já a acompanhante de Colt, na verdade, parecia uma stripper e conhecendo o Colt como ela o
conhecia, provavelmente era.
Ela tinha uma juba de cabelos louros e enormes seios. Ao olha-los esperava que a qualquer
minuto ela começasse o show ao subir em cima da mesa, sem falar que tinha certeza de que pela forma
como estava sentada, a sua mão estava em sua virilha.
Isso sem mencionar o jeito como ele estava sorrindo.
Meu Deus, - ela pensou. - Ele era um sem vergonha incorrigível.
Mas todas as suas conspirações sobre aquela mulher ser ou não uma stripper foram confirmadas
quando Colt a apresentou para ela. Ela quase não segurou a gargalhada quando ele disse que o seu
nome era Cherry.
No entanto, quem era ela para julgar se esse era o tipo de mulher que o Colt costumava chamar
para sair?
Além disso, havia pensamentos mais importantes povoando a sua mente. Eram pensamentos
sobre um homem lindo, que estava naquele exato momento sentado ao seu lado, um homem
provavelmente que era mais pecaminoso do que qualquer coisa sobre a face da terra.
Eles não ficaram sentados por muito tempo, pois logo após as apresentações Jacob a arrastou
para a pista de dança.
Ela já havia dançado com ele em vários eventos como este antes, pois sempre que conseguia
acompanhava os irmãos nessas ocasiões.
Mas ele jamais havia lhe segurado daquele jeito.
Sua mão estava pressionada contra a parte inferior das suas costas, apertando os seus quadris
contra as suas pernas musculosas e fazendo com que tudo dentro dela se aquecesse.
Ela sempre soube que ele era um excelente dançarino, mas nunca em toda a sua vida ele havia
lhe seduzido daquele jeito, em uma pista de dança.
- Pare com isso. - Ela murmurou fazendo com que ele soltasse uma risada sexy.
- Não me peça para fazer isso, depois de me provocar da forma como você está fazendo.
- Não acredito nem por um segundo que posso afetá-lo de alguma forma.
Ela decretava enquanto corava intensamente, fazendo-o rir de novo.
Na verdade, estava sentindo a sua grande afetação empurrando contra a sua barriga durante os
últimos cinco minutos.
- Jacob! Você está me deixando louca. - Ela gemeu.
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- Sabe de uma coisa, - ele disse. – Vamos embora mais cedo para que eu possa ter você apenas
para mim antes que toda a minha família resolva voltar para casa.
- Insaciável. – Ela declarou.
- Apenas com você. - Ele disse ao puxa-la com força contra ele novamente.
Será que era verdade?
Jacob carregava no sangue um forte apelo sexual e para ele falar algo como aquilo deveria ser
verdade.
Por alguma razão, ela pensou que deveria ser por isso que estava sempre tão voraz.
Por um momento não conseguiu parar a emoção que passou por ela ao longo de sua confissão.
Quando a dança terminou, ela pediu licença para ir ao banheiro e se refrescar. Assim que estava
retocando a maquiagem viu quando a Lindsay saiu de um dos cubículos.
Ela se aproximou e Tess virou contra o balcão para que pudesse olha-la diretamente.
Tess continuou a retocar sua maquiagem lançando olhares para a Lindsay através do espelho
durante alguns minutos, sem ambas proferir uma única palavra.
- Olha só se não é a pequena azedinha.
- Perdão? - Tess falou, percebendo o veneno daquela mulher transbordando em cada silaba.
Lindsay lhe dirigiu um sorriso falso.
- Será que não escuta direito menina? Também deve ter algum tipo de retardo mental, já que
pensa que pode manter um homem como Jacob apenas usando esse seu corpo jovem. Desiste. Apenas
eu sei o que Jacob gosta.
Ela disse ao balançar os cabelos.
- Afinal, pratiquei bastante com ele.
A boca de Tess abriu.
- Ou pague para ver.
Lindsay estreitou o olhar.
- Mas pense comigo, se uma mulher experiente como eu não conseguiu segurá-lo, o que a faz
pensar que uma garotinha como você conseguirá? Sem falar que tenho certeza de que mais cedo do
que você pensa ele vai se cansar de você e voltar correndo para mim.
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- Você não o conhece. - Tess finalmente encontrou a sua voz, mas a sua confiança estava
falhando e tinha certeza que Lindsay sabia disso.
- Isto é o que você pensa. Mas devo avisa-la que tenho vários truques a minha disposição.
Após essa sentença, Lindsay lhe lançou um sorriso malicioso e a deixou sozinha no banheiro.
Tess precisou de alguns minutos para se recompor.
Nunca em toda a sua vida havia conhecido uma pessoa tão maldosa.
Ela precisava daquele tempo para repassar todas as coisas que Jacob havia lhe dito durante a
semana passada, pois tinha a absoluta certeza de que Jacob jamais falaria algo que não tivesse vontade,
após alguns minutos decidiu que não ia permitir que Lindsay estragasse a sua noite.
Após chegar aquela conclusão, respirou fundo e voltou para a multidão.
Ela só levou alguns segundos para perceber que todo aquele tempo passado no banheiro se
recuperando de Lindsay havia sido em vão, pois ao sair do banheiro viu Jacob dançando com Lindsay,
percebendo horrorizada que ele a estava segurando da mesma forma como havia lhe segurado há
apenas alguns minutos atrás. Sem falar na forma como Lindsay havia enterrado o rosto em seu
pescoço.
Será que era fisicamente possível ter seu coração estraçalhado e continuar viva?
Não soube como teve forças o suficiente para fazer o seu caminho de volta para sua mesa, a qual
encontrou totalmente vazia, pois Lance e Colt estavam na pista de dança com suas respectivas
acompanhantes.
Ela sentou-se de costas para Lindsay e Jacob, pois não suportava vê-los, já que Lindsay parecia
saber exatamente o que estava fazendo, como ela mesmo afirmou a poucos minutos.
Ela tinha visto as mãos da mulher brincar com os cabelos de Jacob enquanto ele a embalava ao
ritmo da música.
Tess não era tão ingênua ao ponto de não saber que não podia competir com aquela mulher.
Afinal, ela era tão boa na arte de sedução como o Jacob.
Ao prender uma mecha do seu cabelo atrás da orelha, estendeu a mão para o copo de vinho sobre
a mesa e tomou tudo em um único gole.
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Cerca de quinze minutos depois, Lance sentou-se lhe dirigindo um olhar estranho. Talvez fosse
porque ela estava em seu terceiro copo de vinho e se recusava a virar na direção de Jacob e Lindsay.
- Tess.
Lance falou, usando seu tom de irmão mais velho. Aquele que só usava quando ela estava
fazendo algo bobo e irresponsável.
- É apenas o meu terceiro copo. - Ela disse ao perceber exatamente sobre o que ele estava se
referindo.
- E quantas bebidas mesmo você tomou naquela noite em que saiu com o Tom?
Quatro.... Ou mais. – Ela pensou.
Ela soltou um suspiro pesado, finalmente abaixando o copo enquanto olhava para ele.
Se fosse possível um homem fazê-la sentir-se culpada apenas com um olhar, Lance era o cara.
Não lhe admirava o fato dele ser considerado o melhor em seu trabalho.
- Estou bem, será que você pode guardar esse segredo dos seus irmãos?
- Não. E você não está nada bem. - Ele disse. – Agora me diga o que está lhe preocupando, mel.
- Onde está a sua amiga?
- Ela foi retocar a maquiagem.
Ela ergueu o queixo.
- Vou parar, ok? - Disse ela referindo-se ao vinho.
- Lance, a Lizette é muito bonita. - Ela continuou.
- Somos apenas amigos. - Ele disse enquanto continuava a estudar a sua expressão.
Ele estava lhe falando a verdade. Lizette era um amor, mas ele não sentia atração por ela. Talvez,
devido ao fato dela estar apaixonada por outro homem, o que facilitava levá-la para qualquer lugar sem
se preocupar com ter que lhe sugerir, ou até mesmo, prometer algo em troca.
Ao contrário de seus irmãos, Lance mantinha sua vida amorosa fora da sua cidade natal, já que
Colt e Jacob sempre procuravam a maior parte dos seus entretenimentos e aventuras ao redor da
cidade, ele não se sentia nenhum pouco disposto a fazer o mesmo.
- Serio?
Lance tinha as mesmas características físicas dos seus irmãos, porem ele sempre foi o mais
calmo e silencioso entre todos. Ela também já havia observado que ele jamais saia com as mulheres da
cidade, embora soubesse que ele viajava bastante, então provavelmente deveria ter mulheres em outro
lugar.
- Honestamente. - Ele respondeu: - Ela tem uma queda pelo Rush.
- O ex-jogador de hóquei?
Tess o conhecia de vista, mas sempre o achou assustador. Ele provavelmente era mais alto que
Jacob, o que não era pouca coisa, além disso, seu cabelo loiro estava sempre desgrenhado e seus olhos
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de um azul gelado e inquietante, e todas as vezes que eram dirigidos para ela lhe enviava um arrepio
pela espinha.
Ele tinha uma vida dura e isso estava escrito em cada parte do seu corpo.
Ela tinha ouvido rumores de que seu pai era alcoólatra e lhe batia quando era mais jovem.
Porém, seu pai faleceu o ano passado e assim que finalizou o seu contrato com o time holandês de
hóquei, ele voltou para casa e assumiu a fazenda de gado de seu pai. Não que precisasse de dinheiro,
afinal, havia ganhado milhões como um jogador profissional NHL.
No entanto, os Hartley’s eram ricos, mas todos eles ainda trabalhavam todos os dias,
provavelmente algumas pessoas precisavam trabalhar para se sentirem felizes e totalmente realizados.
- O próprio!! - Disse Lance.
- Ela com certeza é bem bonita e muito doce para ele.
- Concordo, mesmo assim não rola nada entre nós. - Ele repetiu com uma sobrancelha levantada.
– Eu juro.
- Bem, já que a sua família é nova na cidade, é bom saber que ela tem um amigo como você.
Ela ouviu-se dizer, enquanto afundava ainda mais na cadeira ao lembrar-se de Jacob e Lindsay
juntos na pista de dança, mas ainda se recusando a virar e olhar para eles.
Lindsay havia proclamado que sabia como lidar com o corpo de Jacob e olhar para eles naquele
momento seria como esfregar sal na ferida, já que era ela que estava agarrada a ele na pista de dança.
- Sei que há algo rolando entre Jacob e você, Tess. Então, não deixe que a Lindsay estrague tudo.
Ele disse, sentindo a sua mudança de humor.
Ela balançou a cabeça para evitar que as suas lágrimas caíssem.
Lance apertou os dentes ao olhar por cima de sua cabeça, para ver Jacob conversando com o
Colt, enquanto a Lindsay se agarrava a ele como se fosse uma pintura molhada.
Um momento depois, ele saiu com a mulher ainda agarrada a ele como se a sua vida dependesse
disso.
Ele queria ir atrás dele, mas não podia simplesmente deixar a Tess sozinha, pois ela estava muito
chateada com aquela situação.
Toda aquela exposição deveria ser algo terrível e ele não podia culpá-la.
- Tess? - Ele disse chamando a sua atenção. – Dança comigo?
Ela parou por um momento antes de confirmar com a cabeça e aceitar a sua mão, pensando em
como o Lance era um homem muito agradável.
Uma hora havia se passado e Tess continuava a agir com naturalidade, mesmo após Colt ter lhe
dito que Jacob havia apenas levado Lindsay para sua casa.
Porém, até aquele momento ele não havia retornado.
Talvez Lindsay estivesse certa e conhecesse Jacob melhor que ela.
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Durante todo aquele tempo, ela se sentiu mais que agradecida pelo modo como o Tom havia se
juntado a eles, ocupando toda a sua atenção com aquela sua bajulação constante.
Ele não havia convidado ninguém alegando que havia deixado em aberto para que pudesse
escolher alguém que estivesse na festa, o que a fez rir.
Ele havia acabado de sentar, quando algumas mulheres se aproximavam da mesa deles para lhe
chamar para dançar, e durante todo o tempo em que ficou lá, ela só o viu recusar a última garota
alegando que estava muito cansado.
Tess até havia dançado com ele duas vezes após muita insistência e ficou muito feliz por ter
aceitado, já que durante a dança ele a fez rir horrores, apesar de quão horrível estivesse se sentindo.
- Tom, - disse Colt. – Posso levar a Tess para casa?
Ele podia ver que ela estava passando por uma grande provação, já que várias pessoas já estavam
cochichando sobre ela ter sido abandonada por Jacob.
Ele fez uma nota mental para fazer o seu irmão pagar por isso mais tarde.
E ele a admirava, pois apesar de tudo aquilo estar sendo muito difícil ela fazia o seu melhor para
manter o seu queixo erguido.
Tess virou e olhou para Colt.
- Você não quer mais ficar aqui? – Colt a questionou.
- Pode levá-la, mas não se divirtam muito pelo caminho.
Ele apertou a mão dela.
- Acho que você já suportou mais que o suficiente.
Tess conseguiu sorrir pensando que poderia se divertir com o Tom, caso quisesse.
- Obrigada, Colt.
- Vamos. - Tom disse ao se levantar e pegar a sua mão. - Acho que iremos aprontar horrores,
afinal, tenho algumas ideias passeando na minha cabeça.
- Você é fogo. - disse Tess ao reencontrar seu humor novamente, mesmo sabendo que seria algo
breve.
- Eu sei disso. - Ele brincou.
Colt observou-a sair querendo açoitar o seu irmão mais velho, pena que isso só seria possível
amanhã pela manhã, pois hoje à noite tinha planos, já que a sua acompanhante não tinha sido nada sutil
ao deixar claro que o queria em sua cama, e ele não conseguia resistir a um pedido desse.
150
Uma hora depois, Tess rastejava em direção a sua cama, após praticamente rasgar o vestido ao
tentar retira-lo do seu corpo.
Seu pai havia deitado mais cedo e ela se sentia mais que grata por isso, porque assim, não seria
necessário encara-lo.
Apesar de ter dito mais cedo que poderia lidar com um coração partido, aquilo se provara uma
verdadeira mentira, pois era horrível as imagens que atravessavam a sua mente, de Lindsay e Jacob
juntos. Afinal, aquela era a única conclusão lógica que existia para ele não ter voltado para a festa.
Isso a fez pensar na primeira noite que eles fizeram amor, quando ele havia lhe dito que a
Lindsay havia aparecido em sua clínica.
Será que naquela ocasião alguma coisa havia acontecido entre eles?
Será que ele conseguiria ter feito amor com ela após ter ficado com a Lindsay?
Claro que podia, afinal, aquele homem tinha a resistência de um guerreiro grego, sabia disso com
toda certeza do tempo que haviam passado juntos em seu escritório.
Lembrou que ele apenas a liberou para voltar para sua casa quando havia se passado três horas
após a sua chegada.
Desta vez, Tess começou a chorar e ela não conseguiu mais parar as suas lágrimas.
Ela chorou até dormir, algo que não havia acontecido com ela desde que a sua mãe havia
morrido.
Jacob desligou o telefone depois de tentar completar a ligação, sem sucesso, pela décima vez.
Ele não deveria ter deixado a Tess e jamais imaginou que seria obrigado a ficar fora da festa por
tanto tempo. Mas Lindsay estava inconsolável e causando uma cena, então não podia simplesmente ir
embora.
De alguma forma ele acabou dentro do seu apartamento, já que ela se agarrou a ele quando
tentou abrir a porta de passageiro, para ajudá-la a sair do caminhão.
151
Uma vez lá dentro, ela tentou beijá-lo enquanto retirava o cinto de suas calças e quando rejeitou
a sua oferta desembaraçando seus braços de seu pescoço, ela começou a chorar de novo.
Ele não percebeu que havia lhe machucado daquela forma, pois jamais teve essa intenção, afinal,
havia deixado bem claro quando começaram a sair que não queria nada sério e ela havia concordado
com aquele arranjo, pelo menos foi o que achou na época. Também, tinha o fato de nenhum deles ser
monogâmico.
Sua culpa era tão grande que se sentiu na obrigação de ficar em seu apartamento até que tivesse
certeza de que ela havia se acalmado. Infelizmente, havia perdido a noção do tempo, deixando que a
Tess ficasse no baile por mais de uma hora e meia sem ele.
Ele sabia que além de indesculpável era algo totalmente idiota o que havia feito com a Tess.
Quando voltou para o baile descobriu que ela havia ido embora com Tom, foi quando percebeu
pela primeira vez o tempo que havia ficado fora e começou a se amaldiçoar por seu deslize.
Claro que não havia se comportado de forma digna com ela, que era o seu par durante o baile, e
agora também sabia que jamais deveria ter concordado em levar a Lindsay para casa.
Se restava alguma dúvida sobre o tamanho do seu vacilo, a carranca estampada na cara dos seus
dois irmãos encerrava o assunto.
Será que eles não compreendiam que no momento em que ela pediu para leva-la para casa não
havia parado para pensar nas consequências?
Será que a Tess teve a mesma impressão?
Será que ela não percebia que ele só tinha olhos para ela?
Agora, no entanto, ao repassar todos aqueles acontecimentos em sua mente percebia a dimensão
dos seus erros e como tudo aquilo soava ruim, muito ruim.
Tess ainda era muito jovem e completamente ingênua, sem falar que ele não havia lhe feito
quaisquer promessas ou mesmo lhe falado como se sentia com relação a ela, desta forma, ela não tinha
absolutamente nada a que se agarrar.
Xingando, se dirigiu para a porta da frente. Ele ia de carro até a casa de Chuck e pediria
desculpas a Tess pessoalmente. Mostraria a ela como a culpa estava lhe comendo vivo.
Enquanto seguia de carro, pensava que a última coisa no mundo que pretendia fazer era
machucá-la novamente, sem falar no fato de quebrar a promessa silenciosa que havia lhe feito quando
ainda estava no hospital, em Nova York.
Ele havia lhe prometido nunca mais lhe ferir como havia feito quando a mandou embora.
Então, só lhe restava esperar que ela conseguisse lhe perdoar novamente.
Até aquele momento, havia lidado muito mal com os seus sentimentos em relação à Tess, e para
um homem que nunca teve problemas em lidar com as mulheres, tudo aquilo apenas deixava claro o
quanto ele realmente se importava com ela.
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Chuck saiu da casa assim que Jacob estava estacionando o carro.

- Ela não quer vê-lo, Jacob.
Chuck disse, enquanto Jacob saia do caminhão.
Ele parou de repente, enquanto olhava para o homem mais velho.
Ele jamais havia sequer considerado a opção de Tess não querer vê-lo.
- Por que não?
Chuck balançou a cabeça.
- Você realmente não tem ideia do dano que causou?
- É claro que sim, - ele disse honestamente. - Vim até aqui para pedir desculpas.
Chuck o estudou por um momento e notou que apesar de tudo ele parecia verdadeiramente
sincero.
No entanto, Tess estava devastada e ele precisava protegê-la de tudo e de todos.
Ele estava totalmente por fora do ocorrido, até esta manhã, quando viu seus olhos vermelhos e
inchados de tanto chorar no café da manhã, e apesar dela não ter lhe falado nada, ele acabou
descobrindo mais tarde o que havia acontecido.
- Deixe-me te falar uma coisa. Imagine a minha surpresa quando fui tomar o meu café esta
manhã no restaurante de sempre e ouvi dizer que a minha única filha foi abandonada no baile por seu
atual namorado, simplesmente porque ele não consegue resistir ao charme de Lindsay Scott.
Ah, inferno...
Jacob estremeceu diante daquele comentário ao empurrar as mãos nos bolsos de trás da sua calça
jeans.
- Não aconteceu desta forma.
- O inferno que não. - Chuck disse permitindo que a sua ira extravasasse, algo que até aquele
momento nunca havia acontecido. Porém, aquilo estava acontecendo com a Tess, que era a imagem
viva da sua mãe, sempre doce e a disposição de todos.
Não era justo ela ter que passar por todo aquele sofrimento.
- Você sabia que cheguei a encorajar os sentimentos dela por você? Mas agora percebo o grande
erro que cometi. Achei que como ela lhe amava muito poderia dar certo, no entanto, tudo o que
consegui foi que tivesse o coração estraçalhado e se tornasse o alvo preferido de fofocas por toda a
cidade.
Jacob parou de ouvir quando Chuck disse que ela o amava.
- O que você disse?
- Você me ouviu. - Chuck falou exaltado. - Agora fique longe da Tess, pois tudo isso está sendo
mais difícil para ela do que você imagina. Saiba que se tentar chegar perto dela mais uma vez iremos
embora daqui o mais rápido possível, e boa sorte em encontrar outro veterinário nesta época do ano.
153
- Mais eu não dormi com a Lindsay. - Jacob sentiu a necessidade de dizer a ele.
- Eu sei que você não fez isso. - Chuck disse sem hesitar surpreendendo ao Jacob
completamente. - Me dê um pouco de credito, Jacob. Não sou nada estúpido. Essa Lindsay não tem
nem como competir com a minha garotinha.
- Você está mais que certo.
- Mas isso não muda nada, você me ouviu. Fique longe dela até que ela descubra uma forma de
se curar do ocorrido.
Chuck nunca pensou que pudesse ser um ator tão bom, até aquele momento.
Ele mentiu descaradamente ao confrontar Jacob sobre os fatos, exceto sobre os boatos que ouviu
na cidade.
Afinal, sua filha estava de coração partido e ele sabia que mesmo assim, teria gostado de ver
Jacob lhe pedir desculpas e com toda a certeza, o perdoaria em um piscar de olhos. No entanto, como
era mais velho que eles e por este motivo mais sábio, sabia que Jacob precisava de um tempo para
poder processar os seus sentimentos por Tess.
Sem falar que um tempo longe um do outro faria bem a ambos, especialmente ao Jacob.
Tess era especial e se aquele homem a quisesse de verdade e por toda a sua vida, deveria rastejar
ou lhe implorar de joelhos o seu perdão.
Realmente, Jacob ainda não havia alcançado esse estágio.
Ele estava contente por Tess ter decidido cuidar do jardim a manhã toda, desta forma, não havia
ouvido o telefone tocar.
Chuck havia apagado duas mensagens de Jacob na secretaria eletrônica e chegou até a diminuir a
campainha do telefone para que, assim, Tess não ouvisse seu toque.
Sendo assim, agora só podia esperar que alguma coisa boa resultasse dessa sua interferência.
Jacob olhou para ele e depois para a casa por um momento antes de acenar com a cabeça.
- Você pode pedir a ela que me ligue assim que possível?
- Ok.
Duas semanas se passaram e Tess ainda não havia se recuperado, ao contrário, a cada dia era pior
que o anterior.
Obviamente, Jacob tinha voltado com a Lindsay, já que não havia telefonado ou pelo menos,
passado em sua casa para ver como estava.
154
Fazia apenas algumas noites em que havia parado de chorar até dormir e tudo isso graças ao seu
pai, que era a sua ancora durante aquela aprovação. Ele havia até se oferecido para atirar Jacob por ela,
embora, após um momento refletiu que isso significaria perder o seu amado trabalho e muito
provavelmente, tendo que parar na cadeia o que acabaria lhe deixando sozinha por um longo período.
Isso realmente a fez rir, algo que não conseguia desde a noite do baile.
Desde aquele maldito dia também não havia saído de casa, por este motivo, quando o seu pai a
intimou para almoçar juntos na cidade, acabou chegando à conclusão que seria uma boa ideia, afinal,
havia chegado a hora de enfrentar toda aquela situação.
Após o almoço já se sentia melhor, porém não deixou de notar que algumas pessoas a olhavam
com uma simpatia excessiva e ela sabia exatamente o porquê daquilo, simplesmente era devido ao fato
de Jacob tê-la trocado no baile por outra mulher e na frente de todos.
- Podemos ir embora? - Ela perguntou ao pai, se sentindo cada vez mais em exposição.
Como havia percebido os olhares dirigidos a sua filha desde que entraram no restaurante, não
teve outra alternativa a não ser acenar positivamente com a cabeça.
- Ok, vamos embora, mel.
Assim que estava entrando no caminhão, ouviu o seu nome. Ao virar em direção à voz, viu Colt
do outro lado da rua e imediatamente seus sentidos ficaram apurados olhando em volta para ver se
Jacob estava com ele.
Graças a Deus ele não estava.
- Olá - ele falava enquanto se aproximava dela. - Eu não te vejo a muito tempo. Está me
ignorando?
- Não, é claro que não. - Ela exclamou surpresa com o fato dele sugerir uma coisa dessas.
- Então, por onde tem andado ultimamente? Pelo que me lembre, desde que aprendeu a andar,
sempre passou mais tempo no casarão que na sua casa, mas não a vejo desde o baile.
- Tenho permanecido mais tempo em casa cuidando do jardim.
Ele estreitou seus olhos cheio de desconfiança.
- Você precisa falar com o Jacob, Tess. Acho que você-
Ele parou de falar por um momento, enquanto Chuck gesticulava como louco para calar a boca.
- Que foi? - Ela perguntou curiosa antes de lançar um olhar por cima do ombro para o seu pai,
que parecia estar acenando para alguém do outro lado da rua.
- Nada, - Colt disse voltando a sua atenção para ela. – Apenas sentimos muito a sua falta.
- Acho que apenas você ou quem sabe o Lance sinta um pouco a minha falta, mas com relação
ao Jacob, com toda a certeza que ele não se importa com a minha ausência. Depois de tudo que
aconteceu, apenas tive a confirmação que a Lindsay estava correta.
- Confirmação?
155
Desta vez foi o seu pai que ficou surpreso.

- Quando você falou com a Lindsay? - Perguntou Colt.
-Tess? - Ele disse com um tom mais duro.
- Ela falou algumas coisas para mim, sei que não deveria ter ouvido, mas-.
- Quando foi isso?
- Um pouco antes de ele dançar com ela. - Ela admitiu.
- Sabia que ele voltou para o baile e estava procurando por você?
Ele falou, olhando atentamente para ela, por isso notou quando ela perdeu aquela luz que sempre
emitia quando falavam de Jacob.
- Você está bem?
Seus olhos se encontraram.
- Estou bem.
- Jacob não pensa mais dela dessa forma. - Ele completou quando finalmente conseguiu ter uma
imagem clara do que estava acontecendo.
- Não sou burra. Já se passaram duas semanas e você não acha que se ele realmente se
importasse teria pelo menos tentado se explicar? O que, aliás, até o momento ele não fez. Ele nem ao
menos ligou para mim.
Ela sentiu lágrimas quentes surgirem em seus olhos.
- Saiba que não consigo mais dormir, pensar ou fazer qualquer coisa sem que ele invada os meus
pensamentos. Tudo isso é tão horrível! Sinto-me uma miserável e nem consigo mais parar de chorar.
- Oh, docinho...
Ele lhe abraçou e lançou ao seu pai um olhar irritado.
Obviamente Chuck havia aprontado alguma coisa, até mesmo porque sabia como o Jacob era
apaixonado pela Tess e que havia ido até a sua casa no dia seguinte, para lhe pedir desculpas, depois
de não conseguir falar com ela por telefone.
Ele não sabia o que ocorreu naquele dia, mas quando seu irmão voltou para casa, estava com
cara de quem tinha visto o seu cachorro favorito ser atropelado.
Desde então, Jacob vinha mantendo distância deles. Quando chegava a noite do trabalho se
trancava em seu escritório antes de ir para a cama. A situação estava tão feia que Maria começou a
colocar bandejas de comida lá dentro, já que ele não se dirigia a mesa para comer com o eles.
Aquilo era algo inteligente da parte dele, pois caso resolvesse se sentar à mesa, tanto ele como o
Lance, iria acabar com a raça dele.
No entanto, ao ver o espanto no rosto de Chuck momentos atrás, teve certeza de que ele não
sabia que a Lindsay havia aprontado e quão machucada a Tess estava com tudo aquilo.
156
Mais uma vez ficou obvio para ele que ela não tinha conhecimento, que desde o baile, a Lindsay
estava namorando com um banqueiro.
Sem contar com o fato de que o Jacob havia lhe procurado e que, desde então, estava em um
estado deplorável.
Se a Tess achava que ela estava em um estado miserável, precisava urgentemente se encontrar
com o Jacob.
- Não chore, meu bem. Tudo irá se resolver. Lembre-se sobre o que falei sobre Deus, que ele
nunca permite que a gente escolha a quem amamos?
- Eu o odeio por isso. - Ela soluçou.
Ele teve que rir diante daquela declaração.
Pelo menos ainda lhe restava alguma coragem, apesar da sua aparência. E não só isso, sentiu
fortemente que isso significava que ela ainda se importava com Jacob.
- Será que o Jacob sabe o que Lindsay fez com você, aquela noite?
- Não falei com ele-
Ela fez uma pausa e lhe lançou um olhar firme.
- Na verdade, não contei isso para ninguém, não queria ficar parecendo uma adolescente
ciumenta e na ocasião achei que era algo que eu poderia lidar sozinha.
- Se ele soubesse disso, provavelmente não a teria levado para casa.
- Tenho certeza que ela é muito convincente quando quer algo.
Tess se lembrou da forma como ela havia se agarrado a ele durante a dança.
- Sim, concordo.
Ele lembrava muito bem como aquela maldita mulher praticamente se jogou para cima de Jacob
enquanto chorava. Ela estava causando uma cena, embora parecesse a quem tinha visto que não se
importava com a sua reputação desde que, conseguisse o que queria.
Sabia que Jacob só a levou para casa porque sentia pena dela.
- Você tem que compreender que não havia nenhuma maneira dele ter pensado em ficar com ela,
naquela noite.
- Você não sabe de nada, Colt.
- Sei sim, basta apenas ver a forma como ele olha para você. Sabia que não faz bem a ninguém
levar em consideração as fofocas?
Ela levantou os olhos para ele.
- Eu não me importo com fofocas. Não tem nada a ver com isso. Saiba que se ele realmente
tivesse aparecido e me falado que nada aconteceu, eu teria acredito nele. Jacob jamais mentiria para
mim.
Ela engoliu em seco.
157
- Mas ele não fez nada disso, então sei que algo aconteceu, já que ele não consegue nem mesmo
me confrontar.
- Talvez você deva procurar ao Jacob, Tess. Acredito que para ele nada está resolvido como você
pensa.
Mas ela rapidamente balançou a cabeça.
- Não posso falar com ele. Não posso enfrentá-lo sabendo que ele-
Ela não conseguia terminar.
- Que ele teria vindo me ver caso quisesse me dizer algo-
- Tess. - Seu pai finalmente interrompeu incapaz de controlar toda a culpa que sentia - Ele
apareceu.
Ela se virou para ele.
- Como?
- Querida, você estava tão magoada. Senti que Jacob merecia uma lição, depois do que ele fez.
Infelizmente, queria que ele lutasse um pouco por você e por isso lhe disse que ficasse longe até que
você entrasse em contato com ele. No entanto, quando fiz isso não sabia que a Lindsay havia lhe
confrontado e nem que a sua ausência estava lhe deixando tão arrasada.
- Oh... Pai... Você não fez isso, certo!
- Ele ligou várias vezes na manhã seguinte, ate chegou a ir pessoalmente na nossa casa quando
você não lhe atendeu. Agora sei que foi errado da minha parte diminuir o volume da campainha do
telefone e apagar todas as mensagens que ele lhe enviou.
- Oh Meu Deus!
Ele deveria pensar que ela não se importava com ele!
Com certeza, não haveria nenhuma maneira no mundo capaz de consertar tudo aquilo.
- Filha, fique tranquila que irei falar pessoalmente com ele.
- Você já atrapalhou o suficiente pai! - Ela disse cheia de mágoa.
Racionalmente sabia que ele estava apenas tentando ajudar, mas naquele momento ela estava
envolvida apenas no seu próprio inferno pessoal.
Haviam se passado duas semanas de desgosto e, provavelmente, Jacob tinha seguido em frente.
Ela começou a se sentir mal do estômago diante da confissão do seu pai, das palavras anteriores
de Colt e a esmagadora onda de tristeza que lhe acometeu. Só teve tempo de virar para o lado e jogar
fora todo o seu almoço na calçada antes de desmaiar.
Graças a Deus, Colt conseguiu lhe pegar antes dela bater a cabeça no pavimento.
158
CAPÍTULO DOZE
- Estou começando a pensar que você está usando esses pequenos episódios para chamar a minha
atenção.
Aquela voz familiar lhe trouxe de volta da escuridão.
Quando abriu os olhos, deu de cara com Jacob inclinado sobre ela e seu coração começou a
galopar em seu peito.
Apesar de estar brava com ele, aliás, com raiva de todos que pensavam que tinha direito de
decidir como a sua vida deveria ser sem o seu consentimento, ele ainda conseguia afetá-la como
nenhum outro.
Em seguida, o cheiro familiar do hospital acertou em cheio as suas narinas e ela gemeu.
Viu quando uma enfermeira surgiu do nada ao ouvir o som, mas Jacob acenou a dispensando.
- Ela está bem. - Ele disse voltando sua atenção para ela. - Se sente melhor?
- Não. Estou morrendo de ódio de todas as pessoas desta cidade. - Ela resmungou.
- Você sabe que isso não é verdade. Não há nenhum sentimento negativo nesse seu belo corpo.
Jacob lembrou o momento em que Colt havia ligado para ele mais cedo e lhe falado que a Tess
estava no hospital. Provavelmente, havia definido novos recordes de velocidade quando voou para o
hospital, já que o seu irmão se negava a dizer o que havia acontecido com ela.
Quando chegou, encontrou Chuck e Colt na recepção lhe esperando.
Só conseguiu voltar a respirar quando Colt lhe garantiu que a Tess estava bem. Porém, assim que
voltou a atenção para Chuck, notou que ele parecia incrivelmente culpado, e somente após lhe
confessar o que havia feito, conseguiu relaxar pela primeira vez, desde o incidente no baile.
Ele pensava que tinha arruinado todas as suas chances com Tess depois do que havia feito e ao
longo das últimas semanas, percebeu que teria sido menos doloroso perder um membro do que perdê-
la.
Talvez Chuck tivesse razão. Ele realmente precisava descobrir como lidar com todos aqueles
sentimentos novos com relação a ela, por conta própria.
Nenhuma mulher jamais havia virado o seu mundo de cabeça para baixo como a Tess havia
feito, por este motivo, quando Colt ligou para informar que ela estava no hospital, mais uma vez,
sentiu que alguém havia puxado a terra sob seus pés e, consequentemente, vários tipos de coisas
negativas passaram por sua cabeça.
159
Então, após conversar com o Chuck, passou um bom tempo tentando descobrir o que havia de
errado com ela, afinal, Tess não era uma mulher fraca, ao contrário, ela era mais forte do que muitos
caras que conhecia.
Porém, nos últimos quatro meses, havia rompido o apêndice e sido atropelada por um caminhão
de entrega, para não mencionar o estresse vivido nos últimos dias.
Quando os últimos exames ficaram prontos e foram entregues para ele, ficou totalmente fora de
si, porém não deixou de se perguntar como ela iria encarar o resultado desta vez.
- Eu te odeio mais que todos. - Ela acrescentou com raiva.
Ele franziu seus lábios.
- Admito que mereço isso, mas docinho saiba que sofri bastante por causa do que aconteceu.
Não tanto quanto eu. – Ela pensou.
- Onde estou exatamente? – Perguntou mudando de assunto, pois ainda lhe doía muito falar
sobre isso, principalmente com ele.
- Mais uma vez, em cima de uma cama de hospital. - ele sorriu. - No entanto, desta vez não
precisei ameaçar o médico de plantão.
- Dessa vez?
- Eu quase bati no medico que lhe atendeu quando você rompeu o seu apêndice.
- Você não fez isso!
Mas após esse comentário surgiu vagamente em mente uma lembrança dele segurando um
homem pelo pescoço e enquanto gritava com ele.
- Ele era um verdadeiro idiota.
Ele franziu a testa lembrando o quão perto chegou de perdê-la naquele dia.
- Lance conseguiu acalma-lo, evitando assim um processo contra mim.
- Jacob, isso é uma loucura. - Ela disse com os olhos arregalados.
- Levando em consideração esses últimos meses, sou obrigado a concordar com você.
Ele estendeu a mão e lhe tocou carinhosamente o rosto.
- Há alguns assuntos pendentes entre nós.
- Sim, mas não agora. - Ela sussurrou tentando ignorar a sua carícia.
Meu Deus, como sentia falta dele!
- Tem que ser agora. Somente deitada aqui, você vai ouvir tudo o que tenho para lhe falar. E,
também, porque essa situação desnecessária já durou tempo demais.
Ele falou severamente com ela ao mesmo tempo em que lhe dirigia um olhar aguçado.
- Primeiro de tudo, quero informa-la que não durmo com a Lindsay a muito tempo, na verdade,
desde meses antes de iniciarmos o nosso relacionamento.
- Jacob- - Tess começou a falar quando sentiu lágrimas enchendo seus olhos.
160
Mas ele levantou a mão e a cortou de imediato.

- Claro que deixá-la sozinha no baile, enquanto cedia a manipulação de uma cadela sem coração,
foi algo imperdoável. Eu deveria ter imaginado. O Colt me falou inclusive que ela teve a petulância de
falar algumas coisas para você antes de armar todo aquele circo. Juro que não sabia de nada, ate hoje.
Se eu soubesse, ela jamais teria saído viva daquele baile.
- Ela me disse que era a única que poderia satisfazê-lo.
Ele estremeceu ao ouvir aquela declaração.
- Bem, ela poderia até tentar, mas...
Ele se inclinou ainda mais sobre ela.
- Docinho, ninguém jamais conseguirá competir com você. Você simplesmente coloca fogo em
meu sangue.
Desta vez suas lágrimas caíram.
Ele levantou um pouco para ver a sua reação.
- Por outro lado... Você terá que casar comigo. Não consigo mais sobreviver sem você. Estou
num estado miserável desde aquele maldito dia. Eu te amo tanto, Tess.
Ela respirou fundo e acabou soltando um soluço miserável quando estendeu a sua mão para ele.
Jacob rapidamente a pegou e começou a beijá-la por todo o rosto. Um pouco depois colocou o
seu nariz em seu pescoço.
- Sou o homem mais burro da face da terra, mas mesmo assim, será que você consegue me
perdoar?
Ela assentiu sem conseguir falar.
- Agora fale que me ama e diga ‘sim’ à minha proposta.
- Eu o amo. - Ela disse quando finalmente encontrou a sua voz. - Eu sempre o amei e sempre irei
ama-lo.
- Que bom.
Ele retirou alguns fios do seu cabelo do rosto para estudar melhor a sua expressão.
- Agora diga ‘sim’ a minha proposta.
- Tem certeza? - Ela perguntou insegura.
Ele lhe lançou um de seus sorrisos pecaminosos.
- Mais do que qualquer coisa em minha vida. Apesar de não ter a intenção de te dar muita
escolha sobre esse assunto.
Sua mão foi até o seu abdômen.
- Afinal, você está carregando o meu filho.
Ela sentiu literalmente o sangue fugir do seu rosto.
161
- Impossível. - Ela falou suavemente. - Eu te falei que tomo pílula. David me prescreveu uma de
uso continuo, desde que tinha dezoito anos-
- Sei disso.
Ele a interrompeu com aquele seu sorriso arrogante se alargando ainda mais.
- Aparentemente sou muito dotado!!! Brincadeirinha. Quando descobri que você passou mal e
não havia nada de errado em seus exames, solicitei um teste de gravidez, apenas para desencargo de
consciência. Nem sempre a pílula é cem por cento eficaz em algumas mulheres e aparentemente você
faz parte dessa categoria.
- Oh meu Deus, um bebê! - Ela murmurou enquanto sua mão cobriu a dele.
- Um bebê... Nosso bebê... O primeiro de muitos.
Ele corrigiu.
- Agora diga ‘sim’ a minha proposta.
Ela ainda estava se recuperando do choque inicial e por este motivo não conseguia falar nada.
- Tess??? Docinho??? Você está me matando com esse seu silêncio.
Ele falava enquanto começava a se sentir inseguro com relação aos sentimentos dela por ele.
- Como?
Quando olhou para ele começou a rir da sua expressão.
-Sim... Sim... Sim!
Sua voz foi cortada quando ele lhe abraçou tão forte que roubou todo o ar de seus pulmões.
- Jacob, não consigo respirar.
Ele começou a rir enquanto lhe soltava.
- Vou te deixar sozinha um pouquinho, enquanto resolvo algumas coisas lá fora.
Antes de sair ele a beijou com força.
Tess olhou para seu abdômen, admirada.

Um bebê?
Enquanto processava a informação notou algo que havia deixado passar, até agora.
Não era apenas um bebê, mas um bebê de Jacob!
Agora lágrimas escorriam de seus olhos, pois a sua felicidade era completa.
162
Quando Jacob voltou a Tess ainda estava chorando, o que o fez sorrir e lhe falar que era tudo
culpa dos hormônios.
- Irei ficar imensa. - Ela ouviu-se dizer.
- Completamente imensa de amor. - Ele respondeu com um sorriso malicioso antes de se inclinar
e beija-la.
Tess voltou a chorar quando começou a falar o quanto sentiu a sua falta ao longo das últimas
semanas, mas foram interrompidos quando alguém limpou a garganta, fazendo com que se afastasse
um pouco dela.
Tess percebeu que era a mesma enfermeira que havia tentado lhe dar o número do seu telefone,
quando foi internada anteriormente.
Para seu credito, ela parecia um pouco envergonhada com a interrupção.
- Doutor Hartley, o senhor quer que eu traga uma cadeira de rodas?
- Não. Ela está muito bem.
Ele falava sem tirar os olhos dela.
A enfermeira apenas assentiu e saiu rapidamente.
Tess estreitou os olhos ao observar aquela mulher.
- Pelo menos agora ela vai pensar duas vezes antes de te entregar o seu número de telefone.
Isso fez com que o Jacob gargalhasse.
- Isso não é engraçado, Jacob. Será que não percebe que as mulheres estão constantemente se
jogando para cima de você?
- Não mais do que os homens que correm atrás de você.
- Isso não é verdade! - Ela exclamou.
- Pode acreditar. A prova disso é que ao longo das últimas semanas uma dúzia de homens me
parou na rua apenas para me perguntar se havíamos terminado e sempre questionavam se eu me
importava com o fato de convida-la para sair.
- Você está de brincadeira, não é?
- É claro que não.
- Oh... E o que você falava para eles?
- Falei que iríamos nos casar em breve e que se eu os visse babando pela minha futura esposa,
iria quebrar a cara deles.
163
- Você não fez isso!

- Tess, você não tem ideia de como alterou a minha vida.
Ela corou.
- Ok, isso é o suficiente.
Ela continuava segurando as mãos quando, de repente, se lembrou de algo que ele havia lhe dito.
- Você disse às pessoas que íamos nos casar antes mesmo de saber que eu estava grávida?
- Claro. Afinal, quero me casar com você desde a nossa primeira noite. Apenas fui muito
estúpido ao não lhe dizer como me sentia. Na verdade, - ele disse: - até agora não sei bem como fazer
isso. Agi de forma imprudente muito tempo com as mulheres, então tudo isso é muito novo para mim.
Acho que realmente precisava de um tempo para descobrir tudo isso. Então, seu pai foi de grande
ajuda nesse processo quando não me permitiu vê-la, pois somente desta forma consegui colocar tudo
em perspectiva.
- Você jamais ligou ou me procurou após aquele dia.
- Não. Até mesmo, porque estava muito ocupado planejando o nosso casamento, a lua de mel e
encomendando o seu anel de noivado. Depois disso ainda perdi um bom tempo até contratar uma boa
construtora para construir a nossa casa no lago. Todos pensavam que durante todo esse tempo estava
remoendo o que havia acontecido, mas na verdade, me tornei apenas um homem muito ocupado. Eu
sei que de fora pode dar uma impressão errada, mas estava colocando tudo em ordem e garantindo que
você jamais conseguisse recusar ao meu pedido.
Sua boca abriu tamanho o choque com aquela sua declaração.
Será que seria possível o seu coração inchar no peito até doer?
Jacob enfiou a mão no bolso e tirou uma caixinha de veludo.
- Ele só chegou esta manhã.
Ela começou a chorar novamente.
- Tess, você não achou de verdade que eu iria desistir de você, não é?
- Além disso, quero que saiba que estava disposto a carregar você em meu ombro até à igreja,
caso negasse o meu pedido.
Seus olhos lacrimejantes fixaram nos seus.
- Eu jamais diria não.
- Aqui.
Disse ele abrindo a caixinha e revelando um deslumbrante anel com uma esmeralda central,
rodeada por pequenos diamantes.
Ele pegou a sua mão e colocou o anel em seu dedo.
- Você acha que o meu pai vai desmaiar quando ele souber que será avô em breve?
Ele sorriu enquanto examinava o seu anel.
164
- É possivelmente a coisa mais bela que já vi.

- Escolhi cuidadosamente com o objetivo de combinar com os seus lindos olhos.
Ela sorri para ele enquanto lágrimas escorriam pelo seu rosto.
- Eu te amo muito Jacob.
- Obrigado, meu Deus, por esse grande milagre. - Ele disse antes de beijá-la novamente. - Vamos
logo para casa comemorar com a nossa família. Eles vão gostar de ouvir a grande notícia, também.
Além disso, seu pai está se sentindo culpado achando que é o responsável por você desmaiar. Então,
você precisa falar logo com ele.
Se ela pensava que somente ela e Jacob ficariam animados com a notícia, se surpreendeu ao
notar como o seu pai ficou fora de si, sem falar nas reações exageradas do Lance e Colt, que chegaram
até a se oferecer para cuidar da criança, até que chegasse a adolescência.
Eles ficaram horas e horas debatendo sobre a sua gravidez enquanto ela era paparicada por todos,
principalmente pelo Colt.
Depois disso, eles tinham ido até o seu escritório para que ela pudesse ver tudo o que ele já havia
planejado para o casamento, até agora. Eles estavam apenas finalizando algo sobre os convites quando
ela questionou se ele poderia recontrata-la.
- Enquanto você estiver grávida, sem chance. - Ele disse com aquele seu tom autoritário, o qual
ela conhecia tão bem.
- Jacob. Não sou uma inválida. E outra coisa, você é médico, pode muito bem cuidar de mim.
- Reconheço que adoraria manter você por perto até que esteja pronta para ter o nosso bebê,
porém, não quero colocar sobre você qualquer tipo de pressão. E, também, ainda tem muita coisa para
resolver referente ao casamento e isso já irá exigir muito tempo, consequentemente irá deixa-la
sobrecarregada.
- Juro que se me sentir cansada, você será a primeira pessoa a saber. Além disso, Rita me ligou
na semana passada e pediu desesperadamente para que voltasse a trabalhar com ela. Ela disse que está
ficando louca com a sua nova organização de pastas, utilizando o primeiro nome dos pacientes.
Ela não lhe disse que Rita havia escutado sobre o ocorrido no baile e tinha, na realidade, ligado
para saber se ela estava bem, afinal, Jacob já sentia muito culpado com todo o ocorrido.
- Serio?
Ele riu olhando para ela.
165
- Talvez você tenha razão, mas não quero que você se canse de forma alguma.
- Acho que tenho a solução perfeita. – Ela disse de repente, se lembrando de algo.
Ele estreitou os olhos, desconfiado.
- Eu conheço esse seu olhar.
- Você se lembra da minha enfermeira de Nova York?
Ele apenas balançou a cabeça.
A única coisa que manteve seu foco na época era ela.
- Seu nome é Tammy e é muito eficiente, Jacob. Sem falar que era a única mulher de lá que não
estava ofegando por você.
Ele riu.
- Você está exagerando.
- Tem certeza? A Rita me contou sobre as duas primeiras mulheres que você contratou, assim
que saí de Sulphur Springs.
Oh, inferno... Ele havia se esquecido deste ocorrido.
Ela lhe lançou um olhar de triunfo quando uma careta de irritação surgiu no seu belo rosto.
- O que te faz pensar que ela gostaria de mudar para esta cidade?
- Ela mencionou que queria trabalhar em um ritmo mais tranquilo. Tenho certeza de que adoraria
a nossa cidade.
Jacob estreitou o olhar desconfiado.
- O que é que você não está querendo me contar?
Como será que ele a conhecia tão bem?
- Absolutamente nada. - Ela disse com um sorriso exagerado.
- Nossa!!! - Ele parou de estudar sua expressão. - Lance ou Colt?
- Ah, pelo amor de Deus! - Ela explodiu, o que o fez gargalhar.
- Eu a conheço há muito tempo, Tess. - Ele disse estendendo a mão para ela.
- Jacob!!! Toda a nossa família está logo ali na sala!
- Eu não dou à mínima para isso. Quero você novamente e o mais rápido possível. Além disso,
tranquei a porta, os deixe pensarem o que quiserem, afinal, muito em breve vamos nos casar e você se
esqueceu que está grávida? Eles teriam que ser cegos e estúpidos para achar que eu não toquei em
você. Inferno! Mesmo se você não estivesse grávida, eles teriam certeza disso, olha só, é só olhar para
você! Você é linda e um homem teria que estar morto para não cair de boca.
Ela corou diante de tanto elogio.
- Jacob, a última vez que ficamos, mal consegui andar por dois dias!
Isso a fez ouvir um dos rosnados mais sexy vindo dele, seguido pelo escurecimento de seus olhos
antes dele jogar a lista de convidados de lado e a deitar de costas no sofá.
166
- Vamos ver se consigo bater este recorde hoje, ok? - Ele disse ao tomar a sua boca.
Se ela tinha algum protesto em mente, este desapareceu completamente quando ele puxou para
cima a sua camiseta e começou a sugar os seus seios. Ela teve que morder a língua para evitar gritar
alto diante do prazer que ele estava lhe dando.
Em poucos minutos ambos estavam nus e para surpresa total de Tess ele a levantou, a sentou
sobre suas pernas, com as costas contra seu peito enquanto segurava seu queixo com uma mão e
serpenteava a outra em volta da sua cintura. Virando a cabeça ainda mais correu com a boca sobre seu
pescoço. Tess não esperava algo tão exótico e em poucos segundos, vários ruídos descarados estavam
sendo despejado pela sua boca.
Ela nunca tinha ideia do que esperar dele durante aqueles momentos.
Quando ele estendeu a mão entre as suas pernas e começou a massageá-la, ela não conseguiu
segurar um gemido mais forte, enquanto a sua cabeça caiu para trás contra o seu ombro.
- Eu adoro a forma como você me responde. - Ele rosnou em seu ouvido.
Ela não conseguiu lhe responder, mas mesmo que o fizesse, jamais teria conseguido formar
alguma palavra coerente.
- Agora começa a melhor parte.
Ele falava com uma voz rouca enquanto a levantava ligeiramente e deslizava para dentro dela,
por trás. Após se encaixar completamente, ficou parado por um momento enquanto um profundo
suspiro de satisfação dominava todo o ambiente.
- Ah... Isso não pode ser normal.
Ela gemia enquanto enredava os dedos em seus cabelos e ele começava a fazer um movimento
ao mesmo tempo torturante e doce.
- Tudo isso é perfeitamente normal. - Ele respondeu em seu ouvido com dificuldade enquanto
espalmava ambos seus seios, sem perder o ritmo.
167
Epílogo
Era primavera, quando Jacob e Tess Hartley, juntamente com o bebê de quatro semanas, se
mudaram para a casa do lago.
Não era uma casa pequena ou muito acessível, mas Tess amava a vista.
Jacob havia projetado para que toda a parte de trás tivesse vista para o lago e isso lhe fazia
passar horas e horas tocando o seu amado violino enquanto cuidava da sua filha, Emily Jean Hartley,
nomeada assim em homenagem a ambas avós.
No entanto, isso não significava que ficasse sozinha durante muitos períodos. Pelo menos um
dos irmãos de Jacob ou ate o seu pai, sempre que possível, estava lá para mimar a Emily.
Uma noite, quando estava aproveitando uma das sonecas de Emily para se restabelecer, porque
não tinha dormido muito na noite anterior, ao acordar notou que o seu bebê não estava no berço.
Jacob já deve ter voltado para casa, pensou.
Então, se levantou e foi procurar a sua família.
Enquanto os procurava, pensava que muitas vezes ele ia diretamente para a sua filha quando
chegava à casa do trabalho, após um beijo doce e um ‘Olá’ para ela.
Sendo assim, o encontrou sentado no balanço da varanda da frente, com Emily aconchegada em
seu ombro enquanto cantarolava uma melodia.
A visão do seu grande e másculo marido segurando a sua pequena filha toda de rosa, era
possivelmente a coisa mais bonita que já havia visto.
Ele ainda não havia trocado de roupa e naquele instante estava usando seu terno cinza escuro,
embora de longe desse a impressão que, pelo menos, teve tempo de afrouxar a gravata antes de sentar
com ela no balanço.
Como ele ainda não havia notado a sua presença, resolveu absorveu aquela linda imagem,
sentindo-se como a mulher mais sortuda do mundo.
FIM
168

Lietha Wards - Serie Wild - #1 - Wild Obsession (Obsessao Selvagem) (Revisado)

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Lietha Wards - Serie Wild - #1 - Wild Obsession (Obsessao Selvagem) (Revisado)

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Lietha Wards – Série Wild 01 – Obsessão Selvagem

Revisora Inicial: Soneide

- Com quantos anos você está agora?

- Onde estamos indo?

Seus olhos se arregalaram.

Ela soltou um suspiro de alívio quando o seu pai saiu do quarto.

Ele estava completamente surpreso por ter gritado com o Tom.

- Isso aí em sua mão é o número do telefone dela, não é?

- Eu sei. - Ela se defendeu rapidamente, ignorando ao seu elogio.

Surpreendentemente ela não fraquejou.

- Obrigada Jacob. Por tudo.

- Jacob? Ele estava no meu quarto?

Tess não poderia estar mais feliz.

- Então, ate mais. - Ele disse voltando-se para Tess.

- Eu o conheço desde sempre, pois cresci em meio a sua família.

Ele levou o copo em sua direção.

- Tudo bem. Aceito sair com você.

Ele arqueou as sobrancelhas.

- Isso só prova o meu ponto de vista de como você é ingênua.

- Você fez bem em me avisar.

Ela respirou fundo.

Quando Tess abriu os olhos pensou que ainda estava sonhando.

- Alguns dias? Há quanto tempo estou aqui?

Assim que Jacob terminou de falar com o cirurgião, Chuck chegou.

Acabou encontrando-o na sala de espera junto a maquina de café.

Ele virou para ir quando Chuck o deteve.

- Ele não tem nenhum conhecimento de que você precise, Tess.

Ele balançou a cabeça lentamente, sem tirar os olhos dela.

- Esqueci-me dessa parte.

Ele sorriu vendo a mudança de cor em suas bochechas.

- Você parece bem melhor. - Ele disse ao sentar ao seu lado.

- Isso faz parte da minha essência.

Jacob estava exausto, mas não havia muito a fazer.

Ele riu e pegou a mão dela pressionando algo nele.

- Obrigada Rita. - Ela disse a mulher mais velha dando um sorriso.

Ela explodiu diante daquelas suas palavras.

Enquanto isso, Jacob estava na cidade finalizando os preparativos antes do baile.

- Agora você já sabe. - Ele acrescentou.

- Você está tão bonita.

- Ouvi você, Jacob. - Ela finalmente disse.

Chuck saiu da casa assim que Jacob estava estacionando o carro.

Desta vez foi o seu pai que ficou surpreso.

Mas ele levantou a mão e a cortou de imediato.

Tess olhou para seu abdômen, admirada.

- Você não fez isso!

- É possivelmente a coisa mais bela que já vi.

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