Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
janeiro de 2023
1
Índice
Introdução ................................................................................................................................................... 3
Fundação ................................................................................................................................................ 4
5. Construção ............................................................................................................................................ 11
Conclusão ................................................................................................................................................. 14
Bibliografia ................................................................................................................................................ 15
Webgrafia .................................................................................................................................................. 16
Anexo/Apêndice ........................................................................................................................................ 17
2
Introdução
3
1. Contexto histórico
Fundação
Assim, Vila Nova de Famalicão nasceu a um de julho de 1205, não como cidade, mas sim
como um reguengo de D. Sancho I. Este elabora uma carta de foral para cerca de quarenta
povoadores desse território, chamado de Vila Nova. Deste modo, os povoadores tinham a
autorização do rei, D. Sancho I, para cuidarem do reguengo e todo o lucro que retirassem dele,
poderiam, então, considerá-lo como seu. Na carta de Foral, o monarca acrescenta, ainda, que se
devia fazer uma feira de quinze em quinze dias, quinzenal, o que se seguiu até aos dias de hoje,
porém esta feira é feita, agora, toda as quartas-feiras, passando de quinzenal a semanal.
Posto isto, a evolução deste território não teve uma velocidade tão grande, em 1706
contava com apenas uma centena de habitantes naturais, mas é com a criação da nova divisão
judicial do Reino de Portugal, a 21 de março de 1835 por alvará régio da Rainha D. Maria II, que
se formou o concelho de Vila Nova de Famalicão, recebendo autonomização política. Assim, com
a constante evolução da qualidade dos equipamentos e o sucessivo aumento da qualidade das
infraestruturas na segunda metade do século XX, mais precisamente a 14 de agosto de 1985, Vila
Nova de Famalicão é, finalmente, reconhecida como cidade, com a aprovação da Assembleia da
República.
Para além disso, Vila Nova de Famalicão é uma das cidades que mais promove a
economia portuguesa além-fronteiras, devido às suas indústrias. Sendo assim, neste distrito
destaca-se a indústria de pneus, calçados e bens alimentares, tornando-se, assim, um
imprescindível centro cultural, comercial e industrial. É, então, importante realçar que além de se
destacar a nível económico, esta cidade, que muitos pensam ser só um ponto de passagem entre
o norte e o centro de Portugal, foi a casa de grandes figuras marcantes como Camilo Castelo
Branco, Bernardino Machado, Arthur Cupertino Miranda bem como Alberto Sampaio.
4
A cidade que pertence ao distrito de Braga consta atualmente com cerca de 133574
habitantes, deslocados pelas 34 freguesias que fazem parte do concelho, das quais se destaca a
freguesia de Vila Nova de Famalicão e Calendário com 20935 habitantes.
Ademais, a freguesia é atravessada pelo rio Este, cuja força motriz era utilizada para
mover os rodízios das azenhas, e o rio Guisande, cujas quedas de água constituem uma das
atracões turísticas desta freguesia.
A arquitetura românica pode ser definida como um estilo medieval que surgiu com o
propósito de permitir a resistência a ataques de povos inimigos e das invasões bárbaras,
consequentemente, estas construções priorizavam a robustez e a força.
5
Assim, é fortemente inspirada na arquitetura da Roma Antiga, derivando daí o termo
«românico». Desta forma, ainda não foi possível chegar a um consenso sobre a data precisa do
surgimento deste estilo. Para alguns estudiosos, os seus primeiros indícios datam do século VI.
Contudo, para a grande parte dos especialistas, este estilo desenvolveu-se, de facto, no século X,
na Europa, mais precisamente, na região da Normandia, que se prolonga até à segunda metade
do século XII.
Posto isto, várias regiões da Europa foram influenciadas por este estilo arquitetónico e
começaram a adotá-lo nas suas construções e monumentos. Apesar de existirem vários pontos
em comum nas construções deste estilo, cada região desenvolveu o seu próprio estilo românico,
com características distintas.
Muitos castelos medievais que hoje conhecemos, por exemplo o Castelo de Almourol no
concelho de Vila Nova da Barquinha (Fig. 1), apresentam características da arquitetura românica.
Todavia, os monumentos com propósito espiritual, como as igrejas e os mosteiros, são as
construções que mais se evidencia do românico.
6
Por fim, é muito importante fazer uma honrosa referência à Rota do Românico. Isto é, esta
rota tem caracter turístico-cultural e surge a partir da excessiva necessidade de aproveitar o
potencial de qualificação cultural e turística e desenvolver de forma sustentável várias regiões.
Assim, através desta iniciativa, os monumentos que a ela pertencem foram alvo de obras de
restauro e conservação, porém, nem todos sofreram destas requalificações. Hoje em dia, conta-
se com 58 monumentos de concelhos como Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes,
Penafiel, Castelo de Paiva, Cinfães, Resende, Baião, Marco de Canaveses, Amarante e,
finalmente, Celorico de Basto.
De modo geral, a planta longitudinal do edifício é composta por uma nave e capela-mor
retangulares. A fachada principal está orientada para oeste/poente para assim os fiéis efetuarem
as suas orações viradas para este/nascente, uma vez que esta orientação tem um sentido
simbólico dado que o sol, que nasce a este, representa Cristo.
Assim, o edifício possui aberturas limitadas que permitam a passagem de luz tendo
apenas 4 vãos de iluminação (Fig.2), cada uma das 3 entradas é composta pelos característicos
arcos de volta perfeita, que se tornaram muito comuns na arquitetura romana. A fachada oeste
possui um portal de tímpano vazado em cruz, neste caso em forma de arco, mas também podem
ser triangulares, eram usados nas entradas de igrejas, catedrais ou templos, podendo ser lisos,
ter ornamentos ou esculturas. Encontramos também três arquivoltas de arco redondo.
7
oeste, estão presentes decorações de “corações invertidos” ou “pares de cerejas”. As fachadas
laterais, norte e sul, são percorridas por cachorros ou mísulas (Fig.4). Os portais dessas mesmas
fachadas têm tímpanos vazados em cruz, sendo que o lado Sul possui modilhões lisos, temas
geométricos, antropomórficos e zoomórficos (Fig. 6), já o lado norte (Fig.5) possui um par de
cabeças de animais.
8
Figura 4 Cachorros laterais
9
Ainda sobre o exterior, o Mosteiro possui um telhado de duas águas e duas cruzes no topo
com parecenças às cruzes celtas. Posto isto, no interior do Mosteiro encontram-se arcos cegos
adossados às paredes laterais com colunas e capiteis com lanceolados, acantos e volutas (Fig.7).
Além disso, possui um arco toral e triunfal que sofreu de bastantes modificações em relação ao
original. De cada lado percorre as paredes uma falsa arcaria de volta perfeita, assente em capitéis
decorados com motivos antropomórficos, zoomórficos, volutas e folhagens. Deste modo,
observamos, também, pinturas a fresco quinhentistas com episódios da vida de Nossa Senhora
que se encontram num mau estado de conservação. Na fresta da capela-mor, os temas dos
capitéis das finas colunas que a definem são vegetais. A capela-mor é de dois tramos e é coberta
por uma abóbada cilíndrica.
11
apresentava uma estrutura de maior dimensão. É através das escavações arqueológicas em 2016
que se comprova este facto. Foram encontrados alicerces das paredes norte e sul da nave,
demonstrando a continuidade do templo. Aqui se cruzam várias influências românicas. As figuras
apoiadas em folhas salientes no portal, no adro veem-se vestígios de uma cornija sobre arquinhos,
motivo comum no românico da bacia do Sousa, que a esta chegou via Coimbra. O monumento
apresenta, também, uma cabeça de animal com um bico proeminente na fresta lateral sul, bem
como cachorros com motivos geométrico e apenas um apresenta uma figura masculina
representada nua e com a mão direita sobre os órgãos genitais. Por fim, no adro encontramos
duas tampas sepulcrais, uma com a representação de uma espada e outra com uma cruz inscrita.
6. Construção
Assim, no século XI, durante o período da Reconquista, os conflitos entre o povo que
habitava estas terras e os mouros levaram a que os últimos danificassem o mosteiro, chegando
mesmo a destruir algumas partes do edifício. Porém, em 1124, século XII, o mosteiro é
reconstruído sob a ordem de D. Garcia, Rei da Galícia. Esta data provém de uma epígrafe que é
possível observar no interior do edifício. Contudo, não é a única epigrafe presente. Existe ainda
uma, desta vez na parte exterior do mosteiro, na zona interior do tímpano do portal lateral da nave,
onde se pode ler «MCLXXXXIIII». Esta inscrição, que corresponde ao número 1156, supõem-se
que será o ano de sagração da igreja.
12
Posto isto, seguindo para o século XVII, o mosteiro é oferecido aos frades Jerónimos de
Belém com o intuito de estes cuidarem do mesmo. Os referidos frades, de seguida, entregam o
dito monumento ao Dr. Miguel Pinheiro Figueira, um clérigo, deão e cónego da Sé de Braga.
Mais recentemente, no entanto, há 82 anos atrás, foi alvo de intervenções com o intuito de
preservação do edifício, realizadas pela D.G.E.M.N, Direção Geral dos Edifícios e Monumentos
Nacionais. Esta requalificação, porém, foi realizada tendo em conta a filosofia vigente no período
de construção do mosteiro, ou seja, todas as modificações efetuadas tiveram em consideração o
estilo românico próprio da época em que foi construído.
Planta longitudinal composta por nave e capela-mor retangulares. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhado de duas águas. Orientada a poente, a fachada pr incipal possui um portal de tímpano vazado em cruz com três arquivoltas de arco redondo, das quais a do meio assenta em colunas, e capitéis decorados com quadrúpedes de dois corpos e uma só cabeça. O arco intermédio é decorado com motivos geométricos, lanceolados e entrelaçados. O arco
interno é profusamente decorado, com lavores biletados na esquina das aduelas, onde se destacam quadrúpedes, aves, um cavalo, uma cabeça humana, uma ave com um peixe no bico. As fachadas laterais são percorridas por cachorros. Os portais com tímpanos vazados em cruz, possuem no lado N. um par de cabeças de animais e no lado S., modilhões lisos, outros com temas geométricos, zoomórficos e antropomórficos. Na fresta da capela-mor, os temas dos capitéis
das finas colunas que a definem são vegetais. A capela-mor é de dois tramos e é coberta por uma abóbada cilíndrica. A decorar o espaço interior salientem-se os arcos cegos adossados às paredes laterais, cujos capitéis são lavrados de lanceolados, acantos e volutas. O arco toral é original e o triunfal foi muito modificado durante as obras de reconstrução. De cada lado percorre as paredes uma falsa arcaria de volta perfeita, assente em capitéis decorados com moti vos
antropomórficos, zoomórficos, volutas e folhagens. A flanquear o arco triunfal pinturas a fresco quinhentistas com episódios da vida de N. Senhora.
642 - Fazia parte de mosteiro beneditino, fundado por São Frutuoso; 1067 - é destruído pelos mouros; Séc. 12 - é reconstruído por D. Garcia, rei da Galiza; 1156 - data inscrita no tímpano do portal S.; 1495 - D. Jorge da Costa, arcebispo de Braga, incorporou-o no mosteiro beneditino de Pombeiro; Séc. 17 - dele tomaram conta os frades Jerónimos de Belém que o entregaram ao Dr. Miguel Pinheiro Figueira com direito de apresentação de abade; é referido por Frei Leão de S.
Tomás, monge Beneditino Prof. da Universidade de Coimbra; alteração da cimalha da fachada; 1930, 14 Ago. - auto de entrega feito pela Direcção-Geral da Fazenda Pública à Comissão Fabriqueira; 1933 - pedido de obras de reparação urgente feito à DGEMN; 1941 - apeamento de três altares de talha (um deles destinado à Capela do novo Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Alijó); 1943 - pedido de substituição do altar da capela-mor pelo Pároco Baltazar da Silva
Castro da Igreja de Paço de Sousa; 1944 - cedência de um altar de Arnoso para a Igreja de Paço de Sousa; cedência de telha das obras de restauro para a Igreja de Santa Eulália; cedência de capitel românico para a coleção do Museu Soares dos Reis; 1945 - suspensão das obras de restauro iniciadas em 1941; 1945 - assentamento de azulejos decorativos; foi prescindida a transferência do pequeno altar de Arnoso para o Hospital de Alijó; 1947 - pedido do Ministério das
Finanças para conclusão das obras suspensas; 1949 - pedido para conclusão das obras suspensas (C. M. de Vila Nova de Famalicão); 1990 - limpeza e plantação de árvores no adro (C. M. de Vila Nova de Famalicão); 1994 - pedido ao IPPAR de realização das obras previstas em 1983 e alerta para o mau estado de conservação dos granitos e dos frescos quinhentistas.
13
Conclusão
Além disso, podemos afirmar que é uma igreja multicultural, ou seja, como
já foi dito, foi uma igreja que por lá passaram enumera s comunidades, desde os
visigodos aos mouros, que a destruíram quando lá passaram. Naturalmente, não nos
podemos esquecer das suas marcas arquitetónicas e o que elas representam para
o local. O seu estilo românico característico deteriorado, demonstra-nos um
esquecimento do edifício por parte da comunidade, assim como da câmara, que tem
maior parte da responsabilidade bem como a paroquia. Deste modo, no interior
vemos um fresco quinhentista, porém, pouco resta desta obre, comprovando o facto
anterior.
14
Bibliografia
DGEMN, Igreja de Santa Eulália do Mosteiro de Arnoso, Boletim nº 94, Lisboa, 1958;
ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1988;
PÉREZ GONZÁLEZ, José - Arte Românica em Portugal. Aguilar de Campoo: Fundación Santa
María la Real, 2010;
15
Webgrafia
SIPA, Igreja de Santa Eulália do Mosteiro de Arnoso/ Igreja de São Salvador,
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=309, 21-12-2022;
London, sô!, castelo de Almourol: uma joia escondida no meio do rio tejo ,
https://londonso.com/castelo-de-almourol-em-portugal/, 22-12-2022;
Comunidades com história: união de freguesias de Arnoso (Santa Maria e Santa Eulália) e
Sezures, https://www.uf-arnososantaeulaliasezures.pt/, 22-12-2022;
SapoBlogs, ARNOSO SANTA EULÁLIA - VILA NOVA DE FAMALICÃO - PORTUGAL,
https://manuelbacelo.blogs.sapo.pt/3533.html , 23-12-2022;
Rota do Românico; https://www.rotadoromanico.com/pt/, 26-12-2022
16
Anexo/Apêndice
17