No século 17, Salvador era uma metrópole portuguesa na América, com um
porto movimentado e comércio ativo, recebendo embarcações das Índias, Portugal, Europa e África. Durante esse período, enfrentou invasões dos holandeses e ingleses, causando danos à cidade e à Sé Primacial.
O Brasil em 1608 a 1612 foi temporariamente dividido em duas capitais, uma no
Rio de Janeiro e outra em Salvador, o que não funcionou bem.
Em 1609, o Tribunal da Relação da Bahia foi instalado, tornando-se o mais
antigo do continente americano. A invasão holandesa ocorreu em 1624, profanando igrejas e levando muitos habitantes a se refugiarem em vilas vizinhas. Salvador tornou-se uma das cidades mais fortificadas do mundo após sua reconquista, em 1625. Mais fortes foram construídos, como o de São Pedro e o do Barbalho.
A separação de Portugal da Espanha em 1640 aumentou a importância de
Salvador no comércio mundial. A cidade se tornou um centro de mobilidade humana, produtos e ideias, sem rival na América do Sul por vários séculos.
O primeiro farol da América no Forte de Santo Antônio da Barra foi instalado
em 1698, por conta do naufrágio do Galeão Santíssimo Sacramento em 1668.
Em 1676, a Diocese de São Salvador da Bahia foi elevada à condição de
arquidiocese, e em 1694, a Casa da Moeda do Brasil foi criada em Salvador. Durante o século 17, a cidade também viu um florescimento artístico e cultural com nomes como Gregório de Mattos, Antônio Vieira e vários artistas sacros. Várias igrejas e conventos foram construídos, e ordens terceiras como a do Carmo e São Francisco foram fundadas.
A CONSTRUÇÃO DA METRÓPOLE COLONIAL
A cidade de Salvador no século XVII era uma importante metrópole colonial.
Contava com sua posição estratégica no oceano Atlântico que era crucial para o tráfico de escravos. O desenvolvimento do tráfico de escravos se somou ao do tabaco, da cachaça, e posteriormente do álcool e de madeiras nobres, agora, trazidos das Índias para a metrópole baiana.
Além dos negócios marítimos, a cidade detinha de um comercio de rua,
pequeno e pouco organizado, porém efervescente, que contava com pequenos balcões, quitandas, que vendiam diversos produtos.
A METRÓPOLE E A PLURALIDADE ÉTNICA
A formação cultural da cidade de salvador
A cidade se desenvolveu com a mistura e integração interetnica e
transoceânica. Com a contribuição de diversos grupos étnicos. Os tupinambás que introduziram tradições alimentares baseadas em milho, mandioca e frutos do mar, além de práticas artesanais e mitos da cultura tupi.
Os europeus, especialmente os portugueses da região do douro, influenciaram
a cidade com sua culinária, estruturas urbanas e religiosidade (catolicismo) mostrando assim sua predominância.
A escravidão africana desempenhou um papel fundamental, com escravos
principalmente da Guiné e Senegal trazendo suas tradições, como o uso do azeite de dendê, pratos com quiabo e doces de banana. Além disso, a cidade também esteve em contato com culturas orientais devido à sua posição estratégica com o oceano Atlântico.
Assim, a cidade de salvador, com o centro do comércio de escravos, teve um
impacto significativo na disseminação dessas influências, tornando-se uma cidade diversificada e rica em heranças culturais.