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FI426 Eletromagnetismo 1 - 2018.

1 - Notas de Aulas 5 1

C ENTRO DE C IÊNCIAS E XATAS E DA N ATUREZA


D EPARTAMENTO DE F ÍSICA
C URSO DE B ACHARELADO EM F ÍSICA DA UFPE

Aula 5 - 12 de março de 2018

Sumário
Conceito de Eletrostática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
Lei de Coulomb . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
Campo Elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Exemplo 1: Carga pontual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Exemplo 2: Dipolo Elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Exemplo 3: "Linha" de cargas finita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Lei de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

Bibliografia:

• David J. Griffiths, Introduction to Electrodynamics, 3rd Edition, Prentice Hall, New


Jersey (1999) §§2.1 e 2.2
• Jonh Reitz, Frederick J. Milford e Robert W. Christy, Foundation of Electromagnetic
Theory, 4rd Edition, Addison Wesley (1967) §2.1-2.3

Conceito de Eletrostática
Estudo dos fenômenos envolvendo distribuições de cargas elétricas e de campos elétricos,
cujos valores e posições são independentes do tempo em relação e um referencial inercial,
observados em escala macroscópica.

Escala macroscópica: o tamanho das cargas é muito menor que a escala espacial dos fenô-
menos observados (tamanho característico onde as variações das grandezas medidas são
relevantes). Ou seja, as cargas são tomadas como pontos e o valor dos campos estão asso-
ciados a um ponto do espaço.
Para fixar uma escala de referência entre o macroscópico e o microscópico, considere o raio
de Bohr = 0.529 177 2108 × 10−10 m (∼ 0.53 angstroms), ou seja, o diâmetro médio do átomo
de hidrogênio é 1 Å= 0,10 de um milionésimo de milímetro = 0,10 nm 1 . Para se estudar o mo-
vimento de cargas em escala microscópica é necessário recorrer à Eletrodinâmica Quântica.2

1
Lembre-se, também, que o raio do próton é estimado da ordem de 10−15 m=um milionésimo de nanômetro!
2
Veja por exemplo, http://en.wikipedia.org/wiki/Quantum_electrodynamics

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No caso de sistemas em escala macroscópica, a força de Coulomb exercida sobre uma carga
de prova q0 , colocada em certo ponto ~r0 , pode ser calculada usando-se o princípio de super-
posição.
Se a posição das cargas da distribuição não for mantida fixa (pela ação de outras forças) o
problema torna-se matematicamente complicado (e insolúvel exatamente) porque será ne-
cessário resolver um sistema de equações de movimento acopladas3 para todas as cargas
presentes incluindo a carga de prova: a posição, a velocidade e a aceleração de cada carga
variará em cada instante.
Na Eletrostática considera-se que as cargas que produzem os campos estão, na média, em
estado estacionário em uma região muito pequena (considerada pontual) em relação à escala
de observação dos fenômenos de interesse.

Lei de Coulomb
Força sobre a carga q0 situada em ~r provocada pela carga q1 situada em ~r1 , como mostra a
figura ao lado, é dada por
q1
  bc
q0 q1 ~r − ~r1 ~r − ~r1 q0
F~ 0,1 = κ bc F~0,1
|~r − ~r1 |2 |~r − ~r1 |

~r1
ou ~r

q0 q1  ~r 
F~0,1 = κ 2 , ~r1 = 0
|~r| |~r|
b

onde

• κ: constante de proporcionalidade que depende do sistema de unidades.


No sistema S.I (ou MKS)

1
κ= , ǫ0 = 8.584 × 10−12 F m−1
4πǫ0
3
Classicamente, ou seja sem levar em conta efeitos relativísticos, e para um sistema de N cargas pontuais,
por exemplo, teríamos um conjunto de equações diferenciais ordinárias de segunda ordem acopladas,

d2~ri X
mi 2
= F~i,j , i, j = 1, 2, . . . N
dt j

~i,j é a força de Coulomb exercida pela carga j sobre a carga i.


onde F

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A força de Coulomb é decorrente de observações experimentais:

• Inversamente proporcional ao quadrado da distância.


• Diretamente proporcional ao produto das cargas.
• A força é atrativa entre cargas opostas e repulsiva entre cargas de mesmo sinal.
• Princípio da Superposição: a força produzida por uma conjunto de cargas é a resultante
da soma vetorial das forças produzidas por cada carga isoladamente.
• Validade: para cargas no vácuo ou em meios com susceptibilidade dielétrica desprezí-
vel.

Campo Elétrico
Campo vetorial cujo módulo é igual ao módulo da fôrça eletrostática sobre uma carga de prova
q0 > 0 dividido pelo valor da carga q0 , e cuja direção é igual à direção da força eletrostática.
~ r ) no ponto ~r, produzido por uma carga q1 situada em ~r1 será dado
Logo, o campo elétrico E(~
por:
q1
bc

~ r ) = 1 F~0,1 = q1 ~r − ~r1
E(~
~r − ~r1
~ r)
q0 4πǫ0 |~r − ~r1 |3 b E(~

~r1
onde ~r

• Inversamente proporcional ao quadrado da


distância.
• Diretamente proporcional ao valor da carga
b

O
fonte.

Observações:

• Experimentalmente o campo é medido no limite de cargas de prova q0 cada vez menores


(q0 → 0).

• Graficamente o campo elétrico é representado por linhas de força que são localmente
perpendiculares às linhas equipotenciais, como será visto mais adiante.
As linhas de força são construídas de tal maneira que a tangente em cada ponto dá a
direção do campo. Por isso, não se cruzam e partem de uma carga positiva e terminam
em uma carga negativa. A densidade de linhas é proporcional à intensidade do campo.

Princípio da Superposição para o Campo Elétrico:

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q2
bc

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q1
bc
...
(a) Para um conjunto de n cargas discretas (pontu- ~ r)
~r2 b E(~
ais) {qi }, i = 1...n qn
bc

~r1
n n ~rn
X 1 X ~r − ~ri ~r
~ r) =
E(~ ~ i (~r) =
E qi (1)
i=1
4πǫ0 i=1 |~r − ~ri |3

O
Exemplo 1: Campo de uma carga pontual q .
Considerar a carga q1 situada na origem do sistema de coordenadas (posição mais conveni-
ente), isto é, ~r1 = 0 e considerar um sistema de coordenadas esféricas polares.
O campo elétrico será dado por:

~ r) = 1 ~r ~ r ) = q1 1 ǫ̂r
E(~ q1 3 ou E(~
4πǫ0 |~r| 4πǫ0 r 2

cuja direção é radial ǫ̂r mantendo a simetria esférica independente de θ, φ.


Passando para coordenadas cartesianas onde a posição do ponto onde se calcula o campo
é dada por ~r = xǫ̂x + yǫ̂y + zǫ̂z teremos:
!
~ r ) = q1
E(~
1 xǫ̂x + yǫ̂y + zǫ̂z
p =
q1 xǫ̂x + yǫ̂y + zǫ̂z
4πǫ0 x + y 2 + z 2
2
x2 + y 2 + z 2 4πǫ0 (x2 + y 2 + z 2 )3/2

Pode-se verificar diretamente em coordenadas esféricas que:

∇ ~ r ) = q1 1 ∂ (r 2 1 ) = 0,
~ · E(~ r 6= 0
4πǫ0 r 2 ∂r r2
porque o campo diverge em r = 0.
Observe que esse é o único ponto onde existe carga (fonte de campo) e que esta carga é
considerada pontual causando a divergência! De maneira direta pode-se constatar também
~ × E(~
que ∇ ~ r ) = 0.
As linhas de força (direção do campo) são radiais não apresentando qualquer curvatura!

Exemplo 2: Campo Elétrico de um Dipolo

Obter o campo eletrostático em um ponto ~r produzido por


duas cargas q1 = q e q2 = −q separadas por uma dis-
tância d, considerando |~r| ≫ d. Obter o campo em coor-
denadas esféricas e depois em coordenadas cartesianas

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usando a transformação de coordenadas. Calcular o di-


vergente e o rotacional do campo obtido.
Dica: usar coordenadas esféricas polares com a origem
no ponto médio entre as cargas e o eixo z na direção da
reta que passa pelas cargas, como mostra a figura ao lado.

Campo devido à carga q :

q 1 ~
(~r − d)
~1 =
E
~ 2 |~r − d|
4πǫ0 |~r − d| ~

Campo devido à carga −q :

~
~ 2 = −q
E
1 (~r + d)
~ 2 |~r + d|
4πǫ0 |~r + d| ~

~ =E
Campo resultante: E ~1 + E
~ 2:

Considerando que ǫ̂r · ǫ̂z = cos θ e ǫ̂θ · ǫ̂z = −senθ, resulta (ver figura ampliada):
E1r E2r
"z }| { z }| {#
~ · ǫ̂r = q (r − d cos θ) (r + d cos θ)
Er = E −
4πǫ0 (d2 − 2dr cos θ + r 2 )3/2 (d2 + 2dr cos θ + r 2 )3/2
" #
~ · ǫ̂θ = q dsenθ dsenθ
Eθ = E + ,
4πǫ0 (d2 − 2dr cos θ + r 2 )3/2 (d2 + 2dr cos θ + r 2 )3/2
| {z } | {z }
E1θ E2θ

~ · ǫ̂φ = 0,
Eφ = E

Pode-se verificar imediatamente pelo princípio de superposição que:

~ ·E
∇ ~ =0 e ~ ×E
∇ ~ =0

As linhas de força do campo do dipolo estão esquematizadas na figura a seguir:


Para longas distâncias em relação ao dipolo, i.e. r >> d, as componentes do campo podem
ser aproximadas por
" #
q (r − d cos θ) (r + d cos θ)
Er ≃ − =
4πǫ0 (r 2 − 2dr cos θ)3/2 (r 2 + 2dr cos θ)3/2
" #
q (1 − (d/r) cos θ) (1 + (d/r) cos θ) 4qd cos θ
= − ∼ ,
4πǫ0 r (1 − 3(d/r) cos θ) (1 + 3(d/r) cos θ)
2 4πǫ0 r 3

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Figura 1: Campo Resultante

e, de modo análogo,
" #
q (d/r)senθ (d/r) senθ 2qdsenθ
Eθ = + ∼
4πǫ0 r 2 (1 − 3(d/r) cos θ) (1 + 3(d/r) cos θ) 4πǫ0 r 3

Definindo o vetor momento de dipolo p ~ = q ~δ, onde ~δ é o vetor de posição da carga positiva
em relação à carga negativa (ver figura abaixo) teremos:

2p cos θ p senθ
Er ∼ e Eθ ∼ , com p = 2qd
4πǫ0 r 3 4πǫ0 r 3

Observe que no limite rigoroso em que d = 0 e r é finito, temos p = 0 e o campo do dipolo se


anula, como esperado, uma vez que a carga total do dipolo é zero.

Em seguida mostramos, em um gráfico 3D, o módulo do campo do dipolo em função da


posição (x, y), i.e.
 2
4πǫ0 E(x, y)  x x
= q −q 
q 3 3
[x + (y − 1) ]
2 2 [x + (y + 1) ]
2 2

 2 1/2
y−1 y+1
+ q −q 
[x2 + (y − 1)2 ]3 [x2 + (y + 1)2 ]3

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Figura 2: Linhas de força do campo de um dipolo elétrico.

onde usamos d = 1. Observe o rápido decréscimo do valor do campo com a distância ao


centro do dipolo, que decai com 1/r 3 como acima encontrado. O campo de uma carga iso-
lada decai com 1/r 2 .

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Figura 3: Módulo do campo elétrico de um dipolo em função da posição no plano (x, y). As cargas estão
localizadas em (0, 1) e (0, −1).

(b) Para uma distribuição de cargas contínua descrita por uma função densidade de cargas
ρ(~r′ ), o campo elétrico no ponto ~r será dado pela soma vetorial dos campos elementares
produzidos por elementos de carga dq ′ = ρ(~r′ )dr ′3

dq = ρdr ′3
rs
~r − ~r′
~ r)
dE(~
V b

~r′ ~r

isto é:
Z
~ r) = 1 ~r − ~r′
E(~ ρ(~r′ ) dr ′3 (2)
4πǫ0 V |~r − ~r′ |3

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onde a integral é realizada sobre o volume onde ρ(~r′ ) 6= 0.

Exemplo 3: ǫ̂z
Campo Eletrostático produzido por uma "linha"
de cargas finita de tamanho 2L, com densidade ~ r)
dE(~
P
de cargas linear uniforme λ (carga por unidade
de comprimento), em um ponto distante de d e
localizado na perpendicular ao ponto médio.
d
Considerar o eixo ǫ̂x ao longo da direção da linha
de cargas e o eixo ǫ̂z perpendicular no ponto mé-
dio da linha de cargas, como mostra a figura ao λ x′
lado. ! !

−L O dq = λdx L ǫ̂x
A contribuição para o campo no ponto ~r = d ǫ̂z
produzida pelo elemento de carga dq = λ dx′ , localizado na posição ~r′ = x′ ǫ̂x é

~ = 1 λ dx′ (−x′ ǫ̂x + d ǫ̂z )


dE √ = dEx ǫ̂x + dEz ǫ̂z
4πǫ0 (x′2 + d2 ) x′2 + d2
Cada componente pode ser calculada separadamente integrando-se a variável x′ entre −L e
+L, isto é:
Z L Z L L
λ −x′ dx′ λ 1
Ex = dEx = = √ =0
−L 4πǫ0 −L (x + d )
′2 2 3/2 4πǫ0 x + d2
′2
−L

Z Z L
L L
λ d dx′ λ x 1 2λ L
Ez = dEz = = p = √
−L 4πǫ0 −L (x′2 + d2 )3/2 4πǫ0 d (x′2 + d2 ) 4πǫ0 d d2 + L2
−L
Obs:

• O campo aponta na direção ǫ̂z , por simetria. A contribuição na direção ǫ̂x dos elementos
de carga λdx′ localizados em ±x′ se cancelam mutuamente.
• No limite L ≫ d o campo resulta

~ ≃ 1 2λ
E ǫ̂z
4πǫ0 d

que é independente de L.
• No limite d ≫ L, por outro lado, resulta

~ ≃ 1 2λL
E ǫ̂z
4πǫ0 d2

que pode ser visto como o campo de uma carga pontual q = λ(2L) a uma distância d.

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Exercício 4:
Obtenha o campo eletrostático em um ponto ~r = d ǫ̂z gerado por uma espira quadrada de
lado L com densidade linear de cargas λ uniforme e cujo centro está no ponto O .
Use eixos de coordenadas cartesianos com os eixos {ǫ̂x , ǫ̂y } paralelos aos lados da placa.
Obtenha os casos limites L ≫ d e d ≫ L.
Dica: Use o resultado do exemplo anterior e as propriedades de simetria da espira quadrada.

Lei de Gauss
Fluxo do Campo Elétrico FE produzido por uma carga q (pontual).

O fluxo dFE em um elemento infinitesimal de área orientado d~s = n̂da é definido por:

~ · d~s = E
~ · n̂da = 1 q q
dFE = E cos θda = dΩ, (3)
4πǫ0 r 2 4πǫ0
onde
• da é o elemento infinitesimal de área sobre S ,
• n̂ é o versor normal à superfície apontando para fora,
• dΩ = cos θda/r 2 é o elemento infinitesimal de ângulo só-
lido,
• θ o ângulo entre E~ e n̂.

Fluxo Total através de uma superfície Gaussiana arbitrária S .

I I (
~ · n̂da = q q/ǫ0 , se q estiver no interior de S ;
ΦE = E dΩ = Lei de Gauss
S S 4πǫ0 0, se q estiver fora de S .

(4)
H
onde usamos que dΩ = 4π .

Fluxo Total do Campo Elétrico FE através de uma superfície Gaussiana arbitrária S que con-
tém uma distribuição de carga limitada em uma região V .
Considerando o princípio da superposição para o campo elétrico produzido pela densidade
de carga ρ(~r′ ),
I Z
FE = ~ · n̂da = 1
E ρ(~r′ )dv ′ Lei de Gauss (5)
S ǫ0 V

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~
E

θ

da

b
dΩ
q
S

Figura 4: Superfície Gaussiana arbitrária contendo um carga pontual q no interior.

Se a densidade de carga é nula no interior de V , i.e. ρ(~r′ ) = 0, o fluxo total será nulo,
(FE = 0).

Forma Diferencial da Lei de Gauss

Considerar o Teorema Divergente4

I Z
~ · n̂ds =
A ~ ·A
∇ ~ dv (6)
S V

~ = A(~
onde A ~ r) é um campo vetorial e (∇·
~ ) é o operador divergente.

Aplicando o teorema divergente (6) ao lado esquerdo da equação (5) teremos:

I Z Z
~ · n̂ds =
E ∇ ~ = 1
~ · Edv ρ(~r′ )dv ′ → ∇ ~ r ) = 1 ρ(~r)
~ · E(~ (7)
ǫ ǫ0
S
|V {z 0 V
}
Comparando os integrandos

ou 1a Equação de Maxwell (no vácuo).


1

Uma distribuição discreta de cargas pode ser escrita como uma distribuição contínua de car-
gas usando-se a função δ de Dirac.
X
ρ(~r′ ) = qi δ(~r′ − ~ri ) (8)
i

4
Ver, por exemplo, §1.5 do livro de Reitz-Milford, Foundations of the Electromagnetic Theory, 2nd edition, pg.
13.

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onde

δ(~r − ~ri ) = δ(x′1 − xi1 )δ(x′2 − xi2 )δ(x′3 − xi3 ), (9)

onde (x1 , x2 , x3 ) são coordenadas cartesianas5 .


A “função" δ(x − x0 ) é a distribuição-δ de Dirac que é definida pela integral:

Z ∞ Z ∞
f (x)δ(x − x0 )dx = f (x0 ) → δ(x − x0 )dx = 1
−∞ −∞

se f (x) é contínua em x0 .

5
Sobre a Função δ -Dirac, ver Apêndice II do livro de Cohen-Tannoudji, Quantum Mechanics vol.II, pg. 1468
ou o §5.2 do livro de Byron-Füller, Mathematical of Classical and Quantum Physics, vol.I, pg. 224.

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