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ASPÉCTOS DA RENDEÇÃO.

Justificação: provisão divina pela qual os pecadores são libertos da punição da culpa de seus pecados.

Santificação: os meios pelos quais Deus liberta os pecadores do poder reinante do pecado.

Onde a justificação e a santificação diferem?

Ainda que a santificação seja inseparavelmente unida com a justificação, contudo elas
diferem nisto: na justificação Deus imputa a justiça de Cristo, e na santificação o seu
Espírito infunde a graça e dá forças para a exercer. Na justificação o pecado é perdoado,
na santificação ele é subjugado; aquela liberta a todos os crentes igualmente da ira
vingadora de Deus, e isto perfeitamente nesta vida, de modo que eles nunca mais caem
na condenação; esta não é igual em todos e nesta vida não é perfeita em crente algum,
mas vai crescendo para a perfeição”. Catecismo Maior de Westminster # 77.

Uma questão crucial que todo homem deve ponderar é a de como ele pode ser justo
diante de Deus. Esta é uma questão legal, concernente à nossa culpa como pecadores.
Nós somos todos culpados; não pode haver negação deste fato. “Não há justo, nem
sequer um” (Rm 3:10). Nós não temos nenhum mérito para trazer diante de Deus para
melhorar nossa posição, porque “todos nós somos como o imundo, e todas as nossas
justiças como trapo da imundícia” (Is 64:6).

Se quisermos estar justos (ou justificados) diante de Deus devemos obter a justiça de
uma fonte externa a nós.
Vamos, então, louvar a Deus: através de seu plano maravilhoso de redenção, tal justiça
é encontrada em Cristo! Em Cristo, e nele somente, podemos encontrar a justiça
que é inerentemente ausente em nós.
“Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que nele fôssemos
feitos justiça de Deus”.
Ele “foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitou por causa da nossa
justificação” (2 Co 5:21; Rm 4:25).
Portanto ele é chamado “Senhor, Justiça Nossa” (Jr 23:6; 33:16).
“Depois de ter feito a purificação dos pecados,
assentou-se à direita da Majestade nas alturas” (Hb 1:3).

“Justificação é um ato da graça livre de Deus pelo qual ele perdoa todos os nossos
pecados e nos aceita como justos em sua presença, apenas pela justiça de Cristo
imputada a nós…”
O pecador é declarado justo baseado somente na justiça de outro, Cristo Jesus. A justiça
de Cristo é a base da salvação.
A Bíblia é absolutamente clara sobre a natureza caída da humanidade.
Os homens são totalmente incapazes de buscar a Deus; seus desejos são completamente
inclinados para o mau: “não há quem busque a Deus”.
“O pendor da carne é inimizade contra Deus” (Rm 3:11; 8:7).

Desde a queda de Adão todo ser humano nascido por geração ordinária herdou uma
natureza corrupta, um coração mau.
Os homens são totalmente incapazes de buscar a Deus; seus desejos são
completamente inclinados para o mau:
“não há quem busque a Deus”.
“O pendor da carne é inimizade contra Deus” (Rm 3:11; 8:7).
A vontade humana não é livre, precisamente porque é escrava do mau e o seu poder
nativo de escolher a justiça foi perdido com a queda, o entendimento deles é tão
obscurecido que não poderiam alcançar a verdade de Deus:
“ Não há quem entenda”.
“O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e
não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente” (Rm 3:11; 1 Co 2:14).

São inerentemente incapazes de contribuir com qualquer coisa favorável a Deus,


porque “não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Rm 3:12).

O homem natural é espiritualmente morto, “morto nos delitos e pecados” (Ef 2:1),
completamente incapaz de movimentos de criaturas vivas. Ele não pode
perceber, entender, nem responder às verdades espirituais que o cercam, (Rm 3:11; 1
Co 2:14).

“Pode acaso o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas?


Então poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal” (Jr 13:23) ”

Este homem morto precisa de vida, vida espiritual; precisa “nascer de novo” — nascer
espiritualmente.

Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o
SENHOR: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o
seu Deus e eles serão o meu povo. Jeremias 32:33.

João 8:36 Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.

Para que os pecadores exerçam fé e arrependimento, o Espírito de Deus deve nos


convencer de nosso pecado e miséria, iluminar nossas mentes no conhecimento de
Cristo, renovar nossas vontades, nos persuadir e nos capacitar a abraçar a Jesus
Cristo como Ele é oferecido livremente no evangelho.

Diferente da justiça imputada de Cristo, que é externa ao pecador, a fé e o


arrependimento são obras de Deus dentro do pecador. Contudo estas obras internas são
totalmente graciosas, não derivando de forma alguma das ações, méritos ou da
habilidade do pecador redimido.

As Escrituras ensinam que a salvação é “pela graça…mediante a fé; e isto não vem de
vós, é dom de Deus; não de obras para que ninguém se glorie” (Ef 2:8, 9). Assim,
até mesmo a fé é um dom; a fé não é uma ação tomada pelo pecador vinda de sua
própria habilidade inata.
A salvação “não depende de quem quer, ou de quem corre, mas de usar Deus a sua
misericórdia” (Rm 9:16).
A autorização é soberanamente dada pelo Espírito de Deus.
“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a
saber: aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade
da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”
“O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.
Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.
O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para
onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (João 1:12, 13; cf. 3:6-8).

RELAÇÃO ENTRE JUSTIFICAÇÃO E FÉ


FÉ: é o instrumento apontado por Deus pelo qual o pecador recebe a justificação.
A fé não é a base para a justificação, porque a única base para a justificação é a
justiça imputada de Cristo.

JUSTIFICAÇÃO: é um ato da graça livre de Deus no qual ele perdoa todos os nossos
pecados e nos aceita como justos aos seus olhos, apenas pela justiça de Cristo a nós
imputada, e recebida somente pela fé”.

Nós podemos ver este princípio no texto já citado:


“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus,
não de obras para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8, 9).

Exemplo de Abraão: “ele creu no Senhor, e isto lhe foi imputado para
justiça” (Gn 15:6)
Referendado por Paulo em Romanos:
“Porque se Abraão foi justificado por obras, tem de que se gloriar, porém não diante de
Deus. Pois, que diz a Escritura? Abraão creu, e isso lhe foi imputado para justiça. Ora,
ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e, sim, como dívida.
Mas ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica ao ímpio, a sua fé lhe é
atribuída como justiça” (Rm 4:2-5).

FÉ SALVADORA

Na linguagem do Novo Testamento, a forma substantiva é fé, e a forma verbal é crer.

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