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UNIVERSIDADE DO MINHO

DICIONÁRIO DE ANÁLISE DE CIRCUITOS

Conceitos Fundamentais
Corrente Contínua
Métodos Sistemáticos
Componentes R, L e C
Circuitos de 1ª e 2ª Ordem

SÉRGIO F. LOPES

DEZEMBRO 2016
Corrente, Tensão e Lei de Ohm

Corrente Eléctrica Tensão Eléctrica


É o fluxo de cargas eléctricas (i) que atravessa um É a diferença de potencial uab
ramo de um circuito. Expressa-se em ampere (A). eléctrico (u) entre dois pontos
i (a e b) de um circuito. a b
Expressa-se em volt (V).
A seta indica o sentido da corrente. É uma
característica absoluta de um ramo (parte sem nós) de A seta indica o sentido da uab
queda de tensão. É uma
um circuito e mede-se com um amperímetro em série a b
característica relativa a dois
num ponto desse ramo.
i pontos de um circuito e mede-
se com um voltímetro em V
A paralelo nesses dois pontos.

Lei de Ohm
O valor da tensão aos terminais de uma resistência (u) é proporcional ao i R
valor da corrente que a atravessa (i). u=Ri
u
Numa resistência, a corrente eléctrica vai sempre do potencial mais elevado
para o mais baixo (dissipação de energia). Por isso, frequentemente
convenciona-se o mesmo sentido para u e i.

Associação de Elementos

Série Paralelo
Dois elementos (A e B) estão em série quando são Dois elementos (A e B) estão em paralelo quando a
percorridos pela mesma corrente (iA = iB). tensão aos seus terminais é a mesma (uA = uB).
iA iB
uA A B uB
A B
Em termos de traçado de circuito eléctrico, isto
significa que entre os dois elementos existe um, e Em termos de traçado do circuito, isto significa que os
apenas um, caminho para a corrente eléctrica. Por terminais dos dois elementos estão directamente
outras palavras, não existem nós entre os elementos interligados. Ou seja, não existe qualquer outro
(eles estão no mesmo ramo). componente que separe os seus terminais.

iA iC iB
uA A B uB

A B

Estrela e Triângulo 1
Há casos em que não é possível associar elementos em série ou paralelo para R12 R31
simplificar o circuito, como por exemplo o “triângulo” () ou “estrela” (Y) de
elementos. Nesses casos podem ser úteis as regras de transformação:
2 R23 3
 R12  R31  R1R2  R2 R3  R3 R1
 R1  R12  R23  R31  R12  R3
1
 
 R23  R12  R1R2  R2 R3  R3 R1 R1
→Y:  R2  Y→:  R23  R2 R3
 R12  R23  R31  R1
 R31  R23  R1R2  R2 R3  R3 R1 2 3
 R3   R31 
 R12  R23  R31  R2

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Leis de Kirchhoff

Lei das malhas Lei dos nós


O somatório das tensões (com sinais opostos para O somatório das correntes (com sinais opostos para
subidas e quedas) ao longo de um percurso fechado correntes que chegam e que partem) que atravessam o
(malha) é zero. nó é zero.

 um  0  in  0 ou  ic   i p
m n c p
Significa que qualquer que seja o trajecto percorrido Significa que a soma das correntes que chegam ao nó é
ao longo de um circuito eléctrico em que os pontos de igual à soma das correntes que partem do nó.
partida e chegada sejam o mesmo, a soma das subidas
de tensão equivale à soma das descidas de tensão.
u2

i2
i1 i3
u1 u3 u4
N
p i4

u8 u5

u7 u6 i1 + i2 − i3 + i4 = 0

− u1 − u2 + u3 − u4 − u5 + u6 − u7 − u8 = 0

Regras
• O arbítrio de sentidos para tensões e correntes (desconhecidas) tem que respeitar a lei de Ohm (ver pagina
anterior). Isto significa que se se convencionarem sentidos opostos para a tensão e corrente numa
determinda resistência (e.g., u1 e i1), a respectiva relação terá que ter um sinal negativo (i.e.: − u1 = R ∙ i1).
• Ao escrever equações, tanto podem considerar-se as quedas de tensão negativas como positivas, desde
que as subidas de tensão recebam coerentemente o sinal contrário. O mesmo se passa para as equações
dos nós.

Teoremas Fundamentais

Teorema da Sobreposição
Num circuito linear (constituído por components lineares) com mais de uma fonte independente, a tensão e
corrente em cada componente do circuito são respectivamente iguais à soma algébrica das tensões e correntes
causadas por cada fonte independente ligada individualmente, anulando todas as outras fontes independentes.
i
 N
Uk Ik i  
 k 1
ik em que ik e uk são, respectivamente, a
corrente e tensão no componente
+ u  N causadas pela fonte independente k, e
− 
u   uk N é o número de fontes independentes.
 k 1

Aplicação
A anulação das fontes independentes corresponde a anular o valor da grandeza que fornecem, ou seja, no caso de
uma:
• fonte ideal de tensão, U = 0 (substituindo-a por curto-circuito);
• fonte ideal de corrente, I = 0 (substituindo-a por circuito-aberto);
• fonte real, substituindo-a pela resistência equivalente.

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Teorema de Thevenin Teorema de Norton
Qualquer circuito constituído por resistências e fontes Qualquer circuito constituído por resistências e fontes
lineares, com dois pontos A e B, tem um circuito lineares, com dois pontos A e B, tem um circuito
terminal equivalente (visto a partir dos pontos A e B) terminal equivalente (visto a partir dos pontos A e B)
constituído por uma fonte de tensão (Uth) em série constituído por uma fonte de corrente (In) em
com uma resistência (Rth), paralelo com uma resistência (Rn),

A A A
A
Uth Rth In Rn
+ +
− − B
B B B

em que: em que:
• Uth é a tensão entre os pontos A e B (em • In é a corrente percorre os pontos A e B quando
circuito aberto), e estes estão em curto-circuito, e
• Rth é a resistência entre os pontos A e B com as • Rth é a resistência entre os pontos A e B com as
fontes independentes anuladas. fontes independentes anuladas.

Correspondência entre equivalentes:


 Rth  Rn
 (1)
U th  Rn  I n

Aplicação
A anulação das fontes independentes corresponde à substituição descrita no teorema da sobreposição, ou seja,
substituir:
• fontes de tensão por curto-circuito (U = 0), e
• fontes de corrente por circuito-aberto (I = 0).

Na aplicação dos teoremas, três situações diferentes podem surgir:

• Num circuito que contenha apenas fontes independentes, para determinar os parâmetros dos
equivalentes analisa-se directamente o circuito conforme descrito pelos teoremas.
A A
UAB = Uth Icc = In

B B
A
RAB = Rth = Rn
B

• Num circuito que contenha apenas fontes dependentes a tensão de Thevenin e a corrente de Norton são
zero.
A A
A A
+ Rth Rth
− R n (Rn)
0V 0A B B
B B

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• Num circuito que contenha fontes independentes e dependentes não é possível determinar Rth/Rn apenas
anulando as fontes independentes. Nesta situação, utiliza-se um método alternativo que consiste em ligar
aos pontos A e B do circuito uma fonte de teste, tensão (UT) ou corrente (IT) conforme seja vantajoso, e
determinar respectivamente a corrente (IR) ou tensão (UR) resultante nessa mesma fonte:

A IR A

+ ou + IT UR
UT
− −
B B

Em seguida, utilizam-se esses valores para determinar a determinar Rth/Rn:


Rth: A IR A
Rth U  UT Rth U th  U R
Uth Rth  th ou IT Rth 
UT IR Uth IT
UR
B B
Rn: IR
A UT A
UR
Rn  ou In Rn IT Rn 
In Rn In  IR I n  IT
UT B UR
B

Uma variante deste método consiste em aplicar a fonte de teste ao circuito, anulando as fontes
independentes:
A IR A

ou IT UR
+ UT +
- -
B B
Neste caso, utilizam-se os valores de correntes ou tensão respectivamente obtidos para determinar a
determinar mais directamente Rth/Rn:
A IR A

Rth Rth IT
UT UR
ou B
B
UT U
Rth  Rn  Rth  Rn  R
IR IT
Esta variante poderá, dependendo do circuito, conseguir uma significativa simplificação do problema. Por
isso, é recomendada.

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Métodos Sistemáticos de Análise de Circuitos
O circuito da figura ao lado constitui um exemplo I2 I3 R3 R5
concreto de circuito cujas variáveis se pretendem obter,
utilizando diferentes métodos sistemáticos. Neste caso, as UF R4 IF
R2
variáveis pretendidas são as correntes em todos os ramos. I1 I4 I5

Método da sobreposição das fontes


Este método aplica directamente o teorema da sobreposição, que indica que as variáveis do circuito podem ser
encontradas pela sobreposição (soma algébrica) dos efeitos gerados por cada uma das fontes independentes.
O método consiste em:
• identificar o número F de fontes independentes;
• para cada uma das F fontes independentes, analisar o circuito que resulta da anulação das outras fontes
independentes; e,
• somar os resultados parciais obtidos para obter os valores das variáveis do circuito.
Exemplo:

I2a I3a R3 R5 I2b I3b R3 R5 │I1 = I1a + I1b



UF R2 R4 R2 R4 IF │I2 = I2a + I2b
I1a I4a I5a=0 I1b I4b I5b=IF │
│I3 = I3a + I3b
UF UF R3 R4 │
I1a  I 2a  I 4b  IF I 3b   IF
R2 //R3  R4  R2 R3  R4 R3  R4 │I4 = I4a + I4b

I3a = I1a − I2a I4a = I3a I2b = 0 I1b = I3b │I5 = I5a + I5b

Método das correntes fictícias (ou nas malhas)


Este método permite obter a corrente fictícia em cada uma das malhas do circuito. Uma malha é percurso
fechado num circuito que não contém qualquer outro percurso fechado. As correntes nos elementos são dadas
por uma função algébrica das correntes fictícias.
O método consiste em:
• definir as R-(N-1) malhas que cobrem todos os R ramos do circuito e o sentido da respectiva corrente
fictícia, em que N é o número de nós; atenção: nenhuma corrente pode ser a única a passar em dois ramos!
• aplicar a lei de Kirchhoff das tensões a cada uma das malhas, e utilizar a relação tensão-corrente de cada um
dos elementos para obter equações em função das correntes fictícias; e,
• resolver o resultante sistema de R-(N-1) equações (com outras tantas incógnitas).
Oportunidades de simplificação:
• deve passar-se apenas uma corrente fictícia pelos ramos com fonte de corrente ou que estão em paralelo
com uma fonte de tensão (cuja corrente é conhecida à partida)
• a existência de C ramos com uma fonte de corrente e/ou T ramos em paralelo com uma fonte de tensão,
permite reduzir o número de incógnitas em igual número (C + T), pois fixam as correntes (fictícias, ou a
relação entre duas delas) nesses ramos.
Exemplo:
I1 I3 R3 R5 I5 U F  R2 I A 0
 │I1 = IA + IB
I2 I4 
 │I2 = IA
 R2 I A  I B   R3 I B  R4 I B  I C   0 │I3 = IB
UF IA IB IC IF 
R2 R4 │I4 = IB + IC

 │I5 = IC
I C  I F

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Método das tensões nodais
Este método permite obter a tensão em cada um dos nós do circuito relativamente a um nó de referência.
O método consiste em:
• de entre os N nós do circuito, escolher um para referência (R) e numerar os restantes N-1;
• para cada um dos N-1 nós cuja tensão é desconhecida, escrever a respectiva equação de Kirchhoff (dos nós)
em função das tensões nodais;
• para cada dois dos N-1 nós interligados apenas por uma fonte de tensão, as respectivas equações conterão a
corrente na fonte, que não pode ser escrita em função das respectivas tensões: fundir as equações numa só,
eliminando essa corrente, e acrescentar a equação que relaciona as tensões dos nós; e,
• resolver o resultante sistema de equações (com outras tantas incógnitas).
Oportunidades de simplificação:
• deve escolher-se para referência o nó ao qual estiverem ligados mais ramos apenas com fontes de tensão;
• a existência de T ramos apenas com fonte(s) de tensão e ligados ao nó de referência (directamente ou
através de outros), reduz o número incógnitas em igual número, pois fixam as tensões nodais.
Exemplo:
UA UB
 │I1 = I2 + I3
I1 R3 I3 R5 U A UF │I2 = UA ∕ R1
I5 
R2 R4 U  U U
│I3 = (UA − UB) ∕ R3
UF  A B
I2 I4
IF  B  IF  0 │I4 = UB ∕ R4
R 
 R 3 R4 │I5 = IC

Aplicação com fontes dependentes


A existência de fontes dependentes no circuito tem um efeito mais notório sobre o método da sobreposição,
porque as fontes dependentes não podem ser anuladas, permanecendo em todos os circuitos inerentes à análise
dos efeitos individuais das fontes independentes.
Nos outros dois métodos (correntes fictícias e tensões nodais), as fontes dependentes podem fazer aparecer
incógnitas adicionais no sistema de equações: uma por cada variável do circuito que, não sendo incógnita do
método (corrente fictícia ou tensão nodal), é utilizada para definir o valor da grandeza da fonte (tensão ou
corrente). No entanto, estas incógnitas são tratadas por um igual número de equações adicionais, que expressam
a relação entre a grandeza da fonte e as outras incógnitas do método (correntes fictícias ou tensões nodais,
consoante o método utilizado).
Por exemplo, para o circuito da figura
I2 I3 R3 R5
ao lado, em que se troca a fonte de 2Ix +
tensão do exemplo anterior por uma - R2 R4 IF
I1 Ix=I4 I5
fonte dependente:
• no método das correntes fictícias
I1 I3 R3 R5 I5 obtêm-se as mesmas equações que anteriormente, excepto
a primeira, que fica
I2 Ix 2 Ix − R2 IA = 0 ,
2Ix + IA IB R4 IC IF acrescendo a incógnita Ix ao sistema, mas também a
- R2
equação
Ix = IB + IC .

• no método das tensões nodais


UA UB obtêm-se as mesmas equações que anteriormente, excepto
a primeira, que fica
I1 R3 I3 R5 I5 UA = 2 I x ,
R2 R4
2Ix + IF acrescendo a incógnita Ix ao sistema, mas também a
- I2
R Ix equação
I x = UB ∕ R 4 .

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Dicas de aplicação
O método a aplicar a um determinado circuito depende das características desse circuito. A partir das
características de cada método e respectivas oportunidades de simplificação anteriormente descritas, podem-se
definir algumas regras heurísticas de aplicação.
• Sobreposição: deve aplicar-se sobretudo a circuitos apenas com fontes independentes, pois assim, cada
circuito parcelar contém apenas uma fonte;
• Correntes Fictícias: deve aplicar-se a circuitos que tenham predominantemente fontes de corrente, pois
permite eliminar o mesmo número de incógnitas (correntes fictícias);
• Tensões Nodais: deve aplicar-se a circuitos que tenham mais ramos apenas com fontes de tensão, pois
permite eliminar o mesmo número de incógnitas (tensões nodais);

Erros a evitar
A aplicação de um método sistemático consiste em seguir uma receita, tal como um computador faria. As
receitas de cada método anteriormente descritas conduzem a um sistema de equações cujas incógnitas estão
claramente identificadas. Se a aplicação do método se desviar dessas incógnitas já não se aplica o método
propriamente dito e não é sistemático: conduz a um processo de cálculo que exige reflexão e que é mais
demorado, ou então poderá “andar às voltas”.
Para evitar o problema acima descrito devem ser evitados os seguintes erros de aplicação:
• Correntes Fictícias: não se escreve a equação das tensões na malha que tenha uma (ou mais) fonte(s) de
corrente, pois isso faria aparecer na respectiva equação a(s) variável(is) que representa(m) a(s) tensão(ões)
na(s) fonte(s); ao invés, escreve-se a relação entre o valor de cada fonte de corrente e das correntes fictícias
que por ela passam;
• Tensões Nodais: não se escreve a equação das correntes de um nó ao qual estejam ligados ramos apenas
com fontes de tensão, pois isso faria aparecer na equação a variável que representa a corrente no ramo; ao
invés, escreve-se a relação entre o valor da fonte de tensão e as tensões dos nós ligados por esses ramos.
Outros são erros no sentido absoluto:
• Correntes Fictícias: não se pode passar apenas uma corrente fictícia por dois ramos, ou seja, pelo menos
um deles tem que ser percorrido por pelo menos uma outra corrente.

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Comparação R, C, L
R i C i L i

u u u

A resistência é um elemento que O condensador é um elemento que A bobina é um componente que


dissipa energia (eléctrica) sob a armazena energia na forma de um armazena energia na forma de um
forma de calor, criado pelo atrito campo eléctrico, criado por cargas campo magnético, criado por
das cargas eléctricas em eléctricas estáticas (tensão). A cargas eléctricas em movimento
movimento. Esta conversão é capacidade eléctrica (C) é o (corrente). A indutância (L) é o
designada por efeito de Joule e a parâmetro do condensador que parâmetro da bobina que relaciona
potência dissipada é dada por relaciona a tensão aos seus a corrente que a percorre com o
terminais com a respectiva carga fluxo magnético
p = u·i (W, Watt)
armazenada  = L·i (Wb, Weber)
A resistência eléctrica (R) é o
q = C·u (C, Coulomb) e é uma função das dimensões
parâmetro da resistência (elemento)
que relaciona a tensão aos seus e é uma função das propriedades do físicas, do número de espiras e do
terminais com a corrente que a dieléctrico, da área e da distância material do núcleo. A unidade de
atravessa, expresso pela Lei de entre os eléctrodos. A unidade de indutância é o Henry (H).
Ohm capacidade eléctrica é o Farad (F). A lei de Faraday diz que a tensão
u (t ) A corrente eléctrica que “atravessa” (força electromotriz) induzida
R (2) um condensador adiciona/remove numa espira corresponde à variação
i (t )
cargas eléctricas às suas placas, do fluxo magnético
e é uma medida da oposição que a originando a variação da carga
d (t )
matéria oferece à passagem de u (t ) 
dq(t ) dt
corrente eléctrica. A unidade de i(t )  .
resistência eléctrica, é o Ohm (Ω). dt Então, aplicando a primeira
A equação anterior define a Então, aplicando a primeira equação a esta segunda equação,
característica tensão-corrente do equação a esta segunda equação, verifica-se que a tensão aos
elemento resistência. verifica-se que a corrente que terminais de uma bobina é
“atravessa” um condensador é proporcional à variação da corrente
A corrente e a (queda de) tensão proporcional à variação da tensão que a atravessa.
têm sempre o mesmo sentido (em aos seus terminais.
concordância com a lei de Ohm) e di(t )
u (t )  L (4)
proporcionalidade. du (t ) dt
i(t )  C (3)
dt
A equação 4 define a característica
A equação 3 define a característica tensão-corrente do elemento
tensão-corrente do elemento bobina.
condensador.
A relação entre os sentidos da
A relação entre os sentidos da tensão e corrente varia consoante o
tensão e corrente varia consoante o elemento esteja a fornecer ou
elemento esteja a fornecer ou receber energia. Mudanças
receber energia. Mudanças “instantâneas” da corrente (desligar
“instantâneas” da tensão (ligar uma um interruptor) originam picos de
fonte) originam picos de corrente tensão idealmente infinitos.
idealmente infinitas.
A energia armazenada é
A energia armazenada é
w = ½ L i2 (J, Joule).
2
w=½Cu (J, Joule).

Funcionamento dos Circuitos


As equações 1, 2 e 3 são leis físicas do funcionamento dos respectivos componentes, e que estes impõem ao
circuito onde estão inseridos. As leis de Kirchhoff são leis de funcionamento dos circuitos, e que estes
impõem aos componentes que deles fazem parte. É a conjugação destes dois tipos de leis que define o
funcionamento de qualquer circuito.

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Associação R, C, L
R C L

Série Série Série


Rs = R1 + R2 + ... + Rn 1 1 1 1 Ls = L1 + L2 + ... + Ln
   ... 
Cs C1 C2 Cn
Paralelo Paralelo
Série de 2 condensadores
1 1 1 1 1 1 1 1
   ... C  C2    ...
R p R1 R2 Rn Cs  1 L p L1 L2 Ln
C1  C2

Paralelo de 2 resistências Paralelo de 2 bobinas


Rp  1
R  R2 Paralelo L L
Lp  1 2
R1  R2 Cp = C1 + C2 + ... + Cn L1  L2

Divisor de tensão Divisor de tensão Divisor de tensão


u1 u2 un u1 u2 un u1 u2 un

R1 R2 Rn C1 C2 Cn L1 L2 Ln
utotal utotal
utotal
Rr 1
ur  utotal
R1  R2  ...  Rn uc  Cc utotal Ll
1 1 1 ul  utotal
  ...  L1  L2  ...  Ln
Divisor de tensão com 2 C1 C2 Cn
resistências Divisor de tensão com 2 bobinas
R1 Divisor de tensão com 2 L1
u1  utotal u1  utotal
R1  R2 condensadores L1  L2
C2
u1  utotal
C1  C2

Divisor de corrente Divisor de corrente Divisor de corrente

itotal i1 i2 in itotal i1 i2 in itotal i1 i2 in

R1 R2 Rn C1 C2 Cn L1 L2 Ln

1 Cc 1
ic  itotal
Rr C1  C2  ... Cn Ll
ir  itotal il  itotal
1 1 1 1 1 1
  ...  Divisor de corrente com 2   ... 
R1 R2 Rn L1 L2 Ln
condensadores
C1
Divisor de corrente com 2 i1  itotal Divisor de corrente com 2 bobinas
resistências C1  C2
L2
R2 i1  itotal
i1  itotal L1  L2
R1  R2

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Circuitos de 1ª ordem
Um circuito de primeira ordem é composto por um (ou um conjunto redutível a apenas um, como por exemplo
associando em série e/ou paralelo) condensador ou uma bobina e um qualquer conjunto de resistências e fontes.

Resposta Natural de 1ª ordem

Circuito RC Circuito RL
t=0 R iR t=0 R iR
iL
uR iC
uR
uC
uL L
C

Como Como
iC = iR e uC = −uR iL = iR e uL = −uR
considerando as equações 1 e 2 anteriores, resulta a considerando as equações 1 e 3 anteriores, resulta a
seguinte equação de funcionamento do circuito seguinte equação de funcionamento do circuito
duC (t ) uC (t ) duC (t ) 1 diL (t ) diL (t ) 1
C    uC (t )  0 . L   R  iL (t )   iL (t )  0 .
dt R dt RC dt dt L R

Ambas as equações têm a forma geral


dx(t ) 1
 x(t )  0
dt 
em que x é a variável que traduz o estado de energia dos componentes armazenadores de energia.
100
A solução desta equação diferencial é
80
t

x(t )  X 0  e  60
x (% of X0)
em que 40

• τ é a constante de tempo do circuito 20

• X0 = x(0), e é determinado pela condição inicial 0


e cuja evolução é ilustrada ao lado. 0 1 2 3 4 5 Time (T)

Para vC(t), e considerando uC(0) = U0, obtém-se Para iL(t), e considerando iL(0) = I0, obtém-se
t t
 
uC (t )  U 0  e  (t>0), com τ = RC. iL (t )  I 0  e  (t>0), com τ = L/R.

Continuidade e Conservação da Energia


Como a energia não varia instantaneamente, então uC(t) e iL(t) são contínuas.
Poderiam ter sido escritas as equações de funcionamento dos circuitos relativas a iC e vL, respectivamente
uC (t ) 1 1
RC  L
iC  i R  iC (t )   iC   iC  dt u L  u R  u L   R  iL (t )  u L   R u L  dt
R
diC (t ) 1 du L (t ) 1
 iC (t )  0 .  u L (t )  0 .
dt RC dt L R
Ambas as equações têm a forma geral anterior, e portanto soluções da mesma forma, resultando
t t
 
iC (t )  iC (0)  e  (t>0), com τ = RC. u L (t )  u L (0)  e  (t>0), com τ = L/R.
No entanto, ao invés de uC(0) e iL(0) que reflectem a conservação da energia, i.e. uC(0 ) = uC(0+) e iL(0 ) = iL(0+),
− −

iC(0) e uL(0) dependem do circuito onde o componente/armazenador está inserido e de uC(0) e iL(0),
respectivamente.
Aplicando respectivamente as equações 2 e 3 (na página 9) a uC(t) e iL(t) obtidos acima, ou simplesmente
utilizando as equações do circuito, obtém-se iC(0) = −U0/R e uL(0) = −R·I0. Portanto, iC e uL não dependem dos
seus valores anteriores, ou seja, são variáveis não causais e descontínuas no tempo.

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Resposta Forçada de 1ª ordem

Circuito RC Circuito RL
iR R iR R
iC iL
uF uR uF uR
uC uL L
C

Como Como
uR + uC = uF e iC = iR uL + uR = uF e iL = iR
então, considerando as equações 1 e 2, obtém-se então, considerando as equações 1 e 3, obtém-se
duC (t ) diL (t )
RC  uC (t )  u F (t ) L  R  iL (t )  u F (t )
dt dt
duC (t ) 1 1 diL (t ) 1 1 1
 uC (t )  u F (t ) .  iL (t )  u F (t ) .
dt RC RC dt L R RL R

Ambas as equações têm a forma geral


dx(t ) 1 1
 x(t )  B y(t ) (5)
dt  
que tem como solução
t t t
 1 
x(t )   0 e
  B  e  y (t )  e dt ,
 
X  (6)
resposta natural      
resposta forçada

em que, o primeiro termo corresponde à resposta natural do circuito, e o segundo termo corresponde à
componente forçada pelo sinal genérico y(t).

Para uma tensão y(t) constante


y(t) = Y, t>0
a resposta fica

t
  
t
x(t )  X 0  e   BY 1  e   , (t>0). (7)
 
 
A curva resultante desta expressão é ilustrada ao lado.

Nestas condições particulares, ou seja y(t) = Y e t>0, o circuito resulta conforme representado a seguir, e então,
representa não apenas uma configuração, mas todos os circuitos que por aplicação do teorema de Thevenin a ele
possam ser reduzidos (Y = Uth e R = Rth).
iR Rth iR Rth

iC iL
Uth uR Uth uR uL
uC L
C

Onde x = uC, B = 1, τ = Rth·C e X0 = uC(0) = U0, Onde x = iL, B = 1/Rth, τ = L/Rth e X0 = iL(0) = I0,
obtendo-se obtendo-se
U th  
t t

t
 
t
  
L Rth 
uC (t )  U 0  e Rth C  U th 1  e Rth C  , (t>0). (8a) iL (t )  I 0  e  1 e
L Rth
, (t>0). (8b)
  Rth  
   

SÉRGIO F. LOPES DICIONÁRIO DE ANÁLISE DE CIRCUITOS 12


Fazendo a análise dos circuitos com fonte de corrente, ou seja, utilizando o equivalente de Norton (Y = In e R =
Rn) representado a seguir, obtêm-se de novo as equações 5 a 7, nestes casos com

iR iC iR iL
In uR uC In uR uL
Rn Rn
C

B = Rn, e outra vez τ = Rn·C e X0 = uC(0) = U0, logo B = 1, e mais uma vez τ = L/Rn e X0 = iL(0) = I0, logo

t
 
t
 
t
 
t

uC (t )  U 0  e Rn C  Rn  I n 1  e Rn C  , (t>0). iL (t )  I 0  e L Rn  I n 1  e L Rn  , (t>0).
   
   
Este resultado poderia ter sido obtido directamente a partir das equações 8a e 8b aplicando as equações 1 (na
página 4), o que também verifica a correspondência entre os equivalentes de Thevenin e de Norton e a respectiva
validade.

Sistematização
A partir das equações 8a e 8b, e aplicando as equações 3 e 4 (na pág. 9), respectivamente, obtêm-se as
expressões de iC e vL para o equivalente de Thevenin
t t
U th  U 0  Rth C 
iC (t )  e , (t>0). (9a) uL (t )  U th  Rth  I 0   e L Rth
, (t>0). (9b)
Rth
Das expressões de uC e iC obtém-se que Das expressões iL e uL obtém-se que
uC (0)  U 0  U th
 uC ()  U th iL (0)  I 0 iL () 
U th  U 0 e  .  e  Rth .

iC (0)  iC ()  0 u L (0)  U th  Rth  I 0 u L ()  0
 Rth 

Destes resultados pode concluir-se que, no instante inicial (t=0) e no regime permanente (t→∞) da resposta, os
armazenadores de energia comportam-se como
t Condensador Bobina
fonte de tensão U0 fonte de corrente I0
0
(curto-circuito, se cond. inic. nulas) (circuito-aberto, se cond. inic. nulas)
→∞ circuito-aberto curto-circuito
Naturalmente, o comportamento quando t→∞ só tem significado no caso de uma resposta forçada, em que há
tensões e correntes no circuito.
De notar também que, na equação 7, x(∞) = BY. Pela aplicação da tabela acima esse valor torna-se fácil de
determinar, sendo preferível relativamente à memorização dos valores de B para os 4 circuitos tipo de 1ª ordem.
Então, isso permite que a equação 7 seja generalizada e simplificada, fazendo BY = X∞:


t
 
t

x(t )  X 0  e 
 X  1  e   , (t>0). (10)
 
No caso de uma resposta livre o termo X∞ é nulo, e portanto a equação 10 traduz as respostas livres ou naturais
da página 11.
Por outro lado, verifica-se que as equações 9a e 9b podem encontrar-se directamente por aplicação da tabela
acima. Então, a equação 10 serve para descrever não só as variáveis que traduzem o estado de energia dos
armazenadores (uC e iL), mas também todas as outras variáveis dos circuitos (e.g., iC e uL).
Resumindo, a equação 10, permite determinar quaisquer variáveis de circuitos de 1ª ordem alimentados por
fontes constantes e (de forma segmentada) por ondas quadradas.

SÉRGIO F. LOPES DICIONÁRIO DE ANÁLISE DE CIRCUITOS 13


Aplicação
Por exemplo, para encontrar as expressões de iC e uL directamente para os circuitos com equivalente de Norton, e
sendo as condições iniciais dadas respectivamente por UC0 e IL0, faz-se

 U C0 U L 0  I R 0  Rn  I n  I L 0 Rn
I C 0  I n  I R 0  I n  
 Rn U L  0
 I C  0

resultando resultando
t
t 

iC (t )   I n 
U C 0   Rn C
e , (t>0). u L (t )  Rn I n  I L 0   e L Rn
, (t>0).
 Rn 

Casos extremos
Finalmente, os casos em que se liga directamente um armazenador de energia a uma fonte ideal podem ser
teoricamente explicados como casos extremos dos reais em a resposta é:
 Instantânea (τ=0), com uC/iL a igualarem o valor da fonte de tensão/corrente (e a descontinuidade
explicada com a ocorrência de iC/uL →∞ para transferir energia instantaneamente); ou,
 Interminável (τ=∞), com uC/iL a variarem a um ritmo constante (igual ao da tangente inicial da
componente forçada).
τ=0 τ=∞
x(t) x(t)
X∞

X0

t0 t t0 t

uC (t  0)  U th di
U th  L 
Uth uC Uth uL dt
Rth=0 iC
C iC (t  0)  0 iL L U th
iL  t  I L0
L
iL (t  0)  I n du
In  C C 
In L uL u L (t  0)  0 In C uC dt
Rn=∞ i i In
uC  t  U C 0
C

SÉRGIO F. LOPES DICIONÁRIO DE ANÁLISE DE CIRCUITOS 14


Circuitos de 2ª ordem
Um circuito de 2ª ordem é composto por dois armazenadores de energia (não redutível a apenas um), um
qualquer conjunto de resistências e cuja equação de funcionamento é do tipo
dx 2 (t ) dx(t )
 2  0  x(t )  f y(t )
2
(11)
dt 2 dt
em que
• x(t) é a corrente ou tensão num dos componentes do circuito
• α é o coeficiente de amortecimento
• ω0 é a frequência angular natural de oscilação
• y(t) é o termo forçado das fontes independentes.

Resposta Natural de 2ª ordem e Forçada com termo nulo


Na resposta natural ou livre dos sistemas de 2ª ordem acontece livre da influência de fontes, e portanto y(t) = 0.
Existem circuitos alimentados por fontes para os quais o termo f[y(t)] da equação de funcionamento (relativa a
uma determinada variável) resulta nulo. Nesse caso, trata-se de uma resposta forçada cuja forma que não difere
de uma resposta livre.
A equação resulta
dx 2 (t ) dx(t )
 2  0  x(t )  0
2
(12)
dt 2 dt
O matemático Euler foi o primeiro a concluir que uma equação destas tem soluções do tipo e st, s  , pois a
exponencial é uma função cuja derivada mantém a sua forma original, podendo então cancelar as derivadas de
ordem diferente do polinómio. Então, fazendo x(t) = est e dividindo pelo factor comum (est), obtém-se a
denominada equação característica
s 2  2  s  0  0
2
(13)
cujas raízes, aplicando a formula resolvente, são
 2  4 2  40
2
s1 , s2      2  0 , com s1, s2  ℂ.
2 (14)
2
Como a equação 1 obedece ao princípio da sobreposição, então qualquer combinação linear das soluções e st
também satisfaz a equação. Então, a solução para a equação 12 resulta
x(t )  A1  e s1t  A2  e s2t (15)
em que A1 e A2 são determinados pelas condições iniciais do circuito.
No entanto, dependendo da relação entre α e ω0, a equação 12 dá origem a 4 tipos de curvas, descritas a seguir,
que por sua vez distinguem 4 tipos de sistemas.

α > ω0 – Sistema Sobre-amortecido


Sendo α > ω0, então as raízes da equação 14 são reais e x(t)
negativas. Pode então reescrever-se a resposta de sistemas
sobre-amortecidos denotando isso
A1+A2
x(t )  A1  e r1t  A2  e r2t (16)
com r1, r2  ℝ  r1, r2 < 0.
A curva x(t) tem a forma apresentada ao lado.
t

α = ω0 – Sistema Criticamente Amortecido


Se α = ω0, então as duas raízes são coincidentes (s1 = s2 = −α), podendo então reescrever-se a equação 15 como
x(t )  A1  e   A2  e   A  e  .
No entanto, esta equação não consegue satisfazer as duas condições iniciais (basta uma para determinar A), e
isso é necessário para que se garanta a continuidade da resposta de 2ª ordem, i.e., que nem x(t) nem dx(t)/dt
variem instantaneamente. Assim, é necessária uma outra forma analítica para esta resposta.
Voltando à equação diferencial 12 e fazendo α = ω0, obtém-se
dx 2 (t ) dx(t ) dx 2 (t ) dx(t ) dx(t )
2
 2   2  x(t )  0      2  x(t )  0 
dt dt dt 2 dt dt

SÉRGIO F. LOPES DICIONÁRIO DE ANÁLISE DE CIRCUITOS 15


d  dx(t )   dx(t ) 
    x(t )        x(t )   0
dt  dt   dt 
que pode resolver-se por partes, fazendo a substituição de variáveis
dx(t )
   x(t )  z (t ) .
dt
Concretamente, resulta a seguinte equação diferencial de 1ª ordem
dz (t )
   z (t )  0
dt
-αt
cuja solução é já conhecida, z(t) = K·e , e portanto
dx(t )
   x(t )  A1  e t . x(t)
dt
Por sua vez, esta equação é idêntica à equação 5 e, portanto, tem
A2
o mesmo tipo de solução, ou seja
x(t )  A2  e t  A1  e t  e t  et dt  A2  e t  A1t  e t
x(t )   A2  A1t   e t (17)
A curva x(t) tem a forma apresentada ao lado. t

α < ω0 – Sistema Sub-amortecido


Se α < ω0, então as raízes da equação 13, podem ser reescritas como
s1 , s2     10 2   2     j 0 2   2 .
As raízes são complexas conjugadas
s1 , s2    jd , com  d  0   2 .
2
(18)
e ωd é a frequência angular de oscilação.
Substituindo na equação 15, obtém-se
 
x(t )  K1  e  jd t  K 2  e  jd t  e t K1  e jd t  K 2  e  jd t .
Utilizando as fórmulas de Euler, que relacionam as funções trigonométricas com a função exponencial complexa
(ejθ = cos θ + j sen θ , e-jθ = cos θ − j sen θ), resulta
x(t )  e t  K1 cosdt   jK1 sindt   K2 cosdt   jK2 sindt 
x(t )  e t  K1  K2  cosdt   j  K1  K2 sindt 
Fazendo A1 = K1 + K2 e A2 = j(K1 + K2) obtém-se
x(t )  e t A1 cosdt   A2 sindt 
Sendo x(t) uma grandeza real (corrente ou tensão eléctricas),
então A1 e A2 são reais (de notar que K1 e K2 não têm esse x(t)
requisito). Como a soma de duas sinusóides é uma sinusóide, A3
também pode usar-se a seguinte forma
A1
x(t )  e t A3 sin d t    (19)

sendo A3  A12  A2 2 e   arctan  A2 A1  . 2


t

A curva x(t) tem a forma apresentada ao lado. d

α = 0 – Sistema Oscilatório
Sendo α = 0, então o sistema não é amortecido. É um caso x(t)
particular do anterior em que as raízes da equação 18 são
puramente imaginárias A
s1 , s 2   j 0
e o sistema oscila à frequência natural
x(t )  A sin0 t   
t
(20)
A curva x(t) tem a forma apresentada ao lado. 2
0

SÉRGIO F. LOPES DICIONÁRIO DE ANÁLISE DE CIRCUITOS 16

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