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São Cristóvão (Rio

de Janeiro)
bairro do município do Rio de Janeiro no
Brasil

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Saiba mais

O Bairro Imperial de São Cristóvão é um t radicional bairro da Zona Cent ral do município do
Rio de Janeiro, no Brasil.[7][8] Localizado na região do Cent ro e Cent ro Hist órico, seu
povoament o lusit ano começou com a fundação da Igreja de São Crist óvão em 1627, ent ão à
beira-mar. Na época, os pescadores amarravam as suas embarcações junt o às port as da igreja
para comparecer às missas, e logo t ornou-se uma vila de pescadores e comerciant es. Em
1803 ergueu-se um casarão sobre uma colina, da qual se t inha uma boa vist a da baía de
Guanabara, que ficou conhecido como "Paço de São Crist óvão", o qual foi escolhido por D.
João VI para ser o Palácio Real da Casa de Bragança, set e anos mais t arde; o que foi mant ido
mesmo após da Independência do Brasil; t ornando-se o Palácio Imperial; sendo vizinhado por
out ros solares onde residiam as famílias da nobreza; o que lhe deu a alcunha de Bairro
Imperial. Com o golpe de est ado que inst alou a república, a elit e se redirecionou para os
jovens bairros de Bot afogo e Copacabana, e o Palácio t ornou-se a at ual sede da Assembleia
Nacional Const it uint e de 1891 e post eriorment e do Museu Nacional, t endo sido dest ruído por
incêndio em 2018.
São Cristóvão

Bairro do Rio de Janeiro

Quinta da Boa Vista.

Área 410,56 ha (em 2003)[1]

Imigração predominante portuguesa[2]

IDH 0,833[3](em 2000)

Habitantes 26.510 (em 2010)[4]

Domicílios 9.991 (em 2010)

Limites Santo Cristo, Praça da Bandeira,


Maracanã, Mangueira, Benfica,
Caju e Vasco da Gama [5]

Distrito São Cristóvão

Subprefeitura Centro e Centro Histórico [6]

Região Administrativa São Cristóvão

Wikimedia | © O penStreetMap

ver

Faz limit e com os bairros hist óricos de Caju e Sant o Crist o, com os moviment ados e recent es
bairros de Benfica, Praça da Bandeira, Maracanã, com a Mangueira e com o bairro do Vasco da
Gama.
História

No local do at ual bairro, havia uma aldeia indígena dos t amoios, da t ribo dos araroues, aliados
dos franceses quando do est abeleciment o da França Ant árt ica. Dizimados na campanha de
1567, em seu lugar est abeleceram-se os t emiminós de Arariboia, que, na região, t eriam
est abelecido uma nova aldeia com o nome crist ão do seu líder: Mart inho.

A colonização efet iva da área se daria ao longo do século XVII, com a fundação da Igreja de
São Crist óvão em 1627, ent ão à beira-mar. Afirma-se que, à época, os pescadores amarravam
as suas embarcações junt o às port as da igreja para comparecer às missas. Out ro eixo
int egrador era o Caminho de São Crist óvão, primit iva via que ligava a cidade do Rio de Janeiro
aos engenhos de açúcar e roças do int erior.

A prosperidade do comércio surgido no ent roncament o do ancoradouro com a ant iga via fez
surgir uma vila denominada de São Crist óvão, nome do padroeiro da igreja.

O Palácio de São Cristóvão


Educandário Gonçalves de Araújo, fundado em São Cristóvão em 1900.

Estação São Cristóvão de metrô e trem

Igreja de São Cristóvão, na Praça Padre Séve


Equipe profissional do São Cristóvão de Futebol e Regatas em 2011

Vista do parque da Quinta da Boa Vista.

Fachada do antigo prédio do Observatório Nacional, agora Museu de Astronomia e Ciências Afins, em São Cristóvão.
Século XVIII

Em 1759, o Marquês de Pombal ordenou a expulsão dos jesuít as, e o governador da Capit ania
do Rio de Janeiro confiscou as t erras de São Crist óvão aos jesuít as. As fazendas da região
foram divididas em quint as e sít ios menores, ent re os quais a Quint a da Boa Vist a. A sede da
Fazenda São Crist óvão foi t ransformada em hospit al, o Hospit al dos Lázaros, em 1765,
exist indo at é os dias de hoje.

Século XIX

O bairro começou a adquirir posição de dest aque no cenário carioca a part ir de 1810, quando o
príncipe-regent e dom João adot ou o Paço da Quint a da Boa Vist a como sua residência oficial.
Ent ret ant o, o mar incomodava e manguezais e pânt anos se est endiam pela região,
incomodando os moradores com inset os e mau cheiro. Assim, em t orno da quint a, cresceram
casarões, paviment aram-se ruas, inst alou-se iluminação pública.

A nobreza mudou-se para o bairro (a Marquesa de Sant os possuía uma casa no bairro, a qual
abriga, at ualment e, o Museu do Primeiro Reinado). Ao longo do século XIX, o mar foi at errado
em vários met ros (o acesso à Igreja de São Crist óvão passou a ser a pé) e os pânt anos
erradicados.

A família real port uguesa residiu no Paço de São Crist óvão at é o regresso de dom João VI a
Port ugal. Seu filho Pedro I do Brasil part iu de viagem do Largo da Cancela, em frent e à quint a,
na viagem na qual declararia a Independência do Brasil, em 1822. Seu herdeiro, o fut uro
imperador Pedro II, nasceu e cresceu no bairro e, de lá, governou o Brasil por quase meio
século.

Ao longo do reinado de dom Pedro II, a part ir de São Crist óvão, iniciou-se a inst alação de
indúst rias e a modernização da cidade com a inst alação de uma cent ral de t elefones (a
primeira linha da América do Sul servia o Paço de São Crist óvão) e uma rede de post es à luz
elét rica nas ruas. O imperador ainda inaugurou o Observat ório Nacional do Rio de Janeiro,
cent ro de est udos avançados em ast ronomia e, ainda hoje, um dos principais cent ros dessa
ciência no Brasil. A indust rialização mudou o perfil do bairro, já não mais um lugar t ranquilo
próprio para o passeio de famílias e, a part ir do final do século XIX, iniciou-se a det erioração
das const ruções mais ant igas. A queda do império ocasionou a t ransformação do paço em
museu, com a inst alação do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro no
local.
Século XX

Ao longo do século XX, a at ividade fabril nort eou o perfil de São Crist óvão. Logo nas primeiras
décadas, houve a expansão do Port o do Rio de Janeiro, levando às sucessivos at erros na
região, inclusive em sua praia, hoje já inexist ent e. Em 1940, foi inaugurada a Avenida Brasil,
principal via de escoament o da produção do bairro. Junt o com as indúst rias, vieram imigrant es
de t odas as part es do Brasil à procura de emprego. Houve um processo de ocupação
desordenada e favelização das áreas em t orno das fábricas. Ao passo em que havia a
ocupação de imigrant es, a classe média se moveu para os bairros da Zona Sul da cidade. Os
ant igos sobrados e casarões foram t ransformados em pequenas lojas comerciais e pensões.
Ainda nessa época, o bairro é sede no Rio de Janeiro e berço fundador do Sist ema Brasileiro
de Televisão, São Crist óvão era t ido como o maior bairro indust rial da América do Sul, fat o que
nos anos 1966 e 1967, veio a ser const ruído o Pavilhão de São Crist óvão. Um grande cent ro
dest inado as exposições de produt os indust rializados, nesse meio, o Pavilhão foi t ambém
palco de grandes event os ligados as indúst rias, muit as exposições acompanhadas com
celebrações com art ist as famosos acont eceram nesse lugar, at é seu fechament o em
meados da década de 1980.

Século XXI

A facilidade logíst ica e a localização privilegiada do bairro, junt o ao Cent ro da cidade de Rio de
Janeiro e principais vias de acesso, t ant o para dent ro do próprio município carioca, quant o
int ermunicipais e est aduais, fez com que um grupo formado para a execução de um projet o de
revit alização do bairro, já t ivesse alcançado êxit o pela aprovação de um novo Plano de
Est rut uração Urbana para São Crist óvão, vot ado e aprovado em 2004. Assim, quase que
imediat ament e após, vários novos empreendiment os já despont am em São Crist óvão, que
pelo novo plano, deverá se t ransformar num novo bairro, com um gabarit o mais elevado e de
caract eríst ica t ambém familiar, aproveit ando a est rut ura disponível de met rô, t oda sort e de
t ransport e urbano e, especialment e, a proximidade do Cent ro.

Nos próximos anos, est arão no bairro: o Cent ro Cult ural do Funk Carioca,[9] a Cidade do Samba
II, pelo qual abrigam as escolas de samba filiadas a LIERJ e mirins.[10] Há t ambém planos pra
const ruir um Museu da Dit adura Milit ar no ant igo Gasômet ro de São Crist óvão, e um t eat ro.

Cultura e Religião

Além de prédios hist óricos espalhados pelo bairro, São Crist óvão possui diversas at ividades
cult urais, especialment e em seus diversos museus hist óricos, como o Museu do Primeiro
Reinado, o Museu Milit ar Conde de Linhares, e o Museu de Ast ronomia e Ciências Afins. A
Quint a da Boa Vist a abriga o Museu de Arqueologia Nacional e Bibliot eca da UFRJ, e o Jardim
Zoológico do Rio de Janeiro.[5]

A Igreja de São Crist óvão divide com as Igrejas de Sant a Edwiges, São Januário e Sant o
Agost inho, São Roque, e Sant o André o post o de principal cent ro de cult o cat ólico do bairro.
Na Rua Got emburgo, próximo à est ação de met rô do bairro, localiza-se o Grupo Mk de
Comunicação, volt ado para o segment o evangélico. São part e desse grupo a Gravadora MK, a
Rádio 93 FM, o port al Elnet e out ras ramificações. O bairro t ambém possui inst it uições
espírit as.

O Campo de São Crist óvão apresent a o Pavilhão de São Crist óvão, rebat izado em 2003 como
Cent ro de Tradições Nordest inas Luiz Gonzaga. No local, é realizada de t erça a domingo uma
grande feira popular onde pode-se conhecer as músicas, as danças, a culinária e o art esanat o
t ípicos da Região Nordest e do Brasil. Em frent e ao Campo de São Crist óvão, est á localizada a
sede carioca do SBT e est ava a escola de samba Paraíso do Tuiut i, que agora est á próximo
de sua comunidade.

Recent ement e o bairro passou a abrigar a sede dos Diários Associados (Super Rádio Tupi,
Nat iva FM e Jornal do Commercio) que t inha sede na Rua do Livrament o, no bairro da Saúde, a
nova sede da rádio fica na Rua Fonseca Telles, em frent e a igreja de Sant a Edwiges.

Esportes

No bairro, em 1883, foi fundado o Clube de São Crist óvão Imperial, que t em sede própria na
Rua General José Crist ino. O Imperial ainda hoje t em, ent re seus grandes benemérit os, dois
membros da Família Real. Em 1898, nasceu o Club de Regat as São Christ óvão, sediado
inicialment e em um barracão na ant iga Praia de São Crist óvão e t ambém o Club de Regat as
Vasco da Gama. Em 1909, nasceu o São Christ óvão At hlét ic Club, fundindo-se ao clube de
regat as em 1941, criando o at ual clube São Crist óvão de Fut ebol e Regat as. O clube revelou
um dos maiores t alent os do fut ebol brasileiro nas últ imas décadas: Ronaldo Luiz Nazário de
Lima, o "Fenômeno". Em 1927, foi inaugurado o Est ádio São Januário pert encent e ao Club de
Regat as Vasco da Gama. Em 1998, a área onde fica o Est ádio do Vasco da Gama foi
desmembrada, ao ser criado o bairro Vasco da Gama, embora prat icament e ninguém o chame
assim.

Incêndio no Museu Nacional

Em 2 de set embro de 2018, um incêndio t oma cont a do Museu Nacional, cujo edifício que
abriga o Museu é o Palácio de São Crist óvão, que na época est ava fazendo duzent os anos de
exist ência.[11]

O incêndio t omou cont a de t odos os t rês andares do edifício, afet ando cent enas de obras,
algumas pioneiras da hist ória do Brasil, incluindo o esquelet o de Luzia, o esquelet o mais ant igo
do Brasil.

Em uma not a do governo de Port ugal, afirmou-se que: " [Uma] profunda tristeza pela perda de
um acervo histórico e científico insubstituível" e afirmou estar "inteiramente disponível para, no
que for útil e possível, colaborar na procura da reconstituição deste importante patrimônio
identitário, não apenas do Brasil, mas de toda a América Latina e do mundo".[12]

Educação

Ent re out ras, o bairro de São Crist óvão sedia uma das mais t radicionais inst it uições de ensino
do país: o Colégio Pedro II, por onde passaram muit as personalidades ilust res da Hist ória do
Brasil. Est a unidade do Colégio Pedro II já foi alvo de um incêndio, fat o que levou a unidade a
ser t ot alment e reconst ruída. São Crist óvão sedia t ambém a Escola Técnica Est adual Adolpho
Bloch, a primeira e única escola pública em comunicação da América Lat ina, pert encent e à
Fundação de Apoio à Escola Técnica. O bairro t ambém abriga o Educandário Gonçalves de
Araújo, hist órica inst it uição de ensino fundada em 1900.

Saúde

Ent re out ros serviços, a região cont a com uma unidade dos hospit ais da Rede D'Or: o Hospit al
Quint a D'Or, desde 2001. Cont a t ambém com o Hospit al de Clínicas Dr. Aloan (desde 1962), o
Hospit al Mat ernidade Fernando Magalhães (desde 1955) e o Cent ro Municipal de Saúde
Ernest o Zeferino Tibau Junior, unidade de at enção primária à saúde (inaugurado em 13 de junho
de 1956).

Ver também

Referências

Ligações externas
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?
title=São_Cristóvão_(Rio_de_Janeiro)&oldid=649
48975"

Última modifi cação há 1 dia por Igor G.Monteiro

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