Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES –


DEPARTAMENTO DE LITERATURA BRASILEIRA E
TEORIA DA LITERATURA

Lucas Laurindo da Silva

Avaliação

Introdução à Cultura Brasileira I – ILE5-1943


1) Leia os fragmentos a seguir:

“Para compreender em que sentido é tomada a palavra formação, e porque se qualificam


de decisivos os momentos estudados, convém principiar distinguindo manifestações
literárias, de literatura propriamente dita, considerada aqui um sistema de obras ligadas
por denominadores comuns, que permitem reconhecer as notas dominantes duma fase”
(CANDIDO, 2012, p.25)

“A pureza e o vigor desse sentimento popular, eis o que Gonçalves Dias apreendeu nos
versos simples da ‘Canção do Exílio’. Hoje, como sempre, reluz nesses versos a
vibração da certeza consoladora de nos sabermos irremediáveis amantes do Brasil,
mesmo o Brasil tão frequentemente errado e decepcionante, pobre de fortuna e de
projetos, abrigo de vícios e de molezas” (MERQUIOR, 2013, p. 69).

Considerando os fragmentos acima e os textos “O poema do lá”, de José


Guilherme Merquior e a “Introdução” da obra Formação da literatura brasileira,
de Antonio Candido, explique os pontos de aproximação entre a análise de
Gonçalves Dias de Merquior e o sistema literário de Candido.

R:
Quando Guilherme Merquior faz a análise de Gonçalves Dias, ele aproxima a sua
análise do sistema literário de Antônio Candido. Merquior vai utilizar uma ideia
presente dentro do sistema literário de Candido para analisar “Canção do Exílio”, ele vai
presar em analisar a obra tendo como ótica a própria obra, se afastando da utilização de
correntes teóricas para fazer a análise.

2) Leia os fragmentos a seguir:

“A ‘Canção do Exílio’ é um poema simples e desnudo, mas não porque haja nela, em
alusão poética, os elementos essenciais na terra nativa. A verdadeira razão, o verdadeiro
segredo de sua direta comunicabilidade é a unidade obstinada do sentimento que a
domina. Esta é a qualidade distintiva da canção, e o que faz dela poema realmente ‘sem
qualificativos’, precisamente porque todo o poema é qualificativo: todo ele qualifica,
em termos de exaltado valor, a terra natal” (MERQUIOR, 2013, p. 67).

“Situado num momento edênico, anterior à queda representada pela colonização, o


poema permite o livre jogo da imaginação em torno dos valores heroicos de um mundo
no qual a ética cristã não havia ainda penetrado. A apresentação da morte voluntária de
um dos últimos descendentes dos tupis como resultado do conflito entre os ditames do
heroísmo guerreiro e a devoção filial, porém permite ao poeta não só deixar em relativo
segundo plano o sacrifício pagão e a antropofagia, como também produzir um herói
sentimental, atualizando e abrandando o modelo do heroísmo primitivo por meio do
destaque dado ao conflito de consciência e aos valores caros ao universo romântico”
(FRANCHETTI, 2007, p. 65-66).

Considerando os fragmentos acima e os textos “I Juca-Pirama” de Paulo


Franchetti e “O poema do lá”, de José Guilherme Merquior, aponte quais são os
pontos de distanciamento e aproximação entre as duas análises sobre o indianismo
de Gonçalves Dias

Você também pode gostar