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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – UNIJUÍ


DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA – DETEC
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – EGE

Aula 07
“MODELOS E DESEMPENHO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO AÉREAS”

Disciplina: Análise de Sistemas de Energia Elétrica


Prof. Sandro A. Bock
Sandro.bock@unijui.edu.br
1. Modelos e Desempenho de LTs
1.1 Aspectos Gerais

• Escopo Geral
– Estudar a representação e o desempenho de LTs sob condições de
regime permanente equilibrado.

• Representação
– Emprega-se a representação por fase.
– Definem-se modelos para LTs curtas, médias e longas.

• Estudos relativos a Desempenho


– Regulação, perdas e operação sob tensão terminal fixa.
– Teoria da linha longa com parâmetros distribuídos.
– Constante de propagação, impedância natural e SIL.
– Compensação para melhoria do desempenho.

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2. Modelo de Linha LT Curta
2.1 Hipóteses Básicas

• Hipóteses
– LTs com tensão e comprimento <=80km.
– Despreza-se o efeito Capacitivo.

• Circuito Equivalente

Z  (r  jL)l  R  jX
onde r e L são a resistência e indutância por unidade de
comprimento e l é o comprimento da LT.

VS  VR  ZI R VS  1 Z  VR  S R* (3 )


IS  IR  I   0 1    I  IR 
 S    R 3VR*
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2. Modelo de Linha LT Curta
2.2 Representação por Quadripolos

• Os modelos de LTs podem ser representados por:

VS   A B  VR 
 I   C D    I 
 S    R

• Representação Linha Curta:

VS  VR  ZI R VS  1 Z  VR 
IS  IR  I   0 1    I 
 S    R

A  1; B  Z ; C  0; D  1

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2. Modelo de Linha LT Curta
2.3 Regulação de Tensão

• Condições de Operação sob Carga

VS  1 Z  VR 
 I   0 1    I 
 S    R

f.p. Atrasado f.p. Unitário f.p. Adiantado

VR ( sem c arg a )  VR ( plena c arg a )


R(%)  100
VR ( plena c arg a )

S S (3 )  3VS I S* S L (3 )  S S (3 )  S R (3 )

Note que a regulação poderá ser negativa para carga com


fator de potência adiantado.

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3. Modelo de Linha LT Média
3.1 Hipóteses Básicas

• Hipótese
– LTs em que as correntes de carga das capacitâncias são apreciáveis.
– 80 km < LT < 250 km.
– Modelo PI - Nominal

Y  g  jC l

onde, g é desprezível, C é a capacitância


fase/neutro por unidade de comprimento
e l é o comprimento da LT.

Y  ZY 
VS  VR  ZI L  I L  I R  VR VS  1  VR  ZI R
2  2 
Y  ZY   ZY 
IS  IL  VS I S  Y 1  VR  1  I R
2  4   2 

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3. Modelo de Linha LT Média
3.1 Representação Por Quadripolos

• Representação Por Quadripolos

 ZY   ZY 
VS  1  VR  ZI R A  1  ; B  Z ;
 2   2 
 ZY   ZY   ZY 
C  Y 1 
 ZY 
I S  Y 1  VR  1  I R ; D  1  
 4   2   4   2 

• Equações para o terminal receptor:


VS   A B  VR 
 I   C D    I 
 S    R

VR   A  B  VS 
 I    C D    I   AD  BC  1
 R    S

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4. Modelo de Linha LT Longa
4.1 Hipóteses Básicas

• LT em que o efeito de parâmetros distribuídos deve ser considerado.


• Para maior precisão do modelo e para LTs >250 km.
• Obtém-se expressões para a determinação de tensões em qualquer
ponto da LT.

y  g  jC 

z  r  jL

• As variáveis z e y representam, respectivamente, a impedância série e a


admitância shunt por fase e por unidade de comprimento.
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4. Modelo de Linha LT Longa
4.2 Modelo Matemático

• Considere o segmento elementar de LT:

V ( x  x)  V ( x)  zxI ( x) I ( x  x)  I ( x)  yxV ( x  x)

V ( x  x)  V ( x) I ( x  x)  I ( x)
 zI ( x)  yV ( x  x)
x x

x  0 dV ( x)
 zI ( x)
dI ( x)
 yV ( x)
dx dx
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4. Modelo de Linha LT Longa
4.2 Modelo Matemático

• A partir das equações anteriores:


dV ( x) 
 zI ( x)  d 2V ( x) dI ( x)
dx
  z  zyV ( x)
dI ( x) dx 2 dx
 yV ( x)
dx 

• Definindo-se:
d 2V ( x)
  zy
2
2
  2
V ( x)  0
dx

• Consequentemente:
V ( x)  A1ex  A2ex    constante de propagação

    j  zy  (r  jL)( g  jC )

  constante de atenuação   constante de fase


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4. Modelo de Linha LT Longa
4.2 Modelo Matemático

• Das equações:
dV ( x)
 zI ( x) V ( x)  A1ex  A2ex
dx
• Obtém-se:
1 dV ( x) 
I ( x)
z dx

 A1ex  A2e x 
z
y
z

A1ex  A2e x  

z
• Definindo-se, impedância característica ou natural, pode-se escrever:
y

V ( x)  A1ex  A2ex 

 I ( x) 
1
zc

A1ex  A2e x 

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4. Modelo de Linha LT Longa
4.2 Modelo Matemático

• Síntese do Modelo Matemático:


V ( x)  A1ex  A2ex 

 I ( x) 
1
zc

A1ex  A2e x 
• Tomando-se:

V ( x)  VR e I ( x)  I R para x  0 VR  Z C I R VR  Z C I R
A1  e A2 
2 2
• Portanto:

 VR   VR 
  IR    IR 
 VR  Z c I R  x  VR  Z c I R  x
V ( x)   e   e I ( x)  

ZC ex   Z C
 
e x

 2   2  
2
 
2

   

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4. Modelo de Linha LT Longa
4.2 Modelo Matemático

• V(x) e I(x) podem ser escritas como segue:

 V  Z c I R  x  VR  Z c I R  x  ex  e x   ex  e x 


V ( x)   R e   e V ( x)   VR  Z c   I R
 2   2 
 2   2 
 VR   VR  1  ex  e x   ex  e x 
  IR    IR 
I ( x)   VR    I R
I ( x)   C ex   Z C e x
Z
zc  2   2 
 2   2 
   
   

V ( x)  cosh x VR  Z c sinh x I R

I ( x)  sinh x VR  cosh x I R


1
zc

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4. Modelo de Linha LT Longa
4.2 Modelo Matemático

• Particularização para x=l:


• Equação LT - longa Direção CARGA-FONTE:

VS ( x )  cosh l VR  Z c sinh l I R

 sinh l VR  cosh l I R


1
I S ( x)
zc
• Equação LT - longa Direção FONTE-CARGA:

VR ( x )  VS cosh l   Z c I S sinh l 

 I S cosh l   VS sinh l 


1
I R( x)
zc

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4. Modelo de Linha LT Longa
4.3 Modelo PI - Equivalente

• Em termos de Constantes ABCD tem-se:


VS  cosh l VR  Z c sinh l I R

sinh l VR  cosh l I R


1
IS 
zc

 Z ´Y ´ 
VS  1  VR  Z ´ I R
 2 
 Z ´Y ´   Z ´Y ´ 
I S  Y 1 
´
VR  1   I R
 4   2 

sinh l  Modelo PI - Equivalente


Z '  Z c sinh l   Z
l
 l  coshl   1
tanh  
 l   Y  tanh(l / 2) sinh l 
'
Y 1 2
 tanh    
2 zc  2   2  l / 2

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4. Modelo de Linha LT Longa
4.4 Ondas de Tensão e Corrente

• Valor eficaz de tensão em qualquer ponto da LT:

V ( x)  A1ex  A2ex 

V ( x)  A1ex e jx  A2e x e  jx 
 I ( x) 
1
zc

A1ex  A2e x    j  

• Valor Instantâneo de tensão:

  
V ( x, t )  2 A1ex e jt  x   2 A2ex e jt x  
v(t , x)  v1 (t , x)  v2 (t , x)

 
v1 (t , x)  2 A1ex cos(t  x)  onda incidente

 
v2 (t , x)  2 A2ex cos(t  x)  onda refletida

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4. Modelo de Linha LT Longa
4.4 Ondas de Tensão e Corrente

• Requisitos para observar a amplitude de pico:

 
v2 (t , x)  2 A2ex cos(t  x)  onda refletida t  x  2k ; K  0,1,2....

 2 K
t x
 
• Velocidade de deslocamento dos picos:
dx  2f
v  v 
dt  

• Comprimento de onda:
2  rad  2
  2         km
  rad / km 

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4. Modelo de Linha LT Longa
4.5 Ondas de Tensão e Corrente – Sem Perdas

• LTs sem perdas g  0, r  0,  0

    j  zy  r  jLg  jC      LC

z r  jL L
zc    Impedância Natural
y r  jC C

• Velocidade de propagação e comprimento de onda: NOTE :


 1 1  0  GMD 
v    3 108 m / seg  velocidade da luz L ln   H/m
 LC f 0 0 2  GMRL 
2 0
2 1 1 C F/m
    5000km para 60Hz  GMD 
 f LC f 0 0 ln  
 GMRC 

1 0  GMD   GMD 
zc  ln    60 ln   zc típico : 250 a 400
2  0  GMRc   GMRc 
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4. Modelo de Linha LT Longa
4.5 Ondas de Tensão e Corrente – Sem Perdas

• Valores eficazes de tensão e corrente:

  j V ( x)  cos x VR  jZ c sin x I R


cosh(x)  cosh( jx)  cos( x)
sin x VR  cos x I R
1
I ( x)  j
sinh(x)  sinh( jx)  j sin( x) zc

• Para o terminal emissor (x=l):


VS  cosh l VR  Z c sinh l I R VS  cos l VR  jZ c sin l I R

sin l VR  cos l I R


1
I S  sinh l VR  cosh l I R
1 IS  j
zc zc

Operação a vazio VR  VS / cosl 

VS  jz c (sin( l ) I R )
Operação em curto-circuito no receptor
I S  (cos(l ) I R
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4. Modelo de Linha LT Longa
4.5 Ondas de Tensão e Corrente – Sem Perdas

• Surge Impedance Loading – SIL.


– Carga no receptor igual a Zc.
2
V 3VR
IR  R SIL  3VR I R* 
zc zc
– Tomando-se:

VR  VL  Lnom / 3  SIL 
kVL  Lnom. 
2
MW
zc
– Tensão ao longo da LT:
VS  cos l VR  jZ c sin l I R VS  cosl   j sin l VR
IS  j
1
sin l VR  cos l I R I S  cosl   j sin l I R
zc
V ( x)  VR l
Valores Típicos de SIL:
230 kV: 150 MW; 500 kV: 860MW; 765kV: 2000 MW I ( x)  I R l

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4. Modelo de Linha LT Longa
4.5 Ondas de Tensão e Corrente – Sem Perdas – Exemplo 1

• Exemplo: Considere uma linha monofásica cujos condutores têm um raio de 2 cm,
estão espaçados de 1 m, e:
– a resistência e a condutância são desprezadas.
– a freqüência e 60 Hz.
– a tensão e corrente no início da linha são: v(0)  1300V kV.. i(0)  50  20 A

• Determine as expressões da tensão e da corrente ao longo da linha. Trace os


gráficos dos valores absolutos da tensão e da corrente para x variando de 0 a
5000km. Verifique o que ocorre com a tensão ao longo da linha se ela tem um
comprimento de 200 km.

• Solução: Determinação dos parâmetros da LT:


0  D   1 
L ln  '   4 107 ln    1,6648H / m
 r   0,02  0,778 

 0 8,85 1012
C   7,1071 pF / m
ln( D / r ) ln(1 / 0,02)
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4. Modelo de Linha LT Longa
4.5 Ondas de Tensão e Corrente – Sem Perdas – Exemplo 1

• Determinação parâmetros característicos da LT:

z  R  jL  j 6,2763 104  / m

y  G  jC  j 2,6794 109 S / m

Zc  z / y  L / C  483,9883

  zy  j LC  j1,2968 106 m1

     0      1,2968 106 m1

• Considerando-se:
e jx  e  jx
cosh l   cosh( jx)   cos( x)
2
e jx  e  jx
sinh l   sinh( jx)   j sin( x)
2
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4. Modelo de Linha LT Longa
4.5 Ondas de Tensão e Corrente – Sem Perdas – Exemplo 1

• Substituindo os valores numéricos nas expressões de tensão e corrente,


tem-se finalmente (equação direção fonte-carga):

VR ( x )  VS cosh l   Z c I S sinh l 

I R ( x )  I S cosh l   VS sinh l 


1
zc

VR ( x )  130 103 0 cos 1,2968 106  x   24,2 103 70 sin 1,2968 106 x V
I R ( x )  50  20 cos1,2968 106  x   268,601590 sin 1,2968 106  x A

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4. Modelo de Linha LT Longa
4.5 Ondas de Tensão e Corrente – Sem Perdas – Exemplo 1

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4. Modelo de Linha LT Longa
4.5 Ondas de Tensão e Corrente – Sem Perdas – Exemplo 1

• Das curvas pode-se notar que:


– A tensão e a corrente variam ao longo da linha.
– Para x= 1160 km a tensão atinge o valor mínimo de aproximadamente 23 kV.
– Para uma linha com essas características e de comprimento igual a 200 km, a
– tensão no início da linha e de 130 kV e no final da linha e de aproximadamente 123,7
kV, apresentando uma regulação de é 5,1%.

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4. Modelo de Linha LT Longa
4.6 Ondas de Tensão e Corrente – Sem Perdas – Exemplo 2

• Exemplo: Considere a LT trifásica, 60 Hz, 500 kV, 300 km:

r  0,016 Ω/km L  0,97mH/km C  0,0115μF/km Valores por fase

• Determine:
– A constante de fase β:

   LC  2  60 0,97  0,0115 109  0,001259 rad/km

– Impedância natural:

zc  L / C  0,97 103 / 0,0115 106  290,43


– Velocidade de propagação:

v  1 / LC  1 / 0,97 103 / 0,0115 109  2,994 105 km/s

– Comprimento de onda:
 2,994 105   4990 km
v 1

f 60
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4. Modelo de Linha LT Longa
4.6 Ondas de Tensão e Corrente – Sem Perdas – Exemplo 2

• Determine as quantidades no terminal emissor para:


– Condição de operação: VR ( L L)  500kV S R (3 )  800  j 600MVA
equação direção carga-fonte
VS  cos l VR  jZ c sin l I R
5000
VR   288,6750 kV
sin l VR  cos l I R
1
IS  j 3
zc

– Solução:
βl  0,001259*300  0,3777 rad  21,641

IR 
S R* (3 )

1000  36,87 10  1154,7  36,87 A
 3

3VR 3  288,6750 

VS ( L L )  617,53kV
VS  356,5316,1 kV
I S  920,3  17,9 A S S (3 )  800  j539,672MVA  965,134 MVA

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4. Modelo de Linha LT Longa
4.6 Ondas de Tensão e Corrente – Sem Perdas – Exemplo 2

• Determine a regulação: VS  cos l VR  jZ c sin l I R

sin l VR  cos l I R


1
VR ( sem carga )  VR ( plena carga ) IS  j
R(%)   100 zc
VR ( plena carga )

VS
VR (sem carga )  ; IR  0 VR ( semc arg a )  356,53 / cos(21,641 )
cosl 

356,53 / 0,9295  288,675


R(%)  100  32,87%
288,675

Refaça o exemplo considerando as perdas e compare os resultados!

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4. Modelo de Linha LT Longa
4.6 Ondas de Tensão e Corrente – Sem Perdas – Exemplo 2

• Comparação dos resultados


– LT – Sem Perdas:
VS ( L L )  617,53kV
356,53 / 0,9295  288,675
R(%)  100  32,87%
288,675
I S  920,3  17,9 A

S S (3 )  800  j539,672MVA  965,134 MVA

– LT – Com perdas:
VS ( L L )  623,511kV R(%)  34,16% Note que a hipótese de LT sem
perdas oferece resultados
I S  903,1  17,7 A aceitáveis
em avaliações preliminares.
S S (3 )  815,4  j535,513MVA  975,333,3 MVA

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5. Fluxo de Potência através da LT
5.1 Modelo Matemático

• Considere:
VS   A B  VR 
 I   C D    I 
 S    R
A  cosh l  B  Z c sinh l 

sinh l  D  cosh l 


1
C
zc

A  A  A ; B  B  B VS  VS  VR  VR 0

VS   A  A  VR 0 VS A VR
IR      B    A   B 
B  B B B

• Portanto:
2
VS VR A VR
S R 3( )  3VR I R*  3  B     3  B   A 
B B

03/10/2014 Análise de Sistemas de Energia Elétrica 30


5. Fluxo de Potência através da LT
5.1 Modelo Matemático

• Potência em função das tensões de linha:


2
VS ( L  L ) VR ( L  L ) A VR ( L  L )
S R (3 )   B      B   A 
B B
• Potências ativa e reativa nos terminais do receptor:
2
VS ( L  L ) VR ( L  L ) A VR ( L  L )
PR (3 )  cos B     cos B   A 
B B

2
VS ( L  L ) VR ( L  L ) A VR ( L  L )
QR (3 )  sin  B     sin  B   A 
B B

• Perdas na LT:

PL(3 )  PS (3 )  PR (3 ) e QL (3 )  QS (3 )  QR (3 )

03/10/2014 Análise de Sistemas de Energia Elétrica 31


5. Fluxo de Potência através da LT
5.1 Modelo Matemático

• Considere:

VR   D  B  VS  IS 
D  A  VS   VR 0
 I    C A    I  B  B
 R    S
D A e AD  BC  1 S s (3 )  Ps (3 )  jQs (3 )  3VS I *S

• Potência no terminal do emissor:


2
A VS ( L  L ) VS ( L  L ) VR ( L  L )
PS (3 )  cos B   A   cos B   
B B
2
A VS ( L  L ) VS ( L  L ) VR ( L  L )
QS (3 )  sin  B   A   sin  B   
B B

03/10/2014 Análise de Sistemas de Energia Elétrica 32


5. Fluxo de Potência através da LT
5.1 Modelo Matemático

• LT – Sem perdas:
V ( x)  cos x VR  jZ c sin x I R
A  cosl  B  jX '
sin x VR  cos x I R
1
I ( x)  j  A  0  B  90
zc

• Potência Ativa:
2
VS ( L  L ) VR ( L  L ) A VR ( L  L ) VS ( L  L ) VR ( L  L )
PR (3 )  cos B     cos B   A  PR (3 )  sin( )
B B X'

• Potência Reativa:
2
VS ( L  L ) VR ( L  L ) A VR ( L  L )
QR (3 )  sin  B     sin  B   A 
B B
2
VS ( L  L ) VR ( L  L ) VR ( L  L )
QR (3 )  cos( )  cos(l )
X' X'
03/10/2014 Análise de Sistemas de Energia Elétrica 33
6. Capabilidade de LTs
6.1 Limites

• Limites de potência para LTs:


– Por razões térmicas
– Por razões de estabilidade do sistema
– Por razões de limite de queda de tensão
– Por limite de algum equipamento teminal

• Potência Ativa: Stérmico  3V1nomin al I térmico

03/10/2014 Análise de Sistemas de Energia Elétrica 34


6. Capabilidade de LTs
6.2 Surge Impedance Loading - SIL

• Transferência de potência em função do SIL (Impedância natural da LT):


– Útil para atividades de planejamento

VS ( L  L ) VR ( L  L )
• Considere a LT sem perdas P(3 )  sin( )
X'

• Tomando-se X '  zc sinl  , pode-se escrever:

 VS ( L  L )  VR ( L  L ) V 2
P(3 )    nomin al sin( )
 Vnomin al  Vnomin al  zc sin l 
  
• Em por unidade
VS ( pu) VR ( pu) SIL VS ( pu) VR ( pu) SIL
P(3 )  sin( )  sin( )
sin l   2l 
sin  
  

03/10/2014 Análise de Sistemas de Energia Elétrica 35


6. Capabilidade de LTs
6.2 SIL - Exemplo

• Objetivo: Transmitir 700MW a uma SE localizada a 315 km de distância.


– Use os seguintes parâmetros para um projeto preliminar:
VS  1,0 pu; VR  0,9 pu;   5000km; Z c  320   36,87 X '  zc sinl 

• Determine a nível de tensão da LT:


VS ( pu) VR ( pu) SIL 1,0 0,9 SIL
P(3 )  sin( ) 700  sin(36,87 )
 2l   360  315  SIL  500MW
sin   sin  
    5000 

SIL 
kVL  Lnom. 
2
kVL Lnom.  320500  400kV
zc

VS ( L  L ) VR ( L  L )
P3 (max)  sin(90 )  1167 MW
X'
03/10/2014 Análise de Sistemas de Energia Elétrica 36
6. Perfil de Tensão
6.1 Aspectos Gerais

• LTs com carregamento igual ao SIL:


– Apresentam perfil de tensão plano em toda a sua extensão.
– A potência reativa liquida sem seus terminais é nula
• Influência do carregamento em LTs longas:
– Valores << SIL → Tensão elevada no terminal receptor.
– Valores >> SIL → Tensão baixa no terminal receptor.
• Compensação de reativos:
– Reatores shunt são usados para reduzir a tensão elevada em carga
leve e operação a vazio.
– Em carga pesada são usados capacitores shunt, compensadores
estáticos e compensadores síncronos para:
• Melhorar o perfil de tensão;
• Aumentar a transferência de potência;
• Melhorar a estabilidade do sistema.

03/10/2014 Análise de Sistemas de Energia Elétrica 37


6. Perfil de Tensão
6.1 Aspectos Gerais

03/10/2014 Análise de Sistemas de Energia Elétrica 38


6. Perfil de Tensão
6.2 Reatores em derivação em LTs

• Considere a LT compensada conforme abaixo:

VR
IR 
jX Lsh

VS  cos l VR  jZ c sin l I R  


VS  VR  cos l   c sin l 
Z
 X Lsh 
sin l VR  cos l I R
1
IS  j  X 
zc I S    Lsh sin l   cos l  I R
 zc 
• Então:
sin l 
X Lsh  Zc
 VS 
  cosl 
 VR 
03/10/2014 Análise de Sistemas de Energia Elétrica 39
6. Perfil de Tensão
6.2 Reatores em derivação em LTs

• LT compensada com Vs=Vr:


sin l 
X Lsh  Zc
 VS 
  cosl 
 VR 

sin l 
X Lsh  Z
1  cosl  c
I S  I R

• Grandezas no ponto médio da LT:


VR
Vm 
cos
l Im  0
2

03/10/2014 Análise de Sistemas de Energia Elétrica 40


6. Perfil de Tensão
6.3 Capacitores em derivação em LTs

• Aspectos principais:
– Usados para compensar o fator de potência atrasado do circuito em
carga pesada.

– O efeito é o suprimento, parcial ou total, da demanda de potência


reativa da carga tornando satisfatório o nível de tensão.

– São conectados diretamente à barra ou terciário de transformadores


de potência de Subestação.

– Podem ser colocados ao longo da LT para minimizar as perdas e a


queda de tensão.

– Dados Vs e VR, o valor do capacitor de compensação pode ser


calculado por procedimento semelhante ao cálculo de reatores
apresentado anteriormente.
03/10/2014 Análise de Sistemas de Energia Elétrica 41
6. Perfil de Tensão
6.3 Capacitores em série em LTs

• Aspectos Principais:
– Conectados usualmente no ponto médio da LT.
– Usados para reduzir a reatância série entre a geração e a carga.
– A potência reativa varia de acordo com o carregamento da LT.
– Resultam em:
• Melhoria da estabilidade do sistema (transitória e de regime
permanente);
• Redução da queda de tensão nas barras de carga;
• Carregamento mais econômico.
– Podem dobrar a capacidade de transmissão em uma fração do custo
de uma nova LT.
– Deve ser previsto um sistema de proteção especial para contornar
(bypass) as correntes elevadas de curtos-circuitos.
– Podem provocar Ressonância sub-síncrona.

03/10/2014 Análise de Sistemas de Energia Elétrica 42


6. Perfil de Tensão
6.3 Capacitores em série em LTs

• Ilustração:

VS ( L  L ) VR ( L  L )
P3 (max)  sin( )
X  X Cser
'

• Percentagem de Compensação:
– A razão Xser/X’ é usualmente expressa em percentagem;
– A percentagem de compensação varia de 25 a 70 porcento.

• Frequência de ressonância:
1
fr  fs
L'Cser

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Referências

• Apresentação baseada em:


– Saadat, H. - Power System Analysis, McGraw-Hill Company, 1999.
• Demais Referências:
– Sistemas de Energia Elétrica I. Notas de Aula – Prof. Carlos A. Castro –
UNICAMP, 2008.
– OLLEL, E. Introdução à Teoria de Sistemas de Energia Elétrica. São
Paulo : McGraw-Hill.
– GRAINGER, J., STEVENSON, W. Power Systems Analysis: Introdução a
Sistemas Elétricos de Potência. São Paulo : McGraw-Hill.
– KINDERMANN, G. LUZZATTO, S. Curto circuito. São Paulo : Edgard
Blucher.
– Alcir J. Monticelli, Ariovaldo V. Garcia. Introdução a Sistemas de
Energia Elétrica. Campinas – SP: Editora Unicamp, 2003

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