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1.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho faz um levantamento de informações e análises a


respeito da área do Palácio dos Leões e da Igreja da Sé, localizados em São Luiz, no
Maranhão. O mesmo tem como finalidade pesquisas e desenvolvimento teórico sobre a
área estudada e apresentação oral.

A atual sede do governo do estado do Maranhão, o Palácio dos Leões, já


abrigou uma fortaleza erguida pelos franceses em 1612, em homenagem ao rei Luís
XIII. Após a tomada da cidade pelos portugueses (e depois de sucessivas reformas),
transformou-se na imponente construção de estilo neoclássico, com 3.000 m² de área
construída.

Já a Igreja da Sé, foi erguida por ordem do terceiro capitão-mor Diogo


Machado da Costa em 1629 e é uma homenagem à protetora dos portugueses na batalha
de Guaxenduba. Foi reconstruída várias vezes até 1922, quando também assumiu o
aspecto neoclássico, tendo no seu interior destacado o altar-mor, talhado em ouro.

Ambos os trechos integram parte da zona tombada como Patrimônio


Mundial, no promontório. Uma capital brasileira que já foi francesa, holandesa e
portuguesa, São Luís une o estrangeiro com os traços das populações indígenas nativas
e de escravos africanos, conservando vestígios de todas essas culturas, destacando-se
assim, como um espaço ímpar da cultura brasileira.

O trabalho se justifica pela importância do estudo de um local com


importância histórica, cultural e arquitetônica com o objetivo de identificar o
crescimento e desenvolvimento da cidade de São Luís e sua evolução desde vila,
destacando os trechos escolhidos anteriormente: a Igreja da Sé e o Palácio dos Leões.

Desenvolveremos o trabalho a partir de levantamentos feitos por meio de


visitas técnicas, ocorridas na viagem feita pelos alunos da faculdade de Arquitetura e
Urbanismo (da Universidade de Fortaleza), explicações e relatos dos professores
presentes, e consultas à livros, documentos, relatórios, e pesquisas sobre a evolução e
situação atual, suas influências e contribuições, dos lugares estudados.

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2. DESENVOLVIMENTO

A análise da cidade de São Luís como obra urbana e obra construída é de


suma importância para o entendimento da identidade urbana e arquitetônica que é
presenciada no País.

Em virtude da cidade de São Luís, diferentemente, do que é presenciado em


outras capitais do País, passou por uma colonização diferenciada sendo habitada por,
primeiramente por franceses, posteriormente por holandeses e finalmente por
portugueses.

No decorrer do trabalho será explanada quanto a colonização e dados


inerentes a formação da cidade de São Luís, além da caracterização de duas marcantes
obras arquitetônicas o Palácio dos Leões e Igreja da Sé.

2.1.Evolução Urbana da cidade de São Luís

Mesmo antes do seu processo de colonização, São Luís era tomada por
tribos indígenas, onde tupinambás cultivavam a agricultura de subsistência e o hábito de
caça e pesca.

A partir de 1535, quando se deu a divisão de territórios do Brasil em


capitanias hereditárias, João Barros tem a primeira oportunidade de colonização da
região.

Fonte: http://blogdotas.terra.com.br/wordpress/wp-content/images/sarney_capitanias.jpg

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Apesar de divisão em 1535, somente em 1550 foi fundada a cidade de
Nazaré, onde provavelmente hoje se encontra sediada a cidade de São Luís. Contudo, o
difícil acesso à ilha e a resistência indígena desencadeou um descaso quanto o efetivo
estabelecimento de portugueses na região, levando o abandono da região.

Ao tomar conhecimento deste descaso dos portugueses, a França vê neste


quadro a oportunidade da fundação da França Equacional, visando estabelecer território
nos trópicos. Os franceses veem em São Luís, um posicionamento estratégico, sendo
isolada topograficamente pelo mar, e acesso para o interior do país, pensando nisso em
8 de setembro de 1612, Daniel La Touche, em representação da Coroa Francesa, toma
posse de São Luís, criando um forte e se estabelecendo na região.

Acompanhado de 500 homens Daniel La Touche, se alia aos índios da


região na luta contra o retorno dos portugueses a região. Todavia sua estadia em terras
maranhenses é limita em 1615 quando Alexandre Moura comandando um exército
lusitano, retoma São Luís, deixando-a a Jerônimo de Albuquerque, novo responsável
pela capitania.

Pouco restou da influência Francesa na cidade de São Luís, sendo o forte da


Saint Louis, que configurava um de seus principais feitos franceses demolido em, 1766,
dando lugar onde hoje é sediado o Palácio do Governo – O Palácio dos Leões.

Fonte: http://img3.mundi.com.br/images/Sao-Luis-photo138-5.jpg

Em 1620, se dá a chegada dos açorianos, que buscam na plantação e


comercialização da cana de açúcar a principal renda da cidade, contudo o excedente era
reduzido, em sua maioria trocado com as regiões vizinhas, como Pará, por exemplo.

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Mesmo com o estabelecimento de povoado e comércio interno e externo,
em 1641, São Luís sofre novamente com uma invasão. Maurício de Nassau, que já
comandava Pernambuco, em defesa da coroa Holandesa, busca em São Luís, realizar a
expansão do seu mercado açucareiro, mas no curto período de três anos, são expulsos.

Insatisfeitos com a sequência de invasões promovidas a São Luís, e


preocupados com seu isolamento geográfico, a coroa Portuguesa toma como alternativa,
promover São Luís a um estado independente, criando assim, o Estado do Maranhão e
Grão Pará.

O Estado do Maranhão e Grão Pará, originou-se durante o período


Pombalino, onde Marques de Pombal, tomou proveito para investimento de comércio
nesta área, e uso da mão de obra indígena que com a expulsão dos jesuítas (principal
detentores do poder entre a população indígena), foi potencializado.

Com o desenvolvimento comercial de São Luís, em 1682, ocorre a criação


da Companhia de Comércio do Estado do Maranhão, onde a produção do estado passa a
ser comercializada diretamente com a colônia.

Contudo a Companhia de Comércio, favorecia a coroa, mas aos


maranhenses a mercadoria era repassada a alto custo e baixa qualidade, inviabilizando o
mercado interno. Mediante está realidade, os comerciantes locais, comandados pelos
irmãos Manuel e Tomás Beckmam saqueiam o depósito da Companhia de Comércio e
expulsão o atuam governados, em represália as atitudes da Metrópole. A coroa
Portuguesa por sua vez, envia um novo governador, prende e condena os envolvidos ao
motim e reprimi a revolta.

Entretanto a Revolta de Beckmam, apesar de escala reduzida, compreende a


primeira reação da colonial as explorações da metrópole.

Fonte: http://www.historiadobrasil.net/resumos/revolta_de_beckman.htm

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A medida que a cidade de São Luís se desenvolve, é maior o destaque dado
a seu porto, tornando-se uma cidade de enfoque portuário. Cita-se, por exemplo, após os
acontecimentos da Guerra de Sucessão, o rompimento dos Estados Unidos com a
Inglaterra, abre as portas do mercado de algodão entre o Brasil e os Estados Unidos, que
é estrategicamente realizado pelo Porto de São Luís.

O crescimento do mercado portuário possibilitou a São Luís um intercâmbio


cultural, presente nas mais variadas mercadorias, dos mais variados países que
transitavam constantemente em seu território.

Mediante este quadro, São Luís tornou-se a 3 capital mais populosa do


século XIX, entrando em decadência no final deste mesmo século, onde perdeu o
monopólio do mercado de algodão e teve na agricultura e industrial têxtil sua principal
fonte de renda.

O desenvolvimento da cidade de São Luís como unidade urbana, se deu


principalmente devido suas atividades comerciais, o que fomentaram no decorrer dos
anos a criação de diferentes bairros com diferentes destinações, a partir da visita técnica
realizada foi possível presenciar, por exemplo, antigas fábricas de algodão, presença de
algumas fazendas de engenho, atualmente obedecendo a outras funções, mas que
anteriormente eram parte integrante da cidade, e desenvolviam nela ponto de atração
populacional.

2.2 Seleção de área para análise – Estudo do entorno

Fonte: http://www.flickr.com/photos/joshilton/5891166178/

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Nascida no mar, caracterizada como porto fluvial e marítimo, à semelhança
de outras cidades brasileiras da época colonial, a capital do Maranhão desempenhou
importante papel na produção econômica do Brasil - Colônia durante os séculos XVII e
XIX, tendo sido considerada o quarto centro exportador de algodão e arroz, depois de
Salvador, Recife e Rio de Janeiro.

Data desta época o conjunto urbanístico de caráter civil que compõe o


Centro Histórico da capital maranhense e se constitui num dos mais representativos e
ricos exemplares do traçado urbano e da tipologia arquitetônica produzidos pela
colonização portuguesa.

Na realidade, a tipologia arquitetônica que corresponde aos séculos XVIII e


XIX difere, em muito, das casas em taipa e madeira que caracterizam os edifícios de
caráter civil do século XVII: constituem-se em sólidas construções em alvenaria de
pedra e argamassa com óleo de peixe, serralheria e cantarias de lioz de origem europeia,
e madeira de lei. De qualquer maneira, os mais representativos exemplares da
arquitetura de São Luís datam, sobretudo, da segunda metade do século XIX. Trata-se
dos sobrados de fachadas revestidas em azulejos portugueses que se consubstanciam
num dos aspectos mais peculiares da expressão civil maranhense, e essa peculiaridade
rendeu a São Luís o apelido de Cidade dos Azulejos. Diferentes desenhos e cores
transmitem a alegria da cidade e lhe conferem rara beleza que chama atenção dos
turistas.

Durante muito tempo o centro histórico da cidade ficou abandonado, mas a


partir da década de 70 um plano de recuperação começou a ser executado. Ao longo de
vários anos, diversos monumentos e casarões foram reformados e o local que antes era
conhecido como Praia Grande, passou a ser chamado de Reviver pelos moradores, já
que o projeto de reforma e revitalização da área tinha esse nome.

O centro histórico de São Luís está inscrito na lista do Patrimônio Mundial e


foi tombado pelo governo federal em 1955 e nele constam cerca de 1000 imóveis
tombados pelo IPHAN, passou a ser considerado Patrimônio Cultural da Humanidade
pela UNESCO em 1997.

Os principais pontos turísticos do centro histórico são o Palácio dos


Leões (sede do governo do Estado), o Palácio de La Ravardière (sede da prefeitura),
a Catedral de São Luís, o Palácio Episcopal, o Convento do Carmo, o Convento das
Mercês, a Casa das Tulhas, as igrejas do Rosário e do Desterro, a Casa das Minas entre
diversas outras.

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Fonte: http://www.flickr.com/photos/encantosdomaranhao/5185101591/

Fonte: http://www.flickr.com/photos/encantosdomaranhao/5020982140/

LOCALIZAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES HISTÓRICAS NO MAPA

IGREJA DA SÉ

PALÁCIO DOS LEÕES

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IGREJA DA SÉ

PALÁCIO DOS LEÕES

CARACTERÍSTICAS DO ENTORNO DA ÁREA VISITADA

Fonte: http://www.flickr.com/photos/encantosdomaranhao/5020816675/

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Os prédios arquitetônicos presentes no centro histórico constituem sobrados,
casas térreas e solares. Os sobrados possuem geralmente até quatro pavimentos, sendo o
térreo loja comercial e os outros pisos residências, seu conjunto arquitetônico é formado
por remanescentes do século XVIII e XIX, cujo o traçado caracteriza-se pela
ortogonalidade das vias estreitas formando pequenas quadras, as fachadas das
edificações históricas são revestidas com azulejos portugueses, franceses, belgas e
alemães, artifício utilizado para adaptação da arquitetura ao clima da região. O azulejo
além de ajudar a refletir os raios solares, mantém a temperatura fresca e é mais
resistente à chuva, presente por longos seis meses nesta área, além disso, as fachadas
contam com janelas características que se repetem em diversas edificações.
O entorno da Igreja da Sé é marcado principalmente por edificações
históricas de baixo porte,em sua maioria sobrados, sendo ela o grande descaque do
local. A lado da Igreja está localizada a praça Benedito Leite, considerada uma das
praças mais bonitas de São Luís. Outra edificação de destaque localizada próxima é o
Palácio do comércio, construção imponente que anteriormento funcionou como um
hotel.
O Palácio dos Leões é uma edificação imponente, que se destaca,
juntamente com o Palácio la Ravardiere, em relação as outras, que em sua maioria
também são edificações históricas de caráter público. Em sua lateral possui um braço de
mar que contrasta com a paisagem do grande império. Existe ao redor do prédio levas
de vegetação de grande porte.
As ruas do entorno dos dois monumentos históricos tem características
semelhantes, são bem estreitas, com algumas subidas íngremes, ficam localizados em
quarteirões sem um formato bem definido e com presença de vegetação.

Fonte: http://www.flickr.com/photos/encantosdomaranhao/5163823439/

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Fonte: http://passeiourbano.com/2012/08/14/praca-bendito-leite/

IGREJA DA SÉ

Fonte: http://www.flickr.com/photos/encantosdomaranhao/72157624888244101/

A Igreja da Sé é considerada um dos monumentos históricos mais


antigos e importantes de São Luís do Maranhão. Foi construída a partir de 1690
pela Companhia de Jesus, instalada no Maranhão desde os inícios do século XVII. Esta
igreja, dedicada a Nossa Senhora da Luz, foi levantada com mão-de-obra indígena e
inaugurada em 1699, em homenagem a Nossa Senhora da Vitória, que de acordo com a
história, a Santa apareceu, para proteger os portugueses na Batalha de Guaxenduba, que
lutavam para expulsar os franceses.

A catedral de Nossa Senhora da Vitória, hoje conhecida Igreja da Sé, cabeça


e mãe de toda Arquidiocese, nem sempre foi onde está. Ao ser criada a Diocese de São

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Luís do Maranhão, por Bula do Papa Beato Inocêncio XI, em 30 de agosto de 1677, a
catedral foi erguida nas imediações da sede da Associação Comercial do Maranhão e
antigo Hotel Central, a poucos metros da Sé atual. Somente em 1761, numa reforma
urbanística ordenada pelo governador Joaquim de Melo e Póvoas, a antiga Sé foi
demolida para arejar o largo em frente ao Palácio dos Governadores. Os edifícios
jesuítas, que estavam desocupados, ganharam novos usos: o colégio passou a ser o
palácio dos bispos e a igreja da Companhia tornou-se a catedral da cidade.5 A feição
decorativa atual do palácio é derivada de uma reforma no século XIX. A fachada da
catedral foi alterada no início do século XX, quando ganhou duas torres. Em 1921-22
foi elevada a sede de arquidiocese. Assim, nossa primeira Igreja da Sé foi demolida no
ano de 1763, dela não restando nenhum vestígio.

No período de 1993 a 1996, a 3ª Superintendência Regional do Instituto do


Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realizou obras de restauração que
recuperaram o ouro primitivo “encoberto por pintura azul e branca que refletem um
simbolismo litúrgico muito frequente no barroco luso-espanhol, austríaco e sul-
americano em geral”.A Catedral é tombada pelo Iphan e tem como destaque o altar-
mor, do século XVIII, que é considerado um tesouro da arte barroca brasileira.

PALACIO DOS LEÕES

Fonte: http://www.flickr.com/photos/encantosdomaranhao/5372600039/

O Palácio dos Leões é o edifício-sede do governo


do estado brasileiro do Maranhão. Localiza-se no centro histórico da cidade de São
Luís, figura como o endereço mais nobre da Ilha de São Luís, na área
designada Patrimônio Mundial pela UNESCO. Com uma história que começa no início
do século XVII, o Palácio é um dos maiores símbolos da cultura maranhense.
A sua localização privilegiada, no alto do promontório onde nasceu a cidade
de São Luís, aliada à sua trajetória histórica, à sua arquitetura e seus bens artísticos,

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fazem do Palácio um conjunto de fundamental importância para o entendimento da
formação da identidade cultural do povo maranhense.
O antigo forte erguido em 1612 pelos franceses e possui três mil metros
quadrados de área construída, transformou-se em um suntuoso palácio nos tempos do
governador Joaquim de Mello e Póvoas, no ano de 1766.

Durante todo o período do império o Palácio do Governo passou por várias


reformas. Dentre esses melhoramentos, os mais significativos foram: iluminação a gás e
lageamento do passeio da testada do edifício em pedra de cantaria portuguesa em 1863 e
a aquisição de móveis e outros objetos em 1872.
A primeira grande reforma do Palácio dos Leões ocorreu na era Republicana
em 1896, quando Manuel Inácio Belfort estava na administração. Já a segunda reforma
seria empreendida em 1906 por Benedito Leite, foi mais ampla que a primeira pois além
de construir uma da extensa ala nos fundos do Palácio, destinada à residência do
governador, ocorreu também a aquisição de algum mobiliário e objetos de adorno
vindos da Europa.
Em 1911, quando Luís Domingues assume o governo do Maranhão,
encontrou o Palácio com pouca mobília, muitas salas necessitando de reparos, a fachada
ainda no estilo colonial, apesar de estar alterada. Na fachada havia um brasão heráldico
com leões pintado em azulejos, que serviu mais tarde como tema ao jornal “O
Combate”, em sua campanha oposicionista ao governo de Magalhães de Almeida (1926
– 1929).
Nas décadas de 1990 e 2000 o Palácio passou por um restauro integral tanto
das fachadas como do interior.
A obra de arte, que representa um dos maiores símbolos da cultura
maranhense, guarda relíquias da história política do Maranhão. Seus salões nobres e
luxuosos são recheados com um mobiliário eclético e exibem peças que remontam a
mais de duzentos anos. São candelabros, castiçais, tapetes franceses, lustres de cristais,
porcelanas finas trazidas de países como China, França e Áustria, e pratarias
portuguesas.

O acervo inclui ainda raridades como um Biedermier artesanal e o Arcais


(móvel utilizado para guardar objetos eclesiásticos), que pertenceu à capela do Bom
Jesus dos Navegantes. Uma das preciosidades é a coleção de Arthur Azevedo, comprada
da viúva do teatrólogo. Há também quadros a óleo, alguns deles muito valiosos, como
os de Eliseu Visconti, Vitor Meireles e Parreiras, que foram restaurados pelo pintor
Euclides Fonseca. As obras de arte não podem ser tocados, fotografados ou filmados.

O prédio é um dos mais antigos construídos na Ilha de São Luís, é hoje


vigiado por duas imponentes estátuas de leões, em bronze, dispostas em frente à fachada
e que representam o poder executivo.

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2.3 Análise de Obra Arquitetônica

2.3.1 Palácio dos Leões

O Palácio dos Leões, localiza-se no centro histórico da cidade de São Luís,


tem três mil metros quadrados de área construída, está em uma área considerada
patrimônio mundial pela UNESCO e também uma das mais nobres da ilha, na Avenida
Pedro II. É edifício-sede do governo do Maranhão e é também um dos maiores ícones
da cultura maranhense.

Vista Superior do Palácio dos Leões. Fonte: Google Earth

Vista aérea do Palácio dos Leões. Fonte:http://maranhaomaravilha.blogspot.com.br/2009/08/palacio-dos-leoes-


o-marco-zero-da.html

Vista aérea do Palácio dos Leões. Fonte: :http://maranhaomaravilha.blogspot.com.br/2009/08/palacio-dos-


leoes-o-marco-zero-da.html

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O palácio tem como data de origem histórica o dia 8 de setembro de 1612
período em que os franceses estabeleceram uma colônia na extremidade de terra entre o
rio Anil e o rio Bacanga à noroeste da ilha de São Luís. Essa colônia foi batizada de
França Equinocial. Começando com a construção de um forte que recebeu o nome de
Forte de São Luís em homenagem ao Rei Luiz IX da França. Em 1615, quando os
franceses foram expulsos, o forte foi rebatizado pelos portugueses, ficou então
conhecido como forte de São Felipe.

Foi projetado pelo engenheiro militar Francisco Frias de Mesquita e


construída pelo capitão-mor Jerônimo de Albuquerque, com a técnica de taipa de pilão e
por mão-de-obra indígena, a residência dos Governadores que ficava dentro do forte.
Em 1624 o forte e a residência dos governadores passaram por uma reconstrução
ordenada por Francisco de Albuquerque Coelho de Carvalho, o Governador da época. O
novo edifício feito em pedra e cal passou a servir de moradia e despacho administrativo
até 1762.

Vista do forte no século XX. Fonte: http://passeiourbano.com/2011/12/02/palacio-dos-leoes/

Em 1766 o governador Joaquim de Mello e Póvoas decretou a demolição do


velho palácio do Governo e a construção de um novo edifício em pedra e cal, no intuito
de melhor acomodar a família dos capitães-generais que lhe sucedessem. O palácio
construído por ordem de Joaquim de Mello tinha o telhado baixo e os beirais salientes.
A entrada era pela lateral do edifício e somente na reforma de 1857 é que a entrada foi
transferida para o centro da fachada principal.

Das várias reformas que foram executadas no palácio durante todo o período
do império, as melhorias mais significativas podem ser listadas como iluminação a gás,
lajeamento do passeio da testada do edifício e a aquisição de móveis, tapetes, vasos e
outros objetos em 1872.

Durante a administração de Manuel Inácio Belfort Vieira, em 1896, o antigo


edifício do Palácio do Governo passou por sua primeira grande reforma. Em 1906 foi
empreendida a segunda reforma por Benedito Leite, que era o responsável pela

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construção da grande área dos fundos do Palácio, designada à residência do governador
e foi também quem solicitou alguns mobiliários e objetos de adorno da Europa.

Área dos fundos do Palácio atualmente. Fonte: http://passeiourbano.com/2011/12/02/palacio-dos-leoes/

Em 1970, Pedro Neiva de Santana, governador do estado, complementa e


termina a decoração iniciada no governo Sarney, reformando toda a decoração das salas
e dependências, adicionando candelabros, tapetes e cortinas, além de recuperar a
pinacoteca. Em sua ultima reforma datada de 1990 à 2000, foram recuperadas as
instalações principais, o telhado e iniciou-se o registro das obras de arte, louças, prataria
e os todos os outros objetos e bens de inventário.

O jornal “O combate” fazia uma campanha oposicionista ao governo de


Magalhães de Almeida ( 1926 – 1929 ) e fez uma comparação irônica entre o gabinete
com os leões e o governador. O apelido de Palácio dos Leões pegou, pois começou a ser
utilizado não apenas pelo povo, mas também pelos governadores seguintes.

Escultura em bronze de leões, em frente ao Palácio dos Leões. Fonte:


http://maranhaomaravilha.blogspot.com.br/2009/08/palacio-dos-leoes-o-marco-zero-da.html

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Projeto Arquitetônico

Fachada principal do palácio


Fonte: http://www.visitesaoluis.com/atividades/9-palacio-dos-leoes-um-templo-de-beleza-e-historia

O prédio do Palácio dos Leões segue o movimento eclético. Sua fachadas


tem características neoclássicas, como a entrada em elevação com colunas, frontões
triangulares na fachada principal e triangulares e cimbrados alternados na fachada
voltada para o jardim interno acima das janelas, telhado com platibanda balaustrada,
cornijas e faixa. As janelas são alternadas com colunas e meia colunas. É visível a
simetria e a regularidade da forma do edifício também característico do movimento
neoclássico. Nas fachadas internas também podemos observar uma varanda sustentada
por arcos de volta inteira.

Fachada voltada para jardim


Fonte: http://passeiourbano.com/2011/12/02/palacio-dos-leoes/

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Internamente a decoração do palácio é uma mistura de neoclássico e neo-
rococó, com mobiliário de todas as partes do mundo, com obras de artes e móveis
ingleses, franceses e portugueses. É decorado com louças, candelabros, tapetes, vasos e
lustres importados ou dados de presente originários de todo o mundo, inclusive peças
muito raras. O forro de madeira é pintado com afrescos, o piso ora apresenta
revestimento de pedra ora de madeira. Na entrada há um hall com uma escada de ferro
em estilo inglês que dá acesso ao pavimento superior, onde o prédio se divide em três
ocupações: o museu e acervo aberto ao público, a parte administrativa do governo do
estado e a residência do governador.

Vista interna do palácio Hall de entrada vista do

Pavimento superior

Com algum conhecimento é fácil perceber as influencias diretas inglesas e


francesas tanto nas fachadas como nas áreas internas do palácio, por isso é possível
fazer comparações com palácios europeus, como Palácio de Versailles, Palácio do
Louvre, Palácio de Buckingham e a Casa Branca, todas no estilo eclético com traços
neoclássico e neo-rococó, todos construídos entre os séculos XVII e XVIII.

Casa Branca
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/casa-branca-publica-seu-primeiro-vine

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Palácio do Louvre
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/casa-branca-publica-seu-primeiro-vine

Palácio de Buckingham
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/casa-branca-publica-seu-primeiro-vine

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2.3.2 Igreja da Sé

Uma das características marcantes no desenho urbano da cidade são as


construções que possuem caráter simbólico e denotam poder a estrutura da cidade, entre
estas construções podem ser citadas o palácio do governo e a igreja matriz da cidade.
Em são Luís está ótica não seria diferente, temos como edifícios de grande simbologia,
o já discutido, Palácio dos Leões e a Igreja da Sé.

A Igreja Matriz de São Luís passou por diversas modificações até se tornar a
Igreja da Sé que está presente nos dias de hoje.

A edificação foi iniciada em 1619 pelo 3º Capitão-Mor Diogo Machado da


Costa que, no final do seu mandato, em 1622, a inaugurou.

Próximo a modesta igreja do Capitão Mor foi construída pela Companhia de


Jesus uma igreja destinada a Nossa Senhora da Luz. Contudo, após a expulsão dos
jesuítas, todos os seus pertences foram cedidos a Fazenda Nacional, que em 1763 foi
demolida, dando lugar a igreja titular de Nossa Senhora da Vitória.

Durante sua longa existência sofreu reformas, muitas sem estudo ou critério
de execução, que findaram com desmoronamento de parte da igreja e sua reconstrução.

Em 1701, restauração do frontispício; 1737: afixação de relógio doado pela


Casa da Câmara; 1768: ampliação da capela-mor pelo Cabido; 1851-1927: restauração
do assoalho, execução de obras de encanamento para luz de gás hidrogênio;
reconstrução da fachada, com o acréscimo da torre norte; colocação de novo piso e nova
pintura.

As formas atuais da Igreja da Sé ou Catedral Metropolitana de São Luís do


Maranhão é o resultado da reforma ocorrida em 1922.

Fonte:
http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=896&Itemid=1

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A Igreja da Sé localiza-se no coração do centro histórico, tombado como
patrimônio da humanidade.

Seguindo por uma das principais ruas que atravessam o centro histórico,
Rua Dom Pedro II, podemos nos deparar com o Palácio dos Leões, Palácio da
Revardiére, sede da Prefeitura de São Luís e, por conseguinte a Igreja da Sé, amparada
lateralmente pela Praça Dom Pedro II.

Por localizar-se em uma parte nobre do centro, está região já sofreu diversas
modificações sendo dotada de prédios de singularidade ímpar, onde podemos encontrar
construções ecléticas, contemporâneas, como o Grand Hotel, que contrastam com os
sobrados que datam o período colonial e se dispõem ao longo da rua.

Projeto Arquitetônico

Construída pelos jesuítas, a arquitetura maneirista desses templos, evidencia


a duradoura influência dos tratadistas do Renascentismo, influência perceptível,
igualmente, na arquitetura profana como se constata nas portadoras de alguns ricos
solares em Salvador.

Como todo interior das igrejas jesuítas, na Igreja da Sé, discernimos os


aspectos tectônicos da ornamentação. Fazendo coerência com o exterior do edifício, no
arco cruzeiro e nas paredes de fundo são retomadas as linhas de composição do frontão.

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Altar-mor da Igreja da Sé, São Luis-MA.
Fonte foto 01: http://www.flickr.com/photos/joshilton/5901241864/

Os retábulos, de caráter renascentista, introduzem o movimento e o colorido que


não se vê nos mármores das paredes. Retábulos esses, com composição feita para
recobrir toda a capela, incluindo suas paredes.

Fonte: Acervo Pessoal

Com um partido arquitetônico que prepondera em todo o mundo colonial


português, a Igreja da Sé é composta de uma só nave com capelas laterais que se
intercomunicam. No altar-mor, todo o espaço foi recoberto pela rica ornamentação de
talhas e pinturas. Os dois altares colaterais ao altar-mor, apesar de serem menos ricos,
também são bastante ornamentados, com imagens, ouro e detalhes.

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Altares laterais, Igreja da Sé, São Luis-MA.
Fonte: Acervo Pessoal

Todavia a feição decorativa da Igreja da Sé ser uma obra marcante no


barroco brasileiro, derivada de uma reforma do século XIX, seu exterior é um tanto
eclético. Sua fachada foi alterada no início do século XX, quando ganhou duas torres,
com características neoclássicas, como a entrada em elevação com colunas, frontões
triangulares.

Fachada Principal, Igreja da Sé, São Luis-MA.


Fonte: Acervo Pessoal

A influência jesuíta é marcante na igreja, podendo facilmente ser feita uma


relação do seu interior às outras igrejas construídas na mesma época.

Entretanto, na sua fachada que remete o neoclássico e um pouco do


neogótico por conta de suas torres, podemos observar uma correlação com igrejas
góticas e templos e edifícios neoclássicos.

Faz-se comparação, por exemplo, a Catedral de Fortaleza, de arquitetura


eclética com predominância do neogótica:

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Catedral de estilo gótico, Fortaleza-CE.
Fonte: http://www.ceara.com.br/Fotos_Fortaleza/fortalezacathedral.htm

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3. CONCLUSÃO

O trabalho presente ajudou a equipe a adquirir e reforçar os conhecimentos


absorvidos em visita técnica e em sala de aula, no que diz respeito à evolução, a
importância e a contribuição de patrimônios históricos brasileiros. Em nosso caso a
Igreja da Sé e o Palácio dos Leões - São Luís, MA.

Em suma, São Luís se destaca assim, pois reúne diferentes experiências


políticas, religiosas e urbanísticas, onde é notório a arquitetura de residência e a
azulejaria. Apesar do centro histórico todo seguir esse padrão, a Igreja da Sé tem seu
exterior neoclássico e um traço barroco em seu interior, destacando-se pelo altar, que é
considerado um dos tesouros da arte barroca brasileira; e o Palácio dos Leões, que é um
dos maiores símbolos da cultura maranhense, e que apesar das várias reformas que
sofreu, continua com sua imponente arquitetura neoclássica dividida em área
residencial, administrativa e de visitação.

Conclui-se portanto, o que trabalho apresentado é de grande importância


para nós estudantes de arquitetura e urbanismo, pois, juntamente com os trabalhos que
serão expostos e apresentados em sala de aula pelas outras equipes, deverão servir como
base de amplo conhecimento da importância e contribuição da história, estilo e partidos
arquitetônicos tombados pelo Iphan no Brasil, que fazem parte do patrimônio histórico.
Foi clara também a importância da exigência de trabalhos em equipe, desenvolvendo a
capacidade dos alunos de articular projetos e trabalhar em grupo, para a consecução de
um objetivo mútuo.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 http://books.google.com.br/books?id=6h9oLNKx_bMC&pg=PA77&lpg=PA77
&dq=igreja+da+se+sao+luis+partido+arquitetonico&source=bl&ots=qK1ndhrO
LU&sig=9UDPlJivvuazl_6b3DUykfZxVYQ&hl=ptBR&sa=X&ei=lSChUfqGH
8XJ0gHQv4CwDQ&ved=0CDQQ6AEwAQ#v=onepage&q&f=false
 http://maranhaomaravilha.blogspot.com.br/2009/08/palacio-dos-leoes-o-marco-
zero-da.html
 http://www.ma.gov.br/palaciodosleoes/
 http://passeiourbano.com/2011/12/02/palacio-dos-leoes/
 http://patrimoniodetodos.gov.br/pastaimagem.2009-07-02.4357058635/palacio-
dos-leoes-sao-luis-ma/view
 http://www.gazetadebeirute.com/2013/05/palacio-dos-leoes-sao-luiz-do-
maranhao.html
 http://www.achetudoeregiao.com.br/ma/historia.htm
 http://www.eye4design.com.br/insights/palacio-dos-leoes
 http://www.iphan.gov.br/montarDetalheConteudo.do?id=12662&sigla=Instituci
onal&retorno=detalheInstitucional
 http://janioarlei.wordpress.com/tag/palacio-dos-leoes/
 http://wikimapia.org/780361/pt/Pal%C3%A1cio-dos-Le%C3%B5es
 http://jornal-rioniteroinoticias.blogspot.com.br/2013/02/sao-luis-palacio-dos-
leoes-um-templo-de.html
 http://www.acteon.com.br/port/cidades/masluis.htm
 http://www.cidadeshistoricas.art.br/saoluis/sl_his_p.php
 http://www.visitesaoluis.com/historia
 http://www.historiadobrasil.net/resumos/revolta_de_beckman.htm
 http://achetudoeregiao.tv.br/MA/sao_luis/historia.htm
 http://www.turismobrasil.gov.br/promocional/roteiros/sao_luiz_cultural.html
 http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&vie
w=article&id=896&Itemid=1

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