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Campos Eletrostáticos

Eletromagnetismo 1
Sumário
• Introdução
• Lei de Couloumb e Intensidade de Campo
• Campos Elétricos devido a Distribuições Contínuas de
Cargas
• Densidade de Fluxo Elétrico
• Lei de Gauss – Equação de Maxwell
• Aplicações da Lei de Gauss
• Potencial Elétrico
• Relação entre E e V – Equação de Maxwell
• Um Dipolo Elétrico e Linhas de Fluxo
• Densidade de Energia em Campos Eletrostáticos
• Conclusões
Introdução
• Após revisar cálculo vetorial, temos as
ferramentas para estudar os conceitos
fundamentais de campos eletromagnéticos
• Vamos começar com campos elétricos estáticos
no espaço livre
– Essencialmente isso quer dizer que o campo não varia
no tempo e o meio eletromagnético é o vácuo
homogêneo
– Estes campos são causados por distribuições estáticas
de carga – são por esse motivo chamados de campos
eletrostáticos
Introdução
• Existem várias áreas de aplicação para
eletrostática
– Transmissão de energia elétrica
– Máquinas de Raios X
– Proteção contra descargas atmosféricas
– Dispositivos como resistor, capacitor, Transistores BJT
e FET
– Telas sensíveis ao toque, LCD
– Impressoras Lasers
– Eletro-deposição, pintura eletrostática
Introdução
• O estudo de eletrostática inicia com duas leis
fundamentais:
– Lei de Coulomb
– Lei de Gauss
• Ambas são baseadas em estudos experimentais
• A lei de Coulomb permite o cálculo do campo elétrico
causado por qualquer distribuição de cargas
• No caso de distribuições simétricas de carga, a Lei de
Gauss é mais simples de ser utilizada
Introdução
• Vamos começar com a Lei de Coulomb para
definir alguns conceitos fundamentais
– Permissividade do vácuo
– Intensidade de Campo Elétrico
– Campos Elétricos devido a distribuições contínuas
de carga
Lei de Coulomb e Intensidade de
Campo
• A Lei de Coulomb é uma lei experimental
formulada em 1785 por Charles Augustin
Coulomb
(http://en.wikipedia.org/wiki/Charles-
Augustin_de_Coulomb)
Lei de Coulomb
• Trata da força que uma carga pontual exerce
em outra carga pontual
– O que é carga pontual? Exatamente é uma carga
que existe apenas em um ponto no espaço.
• Mas na prática é uma carga localizada em um corpo
físico cujas dimensões são muito menores que as
outras dimensões relevantes (por exemplo: menor que
distância à outra carga pontual)
• Cargas são medidas em Coulombs
– 1 elétron tem carga de -0.16019 attoC (10-18 C)
– 6 exa (1018) eletróns valem -1 C
Lei de Coulomb
• A Lei de Coulomb afirma que a força F entre
duas carga pontuais Q1 e Q2 é:
– Ao longo da linha que une as duas cargas
– Diretamente proporcional ao produto Q1*Q2 das
cargas
– Inversamente proporcional ao quadrado da
distância R entre as cargas
• Se a carga Q1 está na origem
Q1Q2 Q1Q2
F 2  F  k 2
R R
Lei de Coulomb
• A constante de proporcionalidade k é
expressão em Nm2/C2. No vácuo este valor e é
9*109 Nm2/C2.
– No entanto, de modo genérico k é escrito em
função da permissividade do meio (no caso do
vácuo) e0
9 N  1
k  9  10  2 
 C / m   4e 0
10 9
e0 
36
Lei de Coulomb
• Isto transforma a Lei de Coulomb em

• Esta forma da lei é bem conhecida


– Mas assume que a carga Q1 está na origem do
sistema de coordenadas
– E com isso a ideia da direção da força se perde
• Ou seja, a equação não deixa explícita a relação vetorial
Lei de Coulomb
• Para explicitar a relação vetorial é necessário
reescrever a equação com as informações dos
vetores posição e distância

R12 R12
R12  r2  r1 R  R12  r2  r1 aˆ R12  
R12 R
Lei de Coulomb
• Portanto a Lei de Coulomb se torna:
Lei de Coulomb
• Note que F21  F12 aˆ R21   F12 aˆ R12
– A força F21 em Q1 devido a Q2: F21   F12
aˆ R21   aˆ R12
– Cargas de mesmo sinal se repelem e cargas de sinais
opostos de atraem

– Q1 e Q2 devem estar em repouso (sem movimento)


– Os sinais de Q1 e Q2 tem de ser considerados
Lei de Coulomb
• Se for necessário considerar mais de duas
cargas, o princípio da superposição pode ser
considerado em uma carga particular. Em uma
situação com N cargas
QQ1 r  r1  QQ2 r  r2  QQN r  rN 
F 3
 3
 ...  3
4e 0 r  r1 4e 0 r  r2 4e 0 r  rN
N
QQk r  rk 
 3
k 1 4e 0 r  rk
Lei de Coulomb
• Com relação a vetor distância, a sua expressão
irá depender do sistema de coordenadas
utilizado
– Considerando um ponto P1 e um ponto P2
• Em coordenadas retangulares
x1 , y1 , z1 x2 , y 2 , z 2
• Em coordenadas cilíndricas
1 , 1 , z1  2 , 2 , z 2
• Em coordenadas esféricas
r1 , 1 , 1 r2 , 2 , 2
Lei de Coulomb
• Em coordenadas retangulares
r2  r1   x2  x1 aˆ x   y2  y1 aˆ y  z 2  z1 aˆ z

• Em coordenadas cilíndricas
r2  r1   2  1 cos2  1 aˆ   1 sin 2  1 aˆ   z 2  z1 aˆ z
• Em coordenadas esféricas
r2  r1  r2  r1 cos  2 cos 1  sin  2 sin 1 cos2  1 aˆ r
 r1 sin  2 cos 1  cos  2 sin 1 cos2  1 aˆ  r1 sin 1 sin 2  1 aˆ

• Em todos os casos r2  r1   r2  r1 


r2  r1 
Para muito pequeno:
Intensidade de Campo
• A intensidade de campo elétrico medido em
volts/metro, é a força potencial que uma carga
exerce sobre um ponto no espaço.
Intensidade de Campo
• Com a caracterização da força em uma carga Q
devido a várias cargas, pode-se definir a
intensidade de campo elétrico: F
E  lim Q0
Q
• Por vezes é definido também como
F
E
Q
– Qual a diferença? A primeira definição serve para
todos os casos (inclusive contínuas), já a segunda
apenas para cargas pontuais.
Intensidade de Campo
• Pela definição, a Intensidade de Campo Elétrico em
um ponto r devido a uma carga pontual Q em r’:
Qr  r '
E 3
4e 0 r  r '
• E no caso de N cargas
Q1 r  r1  Q2 r  r2  QN r  rN 
E 3
 3
 ...  3
4e 0 r  r1 4e 0 r  r2 4e 0 r  rN
N
Qk r  rk 
 3
k 1 4e 0 r  rk
Campos Elétricos devido a
Distribuições Contínuas de Cargas
• Além da intensidade de campo elétrico devido a
cargas pontuais, há campos devido a distribuições
contínuas de carga
– Podem ser
• Distribuições Lineares dQ   L dl  Q    L dl
L

• Distribuições Superficiais dQ   S ds  Q    S ds
S

• Distribuições Volumétricas dQ  V dv  Q   V dv


V
Campos Elétricos devido a
Distribuições Contínuas de Cargas
• Os campos terão expressões diferentes
dependendo do tipo de distribuição de cargas
1  S r  r '
Qr  r ' E  ds
E 3 4e 0 r  r'
3

4e 0 r  r ' S

1  L r  r '
E  dl 1 V r  r '
4e 0 L r  r'
3
E
4e 0 
V r  r'
3
dv
Campos Elétricos devido a
Distribuições Contínuas de Cargas
• Distribuição de Cargas Lineares (Linha de
Carga)
– Distribuição constante
zB

dQ   L dz '  Q    L dz '
zA
Campos Elétricos devido a
Distribuições Contínuas de Cargas
1  L r  r '
• Sabemos que E
4e 0  3
dl
L r  r'

• Quem são os termos?


r  aˆ   zaˆ z r ' z ' aˆ z
dl '  dz '
r  r '  aˆ    z  z 'aˆ z

• Portanto
L
zB
aˆ    z  z 'aˆ z
E  dz '
4e 0
 
3
  z  z '
zA 2 2 2
Campos Elétricos devido a
Distribuições Contínuas de Cargas
• Para o caso de uma linha de carga infinita,
basta fazer o limite de zA para ( )
e zB para ( )

𝑳 𝝆 𝒛
𝟑
𝟎 𝟐 𝟐 𝟐

𝑳 𝑳
𝝆 𝒛 𝝆
𝟎 𝟎
/
/
Basta encontrar

/ /

/ /
Campos Elétricos devido a
Distribuições Contínuas de Cargas
• Distribuição de Cargas Superficial (Cargas de
superfície)
– Distribuição constante

dQ   S ds
Campos Elétricos devido a
Distribuições Contínuas de Cargas
• Sabemos que

• Quem são os termos?


r  haˆ z r ' aˆ 
ds  dd
r  r '   aˆ   haˆ z

• Portanto
S  2
 aˆ   haˆ z
E
4e 0  dd
 
3
0 0 2
h 2 2
Campos Elétricos devido a
Distribuições Contínuas de Cargas
• Por simetria,
Campos Elétricos devido a
Distribuições Contínuas de Cargas
• A solução:

• Fazendo o limite
S • desprezível quando
E aˆ z
2e 0  constante nestas condições
Campos Elétricos devido a
Distribuições Contínuas de Cargas
• No caso de duas placas infinitas de cargas
opostas separadas por uma distância
qualquer, o campo entre as placas é dado por

E
S
aˆ N 
  S   aˆ    S aˆ
2e 0 2e 0 e0
N N

• Ps. Não há campo fora do capacitor, pois a força se


concentra entre as placas.
Campos Elétricos devido a
Distribuições Contínuas de Cargas
• Distribuição de Cargas Volumétrica
– Distribuição constante
4 3
dQ  V dv  Q  a V
3
Campos Elétricos devido a
Distribuições Contínuas de Cargas
• Sabemos que

• Quem são os termos?


dv  r '2 sin  ' dr ' d ' d '
, considerando que o campo resultante será ,
devido a simetria:
Campos Elétricos devido a
Distribuições Contínuas de Cargas
• Considerando

• E que varia de ( )a (p/ ), para


fora da esfera
Campos Elétricos devido a
Distribuições Contínuas de Cargas

𝑧𝑟 + 𝑟 𝑧𝑟 − 𝑟 2𝑟′ 𝑧 − 𝑟
+ = = 2𝑟′
𝑧+𝑟 𝑧 − 𝑟′ 𝑧 −𝑟
Campos Elétricos devido a
Distribuições Contínuas de Cargas
• Não parece familiar, mas se considerarmos a
carga total volumétrica

• Como o problema é simétrico podemos


escrever sem perda de generalidade
Q
E aˆ r Semelhante ao campo de uma
4e 0 r 2 carga pontual (Lei de Gauss)
Densidade de Fluxo Elétrico
• Como a intensidade de campo elétrico é
dependente do meio, o fluxo elétrico deve ser
calculado de forma a ser independente do
meio
– Por que? Se o fluxo fosse dependente do meio,
isso traria problemas no cálculo e também na
conceituação – fluxo é algo que atravessa uma
superfície
• Por este motivo introduz-se a densidade de
fluxo elétrico D
Densidade de Fluxo Elétrico
• No caso do vácuo, ou espaço livre
D  e0E
• O fluxo elétrico é a integral de superfície da
densidade de fluxo
   D  dS
S
• A unidade do fluxo elétrico é Coulombs [C],
portanto, a unidade da densidade de fluxo é
[C/m2]
– A densidade de fluxo elétrico é também chamada de
vetor deslocamento elétrico
Densidade de Fluxo Elétrico
• O cálculo da densidade de fluxo elétrico
poderia seguir o cálculo da intensidade de
fluxo elétrico
1  S r  r '
Qr  r ' D  ds
D 3 4 r  r'
3

4 r  r ' S

1 V r  r '
1  L r  r ' D  dv
D
4 
L r  r'
3
dl 4 V r  r'
3

• Mas há um modo mais fácil


– Lei de Gauss
Lei de Gauss – Equação de Maxwell
• Carl Friedrich Gauss é o criador da Lei de
Gauss, uma das leis fundamentais do
eletromagnetismo
– http://en.wikipedia.org/wiki/Carl_Friedrich_Gauss

Q   D  dS
S
Lei de Gauss – Equação de Maxwell
• A Lei de Gauss afirma que o fluxo elétrico total
 através de qualquer superfície fechada é
igual a carga livre total no volume definido
pela superfície
  Q   V dv
V

   d   D  dS
S S

Q   D  dS   V dv
S V
Lei de Gauss – Equação de Maxwell
• Ao aplicarmos o teorema da divergência na Lei
de Gauss

 D  dS     D dv   


S V V
V dv

• Chegamos a forma diferencial da Lei de Gauss

  D  V
Lei de Gauss – Equação de Maxwell
• A Lei de Gauss permite calcular D ou E de
modo mais simples que a Lei de Coulomb
– Para distribuições simétricas
– Se não for, a Lei ainda vale, mas o cálculo é mais
complicado
Aplicações da Lei de Gauss
• Para aplicar a Lei de Gauss em distribuições
simétricas
– Necessário usar superfícies gaussianas
– Escolhida de forma que D seja normal a superfície
(na mesma direção do vetor superfície)
– Além disso, D deve ser constante na superfície
• Isto implica que a superfície será definida pela simetria
das cargas do problema
Aplicações da Lei de Gauss
• Carga Pontual

D  Dr aˆ r

• D é normal em todos os pontos da superfície


2 
Q   D  dS  Dr  dS  Dr r
2
sin dd  Dr 4r 2

S S 0 0
• Assim a densidade de fluxo elétrico

Dr 4r 2  Q

• Portanto
Q Q
Dr  D  aˆ
4r 2
4r 2 r

Q
D  e0E  E  aˆ r
4e 0 r 2
Aplicações da Lei de Gauss
• Linha infinita de cargas

D  D aˆ 

• D é normal a todos os pontos da superfície


– Considerando um comprimento l.
• Assim a densidade de fluxo elétrico

D 2l  Q   l l

• Portanto
Q l l
D   D  aˆ 
2l 2 2
l
D  e0E  E  aˆ 
2e 0 
Aplicações da Lei de Gauss
• Superfície infinita carregada

D  Dz aˆ z

– A integração é feita em uma caixa, mas só as


contribuições do topo e fundo que contam
• A integração se torna
 
Q    s dS   D  dS  Dz  dS  Dz   dS   dS 
S S S topo fundo 

• Assim a densidade de fluxo elétrico


S S
Dz  D  aˆ z
2 2
• Portanto s
D  e0E  E  aˆ z
2e 0
• O que ocorre entre 2 placas paralelas?

• Como apenas a metade é fruto de cada placa,


posso usar apenas umas das faces gaussianas
pra calcular a carga em cada placa
Aplicações da Lei de Gauss
• Esfera uniformemente carregada

D  Dr aˆ r
• Isto resulta em  4
 V r r  a
3

Dr 4r 2   3
4
 V a 3 r  a
 3
• Portanto há duas expressões
– r<a V r V r
Dr  D  aˆ r
3 3

– r>a V a 3 V a 3
Dr  2
D  2
aˆ r
3r 3r
• Em termos gráficos

 r
 3 V aˆ r ra
D  3
a
 2 V aˆ r ra
 3r
Potencial Elétrico
• Potencial Elétrico
– O Potencial Elétrico permite encontrar o campo
elétrico devido a uma distribuição de cargas de
modo mais direto e simples
• O potencial elétrico é escalar
– O potencial é obtido do trabalho necessário para
mover uma carga

dW   F  dl  QE  dl  W    F  dl
Potencial Elétrico
• Portanto o trabalho para mover uma carga do
ponto A até o ponto B
B
W  Q  E  dl
A
Potencial Elétrico
• Dividindo a energia pela carga, temos a diferença de
potencial entre A e B: VAB B
V AB  W / Q    E  dl
A
– Note que
• A é o ponto inicial e B o ponto final.
• Se VAB é positivo, houve ganho de energia potencial ao mover Q
de A para B.
– Então houve um agente externo realizando trabalho.
• Se VAB é negativo, houve perda de energia potencial ao mover Q
de A para B.
– Não é preciso um agente externo.
• VAB é independente do percurso tomado na integração.
• VAB é medido em Joules por Coulomb ou Volts.
Potencial Elétrico
• Diferença de potencial devido a uma carga Q
na origem Q
E aˆ r
4e 0 r 2

• Portanto, a diferença de potencial entre dois


pontos dados por rA e rB
rB rB
Q Q 1 1
V AB    E  dl    dr    
rA rA
4e 0 r 2
4e 0  rB rA 
Potencial Elétrico
• Note que desta forma podemos associar
potenciais absolutos a cada ponto se:
– Estivermos definirmos o potencial no infinito
como zero (referência)
rB rA
Q Q
VB    E  dl  V A    E  dl 

4e 0 rB 
4e 0 rA

Q 1 1
V AB      VB  VA
4e 0  rB rA 
Potencial Elétrico
• No caso de N cargas pontuais
Q1 Q2 QN
V   ... 
4e 0 r  r1 4e 0 r  r2 4e 0 r  rN
N
Qk

k 1 4e 0 r  rk

• Já no caso de cargas contínuas


1 L 1 S 1 V
V
4e 0  r  r ' dl V
4e 0  r  r ' ds V
4e 0  r  r ' dv
V
L S
Relação entre E e V – Equação de
Maxwell
• No caso eletrostático (as cargas são estáticas),
a diferença de potencial entre dois pontos
independe do percurso tomado, ou seja:
VAB    E  dl
VBA   E  dl  V AB

 E  dl  V AB  VBA  V AB  V AB  0
Relação entre E e V – Equação de
Maxwell
• Portanto pelo teorema de Stokes

   E  dS  E  dl  0
S
• Isto significa que:

 E  0 (3ª eq. de Maxwell - eletrostática)

• O campo que satisfaz esta relação é irrotacional


(conforme já visto), ou conservativo.
Relação entre E e V – versão diferencial
• Calculando o diferencial total do potencial

• Mas isto é igual a:

• Logo
Relação entre E e V – versão diferencial
• E portanto
V
Ex  
x
V
Ey  
y
V
Ez  
z
• Ou
E  V
Relação entre E e V – versão diferencial
– Coordenadas retangulares

– Coordenadas cilíndricas

– Coordenadas esféricas
Relação entre E e V – versão diferencial
• Qual a importância desta relação?
– Esta é uma outra maneira de encontrar o campo
elétrico: a partir do potencial
– Calcular o potencial é mais simples, pois é um
campo escalar
– E é mais fácil trabalhar com campos escalares do
que com campos vetoriais.
B’

B’
Linhas de Fluxo
• O campo de diversos tipos de distribuições
podem ser visualizados através do artifício das
linhas de fluxo
– São linhas imaginárias que tem a mesma direção
do campo elétrico em todos os pontos
• Perpendiculares a elas temos as equipotenciais
Linhas de Fluxo
• Nas equipotenciais, o trabalho para mover
uma carga é zero (já que a diferença de
potencial entre quais pontos de uma
equipotencial é zero)
– Os campos elétricos sempre serão
perpendiculares à equipotenciais

 E  dl  0  W  q  E  d l  0
Energia Eletrostática
• Para se determinar a energia eletrostática
armazenada numa região em uma
distribuição com N cargas, devemos primeiro
determinar o trabalho necessário para
agrupar essas cargas nesta região.
Energia Eletrostática
• Neste exemplo, se começo com , não há
outra carga ou campo atuando no
deslocamento do infinito à região de
interesse =>
Energia Eletrostática
• Há esforço no deslocamento de de à
devido a presença de =>

– Aqui , pois não é uma diferença


de potencial e sim o potencial absoluto em
devido uma carga em .
Energia Eletrostática
• Ao adicionar a última carga, há
esforço/resistência no deslocamento de
de à causado por e =>
Energia Eletrostática
Energia Eletrostática
• Invertendo a ordem de posicionamento das
cargas
Energia Eletrostática

Em que , e são potenciais totais em ,


e
Energia Eletrostática
• A energia eletrostática armazenada em uma
distribuição com N cargas é, então:

• Aonde, e cada potencial total:


Energia Eletrostática
• No caso de distribuições contínuas de carga
1 1 1
WE    LVdl WE    SVds WE    vVdv
2 2 2

• Já em termos do campo elétrico


WE   D  E dv
1
2
– No vácuo 1 2
WE   e 0 E dv
2
Densidade de Energia em Campos
Eletrostáticos
• Por fim a densidade (volumétrica) de energia
Densidade de Energia em Campos
Eletrostáticos

• Já em termos do campo elétrico

– No vácuo
Em que é a soma de todos os potenciais em
devido às outras cargas
Um Dipolo Elétrico
• Um dos primeiro exemplos a utilizar o
potencial para calcular o campo elétrico é o
dipolo elétrico
– Ele é composto de duas cargas iguais, mas com
sinais opostos separadas de uma distância d.
– Ele é muito importante: a partir dele é que vamos
calcular o efeito de meios materiais no cálculo do
campo elétrico (tudo calculado até este ponto
considera o vácuo ou espaço livre).
Um Dipolo Elétrico
• O potencial do dipolo é simplesmente a soma
dos potenciais de cada carga

Q 1 1  Q  r2  r1 
V     
4e 0  r1 r2  4e 0  r1r2 
Um Dipolo Elétrico
• Se , e

• Logo
Um Dipolo Elétrico
• Vamos escrever as distâncias r1 e r2 em função
de r e da distância entre os dipolos d.
– O melhor é usar a formulação:
d
r1  raˆ r  aˆ z
2
d
r2  raˆ r  aˆ z
2
 d   d 
– Logo: r1  r1  r1   r
r ˆ
a  ˆ
a 
z  r ˆ
a r  aˆ z 
 2   2 
 d   d 
r2  r2  r2   raˆ r  aˆ z    raˆ r  aˆ z 
 2   2 
Um Dipolo Elétrico
• Calculando (usando simetria) temos
2
d d d
r1  r 2 aˆ r  aˆ r  r aˆ z  aˆ r  r aˆ r  aˆ z  aˆ z  aˆ z
2 2 4
2
d
 r 2  rd cos  
4
2
d d d
r2  r 2 aˆ r  aˆ r  r aˆ z  aˆ r  r aˆ r  aˆ z  aˆ z  aˆ z
2 2 4
2
d
 r 2  rd cos  
4
Um Dipolo Elétrico
• Portanto

Q  r2  r1 
V  
4e 0  r1r2 
 2 d2 d 2 
 r  rd cos    r 2
 rd cos   
Q  4 4 

4e 0  d 2
d 2 
 r 2
 rd cos   r 2
 rd cos   
 4 4 
Um Dipolo Elétrico
• Para distâncias r muito maiores que a
separação entre as cargas 2d:

• Logo
Um Dipolo Elétrico
• Podemos definir o vetor d como:
d  daˆ z

– Logo d cos   d  aˆ r

• Com base nesta relação define-se o momento


de dipolo p:
p  Qd
Um Dipolo Elétrico
• Pelas expressões
d cos   d  aˆ r p  Qd
– Logo p  aˆ r
V
4e 0 r 2

– No caso das cargas estarem deslocadas da origem,


o potencial se torna
p  r  r '
V 3
4e 0 r  r '
Um Dipolo Elétrico
• O campo elétrico é obtido do gradiente
– No caso das cargas com o centro na origem
Um Dipolo Elétrico

p
E  V  2 cosaˆ r  sin aˆ 
4e 0 r 3

– Este tipo de distribuição é do tipo dipolo (o campo


elétrico varia com r3)
• Temos o de uma carga pontual – monopolo que varia
com r2
• Mas podemos ter quadripolos, octopolos, ou mais
genericamente multipolos.
Conclusões
• Apresentados os principais pontos de
eletrostática no espaço livre
– Vista Lei de Coulomb
– Visto intensidade de campo elétrico
– Visto densidade de fluxo elétrico
– Visto Lei de Gauss
– Visto Potencial
– Visto energia em campos eletrostáticos

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