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PARTE 1.1.

“Ritmos e distribuição da precipitação em Portugal” (p.148 do manual)

A distribuição da precipitação em Portugal caracteriza-se por uma grande irregularidade temporal e


espacial.

IRREGULARIDADE ANUAL E INTERANUAL

 Os valores de precipitação + elevados ocorrem no final do outono, durante o inverno e no


início da primavera;
 Os valores + baixos registam-se no verão;

NOTA: registam-se diferenças na distribuição interanual da precipitação (de ano para ano), uma vez que
as deslocações latitudinais dos centros de pressões não são exatamente iguais todos os anos.

IRREGULARIDADE NA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL

De um modo geral, diminui de norte para sul e do litoral para o interior.

 Os maiores valores de precipitação registam-se no noroeste e nas áreas montanhosas;


 Os mais baixos registam-se no sul e no vale superior do Douro.

NOTA: O contraste norte-sul deve-se, principalmente, à influência da latitude, pois a perturbação da


frente polar afeta principalmente o norte do país. O sul recebe uma maior influência das altas pressões
subtropicais, pelo que é + seco e + luminoso.

O relevo exerce também um papel importante na distribuição da precipitação:

 nas áreas mais elevadas do noroeste e do centro, sobretudo nas vertentes voltadas para o
litoral, as precipitações orográficas reforçam as frontais;
 no interior norte a precipitação reduzida deve-se à barreira do sistema montanhoso do
noroeste que, dispondo-se paralelamente à costa, impede a penetração dos ventos húmidos
do Atlântico;
 a disposição da Cordilheira Central permite a penetração dos ventos húmidos de oeste, pelo
que aí o contraste litoral-interior é menor.
 Na serra algarvia registam-se os valores de precipitação + elevados do sul do país
 Nas regiões autónomas a precipitação é + abundante nas áreas de maior altitude e nas
vertentes mais expostas aos ventos húmidos.

“Estados do tempo mais frequentes em Portugal” (p.150 do manual)

Estado do tempo: condições da atmosfera num determinado momento relativamente a elementos


como a temperatura, a pressão atmosférica, a precipitação etc. a que correspondem determinadas
situações meteorológicas.

Carta sinótica: mapa ou carta que representa as condições atmosféricas, num dado momento, através
de símbolos, com base na qual se pode fazer a previsão do estado do tempo.

SITUAÇÕES METEOROLÓGICAS MAIS FREQUENTES NO INVERNO

No inverno as temperaturas médias são relativamente baixas devido:


- à maior influência das massas de ar frio polar sobre o território português;
- à maior obliquidade dos raios solares nas latitudes a que se encontra Portugal;
- à menor duração dos dias.
A ocorrência de precipitação, bem como as suas características, dependem da situações meteorológicas
que se apresentem.

Nesta época o território português é atingido pelas baixas pressões subpolares e pela perturbação da
frente polar, em deslocação de oeste para este.

A frente que afeta o norte de Portugal é quente e, por


isso, é previsível a ocorrência de precipitação contínua
e de longa duração. No entanto, esta situação é
passageira, uma vez que a rápida progressão da frente
fria sobre todo o território continental criará condições
para que ocorra precipitação mais intensa e de curta
duração (aguaceiros).

A temperatura tenderá a descer com a proximidade da


frente fria.

 Durante o inverno, é também frequente a formação de centros de altas pressões de origem


térmica sobre a Europa ocidental e sobre a Península Ibérica devido ao forte arrefecimento do
ar em contacto com a superfície fria do continente, que o torna denso e pesado.

O estado do tempo em Portugal Continental está a


ser influenciado por um anticiclone que se formou
sobre o continente europeu, constituindo uma
barreira à influência das perturbações da frente
polar.

É previsível céu pouco nublado ou limpo e uma


descida das temperaturas, podendo ocorrer a
formação de geada durante a noite, sobretudo no
interior norte, onde o arrefecimento noturno é
maior.

SITUAÇÕES METEOROLÓGICAS MAIS FREQUENTES NO VERÃO

No verão as temperaturas médias são relativamente elevadas devido:


- maior influência das massas de ar quente tropical;
- à maior obliquidade dos raios solares nas latitudes a que se encontra Portugal;
- aos dias terem uma maior duração do que as noites

A precipitação é fraca, pois os centros de baixas pressões subpolares estão muito deslocadas para
norte. No entanto, Portugal sofre a influência dos centros de altas pressões subtropicais que também
se deslocam para norte.
Destaca-se o anticiclone dos Açores, integrante
da cintura de altas pressões subtropicais e que, no
verão, se posiciona a norte ou nordeste desse
arquipélago, estendendo a sua ação por grande
parte da Europa Ocidental.

Embora com menor frequência, no verão


também pode ocorrer outra situação
meteorológica resultante das altas
temperaturas do interior do continente
europeu e da península ibérica: a formação de
baixas pressões de origem térmica, existindo
condições para a ocorrência de precipitações
convectivas e até trovoadas estivais, sobretudo
no interior do país

SITUAÇÕES METEOROLÓGICAS MAIS FREQUENTTES NAS ESTAÇÕES INTERMÉDIAS

Na primavera e no outono ocorrem situações meteorológicas intermédias caracterizadas,


principalmente, pela transição entre as situações mais características do inverno e do verão.

Na primavera: a influência das baixas pressões subpolares e das perturbações da frente polar é ainda
muito frequente (precipitação significativa nos meses de março a maio). À medida que se aproxima o
verão, a influência do anticiclone dos Açores torna-se cada vez mais forte, gerando-se assim uma maior
estabilidade atmosférica.

No outono: inicia-se a deslocação para sul das baixas pressões subpolares e das perturbações da
frente polar, provocando uma maior instabilidade atmosférica. Como as temperaturas ainda não
desceram muito (por influência do mar), a evaporação é elevada, pelo que a precipitação é
relativamente abundante.
“Diversidade climática em Portugal” (p.154 do manual)

Todo o território continental é marcado pelas características do clima mediterrâneo: temperaturas


moderadas no inverno e mais elevadas no verão e a ocorrência de dois ou mais meses secos,
coincidentes com a estação mais quente.

Em Portugal é possível distinguir diferentes domínios climáticos.

NORTE LITORAL
- temperaturas médias são amenas ao longo do ano
- a amplitude térmica anual é reduzida
- a precipitação anual é abundante, principalmente no outono e no inverno (região menos vulnerável a
secas)
- registam-se pelo menos 2 meses secos
- precipitação do tipo orográfica
- maior humidade nas regiões expostas

NORTE INTERIOR
- temperaturas médias são elevadas no verão e baixas no inverno (em que a ocorrência de geada é
frequente)
- a amplitude térmica anual é acentuada
- a precipitação é relativamente fraca
- registam-se três a cinco meses secos

NOTA: destaca-se, nesta região o vale superior do Douro que, para além de não receber a influência dos
ventos húmidos do Atlântico está exposto aos ventos secos de leste
SUL
- temperaturas médias suaves no inverno e elevadas no verão
- amplitude térmica anual moderada
- a precipitação é fraca, sobretudo nas áreas interiores do Alentejo e mais elevada nas zonas de maior
altitude (influência do relevo)
- registam-se quatro a seis meses secos

Nesta região existem diferenciações importantes:


 No litoral ocidental, devido à influência atlântica as temperaturas médias são mais amenas e
existe maior humidade;
 No interior alentejano, devido ao efeito da continentalidade, verifica-se uma maior amplitude
térmica e menor precipitação (região vulnerável à ocorrência de secas)
 No litoral algarvio, devido à maior influência das massas de ar tropical, tem invernos mais
suaves e verões quentes e prolongados

SERRA DA ESTRELA (clima único em Portugal Continental)


- verões frios e húmidos
- invernos muito frios e húmidos INFLUÊNCIA DO RELEVO
- amplitude térmica anual elevada
- temperaturas mínimas negativas
- níveis de precipitação mais elevados no país

AÇORES

Devido à maior influência marítima apresenta um clima temperado marítimo/oceânico.


- temperaturas médias amenas
- a corrente golfo origina correntes quentes
- baixas amplitudes térmicas anuais
- precipitação abundante
- no máximo dois meses secos (nas ilhas mais orientais)
- influência do relevo, sobretudo na ilha do Pico
MADEIRA

Uma vez que se situa a uma latitude mais baixa tem um clima subtropical.
- temperaturas médias mais elevadas comparativamente com os Açores
- a corrente do golfo origina correntes quentes
- baixas amplitudes térmicas anuais
- precipitação mais acentuada no inverno e, na ilha da Madeira, devido à orientação este-oeste do
relevo, mais abundante na vertente norte (+ exposta ao ventos húmidos) do que na vertente sul (região
+ quente e seca, exposta aos ventos provenientes de Africa).

A ilha de Porto Santo, de relevo + baixo, apresenta temperaturas + elevadas, precipitações fracas e
uma estação seca mais prolongada.

NOTA: Período seco estival: conjunto de meses secos, desde o final da primavera até ao inicio do
outono.

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